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Aula 1 
 
Português para a Anvisa (Teoria e Exercícios) 
Classes Gramaticais (Parte I) 
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Olá, prezado aluno do Ponto dos Concursos! 
A partir da aula de hoje, vamos começar a estudar as classes de 
palavras. Como são 10 classes, faremos isso em duas aulas. Nesta, vou 
trabalhar mais com os verbos e os pronomes. Na próxima, darei mais 
atenção aos advérbios, às conjunções e às preposições. 
Não precisa ficar preocupado com a ligeira mudança que resolvi 
fazer, pois desta forma poderemos trabalhar melhor este assunto, que é 
extenso. No final das duas aulas, certamente você terá um conhecimento 
bem sólido sobre a classificação e o emprego das classes de palavras 
mais importantes quando se trata de concurso público. 
 
 Apontamos até aqui as “faltas” éticas no interior das práticas 
 escolares; cabe-nos agora esboçar alguns preceitos que, em nosso 
 entendimento, precisam ser preservados a qualquer custo na intervenção 
 pedagógica. 
 O primeiro remete às questões que envolvem as práticas 
 avaliativas, tão presentes nas preocupações dos educadores, bem como 
 de alguns órgãos governamentais do setor. Não é raro que encontremos 
 alegações do tipo: “é preciso avaliar constantemente”, ou então: “se não 
 houver reprovação, não há ensino de verdade”, ou mais drasticamente 
 ainda: “professor bom é aquele que reprova”. Note-se que, a partir de 
 enunciados como esses, acabamos tomando a avaliação (e não a ética) 
 como reguladora da ação profissional docente. Isto é, avaliar passa a ser 
 concebido como um direito “legal ou moral” do professor, enquanto ser 
 avaliado, um dever também “legal ou moral” do aluno. 
 Se a avaliação se naturaliza como a estratégia dominante ou 
 exclusiva da relação pedagógica, corremos o risco também de naturalizar 
 o fracasso como seu efeito contingencial (e inevitável, portanto). É o alto 
 preço que se paga por transformar um encontro que se desdobra em 
 torno de regras construídas processualmente em um evento balizado por 
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 normas apriorísticas, isto é, por um rígido padrão normativo (e, por 
 extensão, excludente) como é o da avaliação escolar, tal como a 
 conhecemos – ou melhor, insistimos em preservá-la. 
 Cabe-nos igualmente questionar o que temos priorizado como foco 
 de nossa atuação profissional: as nuanças e vicissitudes do processo 
 ensino-aprendizagem ou a avaliação dos resultados formais? E a que se 
 têm prestado nossas práticas avaliativas: a confirmar os prognósticos 
 fatalistas sobre a clientela, ou ao coroamento de nossos esforços 
 cotidianos? Mesmo porque, numa reprovação final, algo de todos nós 
 está sendo colocado sub judice. 
 Portanto, um desfocamento do afã avaliativo, além de bastante 
 oportuno, poderia promover uma ênfase mais nítida no dia-a-dia da sala 
 de aula, isto é, na “qualidade” mesma da intervenção escolar – parte 
 daquilo que entendemos como “ética pedagógica”. É no espaço sagrado 
 das aulas, no instigante confronto entre agentes e clientela, no coração 
 mesmo da relação professor-aluno, que a ética pedagógica (ou a falta 
 dela) se presentifica com mais força. O resto, e a avaliação dos 
 resultados aí incluída, é mera conseqüência! 
AQUINO, Julio Groppa. Do cotidiano escolar – ensaios sobre a ética 
e seus avessos. São Paulo: Summus, 2000. p. 28-29. 
1. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no primeiro parágrafo do texto, 
no período: “cabe-nos agora esboçar alguns preceitos que (...) precisam 
ser preservados”, a anteposição do pronome destacado em relação à 
forma verbal “cabe” é proibida pela tradição gramatical, apesar de a 
próclise ser a tendência do português falado no Brasil. 
Comentário – Cabe lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do 
verbo (Fingiu que não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o 
pronome surge após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é 
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marcada pela presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só 
ocorre com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego 
do pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência modo-
temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). 
É útil ainda recordar os casos obrigatórios de próclise: 
Casos de Próclise 
a) Palavras de sentido 
negativo 
Nada me fará desistir. 
Ninguém me fará desistir. 
b) Advérbios sem pausa 
Aqui se fazem chaves. 
Talvez se cumprimentassem. 
c) Conjunções 
subordinativas e pronomes 
relativos 
Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. 
O livro que me deste é muito interessante. 
d) Conjunções 
coordenativas alternativas 
Ora se atribulava, ora se aquietava. 
Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. 
e) Pronomes e advérbios 
interrogativos 
Quem lhe contou a verdade? 
Por que te afliges tanto? 
f) Pronomes indefinidos 
Tudo me foi dado. 
Alguém te contou a verdade? 
g) Frases exclamativas e 
optativas 
Como te atreves! 
Deus o abençoe, meu filho! 
h) Preposição em + 
verbo no gerúndio 
Em se tratando desse assunto, nada mudará. 
 
Frise-se que o rigor gramatical impede que uma oração seja 
iniciada por pronome oblíquo átono. Sendo assim, a construção aludida pela 
banca está perfeita. 
Resposta – Item certo 
 
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2. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no segundo parágrafo do texto, 
no trecho: “avaliar passa a ser concebido como um direito ‘legal ou moral’ 
do professor, enquanto ser avaliado, um dever também ‘legal ou moral’ 
do aluno”, a palavra destacada pode ser substituída, sem que ocorra erro 
gramatical ou prejuízo semântico, por “já que”, desde que a última 
ocorrência de vírgula seja trocada pela locução verbal “passa a ser 
concebido como”. 
Comentário – As conjunções enquanto e já que pertencem a campos 
semânticos diferentes. 
A primeira exprime circunstância de temporalidade e indica, 
no texto, que os fatos ocorrem concomitantemente. Também exprimem essa 
circunstância as seguintes conjunções: quando, logo que, mal (= logo que), 
sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, agora que, ao 
mesmo tempo que, toda vez que. 
A conjunção já que exprime circunstancia de causa, a 
exemplo de porque (junto e sem acento), que, pois, como, porquanto, visto 
que, visto como, uma vez que, desde que. 
Resposta – Item errado 
 
3. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
écorreto afirmar que, no terceiro parágrafo do texto, 
no trecho: “Se a avaliação se naturaliza como a estratégia dominante ou 
exclusiva da relação pedagógica, corremos o risco também de naturalizar 
o fracasso”, as formas verbais destacadas podem ser substituídas, 
respectivamente, sem necessidade de adaptações no texto, por 
“naturalizasse” e “correríamos”, sem que ocorra erro gramatical ou 
prejuízo semântico. 
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Comentário – Os verbos utilizados originalmente estão conjugados no 
presente do indicativo, pois o autor considera as ações indicadas por eles uma 
ocorrência certa e válida para o momento do discurso e/ou habitual. 
A mudança proposta, apesar de manter a correlação verbal 
entre os verbos substitutos, acarretaria prejuízo semântico ao texto. As formas 
“naturalizasse” (pretérito imperfeito do subjuntivo) e “correríamos” (futuro do 
pretérito do indicativo) são utilizadas para expressar o valor hipotético, 
provável do que se declara. 
A propósito, saiba um pouco mais a respeito do emprego do 
emprego desses tempos e modos verbais. 
O presente do indicativo pode indicar valores semânticos 
tais como: 
1. fato que se realiza no momento do discurso. 
Ex.: A turma toda estuda agora. 
2. fato permanente. 
Ex.: O sol aquece a Terra. 
3. fato habitual. 
Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina intensamente. 
4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar a 
descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele. 
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o caminho, a 
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). 
5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá brevemente, 
substituindo o futuro do presente. 
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã. 
Presidente americano chega amanhã ao Brasil. 
 
 
linguagem 
jornalística 
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Dentre os valores semânticos do futuro do pretérito do 
indicativo, destaco: 
1. o que indica ação futura em relação a outra no passado. 
Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em casa. 
2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma condição que 
não se concretizou no passado e que, provavelmente, não se realizará. Nesse 
caso, é reforçado o caráter hipotético da declaração. 
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação. 
CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou 
no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas 
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese 
que poderá ocorrer, ou não. 
Caso estudemos mais, obteremos a classificação. 
Se estudarmos mais, obteremos a classificação. 
 
