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Max Weber

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MAX WEBER 
Nasceu em 1864, na cidade de Erfurt, Alemanha e faleceu em 1920 em Munique.
A OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO
Max Weber nesse texto apresenta o avanço epistemológico e as conquistas da sociologia, na época em que as revistas científicas tinham uma grande importância para construir as instituições da área do conhecimento científico, ele aponta a fragilidade em que a economia pautada sobre leis gerais passava, demonstrando também os conflitos que pode haver caso utilizem os métodos das ciências naturais para com as ciências sociais.
Para o autor a objetividade do conhecimento das ciências sociais depende antes dos fatos empíricos que seriam orientados pelas ideias de valor que seria a única maneira de conferir os valores do conhecimento, sendo assim, os processos da conexão causais entre os conceitos seriam bem mais amplos, pois seriam dependentes dos valores e sentidos atribuídos a cada indivíduo.
TIPOS IDEAIS
O estabelecimento de tipos ideais não busca construir tipologias genéricas nem mesmo busca classificar de maneira inflexível o objeto em questão, como é o caso das classificações que encontramos nas ciências naturais. Os tipos ideais servem como parâmetro de observação, um conceito teórico abstrato com características delineadas que serve apenas como ponto de comparação entre o objeto observado e a abstração teórica. Trata-se de modelos conceituais que raramente, ou quase nunca, existem integralmente. Dessa forma, é possível que olhemos, por exemplo, para o sistema político de um país munido de um tipo ideal, como o da democracia, e, a partir da comparação, classificá-lo como sendo ou não uma nação democrática em um ou outro sentido. Nessa comparação, ainda que não sejam observadas todas as características de um modelo de democracia, esse sistema político ainda poderia ser considerado como democrático se a maior parte de sua organização fosse condizente com a de um modelo democrático.
OS TIPOS PUROS DE AÇÃO E DE AÇÃO SOCIAL
Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Entende-se que ações imitativas, nas quais não se confere um sentido para o agir, não são ditas ações sociais. Mas o objeto da Sociologia é uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que norteiam a referida análise.
Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada infinidade pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:
Ação social racional com relação a fins
Ação social racional com relação a valores
Ação social afetiva
Ação social tradicional
Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser consideradas sociais. No que se refere ao método sociológico, Weber difere de Durkheim (que tem como método a observação e a experimentação, sendo que esta se dá a partir da análise comparativa, isto é, faz-se a análise das diversas sociedades as quais devem ser comparadas entre si posteriormente).
RELAÇÕES SOCIAIS
De acordo com Weber, as relações sociais compõem um conjunto de ações sociais entre seus atores, sendo essencial na estrutura da sociedade. Para ele, essas relações são classificadas de duas maneiras, a saber:
Relações Sociais Comunitárias: de teor afetivo, está baseada nos sentimentos.
Relações Sociais Associativas: de teor objetivo, está baseada na razão e na união de interesses.
DIVISÃO DE PODER NA COMUNIDADE: 
Esse texto de Weber é muito conceitual, ele mostra o significado de cada termo suas características e compara-os entre si.
Para Weber, as classificações que ocorrem na sociedade (classes, estamentos, partidos) são conseqüências da distribuição de poder; para ele tudo é influenciado pelo poder, principalmente o poder econômico, mesmo este não sendo reconhecida (geralmente) como base de honras sociais, a forma que essas honras são distribuídas é chamada de ordem social. Para uma pessoa estar numa classe ela deve se encontrar numa situação de classe comum às outras pessoas da classe, porém as classes não devem ser confundidas com comunidades, pois a ação comunitária que cria a situação de classe é uma ação entre membros de classes diferentes. As principais categorias para se classificar alguém numa situação de classe é a “propriedade” ou a “falta de propriedade”. As propriedades se distinguem pelo seu tipo e pelo tipo de serviço prestado, quem não tem propriedade se diferencia pelo tipo de serviço que presta e pela forma que faz uso deste serviço, como isso é uma situação de mercado, nesse caso a situação de classe é uma situação de mercado.
 Os estamentos são diferentes das classes, pois eles são comunidades e são determinados pela honra e não pela situação econômica. Um estamento pode evoluir para uma “casta” fechada, mas só chegam a esse ponto quando há grandes diferenças “étnicas”. As classes se estratificam de acordo com suas relações  com a produção e aquisição de bens enquanto os estamentos se estratificam de acordo com os princípios de seu consumo de bens, representado por estilos de vida especiais.
Os partidos vivem sob o signo do “poder” e tem em oposição às classes e ao estamento que suas ações significam sempre uma socialização e a meta dessa ação pode ser uma causa ou ser pessoal; sua reação é orientada para a aquisição de poder e pretendem influenciar o domínio existente. Os partidos podem representar situações classistas ou estamental.
Assim, Weber definiu os termos com base nas relações econômicas e de poder, fala pouco sobre luta de classes (só faz um pequeno resumo cronológico de como essas lutas vem evoluindo no decorrer do tempo) dá impressão que ele pensa como um cientista e não como uma pessoa da sociedade como nos textos de Marx que foram lidos.
DOMINAÇÃO
No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja, o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente). Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional). Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados)
Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilatam a legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.
