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MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 2 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 SUMÁRIO 1. Tecnologias na Área Educacional ........................................................................ 3 1.1 História da Tecnologia Educacional .................................................................... 5 1.2) Associação Brasileira de Tecnologia Educacional............................................ 7 1.3) PROINFO............................................................................................................ 8 1.4) Robótica Educacional ....................................................................................... 17 1.5) Softwares que auxiliam o ensino de Matemática ............................................ 20 1.5.1) Logo ............................................................................................................ 20 1.5.2) Calculadora ................................................................................................ 23 1.5.3) Software R .................................................................................................. 24 1.5.4 Programas Livres: ....................................................................................... 26 2. Novas Tecnologias Educacionais....................................................................... 29 2.1) LMS (Learning Management System) ............................................................. 29 2.1.1) Moodle ( Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) ...... 30 2.2) Lousa Eletrônica: .............................................................................................. 35 2.3) Caderno eletrônico ........................................................................................... 37 2.4) Laboratório Virtual ............................................................................................ 38 3) Obstáculos para inserção de tecnologia .......................................................... 40 4) Considerações finais ............................................................................................ 42 5. Referências bibliográficas ................................................................................... 43 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 3 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1. TECNOLOGIAS NA ÁREA EDUCACIONAL Etimologicamente, tecnologia provém de técnica (do latim techné), que quer dizer arte ou habilidade. Assim, podemos falar que é uma atividade voltada para a prática. Vargas (apud Grinspun, 2001) propõe um significado para a tecnologia: “ (...) aplicação das teorias, métodos e processos científicos às técnicas” Segundo Grispun (2001): “ O principal objetivo da tecnologia é aumentar a eficiência da atividade humana em todas as esferas, incluindo a produção. Poderíamos dizer que a tecnologia envolve um conjunto organizado e sistematizado de diferentes conhecimentos científicos, empíricos e até intuitivos voltados para um processo de aplicação na produção e na comercialização de bens e serviços”.(pág.49) Ao se tratar de sala de aula, percebemos a necessidade da inserção de novas tecnologias no meio educacional. Não podemos deixar de considerar que o mimeógrafo já foi uma grande tecnologia inovadora da época, porém, hoje já ultrapassada. Não esqueçamos também da importância do desenvolvimento passo-a- passo de uma fórmula na lousa, talvez (ainda) nada substitua esta metodologia em que o aluno verifica seu conhecimento algébrico transformando-se em outra fórmula generalizada. Mas, podemos inserir, se tivermos acesso, as tecnologias da informação. Sabemos, também, que ainda existem professores que não se sentem e condições de incorporar as tecnologias da Informação em suas práticas, tendem a encarar com desconfiança e resistência a introdução das novas tecnologias de informação e comunicação. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 4 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Penteado (2000) defende que “para explorar o potencial educacional das Tecnologias Informáticas (TI) é preciso haver mudanças na organização da escola e, particularmente , no trabalho do professor”. A autora citada acima estuda a eficiência da Informática na escola e suas consequências, nestas pesquisas concluiu que “É necessár io ajustar e/ou eliminar práticas e regras já existentes e concentrar esforços na criação de situações novas”. Quando se refere às tais situações novas diz às normas institucionais, o currículo, a relação com os alunos, com os pais e professores. A mesma autora verifica ainda que devam ocorrer mudanças também quanto ao professor: “ ...As mudanças envolvem desde questões operacionais – a organização do espaço físico e a integração do velho com o novo –até questões epistemológicas, como z produção de novos significados para o conteúdo a ser ensinado”. São mudanças que afetam a zona de conforto da prática do professor e criam uma zona de risco caracterizada por baixo índice de certeza e controle da situação de ensino”.(pág. 23) Não podemos mais negar que o computador faz parte da vida do nosso aluno fora da sala de aula e, é necessário percebermos as mudanças na sociedade devido a todo tipo de tecnologia. Encontramos nos PCNs, a seguinte orientação: “As técnicas, em suas diferentes formas e usos, constituem um dos principais agentes de transformação da sociedade, pelas implicações que exercem no cotidiano das pessoas” INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 5 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1.1 História da Tecnologia Educacional Procuramos no artigo de Cysneiros (1999), referências sobre o trabalho de Larry Cuban, professor de educação da Stanford University, intitulado Professores e Máquinas: O uso da Tecnologia na sala de aula desde 1920. Cuban estudou a introdução do rádio, filme, TV e computador em escolas norte-americanas, abrangendo a literatura desde o início deste século até meados da década de oitenta. Cuban concluiu que o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Em cada ciclo, uma nova sequência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados. Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado, que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquisas. E o ciclo fecha-se novamente com uso limitado e ganhos educacionais modestos. Cuban nos mostra coisas interessantes, como o trecho de um discurso de Thomas Edison (inventor do telégrafo, do gramofone e da lâmpada elétrica), prevendo, em 1913, que os livros didáticos se tornariam obsoletos nas escolas e que, usando filmes, seria possível instruirsobre qualquer ramo do conhecimento humano. Em 1922, Edison ainda afirmava que “... o filme está destinado a revolucionar nosso sistema educacional e em poucos anos suplantará em muito, senão inteiramente, o uso de livros didáticos”. Da mesma época, Cuban transcreve um poema de uma professora, intitulado “Antiquado”, que ilustra bem o sentimento do educador que se sente ultrapassado pelo discurso das maravilhas de novas tecnologias na educação: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 6 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 O Senhor Edison nos diz Que o rádio superará o professor. Já se pode aprender línguas pela “Victrola” E o filme dará movimento Àquilo que o rádio não conseguir. Professores passarão Como passaram carros de bombeiro a cavalo E damas de cabelos longos. Talvez eles sejam mostrados em museus E educação será um pressionar de botões. Oxalá haja lugar para mim no painel de controle. Percebemos aqui que, já existia uma preocupação sobre a profissão docente frente às novas tecnologias (da época), não muito diferente dos dias de hoje, percebemos que precisamos ser flexíveis em aceitar, verificar, criticar, utilizar e opinar sobre tais, para que nós não fiquemos perdidos no tempo. Cynseiros (1999), também faz um estudo sobre o quadro de tecnologias educacionais no Brasil e