Em relação ao subjuntivo, note que os tempos podem indicar 
hipótese, condição ou vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, 
no pretérito ou no futuro. 
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do subjuntivo) 
Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito do 
subjuntivo) 
Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo) 
Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do 
subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal. 
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação. 
Resposta – Item errado 
 
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4. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no quarto parágrafo do texto, 
é possível, segundo a tradição gramatical, reescrever o trecho “E a que se 
têm prestado nossas práticas avaliativas” da seguinte maneira, sem que 
ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico: “E a que se tem prestado 
nossas práticas avaliativas”. 
Comentário – Não se esqueça de que os verbos TER e VIR, empregados na 
terceira pessoa do plural por força do sujeito (“nossas práticas avaliativas”), 
recebem acento circunflexo: eu tenho/venho; tu tens/vens; ele tem/vem; nós 
temos/vimos; vós tendes/vindes; eles têm/vêm. 
Resposta – Item errado 
 
5. (Cetro/TJ-RS/Oficial de Transportes/2012) As alternativas abaixo 
apresentam verbos destacados com conjugação no modo indicativo, 
exceto uma. Assinale-a. 
(A) O primeiro deles é a dignidade da pessoa humana, do qual derivam os 
Direitos Humanos e os valores e as atitudes fundamentais para o convívio 
social democrático como o respeito mútuo e o repúdio às discriminações 
de qualquer espécie, atitude necessária à promoção da justiça. 
(B) Todos têm a possibilidade de exercer a cidadania plenamente e, para 
isso, é necessário ter equidade, o que, por sua vez, fundamenta a 
solidariedade. 
(C) Comportamentos expressam princípios e valores que a sociedade 
constrói e referenda e que cada pessoa toma para si e leva para o 
trânsito. 
(D) Mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito 
exige uma tomada de consciência das questões em jogo no convívio 
social, portanto na convivência no trânsito. 
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(E) É a escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito mais 
humano, harmonioso, mais seguro e mais justo para que sejamos 
cidadãos mais responsáveis. 
Comentário – A exceção está última alternativa: sejamos, forma verbal 
conjugada no presente do subjuntivo. Todas as demais formas destacadas 
estão no presente do indicativo. 
Resposta – E 
 
6. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no quinto parágrafo do texto, 
na frase: “no coração mesmo da relação professor–aluno”, a palavra 
destacada tem o mesmo valor semântico que no trecho “Mesmo porque, 
numa reprovação final, algo de todos nós está sendo colocado sub judice”, 
do período final do parágrafo anterior. 
Comentário – Na primeira ocorrência, a palavra destacada denota realce ou 
ênfase; na segunda, inclusão. 
De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão 
classificadas à parte certas palavras e locuções – outrora consideradas 
advérbios – que não se enquadram em nenhuma das dez classes conhecidas. 
Tais palavras e locuções, chamadas “denotativas”, podem exprimir: 
a) afetividade – Felizmente, não me machuquei. 
b) designação – Eis o anel que perdi. 
c) exclusão – Voltaram todos, menos André. 
d) inclusão – Aqui falta tudo, até água. 
e) limitação – Só Deus é perfeito. 
f) realce – É isso mesmo! 
g) retificação – Aquele casal era japonês, aliás, descendente de japonês. 
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h) explanação: Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, 
fogo, água e ar. 
i) situação: Então, que achou do filme? 
Resposta – Item errado 
 
 Por que as crianças obedecem? Foi esta a pergunta que, no começo 
 de nosso século [o século XX], intrigou vários autores. Foram em busca 
 de respostas e várias foram encontradas: superego, sentimento de 
 agrado, heteronomia, hábito etc. Respostas diferentes entre si, mas que 
 levavam em conta o que era considerado um fato: as crianças obedecem 
 a seus pais e, em geral, também a seus professores. Hoje, parece-me 
 que a pergunta formulada espontaneamente seria a inversa: por que as 
 crianças não obedecem, nem a seus pais, muito menos a seus 
 professores? Exagero? É bem provável. Não sei se, antigamente, elas 
 obedeciam tanto assim e se são tão desobedientes hoje. Porém, parece 
 ser esta a queixa atual, traduzida notadamente pelo vocábulo “limite”: as 
 crianças, hoje, não teriam limites, os pais não os imporiam, a escola não 
 os ensinaria, a sociedade não os exigiria, a televisão os sabotaria etc. 
 (...). 
 O tema é delicado, perigoso até. Por três razões, pelo menos. 
 A primeira: pode-se facilmente cair no moralismo ingênuo e, sob a 
 aparência de descrever o real, tratar de normatizá-lo. Por exemplo, a 
 indisciplina em sala de aula seria decorrência da falta de valores de 
 nosso tempo. Porém, falta de quais valores? 
 A segunda: o reducionismo, que explica um fato por uma única 
 dimensão. Existe o reducionismo psicológico que, ao fazer abstração de 
 características sociais, culturais e históricas, reduz o fenômeno estudado 
 ao jogo de mecanismos mentais isolados do contexto em que estão. 
 Porém, há também o reducionismo sociológico, que consiste em atribuir 
 a causas gerais todo comportamento humano, desprezando variáveis 
 psicológicas (estas consideradas como mero subproduto de 
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 determinações sociais). Para fugir do reducionismo, duas soluções: ou 
 possuir um grande sistema explicativo que articule várias dimensões ou, 
 na ausência de tal sistema (que é o caso mais freqüente), situar 
 claramente a análise no nível escolhido e sem afirmar a onipotência da 
 explicação apresentada. 
 A terceira: a complexidade e, até, ambigüidade do tema. De fato, o 
 que é disciplina? O que é sua negação, indisciplina? Não é tão simples. 
 Se entendermos por disciplina comportamentos regidos por um conjunto 
 de normas, a indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1) a revolta 
 contra essas normas; 2) o desconhecimento delas. No primeiro caso, a 
 indisciplina traduz-se por uma forma de desobediência insolente; no 
 segundo, pelo caos dos comportamentos, pela desorganização das 
 relações. Aproveito para dizer que, hoje, o segundo caso parece-me 
 valer. Estamos longe de contextos como aquele escolhido pelo filme 
 Sociedade dos Poetas Mortos, em que é retratada uma revolta discente. 
 Hoje, o cinismo (negação de todo valor e, logo, de qualquer regra) 
 explica melhor os desarranjos das salas de aulas. Anteontem, o professor 
 falava a alunos dispostos a acatar; ontem, a certos alunos (pré-) 
 dispostos a discordar e propor; hoje, tem auditório de surdos. Estou de 
 novo exagerando, só não sei exatamente o quanto... 
De La Taille, Yves. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: 
Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. Julio 
Groppa Aquino (org.). São Paulo: Summus, 1996. 
7. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
(A) no trecho do primeiro parágrafo: “Não sei se, antigamente, elas 
obedeciam tanto assim”, o valor semântico da conjunção destacada é 
equivalente ao que ela tem na frase “Se entendermos por disciplina 
comportamentos regidos por um conjunto de normas”, do último 
parágrafo. 
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(B) no trecho do primeiro parágrafo: “Porém, parece ser esta a queixa atual, 
traduzida notadamente pelo vocábulo ‘limite’”, o pronome destacado 
refere-se às afirmações feitas depois dos dois-pontos, isto é, de “as 
crianças, hoje, não teriam limites” a “a televisão os sabotaria etc”. 
(C) no trecho do primeiro parágrafo: “as crianças, hoje, não teriam limites, 
os pais não os imporiam, a escola não os ensinaria, a sociedade não os 
exigiria, a televisão os sabotaria”, o tempo e o modo verbais utilizados 
nas formas destacadas expressam hipótese com a qual o autor do texto 
concorda. 
(D) no trecho do primeiro parágrafo: “os pais não os imporiam, a escola não 
os ensinaria, a sociedade não os exigiria, a televisão os sabotaria etc.”, 
segundo a gramática normativa, a repetição do pronome é proibida, por 
isso todas as ocorrências destacadas devem ser suprimidas. 
(E) o trecho do terceiro parágrafo “a indisciplina em sala de aula seria 
decorrência da falta de valores de nosso tempo” pode ser reescrito da 
seguinte maneira, sem que ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico: 
“A falta de valores de nosso tempo implica indisciplina em sala de aula”. 
Comentário – Alternativa A: está errado o que se afirma nela. Na primeira 
ocorrência, o “se” é simplesmente conjunção integrante, serve para ligar a 
oração principal “Não sei” a sua subordinada “antigamente, elas obedeciam 
tanto assim” e é desprovida de valor semântico (a exemplo de “que”, outra 
conjunção integrante). Na segunda ocorrência, a conjunção “se” exprime uma 
condição para que se realize o fato expresso na oração “a indisciplina poderá 
se traduzir de duas formas: 1) a revolta contra essas normas; 2) o 
desconhecimento delas”. 
Alternativa B: abordou corretamente a função coesiva do 
pronome este (e variações). Este e isto são empregados quando ainda vai 
ser feita a referência; promove a coesão textual conhecida como catafórica: 
Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. Esse e isso são 
empregados quando já foi feita a referência; promove a coesão textual 
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conhecida como anafórica: Não há democracia sem justiça. Esse é meu 
argumento. 
Alternativa C: os verbos em destaque estão conjugados no 
futuro do pretérito do indicativo e de fato exprimem hipótese, como já foi 
explicado anteriormente. Mas o autor do texto não concorda com essa ideia. 
Para ele, “Hoje, o cinismo (negação de todo valor e, logo, de qualquer regra) 
explica melhor os desarranjos das salas de aulas”. 
Alternativa D: completamente descabida a argumentação da 
banca examinadora; não há o menor fundamento no que ela diz. 
Alternativa E: novamente o Cetro explorou as relações 
semânticas dos tempos verbais. No trecho original, ressalta-se o valor 
hipotético da declaração, graças ao emprego do futuro do pretérito do 
indicativo em “seria”. Na reescritura, o fato foi considerado como certo, real, 
graças ao uso do presente do indicativo em “implica”. 
Resposta – B 
 
8. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração asafirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no quarto e no quinto parágrafos do texto, 
(A) o trecho “Para fugir do reducionismo, duas soluções” pode ser reescrito da 
seguinte maneira, sem que ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico: 
“Para fugir do reducionismo, havia duas soluções”. 
(B) não haverá prejuízo semântico se, no trecho “Se entendermos por 
disciplina comportamentos regidos por um conjunto de normas”, a forma 
verbal destacada for substituída por “entendemos”. 
(C) no trecho: “Anteontem, o professor falava a alunos dispostos a acatar”, a 
forma verbal destacada pode ser trocada, sem que ocorra erro gramatical 
ou prejuízo semântico, por “falou”, já que ambas expressam ações 
ocorridas no passado. 
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Comentário – Alternativa A: note como a instituição vem exigindo a 
compreensão dos valores semânticos expressos pelos verbos. O trecho indica a 
existência atual, efetiva de soluções para o problema. A utilização de “havia” 
(pretérito imperfeito do indicativo) nos daria a clara noção de que o as 
soluções eram algo disponível no passado. Aproveite para recordar os aspectos 
indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo: 
1. indica fato que ocorria habitualmente. 
Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas. 
2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua uma 
afirmação ou um pedido. 
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou. 
3. indica simultaneidade entre dois fatos passados. 
Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi publicado. 
4. denota consequência de um fato hipotético; substitui, nesses casos, o 
futuro do pretérito. 
Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar. 
Alternativa B: há prejuízo sim! No original, é reforçado o 
caráter futuro e hipotético da declaração. A troca indica que o fato de entender 
se realiza no momento do discurso, podendo ser considerado habitual e/ou 
permanente. 
Alternativa C: não é bem assim, não! De fato, as ações foram 
expressas no passado: “falava”: pretérito imperfeito do indicativo; “falou”: 
pretérito perfeito do indicativo. Mas a primeira conjugação denota continuidade 
ou duração, e mesmo a falta de conclusão do fato. A segunda forma exprime 
que o fato foi completamente concluído; perde-se, com ela, a noção de 
continuidade. 
Resposta – Itens errados 
 
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 Final de aula, numa quarta série, uma menina aproxima-se de uma 
 colega de classe e lhe pergunta: 
 – Adri, por que você nunca fala na hora da correção das fichas? 
 A resposta, em tom calmo e (auto) compreensivo, surpreende: 
 – Sabe o que é, Lu? É que eu sou lenta e quando a professora 
 manda parar de fazer para começar a corrigir, eu ainda não acabei... 
 Esta cena havia sido antecedida de outra em que a professora de 
 português comentara a não participação de Adriana nas discussões de 
 tarefas feitas pelos alunos, individualmente, na primeira parte da aula. 
 O que parece absolutamente corriqueiro, aqui, encerra muitas das 
 faces, da complexidade e dos afetos supostos na constituição da 
 alteridade, na relação com a diferença. As escolas, como qualquer outra 
 instituição concreta, são ocasião para desdobramentos sem fim dessas 
 situações que, como uma pintura, dão forma a milhões de palavras. Tudo 
 que nelas está não se apreende senão por pontos de vista ou, como 
 prefiro dizer, por recortes. 
GUIRARDO, Marlene. Diferença e alteridade: dos equívocos 
inevitáveis. In: Diferenças e preconceitos na escola: alternativas 
teóricas e práticas. Julio Groppa Aquino (org.). São Paulo: Summus, 1998. 
9. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto, é correto afirmar que 
no trecho do quinto parágrafo: “Esta cena havia sido antecedida de 
outra”, o pronome destacado pode ser trocado, sem que ocorra prejuízo 
semântico, por “Essa”. 
Comentário – No trecho, o autor retoma o que disse anteriormente. Com 
efeito, seria até melhor que a troca fosse feita, de acordo com o que já 
expliquei a respeito dos processos de coesão (catafórica e anafórica) 
envolvendo os pronomes esta, isto, esse, isso. Vai dizer que você já 
esqueceu? 
Resposta – Item certo 
 
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 No momento em que se aproximam as eleições de outubro de 
 2006, a Anistia Internacional se dirige a Vossas Excelências, candidatos à 
 Presidência e aos governos estaduais, com o objetivo de reforçar a 
 tradição de manter uma comunicação aberta e, ao mesmo tempo, 
 entabular um diálogo positivo com os futuros governos. Aproveitamos 
 ainda esta oportunidade para, juntamente com esta carta, apresentar-
 lhes um breve DVD com a mensagem da organização aos candidatos a 
 cargos executivos nestas eleições. (...) 
 A Anistia Internacional pede a Vossas Excelências, na condição de 
 candidatos e potenciais detentores de cargos, que apresentem uma 
 política de segurança pública de longo prazo, estruturada e financiada 
 adequadamente. (...) 
 A Anistia Internacional exorta ainda Vossas Excelências a 
 incentivarem um debate transparente sobre a questão da segurança 
 pública, em todos os níveis de governo e com a sociedade civil, visando a 
 adoção de medidas concretas para reduzir os níveis de violência nas 
 cidades brasileiras. 
 Por fim, a Anistia Internacional espera que todos os candidatos e 
 os futuros governos se disponham a aceitar o convite para se engajar 
 com a Anistia Internacional, bem como outras organizações de direitos 
 humanos, em um diálogo aberto que permita prosseguir com o debate 
 acerca dessas questões da maior urgência e importância. 
 Atenciosamente, 
 Irene Khan 
 Secretária-Geral 
 Anistia Internacional 
 
10. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, nos dois primeiros parágrafos do texto, 
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(A) no trecho: “Aproveitamos ainda esta oportunidade para, juntamente com 
esta carta, apresentar-lhes um breve DVD”, o pronome destacado pode 
ser trocado, sem que ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico, por 
“essa”. 
(B) no trecho: “Aproveitamos ainda esta oportunidade para, juntamente com 
esta carta, apresentar-lhes um breve DVD”, o pronome destacado tem de 
ser trocado por “vos”, porque a carta se dirige aos candidatos tratados por 
“Vossas Excelências”. 
(C) no trecho: “A Anistia Internacional pede a Vossas Excelências (...) que 
apresentem uma política de segurança pública”, é proibida a substituição 
da forma verbal destacada por “apresenteis”. 
Comentário – Alternativa A: muito cuidado agora! Aqui, o pronome 
demonstrativo foi usado para indicar a posição da “carta” emrelação à pessoa 
do discurso (o próprio autor), situando-a no espaço (os demonstrativos 
também podem situar os seres no tempo). Sim, veja o quadro abaixo. 
Pronomes Tempo Espaço 
Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala 
Esse (s), essa (s), isso 
Passado próximo Perto da pessoa com 
quem se fala 
Aquele (s), aquela (s), 
aquilo 
Passado longínquo Longe de quem fala e da 
pessoa com quem se fala 
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. (note o verbo usado no 
presente do indicativo) 
Este rapaz ao meu lado é meu amigo. (note que o pronome indica a 
primeira pessoa do discurso, aquela que faz uso da palavra) 
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. (note as 
formas verbais no pretérito) 
O que é isso aí do teu lado? (note o pronome indicando a segunda 
pessoa do discurso, aquela com quem falamos) 
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Naquela época, a vida era melhor. (o verbo no pretérito contribui para a 
indicação de um fato passado) 
O que é aquilo atrás do carro? (agora o objeto está situado distante do 
locutor e do interlocutor) 
Alternativa B: agora a banca requer conhecimento sobre o 
emprego dos pronomes de tratamento. As formas de tratamento designam 
indiretamente à segunda pessoa do discurso (aquela com quem se fala), mas 
conduzem toda as concordâncias nominal e verbal da frase para a terceira 
pessoa (do singular ou do plural, conforme o caso). O pronome “lhes” 
representa a terceira pessoa do plural; o pronome “vos” refere-se à segunda 
pessoa do plural. Atente ainda para algumas particularidades. 
a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda 
que por meio de correspondências) 
Sua Excelência fez um belo discurso. (para falar da pessoa) 
b) Vossa Excelência, que hoje está muito disposto, apresentará seus 
projetos? (note que o verbo e o pronome possessivo correspondem à 
terceira pessoa e o adjetivo tende a concordar com o gênero da pessoa 
referida – concordância ideológica) 
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) 
Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) 
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os 
outros pronomes para a terceira pessoa) 
Alternativa C: por se referir à segunda pessoa do plural do 
presente do subjuntivo, o verbo “apresenteis” não pode ser utilizado na 
substituição indicada. 
Resposta – C 
 
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11. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, nos dois últimos parágrafos do texto, 
(A) o trecho “exorta ainda Vossas Excelências a incentivarem um debate 
transparente” pode ser reescrito da seguinte maneira, sem que ocorra 
erro gramatical ou prejuízo semântico: “exorta ainda Vossas Excelências a 
que incentiveis um debate transparente”. 
(B) no trecho: “aceitar o convite para se engajar com a Anistia Internacional, 
bem como outras organizações de direitos humanos”, a expressão 
destacada pode ser trocada, sem que ocorra erro gramatical ou prejuízo 
semântico, por “posto que”. 
Comentário – Alternativa A: já encontrou o problema? Ele está na forma 
verbal “incentiveis”, segunda pessoa do plural do presente do subjuntivo, que 
não se relaciona com pronomes de tratamento. 
Alternativa B: a conjunção “para” expressa finalidade, 
propósito, objetivo; a locução conjuntiva “posto que” integra segmento com 
valor semântico concessivo, a exemplo de ainda que; embora; mesmo que; 
por mais que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto etc.: 
“descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala”. (Graciliano Ramos) 
Resposta – Itens errados 
 
12. (Cetro/Pref. de Mairinque-SP/Almoxarife/2009) Analise as afirmativas a 
seguir, em relação às classes de palavras. 
I. No trecho: “É bastante concebível que um naturalista, refletindo sobre as 
afinidades mútuas dos seres orgânicos, suas relações embrionárias, sua 
distribuição geográfica, sucessão geológica e outros fatos similares, 
chegasse à conclusão de que cada espécie não fora criada 
independentemente, mas se originara de outra espécie.”, as palavras 
destacadas são, respectivamente: advérbio de intensidade; verbo na 
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forma nominal do gerúndio; verbo no pretérito mais-que-perfeito simples; 
e advérbio (que possui o final em “mente” porque deriva de um adjetivo). 
II. No trecho: “Em seu livro – produto de quase 28 anos de pesquisa 
bibliográfica e de campo –, Darwin se dispôs a responder a uma das 
questões que havia muito despertava a curiosidade de estudiosos: qual a 
origem da vida, do homem e da natureza? Baseado em evidências 
observadas em diversas regiões do globo e apoiado nas ideias de outros 
pensadores, ele criou uma fronteira na ciência”, as palavras destacadas 
são, respectivamente: substantivo primitivo; verbo na forma nominal do 
infinitivo; pronome pessoal interrogativo; e pronome pessoal oblíquo. 
III. No trecho: “Segundo a teoria de Darwin, tanto os organismos vivos como 
os que encontrou fossilizados se originavam de um único ancestral comum 
e se transformavam ao longo do tempo. Semelhante a uma bactéria, esse 
primeiro ser vivo sofreu modificações até gerar toda a variedade de 
animais e plantas do planeta, seguindo um padrão evolutivo, que 
permanece ativo”, as palavras destacadas são, respectivamente: adjetivo; 
verbo no pretérito imperfeito do indicativo; pronome demonstrativo; e 
pronome relativo. 
 É correto o que se afirma em 
(A) I e II, apenas. 
(B) I, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) III, apenas. 
(E) II e III, apenas. 
Comentário – Item I: certo. 
O vocábulo “bastante” é advérbio de intensidade quando 
relacionado a verbo, adjetivo ou outro advérbio. Na dúvida troque-o por 
“muito”: É muito concebível que... Outros exemplos: Comi bastante (= 
muito). Moro bastante longe (= muito). Cuidado para não confundi-lo com o 
pronome indefinido adjetivo: Neste curso, há bastantes (muitos) alunos 
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matriculados. Observe que agora o vocábulo acompanha substantivo e 
varia em número. 
O vocábulo “refletindo” é uma das três formas nominais do 
verbo REFLETIR. O infinitivo (REFLETIR) é caracterizado pela terminação –R; o 
gerúndio (REFLETINDO) é marcado pela terminação –NDO; o particípio 
(REFLETIDO) é indicado pela terminação –IDO). 
A forma verbal “fora” é o verbo IR conjugado no pretérito 
mais-que-perfeito do indicativo: eu fora, tu foras, ele fora, nós fôramos, vós 
fôreis, eles foram. Lembre-se de que os tempos compostos são caracterizados 
pelo auxílio dos verbos TER e HAVER e pelo particípio do verbo principal. 
Analise as tabelas abaixo: 
FORMAS NOMINAIS TEMPOS COMPOSTOS 
infinitivo 
impessoal 
cantar ter/havercantado 
infinitivo 
pessoal 
cantar ter/haver cantado 
cantares teres/haveres cantado 
cantar ter/haver cantado 
cantarmos termos/havermos cantado 
cantardes terdes/haverdes cantado 
cantarem terem/haverem cantado 
gerúndio cantando tendo/havendo cantado 
particípio cantado 
 
