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1 UNIDADE IV: REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Questões de HC 1) Segundo a Constituição Federal, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á a) mandado de segurança. b) alvará de soltura. c) habeas corpus. d) habeas data. e) mandado de injunção. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme art. 5°, LXVIII, da Constituição. 2) O habeas corpus é cabível a) para discutir excessivo valor exigido a título de alimentos em decisão que tenha decretado a prisão civil do devedor. b) em favor de pessoa jurídica, pois tem como objetivo fazer cessar todo e qualquer constrangimento ilegal. c) contra a aplicação de pena de multa em sentença penal condenatória, pois a pena pecuniária pode ser convertida em prisão. d) para afastar pena acessória de perda de cargo público imposta em sentença penal condenatória. e) em casos de flagrante ilegalidade da prisão civil por dívida de alimentos. Resposta: Letra E. Comentário: Conforme art. 5°, LXVIII, da Constituição, o habeas corpus é remédio constitucional que visa a proteção da liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Nas hipóteses da questão, apenas a prisão civil por dívidas de alimente restringe essa liberdade. 3) Sobre o Habeas Corpus, é correto afirmar que: a) é cabível para discutir o mérito das decisões disciplinares militares. b) pode ser impetrado por pessoa que não tem capacidade postulatória. c) não é cabível contra ato de particular. 2 d) a ordem não pode ser concedida de ofício pelo julgador. e) não pode ser concedido contra ato de Comissão de Inquérito Parlamentar. Resposta: Letra B. Comentário: A ação de habeas corpus pode ser impetrada sem advogado e não precisa obedecer qualquer formalidade processual ou instrumental. Além disso, cabe contra ato de particular (errada a letra C), pode ser concedida de ofício pelo magistrado (errada a letra D) e contra ato de CPI que restrinja a liberdade de locomoção, como a prisão em flagrante (errada a letra E). Finalmente, não cabe habeas corpus para discussão do mérito de punições disciplinares militares, apenas de seus pressupostos de legalidade. 4) Quanto ao habeas corpus, assinale a alternativa correta. a) É gratuito. b) É cabível em relação a qualquer punição disciplinar militar. c) Concede-se para proteger direito líquido e certo. d) Assegura o conhecimento de informações pessoais. e) Exige sigilo processual. Resposta: Letra A. Comentário: Conforme art. 5°, LXXVII, da Constituição. Cabe habeas corpus apenas para discussão dos pressupostos de legalidade da punição militar, não cabendo no mérito (errada a letra B). Para proteção de direito líquido e certo, conceder-se-á mandado de segurança (errada a letra C). Para assegurar conhecimento de informações pessoais relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, conceder-se-á habeas data (errada a letra D). O habeas corpus, por fim, não exige sigilo (errada a letra E). 5) Acerca dos remédios constitucionais, julgue o próximo item. Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus. Resposta: Certo. Comentário: Pessoa jurídica é legitimada para impetrar habeas corpus desde que em defesa de pessoa física. 6) Considerando o disposto na Constituição Federal e nas súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre o habeas corpus, assinale a alternativa correta. a) É cabível o habeas corpus, ainda que extinta a pena privativa de liberdade, se o autor demonstrar interesse subjetivo no seu resultado. 3 b) Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, exceto no processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. c) Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, não está sujeita a recurso ex officio. d) É cabível recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, ainda que não esteja mais em causa a liberdade de locomoção. e) O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus. Resposta: Letra E. Comentário: Nos termos da Súmula n° 208 do STF. Errada a letra A porque, conforme Súmula n° 695 do STF, não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. Errada a letra B porque, conforme Súmula n° 693 do STF, não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, nem no processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Errada a letra C porque, conforme Súmula n° 344 do STF, sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, está sujeita a recurso ex officio. Errada a letra C porque, conforme Súmula n° 395 do STF, não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção. 7) Compete exclusivamente ao STF o julgamento de habeas corpus impetrado por ministro de Estado. Resposta: Errado. Comentário: Compete ao Superior Tribunal de Justiça, não ao Supremo Tribunal Federal, processar e julgar originariamente o habeas corpus quando o coator (ou impetrado) for Ministro de Estado (art. 105, I, “c”). 8) O habeas corpus é uma ação constitucional de grande importância na história jurídico-constitucional do Brasil. Sob a vigência da Constituição de 1891, por exemplo, segundo MENDES e BRANCO (2017), […] a formulação ampla do texto constitucional deu ensejo a uma interpretação que permitia o uso do habeas corpus para anular até mesmo ato administrativo que determinara o cancelamento de matrícula de aluno em escola pública, para garantir a realização de comícios eleitorais, o exercício da profissão, dentre outras possibilidades. MENDES, Gilmar; BRANCO, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12a. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 431 Hoje, o Supremo Tribunal Federal detém importante papel na definição do seu cabimento. Assim, afirma-se que 4 a) o Supremo Tribunal Federal não admite habeas corpus para questionamento de razoável duração do processo. b) é cabível mesmo que não haja, nem por via reflexa, constrangimento à liberdade de locomoção. c) cabe habeas corpus contra a aplicação de pena de multa. d) segundo o Supremo Tribunal Federal, cabe habeas corpus contra pena pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade. e) segundo a Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, aplicada rigorosamente pela Corte, o habeas corpus não é cabível contra decisão de relator em tribunal superior que indefere a liminar. Resposta: Letra D. Comentário: A Constituição de 1891 adotava a “teoria brasileira do habeas corpus”, admitindo-o para a proteção ampla de direitos fundamentais. Essa teoria foi abandonada, e hoje o habeas corpus restringe-se à proteção direitos inerentes à liberdade de locomoção (errada a letra B). Assim, havendo risco de privação da liberdade física, caberá o remédio constitucional, como no caso de pena pecuniária que pode ser convertida em privativa de liberdade. Errada a letra A porque o STF já admitiu habeas corpus para questionar a duração do processo quando a demora injustificada puder restringir indevidamente a liberdade do paciente. Errada a letra C porque, conforme Súmula n° 693 do STF, não cabe habeas corpus contra decisão condenatóriaa pena de multa, bem como relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Finalmente, errada a letra E porque a aplicação da referida Súmula já foi flexibilizada pelo STF no caso de ilegalidade flagrante. 