verifica uma história com muitos insucessos, como demonstram teses e dissertações sobre o tema. Já existiu política de rádio na educação, seguida de outras com grandes investimentos nas televisões educativas em todo o país, sempre acompanhadas de discursos inovadores. No início dos anos oitenta iniciaram-se as primeiras políticas públicas em informática na educação, no contexto mais amplo da reserva de mercado para informática. O primeiro projeto de âmbito nacional priorizou a pesquisa, dotando cinco universidade públicas com verbas do Projeto EDUCOM, que não chegou a atingir muitas escolas, mas produziu um bom contingente de recursos humanos nas instituições beneficiadas. Na época, a contradição entre tecnologia de ponta e escolas precárias era mais evidente, uma vez que os computadores eram máquinas mais caras e não estavam tão disseminados na sociedade como hoje. A nível nacional, a história tem sido contada, de modo otimista, sob a ótica dos responsáveis pelas políticas públicas na época. Com o término do INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 7 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 EDUCOM, foi lançado um programa de Centros de Informática Na educação nos estados, CIEDs , considerado um sucesso por alguns, mas que na realidade praticamente não afetou as salas de aula na grande maioria do país. Atualmente, existe uma política federal que tem como proposta colocar 100 mil computadores em escolas públicas e treinar 25 mil professores em dois anos, através do projeto PROINFO, cujo ponto divergente de políticas passadas é a intenção de se alocar quase metade do dinheiro para formação de recursos humanos, procurando evitar os erros cometidos em programas deste mesmo governo como o vídeo escola, onde a ênfase maior foi na colocação de equipamentos nas escolas. Apesar de ter havido avanços, algumas falhas desta política já podem ser notadas, como a ausência de articulação com os demais programas de tecnologia educativa do MEC, especialmente com o vídeo escola, e com outros como educação especial. Também não foi contemplada a formação regular de professores nas universidades, principalmente aqueles que estão concluindo seus cursos e entrando no mercado de trabalho (CYSNEIROS, 1999). Várias faculdades de educação de universidades públicas que estão ministrando cursos de especialização para os professores que irão atuar como multiplicadores nos Núcleos de trabalho com Informática na educação. Finalmente, não existe uma política de apoio a pesquisas que façam acompanhamento e deem suporte aos NTEs que irão formar os professores da escolas beneficiadas. 1.2) Associação Brasileira de Tecnologia Educacional A Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, anteriormente denominada Associação Brasileira de Teleducação, é uma Entidade civil sem fins lucrativos e de caráter técnico-científico, instituída a 14 de julho de 1971 e tem, como Finalidade, impulsionar No País, os Esforços comuns ea Aproximação mútua para o desenvolvimento quantitativo e qualitativo da tecnologia educacional, em favor da promoção do Homem e da coletividade. (Artigo 1 º do Estatuto). O site da ABT: http://www.abt-br.org.br, apresenta links que nos atualizam sobre os assuntos da área, indica políticas educacionais que estão INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 8 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 acontecendo no momento, informa sobre os congressos em Tecnologia Educacional e divulga a Revista de Tecnologia Educacional. Fig.1: Site da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional 1.3) PROINFO Dentre as políticas públicas orientadas para a ampliação e plenitude da cidadania, assumem particular importância aquelas dirigidas à educação e, especificamente, as voltadas para a inclusão digital. No caso brasileiro vários programas têm sido postos em execução pelo Ministério da Educação, com esse objetivo. Dentre eles avulta o Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo, pela amplitude dos objetivos, pelo alcance do raio de ação e pela extensão dos resultados. Este programa vem sendo implementado, pelo Ministério da Educação (MEC) do Brasil, desde 1997, através de sua Secretaria de Educação a Distância - SEED, em parceria com os governos estaduais e municipais. O seu objetivo é introduzir, na escola pública (nos níveis fundamental e médio), as chamadas TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem. Desde o início, o MEC INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 9 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 enfatizou que o ProInfo é, essencialmente, um programa de educação, antes que um projeto de modernização tecnológica. É preciso que percebamos que não basta só o planejamento de pesquisadores e professores para que o ensino tenha sucesso. É necessário que haja projetos que incentive os alunos é, necessário a infraestrutura nas escolas. E, se tivermos enfocando escolas públicas, estas necessitam de poíticas que incentive verbas destinadas a estes projetos que utilizem a tecnologia educacional. Vários programas governamentais vêm sendo implantados com o objetivo de possibilitar o acesso de alunos e professores a modernos equipamentos computacionais. Em nível federal, basta citar o programa ProInfo, de dotação de equipamentos computacionais para as escolas públicas. O projeto, que será implementado em 56.685 mil escolas públicas até dezembro de 2010, tem três frentes de ação. A primeira é a instalação dos laboratórios de informática no âmbito do Proinfo. A segunda é a conexão de internet em banda larga, que as operadoras levarão gratuitamente às escolas até 2025, atualizando a velocidade periodicamente. A terceira frente do programa Banda Larga nas Escolas é a capacitação dos professores. Para tanto, serão oferecidos cursos a distância, que serão acompanhados pela Secretaria de Educação a Distância do MEC. Marcelino(2003) em suas pesquisas, verificou de três documentos que explora o tema da avaliação de políticas públicas do Brasil, tendo como referência a experiência do ProInfoPrograma Nacional de Informática na Educação do Ministério da Educação (MEC) do Brasil e destaca os objetivos e princípios orientadores como mostramos a abaixo: São objetivos organizacionais estratégicos do ProInfo: 1) melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 10 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 2) possibilitar a criação de uma ecologia cognitiva nos ambientes escolares, mediante incorporação adequada das novas tecnologias de informação nas escolas; 3) propiciar uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico; preparar o aluno para o exercício da cidadania numa sociedade tecnologicamente desenvolvida. Em síntese, o Programa visa melhorar a qualidade e a equidade do sistema de ensino do país. Qualidade no sentido do aumento e diversificação dos espaços e metodologias do processo de construção e transmissão do conhecimento. Equidade pela ampliação das oportunidades de acesso às tecnologias da telemática como instrumento para coleta e tratamento de informações, reduzindo aquilo que se tem convencionado chamar de exclusão digital. Princípios Orientadores A concepção do Programa foi orientada pelos seguintes princípios: a) articulação entre os diferentes níveis de governo, com a formulação de diretrizes através do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação – CONSED e operacionalização dos projetos pelos governos estaduais; b) adesão dos Estados e Escolas envolvidos, mediante compromissos explicitados nos Planos Estaduais de Informática na Educação e nos projetos de aplicação pedagógica da tecnologia de cada escola beneficiada, que também assume a responsabilidade pela preparação das instalações físicas e pela capacitação de professores; c) descentralização da execução, a cargo dos Estados, com o apoio da Coordenação Estadual do ProInfo e do sistema de Núcleos de Tecnologia Educacional - NTE; d) parceria, incentivando-se a mobilização da cooperação da comunidade, de instituições