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Aula Demonstrativa - A atividade empresarial. Empresário individual. Curso de Direito Empresarial p/ ICMS-DF Professor: Wangney Ilco Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 2 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Olá pessoal! Tudo beleza? Sejam bem-vindos ao nosso Curso de Direito Empresarial para o cargo de Auditor Fiscal do Distrito Federal (ICMS-DF) Ainda não temos edital lançado. Mas, o concurso já foi autorizado! Assim, precisamos nos preparar com antecedência e qualidade. Pois bem, primeiramente, vou me apresentar: Meu nome é Wangney Ilco. Sou ex-aluno do Colégio Naval (ingresso em 1997) e Escola Naval (ingresso em 2000). Bacharel em Ciências Navais pela Escola Naval com especialidade em Sistemas (2004). Após alguns anos como Oficial da Marinha, decidi deixar a vida militar e ingressei nesta doce vida de “concurseiro”. O foco era a área fiscal, mais especificamente o fisco do Estado do Rio de Janeiro. Nos dois primeiros certames (2008) não fui feliz devido a alguns problemas pessoais. Porém, já no ano seguinte, após alguns meses sem estudar, retornei com muita força já com edital na praça. Fiz alguns ajustes. Foram 45 dias de dedicação total e foco máximo. Resumos, gráficos, esquemas, mapas- mentais foram utilizados para aproveitar o tempo com a máxima eficiência. E deu certo! Obtive a tão sonhada aprovação: Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Cargo que exerço atualmente! Assim, desde final de 2009, troquei de lado e venho participando intensamente na preparação dos alunos para diversos concursos (ICMS, ISS, AFT, AFRFB, CGU), sempre em Direito Empresarial e, mais recentemente, em Direito Civil (confira meus cursos de civil AQUI). Por fim, estou cursando Direito na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Portanto, meus caros, já tenho certa experiência em contribuir com a aprovação de alunos em concursos públicos na disciplina de Direito Empresarial. A última prova de empresarial do ICMS-DF foi em 2001, portanto, há bastante tempo. A banca organizadora daquele certame foi a FCC. Em 2010, chegou a ser publicado um edital cuja banca seria a UNIVERSA. Mas o concurso foi cancelado, infelizmente!!! APRESENTAÇÃO Histórico e análise das provas anteriores Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 3 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Assim, pessoal, não podemos ter como parâmetro de estudos o último concurso, tendo em vista que foi realizado há muito tempo. Além disso, a banca ainda não foi definida. Porém, o que sabemos é que Direito Empresarial foi uma das disciplinas cobradas no concurso de 2001 e havia a sua previsão no concurso cancelado de 2010. Portanto, adotaremos os padrões cobrados nos últimos concursos da área fiscal, ok? Assim, estaremos preparados para o que der e vier!!! Eis o programa que abordaremos neste curso, conforme o último edital do ICMS-DF e demais concursos recentes da área fiscal: AULA ASSUNTO 00 Teoria da empresa. Atividades econômicas civis: cooperativas e profissional intelectual. Empresário Individual. EIRELI. 01 Atos do registro de empresa. Empresário irregular. Estabelecimento empresarial. Nome empresarial. Prepostos. 02 Teoria Geral do Direito Societário: conceito de sociedade empresária. Personalização da sociedade empresária. Classificação das sociedades empresárias. Constituição das sociedades contratuais: natureza do ato constitutivo da sociedade contratual; requisitos de validade do contrato social; cláusulas contratuais; forma do contrato social; alteração do contrato social. 03 Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar nº 123/06). Sociedade limitada: responsabilidade dos sócios, deliberação dos sócios; administração; conselho fiscal. Dissolução da sociedade contratual: espécies e causas de dissolução total e parcial; 04 Sociedades por ações: características gerais da sociedade anônima; classificação, constituição; valores mobiliários; ações; capital social; órgãos sociais; administração da sociedade; poder de controle; lucros, reservas e dividendos; dissolução e liquidação; transformação, incorporação e fusão; sociedade de economia mista; sociedade em comandita por ações. 05 Teoria Geral do Direito Cambiário. 06 Nota promissória. Cheque. Duplicata. Cédula de crédito bancário. 07 Falência. 08 Recuperação judicial e extrajudicial. 09 Resumão *Confira o cronograma de liberação das aulas no site do Exponencial Concursos, na página do curso. Saindo o edital, atualizaremos o curso. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 4 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Neste curso, teremos cerca de 400 questões totalmente comentadas. Como ainda não temos a definição da banca, as questões serão das mais diversas bancas: FCC, FGV, ESAF e outras. Acho importante treinarmos para qualquer tipo de questão quando ainda não tivermos definição de banca. Então, quando a banca for definida, é o momento de direcionarmos os estudos. Mas para direcionar, antes é preciso adquirir uma base na disicplina. Não adianta “colocar a carroça na frente dos bois”, sob pena de perdermos mais tempo que o necessário, ok? Por fim, não deixem de usar e abusar de nosso fórum tira-dúvidas. É uma ferramenta importante onde a interação com os alunos é maior. Além disso, como DICA DE ESTUDOS, utilizem nosso SISTEMA DE QUESTÕES e SIMULADOS para uma eficiência maior nos estudos. E, para mais informações sobre nossa disciplina, acessem minha página no Exponencial Concursos (AQUI) e Facebook: Wangney. Pois bem, vamos ao que interessa! Antes, porém, tenho o hábito de deixar sempre uma frase motivacional no início das aulas, ok? “O sucesso é a soma de pequenos esforços – repetidos dia sim, e no outro dia também.” (Robert Collier) Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om partil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 5 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 - Direito Comercial ......................................................................... 6 1.1 - Origem e evolução histórica ............................................................................................... 6 1.2 - Definição e autonomia ....................................................................................................... 8 1.3 - Fontes ................................................................................................................................. 9 1.4 - Características .................................................................................................................... 9 2 - A atividade empresarial ............................................................. 10 2.1 - Teoria dos atos de comércio ............................................................................................ 10 2.2 - Teoria da Empresa ............................................................................................................ 11 2.2.1 - Atributos da Teoria da Empresa ............................................................................... 