Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS 
CURSO BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
NOME DO ACADÊMICO E RGM: 
ANA CAROLINE ALVES DE LIMA - 42020 
CAROLINA ZOLIN LEON - 42024 
EDUARDO MATHEUS SILVA CUNHA- 42029 
GABRIELA LORRAYNE BONATTO DE SOUZA - 42032 
GEDIAEL GONÇALVES DE LIMA - 42082 
MARIA LUIZA WANDERLINDE QUARESMA - 42046 
NICOLY ANDRADE JARDIM - 42052 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937: “CONSTITUIÇÃO 
POLACA” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NAVIRAÍ - MS 
2019
2 
 
 
ANA CAROLINE - 42020 
CAROLINA ZOLIN LEON - 42024 
EDUARDO MATHEUS SILVA CUNHA- 42029 
GABRIELA LORRAYNE BONATTO DE SOUZA - 42032 
GEDIAEL GONÇALVES DE LIMA - 42082 
MARIA LUIZA WANDERLINDE QUARESMA - 42046 
NICOLY ANDRADE JARDIM - 42052 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937: “CONSTITUIÇÃO 
POLACA” 
 
 
 
Trabalho de Direito apresentado à Universidade Estadual do 
Mato Grosso do Sul - UEMS, como requisito parcial para a 
obtenção de média bimestral na disciplina de Teoria da 
Constituição. 
Orientador: Prof. Dr. Lauro Joppert Swensson Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NAVIRAÍ – MS 
2019 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
2. CONTEXTO HISTÓRICO ................................................................................................. 4 
3. A CONSTITUIÇÃO DE 1937 ............................................................................................. 5 
 3.1. JUSTIFICATIVA DA CONSTITUIÇÃO .......................................................... 6 
 3.2. CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................... 7 
 3.3. UMA CONSTITUIÇÃO DE DIADURA: TODO PODER AO EXECUTIVO 
FEDERAL ................................................................................................................................. 7 
 3.4. O CONSELHO DA ECONOMIA NACIONAL ................................................ 8 
 3.5. O PODER JUDICIÁRIO ..................................................................................... 9 
 3.6. O VOTO .............................................................................................................. 10 
 3.7. OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS ............................................. 11 
 3.8. EDUCAÇÃO, FAMÍLIA E TRABALHO ........................................................ 12 
 3.9. DECLÍNIO DO ESTADO NOVO .................................................................... 13 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 15 
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1. Introdução 
 
O objetivo do presente trabalho é apresentar pontos importantes que aconteceram na 
constituição de 1937 outorgada pelo presidente Getúlio Vargas, caracterizada em uma 
república autoritária, atendendo a interesses de grupos políticos que consolidasse o domínio 
daqueles que se mostravam ao lado do presidente. Analisando acontecimentos que 
antecederam a outorgada Carta e abordar o impacto do poder judiciário ter sido subordinado 
ao executivo. 
O trabalho está dividido em duas partes: O contexto histórico e a abordagem da 
Constituição de 1937, decorrendo sobre sua origem, principais características, justificativa, 
classificação, poder Executivo e Judiciário, voto, direitos e garantias individuais, etc. 
A metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos e 
sites, referenciados ao final deste trabalho. 
 
2. Contexto Histórico 
Nos anos do governo constitucional (1934-1937), nasceram no Brasil movimentos 
inspirados nos regimes pós-guerra da Europa, a mesma constituição de 1934 também trazia 
leves influencias do nazi-fascismo e suas constituições rotuladas “corporativistas”. Os 
programas da AIB (Ação Integralista Brasileira) e ANL (Aliança Nacional Libertadora) foram 
responsáveis por agitar a política que culminou na implantação do Estado Novo. 
A AIB foi inspirada no fascismo italiano, com o nome derivado da obra escrita por 
Plinio Salgado “A teoria do Estado Integral”, este também sendo líder do movimento. 
Inclinada ao extremismo, com o lema maior Deus, Pátria e Família, a Ação atraiu muitos 
militares e católicos radicais, chegando a ter 150 mil integrantes. Caracterizados pelo seu 
uniforme verde, que lhes rendeu o apelido de “camisas-verdes”, o uso da letra grega ∑ como 
símbolo e pela forma de cumprimento: “Anauê!”, termo de origem tupi, que significa “você é 
meu irmão”, os integralistas achavam-se muito próximos do Presidente, porém foram postos 
de lado após a instituição do Estado Novo. 
A ANL nasceu da junção de ideias do Partido Comunista Brasileiro (PCB) com os 
integrantes do movimento tenentista que não apoiavam o governo de Getúlio Vargas. O 
partido comunista foi fundado a partir da influência da 3ª Internacional Comunista e se 
diferenciava da organização criada posteriormente na forma de agir. Em 1935, a Aliança 
Nacional foi lançada, e anunciada pelo estudante Carlos Lacerda, com Luís Carlos Preste 
5 
 