de ensino, como universidades e escolas técnicas, de fabricantes e fornecedores de hardware, produtores e editores de softwares educativos e operadores de telecomunicações, de empresas públicas e privadas; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 11 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 e) transparência, pelo intenso debate das diretrizes do Programa e pela ampla divulgação dos seus objetivos e metas (textos e estudos, folders, página da Internet, entre outros recursos de divulgação); f) planejamento integrado, procurando antecipar todos os requisitos considerados essenciais para o sucesso do projeto, compreendendo infraestrutura física e tecnológica, capacitação, apoio pedagógico e suporte técnico. Esses princípios vem sendo obedecidos na prática. A execução do ProInfo é feita de forma descentralizada e participativa, através das Secretarias Estaduais de Educação, sob supervisão da Coordenação Nacional do ProInfo e com a colaboração técnica do Centro Experimental de Tecnologia Educacional – CETE, vinculado ao Ministério da Educação e localizado em Brasília. O CETE foi concebido para apoiar o processo de incorporação de novas tecnologias pelas escolas e para ser um centro de difusão (e discussão em rede) de experiências campo, além de constituir também o elemento de contato do governo brasileiro com instituições que em todo o mundo patrocinam iniciativas e experimentos relacionados com a tecnologia educacional e a educação a distância. Diretrizes As Diretrizes do Programa foram estabelecidas em três documentos básicos: 1. Diretrizes do Programa Nacional de Informática na Educação, estabelecidas pelo Ministério da Educação e pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação, em julho de 1997; 2. Plano Estadual de Informática na Educação, que estabelece objetivos para a introdução das TIC na rede pública de ensino, subordinados ao planejamento pedagógico geral da educação na unidade federada, e, também, critérios para participação de escolas no programa, incluindo diretrizes para elaboração de projetos pedagógicos de uso de TIC, e INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 12 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 3. Projeto Estadual de Seleção e Capacitação de Recursos Humanos para o Programa Nacional de Informática na Educação, que apresenta normas para seleção e capacitação de recursos humanos para o Programa (professores e técnicos). Na implementação do programa, de conformidade com os princípios orientadores, foram cumpridas as seguintes etapas: a) sensibilização dos agentes educacionais para compreensão da importância do Programa para o desenvolvimento da educação nacional; b) especificação, aquisição e distribuição de equipamentos e softwares; c) formação de professores multiplicadores, efetuada por intermédio de cursos de pós-graduação lato sensu; Também são expressas concepções sobre cidadania, uso de tecnologias e orientações sobre o processo de capacitação dos professores para os laboratórios de informática. Segundo o documento PROINFO: “O sucesso deste Programa depende fundamentalmente da capacitação dos recursos humanos envolvidos com sua operacionalização. Capacitar para o trabalho com novas tecnologias de informática e telecomunicações não significa apenas preparar o indivíduo para um novo trabalho docente. Significa, de fato, prepará-lo para ingresso em uma nova cultura, apoiada em tecnologia que suporta e integra processos de interação e comunicação. A capacitação de professores para o uso de novas tecnologias de informação e comunicação implica redimensionar o papel que o professor deverá desempenhar na formação do cidadão do século XXI. É, de fato, um desafio à pedagogia tradicional, porque significa introduzir mudanças no processo de ensino e INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 13 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 aprendizagem e, ainda, nos modos de estruturação e funcionamento da escola e suas relações com a comunidade.” A previsão é que 40% das escolas públicas de educação básica previstas pelo projeto tenham laboratórios de informática com internet banda larga ainda este ano (2010). Em 2009, mais 40% das escolas serão atendidas e, em 2010, esse percentual será estendido aos 20% restantes. O serviço vai beneficiar 37,1 milhões de estudantes quando estiver plenamente implantado. Estima-se que 86% dos alunos serão alcançados pelo programa. A expressão “marco na história da educação brasileira” foi utilizada por todas as autoridades que falaram durante o lançamento. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a internet nas escolas é um fator que pode diminuir a desigualdade. “Essa iniciativa representa uma equalização das oportunidades educacionais no país. No Brasil, os desafios para a educação são mais uma questão de equidade que de igualdade”, argumentou, referindo- se à discrepância de qualidade entre a educação superior e a educação básica. Entretanto, o número de boas experiências do uso do computador no processo ensino-aprendizagem é menor do que a sociedade poderia esperar, tendo em vista o volume de recursos disponibilizados para este fim. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, materiais didáticos de qualidade adequados a este fim, são de difícil produção, necessitando de equipes interdisciplinares e de grande investimento em pesquisa. Em especial, existea necessidade de se utilizar ferramentas computacionais que permitam a aplicação de novas metodologias de aprendizagem que sejam adequadas tanto ao nível do indivíduo quanto ao dos grupos sociais. Este tipo de material é raro em língua estrangeira e praticamente inexistente em português. A disponibilidade nas escolas brasileiras, de boas ferramentas para o ensino de disciplinas específicas é fundamental para garantir que o investimento em facilidades computacionais renda os benefícios de melhoria na qualidade de ensino, esperados pela sociedade brasileira. Na ausência destas ferramentas e de material didático de qualidade a ser utilizado pelo professor INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 14 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 na sua prática diária, em concomitância e de forma integrada com os demais materiais didáticos tradicionais (livros texto, materiais paradidáticos e materiais concretos), todo esse investimento somente terá o reflexo econômico de formar novas gerações de consumidores de que a indústria da informática necessita para obter lucros cada vez maiores. Essa questão aponta para a necessidade urgente de desenvolvimento de ferramentas nacionais, distribuídas a baixo custo, apropriadas ao ensino de Matemática associado a produção de material didático específico que integre a ferramenta a práxis docente; da redefinição de ementas e metodologias, bem como na utilização de tecnologias de informação em cursos de graduação, pós-graduação e em programas e projetos de formação e de formação continuada de professores de modo a suprir o mercado de profissionais especializados e prontos a construir a interface entre o mundo real e o mundo virtual. Não queremos aqui falar que Tecnologia é o ensino com computador, mas, atualmente, as pesquisas em geral fazem essa intersecção entre Tecnologia e Computador no ensino. Mesmo assim, precisamos entender que existem críticas sobre a metodologia de utilizar computador em sala de aula. E, para isso, Santana e Neto (2000) vem ilustrar através das crenças dos professores sobre o tema: a) Crença que menospreza o computador: O professor acredita que o computador não possui um papel significativo na sociedade, e justifica que em sua cidade, em sua família o mesmo só será usado em um futuro longínquo. Segundo Santana e Neto (2000), esta é crença na maioria das vezes parte da vida de pessoas que não estão vendo o computador em sua região, pois existem muitas regiões do Brasil que não aderiram o seu uso de forma indiscriminada. Este fato também está associado a descrença no poder público sobre o processo de