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MANEJO GERAL E SANITÁRIO “Equinocultura” Regime Extensivo x Reg. Intensivo Pastagem Aberta Pastagem Controlada Baias Estruturas Importantes para um criatório Distúrbios de Comportamento Problemas que aparecem devido ao tédio, estresse que são submetidos os animais que vivem e sistema intensivo: Xilofagia Aerofagia; Escoicear; Andar de urso; Coprofagia O que fazer? Higiene dos Animais Banhos Esporadicamente, quando muito sujo Excesso pode deixar pêlo sem brilho Sabão neutro Rasquear e escovar Remover sujeira, massagem na pele – circulação Pano seco - brilho Tosar – crina, cauda e orelha (raça) Cascos. Higiene diária, Casqueamento e Correção de aprumos Odonto. Controle de endoparasitas Os principais parasitas: Potros: Áscaris; Estrongilóides Animais em regime de pasto: Pequenos estrôngilos; Grandes estrôngilos; Gasterófilos; Habronemas; Tênias; Oxiúros; Oncocerca; Ascaris (potros). Animais estabulados: Oxiúros; Ascaris; Estrongilóides; Habronema; Pequenos estrôngilos. CONTROLE DE ENDOPARASITAS Transmissão: pastejo (ovos/larvas infectantes) Sistema criação intensivo = alta taxa de contaminação Controle: remoção semanal fezes dos piquetes e diária das baias; uso de esterqueiras; uso racional de anti- parasitários Controle de endoparasitas Sist. de criação extensiva: menor tx de contaminação (tto estratégico c/ anti-parasitários), não precisa se preocupar c/ remoção das fezes. Controle de Endoparasitas Avaliar infestação - OPG 10% a cada 15 dias Controle estratégico Potros – 60/60 dias – 1 mês de idade Adultos – 90/90 dias Drogas antiparasitárias eficientes Anti-parasitários Benzimidazóis: grupo antigo e que encontra resistência em grande parte dos vermes, tendo sua eficácia comprometida pelo uso indiscriminado; Organofosforados e Organoclorados: Também existem há bastante tempo, porém são eficazes para a maioria dos vermes, mas devem ser administrados com cuidado por sua toxicidade, principalmente em éguas prenhes. Anti-parasitários Praziquantel e Pamoato de Pirantel: Princípio ativo bastante eficaz para alguns grupos de vermes, mas não é muito abrangente, sendo muito utilizado em associações com outros princípios; Anti-parasitários Ivermectinas: Princípio Ativo descoberto na década de 80, muito eficaz no combate à maioria dos vermes. Porém seu uso indiscriminado e em sub-doses tem levado a alguns casos de resistência. Quando oriundo de uma empresa idônea e aplicado seguindo critérios recomendados, é confiável e eficaz. Tem sido muito utilizado em associação com Praziquantel ou Pamoato de Pirantel, o que amplia seu espectro de ação e sua eficácia. Anti-parasitários Moxidectin: Princípio ativo bastante eficaz contra endoparasitas e contra ecto parasitas como carrapato. Possui o inconveniente de um custo bastante elevado. Medidas profiláticas p/ animais recém chegados Isolar por três semanas Aplicar as vacinas Vermifugação Exame ginecológico/andrológico Animais devem ter um certificado de exame sanitário Controle de Ectoparasitas Fungo – Sarna - Berne Carrapatos Amblyomma cajenensis Dermacentor nitens Boophilus microplus Controle estratégico Impacto ambiental Controle ectoparasitas Amblyomma cajannense Fase adulta: out a mar (catação) Fase ninfal (vermelhinho): Jul a Out (banhos) Fase larval (micuim): Mar a Abr-Jul (banhos) Imunizações - Vacinações Próximo do desmame – risco Dose reforço – anual Doenças Influenza – gripe (surto recente) Encefalomielite – leste, oeste e Venezuela Tétano – cavalo é muito susceptível Raiva – controle obrigatório na região Rinopneumonite – Aborto Eqüino a vírus - gestação Adenite Eqüina – garrotilho (resultado discutível) Transporte Atestato de vacinação Exame de AIE Mormo GTA Nota Fiscal Profa.: Paula Caroline Pereira • ÉGUA X CAVALO = 11 M. (330-340 dias) • ÉGUA X JUMENTO = 11,5 - 12 m. (340-360 dias) • JUMENTA = 12 M. (340-375 dias) Nos 2/3 iniciais da gestação, pode-se manter normalmente a alimentação No terço final de gestação é o momento onde ocorre cerca de 70% do desenvolvimento do feto – CRH (corticotrofina) – hipófise Hormônio Adrenocorticotrófico Cortisol E2 Prostaglandina ocitocina/ relaxina 1°fase de 1 a 4 h - caracterizada por contrações uterinas coordenadas que pressionam o alantocórion contra a cérvix. 2°fase de 12 a 30 min - ruptura do corioalantóide, eliminação do fluído alantoideano e entrada do feto no canal do parto 3° fase até 1 h -começa logo após a expulsão do potro com o cordão umbilical e o alantoâmnion – anexos fetais Tração 1-tempo para ficar e decúbito external -> 1 a 2 min; 2-tempo para apresentar reflexo de sucção (dedo) -> 2 min; 3-tempo para levantar -> 1h (mais de 2 é anormal); 4-tempo para mamar -> 2hras 5-tempo para passar o mecônio -> 4 hras; 6-tempo para primeira micção -> 9hras; 7-temperatura -> 37,2 a 38,8; 8-freqüência cardíaca -> até 1hra do nascimento 80 a 120 bpm; 9-frequência respiratória -> até 1 hra do nascimento 30 a 40 mpm. ideal é um escore entre 9 e 10 ao nascimento IMUNIDADE!!!! morte ou doença da mãe agalactia rejeição do potro pela égua transporte da mãe para longas distâncias, sem que o potro possa acompanhá-la imunoglobulinas G (IgG) imunoglobulinas A (IgA) e M (IgM) Propriedades laxativas Após 24 horas, o índice de absorção de imunoglobulinas ingeridas fica abaixo de 1%, devido às modificações das células epiteliais por células maduras e inicio da atividade enzimática (THOMASSIAN, 2005). BANCO DE COLOSTRO Nas primeiras