MODOS TEMPOS COMPOSTOS 
Indicativo 
pretérito 
Perfeito (tenho/hei cantado) 
mais-que-perfeito (tinha/havia cantado) 
 
futuro 
do presente (terei/haverei cantado) 
do pretérito (teria/haveria cantado) 
Subjuntivo pretérito Perfeito (tenha/haja cantado) 
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mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado) 
 
futuro (tiver/houver cantado) 
ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos 
compostos da voz ativa. 
Ex.: Temos estudado muito. 
 Tinha posto a televisão na sala. 
 Havíamos chegado tarde. 
2. Note que não há tempos compostos relativos ao 
presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar, 
respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito 
composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo. 
3. O tempo composto da voz passiva é formado com o 
emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio 
do verbo principal. 
Ex.: Temos sido ensinados pelo professor. 
 O casal havia sido visto no restaurante. 
O vocábulo “independentemente” realmente derivou do 
adjetivo independente. A ele foi acrescentado o sufixo –mente. Uma das 
características dos sufixos é a capacidade de alterar a classe gramatical das 
palavras primitivas. 
Item II: errado. 
O vocábulo “livro” é mesmo substantivo primitivo. Quanto à 
origem de formação, a palavras podem ser: 
1. primitivas – não derivam de outras da Língua Portuguesa, mas podem 
dar origem a outras palavras: pedra, pobre, ferro, livro. 
2. derivadas – originam-se de outras palavras da língua: pedreiro, 
empobrecer, ferradura, livraria. 
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O verbo “responder”, você agora já sabe, está de fato no 
infinitivo. 
O pronome “qual”, utilizado em uma frase interrogativa, é 
mesmo pronome interrogativo, assim como que, quem, qual, quanto. Mas 
dizer que ele é “pessoal” constitui erro. Pronome pessoal só se divide em 
“reto” e “oblíquo”, de acordo com a função que desempenham. Veja a tabela 
abaixo. 
PESSOAS CASO RETO 
CASO OBLÍQUO 
ÁTONO TÔNICO 
1ª SINGULAR EU ME MIM, COMIGO 
2ª SINGULAR TU TE TI, CONTIGO 
3ª SINGULAR ELE SE, O, A, LHE SI, CONSIGO, ELE, ELA 
1ª PLURAL NÓS NOS NÓS, CONOSCO 
2ª PLURAL VÓS VOS VÓS, CONVOSCO 
3ª PLURAL ELES SE, OS, AS, LHES SI, CONSIGOS, ELES, ELAS 
 
Pela regra, o pronome que desempenha a função de sujeito de 
verbo é pessoal (em alguns casos a de predicativo do sujeito também); o que 
desempenha outra função é oblíquo: 
Ele virou ela. – função de sujeito e de predicativo: pronome 
pessoal do caso reto. 
Quero falar com ele. – função de complemento verbal: 
pronome pessoal do caso oblíquo. 
Sendo assim, o que se declara a respeito do pronome “ele”, no 
trecho destacado (“ele criou uma fronteira na ciência”), também está errado. 
Item III: certo. Em virtude de outros comentários, aqui eu vou 
enfatizar apenas o adjetivo e o pronome relativo. 
Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo, 
atribuindo-lhe qualidade (ou defeito), condição, estado, aparência. Exemplo: O 
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jovem brasileiro tornou-se participativo. – O brasileiro jovem 
tornou-se participativo. 
Locução adjetiva é o conjunto de palavras que exerce função 
de adjetivo. Exemplos: homem de coragem, fome de cão (preposição + 
substantivo); jornal de hoje, gente de longe (preposição + advérbio) 
CUIDADO: Eu vim de longe  apesar de também ser formada por 
“preposição + advérbio”, a expressão de longe não é locução adjetiva, pois 
não se refere a substantivo. Neste exemplo a expressão é uma locução 
adverbial, visto que se refere ao verbo “vim”. 
Em muitos casos podemos transformar a locução adjetiva em 
adjetivo, mas isso nem sempre é possível. Exemplos: homem corajoso, gente 
longínqua, lei áurea; homem de caráter, loja de brinquedos. 
Pronome relativo é aquele que, em uma oração, se refere a um 
termo constante em oração anterior, chamado antecedente. São pronomes 
relativos: que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, os 
quais, as quais. Considere os seguintes exemplos: 
Eis os velhos amigos de que lhe falhei. 
Eis o instrumento de que lhe falei. 
O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para 
substituir coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com 
duas ou mais sílabas e dispensa sem e sob 
Cuidado para não confundi-lo com uma conjunção integrante, 
usada para unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, 
objeto indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua 
principal. Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada 
uma é.”, em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal 
“explicam” e o “que” não é pronome relativo. 
Resposta – C 
 
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13. (Cetro/TJ-RS/Oficial de Transportes/2012) Assinale a alternativa em que 
todos os verbos destacados estejam conjugados no mesmo modo do 
verbo destacado no trecho abaixo. 
“Ser ‘veloz’, ‘esperto’ [...] são valores sempre presentes em parte da 
sociedade.” 
(A) Todos têm a possibilidade de exercer a cidadania plenamente e, para 
isso, é necessário ter equidade, o que, por sua vez, fundamenta a 
solidariedade. 
(B) Comportamentos expressam princípios e valores que a sociedade 
constrói e referenda e que cada pessoa toma para si e leva para o 
trânsito. 
(C) Os valores, por sua vez, expressam as contradições e os conflitos entre 
os segmentos sociais e mesmo entre os papéis que cada pessoa 
desempenha. 
(D) Mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito 
exige uma tomada de consciência das questões em jogo no convívio 
social, portanto na convivência no trânsito. 
(E) É a escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito mais 
humano, harmonioso, mais seguro e mais justo para que sejamos 
cidadãos mais responsáveis. 
Comentário – Algo intrigante acontece aqui. O que o examinador chamou de 
“modo” é, na verdade, uma forma nominal do verbo. Basta reler a tabelinha 
acima para comprovar isso. Os modos são indicativo, subjuntivo e 
imperativo. As formas nominais são infinitivo, gerúndio e particípio. Mas 
vamos “dançar conforme a música”. 
Apenas na primeira alternativa os dois verbos em negrito são 
apresentados também no infinitivo. Em B e C, temos modo indicativo. Em D, 
o primeiro verbo destacado também está no infinitivo, mas o segundo está 
conjugado no modo indicativo. Em E,temos indicativo e infinitivo 
respectivamente. 
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Resposta – A, com ressalva. 
 
14. (Cetro/Pref. de Mairinque-SP/Almoxarife/2009) Leia as alternativas abaixo 
e assinale a correta em relação ao grau do adjetivo. 
(A) O cientista é mais importante que o pesquisador. (A frase apresenta grau 
comparativo sintético de superioridade). 
(B) O pesquisador é tão competente quanto o cientista. (A frase apresenta 
grau comparativo de igualdade. É importante ressaltar que esse grau se 
faz somente na presença da palavra “quanto”). 
(C) O pesquisador se sente menos inteligente que o cientista. (A frase 
apresenta grau comparativo de inferioridade. É incorreto utilizar o termo 
“do que” nessa situação; ele é utilizado somente na fala coloquial). 
(D) O cientista apresentou um trabalho melhor que o pesquisador. (A frase 
apresenta grau comparativo analítico de superioridade). 
(E) O cientista é mais bom do que competente. (A frase apresenta forma 
analítica de um adjetivo que geralmente é usado de forma sintética 
porque está comparando duas qualidades de um mesmo ser). 
Comentário – Vamos recapitular o grau do adjetivo e, assim, chegar à 
resposta certa. 
Dois são o grau dos adjetivos: comparativo e superlativo 
(excluindo-se o grau normal ou positivo). 
a) Comparativo – indica a qualidade de um ser em 
comparação com a de outro, ou compara duas qualidades de um mesmo ser, 
dividindo-se em: 
1 – SUPERIORIDADE  antepondo-se ao adjetivo a advérbio MAIS e 
pospondo-se-lhe a conjunção QUE (ou DO QUE). 
Ex.: Meu estudo é mais importante que o seu. – João é mais esperto do que 
gordo. 
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forma analítica 
2 – INFERIORIDADE  antepondo-se ao adjetivo o advérbio MENOS e 
pospondo-se-lhe a conjunção QUE (ou DO QUE). 
Ex.: Meu estudo é menos importante que o seu. – João é menos esperto do 
que gordo. 
3 – IGUALDADE  antepondo-se ao adjetivo o advérbio TÃO e 
pospondo-se-lhe a conjunção QUANTO (ou COMO). 
Ex.: Meu estudo é tão importante quanto o seu. – João é tão esperto como 
gordo. 
b) Superlativo  eleva ou reduz a qualidade de um ser no 
mais alto grau em comparação ou não com a de outro ser, dividindo-se em: 
 
