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Farmacologia do sistema gastrointestinal Prof. Me. Guilherme Petito Farmacêutico-bioquímico Especialista em docência universitária Mestre em Genética Doutorando em genética e Biologia Molecular Boca Funções Mastigação Mistura do alimento com a saliva (início da digestão) Reduz o tamanho das partículas alimentares Deglutição Secreção salivar Produzida pelas glândulas salivares (1L/dia) Secretada na boca Composição α-Amilase e lipase Muco Funções Digestão inicial do amido Lubrificação dos alimentos mucinas Secreção de mucinas Secreção aquosa Secreção de mucinas Deglutição Fase Oral Língua força o bolo alimentar em direção à faringe Bloqueio da nasofaringe pelo palato mole Fase faríngea Alimento é deslocado da faringe para o esôfago Bloqueio da laringe pela epiglote Fase esofágica Alimento é impulsionado ao longo do esôfago para o estômago Esôfago Conduz o alimento para o estômago através do peristaltismo Secreta Muco (lubrificação) Peristaltismo Contrações Peristálticas servem para impulsionar o alimento ao longo do TGI Mecanismo: Contração local Relaxamento adiante Estômago Armazena o alimento Aumenta o volume em até 1,5L Mistura o alimento com o suco gástrico Dissolve os alimentos Estrutura do estômago O estômago humano secreta cerca de 2,5 litros diariamente A produção de ácido é importante para a promoção da digestão dos alimentos e eliminação de patógenos Secreção Gástrica Secreção gástrica Fase cefálica responsável por 35% da secreção Fase gástrica responsável por 65% da secreção Estímulos para a secreção Estímulos para a secreção Distensão do estômago Presença de proteínas e aminoácido INTESTINO DELGADO Realiza digestão dos alimentos (seletiva) Utiliza o suco pancreático (1L/dia) Amilases – carboidratos Lipases – lipídeos Proteases – proteínas Componente Aquoso Água e eletrólitos Rico em HCO3- Responsável pela absorção dos nutrientes Divisão Intestino grosso Funções: Absorção de água e eletrólitos Formação e eliminação do bolo fecal No cólon distal ocorre a absorção de água tornando o conteúdo fecal semi-sólido Reto Defecação Contração da parede muscular do reto Relaxamento do esfíncter anal interno involuntário Músculo liso Esfíncter anal externo voluntário músculo estriado esquelético Úlcera péptica Caracterizada por uma lesão profunda na mucosa onde os componentes do tecido epitelial e conectivo podem estar destruídos Úlcera péptica Esquema da Secreção Gástrica e farmacoterapêutica da úlcera gástrica Fisiopatologia da úlcera péptica Muco HCO3- Prostaglandinas Fluxo sanguíneo Óxido Nítrico Somatostatina HCl Pepsina H2O2 AINEs H. pylori Grelina FATORES AGRESSORES FATORES PROTETORES AINEs Estão frequentemente associados a úlceras péptica e sangramentos Os efeitos destes fármacos são causados pela inibição da síntese das PGs gástricas (PGE2 e PGI2) Sabe-se que aproximadamente 20% dos indivíduos que fazem uso contínuo de AINEs desenvolvem úlcera Helicobacter pylori A H. pylori é um bactéria gram – espiralada e constitui a causa mais comum da úlcera péptica não associada aos AINEs Cerca de 60% das úlceras pépticas estão associadas à infecção por H.pylori É encontrada no antro gástrico A erradicação leva a uma redução nas taxas de recorrência e recidiva em pacientes com úlceras Sua infecção inicial é via oral Helicobacter pylori Doença do refluxo gastrointestinal O estômago secreta cerca de 2,5 litros de suco gástrico diariamente Distúrbios nas funções secretoras estão envolvidas na patogenia da úlcera péptica Secreção gástrica Regulação fisiológica e farmacológica da secreção gástrica Durante vários anos, as úlceras pépticas foram controladas cirurgicamente, com altas taxas de morbidade e mortalidade Descoberto por Black na década de 1970 Modificou consideravelmente o tratamento da úlcera péptica Permitiu segurança e eficácia Antagonistas dos receptores H2 de Histamina Farmacodinâmica Antagonistas competitivos