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Suicídio de Vargas e Carta Testamento

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História do Brasil 
 
 
 
 
SUICÍDIO DE VARGAS E CARTA TESTAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução ........................................................................................................................................2 
 
Objetivo .............................................................................................................................................2 
 
1. Suicídio de Vargas ......................................................................................................................2 
1.1. Contextualização ...............................................................................................................2 
1.2. Carta Testamento ..............................................................................................................4 
 
Exercícios ..........................................................................................................................................5 
 
Gabarito ............................................................................................................................................7 
 
Resumo .............................................................................................................................................8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Na apostila anterior, examinamos o debate em torno do modelo nacionalista 
de desenvolvimento econômico no governo Vargas. Esse embate entre nacionalistas 
e liberais tinha relação com o contexto internacional da Guerra Fria e sobre como o 
Brasil deveria se posicionar no quadro da economia mundial. Essa situação dividiu 
opiniões, inclusive, dentro das Forças Armadas. Além disso, em sua campanha 
presidencial Vargas articulou seus apoios com promessas de cargos em seu futuro 
governo, especialmente, dos muitos membros do PSD. O cumprimento com esses 
acordos, a ampliação de sua base de apoio e a tentativa de agradar interesses diversos 
custou o controle dos atos do governo e a produção de contradições que colocavam 
a perder a coerência do discurso e da legitimidade do governo. A admissão do 
petebista João Goulart (1919-1976), conhecido como Jango, como ministro do 
Trabalho e o atentado a Carlos Lacerda, provocou o aumento da oposição tanto de 
militares, como de líderes da elite que temiam medidas de caráter social chamadas 
por eles de comunistas. Vargas isolado e pressionado na manhã de 24 de agosto de 
1954 suicidou-se com um tiro no coração. 
Nessa apostila, vamos analisar o contexto em que se deu o suicídio de Vargas, 
tanto em seus fatores externos como internos. Além disso, vamos analisar os 
principais pontos apresentados na sua Carta Testamento. Esta foi produzida por 
Vargas com uma preocupação de deixar um documento para a posteridade, 
demarcando a construção de sua memória. 
Objetivos 
• Compreender os fatores internos e externos que contribuíram para o 
suicídio de Vargas; 
• Analisar os principais pontos da Carta Testamento, como um 
documento produzido por Vargas para a construção de sua memória. 
 
1. Suicídio de Vargas 
1.1. Contextualização 
A crise que levou ao suicídio de Getúlio Vargas está relacionada a uma série de 
fatores internos e externos. Depois de ter governado o Brasil por quinze anos, ele 
retornava com a responsabilidade de provar que conseguiria comandar o país 
também sob um regime de caráter democrático. A crise que levou ao seu suicídio tem 
como marco na política externa o rompimento da Política da Boa Vizinhança, em 1953. 
 
3 
 
Naquele ano o governo dos Estados Unidos requisitou a Vargas o envio de tropas à 
Guerra da Coreia. A negativa do presidente não foi bem recebida na Casa Branca, 
especialmente em tempos de Guerra Fria. 
A UDN, totalmente alinhada com os interesses estadunidenses, enfureceu-se e 
passou a intensificar a oposição a Vargas. A campanha de difamação do presidente, 
encabeçada por Carlos Lacerda, ganhou contornos dramáticos após o atentado a vida 
do jornalista. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
 
Getúlio Vargas, entretanto, possuía no apoio popular o seu trunfo. Na intenção 
de mostrar a seus opositores que ele fora eleito pelo povo e nele residia sua força, o 
presidente acatou a proposta do Ministro João Goulart de dobrar o salário mínimo. 
Entretanto, já não governava com poderes ilimitados e o Congresso negou o aumento. 
Dessa maneira, a campanha difamatória de Vargas que afirmava que ele era 
autoritário, comunista, dentre outros adjetivos que ora condiziam, ora contradiziam 
com sua trajetória política, ganhou força. 
Pressionado por diversos lados a renunciar, Vargas insistia em permanecer no 
cargo. A UDN e os militares organizavam, com grande participação da ESG, um 
movimento golpista para tirar Vargas do poder. Entre a renúncia e o golpe, Vargas 
encontra no suicídio uma alternativa. Em sua Carta Testamento, registrava palavras 
que o eternizariam como mártir do povo brasileiro (Figuras 01a e 01b). Além disso, a 
força deste ato levou a um adiamento do golpe por dez anos. 
 
 
 
 
 
 
 
No dia 5 de agosto de 1954, Lacerda foi ferido em um 
atentado e morto o seu guarda-costas, Rubens Florentino 
Vaz, major da Força Aérea. As investigações apontavam 
Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas 
como mandante do crime, indiretamente, incriminando o 
presidente, considerado, na verdade, o verdadeiro mentor 
do atentado. 
 