seis horas após o nascimento, deve ser fornecido ao potro de 2 a 3 litros de colostro 300 a 500 mL intervalo de 1 a 2 horas De 2 a 4 litros 2 a 3 dias A concentração de IgG aproximadamente igual ou superior a 800 mg/dl é considerada adequada Mamadeira Balde Sondagem nasogástrica Duas colheres de chá de glicose (ou 20g de dextrose) por litro de leite de vaca semidesnatado (2% de gordura) Sacarose – mel, xarope de milho = cólica ou diarréias Leite de cabra 750 ml de leite integral 250 ml de água 20g de dextrose (glicose) ou 2 colheres de mel 5g de carbonato de cálcio ou 1000ml de leitesemi-desnatado 20g de dextrose ou 2 colheres de mel 5g de carbonato de cálcio Melhora da imunidade, termo-regulação e viabilidade do potro Contenção da mãe Recobrir o potro com fluidos placentários - Igualar os cheiros Estimulação cervico-vaginal Estimulação láctea - estrógeno, progesterona e antagonistas d2-dopamina, como sulpirida e domperidona. - 25 e 82% da produção fisiológica da lactação pós-parto Aleitamento Volumoso Concentrado Coprofagia Creep 5 a 8 meses de idade Arcada dentária Prevenir aborto Adaptação à nova dieta Aprumos Vermifugação – a partir da 3ª semana Periodicamente mensal ou a cada 2 meses até o desmame Vacinação - tétano, encefalomielite, influenza, rinopneumonite e rodococus aos 60 dias de idade, com a aplicação do reforço 4 a 6 semanas após a primeira administração. OBRIGADA! UNIPAC MEDICINA VETERINÁRIA Professora Paula Caroline 1 2 3 4 Fatores que interferem na quantidade e qualidade Categoria animal Época do ano Tipo de trabalho 5 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS As exigências dos eqüinos são estudadas definindo que os animais apresentam uma exigência base denominada de manutenção e aquelas relacionadas com as atividades: crescimento, gestação, lactação, reprodução (garanhão) e exercício 6 Tabelas de normas de exigências: informam as quantidades de todos os nutrientes necessários para formular dietas adequadas para cada categoria de eqüino. • Nutrient Research Council – NRC (Estados Unidos)-1978-1989-2007 • Institut National de la Recherche Agronomique – INRA (França) 7 CÁCULO MANUTENÇÃO - ENERGIA „ NRC (1989) • ED (Mcal/dia): 1,4 + (0,03 x PV) para eqüinos pesando abaixo de 600Kg. • ED (Mcal/dia): 1,82 + (0,03 x PV) para eqüinos pesando acima de 600Kg*. ED (Mcal/dia): 0,363 x PV => Exigência elevada 8 Exigências Nutricionais Específicas Categorias: Garanhões 9 GARANHÕES ESTAÇÃO DE MONTA Alimentação que consiga suprir a atividade física e ou coleta de sêmen e produção de espermatozóides 10 GARANHÕES SUPLEMENTAÇÃO NECESSÁRIA: Zinco Fósforo Manganês FERTILIDADE Cobre Iodo Selênio 11 GARANHÕES CÁLCIO FÓSFORO POTÁSSIO SÊMEN SÓDIO 12 VITAMINA A – EPITÉLIO GERMINAL VITAMINA C – PROTEÇÃO CONTRA ÁCIDOS GRAXOS NÃO ESSENCIAIS VITAMINA E – LIBIDO, 13 CUIDADO!!!! EXCESSO DE PROTEÍNA E ALFAFA DIMINUIÇÃO VIGOR E SOBREVIVÊNCIA DO ESPERMATOZÓIDE 14 15 16 Éguas: Solteiras - MANUTENÇÃO 17 Éguas Prenhes 2/3 iniciais Manutenção 1/3 final – suplementação - inverno 20 % mais energia 30 % mais proteína 20 % mais minerais 18 Éguas Prenhes alimentação é deficitária, podem ocorrer problemas: na ovulação (cio não fértil), na fixação do embrião no útero na gestação na viabilidade do feto. 19 Éguas Prenhes Consequências da má nutrição : predispdição a complicações infecciosas comprometimento da fertilidade natimortalidade nascimento prematuro ou potros fracos 20 Éguas Lactantes Necessitam suplementação Maior exigência da categoria 40 % mais proteína 40 % mais energia 40 % mais minerais 21 Éguas Lactantes Nos primeiros dois meses de lactação a égua produz leite equivalente de 3 a 4% do seu peso, caindo para 2% no 5º mês de lactação 22 23 Éguas Lactantes 1,5kg a 1,75kg de volumosos de boa qualidade pra cada 100kg de peso corpóreo diariamente livre acesso à uma fonte de sal mineral, para preencher necessidades de Ca e P. 24 25 26 Potros em lactação Exigência - leite 8 semanas Crescimento rápido Creeper 27 Potro após desmame após 2 anos Redução de exigências Início de trabalho de doma Puberdade 28 29 30 OBESIDADE INDISPOSIÇÃO DIMINUIÇÃO NÍVEL HORMONAL E LIBIDO DISTURBIOS DA EJACULAÇÃO E OVULAÇÃO SOBRECARGA NAS ARTICULAÇÕES DESVIO ANGULAR EM POTROS 31 32 Tipos de Esportes Equestres Fatores que definem exigência Tipo exercício Intensidade Duração Força Fibras musculares Metabolismo Aeróbico Anaeróbico 33 34 Tipo I –Aeróbica, utiliza principalmente gordura, contração lenta Tipo IIA –Aeróbica, utiliza glicogênio e gordura, contração rápida Tipo IIB –Glicólise anaeróbica, contração rápida, acumula ácido lático Tipos de Fibras Musculares Distribuição do tipo das fibras musculares nas principais raças (% do total) I IIA IIB IIA + IIB Quarto de Milha 9 51 40 91 PSI 10 59 27 86 Árabe 14 48 38 86 Trotador 21 52 31 84 Humano 63 34 4 38 35 Cavalos de Trabalho: lida com gado tração 36 Curta Duração - Alta Intensidade - Aerobiose 37 Curta Duração - Média Intensidade - Aerobiose 38 Média Duração - Alta Intensidade – Aerobiose/Anaerobiose 39 Longa Duração – Alta Intensidade - Aerobiose 40 Concurso Completo - “Iron Horse” Baixa intensidade – aerobiose Alta Intensidade – aerobiose Alta intensidade – anaerobiose Média Intensidade - aerobiose 41 42 43 44 Fontes 1. Carboidratos 2. Lipídios 3. Proteínas 4. Vitaminas 5. Minerais 45 Proteína Farelos Soja Trigo Lisina – limitante – crescimento Feno leguminosa Aminoácidos sintéticos Qualidade e Digestibilidade 46 Volumoso Pastagem Cynodon