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PETIÇÃO-INICIAL

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www.preparatorioobjetivo.com.br 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROF MAIKON CAVALCANTE 
 
 
Procedimento Comum 
 
 
Dos Estágios do Processo 
 
A doutrina processualista civil divide o Procedimento Comum em quatro estágios: da 
postulação do autor até chegar a sentença, Vejamos por ordem cronológica: 
1) ESTÁGIO POSTULATÓRIO: Neste estágio o pedido do autor (petição inicial) inaugura a 
relação processual. É o momento em que o autor exerce seu direito constitucional de ação, 
e o réu exerce igualmente ao autor, seu direito de defesa agasalhado no princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
2) ESTÁGIO ORGANIZATÓRIO/SANEADOR: Esta é a fase que o juiz prepara o processo para as 
próximas fases (instrutória/decisória). Delimitam-se as questões de fato e de direito e 
explicita-se o que necessita provar e como será provado, dando oportunidade para que 
assim as partes façam. 
3) ESTÁGIO INSTRUTÓRIO: Aqui se produz as provas que ainda restam para balizar o 
convencimento do juiz. É nesta fase que o juiz realiza oitiva do autor, réu, testemunhas, etc 
na Audiência de Instrução e julgamento. 
4) ESTÁGIO DECISÓRIO: Aqui o juiz julga o processo e encerra-o. Podendo ser COM 
julgamento de mérito ou SEM julgamento de mérito. São as hipóteses de Sentença 
Terminativa (não julga o mérito) ou Sentença Definitiva (julga o mérito e faz coisa julgada). 
 
Petição Inicial 
 
A forma de materializar o interesse em buscar a tutela jurisdicional é a petição inicial, 
conceituada pela doutrina como peça escrita no vernáculo e assinada por patrono 
devidamente constituído em que o autor formula demanda que virá a ser apreciada pelo 
juiz, na busca de um provimento final que lhe conceda a tutela jurisdicional pretendida. 
É na petição inicial que o autor consagra o seu direito de acesso a justiça. No 
protocolo da Inicial, é onde o processo forma-se. Vejamos a disposição do Art. 312 do 
Código de Processo Civil: 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, 
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados 
no art. 240 depois que for validamente citado. 
ATENÇÃO: O processo forma-se com o protocolo da petição inicial, mas seus 
efeitos só surgem a partir da citação do réu, quando forma-se a lide (relação 
triangular). 
 
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Por tratar-se da peça que inicia o processo, permitindo o seguimento do 
procedimento mediante a citação do réu, e gerando todos os efeitos referidos, a lei 
processual exige que tal peça preencha alguns requisitos formais, o que torna a petição 
inicial um ato processual solene. 
 A ausência de quaisquer deles pode gerar uma nulidade sanável ou insanável, 
sendo, na primeira hipótese, caso de emenda da petição inicial e, na segunda, de 
indeferimento liminar de tal peça. 
Aspectos estruturantes da Petição Inicial: 
Os requisitos estruturais da petição inicial estão, primordialmente, elencados no art. 
319, CPC, conforme a seguir: 
I. Juízo singular ou colegiado a que é dirigida a petição inicial. 
O primeiro requisito previsto no art. 319, I, CPC, e que constará no topo da primeira 
página da petição inicial, é o juízo a que esta é dirigida. Sendo a primeira peça do 
processo, necessária é a indicação do juízo que a receberá nesse primeiro momento 
procedimental. A indicação do destinatário da petição é necessária para a remessa da 
petição inicial e formação dos autos perante o órgão pretensamente competente para o 
conhecimento da demanda. A indicação jamais será pessoal, exigindo-se a indicação do 
juízo, e não do juiz (consequência do caráter impessoal do Poder Judiciário). 
II. Indicação das partes e sua qualificação. 
Deve constar da petição inicial a qualificação das partes, com a indicação de nome 
completo, estado civil, existência de união estável, profissão, número do CPF ou do 
CNPJ, o endereço eletrônico e os respectivos domicílios e residências (art. 319, II, CPC). 
Diante das razões justificadoras para a indicação de tais dados, o que importa na 
análise do preenchimento do requisito é se a irregularidade ou mesmo a ausência de 
algum deles gera alguma espécie de prejuízo ao réu ou ao processo. Sem a 
comprovação de efetivo prejuízo, não haverá nulidade, aplicando-se ao caso o princípio 
da instrumentalidade das formas. 
A indevida troca de um nome por outro é mera irregularidade, podendo ser corrigida 
a qualquer tempo, se o verdadeiro réu recebe a citação e contesta regularmente a 
demanda. O mesmo ocorre com os dados pessoais do réu, que nem sempre serão de 
amplo conhecimento do autor. Outra circunstância possível é a indicação do apelido do 
réu, ou seja, a forma como ele é conhecido na sociedade à qual pertence, o que poderá 
auxiliar o oficial de justiça a localizá-lo. 
Atenção! É possível demanda contra pessoa incerta, devendo-se proceder a um 
esboço de identificação, bem como requer a citação editalícia (art. 256, I, CPC). 
III. Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido. 
Apesar de o art. 319, III, CPC, indicar como requisito da petição inicial “o fato” no 
singular, e os “fundamentos jurídicos do pedido” no plural, é pacífico o entendimento 
que a petição inicial pode perfeitamente ter um ou mais fatos e um ou mais 
 