reversíveis dos receptores H2 secreção ácida basal, explicando sua eficácia na secreção ácida noturna Promove cicatrização das úlceras duodenais Antagonistas dos receptores H2 de Histamina Farmacocinética e Metabolismo Administrado por v.o. é bem absorvido Ligação a proteínas plasmáticas Preparações de cimetidina e ranitidina via intramuscular e intravenoso [ ] plasmáticas máximas alcançadas dentro de 1 a 3 horas Eliminação Excreção renal e metabolismo hepático Antagonistas dos receptores H2 de Histamina Reações adversas Diarréia Cefaléia Dor muscular Constipação Ginecomastia e diminuição da função sexual a ligação da testosterona ao receptores androgênio e inibe a CYP que hidrolisa o estradiol Interações farmacológicas A cimetidina inibe o citocromo P450 e pode retardar o metabolismo pontecialização de anticoagulantes orais e antidepressivos tricíclicos Antagonistas dos receptores H2 de Histamina Em 1989 foi introduzido na terapêutica o primeiro inibidor da bomba de prótons Farmacodinâmica Inibe irreversivelmente a H + K+- ATPase Em doses típicas a produção diária de ácido em até 95% basal e estimulada Inibidores da Bomba de Prótons Bloqueiam a etapa final na produção de ácido, estes fármacos são efetivos na supressão ácida independente de outros fatores estimulatórios Farmacocinética e Metabolismo Administrado por v.o. ou intravenosa Forma farmacêutica: T½ vida: 1 hora; Única dose diária ( 2 a 3 dias de proteção); Reações adversas Pouco comuns Diarréia Cefaléia Não está bem estabelecido a segurança destes fármacos em gestantes rápida degradação em pH baixo Inibidores da Bomba de Prótons Podem causar tumores carcinóides gástricos Prováveis mecanismos carcinogênicos Hipergastrinemia acentuada, secundária à hipocloridria medicamentosa A gastrina exerceria efeitos tróficos sobre as células ECL levando à hiperplasia Fonte endógena de compostos N-Nitrosos Importante organotropismo para a mucosa gástrica Estes compostos seriam formados a partir da redução de nitratos em nitritos, pela produção de nitroredutases bacterianas Indicações clínicas Tratamento das úlceras associadas a H.pylori e úlceras hemorrágicas bem como o uso contínuo de AINEs Contribuem para a erradicação da infecção ao inibir a H.pylori Cicatrização de úlceras pépticas associadas aos AINEs Interações medicamentosas São inibidores enzimáticos CYP2C19 e CYP3A4 Inibidores da Bomba de Prótons Farmacodinâmica Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, com consequente do pH O íon hidróxido reage com íons hidrogênio no estômago formando água O Mg2+ e o AL3+ reagem com o HCO3- nas secreções pancreáticas formando sais Os mais comuns consiste em sais de magnésio e sais de alumínio Antiácidos Sais de alumínio (Reação lenta) Efeitos adversos: Constipação AL3+ pode relaxar o músculo liso do estômago e retardar o esvaziamento gástrico Sais de magnésio (Reação rápida) Efeitos adversos: diarréia Sais poucos absorvidos, e seu efeito osmótico exerce ação laxante Bicarbonato de sódio (liberação de dióxido de carbono eructação) Antiácidos A elevação de pH no antro gástrico aumenta a secreção de gastrina (efeito rebote); Farmacocinética São removidos do estômago vazio em 30 min. Na presença de alimento é suficiente para elevar o pH gástrico para 5 durante 1 hora Podem elevar o pH da urina Interações medicamentosas A elevação do pH urinário podem afetar a absorção e dissolução de diversos fármacos Podem quelar outros fármacos Antiácidos Antagonista do receptor M1 Pirezenpina, telenzepina e diciclomina Farmacodinâmica Esses fármacos suprimem a estimulação neural de ácido através de ações sobre os receptores M1 dos gânglios Eficácia relativamente precária Efeitos adversos Boca seca Visão turva Taquicardia Retenção urinária Antagonista do receptor M1 Esta envolvido no aparecimento da úlcera gástrica (duodenal) e é considerado um fator de risco para o câncer gástrico Tratamento da infecção por H. pylori Bismuto coloidal