12 2.3 - A empresa ........................................................................................................................ 13 2.4 - O empresário .................................................................................................................... 14 2.5 - Exceções à Teoria da Empresa ......................................................................................... 16 2.6 - Empresário Individual....................................................................................................... 17 2.7 - Requisitos e impedimentos para o exercício da atividade empresarial .......................... 18 2.7.1 - Capacidade Civil do Empresário Individual .............................................................. 19 2.7.2 - Capacidade Civil da Sociedade Empresária - sócio................................................... 20 2.7.3 - Impedimentos: Empresário Individual ..................................................................... 22 2.7.4 - Empresário casado ................................................................................................... 23 3 - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI ...... 25 4 - Questões Comentadas ............................................................... 30 5 - Lista de Exercícios ..................................................................... 66 6 - Gabarito .................................................................................... 82 Aula 00 – Teoria da empresa. Atividades econômicas civis: cooperativas e profissional intelectual. Empresário Individual. EIRELI. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 6 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 1 - Direito Comercial Bem, pessoal, o nosso primeiro tópico diz respeito à origem e evolução do Direito Comercial. É uma parte de nossa disciplina que, embora tenha a sua relevância para fins didáticos, não é muito cobrada em provas de concurso público. Na maioria das vezes nem consta no edital. Então, normalmente, esta parte evolutiva de nossa disciplina, costumamos “passar batido” mesmo; afinal de contas, por que abordar um tema que não consta nos editais e não é cobrado em provas? Lembrem-se de nossa objetividade, ok? No entanto, devemos nos precaver, certo? Mesmo porque esta parte já foi cobrada em prova. Então, vamos lá! 1.1 - Origem e evolução histórica A evolução do Direito Comercial está diretamente ligada à história do comércio. No início, apesar da existência do comércio por meio de trocas de mercadorias entre as famílias e, posteriormente, pelas relações comerciais marítimas, não se pode dizer que já existia o Direito Comercial. Os usos e costumes, aliados a alguns simples contratos, regulavam o comércio nas cidades antigas. Então, segundo Frans Martins, “Não se pode, com segurança, dizer que houve um Direito Comercial na mais remota antiguidade”, referindo- se aos fenícios e gregos. Já no período do Império Romano, o exercício do comércio era restrito aos escravos, pois não seria uma prática digna aos cidadãos romanos. Assim, apesar de existirem algumas regras e institutos que regulavam o comércio na época, o Direito Comercial ainda não havia ganhado autonomia. Com fundamento nas obrigações e nos contratos do Direito Romano, já na Idade Média, é que o Direito Comercial surge e ganha autonomia frente ao Direito Civil, para regular o intenso comércio marítimo na região do Mar Mediterrâneo. Cidades se tornaram importantes centros comerciais, em especial na Itália. Mercados surgiram e feiras eram realizadas. Nesse cenário, houve a necessidade de criar regras para harmonizar as relações comerciais e os mercadores e artesões se organizaram em corporações de ofício. Nelas, havia os juízes consulares, eleitos para dirimir os conflitos internos, inclusive com a atribuição de impor penalidades, com base nos usos e costumes. Portanto, embora haja certa controvérsia, a maioria da doutrina entende que o Direito Comercial tenha surgido aí, nessa fase corporativista e subjetivista, pois era destinado aos membros das corporações num primeiro momento, mas que extrapolou o seu âmbito, alcançando todos os indivíduos que praticassem atos comerciais. Então, dada essa abrangência além das corporações, bem como o surgimento de alguns institutos do Direito Comercial, como títulos de crédito, Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 7 de 82 www.exponencialconcursos.com.br tem-se a fase objetiva e o surgimento da chamada Teoria dos Atos de Comércio. Assim, o Direito Comercial passou a regular objetivamente qualquer indivíduo que praticasse ato próprio de comércio, ou seja, não estava mais restrito aos membros das corporações. Estatutos e Códigos foram criados para consolidar as normas e práticas comerciais. No entanto, ainda não havia um importante documento regulatório das relações comerciais imposto pelo Estado. Até que em 1673, na França, temos o chamado Código de Savary que tratava do comércio terrestre e, em 1681, temos a Ordenança da Marinha, regulando diversos contratos marítimos, que serviram de base para o primeiro Código Comercial em 1807, promulgado por Napoleão. Este Código Comercial Francês influenciou diversos códigos pelo mundo afora, dentre eles o Código Comercial Brasileiro de 1850. Por fim,nessa linha de evolução do Direito Comercial, atualmente, temos a chamada Teoria da Empresa, que é o objeto do nosso curso. Portanto, podemos observar que o atual nome de nossa disciplina – Direito Empresarial – é devido a teoria da empresa que rege o regime jurídico- empresarial. Mais adiante, falaremos mais detalhadamente da passagem da Teoria dos Atos de Comércio para a Teoria da Empresa, ok? Por ora, pessoal, tenham em mente essas 3 fases de evolução de nossa disciplina: corporações de ofício (subjetivismo), teoria dos atos de comércio (objetivismo) e teoria da empresa (subjetivismo moderno). Obs.: As duas denominações de nossa disciplina (comercial e empresarial) são aceitas por nossa doutrina. “Comercial” é a denominação mais antiga e tradicional; “empresarial” é a moderna, a partir do Código Civil de 2002. Neste curso, adotaremos Direito Empresarial, ok? 1. (CESPE/Delegado da PF/2013) Apesar de os gregos e os fenícios serem historicamente associados a atividades de compra e troca, o surgimento do direito comercial de forma organizada corresponde à ascensão da classe burguesa na Idade Média. À medida que artesãos e comerciantes europeus se reuniam em corporações de ofícios, surgiam normas destinadas a disciplinar os usos e costumes comerciais da época. Comentários Correta. Esta questão menciona exatamente a evolução histórica do Direito Empresarial e suas fases. De fato, é na Idade Média que surge o Direito Comercial de forma organizada e relacionado às corporações de ofícios. Tais corporações eram formadas por mercadores e artesãos. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 8 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, pessoal, em resumo acerca do surgimento do Direito Comercial: Idade Média 1.2 - Definição e autonomia O Direito pode ser dividido didaticamente em dois grandes ramos: direito público e direito privado. Deste modo, o Direito Empresarial é o ramo do direito privado que regula e disciplina o empresário e os atos de empresa, possuindo regras, métodos e princípios próprios. Portanto, podemos perceber que o Direito Empresarial é autônomo em relação aos demais ramos do Direito, principalmente em relação ao Direito Civil, que também faz parte do direito privado. As razões dessa autonomia são as seguintes: 1 – A nossa Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, inciso I, separa o Direito Civil do Comercial: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;”. 2 – Apesar de terem pontos em comum, como os aspectos gerais dos contratos e das obrigações, o Civil não se confunde com o Comercial, que possui normas e princípios próprios que objetivam as relações comerciais ou empresariais. Há diversas normas comerciais dispersas por nosso ordenamento jurídico, além da matéria presente no Código Civil. Logo, o Direito Empresarial é autônomo! •Surgimento e autonomia do Direito Comercial. •Corporações de ofício. Fase corporativista e subjetivista •Teoria dos atos de comércio. Fase objetiva •Teoria da Empresa. Fase subjetivista moderna Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 9 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 1.3 - Fontes Então, quais seriam as fontes de estudo do Direito Empresarial? Onde encontraremos as normas e dispositivos para estudarmos para a nossa prova? FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL - Código Civil 2002: principal - Lei de Falências Fonte Primária ou direta - Legislação dos títulos de crédito - Legislação dos contratos mercantis - etc. Secundária ou indireta doutrina, jurisprudência, dos tratados e convenções internacionais, dos usos e costumes (Art. 4º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro). Então, essas serão as nossas fontes de estudo no presente curso, beleza? 1.4 - Características Vejamos quais as características do Direito Empresarial que o diferenciam dos outros ramos do Direito: Características Simplicidade na solução das relações comerciais, devido à necessidade econômica e comercial. Internacionalidade como tendência comercial (Lei cambial e convenções). O Dir. Civil é nacional. Rapidez e dinamicidade ao simplificar as formalidades do Dir. Comercial. Questões probatórias com mais rapidez. Elasticidade - renovação constante das práticas comerciais trazidas para o Dir. Comercial. Aspectos renovadores e dinâmicos. Onerosidade, pois objetiva o lucro. Atividade mercantil pressupõe-se não gratuita. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 10 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 2 - A atividade empresarial Antes de estudarmos a atividade empresarial e a chamada teoria da empresa, na qual atualmente baseia-se a nossa disciplina, necessitamos compreender a própria evolução de nossa disciplina. Assim, iniciemos pelo estudo da teoria dos atos de comércio. 2.1 - Teoria dos atos de comércio Antes das normas contidas no Código Civil de 2002, o Direito Comercial era regido pelo Código Comercial de 1850, que era baseado no Código Francês e dividia-se em três partes: CÓDIGO COMERCIAL DE 1850 1ª PARTE Atos de Comércio Revogada pelo Código Civil de 2002 2ª PARTE Direito Marítimo Ainda em vigor 3ª PARTE Direito Falimentar Não estava mais em vigor desde a antiga lei de falências (DL 7.661/45). Em vigor a nova Lei de Falências (Lei 11.101/05) Então: Código Comercial de 1850 regia as sociedades comerciais. Código Civil 1916 regia as sociedades civis. Bem, a chamada TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO era o pilar daquele Código Comercial. Por esta teoria, o que importava era o objeto da atividade comercial. Ou seja, a partir do objeto ou gênero da atividade comercial exercida foi elaborada uma enumeração das atividades como forma de enquadrar a atividade no âmbito do Direito Comercial. Era uma forma bem objetiva e direta de classificar as atividades no regime jurídico comercial. A teoria dos atos de comércio era caracterizada por três ATRIBUTOS: Habitualidade: com que a atividade é exercida; Lucro:como objetivo da atividade; Intermediação: comprar para vender. Porém, com a evolução das relações comerciais foi surgindo a necessidade de atualizar o ordenamento jurídico tendo em vista a situação TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO – forma objetiva de enquadrar as atividades no regime jurídico comercial. O que importava era o objeto da atividade em si. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 11 de 82 www.exponencialconcursos.com.br real e atual das relações comerciais, já que algumas atividades importantes, como a prestação de serviços e a atividade imobiliária, estavam fora da disciplina comercial. Então, a jurisprudência passou a adotar o entendimento de que a teoria dos atos de comércio não deveria mais vigorar. Nessa linha, depois de vários anos de discussões e debates, o Novo Código Civil de 2002 foi aprovado, revogando a primeira parte do Código Comercial de 1850 que tratava dos atos de comércio e adotando a TEORIA DA EMPRESA, por influência do direito italiano. Vejamos uma questão cobrada em prova sobre o tema: 2. (FCC/OAB-SP/2006) O Código Comercial, sancionado em 1850, a) foi totalmente revogado. b) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem os contratos e obrigações mercantis e o comércio marítimo. c) não foi revogado. d) foi parcialmente revogado, mantendo-se vigentes apenas os dispositivos que regem o comércio marítimo. Comentários Letra “d”. Viram como a questão ficou fácil após estudarmos o assunto? Embora possa parecer banal determinado ponto da matéria, há sempre a possibilidade de cair em prova. É justamente este o nosso trabalho: direcionar o caro aluno a marcar a alternativa correta, de forma objetiva. Pois bem, como vimos acima, a única alternativa correta é a letra d). Só está em vigor a 2ª parte, que trata do Direito Marítimo. 2.2 - Teoria da Empresa Então, o Código Civil de 2002 entrou em vigor e adotou a TEORIA DA EMPRESA sob a influência do direito italiano como fundamento para o regime jurídico comercial. Este será o nosso grande foco nas primeiras aulas do curso! Prosseguindo... Mas o que vem a ser de fato a TEORIA DA EMPRESA? Bem, por meio desta teoria, passou-se a priorizar o desenvolvimento da atividade em detrimento do ato de comércio, do objeto em si. Portanto, a teoria da empresa e o Novo Código Civil priorizam a FORMA como é exercida e/ou desenvolvida a atividade empresarial. Deste modo, a teoria da empresa nos revela alguns atributos que devem ser observados para que determinada atividade seja considerada como Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 12 de 82 www.exponencialconcursos.com.br atividade empresarial. São eles: profissionalismo, atividade econômica e organização. 