democratização das novas tecnologias na escola, no entanto, e como existem muitos fracassos em muitos projetos é comum que pouco se espere dos projetos realizados atualmente. Ocorre que muitos se esquecem que existe uma política de barateamento de tecnologias computacionais e há interesses comerciais que estão impondo as novas tecnologias em serviços essenciais, Assim mesmo que existam poucos computadores em uma região INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 15 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 muitos dos serviços como luz, água e transportes já estão relacionados com as tecnologias computacionais. Ou seja, já não é um luxo desfrutar de algumas tecnologias, mas sim uma necessidade, visto que até o pagamento de aposentados já está exigindo o uso de cartões eletrônicos, e o próprio pleito eleitoral é feito em equipamentos computacionais. Não fazer parte das mudanças decorrentes de tal política já é exclusão social, e diante da realidade imposta torna-se necessário conhecer a tecnologia até mesmo para que seja possível a elaboração de críticas; b) Crença que supervaloriza o computador: Consiste em afirmar que o computador não apresenta falhas e limitações, em certos momentos as pessoas atribuem até mesmo autoridade ao computador. Diante desta crença decorre outra crença que faz com que os professores considerem as pessoas aptas no uso do computador como um ser provido de “maior inteligência” que as pessoas que não usam o computador. Trata-se da crença mais comum, e a mesma é sustentada pelos interessados no estabelecimento de uma tecnocracia centrada no uso e manuseio dos computadores. Tal mito é ressaltado pelos meios de comunicação, e muitas empresas de comunicação disseminam o computador como “a máquina por excelência”. Na escola a repercussão deste mito chega ao extremo quando alguns afirmam “que o computador substituiria o professor”, ocorre que nossas experiências em informática educativa mostram que é importantíssimo o papel do professor neste processo, pois sem ele não há formação crítica e construção de conhecimentos (Santana e Neto, 2000). Para estes autores, a discussão surge mediante a impossibilidade do computador em trabalhar com os infinitos (a não ser simbolicamente), e a partir deste fato são levantadas questões aos professores para que os mesmos mostrem e justifiquem os limites que a ferramenta apresenta ao se trabalhar com números irracionais, fato este que ocorre com qualquer meio representacional, ou seja, no computador somos obrigados à trabalhar com aproximação dos números irracionais. Logo, se em um software para ensino de INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 16 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 geometria tenho uma reta dada que é uma representação, mas uma reta de verdade só poderia ser concebida no mundo das ideias e no nosso imaginário. Já existem muitas escolas utilizando calculadora em suas aulas, já que este instrumento faz parte da realidade da população; Então, é preciso repensar sobre a utilização da calculadora em sala de aula, sempre levando em conta que é preciso fazer contas sem calculadora, depois conferi-las na calculadora, pois nos concursos não podemos utilizá-la. A calculadora, no entanto, pode ser usada como um instrumento motivador na realização de tarefas exploratórias e de investigação. Borba e Penteado (2001) têm estudado esta tendência de incorporação tecnológica no ensino de Matemática e discutem que existem posições favoráveis e contrárias à essa inserção. As posições favoráveis exageram na importância da tecnologia, afirmando que o computador é a solução para os problemas educacionais, e as posições contrárias à informática questionam se essas tecnologias não dificultariam a aprendizagem dos alunos, na condição de meros repetidores de tarefas. Afirmam ainda que os alunos não desenvolveriam o raciocínio matemático, por ser o mesmo realizado pelo computador. Os autores afirmam que o computador, segundo Pierre Levy, é uma evolução das mídias, que passaram pelas fases de oralidade, pelo “papel-e- lápis” até chegarem à informática. Apontam, também, que existem dois caminhos que podem ser utilizados pelos professores na incorporação das tecnologias na aula de Matemática, o caminho em que tudo é programável e o outro em que pode surgir novas situações que não estão sob o controle do professor, mas juntos podem investigar e achar a solução. Apesar de muitos professores preferirem a aula programada, de modo a correr dentro do previsto, sabemos que podem ocorrer situações inesperadas, até mesmo na mais perfeita programação. O computador pode ser usado como elemento de apoio para o ensino (banco de dados,elementos visuais), mas também como fonte de aprendizagem, e como ferramenta para o desenvolvimento de habilidades. O INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS17 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 trabalho com o computador pode ensinar ao aluno a aprender com seus erros e a aprender junto com seus colegas, trocando suas produções e comparando-as Alguns softwares incorporados à sala de aula, como: Cabri-Geométre, Logo e Gerador de gráficos podem auxiliar muito o ensino. 1.4) Robótica Educacional Robótica educacional, ou robótica pedagógica, são termos utilizados para caracterizar ambientes de aprendizagem que reúnem materiais de sucata, ou kits de montagem,compostos por peças diversas, motores e sensores controláveis por computador e softwares que permitam programar de alguma forma o funcionamento dos modelos montados. Em ambientes de robótica educacional, os alunos constroem sistemas compostos por modelos e programas que os controlam, para que eles funcionem de uma determinada forma. Os objetivos da Robótica Educacional são: Desenvolver o raciocínio e a lógica, na medida em que podemos trabalhar estruturas mais sofisticadas do raciocínio e a lógica na construção de algoritmos e programas para controle dos mecanismos criados; Favorecer a interdisciplinaridade, pois ao serem estabelecidas relações com o concreto, promovem-se desafios que envolvem conceitos relacionados às diversas áreas do conhecimento como matemática, física, eletricidade, eletrônica, mecânica, engenharia e arquitetura, entre outras, durante a construção de maquetes; Instaurar o planejamento, uma vez que este é um requisito básico para um melhor desempenho na elaboração das atividades, envolvendo também, uma clara organização das ideias dentro dos objetivos a serem atingidos em cada projeto; Fomentar a pesquisa, onde pretendemos motivar o estudo e a análise de máquinas e mecanismos existentes visando reproduzir, em alguns trabalhos, o seu funcionamento; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 18 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Estimular a criatividade, tanto no momento de concepção como durante o processo de construção de maquetes. Neste momento, é relevante enfatizar a importância do reaproveitamento de materiais. Segundo Papert (1991): “A linguagem Logo tem mais de 25 anos. Durante esse tempo passou por diversas fases: foi concebida nos anos 60, gestada nos anos 70, caminhou vacilantemente pelos anos 80, atingiu a maioridade nos anos 90 e terá sua real maturidade atingida na virada do século” Nesse período, tanto a linguagem como a própria metodologia de seu uso, passaram por modificações e adaptações, acompanhando, assim, o desenvolvimento pedagógico e computacional por que vimos passando nos últimos anos. Quando foi desenvolvida ela foi considerada bastante arrojada, colocando à disposição dos alunos recursos gráficos pouco comuns, e usados quase que exclusivamente no meio computacional. Atualmente, com a disseminação dos recursos visuais e gráficos, presentes em praticamente todos os softwares, o grafismo deixou de ser a inovação do LOGO. Entretanto, a metodologia de uso desta linguagem e a proposta pedagógica, que a partir dela é possível implementar - a estética do Logo, ainda são consideradas bastante revolucionárias e inovadoras, a ponto de serem consideradas um grande desafio, mesmo para aquelas escolas pedagogicamente mais avançadas. A estética do Logo consiste em aprender, através do processo de “ensinar” o computador. “Ensinar” o computador exige que o aluno utilize conteúdos e estratégias no processo de programar a resolução de um problema ou projeto. A análise da tarefa de programar o computador tem permitido identificar diversos passos que o usuário realiza, e que são de extrema importância na aquisição de novos conhecimentos. Mostraremos os passos a seguir: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 19 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1º. ) A interação com o computador, através da programação, requer a descrição de uma ideia, em termos de uma linguagem formal e precisa. Essa descrição permite ao aluno representar e explicar o nível de compreensão que possui sobre os diferentes aspectos envolvidos na resolução de um problema. 