Utilizado em esquemas com combinação no tratamento da infecção por H.pylori Farmacodinâmica Combinam com as glicoproteínas do muco e forma uma barreira que protege a úlcera contra a pepsina e o HCl Produz efeitos tóxicos sobre o bacilo impede sua aderência à mucosa ou inibe as enzimas proteolíticos Outras ações protetoras da mucosa: síntese de PGs e estimulação da secreção de HCO3- Fármacos que protegem a mucosa Sucralfato Consiste no complexo de Al(OH)3 e sacarose sulfatada que na presença de ácido libera alumínio, adquire carga - e liga-se a grupamentos + nas proteínas Farmacodinâmica Sofre intensa ligação cruzada, produzindo um gel viscoso e pegajoso Adere às células epiteliais e as úlceras durante até 6 h Inibe a hidrólise das proteínas da mucosa pela pepsina Estimula produção local de PGs Fármacos que protegem a mucosa Indicações clínicas É utilizado na profilaxia da gastrite induzida por estresse Tem sido utilizado em várias afecções associadas a inflamação/ulceração da mucosa que não respondem á supressão de ácido Mucosite oral e gastropatia do refluxo de bile Reações adversas Constipação Forma um camada viscosa no estômago Pode diminuir a absorção de outros fármacos Bezoar Carbenoloxona Derivado de um produto natural, encontrado na raiz da Glycyrrhiza glabra – alcaçuz Foi amplamente usada na Europa para o tratamento de úlceras gástricas Farmacodinâmica Restauração dos níveis de PGs por inibição das enzimas que promovem a degradação das PGs (15-hidroxi-dehidrogenase e Δ13-PG-redutase) Promove a produção de muco e HCO3- no estômago Fármacos que protegem a mucosa Efeitos adversos Limitam sua utilização Estudos in vitro demonstraram sua capacidade de inibir a enzima cortisona 5β-redutase e a 11β-hidroxiesteróide desidrogenase responsáveis pela regulação do metabolismo do cortisol e da aldosterona Hipopotassemia Hipertensão Misoprostol Análogo estável da PGE1. Farmacodinâmica Atua no receptor EP3 nas células parietais e inibe adenilciclase, assim o AMPc intracelular e a secreção de ácido gástrico Aumenta o fluxo sanguíneo e secreção de muco e de bicarbonato Fármacos que protegem a mucosa Reações adversas Dores abdominais (cólica) Diarréia Contra-indicado na gravidez visto que pode aumentar a contratibilidade uterina Novas alternativas : Antagonistas da gastrina Inibidores reversíveis da bomba de prótons (H+ , K+- ATPase gástrica) Rebamipida (Ásia) a produção de prostaglandinas na mucosa gástrica e remove as EROs êmese ou vômito Constitui uma valiosa resposta fisiológica à ingestão de uma substância tóxicas (álcool) Processo complexo que consiste na fases: Vômito Definição Consiste na expulsão abrupta do conteúdo gastrintestinal através do esôfago relaxado, associada a contrações sustentadas de diafragma e músculos abdominais, e o aumento da pressão intra-abdominal Vômito Os vômitos repetidos em jato podem indicar a estenose pilórica ou refluxo gastroesofágico Precedido de náusea Sensação de enjôo Pode ser acompanhado por ânsia de vômito contração repetida dos músculos abdominais, com ou sem expulsão do vômito O vômito acompanha-se de vários fenômenos autônomos como: Vômito A regulação neural central do vômito ocorre em duas unidades separadas no bulbo: Zona do gatilho dos quimiorreceptores (ZDQ) Centro do vômito (CV) Vômito Zona do gatilho Localizado na área postrema no soalho do IV ventrículo; A falta da BHE na área postrema parede posterior do IV ventrículo permite que a zona do gatilho seja prontamente acessível ao sangue e LCR A zona do gatilho constitui a principal local de ação dos medicamentos A zona do gatilho é dotada de numerosos receptores para serotonina 5-HT3 e dopamina (D2) Vômito NTS Apresenta vários receptores H1 , M, D2, CB 1 e 5-HT3 Localizado na porção posterior ou dorsal do bulbo Recebe fibras aferentes do pares cranianos (VII, IX e X) Relacionado ao nível de degustação controle das papilas linguais e secreção salivar Vômito Núcleos vestibulares