2.2.1 - Atributos da Teoria da Empresa PROFISSIONALISMO: atividade exercida de forma habitual e profissional. ATIVIDADE ECONÔMICA: objetiva o lucro. Esta é característica intrínseca daquele que assume os riscos da atividade econômica. ORGANIZAÇÃO: este é o principal atributo que uma atividade econômica exercida de forma profissional deve possuir para se enquadrar como uma atividade empresarial. Diz respeito à organização dos FATORES DE PRODUÇÃO: capital, mão de obra, matéria-prima e tecnologia. Portanto, além de objetivar o lucro e agir com profissionalismo, a atividade empresarial deve ser organizada. Vejamos algumas distinções entre as duas teorias: Pois bem, de forma geral, podemos concluir que a atividade empresarial pode ser entendida como um mecanismo que faz circular os fatores de produção: capital, insumo, mão-de-obra e tecnologia, almejando a obtenção de riquezas e o desenvolvimento econômico. 3. (ESAF/ADVOGADO IRB/2004) A recepção do instituto empresa pelo Código Civil resultará em: Teoria da Empresa Profissionalismo Atividade econômica Organização (fatores de produção) O que importa é a forma como o objeto da atividade é exercido Teoria dos atos de comércio Habitualidade Lucro Intermediação O que importa é o objeto da atividade em si Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 13 de 82 www.exponencialconcursos.com.br a) retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação na circulação de mercadorias. b) realçar a ideia de atividade sobre a de ato. c) incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. d) extremar atividades empresariais e não empresariais. e) criar novo sistema de análise da atividade econômica. Comentários b) Correta. É a nossa resposta. A forma como a atividade econômica está sendo exercida é o que importa atualmente. Portanto, a atividade econômica em si se sobrepõe à ideia de enumeração das atividades conforme o seu objeto (ato de comércio). a) A teoria dos atos de comércio faz parte do passado. A teoria que rege atualmente a atividade empresarial é a teoria da empresa. Incorreta. c) De certo modo está correta, já que atualmente o D. Comercial PODERÁ abranger outras profissões que não eram regidas pela teoria dos atos de comércio. No entanto, é a forma como a atividade econômica é exercida que prevalece e que vai determinar a sujeição ou não ao regime jurídico comercial. Assim, a alternativa b) prevalece e está “mais correta”. Há questões onde devemos assinalar a alternativa mais correta, ok? d) Incorreta, pois mesmo antes da teoria da empresa já havia a divisão entre as atividades comerciais e as civis. Hoje, melhor seria dizer: atividades empresariais (ou típicas de empresa) e atividades não empresariais. e) Não há lógica em sua afirmativa. Incorreta. 2.3 - A empresa A Teoria da Empresa foi adotada pelo Novo Código Civil de 2002, no entanto, NÃO há um conceito jurídico de empresa. Temos, porém, o conceito econômico, pelo qual a empresa seria a união dos fatores de produção por um indivíduo (o empresário) visando à obtenção de um produto ou a prestação de um serviço. Esta definição é aquela que possuímos e retiramos de nosso cotidiano econômico, através da observação da sociedade e da dinâmica comercial que nos cerca. Por conta disso, foi criada a teoria dos Perfis de Empresa (Prof. Asquini) parao entendimento do instituto EMPRESA. Esta é a teoria mais aceita e aborda a empresa como fenômeno poliédrico a partir de quatro perfis: Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 14 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Perfil Subjetivo A empresa está relacionada ao indivíduo que exerce de forma organizada e profissional uma atividade econômica objetivando a produção ou circulação de bens ou de serviços. O EMPRESÁRIO é o sujeito de direito, pois é ele quem exerce a atividade empresarial. Perfil Funcional A empresa está relacionada à ATIVIDADE EMPRESARIAL em si, direcionada a um determinado fim produtivo, que é gerar riquezas. Perfil Objetivo ou patrimonial A empresa está relacionada ao ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL, considerando os bens patrimoniais da empresa como resultado do fator econômico. Perfil Corporativo ou institucional A empresa relacionada ao grupo organizacional formado pelo empresário e seus colaboradores. Este perfil está superado, pois não tem correspondência na realidade atual. Deste modo, podemos definir EMPRESA como sendo: Obs.: Teoria dos feixes de contratos: formulada pelo economista britânico Ronald Coase, a teoria dos feixes de contratos define a empresa sob a ótica econômica. Então, a empresa seria um feixe de contratos com o objetivo de organizar a atividade econômica (fatores de produção) e de reduzir os custos de transação. Isso significa dizer que os mais diversos tipos de contratos são firmados de modo a viabilizar a produção de bens e serviços ao mercado, de maneira organizada e menos custosa. Esta teoria se aproxima do perfil institucional de Asquini. 2.4 - O empresário Então, não há uma definição jurídica de empresa. Com a positivação da teoria da empresa pelo Código Civil de 2002, temos SOMENTE a definição de EMPRESÁRIO, conforme a perfil subjetivo de Asquini. Esta definição é uma das mais importantes no D. Empresarial. Vejamos: A ATIVIDADE econômica ORGANIZADA para a produção ou a circulação de bens ou serviços, exercida de forma PROFISSIONAL pelo EMPRESÁRIO. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 15 de 82 www.exponencialconcursos.com.br DEFINIÇÃO DE EMPRESÁRIO Destaca-se que a “produção ou circulação de bens ou serviços”, representa uma maior amplitude em relação ao campo de incidência da antiga teoria dos atos de comércio. Agora, qualquer atividade poderá ser considerada empresária, desde que possua as demais características e requisitos da Teoria da Empresa. Desta forma, consegue-se definir empresário - a pessoa (física ou jurídica) que exerce a atividade típica de empresa. Assim, temos a seguinte esquematização: Então, até o momento podemos distinguir perfeitamente os seguintes conceitos: Empresário Profissionalismo Estabilidade e habitualidade Atividade econômica LUCRO - atividades sem fins lucrativos não são empresárias Organização Dos fatores de produção Produção ou circulação de bens ou serviços Qualquer atividade pode ser empresária Art. 966 do CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL EMPRESÁRIO EMPRESA Atividade Empresarial Sujeito que exerce a atividade Complexo de bens Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 16 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 2.5 - Exceções à Teoria da Empresa Então meus amigos, a regra geral para a caracterização da atividade econômica como empresarial é dada acima, nos termos do art. 966 do CC visto no tópico anterior. Porém, a esta regra temos as seguintes exceções: Em suma, a cooperativa jamais poderá ser considerada uma atividade empresarial; o profissional liberal (intelectual) em regra não exerce a atividade empresarial (só se constituir elemento de empresa). Então, estas são consideradas atividades econômicas civis, ok? Mas o que significa elemento de empresa? Essa expressão deve ser compreendida sob um enfoque econômico, pelo qual as atividades (intelectual, de natureza científica, literária ou artística) são exercidas observando a organização dos fatores de produção: Capital, Mão-de-obra, Insumos (ou matéria-prima) e Tecnologia. Assim, essa estrutura de produção deve ser exercida de forma organizada e profissional, para que seja considerada uma atividade empresarial. Observação: A sociedade pode ser empresária ou simples; a sociedade simples, obviamente, não exerce a atividade empresarial. No mais, a sociedade será tema de aula futura, ok? Exceções à Teoria da Empresa PROFISSIONAL INTELECTUAL Natureza científica, artística ou literária – não é empresário. Considera-se empresário EXCETO SE a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida (Aí constitui Elemento de empresa) ATIVIDADE RURAL O indivíduo (ou sociedade) tem a OPÇÃO de ser empresário SOCIEDADES COOPERATIVAS São sempre sociedades simples. Independente da forma com que a atividade é exercida §único, art. 966, CC Art. 971 e 984, CC §único, art. 982, CC Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 17 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 4. (COPS-UEL/ICMS-PR/2012) Sobre o Direito de Empresa, previsto no Código Civil, considere as afirmativas a seguir. I. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços ou quem exerce profissão intelectual, denatureza científica, literária ou artística. Comentários Incorreta. O examinador faz um jogo de palavras nesta afirmativa em relação à definição legal de empresário, de acordo com o art. 966 do Código Civil. Aí também está positivada a Teoria da Empresa. Bem, a primeira parte desta afirmativa está literal ao caput do art. 966. Está perfeita, tranquila! A segunda parte da afirmativa aborda o chamado profissional liberal. Aquele que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Como estudamos, em regra o profissional liberal não é considerado empresário, conforme o parágrafo único do art. 966. No entanto, caso a atividade exercida pelo profissional liberal apresente elemento de empresa, ele será considerado empresário e estará sujeito ao regime jurídico empresarial. Então, como o examinador não menciona tal requisito para o profissional liberal ser considerado empresário, esta afirmativa está incorreta, ok? 2.6 - Empresário Individual Pois bem, como sabemos, o titular da atividade econômica é o empresário. O empresário é o sujeito de direito, apto a adquirir direitos e contrair obrigações, podendo ser tanto uma pessoa física na condição de empresário individual, quanto uma pessoa jurídica na condição de sociedade empresária. Em termos gerais a atividade empresarial é exercida conforme a esquematização acima. Assim, o empresário individual é uma pessoa física que exerce a atividade empresarial, que na prática, compreende atividades econômicas de pouco capital/investimentos: artesanatos, mercearias, ATIVIDADE EMPRESARIAL Empresário Individual Pessoa Física Sociedade Empresária Pessoa Jurídica Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 18 de 82 www.exponencialconcursos.com.br padarias, etc. Inclusive, PODERÁ se enquadrar como Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP) e Microempreendedor Individual (MEI). Ainda, PODE optar pela nova forma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI. Porém, o ponto mais importante acerca do EMPRESÁRIO INDIVIDUAL é com relação a sua responsabilidade pelas obrigações e dívidas decorrentes da sua atividade. Deste modo, a RESPONSABILIDADE do empresário individual é ILIMITADA e DIRETA, pois ele NÃO possui personalidade jurídica e, por consequência, os BENS da pessoa física e do empresário individual são os MESMOS, se confundem. Neste caso, ele responde com seus próprios bens (ilimitadamente) para saldar as dívidas surgidas no curso da atividade empresarial. Quando à SOCIEDADE EMPRESÁRIA, ela é formada por um grupo de pessoas (sócios) que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade típica de empresa e a partilha, entre si, dos resultados (art. 981 e 982, CC). Este é o conceito de sociedade empresária e, no momento, é o que basta sabermos para prosseguirmos com a matéria. Obs.: Apesar de não possuir personalidade jurídica, o empresário individual é obrigado a se registrar no Registro Público das Empresas Mercantis (RPEM) e ao uso da inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas). 2.7 - Requisitos e impedimentos para o exercício da atividade empresarial Bem, os primeiros requisitos para o exercício da empresa são aqueles que a caracterizam como tal, e que já comentamos na Teoria da Empresa. Relembremos: Tendo em vista a teoria da empresa, considera-se empresário aquele que: COM Profissionalismo – habitualidade no exercício da atividade econômica; EXERCE A Atividade econômica – objetivo de auferir lucros; DE FORMA Organizada – principal requisito. Organização dos fatores de produção; PARA A Produção ou a circulação de bens ou de serviços – objetivo de satisfazer as necessidades do mercado exercendo qualquer tipo de atividade econômica. Além desses requisitos que devem ser cumpridos para caracterizar o empresário e a atividade empresária, ainda devem ser observados os casos de capacidade e impedimento, nos termos do art. 972, do CC. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 19 de 82 www.exponencialconcursos.com.br “Art. 972 do CC. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.” 2.7.1 - Capacidade Civil do Empresário Individual O empresário individual necessita estar CIVILMENTE CAPAZ para exercer a atividade empresarial. Esta capacidade civil é exatamente aquela prevista no Direito Civil: artigos 3º e 4º do CC (apesar de saber que o caro leitor (a) possui a lei seca ao seu lado enquanto estuda este curso, no intuito de facilitar e relembrar a disciplina civil, apresento a seguinte esquematização): Absolutamente Incapaz Relativamente Incapaz Idade Menor de 16 anos 16 a 18 anos Pessoas Ébrios habituais, viciados em tóxicos, pródigos, aquele que não puder exprimir sua vontade (por causa transitória ou permanente). Obs.: O quadro acima está conforme a nova redação dos arts. 3º e 4º do CC, dada pela Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Observemos que não há mais hipóteses de uma pessoa maior de idade ser considerada absolutamente incapaz. O objetivo de tais mudanças é promover a inclusão social e cidadania às pessoas com deficiência. No entanto, a esta necessidade de plenitude na capacidade civil para o exercício da atividade empresarial, temos duas situações de exceções, conforme esquema abaixo: Empresário Individual Deve ter capacidade civil EXCEÇÕES Mediante Autorização Judicial após análise das circunstâncias e riscos 1ª-Em favor do incapaz no caso de sucessão da empresa por causa mortis. 2ª-Pela incapacidade superveniente do empresário. O INCAPAZ é representado ou assistido Regra Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 20 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Pessoal, percebam que há sempre um fato novo que culmina no exercício da atividade empresarial por agente incapaz. Isso quer dizer que o incapaz NÃO poderá iniciar ou constituir uma empresa como empresário individual; nos casos acima ocorre a continuidade da atividade empresarial já exercida.Assim, o Código Civil observa o princípio da preservação da atividade típica de empresa incentivando o desenvolvimento e continuidade da atividade econômica. Ressalta-se que os bens particulares (aqueles estranhos à empresa) que o incapaz possuía quando ainda era capaz ou antes da sucessão NÃO estão sujeitos ao resultado da empresa, ou seja, não respondem pelas obrigações oriundas da atividade empresarial. Portanto, acerca desses bens, ocorre a separação patrimonial entre os bens da empresa e os bens do empresário individual (incapaz). 