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fundamentos jurídicos. Trata-se da apresentação fática – causa de pedir próxima – e 
das consequências jurídicas que o autor pretende que tais fatos tenham no caso 
concreto – causa de pedir remota. Considerando que dos fatos nasce o direito (dami 
factum dabo tibi ius), cumpre ao autor narra-los e demonstrar a razão jurídica para que, 
em decorrência desses fatos, seja merecedor da tutela jurisdicional pretendida. 
IV. Pedido. 
O Poder Judiciário não pode servir como mero órgão consultivo, devendo sempre ser 
chamado à atuação para entregar ao autor o que este pretender receber. Dessa forma, 
é requisito essencial da petição inicial a indicação de sua pretensão jurisdicional. O 
pedido pode ser analisado sob a ótica processual, conhecido como pedido imediato, 
representando a providência jurisdicional pretendida – condenação, constituição, mera 
declaração – que será sempre determinado; e sob a ótica material, conhecido como 
pedido mediato, é representado pelo bem da vida perseguido, ou seja, o resultado 
prático que o autor pretende obter com a demanda judicial, podendo ser relativamente 
indeterminado (pedido genérico – art. 324, § 1º, CPC). 
 
Atenção! O pedido deve ser certo (art. 322, CPC), determinado (art. 324, CPC), claro 
(art. 322, § 1º, II, CPC) e coerente (art. 330, § 1º, IV, CPC): 
➢ Certeza: não se admite, em regra, pedido implícito. Pedido certo é pedido expresso. 
➢ Determinação: aquele delimitado em relação à qualidade e quantidade. Se contrapõe ao 
pedido genérico. 
➢ Clareza: aquele formulado de maneira inteligível. 
➢ Coerência: o pedido deve ser consequência jurídica prevista para a causa de pedir 
aduzida. 
 Enquanto o autor pode pleitear diversas tutelas jurisdicionais diferentes e incalculáveis 
bens da vida, o réu, ao contestar a pretensão do autor, fará sempre o mesmo pedido: 
sentença de improcedência (sentença declaratória da inexistência do direito material 
alegado pelo autor). 
Atenção! O magistrado está limitado, na sua decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao 
pedido formulado – não o está, porém, ao dispositivo invocado pelo demandante, pois 
é sua a tarefa de verificar se houve a subsunção do fato à norma, ou seja, verificar se 
houve incidência. O juiz pode decidir com base em norma distinta, preservados o 
direito afirmado e o pedido formulado – Para tanto, porém, deverá observar o 
disposto no art. 10, CPC, que lhe impõe o deverde consultar as partes. 
 