Capineiras Cana-de-açúcar Silagem Feno 47 48 49 50 51 52 Pastagem Genêro Cynodon Coast-cross, Tifton Panicum Colonião, Tanzânia, Mombaça 53 54 Capineiras Cana-de-açúcar Alta qualidade no inverno Alta fermentação Napier Sazonal Cuidado impactação Alfafa Manejo exigente 55 Forragens Conservadas Silagem Milho, Cana, Napier ou gramíneas Alternativa importante Feno Melhor alternativa Gramínea ou leguminosa Qualidade e contaminação 56 57 58 IMPORTÂNCIA DA ÁGUA 59 Sistema de Fornecimento Volumoso X Concentrado Sugestão de ingestão 1,5 a 3,0 % do P.V. (dependendo da categoria) 60 Relação concentrado X volumoso 61 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Manutenção Trabalho leve 2/3 gestação 1/3 final gestação Crescimento Lactação Trabalho pesado 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 62 Erros Comuns 63 64 65 66 68 Forma Física do Concentrado 69 Farelado Peletizado Extrusado Laminado Diferenças 70 Os processos mais utilizados na fabricação de rações são a extrusão e a peletização. Ambos os processosresultam em alimentos balanceados, mas existem diferenças consideráveis entre os produtos. 71 O processo de extrusão é caracterizado pelo cozimento dos ingredientes sob alta pressão, umidade e temperatura, em um curto espaço de tempo. Este processo propicia maior digestibilidade do alimento, além de melhorar a palatabilidade da ração. A peletização consiste na compactação de ingredientes, formando pequenas unidades chamadas pelets. Para esta transformação, umidade, pressão e temperatura também estão envolvidas, porém em menor intensidade, resultando em grau de cozimento reduzido. Este processo é utilizado na fabricação de aproximadamente dois terços das rações mundiais, devido ao baixo custo de produção e a facilidade no manejo dos equipamentos. 72 73 74 Nutrição X Reprodução Nutrição de potros Nutrição clínica Cavalos idosos Após tratamento clínico/cirúrgico 75 Conta Prática para Alimentação de Equinos Um manejo nutricional deve seguir dois princípios básicos: fórmulas estáveis e matérias primas nobres. E esta alimentação equilibrada deve sempre expor a genética, favorecer o trabalho e reforçar as chances de sucesso esportivo e reprodutivo. 77 Volumoso Necessidade de matéria seca: 2 % de seu peso: Ex: Feno alfafa= 89% MS Cost-cross= 90% MS Silgem de milho= 35%MS Cost-cross pasto= 30 % MS Cálculo Volumoso 78 Concentrado Necessidade pode ser calculada PB=1,26 x PV Em média 100 gramas de ração com uma necessidade de 12% Come progressivamente de 2 a 12 KG de ração. Cálculo de Concentrado 79 Água Média de 50 ml/ kg, por dia, animal que trabalha diariamente, podendo um animal de 500 kg beber até 25 litros de água por dia em média. 80 Bibliografia Recomendada Alimentação de Cavalos – Helmut Meyer Alimentação e Cuidados do Cavalo – Lon D. Lewis Atlas Anatomia Veterinária – O Cavalo – R. Ashdown e S. Done Criação do Cavalo e outros Equinos - A. P. Torres e W. R. Jardim Nutrição Clínica Equina – Lon D. Lewis Large Animal Clinical Nutrition – J. Naylor e S. Ralston Manejo de Haras – Raúl Buíde 81 Obrigada! 82 CRONOLOGIA DENTÁRIA DO EQUINOS PROFESSORA: PAULA CAROLINE INTRODUÇÃO Importante para adequarmos o seu acompanhamento e perspectivarmos a sua utilização futura Os dentes são os órgãos que melhor registam a passagem do tempo, constando o seu exame do reconhecimento dos tipos de dentes incisivos presentes e do seu estado de erupção e desgaste (ou usura) • Ausência de provas documentais sobre a idade; • Forma rápida e barata de estimar a idade; • Avaliado segundo o desgaste (usura); • Importância econômica; • É importante avaliar características secundárias como presença de pelos brancos, aspecto do animal; • O exame dentário também tem grande importância na detecção e correção de problemas que podem alterar a qualidade na mastigação, podendo gerar consequências na saúde do animal; Exame dentário DENTES Coroa, colo e raiz ou raízes. Cavidade pulpar Esmalte, dentina e cemento DENTES INCISIVOS - cortam CANINOS - seguram e rasgam PRE-MOLARES - esmagam e trituram MOLARES - esmagam e trituram DIFIODONTES 1ª dentição, decídua, temporária ou de leite 2ª dentição, permanente ou definitiva (caninos e os molares) DENTES QUANTIDADE: MACHOS – 40 a 44 FÊMEAS - 36 a 44 DENTE DE LOBO OU LUPINO: 1º pré-molar vestigial FÓRMULA DENTÁRIA Indica o número de dentes de cada tipo nas maxilas superior e inferior 1ª dentição 2ª dentição Evolução Dentária • Desgaste da mesa dentária ou zona oclusal; • É possível a análise desta evolução através dos incisivos da arcada inferior principalmente; Alterações na mesa dental : 1. Surgimento da estrela dentária; 2. Mudanças no formato da mesa dentária ( arredondada, triangular, oval ); Outras alterações : 1. Cauda de andorinha; 2. Sulco de Galvayne; Desgaste dos dentes Mecanismos de abrasão, em que o desgaste resulta da ação de substâncias abrasivas durante a mastigação Mecanismos de atrito em que o desgaste resulta da ação das peças dentárias entre si Mecanismos de erosão em que o desgaste resulta da ação química de certas substâncias. Desgaste dos dentes Desgaste dos dentes alteram a oclusão Cauda de Andorinha A oclusão das mesas dentárias dos cantos não é geralmente total, deixando a região posterior das mesas dentárias dos cantos superiores sem oposição nos inferiores – sem desgaste – animais acima de 7 anos +/- 1 mês 1.Erupção dos pinças temporários 2.Não apresenta molares, pré-molares CRONOLOGIA 1,5 mês de idade 1. Erupção