 
como líder, em Novembro ocorreram três levantes militares no país, conhecidos depois como 
Intentona Comunista, em Natal, Rio de Janeiro e Recife, todos foram controlados pelas tropas 
legalistas. 
A tentativa de tomada do poder foi manipulada pela mídia da época para parecer mais 
agressiva do que realmente foi, para assim justificar medidas repreensivas, o partido e a 
Aliança tornaram-se ilegais, seus integrantes foram perseguidos, torturados e presos, seu líder 
ficou preso por quase 10 anos e sua esposa, Olga Benário, uma comunista judia, foi julgada e 
deportada para Alemanha nazista, grávida, onde morreu em um campo de concentração. 
Getúlio Vargas deixou claro, desde o estabelecimento da constituição de 1934, que 
esta não lhe agradava muito, dizendo em um discurso na Assembleia que ele seria o primeiro 
revisor desta, o que não foi preciso acontecer, pois, o governo supostamente descobriu um 
documento comunista, intitulado Plano Cohen, introduzido pelo capitão integralista do 
exército Olímpio Mourão Filho. O plano detalhadamente ameaçava a segurança nacional, para 
combatê-lo era necessário que o Estado possuísse mais poderes, e com a lembrança da 
Intentona Comunista, o povo apoiou uma intervenção. O Congresso foi fechado sem 
contestação e mais uma constituição foi “rasgada”, sendo substituída prontamente pelo texto 
do redator Francisco Campos, Ministro da Justiça, com o regime durando 8 anos. 
 
3. A Constituição de 1937 
A priori, é conciso fazer uma idealização do momento em que a “Constituição dos 
Estados Unidos do Brasil” foi decretada. Outorgada em 10 de novembro de 1937, foi à quarta 
Constituição do Brasil, a terceira da República e a segunda com manchas ditatoriais. 
Conhecida como “polaca” por ter sido inspirada pela carta ditatorial da Polônia, datada de 
1935, editada por Jósef Pilsudzki, Ministro da Guerra daquele Estado. Esse foi o alento do 
então Presidente Getúlio Vargas que foi impulsionado nessa posição descrente da democracia. 
Ademais, é preciso verificar que a Carta de 1937 trouxe à baila a descaracterização da 
autonomia das entidades federadas,tornando-se numa espécie de “federalismo nominal”. 
Não obstante, o Brasil, tornou-se um Estado Federal tão somente em sua forma, mas 
descaracterizada na prática federalista até então proposta. 
Principais Características: 
Vejamos os principais pontos nucleares, segundo BULOS (2015, p 495). Ei-las: 
a) Possibilitou que os Municípios de uma mesma região se agrupassem para instalar, 
explorar e administrar serviços públicos comuns; 
6 
 
 
b) Destacou o bicameralismo, em que as funções legislativas eram desenvolvidas pelo 
Parlamento Nacional, formada por Câmara dos Deputados, eleita por voto indireto, e 
pelo Conselho Federal (que substituiu o senado), também eleito indiretamente; 
c) Considerou o Presidente da República “autoridade suprema do Estado”, com absoluta 
imunidade penal, durante o exercício de suas funções, sendo eleito por um Colégio 
Eleitoral; todavia, se o Presidente indicasse candidato, a eleição presidencial passaria a 
ser direta e por sufrágio universal entre os dois candidatos: o escolhido pelo Colégio 
Eleitoral e o indicado por ele; 
d) Conferiu ao Presidente da República o poder de influenciar diretamente as decisões do 
judiciário, o que ocorreu em razão do poder discricionário que lhe foi atribuído para 
submeter ao Parlamento Nacional qualquer lei declarada inconstitucional pelo 
judiciário; se essa declaração de inconstitucionalidade, reexaminada pelo legislativo, 
viesse a serem confirmada pelo voto de dois terços de ambas as Casas, a decisão do 
Tribunal ficaria sem efeito; 
e) Reduziu os direitos e garantias individuais, empreendendo a desconstitucionalização 
do mandado de segurança e da ação popular; 
f) Manteve extinto o cargo de Vice-Presidente da República; 
g) Determinou a nomeação de prefeitos pelo Governador do Estado; e. 
h) Eliminou a Justiça Federal de primeira instancia, colocando em disponibilidade ou 
aposentando juízes federais. 
Um fato que merece ser lembrado é o Art. 1º dizer que “O poder político emana do povo”, 
o que não é verdade, porque foi uma Constituição outorgada, já que não houve nenhuma 
participação popular. Constituição “é o pacto fundante do ordenamento supremo de um povo” 
(BULOS, 2015, p.56), logo, em nada o conceito se coaduna com a Constituição de 1937. 
 