2º.) O computador executa, fielmente, a descrição fornecida. O “feedback”, fiel e imediato, é desprovido de qualquer afetividade que possa haver entre o aluno e a máquina. O resultado obtido é fruto somente do que a ela foi solicitado. 3º.)Este resultado obtido permite ao aluno refletir sobre o que foi solicitado ao computador. E se o resultado não corresponde ao que era esperado, o aluno deve depurar a ideia original através de conteúdo ou de estratégia. O programa do computador nada mais é do que a descrição das ideias do aluno em termos de uma linguagem precisa e formal. A Robótica Educacional está sendo aplicada em vários cursos superiores como Automação e Controle de Sistemas, que constitui uma área que, cada vez mais vai aumentando seu campo de estudo e aplicação. Efetivamente, hoje em dia, é impensável uma indústria de manufatura que não esteja total, ou parcialmente, automatizada, mesmo que o nível de automação consista apenas no controle do ponto eletrônico dos funcionários. É possível observar uma aplicação da automação industrial em empresas que fabricam produtos totalmente diversos, desde montadoras de carros e outros tipos de indústrias metalúrgicas até fábricas de brinquedos, de papel, de bebidas, de embalagens, produtoras de alimentos, e inclusive empresas de serviços como bancos, por exemplo. Tal foi o crescimento nas últimas décadas da automação nas indústrias, e das pesquisas nessa área, que hoje não é exagerado afirmar, por exemplo, que a Engenharia Eletrônica se divide em três grandes áreas: em Eletrônica Analógica (que inclui processamento de sinais) Tecnologia das Telecomunicações, Eletrônica de Potência, etc., em Eletrônica Digital, que inclui microeletrônica, microprocessadores,computadores, etc., e em Controle de sistemas, que inclui, Automação e Robótica. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 20 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Mas o que é novidade no Brasil, e que já tem alguns anos em outros países do mundo, é a implementação de programas de ensino da Robótica no nível técnico, e também no ensino fundamental. 1.5) Softwares que auxiliam o ensino de Matemática 1.5.1) Logo Logo é uma linguagem de programação que foi desenvolvida no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Boston, Estados Unidos, por um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Seymour Papert. Como linguagem de programação, serve para nos comunicarmos com o computador. E foi desenvolvido por volta de 1968. Conta-se que a idéia surgiu durante um jantar em que estavam Seymour Papert, Wallace Feurzeig (diretor do grupo de Tecnologia Educacional da Bolt, Beranek e Newman – BBN), Cynthia Solomon (pesquisadora pertencente à BBN) e Daniel Bobrow (na época, estudante de pós-graduação do MIT). Nesse jantar alguém propôs a criação de uma linguagem de programação que fosse bastante poderosa e capaz de substituir o Basic. Dessa ideia nasceu Logo, uma linguagem com capacidade de processar listas e de permitir a criação de novos procedimentos. Entretanto, nessa época o Logo não dispunha de capacidade gráfica, já que os computadores daquele período não possuíam essa facilidade. Por meio da sua utilização, e de inúmeras pesquisas, Papert conseguiu dar àquele Logo uma nova roupagem e uma estrutura filosófica, sendo por isso considerado, até hoje, o pai do Logo. A propostado Logo é ensinar pessoas de todas as idades como programar, além de ser um software que pode ser utilizado na parte de geometria e na parte da robótica. Apresenta características especialmente elaboradas para programar uma metodologia de ensino baseada no computador (metodologia Logo) e para explorar aspectos do processo de aprendizagem. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 21 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 O Logo tem, assim, duas raízes: uma computacional e outra filosófica. Do ponto de vista computacional, as características do Logo que contribuem para que ele seja uma linguagem de programação de fácil assimilação são: exploração de atividades espaciais, fácil terminologia e a capacidade de se criar novos termos ou procedimentos. As atividades permitem o contato quase que imediato do aprendiz com o computador. Essas atividades espaciais facilitam muito a compreensão da filosofia pedagógica do Logo por parte dos especialistas em computação. Por outro lado, elas fazem com que os aspectos computacionais, da linguagem de programação Logo, sejam acessíveis aos especialistas em educação. Com as atividades espaciais, a proposta é utilizar esses conceitos nas atividades de comandar uma tartaruga mecânica a se mover no espaço ou atividades de desenhar na tela do computador (atividades gráficas). Isso se deve ao fato de essas atividades envolverem conceitos espaciais adquiridos nos primórdios da nossa infância, quando começamos a engatinhar. Entretanto, esses conceitos permanecem no nível intuitivo. Por exemplo, a criança aprende, sem grande dificuldade, a ir da sua casa até a padaria. Essa atividade é desenvolvida sem ela se dar conta de que está usando conceitos como distância, ângulo reto, para virar esquinas. A proposta da atividade gráfica do Logo é utilizar esses conceitos nas atividades de comandar a tartaruga. No processo de comandar a tartaruga, para ir de um ponto a outro, esses conceitos devem ser explicitados. Isso fornece as condições para o desenvolvimento de conceitos espaciais, numéricos, geométricos, uma vez que a criança pode exercitá-los, depurá-los e utilizá-los em diferentes situações. Os domínios de aplicação do Logo estão em permanente desenvolvimento, com o objetivo de atrair um maior número de usuários e motivar os alunos a usar o computador para elaborar as mais diferentes atividades. Entretanto, o objetivo não deve ser concentrado no produto que o aluno desenvolve, mas na filosofia de uso do computador e como ele está facilitando a assimilação de conceitos que permeiam as diversas atividades. Portanto, através do processo de ensino-aprendizagem revela-se o cerne do Logo. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 22 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Abaixo, mostramos a tela do MSW Logo, ao fazer um quadrado com os respectivos comandos para fazer um quadrado: Figura 2: A tartaruga do Logo nesta versão é o triângulo que está de cabeça para baixo. .Outras escolas utilizam softwares mais simples, como a própria calculadora do disponível nos Acessórios do Sistema Operacional (Windows/ Linux) e o Excel no Office. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 23 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1.5.2) Calculadora Figura 3: Calculadora Científica A professora utilizou a tecla para ensinar potenciação: 2 ^3 =8 e não é igual a 6. E, ao refletir sobre isso, ela percebeu que os alunos perguntavam sobre outras teclas, como: Figura 4: teclas da calculadora Assim, ela iniciou a Trigonometria, através da história e, para os alunos maiores formalizou a Trigonometria, mostrando as relações entre seno, cosseno e tangente. Utilizou, então, a calculadora para falar para estes sobre o “temido” logaritmo, que passou a não ser tão temido assim. Podemos, também, ensinar Números Inteiros através da calculadora, como ensinar que –(-2)=2? Vamos utilizar a calculadora com a tecla INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 24 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 : Figura 5: tecla da Calculadora E ao apertar a tecla 2, aparecerá no visor -2. 