9) À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca de habeas corpus. a) O habeas corpus é instrumento viável para a revisão de súmulas de tribunais se o teor da súmula atentar abstratamente contra o direito à liberdade de locomoção. b) A utilização do habeas corpus como mecanismo judicial para salvaguarda do direito à liberdade de locomoção é limitada no tempo, sujeitando-se a preclusão e decadência. c) A inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, ou seja, de apreciação de um segundo habeas corpus quando ainda não definitivamente julgado o anteriormente impetrado, é relativizada se se tratar de ilegalidade flagrante e prontamente evidente. d) O habeas corpus é meio idôneo para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens em processo criminal. e) O afastamento de cargo público é impugnável por habeas corpus. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme jurisprudência do STF. Errada a letra A porque a ação de habeas corpus tem caráter subjetivo, não servindo ao questionamento em abstrato de norma 5 que atente contra a liberdade de locomoção. Errada a letra B porque a direito ao habeas corpus persiste enquanto durar a ameaça, violência ou coação na liberdade de locomoção. Erradas as letras D e E porque, conforme jurisprudência da Corte, não cabe habeas corpus para impugnar ato de sequestro ou confisco de bens em processo criminal nem para impugnar afastamento de cargo público, já que não envolvem restrição à liberdade de locomoção. 10) Quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. À hipótese acima, pode-se relacionar qual espécie de habeas corpus? a) Preventivo (salvo-conduto). b) Repressivo. c) Propositivo. d) Pleno. e) Limitado. Resposta: Letra A. Comentário: Em sua modalidade preventiva, o habeas corpus cabe quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Neste caso, o restrição à locomoção ainda não se consumou, e o habeas corpus constitui salvo-conduto para garantir seu livre trânsito. 11) O habeas corpus a) pode ser impetrado por qualquer pessoa, mas somente em seu favor. b) pode ser preventivo. c) não pode ser concedido de ofício. d) não pode ser impetrado pelo Ministério Público, por falta de interesse de agir. e) pode ser impetrado em defesa da sociedade, para rever decisão injusta. Resposta: Letra B. Comentário: O habeas corpus pode ser tanto repressivo quanto preventivo. Além disso, poder ser impetrado por qualquer pessoa, em nome próprio ou de terceiro (errada a letra A), inclusive pelo Ministério Público (errada a letra D), pode ser concedido de ofício (errada a letra C) e está restrito à defesa de direitos inerentes à liberdade de locomoção (errada a letra E). 6 12) No tocante ao habeas corpus, considere: I. A legitimidade ativa do habeas corpus está afeta a qualquer pessoa em seu favor ou de outrem. II. A constitucionalização do habeas corpus somente veio com a Constituição Federal de 1937. III. A competência para julgamento do habeas corpus contra ato praticado pelo Promotor de Justiça é do Tribunal de Justiça competente. IV. O estrangeiro também poderá impetrar habeas corpus, exceto o não residente no Brasil. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e IV. b) I, II e IV. c) I, II e III. d) I e III. e) II, III e IV. Resposta: Letra D. Comentário: Errado o item II porque o habeas corpus foi constitucionalizado já na Constituição de 1891. Errado o item IV porque mesmo o estrangeiro não residente, como, por exemplo, um turista, poderá impetrar habeas corpus em defesa da sua liberdade de locomoção no território brasileiro. 13) Contra a denegação de habeas corpus por Tribunal Superior prevê a Constituição da República remédio jurídico expresso, consistente em: a) recurso extraordinário; b) recurso especial; c) recurso ordinário; d) mandado de segurança; e) habeas corpus. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme art. 102, II, “a”, da Constituição, sendo competente o Supremo Tribunal Federal para julgar o referido recurso. 7 14) Julgue o item seguinte acerca dos remédios constitucionais. A legitimidade para impetração de habeas corpus é universal, abrangendo a pessoa jurídica e também aqueles que não possuem capacidade civil plena. Resposta: Certo. Comentário: Para impetrar o habeas corpus, basta que o paciente, mesmo sem capacidade civil plena, sofra ou se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Lembrando que o impetrante (quem impetra a ação) poderá ser pessoa distinta do paciente (titular do direito ameaçado ou lesado). 15) O habeas corpus pode ser impetrado por: I – Pessoa física. II – Pessoa jurídica. III – Estrangeiro não domiciliado no Brasil. IV – Analfabeto, bastando que alguém assine por ele. a) Apenas I está correta. b) I e II estão corretas. c) I e III estão corretas. d) I e IV estão corretas. e) Todas estão corretas. Resposta: Letra E. Comentário: A legitimidade do habeas corpus é ampla, podendo ser impetrado por qualquer pessoa, em nome próprio ou de terceiro, sem necessidade de advogado. 16) Acerca do remédio constitucional para tutela da liberdade de locomoção, assinale a alternativa INCORRETA: a) É cabível habeas corpus tão somente para garantia da liberdade de locomoção, ou ameaça à liberdade de locomoção, inadmitindo-o, porém, quando a matéria versar sobre extinção da punibilidade ou nulidade manifesta do processo. b) A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela. 8 c) Admite-se habeas corpus preventivo quando há iminência de restrição à liberdade de locomoção. d) O Ministério Público tem legitimidade para impetrá-lo. Resposta: Letra A. Comentário: Conforme jurisprudência, é possível a concessão de habeas corpus para a extinção de ação penal sempre que se constatar ou imputação de fato atípico, ou inexistência de qualquer elemento que demonstre a autoria do delito, ou extinção da punibilidade. Letras B e C corretas nos termos dos artigos 651 e 647 e do Código de Processo Penal. 17) Conselheiro de Tribunal de Contas de determinado Estado figura como réu em ação penal pelo suposto cometimento de conduta tipificada como crime comum na legislação penal. Nessa hipótese, a competência para processar e julgar referida ação é do a) Supremo Tribunal Federal, ao qual compete igualmente processar e julgar eventual habeas corpus em que o Conselheiro figure como paciente, em face de decisões proferidas na ação. b) Superior Tribunal de Justiça, ao qual compete igualmente processar e julgar eventual habeas corpus em que o Conselheiro figure como paciente, em face de decisões proferidas na ação. c) Superior Tribunal de Justiça, competindo ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar eventual habeas corpus em que o Conselheiro figure como paciente, em face de decisões proferidas na ação. d) Tribunal de Justiça do Estado respectivo, ao qual compete igualmente processar e julgar eventual habeas corpus em que o Conselheirofigure como paciente, em face de decisões proferidas na ação. e) Tribunal de Justiça do Estado respectivo, competindo ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar eventual habeas corpus em que o Conselheiro figure como paciente, em face de decisões proferidas na ação. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 105, I, “a” e “c”, da Constituição. 9 Questão habeas data 1 - Conceder-se-á habeas data: a) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. b) Para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. c) Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. d) Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania e acesso a dados sigilosos. Resposta: Letra A. Comentário: Nos termos do art. 5°, LXXII, “a” e “b”, da Constituição. 2 - O remédio constitucional que representa, no plano institucional, a mais expressiva reação jurídica do Estado às instituições que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos de conhecimento de informações relativas à pessoa interessada constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, bem como de retificação de dados e complementação de registros existentes, é o(a) a) habeas data. b) mandado de segurança. c) habeas corpus. d) ação popular. e) mandado de injunção. Resposta: Letra A. Comentário: Em conformidade com o art. 5°, LXXII, “a” e “b”, da Constituição. 