3.1. Justificativa 
Meados de 1937, o Presidente à época conseguiu concretizar o chamado “golpe” de 
estado, diante desse processo histórico iniciou-se no Brasil um período de 8 (oito) anos de 
ditadura, findando, portanto, em 1945 com o Estado Novo. Vale mencionar de forma curiosa 
que a tal ditadura estava prevista na Carta Constitucional, que passara a legitimar os poderes 
absolutos do ditador. Se o Déspota tinha totais poderes, os direitos intrinsecamente do 
cidadão, em especial os direitos humanos, eram rechaçados pela repressão ditatorial. 
7 
 
 
 Qual o motivo para o Presidente Vargas instalar o golpe? Os principais motivos que 
davam sustentação para a conjuntura à época era buscar o fortalecimento o poder pessoal do 
estadista. Deveu-se ao apoio das elites juntamente com os grandes grupos de esquerda e de 
direita entre os anos de 1934-37. Por motivos políticos e econômicos a elite, cafeicultores e 
industriais, deram total apoio para a implantação de um novo sistema no Brasil. Com isso, o 
governo começara a comprar a produção de café para evitar a demasia das oscilações da 
economia. Eis o motivo para o apoio das elites, concretizado pela ideia de um executivo forte 
auxiliando-os no comércio. 
Numa perspectiva politica, os apoios advieram com a suposta ameaça comunista. Não 
aprofundando demais nessa base, é preciso entender que o meio utilizado por Getúlio em dá o 
golpe foi à maneira radical que vivia a política tanto de direita quanto de esquerda, como 
assim o fornecimento da perspectiva da oposição governamental. 
 
3.2. Classificação 
A constituição de 1937 se classifica quanto à origem em outorgada, pois é fruto de um ato 
unilateral de poder, sem a participação do povo; Quanto ao conteúdo em formal; Quanto à 
forma em escrita; Quanto à extensão em analítica, pois possui conteúdo extenso, a 
constituição analítica (prolixa, desenvolvida) trata de temas estranhos ao funcionamento do 
Estado, trazendo minúcias que encontrariam maior adequação fora da Constituição, em 
normas infraconstitucionais; Quanto ao modo de elaboração em dogmática visto que foi 
elaborada em um momento determinado, refletem os valores (dogmas) daquela época; Quanto 
à ideologia em ortodoxa porquanto é fundada em uma só ideologia; Quanto à alterabilidade 
em rígida em razão de prevê um procedimento solene, mais dificultoso do que o previsto para 
alteração das leis ordinárias. Fundamenta-se no princípio da Supremacia Formal da 
Constituição e por fim quanto à ontologia se classifica em semântica dado que foi feita apenas 
para legitimar o poder daqueles que já o exercem. Nunca tiveram o desiderato de regular a 
vida política do Estado. É típica de regimes autoritários. 
 
3.3. Uma Constituição de Ditadura: Todo poder ao executivo federal 
A Constituição Federal de 1937 tem sua essência o autoritarismo político e 
centralização do poder, mesmo que o art.1º desta constituição traga em seu texto que o poder 
emana do povo e o poder, de fato, esta centralizado no Presidente da República que chegou ao 
poder através de um golpe e que deixa explícito na carta Constitucional sua supremacia, cito o 
8 
 