1 – RELATIVO  eleva ou reduz a qualidade no mais alto grau em comparação 
com a de outro ser, podendo ser de: 
1.1 – SUPERIORIDADE  forma-se com a anteposição do artigo O, A, OS ou 
AS à forma do comparativo de superioridade sem a presença das 
conjunções comparativas. 
Ex.: Você era a mais bonita das cabrochas desta ala. 
1.2 – INFERIORIDADE  forma-se pela anteposição do artigo definido à forma 
do comparativo de inferioridade sem a presença da conjunção 
comparativa. 
Ex.: Você era a menos bonita das cabrochas desta ala. 
 
2 – ABSOLUTO  eleva ou reduz a qualidade de um ser sem comparação com 
a de outro ser. 
Ex.: O fato era estranhíssimo. (presença do sufixo)  forma sintética. 
Ela era muito branca. (presença do advérbio) 
Ela era branca, branca. (repetição do adjetivo) 
Ela era pra lá de rica. (expressão superlativante) 
 
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CUIDADO: alguns adjetivos apresentam apenas formas sintéticas para os 
graus comparativo e superlativo. 
 
 bom mau grande pequeno 
Comparativo de Superior. melhor pior maior menor 
Superl. Relat. de Superior. o melhor o pior o maior o menor 
Superl. Absoluto ótimo péssimo máximo mínimo 
 
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar. (observe a presença da locução 
conjuntiva comparativa) 
João é o menor aluno da turma. (observe a presença do artigo) 
Este assunto é péssimo. (observe a ausência da conjunção comparativa 
e do artigo) 
ATENÇÃO: quando comparadas duas qualidades do mesmo ser, usa-se a 
forma analítica desses adjetivos. 
Ex.: João é mais pequeno do que inteligente. 
Seu comportamento é mais bom do que mau. 
Resposta – E 
 
15. (Cetro/Pref. de Mairinque-SP/Almoxarife/2009) Acerca dos tempos 
verbais, leia as afirmativas abaixo. 
I. Talvez o dirigente tivesse sido guiado pelo poder da intuição. (A forma 
verbal destacada está no pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo). 
II. É provável que os assistentes tenham sido observados durante todo o 
tempo. (A forma verbal destacada está no pretérito imperfeito do 
subjuntivo). 
III. Se o trabalho for feito com dedicação, tudo sairá a contento. (A forma 
verbal destacada está no futuro simples do subjuntivo). 
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IV. O programa pode ser discutido por muitos especialistas. (A forma verbal 
destacada é nominal e está no infinitivo presente impessoal). 
É correto o que se afirma em 
(A) I e II, apenas. 
(B) III, apenas. 
(C) II, III e IV, apenas. 
(D) I, III e IV, apenas. 
(E) II, apenas. 
Comentário – Lembra-se das tabelas que eu forneci a você na questão 11? 
Pois é, aqui você precisará dela. Volte ao comentário daquela questão e confira 
que o item I está correto e o item II está errado. A forma verbal destacada no 
item II está no pretérito perfeito composto do subjuntivo. No tempo 
composto, não existe o pretérito imperfeito. 
Para resolver os itens III e IV, ambos corretos, você precisa 
saber que, em uma locução verbal, a determinação do tempo e modo é 
feita pelo auxiliar, exatamente como foi indicado pela banca. 
Resposta – D 
 
16. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que: 
no trecho “indo pela Praia da Lapa, em um bond comum, encontrei um 
dos elétricos”, do primeiro parágrafo, a substituição da expressão 
destacada por “à” é correta gramaticalmente e não tem implicações 
semânticas. 
Comentário – Ao contrário do que alguns pensam, as preposições transmitem 
valores semânticos. No trecho “indo pela Praia...”, a preposição serviu para 
exprimir o local onde a ação verbal se desenvolvia. O emprego do vocábulo 
“à”, ainda que gramaticalmente correto (preposição a + artigo feminino 
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definido a = à), alteraria a relação semântica estabelecida no texto, pois 
indicaria o deslocamento de um ponto de origem a outro de chegada (a Praia 
da Lapa) 
Resposta – Item errado 
 
17. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
(A) no trecho: “Era o primeiro que estes meus olhos viam andar.”, do 
primeiro parágrafo, o pronome destacado pode ser substituído, sem que 
ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico, por “esses”. 
(B) no trecho: “Erao primeiro que estes meus olhos viam andar.”, do 
primeiro parágrafo, a supressão do pronome destacado comprometeria a 
coerência e a clareza do texto, além de ser incorreta gramaticalmente. 
Comentário – Alternativa A: o pronome situa o termo “olhos” no espaço, ou 
seja, perto de quem fala. O locutor se refere aos seus próprios olhos. A 
utilização de “esses” mudaria a referência para os olhos da pessoa com quem 
o locutor fala. Além disso, seria incoerente a utilização do pronome possessivo 
“meus” (que também aponta para algo próprio de quem fala) ao lado de 
“esses”. 
Alternativa B: também incorreta, pois a supressão não 
comprometeria a coerência e a clareza do texto, visto que elas são 
possibilitadas pelo uso da forma “estes”. 
Resposta – Itens errados 
 
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(...) 
18. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é coreto afirmar que 
(A) na oração: “Para não mentir, direi que o que me impressionou”, do 
segundo parágrafo, a preposição destacada pode ser substituída, sem que 
ocorra erro gramatical ou prejuízo semântico, por “afim de”. 
(B) no trecho: “passavam por cima da gente que ia no meu bond”, do 
segundo parágrafo, a preposição “em”, contraída com artigo no termo 
destacado e regida pela forma verbal “ia”, é considerada, atualmente, 
incorreta pela gramática normativa. 
Comentário – Alternativa A: “Para” exprime finalidade, a exemplo da locução 
prepositiva a fim de, escrita separadamente. A forma “afim de” não existe. 
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Cuidado para não confundir com afim (= semelhante), adjetivo: Nossos 
projetos são afins (semelhantes, guardam afinidades ente si, têm algo em 
comum). 
Alternativa B: proposição descabida! A contração não 
apresenta problema. A preposição foi utilizada para indicar que as pessoas 
estavam dentro do “bond”, que era utilizado como o meio de transporte delas. 
Resposta – Itens errados 
 
19. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
(A) no trecho: “Sentia-se nele a convicção de que inventara”, do segundo 
parágrafo, a forma verbal destacada pode ser substituída, sem que ocorra 
erro gramatical ou prejuízo semântico, por “inventar”. 
(B) é diferente o valor semântico das conjunções destacadas nos seguintes 
trechos: “Anteontem, porém, indo pela Praia da Lapa, em um bond 
comum”, do primeiro parágrafo, e “mas a própria eletricidade”, do 
segundo. 
Comentário – Alternativa A: a substituição afeta a coesão e a coerência do 
texto: “Sentia-se nele a convicção de que inventar, não só o bond, mas a 
própria eletricidade”. Percebeu a falta de uma conclusão? A forma “inventara” 
(pretérito mais-que-perfeito) situa o processo verbal antes mesmo de outra 
ação também pretérita (“Sentia”). A forma “inventar” (infinitivo impessoal) 
deixa escapar essa noção. 
Alternativa B: “porém” exprime ideia adversativa. 
Normalmente, a conjunção mas também transmite essa mesma ideia. Todavia 
isso dependerá do contexto, pois é possível que ela expresse outro sentido, 
como o que está no trecho indicado. Lá, a ideia é de adição. Leia o que 
eminentes professores nos ensinam: 
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Bechara: “A expressão enfática da conjunção aditiva e pode 
ser expressa pela série não só... mas também e equivalentes” (grifos meu). Eis 
o exemplo que o ilustre pesquisador nos fornece: 
“Não só o estudo mas também a sorte são decisivos na vida.” 
Cegalla: ao tratar das conjunções coordenativas, relaciona 
entre as aditivas as expressões enfáticas “mas também, mas ainda, senão 
também, como também, bem como”. Ele exemplifica o que ensina utilizando, 
entre outras, a frase abaixo: 
“Os livros não só instruem, mas também divertem.” 
Resposta – B 
 
20. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
têm o mesmo valor semântico as duas ocorrências da palavra “como”, 
destacadas nas orações a seguir, ambas do segundo parágrafo: “como 
lhes queiram chamar espíritos vadios.” E “se não valem tanto como as de 
plena propriedade”. 
Comentário – Os valores são diferentes. No primeiro o valor é de 
conformidade; no segundo, de comparação. Aliás, eis uma excelente 
oportunidade para verificarmos os possíveis empregos desse vocábulo de 
múltiplas “faces”. 
1. VERBO: Eu como pouco. 
2. ADVÉRBIO INTERROGATIVO DE MODO: Como vai? 
3. ADVÉRBIO DE INTENSIDADE: Como chove! 
4. PREPOSIÇÃO ACIDENTAL (por = na qualidade de, com caráter de): 
Como professor ele é muito prudente. / É tido como sábio. 
5. PALAVRA EXPLICATIVA ( = a saber, assim, isto é): Teve boas notas em 
algumas matérias, como em Matemática, Geografia e História. 
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6. PALAVRA DE REALCE (pode ser retirada da oração, sem prejuízo do 
sentido desta): Sentiu um como estalo na cabeça. / Assim é como se 
deve falar. 
7. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA TEMPORAL (= quando, logo que): O 
menino, como ouviu isto, levantou e correu! 
8. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CAUSAL (= porque): Como estivesse 
doente, faltou à aula. 
9. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA COMPARATIVA: O rapaz era preto como 
carvão. 
10. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONFORMATIVA (= conforme): 
Respondeu como devia. 
11. CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE: Vê como ele canta bem! / 
Aposto como ele virá para o jantar. / Garanto como ele se apresentará 
bem. 
12. CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADITIVA (= e): “Assim Saul como Davi 
eram homens de grandes espíritos”. (Pe. Antônio Vieira) 
Resposta – Item errado 
 
 
 (...) 
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21. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
(A) no trecho: “autorizou o Marquês de Monte Alegre, o Conselheiro Pimenta 
Bueno e o Barão de Mauá a incorporarem, do primeiro parágrafo, a 
forma verbal destacada poderia ter sido flexionada no singular, sem que 
houvesse erro gramatical ou prejuízo semântico. 
(B) no trecho: “partindo das vizinhanças da cidade de Santos, onde for mais 
conveniente, se aproxime da de São Paulo”, do primeiro parágrafo, a 
colocação do pronome destacado é incorreta, de modo que é obrigatório 
deslocá-lo para a posição enclítica. 
Comentário – Alternativa A: percebemos no trecho “o governo (...) autorizou 
o Marquês de monte Alegre, oConselheiro Pimenta Bueno e o Barão de Mauá a 
incorporarem (...) uma companhia” que o sujeito (“o Marquês de monte 
Alegre, o Conselheiro Pimenta Bueno e o Barão de Mauá”) do infinitivo 
destacado é diferente do sujeito (“o governo”) do verbo “autorizou”. Quando 
isso ocorre, o infinitivo flexiona-se. Ocorre que o infinitivo está imediatamente 
regido por preposição e serve de complemento do verbo da oração principal, o 
que desobriga a flexão. 
Alternativa B: para responder corretamente, você deve voltar 
um pouco mais no texto: “usar e custear uma estrada de ferro que, partindo 
das vizinhanças da cidade de Santos, onde for mais conveniente, se aproxime 
da de São Paulo”. O pronome relativo destacado é fator de atração. Isso 
justifica o emprego do pronome. As vírgulas entre o relativo e o pronome 
oblíquo apenas servem para marcar a intercalação de termos entre eles. 
Resposta – A 
 
22. (Cetro/MT/Agente Administrativo/2010) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que 
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é idêntico o valor semântico das expressões destacadas nos trechos 
“superadas, afinal, pelo sistema de planos inclinados” e “ia se alargando 
pelo território paulista”, ambos do terceiro parágrafo. 
Comentário – Negativo. Na primeira ocorrência, a expressão (per + o) indica 
o agente da ação verbal; na segunda, “pelo” indica os limites ou a direção do 
alargamento. 
Resposta – Item errado 
 
23. (FGV/TRE-PA/Analista Judiciário/2011) Essa é uma forma de contribuir 
para aumentar a consciência política e a qualidade do voto dentro de toda 
a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. (L.54-57) 
A respeito do período acima e sua relação com o texto, analise a 
afirmativa a seguir: 
Em toda a cadeia produtiva, a supressão do artigo a não provoca 
alteração de sentido. 
Comentário – Há, sim, alteração de sentido. Com a retirada do artigo, 
deixa-se de considerar a totalidade da cadeia produtiva e passa-se a 
considerar qualquer cadeia produtiva. Em outras palavras, a ausência do artigo 
faz surgir um sentido indefinido, de caráter geral, impreciso. 
Resposta – Item errado. 
 
Saiba mais a respeito desse assunto. 
Todos 
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento 
posterior, caso este admita o seu uso. 
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores. 
Todas as leis devem ser cumpridas. 
Todos vocês estão suspensos. 
Todo 
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Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar 
integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para 
indicar generalização. 
Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, completamente.) 
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os países 
indistintamente.) 
ATENÇÃO! Quando surge em prova, normalmente é perguntado se o emprego 
ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. Perceba que 
há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto de partida, 
a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por algum motivo 
conserva o significado inicial. 
 
24. (FGV/Codesp/Advogado/2010) ...algumas iniciativas inovadoras começam 
a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução dessa 
experiência pelo país inteiro. (L.31-33) 
No trecho acima, há quantos artigos? 
(A) Um. 
(B) Nenhum. 
(C) Quatro. 
(D) Três. 
(E) Dois. 
Comentário – Os artigos são “a” (que acompanha o substantivo “reprodução” 
em “motivar a reprodução”) e “o” (que se uniu à preposição “per” em “pelo 
país”). 
Eis alguns cuidados que você deve tomar: 
– em “começam a apresentar”, o “a” é preposição que 
articula a locução verbal (saiba que verbo repele artigo antes dele); 
– em “o que”, há pronome demonstrativo (equivalente a 
isso), o qual retoma por coesão anafórica toda a ideia anterior. 
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Resposta – E 
 
25. (FGV/SAD-AP/Delegado de Polícia/2010) Assinale a alternativa em que o 
termo sublinhado tenha função adjetiva. 
(A) Característica da nação. 
(B) Ameaça de colapso. 
(C) Deterioração de valores. 
(D) Instituição da escravidão. 
(E) Uso de violência. 
Comentário – Apenas a locução “da nação” atribui ao substantivo com o qual 
se relaciona uma qualidade, um atributo. As demais expressões sublinhadas 
complementam o sentido dos respectivos substantivos, característica típica de 
complemento nominal. Anote uma importante distinção entre locução adjetiva 
e complemento nominal (ambos surgem preposicionados e podem se 
relacionar com substantivos): 
– a locução adjetiva (que sintaticamente é adjunto adnominal) 
representa a origem ou o agente causador do que se está declarando: amor de 
Deus (Deus é a origem do amor; ele é o agente que ama); 
– o complemento nominal representa o objeto ou o paciente 
do que se declara: amor a Deus (Deus agora é o objeto/alvo do amor; ele 
recebe/sofre os efeitos desse amor). 
Resposta – A 
 
Destacarei dois fatos importantes sobre o emprego dos adjetivos. 
O primeiro é que também atingem o grau superlativo (eleva ou reduz a 
qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro 
ser) com a repetição do adjetivo: 
Ex.: O filme foi muito lindo. 
O final do filme foi lindo, lindo. 
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O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade 
atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau, 
mais grande e mais pequeno. 
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar. 
A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação. 
Mas quando comparadas qualidades diferentes do mesmo ser, 
usamos a forma analítica desses adjetivos. 
Ex.: João é mais pequeno do que inteligente. 
 Seu comportamento é mais bom do que mau. 
 