dos médios temporários e pré-molares temporários; 9 meses a 1 ano 1. Erupção dos cantos temporários, portanto, presença de todos os incisivos temporários; 2. Aparecimento do 1º molar; 3. Estrela dentária nos pinças e médios; 4. Mais próximo ao 1 ano os cantos apresentam pouco desgaste; 2 a 3 anos 1. Com 2 anos há a erupção do 2º molar, e estrela dentária visível em todos os incisivos inferiores; 2. Com aproximadamente 2,5 anos há o aparecimento dos pinças definitivos, presença do 1º e 2º molares; 3. Com 3 anos : Pinças definitivos, 1º e 2º molares e todos os pré-molares definitivos (caso) presentes; 3,5 a 4,5 anos de idade 1. Aos 3,5 anos ocorre erupção dos médios definitivos e cantos ainda temporários, pode ocorrer a erupção dos caninos; 2. Aos 4,5 anos aparecem os cantos definitivos; 3. Cornetos profundos; 5 a 6 anos 1. Todos os incisivos permanentes presentes; 2.Pinças com o infundíbulo pouco reduzidos já indicando desgaste; 7 anos Pode ser observada a cauda de andorinha nos cantos superiores devido ao desgaste; Aparecimento da estrela dentária nos pinças inferiores (linha transversal); 7 anos 8 a 9 anos 1. Mesa dentária começa a se apresentar arredondada; 2. Estrela dentária começa a aparecer nos médios e próximo aos 9 anos aparecem nos cantos; 3. Sulco de Galvayne começa a surgir aos 9 anos próximo ao bordo gengival 10 anos • Estrela dentária mais central nos pinças e mesa arredondada; • Cantos ainda com estrela dentária transversal; • Médios ainda apresentam esmalte; 11 anos • Incisivos com a mesa dentária mais arredondada; • Esmalte próximo à face lingual; • Estrela dentária presente no espaço central; • Pode estar presente a Cauda de andorinha nos cantos superiores; 12 a 13 anos • Mesa dentária começa a se tornar triangular; • Presença da estrela dentária central em todos os incisivos inferiores; • Pode aparecer a cauda de andorinha nos cantos superiores; 15 anos • Mesa dentária mais triangular em médios e pinças; • Observa-se apenas a presença da estrela dentária; • O sulco de Galvayne atinge a metade dos dentes; 18 a 20 anos • Todos os incisivos assumem uma forma triangular; • Apenas a estrela dentária central é observada; • O Sulco de Galvayne chega à superfície oclusal percorrendo todo o dente e começa a desaparecer a partir do bordo gengival;Mais de 20 anos • Os incisivos assumem uma forma oval; • Estrela dentária central; • Sulco de Galvayne começa a desaparecer a partir do bordo gengival e após os 25 anos já não esta mais presente; Idades de erupção dos incisivos temporários e definitivos 103 ARTIGO DE REVISÃO R E V I S T A P O R T U G U E S A DE CIÊNCIAS VETERINÁRIAS Resumo: Embora a estimativa da idade dos equinos através do exame dentário tenha actualmente uma aplicabilidade limitada, continua a ser a melhor forma de conhecer a idade na ausência de provas documentais. Depois da descrição de aspectos relati- vos à estrutura, tipos de dentes, fórmula dentária e evolução den- tária dos equinos, os autores resumem a cronologia dos eventos observáveis no exame dentário principalmente da arcada inferior dos equinos, ilustrando-a com imagens de arcadas de animais em que se estimou a idade tendo em consideração os aspectos descritos. Summary: At present, age estimation in horses based on dental features has a limited practical value. However, in the absence of documental evidence, it is still the best way to know the age of an animal. After describing aspects related with structure, teeth types, dental formulas and dental evolution, the authors resume the chronology of dental features observed mainly in the lower dental arcade of horses, illustrating it with images of arcades of animals which age was estimated according to the description. Introdução O conhecimento da idade dos animais é natural- mente importante para adequarmos o seu acompanha- mento e perspectivarmos a sua utilização futura. Se num animal criado para fins exclusivamente produtivos a idade nos dá uma noção eminentemente económica do que ainda podemos esperar dele, já num animal de companhia e/ou lazer a idade é uma indicação precisa dos cuidados especiais a ter em cada fase da sua vida, de modo a podermos usufruir dessa relação durante o maior período de tempo possível. Em termos práticos, a idade implica uma variação do valor comercial do animal, assumindo assim uma importância decisiva na determinação do valor da sua transacção. Os dentes são os órgãos que melhor registam a pas- sagem do tempo, constando o seu exame do reconheci- mento dos tipos de dentes incisivos presentes e do seu estado de erupção e desgaste (ou usura). O exame dos dentes continua a ser o método mais utilizado para, de uma forma expedita e barata, estimar a idade dos equi- nos. Naturalmente, com a sofisticação crescente das metodologias de identificação e registo dos animais, a avaliação da idade através deste método tende a perder alguma aplicabilidade. No entanto, será sempre uma forma de recurso na ausência de provas documentais, ou quando surjam dúvidas relativamente à sua auten- ticidade. O exame da dentição não é todavia o único meio de estimar a idade. O aspecto geral do animal, a sua esta- tura e conformação, o seu comportamento, a presença de pêlos brancos nalgumas pelagens, entre outros aspectos, dão indicações valiosas que devem ser con- sideradas. A estimativa da idade através da avaliação do desenvolvimento ósseo por exame radiográfico é também um método bastante preciso. A sua utilização