3 - Após ter sido negada a sua solicitação de financiamento para a aquisição de imóvel residencial — seu nome estava negativado no serviço de proteção ao crédito —, Pedro procurou a entidade responsável pelo banco de dados em questão, mas lhe foi negado o fornecimento de informações acerca de seu cadastro. 10 Nessa situação hipotética, para garantir o acesso aos dados, o remédio constitucional cabível em sede judicial é o(a) a) mandado de injunção. b) habeas data. c) ação popular. d) mandado de segurança Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição, c/c art. 43, § 4°, do Código de Defesa do Consumidor, que determina que os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público, logo passíveis de figurar no polo passivo de ação de habeas data. 4 - O remédio constitucional do habeas data permite que o impetrante obtenha informações cadastrais relativas a todas as partes de um processo do qual seja parte, exceto aquelas protegidas por sigilo bancário. Resposta: Errado. Comentário: Conforme art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição, o habeas data é remédio constitucional cabível apenas para o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante. 5 - Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Dessa forma, caso ocorra recusa no fornecimento de certidões ou informações de interesse de terceiros, o remédio próprio constitucional a ser utilizado será o habeas data. Resposta: Errado. Comentário: Conforme descrito na questão, reproduzindo os termos do art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição, o habeas data é remédio constitucional cabível apenas para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, não se confundindo com o direito de obtenção de certidões (art. 5°, XXXIV) nem de informações de terceiros (art. 5°, XXXIII), estes assegurados por mandado de segurança em caso de recusa. 6 - Sob o aspecto da legitimidade ativa, por meio de habeas data é possível obter informações relativas a qualquer pessoa, desde que as informações sejam classificadas como públicas. Resposta: Errado. 11 Comentário: Conforme art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição, o habeas data é remédio constitucional concedido apenas para o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante. 7 - Conceder-se-á habeas data a) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais. b) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. c) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. d) para a ratificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. e) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial e administrativo. Resposta: Letra C. Comentário: Nos exatos termos do art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição. Letra E errada porque o texto do art. 5°, LXXII, “b”, diz “retificação de dados”, mas “quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial OU administrativo”, não E, como na questão. 8 - Em relação ao habeas data, é correta a seguinte afirmação. a) O habeas data sempre pode ser concedido para conhecimento de informações relativas a terceiros, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público. b) Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. c) O habeas data não pode ser impetrado para que o interessado apresente explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. d) Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito suspensivo e devolutivo. e) O pedido de habeas data não pode ser renovado em nenhuma hipótese. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme definição do art. 1°, parágrafo único, da Lei n° 9.507/1997. Errada a letra A porque o habeas data sempre pode ser concedido para conhecimento 12 de informações relativas à pessoa do impetrante, não de terceiros. Errada a letra C porque o art. 7°, II da Lei n° 9.507/1997, permite habeas data para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. Errada a letra D porque o recurso de apelação em habeas data tem efeito meramente devolutivo (art. 15, parágrafo único, da Lei n° 9.507/1997). Por fim, errada a letra E porque o pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito (art. 18 da Lei n° 9.507/1997). 9 - Conceder-se-á [………………………………..] para assegurar o conhecimento de informação relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público: a) Ação civil pública. b) Habeas corpus. c) Mandado de Injunção. d) Habeas data. Resposta: Letra D. Comentário: Nos termos do art. 5°, LXXII,“a”, da Constituição. 10 - A empresa X é autuada por suposta infração administrativa. Ao consultar os autos do processo administrativo para elaboração de seu recurso, constata a existência de outro processo relacionado ao seu ao qual lhe é negado acesso, sob o fundamento de que está sob sigilo. Porém, toda a base fática que deu causa à autuação administrativa da empresa X consta desse processo “sigiloso”. Visando ter acesso a esse processo administrativo anterior, o remédio constitucional adequado a ser utilizado pela empresa X é a) o habeas data. b) o habeas corpus. c) o mandado de segurança. d) o mandado de injunção. e) a ação popular. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme jurisprudência do STF, não admite-se habeas data para obtenção de vista de processo administrativo, devendo para isto ser impetrado mandado de segurança, remédio constitucional de caráter residual, já que se preta à proteção direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data (art. 5°, LXIX, da Constituição). 13 11 - Uma autoridade pública de determinado estado da Federação negou-se a emitir certidão com informações necessárias à defesa de direito de determinado cidadão. A informação requerida não era sigilosa e o referido cidadão havia demonstrado os fins e as razões de seu pedido. Nessa situação hipotética, o remédio constitucional apropriado para impugnar a negativa estatal é o(a) a) ação popular. b) mandado de segurança. c) habeas data. d) habeas corpus. e) mandado de injunção. Resposta: Letra B. Comentário: O direito de obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal , assegurado pelo art. 5°, XXXIV, “b”, da Constituição (hipótese da questão), é amparado por mandado de segurança, uma vez que não se confunde com o direito de conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, este amparado por habeas data (art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição). 12 - De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, qual a ação cabível para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo? a) habeas data b) habeas corpus c) mandado de injunção d) mandado de segurança e) exceção de incompetência Resposta: Letra A. Comentário: Conforme art. 5°, LXXII, “b”, da Constituição. 