5. (FCC/Auditor-Substituto de Conselheiro-TCM-RJ/ 2015) O relativamente incapaz, desde que devidamente assistido, poderá continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, vedada tal possibilidade ao absolutamente incapaz, ainda que por meio de representante. Comentários Incorreta. Como podemos observar, esta assertiva está incorreta pois tanto o relativamente incapaz, quanto o absolutamente incapaz, podem continuar a empresa, desde que devidamente assistidos ou representados (art. 974, caput, CC). 2.7.2 - Capacidade Civil da Sociedade Empresária - sócio Bem, e quanto à capacidade civil daquele que é sócio de sociedade empresária? Como proceder? Tratando deste tema, em 2011 foi publicada a Lei nº 12.399/2011 que acrescentou o §3º ao Art. 974 do Código Civil. Vejamos os pressupostos que devem ser atendidos CUMULATIVAMENTE para a pessoa incapaz ser sócio da sociedade empresária: Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 21 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, vale ressaltar, ainda, que a prova de emancipação do menor e a autorização do incapaz devem ser registradas no Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial). Vejamos a seguinte questão: 6. (COPS-UEL/Procurador do Estado-PR/2011) Sobre o regime jurídico do empresário no Código Civil de 2002, assinale a alternativa correta: IV – o Registro Público de Empresas Mercantis deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio absolutamente incapaz, desde que o capital social da sociedade esteja totalmente integralizado e que, o incapaz, devidamente representado, não exerça administração da sociedade. Comentários Correta. O examinador cobrou exatamente o que consta no esquema acima, que acabamos de estudar. Portanto, está correta conforme o art. 974, §3º do CC. Art. 974, §3º. O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado; III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. Atendidos os pressupostos REGISTRAR o contrato e suas alterações na JUNTA COMERCIAL O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; O capital social deve estar totalmente integralizado; O sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 22 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 2.7.3 - Impedimentos: Empresário Individual Bem, pessoal, o empresário individual além de ter que possuir o pleno gozo da capacidade civil, precisa não estar legalmente impedido para exercer a atividade empresarial, ou seja, embora o indivíduo seja civilmente capaz, a lei poderá impedi-lo. Assim, por exemplo, está impedido legalmente o servidor público federal (Art. 117, X, lei 8.112/90), o militar (Art. 29, lei 6.880/93), membro do ministério público (Art. 44, III, lei 8.625/1993), etc. Portanto, o impedimento legal para o exercício da atividade empresária é consignado em leis específicas, beleza? Outra coisa: o impedimento legal é com relação ao empresário individual, ou seja, nada impede que um servidor público federal, por exemplo, seja acionista ou quotista de uma sociedade, desde que não participe de sua administração. Porém, alguém poderia perguntar: Professor, e se o impedido resolver exercer a atividade empresária? Os atos por ele praticados são nulos? Neste caso, o indivíduo não poderá se valer do impedimento para se livrar de obrigações assumidas na condição de empresário, respondendo por elas (art. 973 do CC). Perfeito? Isso é tema de questões de prova!!! SÓ PARA RECORDAR: Então, vimos que temos as seguintes condições para o exercício da atividade empresarial: - Capacidade civil: deve estar em pleno gozo (arts. 3º, 4º e 5º do CC). Exceções: incapacidade superveniente e sucessão da empresa (causa mortis). - Sem impedimentos legais: possui capacidade civil e não é proibido legalmente. 7. (FCC/PROMOTOR JUSTIÇA-MPE-CE/2009) Em relação ao empresário, é INCORRETO afirmar que: a) se a pessoa legalmente impedida de exercer atividade empresarial assim agir, responderá pelas obrigações contraídas. b) de sua definição legal, destacam-se as noções de profissionalismo, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços. c) a profissão intelectual, de natureza científica ou artística pode ser considerada empresarial, se seu exercício constituir elemento de empresa. d) a atividade empresarial pode ser exercida pelos que estiverem em pleno gozo da capacidade civil, não sendo impedidos legalmente. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 23 de 82 www.exponencialconcursos.com.br e) ainda que representado ou assistido, não pode o incapaz continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. Comentários: O enunciado pede para assinalar a alternativa incorreta em relação ao empresário. Analisemos cada uma delas. e) Incorreta. Nossa resposta. A alternativa vai de encontro ao preconizado no art. 974 do CC, o qual permite ao incapaz continuar a empresa naquelas condições e situações. Está incorreta em função da palavra NÃO. a) Correta. Conforme o art. 973, CC, descumprindoa proibição de exercer a atividade empresarial, o impedido responderá pelas obrigações contraídas. b) Correta. Alternativa menciona as características do titular da atividade empresária: profissionalismo, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços. c) Correta. A profissão intelectual, de natureza científica ou artística PODE ser considerada empresarial, DESDE QUE o seu exercício caracterize elemento de empresa. Esta é uma das exceções à teoria da empresa (art. 967, §único). d) Correta. É exatamente o que exige o art. 972 que vimos acima: CAPACIDADE CIVIL e SEM IMPEDIMENTOS LEGAIS. e) Incorreta. Nossa resposta. A alternativa vai de encontro ao preconizado no art. 974 do CC, o qual permite ao incapaz continuar a empresa naquelas condições e situações. Está incorreta em função da palavra NÃO. 2.7.4 - Empresário casado O Código Civil também traz algumas considerações acerca do empresário casado. Vamos lá? Obs.: Os cônjuges, separadamente, podem contratar sociedade com terceiros, independente do regime de casamento. O regime de separação legal ou obrigatória é o seguinte: Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; Os conjugês (juntos) PODEM fazer parte de sociedade entre si Exceto quando: (regime de comunhão) - Universal -Separação Obrigatória com terceiros Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 24 de 82 www.exponencialconcursos.com.br II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Ainda sobre o empresário casado, ele pode alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real (limitação de fruição e disposição do bem), sem necessidade de outorga do outro cônjuge, independente do regime do casamento (art. 978, CC). Esta regra reflete a preocupação do legislador em privilegiar a atividade empresarial diante de possível confusão patrimonial entre os bens particulares do empresário e da pessoa jurídica. Obs.: ATENÇÃO – Há certa divergência quanto a necessidade de autorização conjugal para alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis que integram o patrimônio da empresa. A razão de tal divergência é que este tema versa sobre dois artigos do CC que aparentemente estão em conflito, quais sejam: Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; (...) Assim, há duas correntes e interpretações quanto a este assunto: 1) Prevalece o art. 1.647 – há a necessidade de autorização conjugal. O art. 978 seria interpretado de modo restritivo face à regra do art. 1.647. Nesta linha, os autores da I Jornada de Direito Comercial entenderam o seguinte: “Enunciado 6. O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis.”