é contudo bastante limitada pela tecnologia requerida e, naturalmente, aplica-se principalmente às primeiras fases da vida do animal, no caso dos equinos até cerca dos 6-7 anos. Estrutura dos dentes Cada dente é composto por uma parte visível exte- riormente, a coroa, e por uma parte interna, a raiz ou raízes. A zona estreita de separação entre a coroa e a raiz ou raízes é denominada colo do dente. No interior do dente encontra-se a cavidade pulpar, cuja forma se assemelha à do dente, e que nas raízes ter- mina num orifício designado foramen apical ou apex, por onde passam os vasos e os nervos. Os principais componentes dentários são o esmalte e a dentina (componentes mineralizados) e a polpa (componente não mineralizado). O esmalte forma uma camada fina sobre a superfície dentária e a dentina encontra-se sob o esmalte e constitui a maior parte do dente (Figura 1). A polpa encontra-se na cavidade pulpar (Ten Cate, 1998; Ferraris e Muñoz, 2001; Junqueira e Carneiro, 1995) Estimativa da idade dos equinos através do exame dentário Estimation of horse age based on dental features M. Fraústo da Silva1*, T. Gomes1, A. S. Dias1, J. Aquino Marques2, L. Mendes Jorge1, J. Cavaco Faísca1, G. Alexandre Pires1, R. M. Caldeira1 1Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. Rua Professor Cid dos Santos, 1300-477 Lisboa 2Faculdade de Medicina Dentária, Universidade de Lisboa. Cidade Universitária 1649-019 Lisboa * Correspondente: fsmarina@fmv.utl.pt 104 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. molares e molares - cada um com características e fun- ções específicas. Abreviadamente, os dentes incisivos cortam, os caninos seguram e rasgam, e os pré-molares e molares esmagam e trituram os alimentos. Os mamí- feros domésticos são também difiodontes, ou seja, possuem duas dentições, a 1ª dentição, decídua, tem- porária ou de leite e a 2ª dentição, permanente ou defi- nitiva. Na dentição definitiva os dentes incisivos e pré- molares temporários são substituídos por outros dentes com os mesmos nomes; os caninos e os molares exis- tem apenas na dentição definitiva. Os incisivos tempo- rários distinguem-se dos definitivos pela sua coloração mais branca, pelo seu menor volume, pelo colo mais marcado, pela ausência de sulcos na face vestibular ou labial e pela menor profundidade do corneto. A fórmula dentária indica o número de dentes de cada tipo nas maxilas superior e inferior. Os equinos têm as seguintes fórmulas dentárias: 1ª dentição, dentição decídua, temporária ou de leite = 24 dentes 2ª dentição, dentição permanente, definitiva ou adulta = 36 a 44 dentes Nesta espécie, a dentição definitiva pode diferir nos machos (40 a 44 dentes) e nas fêmeas (36 a 44 dentes), o que se deve ao facto de nas éguas os caninos geralmente não existirem. Também, tanto nos machos como nas fêmeas, os caninos podem ser apenas rudi- mentares. A variabilidade no número de pré-molares definitivos deve-se à presença irregular do primeiro pré-molar vestigial, também conhecido como dente do lobo. Este dente pode ser encontrado nas duas arcadas, mas é mais frequente na arcada superior (Figura 2). É bastante mais pequeno que os outros e as suas raízes são curtas (Caldeira et al., 2002; Getty, 1981; Henning e Steckel, 1995; Knottenbelt, 1996-97, Orsini, 1992). Conforme a sua localização, os dentes incisivos designam-se, em cada arcada: pinças, os dois mais pró- ximos do plano médio, médios os dois que se seguem aos pinças, cantos os dois mais distais, que se seguem aos médios. Na Figura 3 localizam-se os diferentes tipos de dentes na arcada inferior. Evolução dentária A estimativa da idade dos equinos através do exame da dentição é realizada essencialmente através da observação dos dentes incisivos, tendo em conta: (i) na arcada inferior, a erupção dos dentes temporários e permanentes, o seu desenvolvimento até ser atingido o nível da arcada e, posteriormente, as alterações da superfície oclusal ou mesa dentária devidas ao des- gaste, no que se refere à cavidade dentária externa e ao esmalte central, à estrela dentária e à forma da mesa dentária, (ii) nos cantos superiores a apreciação da for- Figura 1 - Microscopia electrónica de varredura. Aspectos ultraestrutu- rais da dentina com os seus canais As estruturas responsáveis pela fixação dos dentes são designadas no seu conjunto como periodonto eincluem o cemento, o ligamento periodontal e o osso alveolar. O cemento cobre a raiz dos dentes. Nos dentes que ainda não sofreram desgaste a extremi- dade livre termina no bordo oclusal, que constitui o local de oclusão do dente com o dente antagonista da outra maxila. Uma vez iniciado o desgaste do dente, é mais correcto utilizar para aquele local as designações mesa dentária ou face oclusal. A face do dente voltada para o vestíbulo (espaço da boca entre os dentes e os processos alveolares dum lado e os lábios e faces do outro) é designada face vestibular. Por vezes são aplicados também os termos face labial e face bucal à face vestibular, sendo o primeiro utilizado para os dentes incisivos e caninos, que se opõem aos lábios, e o segundo para os pré-molares e molares, que se opõem às faces. A face lingual é a face interna dos dentes, que contacta com a língua no maxilar inferior, e que no maxilar superior é também designada face palatina. As superfícies que contactam com os dentes vizinhos são designadas face mesial e face distal ou caudal, correspondendo a primeira à superfície de contacto