 
art.176º da mesma: “O Presidente da república, autoridade suprema do Estado, coordena a 
atividade dos órgãos representativos, de grau superior, dirige a política interna e externa, 
promove ou orienta a política legislativa de interesse nacional, e superintende a administração 
do país.”. 
Com essa centralização do poder no Executivo o legislativo se encontra limitado e os 
Estados membros são diretamente controlados pela União como era declarado pelo art.9º/CF: 
“O Governo federal intervirá nos Estados mediante a nomeação, pelo Presidente da 
República, de um interventor que assumirá no Estado as funções que, pela sua Constituição, 
competirem ao Poder Executivo, ou as que, de acordo com as conveniências e necessidades 
de cada caso, lhe forem atribuídas pelo Presidente da República”. O interventor indicado pelo 
Presidente indicaria os prefeitos dos municípios, gerando um completo verticalismo 
autoritário. 
Além disso, esta carta atribui ao Presidente da República o poder de legislar através de 
decretos-leis. Apesar dos limites do usufruto deste direito ser especificados - “nos períodos de 
recesso do Parlamento ou de dissolução da Câmara dos Deputados” e livremente “sobre a 
organização do Governo e da administração federal, o comando supremo e a organização das 
Forças Armadas” (arts. 12º ao 14º/CF) - esta atribuição deixa em evidência a eliminação da 
separação dos poderes, concebendo ao Executivo demasiado poder nas matérias legislativas. 
Entretanto, como indicava o art.178 das disposições transitórias da Constituição 
Federal de 1937: “São dissolvidos nesta data a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as 
Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais. As eleições ao Parlamento 
nacional serão marcadas pelo Presidente da República, depois de realizado o plebiscito a que 
se refere o art. 187º.”. 
Considerando que o plebiscito nunca ocorreu, o poder legislativo –federal estadual e 
municipal- jamais existiu na Ditadura Varguista, portanto no âmbito Federal, Estadual e 
municipal o poder estava nas mãos do presidente. 
 
3.4. O Conselho da Economia Nacional 
Uma das principais características da Constituição de 1937 é a grande concentração de 
poder na mão do Poder Executivo. Logo, não é de se espantar a criação de um órgão quefacilite, ainda mais, esta monopolização. O Conselho da Economia Nacional foi um dos 
responsáveis por aumentar a concentração da atividade política (principalmente da atividade 
legislativa) pelo Executivo. É relevante citar que tal órgão era composto por representantes 
9 
 
 
dos vários ramos da produção nacional, garantida a igualdade de representação entre 
empregadores e empregados, sob a presidência de um ministro de Estado, designado pelo 
Presidente da República. 
Segundo o artigo 61º da Constituição acima referida, o Conselho da Economia 
Nacional tinha como atribuições: promover a organização corporativa da economia nacional, 
estabelecer normas relativas à assistência prestada pelas associações, sindicatos ou institutos, 
editar normas reguladoras dos contratos coletivos de trabalho entre os sindicatos da mesma 
categoria da produção ou entre associações representativas de duas ou mais categorias, emitir 
parecer sobre todos os projetos, de iniciativa do Governo ou de qualquer das Câmaras, que 
interessem diretamente à produção nacional, organizar, por iniciativa própria ou proposta do 
Governo, inquéritos sobre as condições do trabalho, da agricultura, da indústria, do comércio, 
dos transportes e do credito, com o fim de incrementar, coordenar e aperfeiçoar a produção 
nacional. Outra função muito importante era preparar as bases para a fundação de institutos de 
pesquisas que, atendendo à diversidade das condições econômicas, geográficas e sociais do 
país, tinham por objeto: racionalizar a organização e administração da agricultura e da 
indústria e estudar os problemas do credito, da distribuição e da venda, e os relativos à 
organização do trabalho. Bem como, deveria emitir parecer sobre todas as questões relativas à 
organização e reconhecimento dos sindicatos ou associações profissionais. Além de todas as 
atribuições citadas, deveria propor ao Governo a criação de corporações de categoria. 
Tendo em vista que o Conselho de Economia Nacional tinha um caráter legislativo e 
levando em consideração todas suas funções, seus resultados imediatos seriam: retirar do 
parlamento a atribuição de fazer e votar a proposta orçamentária do governo e privar-lhe do 
poder de legislar sobre as matérias econômicas. Por consagrarem a percepção dessas matérias 
como atividades técnicas e não políticas corroboram a centralização da política na esfera 
executiva, bem como à burocratização e corporativização de determinadas funções do Estado. 
 