13 - Como o habeas data não pode ser utilizado por pessoa jurídica, deve ser reconhecida a ilegitimidade ativa na hipótese de pessoa jurídica ajuizar habeas data 14 para obter informações de seu interesse constante de dados de determinada entidade governamental. Resposta: Errado. Comentário: Qualquer pessoa, física ou jurídica, tem legitimidade ativa para impetração de habeas data. 14 - Assinale a alternativa correta sobre as Ações Constitucionais. a) Compete aos Tribunais Regionais Federais processar e julgar originariamente os habeas data contra ato do próprio Tribunal. b) São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e mandado de segurança, na forma da lei. c) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, em recurso ordinário, o mandado de segurança decidido em única ou última instância pelos Tribunais Superiores. d) Cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal das decisões denegatórias de habeas data proferidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. e) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado. Resposta: Letra A. Comentários: Conforme art. 108, I, “c”, da Constituição. Errada a letra B porque somente são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data (art. 5°, LXXVII). Errada a letra C porque o STF somente julga, em recurso ordinário, o mandado de segurança decidido em única ou última instância pelos Tribunais Superiores, se a decisão for denegatória (art. 102, II, “a”). Errada a letra D porque as decisões do Tribunal Superior Eleitoral são irrecorríveis, salvo as que contrariarem a Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança (art. 121, § 3º). Errada a letra E porque compete ao STJ, não ao STF, processar e julgar originariamente mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado (art. 105, I, “b”). 15 - Bruna, desconfia que seu filho Murilo, 24 anos de idade, começou a praticar crimes de furtos, bem como crimes cibernéticos. Preocupada com a situação, inclusive porque Murilo recebe diversas cartas de cobranças de dívidas lícitas, Bruna resolve investigar a situação financeira do filho, mas nenhuma entidade Governamental, bem como nenhuma entidade de caráter público lhe fornecem qualquer informação. Conversando com sua amiga Soraia, estudante de direito, a mesma sugeriu que Bruna impetrasse um habeas data. Neste caso, Soraia fez a sugestão a) incorreta porque não cabe habeas data para o conhecimento de informação relativa a terceiro, mas somente relativa ao impetrante. 15 b) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, bem como de terceiros a ela relacionados constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. c) incorreta porque o habeas data cabe apenas para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. d) correta porque o habeas data cabe exatamente para a retificação de quaisquer dados referentes a qualquer pessoa, em razão da observância do princípio da publicidade. e) correta porque segundo a carta magna conceder-se-á habeas data exatamente para assegurar o conhecimento de informações relativas a terceiros constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Resposta: Letra A. Comentário: Em conformidade com o art. 5°, LXXII, “a”, da Constituição, que somente admite habeas data para a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante (erradas as letras B, D e E), bem como (mas não apenas) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (errada a letra D). Veja como o mandado de segurança vem sendo cobrado em provas de concurso público: Questão (FCC – TRT – 24ª REGIÃO/2017 -Técnico Judiciário): Processar e julgar originariamente o mandado de segurança contra atos da Mesa da Câmara dos Deputados é competência do a) Tribunal de Justiça do Distrito Federal. b) Superior Tribunal de Justiça. c) Tribunal Regional Federal da Região que abrange o Distrito Federal. d) Congresso Nacional. e) Supremo Tribunal Federal. Resposta: Letra E. Comentário: Conforme art. 102, I, “d”, da Constituição. Questão (VUNESP – Câmara de Mogi das Cruzes-SP/2017 – Procurador Jurídico): Com relação à possibilidade de Mandado de Segurança contra atos praticados em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública, assinale a alternativa correta. 16 a) A legislação atual contempla a inadequação da via mandamental para a discussão de atos praticados em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. b) O Superior Tribunal de Justiça consolidou sua posição de que não cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. c) O Superior Tribunal de Justiçaconsolidou sua posição de que cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. d) A legislação atual contempla a inadequação da via mandamental para a discussão de atos praticados em licitação promovida por sociedade de economia mista, sendo, porém, autorizada contra atos de empresa pública. e) O Superior Tribunal de Justiça consolidou sua posição de que cabe mandado de segurança, tão somente contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista, vedando a hipótese contra empresa pública. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme Súmula n° 333 do STJ, segundo a qual “cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública”. Questão (CONSULPLAN – TRE-RJ/2017 – Analista Judiciário): Analise o caso hipotético a seguir: “O Secretário de Fazenda do Estado X editou Instrução Normativa que suprime diversas vantagens dos Promotores de Justiça, tais como insalubridade, horas extras, vale-alimentação, em outras. Todas estas vantagens estão previstas no Estatuto da Classe. A fim de resguardar seus direitos, João, Promotor de Justiça, impetrou Mandado de Segurança contra o ato do Secretário. Sobre o mandado de segurança, assinale a alternativa correta. a) No caso de pedido de reconsideração na via administrativa, o prazo decadencial para a interposição do mandado de segurança fica suspenso. b) O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. c) João, na qualidade de Promotor de Justiça, tem legitimidade para postular em causa própria o mandado de segurança, uma vez que a referida Instrução Normativa fere direito líquido e certo previsto em Lei. d) Considerando que o Governador do Estado X delegou a função ao Secretário de Fazenda para criar a Instrução Normativa que suprime direitos dos Promotores de Justiça, somente o Governador poderá figurar no polo passivo como autoridade coatora. Resposta: Letra B. Comentário: Embora a hipótese descrita na questão fale em “supressão” de vantagem, o item B fala da “redução”. E em conformidade com a 17 jurisprudência do STJ, em se tratando de redução, esta, ao contrário da supressão de vantagem, configura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Por esse motivo, o prazo decadencial para se impetrar a ação de mandado de segurança (120 dias) renova-se mês a mês. Letra A incorreta porque, conforme Súmula n° 430 do STF, “pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança”. Letra C incorreta porque João não poderá postular o mandado de segurança em causa própria na condição de Promotor de Justiça, devendo fazê-lo por meio de representante legal com capacidade postulatória para isto. Finalmente errada a letra B porque, conforme Súmula n° 510 do STF, “praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial”. Questão (CESPE – Prefeitura de Fortaleza-CE/2017 – Procurador do Município): Embora não tenham personalidade jurídica própria, os órgãos públicos titulares de prerrogativas e atribuições emanadas de suas funções públicas — como, por exemplo, as câmaras de vereadores, os tribunais de contas e o MP — têm personalidade judiciária e, por conseguinte, capacidade ativa de ser parte em mandado de segurança para defender suas atribuições constitucionais e legais. Resposta: Certo. Comentário: Nos termos da Súmula n° 525 do STJ, segundo a qual “a Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais”. Embora mencione explicitamente apenas as câmaras de vereadores, ela pode ser aplicada aos demais órgãos públicos com as mesmas características (sem personalidade jurídica, mas com personalidade judiciária). Questão (CESPE – PJC-MT/2017 – Delegado de Polícia Substituto): Uma proposta de emenda constitucional tramita em uma das casas do Congresso Nacional, mas determinados atos do seu processo de tramitação estão incompatíveis com as disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo. Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do STF, terá legitimidade para impetrar mandado de segurança a fim de coibir os referidos atos a) partido político. b) governador de qualquer estado da Federação, desde que este seja afetado pela matéria da referida emenda. c) o Conselho Federal da OAB. d) o procurador-geral da República. e) parlamentar federal. 18 Resposta: Letra E. Comentário: Conforme jurisprudência do STF, somente o parlamentar pode impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo. Além disso, a legitimação para a impetração do mandado de segurança é exclusiva do parlamentar, na medida em que o direito público subjetivo de participar de um processo legislativo hígido (devido processo legislativo) pertence somente aos membros do Poder Legislativo. Lembrando que esta constitui hipótese de controle de constitucionalidade judicial preventivo. Questão (VUNESP – IPRESB-SP/2017 – Agente Previdenciário): Considere a seguinte situação hipotética: Cidadão de Barueri pleiteia licença para realizar reforma e construção em imóvel de que é proprietário, mas a Municipalidade rejeita seu pleito. Entendendo o Cidadão que preenche todos os requisitos que o habilitam a reformar e construir em sua propriedade, apresenta recurso do indeferimento. Passam-se mais de 120 (cento e vinte) dias e não há resposta ao recurso. Neste caso, diante da omissão da Municipalidade, o Cidadão pode demandar a análise do caso pelo Poder Judiciário, por meio de a) ação popular. b) mandado de injunção. c) mandado de segurança. d) habeas corpus. e) habeas data. Resposta: Letra C. Comentário: Uma vez que preenche todos os requisitos necessários, o Cidadão tem direito líquido e certo de reformar e construir sua propriedade, podendo assegurá-lo por meio de mandado de segurança, conforme previsão do art. 5°, LXIX, da Constituição, remédio apto quando não cabe habeas corpus (direito de locomoção) nem habeas data (direito à informação do próprio impetrante). Quanto ao prazo, há jurisprudência do STF flexibilizando-o no caso de ato omisso. Neste caso, segundo a Corte, imputando-se à autoridade ilegalidade por não praticar ato de sua competência, não há, em princípio, evento que se preste como marco inicial para deflagrar a contagem do prazo de 120 dias de que trata o art. 23 da Lei n° 12.016/2009, de modo que também não há incidência da referida norma. Questão (RHS Consult – Prefeitura de Paraty-RJ/2016 – Procurador): A impetração do mandado de segurança deve fundamentar-se: a) Em alegações que dependam de dilação probatória. b) Em recursos administrativos. c) Na natureza civil da ação constitucional. 19 d) Na hipótese de ajuizamento. e) No conceito de direito líquido e certo. Resposta: Letra E. Comentário: Conforme determinação constitucional do art. 5°, LXIX. Questão (MPE-GO/2016 – Promotor de Justiça Substituto): A respeito do Mandado de Segurança, assinale a alternativa incorreta: a) Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officioou a requerimento do Ministério Público quando, negada a medida liminar, o impetrante criar obstáculos à normal tramitação do Mandado de Segurança ou deixar de promover, por mais de 15 (quinze) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. b) A teoria da encampação no mandado de segurança tem aplicabilidade nas hipóteses em que atendidos os seguintes pressupostos: subordinação hierárquica entre a autoridade efetivamente coatora e a apontada na petição inicial, discussão do mérito nas informações e ausência de modificação da competência. c) O Mandado de Segurança deve ser extinto, sem resolução do mérito, no caso de ocorrer o falecimento do impetrante, por não ser permitido que os herdeiros se habilitem d) Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. Resposta: Letra A. Comentário: Nos termos do art. 8° da Lei n° 12.016/2009, será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 dias úteis (não 15 dias, como diz o item da questão), os atos e as diligências que lhe cumprirem. Letras B e C corretas conforme jurisprudência do STJ, destacando que, conforme a Corte, no caso de falecimento do impetrante durante o processamento do mandado de segurança, não é cabível a sucessão de partes em razão do caráter mandamental e a natureza personalíssima da demanda. Letra D correta nos termos do art. 7°, § 2° da Lei n° 12.016/2009. Questão (TRT – 2ª REGIÃO/2016 – Juiz do Trabalho Substituto): Segundo a Lei do Mandado de Segurança, assinale a alternativa INCORRETA: a) 0 terceiro prejudicado pode, por inércia do verdadeiro titular do direito, ter o mesmo direito e poderá impetrar Mandado de Segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando este for notificado judicialmente. 20 b) A diferença entre o Mandado de Segurança e o habeas corpus é que o primeiro protege o cidadão de um acontecimento ilegal, com abuso de poder, enquanto o segundo garante ao indivíduo o direito de “ir e vir”. c) Cabe Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. d) Não se concede Mandado de Segurança contra decisão judicial transitada em julgado. e) É obrigatória a participação do Ministério Público. Resposta: Letra C. Comentário: Ao contrário, conforme art. 1°, § 2°, da Lei, não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. Demais opções corretas conforme art. 3° (letra A), art. 5°, III (letra D) e art.12 (letra E), da Lei n° 12.016/2009, e art. 5°, LXVIII e LXIX, da Constituição (letra B). Questão (FUMARC – Prefeitura de Matozinhos-MG/2016 – Advogado): Acerca da garantia de mandado de segurança, é INCORRETO afirmar que a) autoridade coatora é aquela que exerce poder de decisão acerca do ato ilegal ou abusivo praticado e não seu mero executor. b) constitui remédio apto a defender prerrogativa afeta ao cargo titularizado, na hipótese em que uma autoridade é alcançada por conduta ilegal ou abusiva de outra. c) o pressuposto direito líquido e certo impede que seja impetrado mandado de segurança para defender direito cujo sentido ou extensão sejam controversos. d) são considerados atos ilegais aqueles que violam norma constitucional. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme Súmula n° 625 do STF, segundo a qual “controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”. Questão (VUNESP – TJ-SP/2016 – Titular de Serviços de Notas e de Registros): Assinale a alternativa correta sobre o mandado de segurança. a) É cabível contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas. b) É cabível contra ato disciplinar. c) Serve para proteger direito líquido e certo, ainda que amparado por habeas corpus ou habeas data. 21 d) É cabível contra lei ou ato normativo em tese. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 5º, LXIX, da Constituição, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data (ação de caráter residual, logo errada a letra C), quando atingido por ato ilegal ou praticado com abuso de poder por autoridade pública, inclusive ato de caráter disciplinar. Errada a letra A porque NÃO cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas (art. 1°, § 2°, da Lei n° 12.016/2009). Errada a letra D porque o mandado de segurança é ação de caráter subjetivo, que se presta ao amparo apenas do direito líquido e certo de seu titular. Questão (FGV – IBGE/2016 – Analista): De acordo com o texto da Constituição da República de 1988 e com a doutrina de Direito Administrativo, o mandado de segurança é: a) ação de fundamento constitucional pela qual se torna possível proteger o direito líquido e certo do interessado contra ato do Poder Público ou de agente de pessoa privada no exercício de função delegada; b) remédio constitucional cabível quando houver falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; c) meio processual previsto na Constituição para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; d) instrumento constitucional à disposição de qualquer cidadão que visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural; e) demanda de ordem constitucional à disposição de qualquer cidadão para a restituição da verdade sobre fato juridicamente relevante com a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Resposta: Letra A. Comentário: Com fundamento no art. 5º, LXIX, da Constituição. Letra B refere-se ao mandado de injunção (art. 5º, LXXI). Letras C e E referem-se ao habeas data (art. 5º, LXXII, “a”). Letra D refere-se à ação popular (art. 5º, LXXIII). Questão (IADES – PC-DF/2016 – Perito Criminal): Com base nos direitos e nos deveres coletivos previstos na Constituição Federal, quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, a solução correta de ajuizamento será a (o) 22 a) arguição de descumprimento de preceito fundamental. b) mandado de injunção. c) mandado de segurança. d) ação direta de inconstitucionalidade. e) ação direta de constitucionalidade. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme previsão do art. 5º, LXIX, da Constituição. Questão (FAFIPA – Câmara de Cambará-PR/2016 – Procurador Jurídico): O mandado de segurança é regido pela lei 12.016, bem como por disposições constitucionais. Nessa toada, de acordo com o regramento aplicável, assinale a alternativa INCORRETA.a) Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. b) Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução. c) Cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial, praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. d) A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. Resposta: Letra C. Comentário: Ao contrário, conforme art. 1°, § 2°, dada Lei n° 12.016/2009, não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. Demais opções corretas conforme art. 4° (letra A), art. 5° (letra B) e art. 19 (letra D) da mesma Lei. Questão (FGV – MPE-RJ/2016 – Analista do Ministério Público): O Ministério Público de determinado Estado, com observância das regras de competência estabelecidas na Constituição Estadual, impetrou mandado de segurança, perante o Tribunal de Justiça local, contra ato de certa autoridade estadual. Considerando que o mandado de segurança foi denegado, bem como que não foi acolhida a interpretação, defendida na petição inicial, da Constituição da República e da legislação federal, a instituição deve interpor: a) recurso extraordinário endereçado ao Supremo Tribunal Federal; 23 b) recurso ordinário endereçado ao Superior Tribunal de Justiça; c) recurso especial endereçado ao Superior Tribunal de Justiça; d) recurso ordinário endereçado ao Supremo Tribunal Federal; e) simultaneamente, recursos extraordinário e especial, endereçados aos tribunais competentes. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 105, II, “b”, da Constituição. Questão (IESES – TJ-PA/2016 – Titular de Serviços de Notas e de Registros): A Carta Magna que trouxe diversas novidades, dentre estas a constitucionalização dos direitos sociais, a criação da Justiça Eleitoral, o sufrágio feminino, o voto secreto e o mandado de segurança, refere-se a: a) Constituição da República Federativa de 1988. b) Carta Constitucional de 1934. c) Carta Constitucional de 1824. d) Carta Magna de 1891. Resposta: Letra B. Comentário: O mandado de segurança foi constitucionalizado pela primeira vez no ordenamento jurídico nacional pela Constituição de 1934. Questão (Quadrix – CRO-PR/2016 – Procurador Jurídico): […] conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. (Constituição Federal de 1988) Considerando o texto constitucional acima indicado, bem como as considerações doutrinárias sobre o aludido remédio constitucional, assinale a alternativa incorreta. a) O mandado de segurança poderá ser repressivo de uma ilegalidade já cometida; ou preventivo, quando o impetrante demonstrar justo receio de sofrer uma violação de direito líquido e certo por parte da autoridade impetrada. b) O particular não está obrigado a exaurir a via administrativa para utilizar-se do mandado de segurança, afinal o Judiciário não pode se furtar do exame de qualquer lesão de direito. c) Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo para o mandado de segurança. 24 d) De acordo com a doutrina majoritária, e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o mandado de segurança observa prazo decadencial de 120 dias, contados a partir da data em que o interessado tiver conhecimento do ato a ser impugnado. e) Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. Resposta: Letra C. Comentário: Ao contrário, conforme Súmula n° 430 do STF, pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. Demais opções corretas conforme doutrina e jurisprudência (letras A e B), e artigos 23 (letra D) e 25 (letra E) da Lei n° 12.016/2009. Questão (CESPE – TCE-PA/2016 – Auditor de Controle Externo): Considere que, em procedimento de controle administrativo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha rejeitado pedido do interessado de reconhecimento da ilegalidade de ato praticado por tribunal de justiça e que, inconformado, o interessado tenha impetrado mandado de segurança contra o CNJ no Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa situação, conforme o entendimento do STF, a decisão negativa do CNJ não está sujeita a revisão por meio de mandado de segurança impetrado diretamente na Suprema Corte. Resposta: Certo. Comentário: Nos termos do Informativo n° 840 da Corte Constitucional, não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça (na hipótese da questão, a negativa em reconhecer ilegalidade de ato de tribunal de justiça). Isto porque não se trata de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. Sendo assim, o STF concluiu não ter competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões NEGATIVAS do CNMP e do CNJ. Questão (FCC – Prefeitura de Campinas-SP/2016 – Procurador): Ao cabo de processo administrativo disciplinar, é aplicada pena de demissão a servidor público federal, por ato de Ministro de Estado, no exercício de competência delegada por Decreto do Presidente da República. O servidor em questão impetra mandado de segurança, perante o Superior Tribunal de Justiça, com vistas à anulação do processo em questão, por considerar que o Decreto de delegação de competência do Presidente da República é inconstitucional. Nessa hipótese, em tese, à luz da Constituição da República, o mandado de segurança a) não é cabível, embora, no mérito, a alegação seja procedente. b) é cabível, mas o STJ não é o órgão competente para o julgamento e a alegação de mérito é improcedente. 25 c) é cabível e o STJ, o órgão competente para o julgamento, mas a alegação de mérito é improcedente. d) é cabível e a alegação de mérito, procedente, mas o STJ não é o órgão competente para o julgamento. e) é cabível e o STJ, o órgão competente para o julgamento, sendo a alegação de mérito procedente. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme art. 105, I, “b”, da Constituição (STJ é competente para processar e julgar o mandado de segurança contra ato de Ministros de Estado) e jurisprudência do STF, segundo a qual, o Ministro de Estado tem competência para aplicar pena demissão a servidor em virtude de condenação em processo administrativo disciplinar, tendo em vista o disposto no art. 84, parágrafo único, da Constituição, e no Decreto n° 3.035/1999. Logo, o mandado de segurança, no mérito, é improcedente, dada a constitucionalidade da delegação presidencial. Veja como todas essas características do mandado de injunção vêm sendo cobradas em provas de concurso público: Questão (VUNESP – TJ-SP/2017 – Escrevente Técnico Judiciário): Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais, conceder-se-á a)mandado de segurança coletivo. b) mandado de injunção. c) ação de descumprimento de preceito fundamental. d) habeas data. e) mandado de segurança. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 5°, LXXI, da Constituição. Questão (VUNESP – TJM-SP/2017 – Escrevente Técnico Judiciário): Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a) a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais. 26 b) alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. c) qualquer cidadão pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público, por falta de norma regulamentadora. d) a falta de legislação, total ou parcial, atingir direito líquido e certo reconhecido pela Constituição Federal. e) haja efetiva ameaça a direitos individuais ou coletivos por ato ou omissão de autoridade pública no exercício de atribuições do poder público. Resposta: Letra A. Comentário: Conforme previsão do art. 5°, LXXI, da Constituição e art. 2° da Lei n° 13.300/2016. Questão (FCC – DPE-PR/2017 – Defensor Público): Sobre o Mandado de Injunção, é correto afirmar: a) Diferencia-se o Mandado de Injunção da Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão pois aquele retrata processo subjetivo de controle de constitucionalidade, ao passo que este é processo objetivo; mas se assemelham pois ambos prevêem a medida liminar para suspender processos judiciais ou procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Poder Judiciário. b) Como remédio constitucional previsto em todas as Constituições republicanas, mas suspensa durante a vigência do Ato Institucional n° 5, é cabível sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. c) A sentença proferida nele poderá estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados, caso haja mora do órgão impetrado. Se editada a norma faltante em momento posterior, esta não retroagirá, exceto se for benéfica ao impetrante. d) A lei que o regulamenta, em contrariedade à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não permite a extensão dos efeitos da decisão para além das partes, já que se trata de processo constitucional subjetivo que visa assegurar o exercício de direitos do impetrante. e) Caberá recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça quando denegatória a decisão no julgamento de Mandado de Injunção em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios. Resposta: Letra C. Comentário: Com base no art. 8° e art 11 da Lei n° 13.300/2016. Errada a letra A porque não há previsão de concessão de medida liminar em mandado de injunção. Errada a letra B porque o mandado de injunção surgiu com a Constituição de 1988. Errada a letra 27 D porque a Lei n° 13.300/2016 prevê que Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração (art. 9°, §1°). Errada a letra E porque a Constituição não prevê competência recursal do STJ para julgamento de mandado de injunção. Questão (CESPE – Prefeitura de Fortaleza-CE/2017 – Procurador do Município): Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção. Resposta: Certo. Comentário: Conforme art. 3° da Lei n° 13.300/2016, desde que se afirmem titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Questão (IMA – Prefeitura de Penalva-MA/2017 – Procurador Municipal): Nos termos da Constituição Federal de 1988, acerca dos direitos e garantias individuais e coletivos, é CORRETO afirmar que: a) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à igualdade, à soberania e à cidadania. b) São gratuitas as ações de habeas corpus e mandado de segurança, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. c) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata. d) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Resposta: Letra D. Comentário: Nos exatos termos do art. 5°, XLIII, da Constituição. Errada a letra A porque, nos termos do art. 5°, LXXI, o mandado de injunção será concedido quando a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade (não igualdade), à soberania e à cidadania. Errada a letra B porque são gratuitas são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data (não mandado de segurança), e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (art. 5°, LXXVII). Errada a letra C porque as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, não mediata (art. 5°, § 1º). 28 Questão (VUNESP – Prefeitura de Alumínio-SP/2016 – Procurador Jurídico): No que se refere ao mandado de injunção, é correto afirmar que a) a legitimidade ativa é restrita a pessoas e órgãos elencados na Constituição Federal. b) o objeto é qualquer omissão constitucional. c) a competência é exclusiva do Supremo Tribunal Federal. d) a competência é exclusiva dos Tribunais Superiores. e) a legitimidade ativa é qualquer pessoa. Resposta: Letra E. Comentário: A legitimidade ativa para o mandado de injunção é ampla. Conforme art. 3° da Lei n° 13.300/2016, são legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, qualquer pessoa natural ou jurídica titular de direitos, liberdades ou prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (logo, errada a letra A). A Constituição prevê competência para processar e julgar o mandado de injunção não somente para o STF (art. 102, I, “q”), mas também para o STJ (art. 105, “h”), logo erradas as letras C e D. Finalmente, errada a letra B porque será objeto de mandado de injunção a falta de norma regulamentadora de norma constitucional (portanto, omissão legislativa, não constitucional) que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais (art. 5°, LXXI, da Constituição). Questão (IESES – TJ-PA/2016 – Titular de Serviços de Notas e de Registros): Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania é possível a concessão de: a) Habeas corpus. b) Mandado de Injunção. c) Habeas data. d) Mandado de Segurança. Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 5°, LXXI, da Constituição. Questão (FUNCAB – PC-PA/2016 – Delegado de Polícia Civil): Assinale a alternativa correta em relação ao mandado de injunção, recentemente regulamentado pela Lei n° 13.300/2016. a) Findo o prazo para as informações do impetrado, o Ministério Público opinará em 10 (dez) dias e, com o parecer, os autos serão conclusos para decisão. 29 b) O mandadode injunção coletivo, pode ser impetrado por organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus membros, mediante autorização especial obtida em assembleia geral. c) A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado em sede de mandado de injunção, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. d) Transitada em julgado e decisão do mandato de injunção, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos, desde que por decisão fundamentada do órgão colegiado competente. e) Da decisão de relator que indeferir a petição inicial do mandado de injunção, caberá apelação, em 10 (dez) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração. Resposta: Letra C. Comentário: Nos termos do art. 11, caput, da Lei n° 13.300/2016. Errada a letra A porque findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que os autos serão conclusos para decisão, no entanto, com ou sem parecer (art. 7° da Lei). Errada a letra B porque, assim como no mandado de segurança coletivo, o requisito de funcionamento há pelo menos 1 (um) ano para impetração de mandado de injunção coletivo é exigido apenas das associações, mas não das organizações sindicais e entidades de classe (art. 12, III). Errada a letra D porque, transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator, não do órgão colegiado (art. 9°, § 2°). Errada a letra E porque da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo em 5 (cinco) dias, não 10 (dez), conforme previsto no art.6°, parágrafo único, da Lei. Questão (ESAF – ANAC/2016 – Analista Administrativo): João, residente no Brasil, brasileiro nato, ante a falta de norma regulamentadora, está sendo coibido de exercitar prerrogativa inerente à sua nacionalidade. Assim, João, nos termos da Constituição Federal, deverá propor a) ação popular. b) mandado de injunção. c) ação civil pública. d) mandado de segurança. e) habeas data Resposta: Letra B. Comentário: Conforme art. 5°, LXXI, da Constituição, e art. 3° da Lei n° 13.300/2016. 