virada para o plano médio e a segunda à superfície oposta. Alguns autores aplicam o termo face mesial à mesa dentária ou face oclusal dos ungulados (Ten Cate, 1998; Ferraris e Muñoz, 2001; Getty, 1981; Junqueira e Carneiro, 1995). O espaço que existe entre os caninos e os pré-molares presentes numa arcada designa-se barra ou diastema, sendo particulamente grande quando os caninos estão ausentes. Nos equinos, a mesa dentária dos dentes incisivos apresenta uma cavidade (uma invaginação do esmalte), com mais de 1 cm de profundidade num dente virgem, designada cavidade dentária externa, infundibulo ou corneto. Esta cavidade está revestida por uma camada de cemento que se denomina germe da fava (Caldeira et al., 2002; Getty, 1981). Tipos de dentes e fórmula dentária Os mamíferos domésticos têm uma dentição classi- ficada como heterodonte, ou seja, apresentam diversos tipos ou grupos de dentes - incisivos, caninos, pré- 105 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. mação da cauda de andorinha e do sulco de Galvayne, (iii) o perfil do ângulo de oclusão das duas arcadas. Os dentes incisivos do cavalo têm a forma de uma pirâmide, cujo vértice corresponde à raiz do dente, enquanto a base corresponde à extremidade livre. O dente é encurvado no sentido antero-posterior e acha- tado e inclinado em sentido lábio-lingual na região da base, correspondente à face oclusal. Desta região para a raiz o achatamento modifica-se gradualmente para lateral. Assim, da extremidade livre para a raiz, a secção dos incisivos evolui de uma forma aproxi- madamente elíptica para oval, redonda, triangular e finalmente de novo oval (também designada biangular) quando o achatamento é já nitidamente lateral (Figura 4) (Anónimo, 1988; Caldeira et al., 2002; Knottenbelt, 1996/97). O desgaste dos dentes é devido a: (i) mecanismos de abrasão, em que o desgaste resulta da acção de subs- tâncias abrasivas durante a mastigação, (ii) mecanis- mos de atrição em que o desgaste resulta da acção das Figura 2 - Presença de 1º pré-molar (dente do lobo) superior esquerdo Figura 3 - Localização dos diferentes tipos de dentes na arcada inferior (I - incisivos, C - caninos, PM - pré-molares, M - molares, p - pinças, m - médios, c - cantos) peças dentárias entre si, e (iii) mecanismos de erosão em que o desgaste resulta da acção química de certas substâncias. Naturalmente, os dois primeiros mecanis- mos são os mais importantes nos equinos. A erupção e o desgaste dos dentes incisivos é feita a partir do plano médio para os extremos. Em cada dente, o desgaste inicia-se pela região labial do bordo oclusal (por ser mais alta que a região lingual), e divide o esmalte que reveste o dente em duas partes: a externa ou periférica e a interna ou central. À medida que o desgaste pro- gride, o corneto diminui em largura e em profundidade até não ser visível qualquer depressão física, sendo no entanto ainda evidente o esmalte central. Quando a depressão do corneto desaparece diz-se que o dente está raso (Figura 5) (Caldeira et al., 2002). Entretanto, com o desgaste, a cavidade pulpar fica- ria exposta se não ocorresse a proliferação de den- tina secundária, também designada marfim de nova formação, que aparece com a forma de uma mancha amarela mais escura na mesa dentária, em posição labial relativamente à cavidade dentária externa, e que se denomina mancha radicular ou estrela dentária. Ini- Figura 5 - Aspecto dos dentes incisivos virgens, no início do desgaste e rasos (a - cavidade dentária externa ou corneto, b - região labial do bordo oclusal onde se inicia o desgaste do dente, c - esmalte periférico, d - esmalte central, 1 - canto definitivo virgem, 2 - canto definitivo que substituirá o canto temporário (3), 3 - canto temporário raso) Figura 4 - Forma dos dentes incisivos dos equinos e alterações da forma da mesa dentária à medida que o desgaste progride. Adaptado de Masty e Vojt (sem data), reprodução autorizada. 106 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. cialmente, a estrela dentária tem a forma de uma linha transversal, tornando-se posteriormente ligeiramente oval e finalmente arredondada. Altera também a sua localização, passando a ocupar o centro da mesa den- tária. Depois do rasamento, o esmalte central que se mantém ainda durante algum tempo em posição pos- terior à estrela dentária, acaba finalmente por desapare- cer, dizendo-se então que o dente está nivelado. Apesar das alterações visíveis com o desgaste dos dentes estarem bem definidas, com o avançar da idade o rigor da estimativa da idade com base na evolução dentária diminui drasticamente, já que a velocidade de desgaste dos dentes é influenciada por numerosos factores entre os quais o genótipo, a alimentação, características indi- viduais e desvios de comportamento (Caldeira, 2002; Richardson et al., 1999). No Quadro 1 indicam-se as idades de erupção dos incisivos temporários e definitivos, bem como aquelas a que estes dentes atingem o nível da arcada. (Anó- nimo, 1988; Caldeira et al., 2002; Knottenbelt, 1996/ 97; Richardson, 1997). Quadro 1 - Incisivos temporários e definitivos inferiores, idades de erupção e em que atingem o nível da arcada Incisivos Temporários Incisivos Definitivos Erupção Erupção Atingem o nível da arcada Pinças 1ª semana 2,5 anos 3 anos Médios 4/6 semanas 3,5 anos 4 anos Cantos 6/9 meses 4,5 anos 5 anos A substituição dos incisivos designa-se desfecho (1º, 2º e 3º desfechos, para os pinças, médios