3.5. Poder Judiciário na Constituição de 1937 
Naquela época, o Poder Executivo era o Órgão Máximo do Estado, então, os poderes 
Legislativo e Judiciário eram submetidos àquele. Segundo o artigo 90 da Constituição de 
1937, assim era organizado o Poder Judiciário: 
“Artigo 90 - São órgãos do Poder Judiciário (Constituição de 1937): 
a) o Supremo Tribunal Federal; 
10 
 
 
b) os Juízes e Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios; 
c) os Juízes e Tribunais militares." 
Agora no artigo 92 (Constituição de 1988): 
 “Art. 92”. São órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I- A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios." 
 Comparando as duas constituições (1937-1988), perceber-se-á que a Ordem Judiciária 
em 1937 era muito mais limitada. O ano de 1937 demonstrou autoritarismo de seu 
governante, influenciando radicalmente na formação do conteúdo da Lei Fundamental 
outorgada no mesmo ano, a imprensa escrita, o cinema e o rádio estavam submetidos à rígida 
censura, a pena de morte seria aplicada em casos de crimes contra a ordem pública e a 
organização do Estado, os direitos individuais foram suspensos, os Estados e Municípios 
perderam sua autonomia e passaram a ser administrados por interventores, mais 
especificamente por tenentes, nomeados pelo Presidente. 
 
3.6. Voto 
Um país sem partido, com o poder concentrado de forma objetiva nas mãos de um 
presidente nunca eleito manteve, na Constituição de 1937, as características anteriores para o 
eleitor. Estas somente foram aplicadas nas eleições para vereadores, mesmo assim com 
exceções: 
“Art. 117”. São eleitores os brasileiros de um sexo e de outro sexo, maiores de dezoito 
anos, que se alistarem na forma da lei. 
Parágrafo único. Não podem alistar-se eleitores: 
a) Os analfabetos 
b) Os militares em serviço ativo; 
11 
 
 
c) Os mendigos; 
d) Os que estiverem privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos; 
 
 
3.7. Direitos e garantias individuais na Constituição de 1937 
Getúlio Vargas provocou um golpe de Estado, em 1937, apoiado pelos militares, para 
permanecer no poder, instalando o denominado “Estado Novo”. osé Afonso da Silva (2000, 
p. 169) afirma que essa Constituição foi “ditatória na forma, no conteúdo e na aplicação, com 
integral desrespeito aos direitos do homem, especialmente os concernentes as relações 
politicas”. 
Apesar de tudo, a Constituição de 1937 consagrou extenso rol de direitos e garantias 
individuais, prevendo 17 incisos em seu art. 122. Além da tradicional repetição dos direitos 
fundamentais clássicos, trouxe algumas novidades: impossibilidade de aplicação de penas 
perpétuas; maior possibilidade de aplicação da pena de morte, além dos casos militares; 
criação de um tribunal especial com competência para o processo e julgamentos dos crimes 
que atentarem contra a existência, a segurança e a integridade do Estado. Esse regime 
ditatorial, no seu transcorrer, agiu contra as liberdades individuais, punindo e perseguindo os 
“adversários” do regime. 
De modo geral, os direitos individuais são os mesmos da Carta de 1934, porém seus 
limites são bem mais rigorosos, levando quase que a sua total extinção. Por exemplo: é 
garantia do indivíduo a liberdade de associação, mas “desde que seus fins não sejam 
contrários à lei penal e aos bons costumes”; todos têm o direito de se reunir pacificamente, 
contudo as reuniões a céu aberto contam agora com o constrangimento de se submeterem “à 
formalidade de declaração”, podendo ser interditadas tão logo representem “perigo imediato 
para a segurança pública”; a liberdade ao livre exercício de qualquer profissão, já restrita na 
Carta de 1934 às condições da capacidade, agora enfrenta também as “restrições impostas 
pelo bem público nos termos da lei”. Não bastando, o direito à manifestação do pensamento é 
assegurado “mediante as condições prescritas em lei”; lei responsável não apenas por instituir 
a censura prévia dos meios de comunicação, mas também por designar a impressa como órgão 
de caráter público, submetido ao interesse nacional, aos desígnios do governo Constituição de 
1937. 
A substância autoritária dessa Carta faz-se ainda mais evidente frente à determinação 
de casos cabíveis de pena de morte: “tentar, por meio de movimento armado, o 
12 
 
