Prévia do material em texto
Universidade Federal do Acre- UFAC Centro de Ciências Biológicas e da Natureza – CCBN Bacharelado em Medicina Veterinária Criação e Preservação de Animais Silvestres Projeto de criação de tatu Docente: Prof. Drª Vânia Maria F Ribeiro Discente: Gabriela de Oliveira Ribeiro Luciana Cristina Matos da Costa Milena do Nascimento Mesquita Rio Branco, 08 de Agosto de 2018, Acre. 1. Introdução: O tatu é um mamífero com 21 espécies não extintas conhecidas e pode ser encontrado por todo o continente americano especialmente nas regiões mais úmidas. Pertencente à família Dasypodidae e a sua a ordem é Cingulata. Eles vivem em regiões de cerrado, savanas, matas ciliares e florestas com vegetação seca. A criação de tatu no Brasil pode acontecer caso seja autorizado pelo Ibama e siga corretamente as instruções da Instrução Normativa 7/2015. O custo inicial gira em torno de 12 mil reais para a formação do plantel, aquisição do viveiro e equipamentos, elaboração de projeto, registro em órgão fiscalizador, plantio de roças e capital de giro. O Retorno do investimento vem após 30 meses. Pode-se iniciar a criação com a quantidade mínima de cinco matrizes e dois machos. Para que se obtenha os animais pode-se capturar na natureza desde que tenha autorização do IBAMA ou então pode-se comprar de outros criadores com a atividade registrada. 2. Autorizações Para que possa ser implementado o sistema de criatório de tatu é necessário que ocorra a obtenção de algumas licenças e autorizações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), como dito na instrução normativa do IBAMA 7, de 30 de abril de 2015. Essa autorizações são: Autorização Prévia ( AP), Autorização de instalação (AI) e a Autorização de Uso e Manejo (AM) e elas devem ser solicitadas através do formulário encontrado no site do SisFauna. 3. Instalações É necessário montar um viveiro que é montado em uma área com espaço suficiente para abrigar a criação de tatus. Deve-se erguer uma estrutura telada, com piso de cimento e semicoberta, o tamanho de 6x5x2 metros são para acomodar um total de cinco matrizes e dois machos. Dentro do viveiro deve-se colocar as caixas da recria e uma caixa de alvenaria ou então de madeira com terra, afinal o tatu gosta de cavar buracos no chão. 4. Alimentação Os tatus comem todos os tipos de vegetais, muito deles como mandioca, abobora e frutas,podem ser produzidos no mesmo local da criação. A iniciativa contribui para a redução de custos da atividade. Por ser onívoro, o mamífero também se alimenta de carnes,vísceras, carcaças em bom estado, inclusive pequenos animais vivos. Ração é mais uma opção de nutrição para a dieta variada do tatu. Como não há uma versão especifica para o mamífero, os criadores tem oferecido as mesmas destinadas para cães.Deve-se suplementar a alimentação uma fonte de cálcio, como farinha de ossos ou fosfato bicálcico. 5. Reprodução O ideal é que a reprodução ocorra no período de 12 meses a 18 meses de idade da fêmea, prazo que permite a realização de dois partos. Nascem de dois a quatro filhotes por parto após quatro meses de gestação. O desmame da cria é recomendado a partir dos 60 a 90 dias de vida. Em seguida, é transferido os filhotes para a área da recria em outro cativeiro ou então é levado para caixas de alvenaria de 2 metros quadrados. Embora possa viver por cerca de dez anos, o tatu está no ponto ideal para o abate em um pequeno intervalo de tempo, quando ainda jovem. Ao atingir o peso de 2 a 3 quilos no prazo de um ano a 18 meses de idade, o animal está terminado. 6. Cuidados Cada animal deve receber vermífugo em intervalo de três meses. O medicamento é o mesmo fornecido para suínos na versão em pó. As instalações também precisam ser limpas semanalmente. Use cal e cloro para realizar uma desinfecção do local uma vez por mês. 7. O tatu Peba: É a espécie que mais é utilizada pra o comercio, a carapaça é pardo-amarelada a marrom clara, possui de 6 a 8 cintas móveis, os pelos são esbranquiçados e longos, a cabeça é cônica com um achatamento na parte superior, a cauda é longa e protegida por anéis córneos (Silva 1994). Esta espécie possui 2 a 4 orifícios no dorso da carapaça na altura da cintura pélvica próximo a base da cauda por onde sai a secreção de glândulas odoríferas, utilizadas para a marcação de tocas (Redford & Wetzel 1985). O número de cromossomos encontrado para esta espécie foi de 2n=58 e são reconhecidas cinco subespécies (Gardner 2007). O tamanho do genoma é de 4068Mbp (Redi et al. 2005). O tatu peba possui o hábito solitário, exceto na época reprodutiva e no caso da mãe acompanhada de filhote(s). No Pantanal do Mato Grosso do Sul, já foi observado por duas ocasiões, de três e até oito indivíduos desta espécie em um comportamento de perseguição. Nos dois casos, os animais foram observados correndo em alta velocidade formando uma fileira única. Segundo os autores, o comportamento de perseguição observado pode ter uma função reprodutiva, onde os machos perseguiriam a fêmea no cio (Desbiez et al. 2006), suspeita confirmada com a observação, no mesmo local, do mesmo comportamento de perseguição seguido. Esta espécie tem hábito alimentar generalista que inclui invertebrados (princi- palmente insetos), material vegetal (frutos de bromélias e palmeiras, tubérculos, etc.), pequenos mamíferos (foram encontrados quatro roedores silvestres Calomys sp. em um estômago de um indivíduo, Bezerra et al. 2001), animais mortos e carniça (Emmons 1990,Redford 1985, Medri 2008). Vários indivíduos já foram observados em conjunto se alimentando de carne e larvas de carcaça de animal morto (Moeller citado em Nowak 1999, p. 160). Euphractus sexcinctus tem atividade principalmente diurna, mas pode ter atividade à noite (Schaller 1983, Encarnação 1987, Trolle 2003, Anacleto 2006, Bonato et al. 2008, Medri 2008). Referência Bibliográfica MATHIAS, J. Como criar tatu. 5 de setembro de 2014. Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-criar/noticia/2014/09/como- criar-tatu1.html> Acesso em: 06/08/2018 às 18:00 SILVA,K.F.M, COSTA, J.F, ANACLETO, T.C.S; TIMO, T.P.C. Avaliação do Risco de Extinção de EUPHACTUS SEXCINTUS LINNAEUS, 1758 no Brasil. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-deconservacao/7109- mamiferos-euphractus-sexcinctus-tatu-peba> Acesso em:07/08/2018 às 15:00.