e cantos, respectivamente), dizendo-se quando está completa e todos os dentes atingiram o nível da arcada que o animal tem a boca feita (Caldeira et al., 2002) Embora menos utilizadas, as idades de erupção dos restantes tipos de dentes poderão também contribuir para a estimativa da idade de um animal (Quadro 2) (Anónimo, 1988; Caldeira et al., 2002; Knottenbelt, 1996/97; Richardson, 1997). No Quadro 3 indicam-se as idades aproximadas de rasamento, nivelamento, aparecimento da estrela dentária e em que esta assume uma posição central e uma forma arredondada na mesa dentária dos inci- sivos adultos. No Quadro 4 são referidas as idades aproximadas de alteração da forma da mesa dentária (Anónimo, 1988; Caldeira et al., 2002; Knottenbelt, 1996/97; Richardson, 1997). A oclusão das mesas dentárias dos cantos não é geral- mente total, deixando a região posterior das mesas den- Quadro 2 - Idades de erupção dos caninos, pré-molares e molares inferiores Dentes Temporários Dentes Definitivos Caninos n.e. > 3,5 anos 1º pré-molar n.e. 6 meses a 3 anos 2º pré-molar Entre o nascimento e as 4 semanas 2,5 anos 3º pré-molar 2,5 - 3 anos 4º pré-molar 3,5- 4 anos 1º molar n.e. 1 ano 2º molar n.e. 2 anos 3º molar n.e. 3,5 / 4 anos n.e. não existem Figura 6 - Presença da cauda de andorinha no canto superior esquerdo Figura 7 - Presença do sulco de Galvayne junto ao bordo gengival do canto superior Figura 8 - Alteração do perfil de oclusão das arcadas com o avançar da idade 107 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. Quadro 3 - Incisivos definitivos inferiores - idades de rasamento, nivelamento, aparecimento da estrela dentária e alterações da sua forma e posição na mesa dentária Rasamento Aparecimento da estrela dentária Nivelamento Estrela dentária central Estrela dentária arredondada Pinças 6/7 anos 7/8 anos 12/15 anos 10/13 anos 10/15 anos Médios 7/8 anos 8/9 anos 13/15 anos 10/15 anos 11/15 anos Cantos 8/9 anos 9/10 anos 13/15 anos 10/15 anos 11/15 anos Quadro 4 - Incisivos definitivos inferiores - idades de alteração da forma da mesa dentária Mesa dentária redonda Mesa dentária triangular Mesa dentária oval Pinças 8/12 anos 13/18 anos >18 Médios 9/13 anos 15/19 anos >19 Cantos 11/14 anos 17/20 anos >20 tárias dos cantos superiores sem oposição nos inferiores e, logo, sem desgaste. Este facto tem como conse- quência o aparecimento de uma proeminência naquela região, designada cauda de andorinha (Figura 6). A cauda de andorinha não aparece geralmente em animais com menos de 7 anos de idade, mas por si só não é um indicador fidedigno da idade de um animal (Anónimo, 1988; Knottenbelt, 1996/97; Richardson, 1997). O sulco de Galvayne (sulco de coloração escura na face vestibular dos cantos superiores) aparece junto ao bordo gengival por volta dos 10 anos, prolongando- se gradualmente até à fase oclusal, que atinge por volta dos 20 anos de idade (Figura 7). Nos animais mais velhos inicia-se o seu desaparecimento a partir do bordo gengival chegando a estar completamente ausente num animal muito velho (Anónimo, 1988; Knottenbelt, 1996/97; Richardson, 1997). Em consequência da forma dos dentes incisivos e do seu desgaste, a aparência do perfil de oclusão das arca- das altera-se com o avançar da idade, desde quase ver- tical até mais horizontal (Figura 8) (Anónimo, 1988; Caldeira et al., 2002). Resume-se em seguida a cronologia dos eventos observáveis no exame dentário da arcada inferior dos equinos, ilustrada, sempre que possível, com imagens de arcadas de animais em que se tenha estimado a idade referida. Cronologia dos eventos observáveis no exame dentário dos equinos e exemplos Às 2 semanas de idade Estão presentes apenas os pinças temporários 1 mês de idade Aos 1,5 meses de idade Os pinças temporários atingiram o nível da arcada e podem apresentar algum desgaste. Estão também presentes os médios temporários, ainda virgens, e os pré-molares temporários. 2 meses de idade Aos 9 meses de idade Estão presentes todos os incisivos temporários. Os pinças e os médios apresentam desgaste, que é mais marcado nos primeiros. Os cantos ainda não atingiram o nível da arcada estando praticamente virgens. Ao ano de idade Normalmente a estrela dentária é bem visível nos pinças e médios temporários. O desgaste dos cantos é ainda pouco marcado. Estão presentes os primeiros molares. 1,5 anos de idade 108 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. Aos 2 anos de idade Os pinças temporários estão rasos e os médios e cantos apresentam um desgaste acentuado; a estrela dentária é visível em todos os incisivos inferiores. Estão presentes os primeiros e os segundos molares Aos 2.5 anos de idade Dá-se a erupção dos pinças definitivos. Os médios temporários estão rasos e os cantos curtos e muito gastos. Estão presentes os segundos pré-molares defi- nitivos. Estão presentes os primeiros e os segundos molares. Próximo dos 3 anos de idade Aos 3 anos de idade Os pinças definitivos estão ao nível da arcada. Estão presentes os primeiros (caso existam), segundos e terceiros pré-molares definitivos. Estão presentes os primeiros e os segundos molares. Aos 3,5 anos de idade Dá-se a erupção dos médios definitivos. Os pinças definitivos presentam algum desgaste e os cantos tem- porários estão rasos. A partir desta idade pode iniciar- se a erupção dos caninos (caso existam). Estão presen- tes os primeiros (caso existam), segundos e terceiros pré-molares definitivos. Estão presentes os