Os núcleos vestibulares localizam-se no assoalho do IV ventrículo, na junção da ponte com a parte superior do bulbo Recebem fibras aferentes do VII par craniano Vômito Cinetose É uma forma de vertigem fisiológica normal provocada pela estimulação rítmica e repetida do sistema vestibular. Esse sistema é responsável por manter o equilíbrio através da detecção das acelerações angulares e lineares da cabeça. Os principais sintomas da cinetose são: Terror dos marinheiros recém embarcados Os principais neurotransmissores envolvidos no controle do vômito são: ACh, Histamina, 5HT e a Dopamina O CV é a via final comum dos estímulos que desencadeiam o vômito Algumas vezes é necessário estimular o vômito Método de esvaziamento gástrico Pacientes que ingeriram alguma substância tóxica ou superdosagem Xarope de ipeca Preparado a partir da ipecacuanha Atua diretamente na zona de gatilho, também é capaz de produzir irritação na mucosa gástrica Apomorfina Agonista dopaminérgico atua diretamente sobre a zona do gatilho Agentes eméticos emetina Quimioterapia Os quimioterápicos induzem o aparecimento de náuseas e vômitos Estimulam a liberação de serotonina em neurônios de centro do vômito, zona do gatilho e células cromafíns do TGI Agentes antieméticos Utilizados como coadjuvante na quimioterapia do câncer Meclizina, cinarizina, difenidramina Tratamentos eficazes no tratamento para cinetose e vômitos pós –operatório Atuam nos nervos aferentes vestibulares e no tronco cerebral Antagonistas dos receptores H1 Reações adversas 1° geração: Tontura Tinido Fadiga Tremores Nervosismo Perda da coordenação motora Antagonistas dos receptores H1 Hioscina (escopolamina) Mostra-se eficaz contra náuseas e vômitos de origem labiríntica e contra os vômitos causados por estímulos locais no estômago Farmacodinâmica São antagonistas competitivos da ligação da ACh nos receptores muscarínicos Antagonistas dos receptores muscarínicos Farmacocinética Forma de adesivo transdérmico Proporciona proteção por até 72 horas Efeitos adversos Boca seca Visão turva Taquicardia Retenção urinária Antagonistas dos receptores muscarínicos É o agente mais potente disponível para prevenção da cinetose, embora seja menos útil uma vez instalada a náusea Ondanstrona Protótipo do grupo Introduzido no início da década de 90 Farmacodinâmica Grande valor na prevenção e no tratamento dos vômitos causados por radioterapia em pacientes com câncer Atuam antagonizando o efeito da 5-HT3 em diversas estruturas envolvidas no vômito Antagonistas seletivos da 5-HT3 Farmacocinética Dose única diária São bem absorvidos pelo TGI Amplamente biotransformada no fígado pelas CYP1A2 e CYP3A4 Uso clínico Tratamento de náuseas induzidas por quimioterapia Hiperêmese gestacional Controle de náuseas pós-operatória Efeitos adversos Constipação Diarréia Tontura Antagonistas seletivos da 5-HT3 Antagonista dos receptores D2 Clopormazina, Tietilperazina e Proclorperazina Farmacodinâmica Atuam como antagonistas dos receptores D2 de dopamina na CTZ As fenotiazinas possuem um certo grau de ação bloqueadora ao nível dos receptores histamínicos e muscarínicos Metoclopramida e Domperidona Domperidona não penetra em qualquer grau na barreira hematoencefálica, é insenta de efeitos colaterais centrais Metoclopramida bloqueia os receptores de dopamina em outras partes do SNC, resultando em varias reações adversas Ambos os fármacos possuem ação procinética periférica motilidade do esôfago do estômago e do intestino Antagonista dos receptores D2 Benzodiazepínicos Efeitos sedativos, amnésicos e ansiolíticos São úteis para reduzir o componente antecipatório das náuseas e vômitos Farmacodinâmica Os BDZz aumentam a freqüência de abertura dos canais na presença de baixas concentrações de GABA. Farmacocinética BZDs são bem absorvidos v.o. Ligam fortemente á proteína plasmática Fração livre varia de 2 (diazepam) a 15% (clonazepam) Atravessa a barreira placentária Devido a alta