V. Valor da causa. 
O art. 291, CPC, estabelece que “a toda causa será atribuído um valor certo, ainda 
que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível”. Desse modo, ainda que o 
bem material objeto da pretensão do autor não tenha um valor economicamente 
aferível, é necessária a indicação de valor à causa, ainda que seja calculada de forma 
meramente estimativa. 
 
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A exigência de atribuição ao valor da causa decorre de diversos reflexos que esse 
requisito gera sobre o processo: 
a) Determinação da competência do juízo segundo as leis de organização judiciária. 
b) Definição de Rito procedimental ( comum ou sumaríssimo) 
c) Recolhimento das taxas judiciais 
d) Fixação do valor para aplicação de multas e percentuais de honorários 
sucumbenciais. 
VI. Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados. 
Caso os operadores do direito levassem a regra prevista no art. 319, VI, CPC, mais a 
sério, as petições iniciais viriam, a exemplo do que ocorria no extinto procedimento 
sumário, com a devida especificação de provas (assim, por exemplo, o autor já indicaria 
quais as testemunhas que pretende ouvir ou ainda os quesitos de perícia requerida). 
Acontece, entretanto, que atualmente o dispositivo legal não encontra tal aplicação, 
bastando ao autor a indicação genérica de todos os meios de prova em direito 
admitidos, para que o requisito seja considerado preenchido. Tal prática, já arraigada 
em nossa praxe forense, enseja ao juiz, na fase de saneamento do processo, a prolação 
de despacho para que as partes especifiquem as provas que pretendem produzir, 
indicando e justificando os meios de prova requeridos. É medida tomada pelos juízes 
justamente em decorrência da generalidade do protesto realizado na petição inicial, 
sendo bastante improvável – para não dizer impossível – que a parte no momento em 
que é instada a especificar provas requeira todos os meios de prova admitidos. 
Há doutrina que entende ser completamente inútil a exigência legal, afirmando não 
se poder entender que a ausência de requerimento de provas na petição inicial gere 
preclusão para o autor. Nesse entendimento, mesmo não tendo feito pedido de provas 
na petição inicial, a partir do momento em que o juiz intima as partes para a 
especificação de provas, poderá o autor livremente as requerer. O mesmo raciocínio 
seria aplicado ao réu quanto à exigência de requerer a produção de provas em 
contestação (art. 336, CPC). 
VII. A opção do autor pela realização da audiência de conciliação ou de 
mediação. 
Trata-se da última exigência do art. 319, CPC, valendo destacar que a audiência só 
não será realizada se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual (art. 334, § 4º, I, CPC). Assim, havendo o requerimento pelo 
autor, na petição inicial, de sua realização, a postura do réu torna-se inútil, porque, 
mesmo não querendo a realização da audiência, dela não conseguirá se livrar. 
Atenção! Não observado este requisito pelo autor, a petição não deve ser indeferida 
por este motivo, nem há a necessidade de o juiz determinar sua emenda. Deverá o 
juiz considerar o silêncio do autor como indicativo da sua não-oposição à realização 
da audiência de conciliação ou mediação. 
 
 
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EXERCÍCIOS: 
 
01 - Levando-se em consideração as regras sobre a petição inicial previstas na Lei 
13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil), assinale a alternativa correta: 
 
A) A petição inicial deve mencionar, dentre outras informações, a existência de união 
estável. Caso o autor não disponha dessa informação, poderá requerer ao juiz as 
diligências necessárias para a sua obtenção. 
B) Caso a petição inicial não preencha os requisitos legais, o juiz deverá mandar que o 
autor a emende no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de indeferimento. 
C) O indeferimento da petição inicial admite juízo de retratação, o qual deve ser 
realizado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas após a interposição do recurso de 
apelação. 
D) Dispensa-se a indicação do valor da causa quando se tratar de pedido de dano 
moral. 
 
 
02 - À luz das disposições do CPC relativas aos atos processuais, julgue o item 
subsequente: 
É vedado ao juiz julgar pedido realizado em petição inicial sem antes citar o réu, em 
atenção aos princípios do contraditório e da ampla defesa. 
 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
01 – Letra A 
02 – Errado

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