30 Questão (FCC – Prefeitura de São Luiz-MA/2016 – Procurador do Município): O Sindicato das Casas de Diversões de determinado Estado da federação, que desde o início dos anos 2000 congrega empresas que atuam no setor do entretenimento e eventos, impetra mandado de injunção no Supremo Tribunal Federal, diante da inércia do Congresso Nacional em regulamentar a atividade de jogos de bingo no país. Nessa hipótese, à luz da Constituição da República e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, o mandado de injunção a) é cabível, na medida em que a ausência da norma regulamentadora inviabiliza o exercício do direito à livre iniciativa e à liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão. b) não é cabível, por ser do Superior Tribunal de Justiça a competência para processar e julgar o mandado de injunção quando a norma regulamentadora cuja ausência se pretenda suprir for atribuição de autoridade federal. c) não é cabível, pois o sindicato não possui legitimidade para a propositura de mandado de injunção. d) é cabível, na medida em que é competência da União legislar privativamente sobre sorteios e consórcios. e) não é cabível, por inexistir direito constitucionalmente assegurado cujo exercício seja inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora. Resposta: Letra E. Comentário: Atualmente, a exploração de jogos de bingo no país constitui uma contravenção penal (art. 50 da Lei n° 3.688/1941), não sendo portanto cabível o mandado de injunção pela falta de regulamentação de norma constitucional de eficácia limitada inviabilizando exercício de direito, liberdade ou prerrogativa, logo erradas as letras A e D. Compete à União legislar privativamente sobre sorteios e consórcios (art. 22, XX, da Constituição), logo errada a letra B, porque a competência para julgamento do mandado de injunção, caso cabível, seria do STF, não do STJ, com base no art. 102, “q”, da Constituição. Errada a letra C porque o sindicado possui legitimidade para impetração de mandado de injunção coletivo conforme previsto no art. 12, III, da Lei n° 13.300/2016. Questão (FCC – SEGEP-MA/2016 – Procurador do Estado): Considere os seguintes dispositivos da Lei no 13.300, de 23 de junho de 2016: “Art. 1º Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal. Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. (…) Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das 31 prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. (…) Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: (…) II − por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; III − por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; (…) Tomados os dispositivos acima transcritos, os aspectos do mandado de injunção neles disciplinados são a) compatíveis com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. b) incompatíveis com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que se refere à regulamentação de um mandado de injunção coletivo. c) incompatíveis com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que se refere à legitimação de pessoas jurídicas para a impetração de mandado de injunção. d) incompatíveis com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que se refere à legitimação de associações, independentemente de autorização especial, para ajuizamento de ação de índole coletiva. e) incompatíveis com a Constituição Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que se refere ao objeto do mandado de injunção. Resposta: Letra A. Comentário: O STF já admitia, antes da edição de Lei, o mandado de injunção coletivo, com aplicação subsidiária das regras do mandado de segurança coletivo, incluindo a legitimidade ativa (erradas as letras B e D), bem como a legitimidade ampla para ajuizamento da ação individual, inclusive por pessoa jurídica titular de direito, liberdade ou prerrogativa constitucional (errada a letra C). Errada a letra A porque, quanto ao objeto, o art. 2º da Lei reproduz os termos do art. 5º, LXXI, da Constituição. 32 Questão (CESPE – TCE-PA/2016 – Auditor de Controle Externo): É do Supremo Tribunal Federal a competência para o processo e o julgamento de mandadode injunção coletivo apontando ausência de norma regulamentadora a cargo do Tribunal de Contas da União (TCU) ajuizado por associação de classe devidamente constituída. Resposta: Certo. Comentário: Conforme previsão do art. 102, I, “q”, da Constituição. Questão (TRT – 4ª REGIÃO/2016- Juiz do Trabalho Substituto): Considere as assertivas abaixo sobre tutelas constitucionais das liberdades. I – A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. II – Sobrevindo norma regulamentadora, quando em curso mandado de injunção, prestar-se-á a via eleita para sanar a lacuna normativa do período pretérito à edição da lei regulamentadora. III – É cabível a utilização de habeas data para a obtenção de vista de processo administrativo, na medida em que tal ação constitucional visa a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e III Resposta: Letra A. Comentário: Item I correto nos termos da Súmula n° 630 do STF. Item II errado porque estará prejudicada a impetração do mandado de injunção se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito (art. 11, p. único, da Lei n° 13.300/2016). Item III errado porque, conforme jurisprudência do STF, o habeas data não é meio idôneo para se obter vista de processo administrativo. Questão (MPE-PR/2016 – Promotor Substituto): Assinale a alternativa incorreta: a) A Lei n. 13.300/2016 estabeleceu que a decisão em mandado de injunção terá, em regra, eficácia subjetiva limitada às partes. No entanto, poderá lhe ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração; 33 b) O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva; c) A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado proferida em mandado de injunção, salvo se a aplicação das regras da decisão judicial lhes for mais favorável; d) Após o recebimento da petição inicial do mandado de injunção é obrigatório dar-se ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito; e) Quando o documento necessário à prova do alegado em mandado de injunção encontrar-se em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição. Resposta: Letra C. Comentário: Conforme art. 9°, § 2°, da Lei n° 13.300/2016, de fato, a norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado proferida em mandado de injunção. Porém, a ressalva ocorre quando a aplicação da norma editada for mais favorável, não das “regras da decisão judicial”, como diz a questão. Demais opções corretas conforme art. 9°, § 1° (letras A), art. 13, p. único (letra B), art. 5°, II (letra D) e art. 4°, § 2° (letra E) da Lei n° 13.300/2016.