primeiros e os segundos molares. Próximo dos 4 anos de idade Aos 4 anos de idade Os pinças definitivos revelam alguma desgaste mas os cornetos são ainda profundos. Os médios definitivos atingem o nível da arcada. Estão presentes todos os pré-molares e molares. Aos 4,5 anos de idade Inicia-se a erupção dos cantos definitivos. Os pinças e os médios apresentam algum desgaste mas os corne- tos são ainda profundos. Aos 5 anos de idade Estão presentes e atingiram o nível da arcada todos os incisivos adultos. O animal tem a boca feita. Os pinças e os médios apresentam algum desgaste; nos cantos o desgaste é apenas visível na região labial do bordo oclusal 5 anos de idade 109 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. Aos 6 anos de idade Os pinças poderão começar a apresentar-se rasos Nos restantes incisivos o corneto é ainda bastante evidente, sendo apenas os sinais de desgaste mais mar- cados do que aos cinco anos. Os cantos apresentam já desgaste na região lingual. 6 anos de idade Aos 7 anos de idade Normalmente os pinças estão rasos e o esmalte cen- tral aproxima-se do bordo lingual, podendo também os médios começar a rasar. A estrela dentária pode apa- recer nos pinças com a forma de uma linha tranversal em posição labial relativamente ao esmalte central. Poderá estar presente nos cantos superiores a cauda de andorinha. Cerca de 7 anos de idade Aos 8 anos de idade Os pinças e os médios estão rasos, podendo também os cantos começar a rasar. A estrela dentária é evidente nos pinças e pode aparecer também nos médios. A mesa dentária dos pinças começa a tomar uma forma arredondada. Cerca de 8 anos de idade Aos 9 anos de idade Normalmente todos os os incisivos inferiores estão rasos. O esmalte central dos pinças começa a assumir uma forma triangular. A estrela dentária é evidente nos pinças e nos médios e pode aparecer também nos cantos. A mesa dentária dos pinças pode estar redonda e a dos médios começa a tomar esta forma. Cerca de 9 anos de idade Aos 10 anos de idade A mesa dentária dos pinças e dos médios pode já estar redonda. O esmalte central dos pinças aproxima- se do bordo lingual. A estrela dentária assume uma posição mais próxima do centro da mesa dentária, tendo uma forma cada vez mais arredondada. Cerca de 10 anos de idade Aos 11 anos de idade Todos os incisivos podem apresentar uma mesa den- tária redonda. O esmalte central aproxima-se do bordo lingual em todos os incisivos. A estrela dentária pode ocupar já uma posição central em todos os incisivos, e pode assumir uma forma arredondada. Cerca de 11 anos de idade Aos 12 anos de idade Todos os incisivos podem apresentar uma mesa dentária redonda. Os pinças podem estar nivelados e a estrela dentária resumir-se a uma pequena mancha amarela no centro da mesa dentária. 110 RPCV (2003) 98 (547) 103-110Silva, M.F. et al. Aos 13 anos de idade A mesa dentária dos pinças pode começar a assu- mir uma forma triangular. Todos os incisivos podem estar nivelados e a estrela dentária resumir-se a uma pequena mancha amarela no centro da mesa dentária. Cerca de 13 anos de idade Aos 15 anos de idade A mesa dentária dos pinças e dos médios pode ter uma forma triangular. Todos os incisivos estão nivelados. Os acidentes da mesa dentária resumem- se à estrela dentária que aparece como uma pequena mancha amarelaem posição central. 14 a 16 anos de idade Aos 18 anos de idade A mesa dentária pode ter uma forma triangular em todos os incisivos. Os acidentes da mesa dentária resumem-se à estrela dentária que aparece como uma pequena mancha amarela em posição central. 18 a 20 anos de idade Aos 22 anos de idade A mesa dentária pode ter uma forma oval em todos os incisivos, que parecem estar comprimidos transver- salmente. Os acidentes da mesa dentária resumem-se à estrela dentária que aparece como uma pequena mancha amarela em posição central. Mais de 20 anos de idade Agradecimentos Os autores agradecem à Escola de Equitação da Sociedade Hípica Portuguesa, à Coudelaria Nacional e ao Picadeiro d-El Rey pela disponibilização dos ani- mais cujas fotografias ilustram este trabalho. Bibliografia Anónimo, (1988). Official Guide for Determining the Age of the Horse. (Ed. American Association of Equine Practitioners), Lexington. Caldeira, R. M.; Fraústo da Silva, M.; Grave, J.; Rosa, I. G.; Men- donça, H., (2002). Apontamentos de Exognosia. Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. Getty, R. (1981). Anatomia dos Animais Domésticos de Sisson e Grossman. 1ª Edição. (Ed. C.E. Rosenbaum, N. G. Ghoshal, D. Hillmann). Interamericana Ltd., Rio de Janeiro. Ferraris, G.; Muñoz, C., (2001). Histologia y Embriologia Bucodental. Ed. Médica Panamericana, Madrid. Henning,G. E.; Steckel, R. R., (1995). Diseases of the oral cavity and esophagus. In: The Horse, Diseases and Clinical Man- agement (Ed. C. N. Kobluk, T. R. Ames, R. J. Geor). W.B. Saunders Company, Philadelphia. Junqueira, L. C.; Carneiro, J., (1995). Histologia Básica. 8ª Edicão. Guanabara Koogan S.A, Rio de Janeiro. Knottenbelt, D. (1996-97). Ageing of Horses. CD-rom. University of Liverpool. Masty, J., Vojt, T., sem data. Age related changes of the equine hypsodont tooth. In http://www.vet.ohio-state.edu/docs/ ATCenter/AT2658/TOC.html Orsini, P. G., (1992). Oral cavity. In: Equine Surgery (Ed. J. A. Auer). W.B. Saunders Company, Philadelphia. Richardson, J., (1997). Ageing Horses - An ilustrated guide. In Practice. 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