solubilidade, BDZs alcançam o cérebro e tecidos adiposos Redistribuição Efeitos adversos Benzodiazepínicos Sonolência Ataxia Confusão mental Motilidade do TGI Introdução à motilidade do TGI O TGI está em constante atividade contrátil, absortiva e secretora Controle SNE Conjunto de nervos capaz de funcionar autonomamente separado do SNC Agentes que aumentam a motilidade Laxantes que aceleram a passagem do alimento através do intestino Antidiarréicos que diminuem a motilidade Fármacos que alteram a motilidade pelo TGI Consiste em aumentar a força contrátil e acelerar o trânsito intraluminal Atuam de modo aumentar o efeito da ACh ou a bloquear o efeito de dopamina Fármacos que aumentam a motilidade (prócinéticos) Metoclopramida Farmacodinâmica Estimula a motilidade gástrica, causando aceleração do esvaziamento gástrico Atua como agonista de 5-HT4 e antagonista dos receptores D2 Antagonistas dos receptores da dopamina Capacidade de melhorar as náuseas e vômitos que freqüentemente acompanha as síndromes de desmotilidade gastrintestinal Farmacocinética Rapidamente absorvida depois da administração oral T½ 4-6 horas Efeitos adversos Reações extrapiramidais Sintomas parkinsonianos Discinesia Antagonistas dos receptores da dopamina Fármacos que aumentam a motilidade (prócinéticos) Domperidona Farmacodinâmica Antagonistas dos receptores de dopamina (D2) esvaziamento gástrico e intensifica o peristaltismo duodenal Antagonistas dos receptores da dopamina (D2) Não atravessa facilmente a BHE Menos efeitos adversos extrapiramidais Fármacos que aumentam a motilidade (prócinéticos) Cisaprida Farmacodinâmica Agonista dos receptores de 5-HT4 e antagonista dos receptores de 5-HT3 Atua de modo a facilitar a liberação de ACh no plexo mioentérico Estimula a motilidade Agonistas dos receptores serotoninérgicos (5-HT4) Motilídeos Motilina Hormônio encontrado em células do TGI e enterocromafins do intestino delgado Potente agente contrátil do TGI Os macrolídeos apresentam atividade semelhantes a motilina Fármacos que aumentam a motilidade (prócinéticos) Laxantes, catárticos e tratamento contra constipação “ A meio caminho, submisso a sua última resistência, ele permitiu a seus intestinos aliviarem-se calmamente enquanto ele lia, lendo ainda resignado de que a leve constipação de ontem se fora. Espero que não seja tão grande para causar hemorroidas de novo. Não, só alívio. Assim está bem. Ah! Constipado em comprimido de cascara sagrada. A vida pode ser assim” (Joyce, 1922) Laxantes, catárticos e tratamento contra constipação Laxante “evacuação do material fecal formado no reto” Catártico “evacuação do material fecal não formado, geralmente na forma líquida” Fluxo de água e eletrólitos no TGI A quantidade de líquidos é o determinante principal do volume e da consistência das fezes Água constitui 70-85% da massa fecal total O teor final de líquidos nas fezes depende de um equilíbrio entre a quantidade que entra no lúmen e o volume que sai ao longo do TGI Fibras da dieta e suplementos Fibra Parte do alimento que resiste a digestão enzimática e chega ao intestino grosso praticamente inalterada A fermentação das fibras exerce efeitos Fibras da dieta e suplementos Formadores de bolo fecal Metilcelulose, Casca do Psilio Farmacodinâmica bolo fecal devido a retenção de água na luz intestinal peristaltismo Agente mais satisfatório, profilático e terapêutico é uma dieta rica em fibras Ação catártica devido a retenção de H2O mediada osmoticamente, que em seguida estimula a peristalse Não absorvida no intestino proximal Mantém um volume aumentado de líquido na luz do intestino (osmose) Resulta no volume anormal grande no cólon, podendo provocar diarréia Laxativos osmóticos Açucares e alcoóis indigeríveis Glicerina Farmacodinâmica Promovem aumento de água na luz intestinal. O aumento de fluido estimula os movimentos peristálticos e a evacuação Atua através de seu efeito osmótico para amolecer e lubrificar