26. (FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/2011) Aliás, o melhor para a democracia 
seria separar os fundos partidários dos destinados às campanhas 
eleitorais. (L.24-26) 
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir: 
I. Há três preposições. 
II. Há quatro artigos. 
III. Há um pronome demonstrativo. 
Assinale 
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(C) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
Comentário – Item I: certo. São preposições essenciais os vocábulos: a, 
ante, até, após, com, contra, de, desde, entre, para, por, perante, em, sem, 
sob, sobre, trás. Dessas, apareceram no período acima as que estão em 
negrito. Detalhes: a preposição de surgiu contraída com o pronome 
demonstrativo os (= aqueles) em “dos” e a preposição a surgiu contraída com 
o artigoas em “às” (= a + as). 
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Item II: certo. Os quatro artigos (definidos) referidos são, “o” 
(“o melhor”), “a” (“a democracia”), “os” (“os fundos”) e “as” (“às campanhas 
eleitorais”). 
Item III: certo. Há diferença entre artigo o(s)/a(s) e 
pronome demonstrativo o(s)/a(s). Este pode ser substituído por 
aquele(s)/aquilo/aquela(s), como no segmento “separar os fundos 
partidários dos (= daqueles) destinados às campanhas eleitorais”. 
Resposta – A 
 
As preposições servem para conectar (ligar) palavras e orações, 
estabelecendo uma relação de subordinação do termo consequente ao termo 
antecedente. 
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu 
vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à 
mesma oração) 
 O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a 
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a 
oração completiva nominal “fracassar”) 
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico. 
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase. 
Ex.: Estou com você. (associação, a favor) 
Estou contra você. (posição contrária) 
Pus sob a mesa. (posição inferior) 
Pus sobre a mesa (posição superior) 
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade) 
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição) 
Veio de casa. (origem) 
 
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27. (FGV/MEC/Documentador/2009) Nas alternativas a seguir, a frase em que 
o vocábulo sublinhado pertence a uma classe gramatical diferente de 
todas as demais ocorrências é: 
(A) "Um relatório da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) revelou que, nos 
últimos doze meses...". 
(B) "Assim, um juiz que, de forma monocrática...". 
(C) "...passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele 
representa...". 
(D) "A frequência com que esse tipo de atitude...". 
(E) "...defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é princípio 
fundamental dos regimes democráticos." 
Comentário – Em “revelou que” (alternativa A), o vocábulo sublinhado é 
conjunção integrante, pois introduz o complemento (objeto direto) do verbo 
transitivo direto revelar. 
Nas demais opções, o “que” é pronome relativo, pois se refere 
a um termo antecedente (“juiz”; “poder”; “frequência”; “defesa da liberdade 
de imprensa e do livre pensamento”), substituindo-o na oração adjetiva que 
inicia. 
Resposta – A 
 
Abaixo estão as questões sem os respectivos comentários. Adiante 
está o gabarito. Tudo para você revisar o conteúdo. 
Um abraço e que Deus abençoe seus estudos! 
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 Apontamos até aqui as “faltas” éticas no interior das práticas 
 escolares; cabe-nos agora esboçar alguns preceitos que, em nosso 
 entendimento, precisam ser preservados a qualquer custo na intervenção 
 pedagógica. 
 O primeiro remete às questões que envolvem as práticas 
 avaliativas, tão presentes nas preocupações dos educadores, bem como 
 de alguns órgãos governamentais do setor. Não é raro que encontremos 
 alegações do tipo: “é preciso avaliar constantemente”, ou então: “se não 
 houver reprovação, não há ensino de verdade”, ou mais drasticamente 
 ainda: “professor bom é aquele que reprova”. Note-se que, a partir de 
 enunciados como esses, acabamos tomando a avaliação (e não a ética) 
 como reguladora da ação profissional docente. Isto é, avaliar passa a ser 
 concebido como um direito “legal ou moral” do professor, enquanto ser 
 avaliado, um dever também “legal ou moral” do aluno. 
 Se a avaliação se naturaliza como a estratégia dominante ou 
 exclusiva da relação pedagógica, corremos o risco também de naturalizar 
 o fracasso como seu efeito contingencial (e inevitável, portanto). É o alto 
 preço que se paga por transformar um encontro que se desdobra em 
 torno de regras construídas processualmente em um evento balizado por 
 normas apriorísticas, isto é, por um rígido padrão normativo (e, por 
 extensão, excludente) como é o da avaliação escolar, tal como a 
 conhecemos – ou melhor, insistimos em preservá-la. 
 Cabe-nos igualmente questionar o que temos priorizado como foco 
 de nossa atuação profissional: as nuanças e vicissitudes do processo 
 ensino-aprendizagem ou a avaliação dos resultados formais? E a que se 
 têm prestado nossas práticas avaliativas: a confirmar os prognósticos 
 fatalistas sobre a clientela, ou ao coroamento de nossos esforços 
Lista das Questões Comentadas 
 
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 cotidianos? Mesmo porque, numa reprovação final, algo de todos nós 
 está sendo colocado sub judice. 
 Portanto, um desfocamento do afã avaliativo, além de bastante 
 oportuno, poderia promover uma ênfase mais nítida no dia-a-dia da sala 
 de aula, isto é, na “qualidade” mesma da intervenção escolar – parte 
 daquilo que entendemos como “ética pedagógica”. É no espaço sagrado 
 das aulas, no instigante confronto entre agentes e clientela, no coração 
 mesmo da relação professor-aluno, que a ética pedagógica (ou a falta 
 dela) se presentifica com mais força. O resto, e a avaliação dos 
 resultados aí incluída, é mera conseqüência! 
AQUINO, Julio Groppa. Do cotidiano escolar – ensaios sobre a ética 
e seus avessos. São Paulo: Summus, 2000. p. 28-29. 
1. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no primeiro parágrafo do texto, 
no período: “cabe-nos agora esboçar alguns preceitos que (...) precisam 
ser preservados”, a anteposição do pronome destacado em relação à 
forma verbal “cabe” é proibida pela tradição gramatical, apesar de a 
próclise ser a tendência do português falado no Brasil. 
 
2. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no segundo parágrafo do texto, 
no trecho: “avaliar passa a ser concebido como um direito ‘legal ou moral’ 
do professor, enquanto ser avaliado, um dever também ‘legal ou moral’ 
do aluno”, a palavra destacada pode ser substituída, sem que ocorra erro 
gramatical ou prejuízo semântico, por “já que”, desde que a última 
ocorrência de vírgula seja trocada pela locução verbal “passa a ser 
concebido como”. 
 
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3. (Cetro/SEE-SP/Secretário Escolar/2008) Levando em consideração as 
afirmações do texto e as orientações da gramática normativa tradicional, 
é correto afirmar que, no terceiro parágrafo do texto,

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