1.5.3) Software R Encontramos vários softwares disponíveis na rede, em versão demo. Como em www.r-project.org, encontramos o software R, que tem muitas operações que podem auxiliar o ensino, como no ensino de alguns conteúdos como matriz. Fig.6: Tela do software R INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 25 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Podemos explorar tal software, fazendo algumas operações com matrizes: Fig.7: Operações com matrizes do software R Observamos que no primeiro comando: A<- matrix(c(1,2,3,4,5,6,7,8,9),nrow=3). Verificamos que o software vai preenchendo a matriz por coluna. Apenas quando colocamos o comando: byrow=T, o “programa” entende que é para preencher a matriz por linha. Verificamos também algumas operações entre matrizes, como a soma, no exemplo acima.Também é possível utilizar este software no ensino de Estatística, no ensino superior; no ensino de alguns conteúdos, como matrizes inversas, como podemos verificar no exemplo abaixo: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 26 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Fig. 8: verificando se a matriz é inversível, através do cálculo de determinante. Os alunos podem fazer manualmente e depois conferir com o software. Após fazer a matriz inversa utilizando outros métodos e novamente conferir, como verificamos a seguir: solve(C) [,1] [,2] [,3] [1,] 0.5 -1 0.5000000 [2,] -2.5 2 0.1666667 [3,] 1.5 -1 -0.1666667 Os alunos podem utilizar o método de matrizes inversas para resolução de sistemas lineares, e assim, resolver de forma mais rápida os problemas que envolvem a determinação de incógnitas. Outros softwares são indicados no site do Prof. Milton Procópio Borba, professor da Professor de Matemática no IST e na UNIVILLE em Joinville-SC- Brasil, como mostramos abaixo: 1.5.4 Programas Livres: Calc3D: Faz cálculos com vetores, retas, matrizes, números complexos Geogebra: (Semelhante ao Cabri) Trabalha com geometria e álgebra. Graphequation: Trabalha com gráficos de equações e inequações. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 27 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 HOROS: Revisa funções e inequações para dar a ideia de limites MrMath2000: Aventura futurista, como jogos eletrônicos usando Matemática com senhas. Polly2000: Contém definições, classifica e constrói polígonos. Poly: Mostra diversos poliedros em movimento e apresenta sua planificação. ReC: (Régua e Compasso) Trabalha com geometria. Tales: Trabalha, com vários exemplos, o Teorema de Tales Wingeom: Trabalha geometria plana e espacial com equações e cortes. WinMat: Trabalha com matrizes e sistemas de equações lineares. Winplot: Constrói famílias de curvas e superfícies com animações. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 28 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Convidamos nossos leitores a verificar tais softwares e utilizar com seus alunos. Fig. 9: Telado software Calc 3D O software Calc 3D é fácil para baixar e fácil para manusear. Será interessante verificar a opinião dos alunos. É possível utilizar tal software para calcular operações com vetores como produto interno e produto vetorial. Em cada uma das abas, encontramos outras funções, como Ponto, Reta e Plano, que calcula a distância entre eles, por exemplo. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 29 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Tais softwares citados aqui incluem-se no arsenal de tecnologias educacionais, mas não podemos deixar de citar algumas novidades que estão surgindo nesta área. 2. NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Não podemos terminar essa unidade sem mencionarmos a Educação Virtual Interativa (EVI) e seus recursos. Abaixo, se encontram as principais classes de ferramentas e recursos tecnológicos para Educação Virtual Interativa (EVI). O conceito de EVI engloba qualquer aplicação de tecnologias interativas (como computação gráfica, multimídia, realidade virtual e Internet) na educação, independente de ser presencial ou à distância. Tori (2003) estudou sobre essas novas tecnologias e as dividiu nos seguintes itens: 2.1) LMS (Learning Management System) Os LMS são sistemas, em geral baseados na WEB, que se destinam ao gerenciamento eletrônico de cursos a distância. São variados os recursos oferecidos, que podem ir de uma simples apresentação de páginas de conteúdos a completos sistemas de gestão, incluindo serviços de secretaria e e-commerce. A forma de comercialização mais utilizada é a de licença anual cujo custo pode ser em função do porte da instituição ou do número de alunos que efetivamente utilizarem o sistema. . Os principais recursos comumente encontrados em LMS são: Gerenciamento do curso, Gerenciamento de Conteúdo, Disco Virtual, Correio Eletrônico (e-mail), Mensagem Instantânea, Sala de bate-papo (chat room), Fórum de Discussão, Quadro de avisos, Lousa Virtual: recurso de comunicação síncrono no qual os usuários compartilham uma tela que pode receber desenhos, textos e outras mídias; o instrutor pode liberar a lousa virtual INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 30 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 apenas para visualização, ou permitir o compartilhamento para a escrita, com um ou mais participantes; Compartilhamento de recursos; Avaliação: recursos para gerenciamento da aplicação e correção de avaliações (testes de múltipla escolha ou dissertativas), com possibilidade de sorteio de questões e de alternativas; programação de horário para publicação, controle de tempos de realização, correção automática; cálculo e publicação de médias, geração de estatísticas; e, até mesmo, feedback automático personalizado ao aluno, em função de seu desempenho; Área de Apresentação do aluno: oferece ao aluno, ou grupo de alunos, recursos similares aos disponíveis ao professor para publicação de conteúdo multimídia; 2.1.1) Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) O Moodle é uma plataforma que permite a criação e a gestão de cursos em ambientes online. A grande popularidade deste Learning Management Systema (LMS) deve-se, em grande parte, ao fato de ser de código aberto (open-source) e de livre utilização (freeware) – fatores que levaram a que atualmente seja um dos mais utilizados, tanto em Portugal, como a nível Mundial, nomeadamente em universidades, escolas secundárias e escolas do ensino básico. É um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente virtual. A expressão designa ainda o Learning Management System (Sistema de gestão da aprendizagem) em trabalho colaborativo baseado nesse programa. Em linguagem coloquial, o verbo to moodle descreve o processo de navegar despretensiosamente por algo, enquanto fazem-se outras coisas ao mesmo tempo. O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas. Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de administração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambientes INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 31 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 virtuais voltados para a aprendizagem colaborativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um professor integrar-se, estudando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha. Nas palavras do próprio Dougiamas, baseando-se na pedagogia sócio-construtivista: (...) não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na aprendizagem que acontece enquanto construímos ativamente artefatos (como textos, por exemplo), para que outros os vejam ou utilizem. O programa é gratuito e pode ser instalado em diversos ambientes (Unix, Linux, Windows, Mac OS) desde que os mesmos consigam executar a linguagem PHP. Como base de dados podem ser utilizados MySQL, PostgreSQL, Oracle, Access, Interbase ou qualquer outra acessível via ODBC. É desenvolvido colaborativamente por uma comunidade virtual, que reune programadores e desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores, designers e usuários de todo o mundo. Encontra-se disponível em diversos idiomas, inclusive em português. Muitas instituições de ensino (básico e superior) e centros de formação estão adaptando a plataforma aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presenciais. A plataforma também vem sendo utilizada para outros tipos de atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desenvolvimento de projetos. Muito usado também na Educação a distância. Outros sectores, não ligados à educação, também utilizam o Moodle, como por exemplo, empresas privadas, ONGs e grupos independentes que necessitam interagir colaborativamente na Internet. Os cursos Moodle podem ser configurados em três formatos, de acordo com a atividade a ser desenvolvida: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 32 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Formato Social – em que o tema é articulado em torno de um fórum publicado na página principal; Formato Semanal - no qual o curso é organizado em semanas, com datas de início e fim; Formato em Tópicos - onde cada assunto a ser discutido representa um tópico, sem limite de tempo pré-definido. A plataforma Moodle apresenta como pontos fortes, quando utilizado para o ensino: • Aumento da motivação dos alunos; • Maior facilidade na produção e distribuição de conteúdos; • Partilha de conteúdos entre instituições; • Gestão total do ambiente virtual de aprendizagem; • Realização de avaliações de alunos; • Suporte tecnológico para a disponibilização de conteúdos de acordo com um modelo pedagógico e design institucional; • Controlo de acessos; • Atribuição de notas. A plataforma Moodle permite a transmissão e organização dos conteúdos de materiais de apoio às aulas, pelo facto de ser uma ferramenta que permite produzir cursos e páginas da Web, facilita a comunicação (síncrona ou assíncrona), possibilitando contribuir para um padrão superior quer no ensino presencial, quer no ensino a distância. Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades são: Materiais INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICAE AS NOVAS TECNOLOGIAS 33 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Avaliação do Curso Chat Diálogo Diário Fórum Glossário Lição Pesquisa de Opinião Questionário SCORM Tarefa Trabalho com Revisão Wiki Um exemplo de Fórum, é mostrado neste instante, em uma disciplina de Matemática Econômica I, ministrada pela autora: Fig.10. Tela do fórum de notícias do Moodle Os alunos podem comentar sobre o tópico ou mandar e-mail para a responsável da página. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 34 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 Também é possível enviar tarefas, e o professor ter o controle de quem enviou como podemos observar na figura abaixo: Fig.11. Tela das tarefas enviadas no Moodle Experiências com o Moodle: Em uma experiência muito positiva vivenciada pela autora, ao cursar a disciplina de Equações Diferenciais na Universidade Federal de São Carlos, o professor construiu o curso de uma maneira que os alunos tivessem que ler o material e responder as questões daquele material. As informações eram assimiladas e logo tinha uma prova com tempo marcado, e o feedback vinha depois de ter completado a prova. As notas das provas presenciais eram passadas no moodle, e assim que o professor colocava as notas no moodle, vinha imediatamente em nosso e-mail. Nas aulas presenciais, tirávamos dúvidas quanto às avaliações virtuais. Os alunos que participaram deste processo elogiaram muito este método, e INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 35 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 isto, fazia com que a maioria de nós ficássemos motivados por estudar esta disciplina. Fig.12. Tela das lições propostas no curso de Equações Diferenciais via Moodle 2.2) Lousa Eletrônica: A lousa digital ou eletrônica é uma tela de toque conectada a um computador. Uma caneta especial ou mesmo o dedo são usados para controlar uma variedade de aplicativos. Pode-se escrever ou desenhar diretamente sobre a informação mostrada na tela, acrescentar comentários, destacar dados, emendar e apagar tudo - o que significa que também o velho apagador está com os dias contados. É possível mostrar filmes, vídeos, mapas, infográficos e usar todos os recursos multimídia, que ganham mais dramaticidade, e a lousa é ligada a um home-theater. É possível, também, mover objetos sem perder definição, e isso facilita o raciocínio do aluno, que pode acessar a aula de casa, no seu computador. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 36 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 A lousa eletrônica substitui, em sala de aula, o tradicional quadro negro, possibilitando a digitalização dos traçados, hoje realizados manualmente pelo professor por meio de uma caneta eletrônica, bem como a interação com o computador, em substituição ao mouse, além da realização de anotações manuais sobre as imagens nela projetadas. Os dois objetos providos de alta tecnologia mais comumente empregados são: lousa digital (lousa branca construída sobre uma superfície sensível, sobre a qual se pode, ou não, ser projetada a tela do computador, que captura o movimento de uma caneta eletrônica); dispositivo de ultrassom (fixado sobre uma lousa branca comum transforma-a em uma lousa digital). Objetos projetados na tela podem ser movidos na lousa digital sem perder definição, o que é importante para os alunos acompanharem um raciocínio lógico, por exemplo. Pode-se escrever com o dedo e salvar a palavra ou texto num arquivo específico, enquanto outro conteúdo é salvo separadamente. Fig. 13: Utilização da lousa eletrônica A maioria das lousas eletrônicas é acompanhada de seu próprio software, que geralmente oferece uma variedade de funções. Todas as lousas INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 37 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 eletrônicas têm uma área de desenho, ou área branca, onde é possível criar páginas de conteúdo didático. O número de páginas que podem ser criadas e usadas é ilimitado. O professor pode prepará-las com antecedência, dispondo de uma variedade de recursos, como imagens, vídeos, áudios. Outra possibilidade é construir as páginas durante sua explanação, usando esses mesmos recursos previamente gravados. É também possível iniciar a explanação com uma página branca, que é construída integralmente à medida que se desenvolve a apresentação do conteúdo. Todas as páginas podem ser salvas, em sequência, o que possibilita tanto ao professor quanto os alunos exibirem-nas novamente, avançando ou recuando pelas páginas. As canetas e marca-textos estão disponíveis em diferentes cores, permitem ao professor e/ou aos alunos escrever à mão na lousa eletrônica. A possibilidade de “arrastar e colar” na tela textos, imagens e sons permite criar exercícios de diferentes tipos, categorias e em diferentes sequências. Também é possível ocultar e exibir textos, imagens e sons, o que permite aos alunos construir hipóteses e dar sugestões, que depois serão confirmadas, ou não, pelo professor. Os modelos, padrões e formas disponibilizados pelo software (por exemplo, papel milimetrado, papel quadriculado, polígonos regulares) são particularmente úteis em aulas de matemática ou de outras ciências exatas. Seu uso facilita o desenvolvimento de atividades que usam esses recursos, economizando tempo do professor e tornando o aprendizado dos conteúdos dessas disciplinas mais atrativo para os alunos. 