 
desmembramento do território nacional; (...) a mudança da ordem política ou social 
estabelecida pela Constituição; (...) [ou] subverter, por meios violentos, a ordem política e 
social, com o fim de apoderar-se do Estado para o estabelecimento da ditadura de uma classe 
social” (Constituição de 1937, artigo 122). Ainda que este parágrafo resulte em grande parte 
do clima de in- segurança vivenciado no país desde o início do século (sobretudo, do medo da 
ameaça comunista), assinala de forma contundente seu autoritarismo. Na medida em que são 
impostos rigorosos limites ao direito deexpressão, de associação e de organização da 
sociedade, associado ao fato de que a pena prescrita às possíveis ameaças à ordem é a morte, 
retira-se do indivíduo toda e qualquer liberdade que possa ter lhe restado. 
 
3.8. Educação, Família e Trabalho na Constituição de 1937 
A constituição de 1937 colocava a educação como responsabilidade da família, o 
Estado entrava apenas como um colaborador. A constituição mantinha obrigação em 
colaborar apenas com as "famílias mais numerosas". 
Umas das peculiaridades da constituição de 1937 na educação é a obrigatoriedade 
das escolas primaria em ensinar educação física e o ensino chamado cívico e do trabalho. E 
esses elementos curriculares foram observados em todos os países de características fascistas. 
Em relação ao trabalho, a constituição de 1937 manteve as leis trabalhistas da 
constituição anterior, essas leis não foram maculadas pela ditadura, mas Como não poderia 
deixar de ser, o Estado Novo com sua nova Constituição e, também pela primeira vez na 
história constitucional brasileira, o direito de greve é inserido em uma Constituição. Mas é 
inserido como algo prejudicial: 
Art. 139 (…) A greve e o lock-out são declarados recursos antissociais 
nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da 
produção nacional. 
O movimento operário viveu um momento de grande repressão. Ao menor sinal de 
greve, a polícia era enviada. Os sindicatos foram cada vez mais subordinados e controlados 
pelos interesses do Estado, o estado novo e sua constituição fez com que o controle sobre os 
sindicatos chegasse ao auge com a instituição do imposto sindical, um dia de trabalho por ano 
a ser cobrado compulsoriamente de todo trabalhador. Este imposto era recolhido pelo 
ministério do trabalho que distribuía as quantias maiores para os sindicatos mais 
subservientes. 
13 
 
 
Nesse período foi instituído o salario mínimo e foi nesse mesmo período que a justiça 
do trabalho foi criada, e se mantinha sobre controle total do governo, pois não era considerada 
como parte do judiciário, era apenas uma junta de conciliação. O Decreto n. 1.237, de 2 de 
maio de 1939, que regulamenta a Justiça do Trabalho também positivava os crimes 
relacionados à greve. A repressão ocorria nas ruas e no Legislativo. Já o Código de Penal de 
1940 criminaliza apenas a greve violenta. 
 
3.9. Declínio do Estado Novo 
Em 1942, pouco depois dos Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra mundial, o 
Brasil rompe ligações diplomáticas com os países que formavam o Eixo (Alemanha Itália e 
Japão) e em seguida aliou-se aos Aliados (Inglaterra, França, União Soviética e Estados 
Unidos). A associação do Brasil para combater o nazi-fascismo reforçou os setores que não 
estavam satisfeitos com o regime ditatorial, já que era difícil explicar um Estado com tantas 
características fascistas enviando seus cidadãos para morrer em defesa de ideais 
antiautoritários? Isso estremeceu a Ditadura Varguista e cedeu espaço para protestos 
buscando a redemocratização do país. 
Ao iniciar 1945 o forte Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), onde era 
centralizada a rigorosa censura governamental, já não era capaz de conter tais protestos e a 
entrevista de José Américo de Almeida publicada pelo Correio da Manhã no dia 22 de 
fevereiro, exigindo a realização de eleições e o retorno às liberdades democráticas, foi ainda 
mais contundente. 
Após essa entrevista o governo de Getúlio Vargas passou a ser atacado por todos os 
lados, inclusive por Francisco Campos, grande jurista responsável pela redação da 
Constituição de 1937 que colocou em evidência o erro de Vargas ao recusar-se a 
institucionalizar o regime deixando de realizar o plebiscito, o que gerou consequências 
anulatórias de base. 
O mandato presidencial corria a partir da data de publicação da Carta Constitucional, o 
art.175 declarava que o Presidente da República teria seu mandato renovado até a realização 
do plebiscito estabelecido no art.187, podendo terminar o tempo de 6 anos estabelecidos no 
art.80 se o resultado do plebiscito fosse favorável à Constituição. Esta para se tornar definitiva 
deveria passar pelo plebiscito, que deveria ocorrer impreterivelmente dentro dos 6 anos e, 
antes da realização do mesmo, era de caráter provisório. Como não foi realizado dentro do 
14 
 