a passagem de fezes endurecidas Farmacocinética Supositório promovem a evacuação em 30 minutos Laxativos osmóticos Efeitos adversos Cólica Diarréia Flatulência Sede Laxativos osmóticos Docusato de sódio Surfactantes aniônicos que reduzem a tensão superficial das fezes com objetivo de facilitar a mistura das substâncias aquosas e gordurosas Produção de fezes com consistência mole Evacuação facilitada Óleo mineral Indigerível e absorvido em pequenas quantidades Quando tomado por 2 a 3 dias, penetra e amolece as fezes e pode interferir na absorção da água Emolientes fecais Laxantes estimulantes Exercem efeitos diretos nos enterócitos, neurônios intestinais e na musculatura lisa do TGI Bisacodil Farmacodinâmica Estimulam o acúmulo de água e eletrólitos na luz colônica peristaltismo (estimulação dos nervos entéricos) Podem inibir a Na+,K+-ATPase intestinal Ativação do fármaco depende da hidrólise por esterases existentes no intestino Farmacocinética Dose oral diária de 10-15 mg Efeitos iniciam após 6 horas da administração Excreção nas fezes Efeitos adversos Desconforto abdominal Cólicas Náusea e/ou vômito Podem lesar a mucosa e desencadear reação inflamatória Laxantes estimulantes Fármacos antidiarreicos Diarreia: Do grego “dia” (sem parar) e rheein (fluir ou escorrer) Eliminação freqüente de fezes líquidas Numerosas causas: Agentes infecciosos Toxinas Fármacos Desconforto e inconveniência até emergência médica A maioria dos casos de diarreia resulta de distúrbios do transporte intestinal de H2O e eletrólitos Diarreia Limite : > 200 g por dia 100 Pode ser provocada: da carga osmótica no interior do intestino motilidade intestinal, levando a um trânsito mais rápido secreção excessiva de água e eletrólitos na luz intestinal Diarreia Tratamento fundamental Tratamento da diarréia aguda grave Agentes antimotilidade Loperamida, Codeína Farmacodinâmica atividade propulsiva Contração dos esfíncteres pilórico e anal Agonista dos receptores µ dos neurônios entéricos aumentando assim o tempo de trânsito do conteúdo intestinal Antagonistas de receptores muscarínicos Fármacos antidiarreicos Agentes adsorventes Farmacodinâmica Podem atuar ao adsorver microrganismo ou toxinas Alteram a microbiota intestinal Reveste e protege a mucosa intestinal Fármacos antidiarreicos Síndrome do Cólon irritável Afeta 15% da população dos EUA Doença não fatal mais desafiadora encontrada pelos gastroenterologistas Pacientes queixam de vários sintomas Síndrome do Cólon irritável Fisiopatologia Resulta da combinação de anormalidades das funções sensoriais e motoras viscerais Podem ser evidenciadas por constipação ou diarreia Caráter multifatorial Distúrbio de motilidade Farmacoterapêutica O tratamento deve abordar as 3 perturbações importantes Farmacoterapêutica Anticolinérgicos Antagonistas dos receptores muscarínicos Alcalóides da beladona de ocorrência natural Escopolamina Derivados semissintéticos Derivados de amônio quaternário brometo de metilescoplolamina Compostos sintéticos de amônio quaternário glicopirrolato Menos efeitos adversos neurológicos 110 São antagonistas competitivos da ligação da ACh nos receptores muscarínicos Diciclomina Administrada em dose inicial de 20 mg/kg pela v.o a cada 6 horas Glicopirrolato Administrado na forma de comprimido de liberação imediata 1-2 mg 3 x ao dia Efeitos adversos Anticolinérgicos Antagonistas dos receptores muscarínicos Reduzem a contratibilidade do TGI com diminuição do trânsito colônico e aumento da absorção dos líquidos Alossetrona 1° fármaco deste grupo aprovado para o tratamento da SCI É rapidamente absorvida pelo TGI e a duração de sua ação é de 10 horas Antagonistas dos receptores da serotonia - 5HT3 Farmacoterapêutica Antidepressivos tricíclicos Nortriptilina Doses menores para o tratamento da dor visceral crônica Reduz a ansiedade e normaliza o sono Obrigado !!!! guilherme.petito@hotmail.com
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