CARISMA E DESENCANTAMENTO DO MUNDO
Não apenas orientado pela ideia Iluminista de uma sociedade que deveria caminhar rumo ao progresso, mas, Weber também assume um caráter crítico em suas obras.
Max Weber analisava o avanço e o desenvolvimento da racionalidade de sua época. Ele também vê as mazelas dessa sociedade, na qual observava no avanço da racionalidade uma decadência da cultura clássica.
O mundo de deuses e crenças estava perdendo espaço para um novo, que priorizava o conhecimento científico. Há, portanto, uma ruptura de um âmbito sagrado, excepcional para um racional, material, ministrado pela ciência, técnica, consequência do desencantamento do mundo.
A evolução não permitiu ao homem o seu avanço, pelo contrário, contraiu as possibilidades de escolhas dadas aos indivíduos. E ainda, essas alternativas escassas acrescentavam pouco valor intelectual à humanidade. Portanto, conforme os alcances das escolhas afetivas dos homens ficam limitadas há o desencantamento do mundo.
Weber ao transpassar a ideia iluminista de sociedade rumo
ao progresso, notava que a racionalização substituiu as ideias místicas e sagradas sobre o mundo. Conhecimento científico e o desenvolvimento de formas de organizações racionais burocráticas representam a nova humanidade, manipulada pela técnica, materialidade e ciência.
Ainda dentro de esse caminhar rumo à burocracia, há momentos de descontinuidade e de enfraquecimento da dominação, sendo que as estruturas institucionais consolidadas podem se desintegrar à medida que se tornam insuficientes ao lidar em um estado de tensões. Neste momento entra em cena o líder carismático, seja de cunho religioso ou político, capaz de produzir mudanças significativas nas relações sociais, Porém esse líder carismático logo é abarcado pelo cotidiano e pela burocratização, tornando-se uma liderança tradicional ou legal.
SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
A Sociologia da Religião de Max Weber é um local indispensável para o estudo dos aspectos centrais de seu pensamento, voltados à compreensão da singularidade da civilização ocidental moderna. No entanto, o maior destaque se encontra na articulação entre filiação religiosa e estratificação social, pela qual Weber nos apresenta as religiões mundiais como espaços de santificação da vida cotidiana dos sujeitos dentro de ordens políticas, econômicas e sociais. Dando foco na esfera econômica, nossa análise nos remete para a eficácia da legitimação religiosa que distribui consentimentos sociais, associados à manipulação da conduta de vida, à construção da intimidade e aos interesses materiais e ideais dos sujeitos sociais, rompendo o circuito fechado de religiosidades e tendendo ao molde de visões sociais de mundo articuladas a épocas históricas, a partir de grupos e classes que delas se apoderaram para se sustentar mediante relações de dominação.
TENDENCIA À RACIONALIZAÇÃO E BUROCRACIA
O desenvolvimento do sistema capitalista está vinculado com uma abrangente racionalização das sociedades modernas.
Um meio para que esse processo de propagasse nas sociedades ocidentais era devido à burocracia.
Todas as instituições, sejam movidas por objetivos materiais ou ideais, tenderão a organizar-se através da burocracia, que é um eficaz instrumento de se exercer a dominação.
Esta dominação caracteriza-se por uma dominação legal/racional, que através de ordens judiciais ou administrativas, aplica o sistema de leis que valham para todos os membros do grupo social. Este grupo social deve obedecer às normas e a racionalização que se apresentam de maneira previsível e estável. 
A burocratização existe com o intuito das empresas capitalistas obterem o máximo de lucro possível, administrando a produção de uma forma racional, visto que a irracionalidade e a tradição seriam dispensáveis ao sistema capitalista, ou seja, para as sociedades modernas.
A racionalidade e organização burocrática são por excelência uma característica do Estado Moderno, e ainda que tenham existido em outros tempos na China e no Egito, por exemplo, jamais se configurou como o fez na época de Max Weber.
Weber traduz o tipo ideal de burocracia como sendo o indivíduo que age em cooperação com outros, não misturando laços de caráter pessoal e regulamentado pela exigência de mandato e competência. Ou seja, elimina os elementos sensíveis e pessoais.
Em síntese, no objetivo das empresas capitalistas de obterem crescente lucro, os burocratas precisam ir contra todas as irracionalidades que possam vir a prejudicar a organização, o trabalho e a produção.
A ciência também pode ser considerada como a racionalização e burocratização do conhecimento, para o qual a sociedade caminha.
RACIONALIZAÇÃO E CAPITALISMO
O trabalho de Weber estende-se também a um fenômeno que ele acredita ser de grande importância para o mundo moderno e que está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sociais que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo. Trata-se da “racionalização do mundo social”, isto é, mudanças profundas no cerne do pensamento do indivíduo moderno e das instituições do Estado, como a gradual construção do capitalismo e a monstruosa explosão do crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então.
A preocupação de Weber estava em tentar apreender os processos pelos quais o pensamento racional, ou a racionalidade, impactou as instituições modernas, como o Estado e os governos, e, ainda, o âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno. Em sua denominação das diversas formas de racionalidade, Weber fez distinção de duas principais formas: a racionalidade formal e a racionalidade substantiva.

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