 
prazo estipulado pela Constituição tornou a mesma sem vigência Constitucional e, de acordo 
com Francisco Campo em 1945, um documento histórico e não jurídico. 
Getúlio Vargas observando seu governo ruir propôs o Ato Adicional prevendo que 
dentro de 90 dias, contados a partir da data de sua promulgação, seriam fixadas em lei, sem 
possibilidade de alteração, datas das eleições para Presidência da República, Congresso 
Federal, governos e assembleias legislativas estaduais. 
Desta forma, no dia 28 de maio de 1945, foi expedido o Decreto-Lei nº 7.586, 
dispondo que as eleições para Presidência e Congresso Federal seriam realizadas no dia 2 de 
dezembro, e as eleições para governo e assembleias legislativas estaduais, no dia 6 de maio de 
1946. 
Marcadas as eleições e estabelecidas às condições de estruturação para novos partidos, 
deu-se início as providências formais para obterem seu registro junto a Justiça Eleitoral. 
Porém no dia 10 de outubro Vargas, contrariando o Ato Adicional, antecipou as eleições 
estaduais para a mesma data das eleições presidenciais. Tal mudança aumentou suspeita de 
que Vargas planejava um novo golpe que, como em 1937, impediria a realização das eleições 
presidenciais. Em razão disso, em 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto pelas 
forças armadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A gestão pública em seu desiderato tem que ser democrática, transparente, eficiente e 
comprometida com toda a população e com uma perspectiva de combate a toda forma de 
autoritarismo. 
Foi nesse cenário (1937) que um grupo político implantou uma gestão totalitária, com 
um propósito diferenciado e direcionado conta às garantias individuais da população, 
avançando de forma ríspida para o fortalecimento do processo de antidemocrático. 
Foi percebido, sobretudo, que não houve os avanços desejados do “Governo Federal” 
no atendimento às famílias no que preconiza as orientações das normas da política em 
questão, constatou-se a ausência de instrumentos de planejamento como estratégias de gestão 
que dá um caráter organizativo e político para o cenário de diversidades econômicas, sociais e 
políticas para o alcance da concretude das ações. 
Diante desse contexto e por ter sido ativado temas como métodos participativos, 
problematização e gestão de coletivos é que esse trabalho busca sensibilizar e direcionar os 
profissionais de direito e a sociedade em geral para ações desse setor com base em um 
planejamento estratégico a partir da realidade da ineficiência do poder judiciário daquela 
época, contemplando, principalmente, a centralização de poderes por parte do Chefe do poder 
Executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 8ª ed. editora Saraiva. 2014. 
 
BATISTA, Jean Charles de Oliveira. A Constituição de 1937 e a ditadura estadonovista. 
2017. Disponível em: <https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/50059/a-
constituicao-de-1937-e-a-ditadura-estadonovista>. Acesso em: 07 out. 2019. 
 
ANDRADE, Lucinéia Aparecida Vieira de. ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO 
NO ESTADO NOVO, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO DE 1937. 2018. Disponível em: 
<https://administradores.com.br/artigos/organizacao-do-poder-judiciario-no-estado-novo-segundo-a-constituicao-de-1937>. Acesso em: 18 out. 2019. 
 
SILVA, Fernanda Xavier. As Constituições da Era Vargas: uma abordagem à luz do 
pensamento autoritário dos anos 30, Política & Sociedade (periódicos UFSC), vol. 9, nº 17, 
outubro de 2010, pg. 271-276. 
 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Malheiros Editores 
Ltda. 
 
Bueno, Eduardo. Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção. Rio de 
Janeiro. Leya. 2012 
 
NARCIZO, Érika Fernanda da Silva. Constituição 1937. 2017. Disponível em: 
<https://jus.com.br/artigos/57908/constituicao-1937>. Acesso em: 15 out. 2019.

Mais conteúdos dessa disciplina