 
4 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 01 
Figura 01a (esquerda) e Figura 01a (direita): Busto de Getúlio Vargas com a transcrição da Carta 
Testamento, em Pelotas, Rio Grande do Sul e Placa com a réplica da mesma, localizada na Praça das 
Flores em Nova Petrópolis. 
 
1.2. Carta Testamento 
Na Carta Testamento, é possível perceber que Vargas fez de sua morte, seu 
último ato político. O próprio nome pretende dar a entender que deixava um 
Testamento para o povo, apesar de morto, seu legado construído por sua trajetória 
política entraria para a história. Ao afirmar que lutou pelos humildes e que sofreu 
oposição das elites, reforça sua imagem de “Pai dos Pobres”. Ao anunciar que entrega 
sua vida em defesa dos necessitados, cria em torno de si a ideia de mártir. 
Há inúmeros bustos e estátuas de Getúlio Vargas 
espalhadas pelo Brasil. Em muitas deles junto da sua 
imagem há a Carta Testamento. Tal como pretendia, o seu 
último ato de construção de um discurso que exaltava sua 
trajetória política foi efetivo, fundando um documento que 
demarca sua memória como mártir do povo. Esse é um 
exemplo de como a produção de versões sobre a história 
demarca a memória sobre um contexto ou personagem e 
perdura na memória histórica. 
 
 
5 
 
Num ato de plena consciência das implicações políticas de seu suicídio, 
enuncia as últimas palavras de sua carta: “saio da vida para entrar na História”. A 
morte de Vargas e o teor de sua carta, publicada na imprensa, geraram uma imensa 
comoção popular, que logo se transformou em revolta. Vários edifícios que remetiam 
à oposição a Vargas foram atacados pela população. Desta maneira, não se pode 
efetivar nenhuma tomada de poder golpista e a presidência transitou seguindo as leis 
para seu vice, Café Filho. 
Exercícios 
1. (UNIMONTES, Adaptado) “Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a 
hora, resistindo a uma agressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio. 
[…] Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem 
fui escravo não será mais escravode ninguém. […] Lutei contra a espoliação do povo. 
Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte”. 
(Carta Testamento de Getúlio Vargas, 1954) 
Acerca do contexto e personagem identificados no documento citado, é 
INCORRETO afirmar que: 
a) a referência à escravidão feita pelo ex-presidente é um recurso de 
retórica para afirmar a sua identificação com os trabalhadores. 
b) os mais poderosos adversários de Vargas, nessa conjuntura, os quais 
ele alega agredi-lo constantemente, são os comunistas liderados por Luiz Carlos 
Prestes. 
c) a UDN, oposição ao varguismo, pagou um alto preço político por isso, 
como evidenciou a eleição de JK. 
d) o mais duradouro legado varguista, a legislação trabalhista, 
permaneceu sem sofrer grandes alterações por praticamente todas as décadas 
subsequentes à sua morte. 
e) o suicídio de Vargas é um desdobramento da acentuação da crise 
política em seu governo após o Atentado da Rua Tonelero. 
 
2. (IFMT, 2004) A figura pertence ao Jornal Última Hora de 24 de agosto de 1954. 
 
 
6 
 
 
No dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas, então presidente legitimamente 
eleito, tirou a própria vida com um tiro no peito. Muito se discutiu sobre esse ato 
dramático e suas consequências. O fato é que essa morte tirou de cena o homem que 
marcou a História brasileira em boa parte do século XX. Sobre esse episódio, assinale 
a afirmativa correta. 
a) O suicídio foi o último ato decorrente da tentativa frustrada de Vargas de 
permanecer no poder por meio de um amplo arco de alianças que envolviam 
militares, partidos políticos, como o Partido Social e Democrático (PSD), entre 
outros. 
b) Com sua morte, Vargas conseguiu abortar o golpe articulado pela União 
Democrática Nacional (UDN) e setores militares, jogando a responsabilidade 
de seu ato sobre esses opositores e inviabilizando a tomada de poder. 
c) O suicídio de Vargas frustrou planos de seus aliados interessados em seu apoio 
nas eleições no final daquele ano que os poderiam levar à sucessão 
presidencial, como Carlos Lacerda e Ademar de Barros. 
d) As articulações do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e de grupos militares 
chefiados pelo Marechal Henrique Lott contra Vargas foram importantes 
elementos que explicam o seu ato dramático. 
 