2.3) Caderno eletrônico O "caderno eletrônico" possibilita que o aluno faça anotações digitalmente, acesse os materiais disponibilizados pelos professores e por colegas, acesse a intranet da instituição e a Internet, bem como todos os demais recursos de comunicação disponíveis a ele. Virtualmente, o caderno eletrônico se constitui de uma conta de acesso ao LMS da instituição, enquanto que, fisicamente, pode ser um computador desktop embutido na carteira do aluno, um notebook, conectado a um ponto de rede disponível INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 38 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 na sala de aula ou por conexão wireless, ou até mesmo um dispositivo de mão (PDA). A disponibilização de um data tablet, ou de um notebook, que possibilite a escrita na própria tela, torna o caderno eletrônico ainda mais completo, por viabilizar a digitalização de manuscritos. Fig.14: Foto do caderno eletrônico 2.4) Laboratório Virtual Tori (2003), que também pesquisou sobre a realidade virtual envolve a aplicação de tecnologias avançadas de interface que possibilitam a imersão, navegação e interação do usuário em um ambiente tridimensional sintético gerado pelo computador (Kubo; Tori & Kirner, 2002). Com essa tecnologia é possível a criação de laboratórios virtuais com riquezas de detalhes, por meio dos quais podemos realizar experiências com alto grau de realismo. Em atividades presenciais podem ser utilizados equipamentos de realidade virtual imersiva, que exigem equipamentos caros, como capacetes, luvas ou salas de projeção do tipo CAVE. Para atividades remotas, utilizam-se os recursos de realidade virtual não imersiva, que dispensam equipamentos especiais e podem ser executados até mesmo em browsers de navegação. Estes laboratórios não se desgastam, dispensam espaço físico e podem ser INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICAE AS NOVAS TECNOLOGIAS 39 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 utilizados para familiarização e demonstração, antes que o aluno acesse o laboratório real, otimizando assim o uso deste último. Jogos Educativos – como já falamos, os jogos também são tecnologias inovadoras na educação. Ferramentas de Autoria Ferramentas de autoria são programas destinados à produção de material multimídia. Podem ser destinadas à simples produção de mídia (editores de imagem, de vídeo ou de áudio, por exemplo) ou para a criação de cursos completos. Alguns LMS fornecem suas próprias ferramentas de autoria, mas a grande maioria, faz apenas a importação de materiais produzidos por programas especializados. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 40 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 3) OBSTÁCULOS PARA INSERÇÃO DE TECNOLOGIA Os especialistas da área afirmam que quando um professor não incorpora novos recursos à aula para potencializar seu trabalho, ocorre, no mínimo, a perda de oportunidade de melhorar a qualidade do ensino. No entanto, o uso inadequado de recursos também pode colocar a qualidade do conteúdo em risco. É importante frisar que os recursos tecnológicos devem servir de apoio à aprendizagem que acontece nas aulas presenciais, e não apenas para transmitir as mesmas informações que antes o professor colocava no quadro negro. É fundamental que tais recursos permitam diálogo, debates, discussões, produção de textos, contatos com especialistas, resolução de dúvidas e questões, que se aprenda a fazer pesquisa, e assim por diante. Guerra (2009) relatou em uma pesquisa participante desenvolvida durante um processo de formação continuada que associou a Educação Ambiental (EA) com o uso de tecnologias educacionais, representadas por um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e produção de material pedagógico sobre o processo de formação que esteve vinculado a um projeto sobre materiais e tecnologias para Educação Ambiental sobre o Tema Gerador sustentabilidade, relata ainda, que foi desenvolvida com dezoito professores que utilizam os recursos de laboratórios de informática de nove escolas da rede pública municipal e estadual de quatro municípios (Itajaí, Navegantes, Camboriú e Itapema) pelo Grupo de Pesquisa Educação Estudos Ambientais e Sociedade – GEEAS, do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação da UNIVALI, Itajaí, Santa Catarina. Essa pesquisa resultou na produção de um material multimídia sobre o Tema Gerador Sustentabilidade com atividades pedagógicas usando como apoio apresentações, mapas conceituais, Blogs, jogos, apresentadas como estratégias para inserção da dimensão ambiental nas práticas docentes. A pesquisa também avaliou os obstáculos e possibilidades na utilização das INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 41 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 tecnologias como inovação nas práticas e sobre isso, aponta que os desafios e obstáculos também são inúmeros, desde as lacunas na formação no uso das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e para inserção da EA no currículo, passando pelos dilemas da profissionalidade docente quanto a autoimagem e as políticas de valorização docente, ainda inconsistentes. Guerra (2009) verifica que os professores se queixam da instabilidade profissional, da falta de valorização e de condições de acesso a materiais pedagógicos de qualidade, às inovações oferecidas pelas TICs, bem como da falta de equipamentos e apoio pedagógico nas escolas. Eles reconhecem a necessidade de aprofundar conceitos sobre o processo de aprendizagem, especialmente em meios digitais. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 42 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 4) CONSIDERAÇÕES FINAIS Para atingir bons resultados, mesmo sem tecnologia, existem algumas estratégias. Um ponto importante no processo de comunicação do professor com o aluno é o entendimento de como os estudantes recebem as mensagens. Existem três canais principais: auditivo, visual e cinestésico. Pessoas auditivas entendem melhor as mensagens faladas, enquanto pessoas visuais se comunicam com mais eficiência por meio de imagens. Os cinestésicos são movidos por sentimentos e sensações. Dessa maneira, é importante que o professor planeje sua aula envolvendo recursos para essas três modalidades. Há situações, ainda, em que se o professor fizer uma apostila e usar a lousa em sala de aula para explicar o conteúdo em detalhes, terá um excelente aproveitamento. "Nessa situação, é essencial que ‘cobre', de forma participativa, a leitura, não só da apostila, mas de outras literaturas complementares. Então, a partir do momento que o professor fizer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos, do ponto de vista do conhecimento, e estabelecer o maior número possível de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente, como tem mostrado nos objetivos gerais do ensino de Matemática, resolvendo “situações-problema”, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como dedução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos disponíveis em sala de aula poderemos melhorar o ensino significtivamente. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO MATEMÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS 43 WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BICUDO, M. A. V. Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e Perspectivas. Maria Aparecida Bicudo (org). São Paulo: Ed. Unesp, 1999. BORBA, M. C. e Penteado, M. G. Informática e Educação Matemática. 3ª. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. BORBA, Procópio Milton. Softwares no ensino de Matemática. Disponível em: http://miltonborba.org/CD/Softwares/Softwares_Matematica.htm. Acesso em 06 de julho de 2010. BRASIL, MEC/SEED. Programa Nacional de Informática na Educação, 1996. P. 12. CYSNEIROS, Paulo Gileno. Novas tecnologias na sala de aula: melhoria do ensino ou inovação conservadora? Informática Educativa UNIANDES - LIDIE Vol 12, No, 1, 1999, pp 11-24. Disponível em: http://www.colombiaprende.edu.co/html/mediateca/1607/articles- 106213_archivo.pdf. Acesso em 06 de julho de 2010. GUERRA, Antonio Fernando Silveira. 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