. Notem que esta orientação da Jornada de Direito Comercial é endereçada somente ao empresário individual. Por ela, faz-se necessária a outorga conjugal para que o empresário individual aliene ou grave de ônus real os bens patrimoniais da empresa; 2) Prevalece o art. 978 – este artigo seria uma exceção à regra geral do art. 1.647, ou seja, não haveria a necessidade de autorização conjugal. Essa corrente entende que o princípio da autonomia patrimonial deve prevalecer em privilégio à empresa. Assim, os bens diretamente envolvidos e destinados à atividade empresarial poderiam ser alienados ou gravados de ônus real sem a necessidade de outorga do outro cônjuge, independente do regime de bens do casamento, já que estes seriam bens da empresa e não da sociedade conjugal. Caso contrário, como preceitua a Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 25 de 82 www.exponencialconcursos.com.br corrente anterior, haveria um entrave ao perfeito desenvolvimento e execução das atividades empresariais. Também se refere exclusivamente ao empresário individual casado. Então, qual das duas correntes/interpretações devemos adotar? Resposta: aquela que a banca entende! rsrs Boa resposta! De fato, veremos na parte das questões, que a FGV, por exemplo, se afiliou à segunda corrente em uma questão bem recente, ok? 8. (FCC/Juiz substituto-TJ-PE/2011) É correto afirmar que: e) é vedado aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, qualquer que seja o regime de bens escolhido. Comentários Está incorreta, visto que a vedação é quando o regime de casamento é o da SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA ou DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS. Ok? 3 - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI A empresa individual de responsabilidade limitada, EIRELI, foi criada pela lei nº 12.441/2011 como nova forma de organização do empresário individual; não é um novo tipo de sociedade, ok? Ela foi inserida no art. 980-A do CC. Vejamos então suas características de forma esquematizada: *Obs.: Divergência no registro: o CC silencia e não é pacífico o registro onde a EIRELI deve ser registrada. O mais aceito é que se for de natureza empresária deve se registrar no RPEM-Registro Público de Empresas Mercantis EIRELI Pessoa Jurídica de Direito Privado (art. 44,CC) *Inscrição no registro competente: RPEM ou RCPJ Constituída por única pessoa Titular de todo o capital social **Pessoa Física ou Jurídica Capital social Totalmente integralizado Não inferior a 100 salários- mínimos vigente Nome empresarial Firma ou Denominação + "EIRELI" Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questõescomentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 26 de 82 www.exponencialconcursos.com.br (Junta Comercial); se de natureza simples, no RCPJ-Registro Civil de Pessoas Jurídicas. **Obs.: Divergência se pessoa jurídica poderia constituir EIRELI: o Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) considerava que pessoa jurídica não poderia constituir uma EIRELI, enquanto que a doutrina e jurisprudência consideravam que não havia qualquer impedimento neste sentido. Com a Instrução Normativa DREI nº 38/2017, esta divergência ficou para trás, pois o DREI passou a considerar expressamente que uma pessoa jurídica, inclusive estrangeira, poderá ser titular de uma EIRELI. Pois bem, o objetivo e a principal característica da EIRELI estão relacionados à responsabilidade pelas dívidas sociais. Neste caso, a EIRELI responderá com o seu próprio patrimônio por suas dívidas, por conta da separação patrimonial tal qual ocorre nas sociedades limitadas. Inclusive, as regras das sociedades limitadas são aplicadas à EIRELI no que couber. Portanto, a responsabilidade na EIRELI é limitada ao seu patrimônio, podendo ser ainda ser aplicado o princípio da desconsideração da personalidade jurídica. Vejamos outras disposições acerca da EIRELI: A constituição da EIRELI de forma derivada ocorre quando as quotas de outro tipo de sociedade encontram-se concentradas nas mãos de um único sócio. Logo, temos uma sociedade unipessoal. Então, em observância ao princípio da preservação da atividade econômica, a lei possibilita a transformação da sociedade unipessoal em EIRELI (ou em empresário individual), já que a falta de pluralidade de sócios além do prazo de 180 dias é um caso de dissolução da sociedade (art. 1.033, IV, CC). Então, o art. 980-A, §3º combinado com o art. 1.033, §único possibilita a transformação da sociedade unipessoal em EIRELI através de requerimento ao RPEM. Pessoa natural - EIRELI Só pode figurar numa única EIRELI É titular de todo o capital social Constituição da EIRELI Originária - Já é criada na forma de EIRELI Derivada - transformação de outro tipo social em EIRELI Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 27 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Outro importante ponto sobre a EIRELI é quanto a sua administração. A EIRELI, portanto, poderá ser administrada por uma ou mais pessoas designadas em seu ato constitutivo. O mais comum é que o titular da EIRELI exerça a sua administração, seja o seu próprio administrador. Porém, é possível que uma pessoa estranha, que não seja o titular, administre a EIRELI. Logo, tanto o titular quanto o não-titular poderá ser o administrador da EIRELI. No mais, somente pessoa física (ou natural) poderá administrar a EIRELI e é permitido que estrangeiro também exerça esse papel (deve ter visto permanente e não estar enquadrado em caso de impedimento para o exercício da administração). Por fim, relembra-se que a EIRELI tem a possibilidade de enquadramento em ME e EPP, nos termos previstos no art. 3º da LC 123/06. Além disso, destaca-se que um profissional da área intelectual, artística ou científica, que seja detentor de direitos patrimoniais de sua obra ou criação, poderá constituir EIRELI para a prestação de serviços e, assim, explorar comercialmente e diretamente a sua obra ou, ainda, poderá ceder tais direitos patrimoniais à EIRELI que preste esse tipo de serviço (art. 980-A, §5º). 9. (FCC/Procurador da Procuradoria Especial-TCM- RJ/2015) Acerca da empresa individual de responsabilidade limitada, considere: I. Seu titular não poderá figurar em outras empresas de mesma modalidade, nem participar, como sócio, de quaisquer sociedades empresárias. II. Seu nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "LTDA." após a firma ou a denominação social. III. Será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a cem vezes o maior salário-mínimo vigente no País. IV. Poderá ser formada a partir da concentração das quotas de sociedade limitada num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. V. Sua personalidade jurídica confunde-se com a do seu titular, sendo incapaz de adquirir personalidade jurídica própria. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e IV. b) I e V. c) II e V. d) I e IV. e) II e III. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 28 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Comentários Letra “a”. Itens III e IV corretos. I – Incorreta. Não é vedado ao titular da EIRELI participar como sócio de outra sociedade. A vedação que existe é com relação à constituição de outra EIRELI. Ou seja, a mesma pessoa não poderá ser titular de mais de uma EIRELI. Art. 980-A. §2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. II – Incorreta. Conforme, o art. 980-A, §1º, o nome empresarial da empresa individual de responsabilidade se dá da seguinte forma: FIRMA ou DENOMINAÇÃO + expressão “EIRELI”. Também, pode se enquadrar como ME ou EPP, neste caso o nome empresarial fica desta forma: firma ou denominação + “EIRELI” + “ME” ou “EPP” III – Correta. Assertiva nos termos previsto no caput do art. 980-A: “A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País”. IV – Correta. Assertiva literal ao §3º do art. 980-A. V – Incorreta. A EIRELI é um novo ente jurídico personificado, onde o seu patrimônio não se confunde com o patrimônio particular do seu titular. Inclusive, sujeita-se à desconsideração da personalidade jurídica. Neste sentido, vejamos as seguintes orientações doutrinárias materializadas nos Enunciados da Jornada de Direito Civil: Enunciado nº 469 – Arts. 44 e 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. Enunciado nº 470 – Art. 980-A: O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is rese rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 29 de 82 www.exponencialconcursos.com.br Então, pessoal, esta foi a parte teórica de nossa aula demonstrativa. Espero que tenham assimilado com atenção o que foi apresentado. Agora é arregaçar as mangas e fazer muitos exercícios. Ressalto a importância de fazer muitas e muitas questões. Esse é o nosso objetivo. É simples: aprender a fazer questões. Marcar o “xis” na alternativa correta. A parte teórica é para nos dar o suporte, a base para acertarmos as questões. Ela é importante também. Óbvio que sim. Mas só saber a parte teórica, sem treinar, não vai ser o suficiente no dia da prova. Com certeza não vai ser. Beleza? Então, elaborei a sequência de questões abaixo. Há questões bem “fresquinhas”. Sugiro que iniciem pela lista de questões que se encontra logo depois das questões comentadas, para de fato treinar, sem verificar os comentários. Aí, depois estudem os comentários e aprimorem os seus conhecimentos. Façam com atenção! Forte abraço! Até a próxima aula. Wangney Ilco Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 30 de 82 www.exponencialconcursos.com.br 4 - Questões Comentadas 10. (FGV/ICMS-RJ/2010) Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário: a) quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. b) quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. c) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. d) quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística. e) quem assume a função de administrador em sociedade limitada ou sociedade anônima. Comentários Letra “c”. Percebam que a banca cobrou a literalidade do art. 966 do CC na letra C, que é a nossa resposta. Comentemos as demais alternativas. a), b) e e) - Incorretas, pois somente pelo fato de um indivíduo ser sócio ou controlador, ou ainda, administrador de uma sociedade empresária, não significa que ele seja empresário. O requisito para ser considerado empresário é que a pessoa física ou jurídica exerça profissionalmente atividade econômica de forma organizada. d) quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística. Incorreta. Essas atividades são as exceções à teoria da empresa, pela qual somente são empresárias se constituírem elemento de empresa, conforme o parágrafo único do art. 966, CC, transcrito abaixo: Art. 966. Parágrafo único do CC. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 11. (FGV/ICMS-RJ/2008) Pela teoria da empresa, adotada pelo novo Código Civil, pode-se afirmar que o principal elemento da sociedade empresarial é: a) o trabalho. b) o capital. c) a organização. d) o ativo permanente. Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 31 de 82 www.exponencialconcursos.com.br e) o maquinário. Comentários Letra “c”. Embora o enunciado mencione a sociedade empresarial, sabemos que a teoria da empresa refere-se tanto ao empresário individual quanto à sociedade. Afinal, o fundamento daquela teoria é a forma como a atividade econômica é exercida. Assim, dentre as alternativas, a ORGANIZAÇÃO da atividade empresarial é o elemento mais importante da teoria da empresa e do regime jurídico comercial atual. 12. (FGV/ISS-Recife/2014) Paulo Afonso, casado no regime de comunhão parcial com Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta. a) O empresário casado não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime da separação de bens. b) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. c) O empresário casado, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. d) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal. e) O empresário casado pode, mediante autorização judicial, gravar com hipoteca os imóveis que integram o estabelecimento. Comentários: Letra “b”. A questão trata da possibilidade do empresário Paulo Afonso, casado no regime de comunhão parcial de bens, gravar com hipoteca o imóvel onde se localiza o estabelecimento empresarial, que serve exclusivamente aos fins da empresa. O enquadramento de Paulo Afonso como MEI, não é relevante para a resolução da questão. Pois bem, sugiro que nos recordemos do que foi falado quanto ao empresário casado na parte teórica. Tudo bem? Então, devemos nos lembrar que há certo conflito entre o art. 978 que trata do empresário individual casado e o art. 1.647, o qual aborda a proteção à sociedade conjugal. Também, deve ser lembrado que há duas possíveis interpretação para solucionar esse conflito: 1) necessita de autorização conjugal, exceto no regime de separação total de bens; 2) NÃO necessita de autorização conjugal independente do regime de casamento. A FGV, nesta Có pi a re gi st ra da p ar a Je ffe rs on F er na nd es (C PF : 3 32 .37 0.2 08 -50 ) D ire ito s au to ra is re se rv ad os (L ei 96 10 /98 ). P roi bid a a re pro du çã o, ve nd a o u c om pa rtil ha me nto de ste ar qu ivo . U so in div idu al. Curso: Direito Empresarial p/ ICMS-DF Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 00 Prof.º Wangney Ilco 32 de 82 www.exponencialconcursos.com.br questão, considerou a segunda corrente para tornar a letra B correta, ok? Entendido? Ou seja, deu-se privilégio à atividade empresarial. Obs.: Os cônjuges, separadamente,
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