 
7 
 
3. (ENEM, 2005) Zuenir Ventura, em seu livro Minhas memórias dos outros (São 
Paulo: Planeta do Brasil, 2005), referindo-se ao fim da "Era Vargas" e ao suicídio do 
presidente em 1954, comenta: 
“Quase como castigo do destino, dois anos depois eu iria trabalhar no jornal 
de Carlos Lacerda, o inimigo mortal de Vargas (e nunca esse adjetivo foi tão próprio). 
Diante daquele contexto histórico, muitos estudiosos acreditam que, com o 
suicídio, Getúlio Vargas atingiu não apenas a si mesmo, mas o coração de seus aliados 
e a mente de seus inimigos”. 
A afirmação que aparece "entre parênteses" no comentário e uma 
consequência política que atingiu os inimigos de Vargas aparecem, 
RESPECTIVAMENTE, em: 
a) a conspiração envolvendo o jornalista Carlos Lacerda é um dos elementos do 
desfecho trágico e o recuo da ação de políticos conservadores devido ao 
impacto da reação popular. 
b) a tentativa de assassinato sofrida pelo jornalista Carlos Lacerda por apoiar os 
assessores do presidente que discordavam de suas ideias e o avanço dos 
conservadores foi intensificado pela ação dos militares. 
c) o presidente sentiu-se impotente para atender a seus inimigos, como Carlos 
Lacerda, que o pressionavam contra a ditadura e os aliados do presidente 
teriam que aguardar mais uma década para concretizar a democracia 
progressista. 
d) o jornalista Carlos Lacerda foi responsável direto pela morte do presidente e 
este fato veio impedir definitivamente a ação de grupos conservadores. 
e) o presidente cometeu o suicídio para garantir uma definitiva e dramática 
vitória contra seus acusadores e oferecendo a própria vida Vargas facilitou as 
estratégias de regimes autoritários no país. 
 
Gabarito 
1. [b]. A oposição de Luiz Carlos Prestes a Getúlio ocorreu durante o primeiro 
governo varguista, entre 1930 e 1945, durante seu governo provisório e depois 
constitucional. Esta se realizou pelo conflito entre a ANL e PCB, que resultou na 
Intentona Comunista, de 1935. Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, seu 
principal adversário político ainda era Carlos Lacerda, nesse momento representando 
a UDN e com um discurso inflamado contra Vargas nas publicações de seu jornal, 
Tribuna da Imprensa. 
 
 
8 
 
2. [b]. A Carta Testamento se tornou um documento que ficou para a 
posteridade, demarcando a construção valorativa de sua memória, apoiada em sua 
imagem de “Pai dos Pobres”, mártir do povo. 
 
3. [a]. O adjetivo a que se refere a citação entre parênteses é “mortal”, de 
inimigo mortal. Considera-se que o adjetivo é apropriado, pois Carlos Lacerda está 
diretamente relacionado ao suicídio de Getúlio Vargas. Primeiro porque o mesmo está 
associado ao atentado contra Lacerda que foi ligado a Getúlio Vargas como mandante 
do crime. Segundo, porque os desdobramentos do suicídio do presidente 
determinaram a história política do país, influenciando as ações tanto de aliados 
como dos opositores. 
Resumo 
Nessa apostila, examinamos os fatores internos e externos que contribuíram 
para a crise do governo de Vargas. Na política externa, o rompimento da Política da 
Boa Vizinhança, em 1953, quando Vargas negou o envio de tropas brasileiras para a 
Guerra da Coreia requisitadas pelos Estados Unidos. A UDN, totalmente alinhada com 
os interesses estadunidenses, enfureceu-se e passou a intensificar a oposição a 
Vargas. 
A campanha de difamação do presidente, encabeçada por Carlos Lacerda, 
ganhou contornos dramáticos após o atentado a vida do jornalista. Depois de 
investigações, foi comprovado o envolvimento de Vargas, o que somado com seu 
apoio ao reajuste de 100% do salário mínimo proposto pelo ministro de Trabalho, 
Jango, fortaleceu a campanha difamatória contra ele. Afirmavam que era autoritário, 
comunista, dentre outros adjetivos que ora condiziam, ora contradiziam com sua 
trajetória política. Isso ganhou força entre os populares, o que aumentou o seu 
isolamento. A alternativa encontrada por Getúlio Vargas foi o suicídio, produzindo 
como seu último ato político a Carta Testamento. Um documento que ficou para a 
posteridade, demarcando a construção valorativa de sua memória, apoiada em sua 
imagem de “Pai dos Pobres”, mártir do povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Referências bibliográficas 
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda História – História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 
1996. 
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 1997. 
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015. 
_____. História Geral do Brasil. São Paulo: Elsevier, 2016. 
Só História. Carta testamento de Getúlio Vargas (continuação). Disponível em: 
<https://www.sohistoria.com.br/ef2/getulio/p1.php>. Acesso em: 06/04/2019 às 13h36min. 
 
Referências imagéticas 
Figura 01: WIKIMEDIA. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Busto_de_Getulio_Vargas_e_Carta_Testamento,_Pelotas,_Brasil.JPG. 
Acesso em: 06/04/2019 às 13h49min. 
Figura 02: WIKIPEDIA. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas#/media/File:Replica_da_Carta_Testamento_de_Getulio_V
argas-Nova_Petropolis.JPG>. Acesso em: 06/04/2019 às 14h00.