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COONCRETO PROTENDIDO 1. O QUE É? Provavelmente você já trabalhou em um edifício de escritórios, ou transitou por pontes e viadutos, fez compras em shopping centers ou até mesmo torceu por seu time do coração em um estádio de futebol sem notar a estrutura em que estava e o quanto de tecnologia e pesquisa está por trás de uma obra realizada em concreto protendido. O betão pré-esforçado (português europeu) ou concreto protendido (português brasileiro) é um tipo de betão armado (concreto armado) mais resistente. É uma tecnologia ou tipo de estrutura que se utiliza de barras de aço para aumentar a resistência do concreto. Começou a ser desenvolvido no século XVIII, porém só obteve sucesso quando o francês Eugène Freyssinet, em 1928, desenvolveu um método de ultrapassar a fraca resistência à tração que o betão possui. O concreto protendido tem sido utilizado, no Brasil, desde 1942. A primeira obra realizada com o concreto protendido foi a estrutura da ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, construída em 1948. A segunda, por sua vez, foi a ponte de Juazeiro, construída na década de 1950. Daí em diante diversas construções passaram a utilizar essa tecnologia, reconhecida como inteligente eficaz e duradoura. No entanto, segundo Gustavo de Souza e Kléo Lenz, o desenvolvimento do concreto protendido iniciou-se, mundialmente, em 1824, com a criação do cimento Portland, na Inglaterra. 2. COMO É FEITO? O concreto (água, areia, cimento e pedras) é um composto que apresenta ótima resistência à compressão, porém é pouco confiável quanto à resistência a tração. Essa técnica visa melhorar o desempenho das estruturas e utilizar todo o potencial do concreto à compressão e minimizar ou até eliminar as fissuras geradas pela tração, é uma técnica conhecida no campo da engenharia como protensão que é basicamente aumentar a resistência do mesmo dando tensão aos cabos de aço antes da cura do concreto. A protensão acrescenta elementos de armadura “ativos” à massa de concreto isto é, cordoalhas ou barras de aço que serão tensionados adicionando um “esforço interno” na peça que forçará o concreto a trabalhar sob compressão, a armadura sofre um pré-alongamento, gerando um sistema auto-equilibrado de esforços,ou seja , tração no aço e compressão no concreto . Valendo-se de barras de aços, a estrutura de concreto aumenta a sua resistência que, por sua vez, garante maior segurança e estabilidade a edificação, agindo, inclusive, contra vibrações. Estes cabos atravessam toda a estrutura viga ou laje passando hora na parte superior, hora na parte inferior, que são definidas a partir da solicitação do momento fletor, (positivo ou negativo). O tensionamento dos cabos se dá através de macacos hidráulicos e só é iniciado após o concreto ter atingido uma resistência mínima que é dimensionada pelo calculista do projeto. O avanço da tecnologia na protensão ampliou as possibilidades de aplicações desse tratamento. Armação de blocos e sapatas, construção de silos, lajes, reforço de estruturas, dentre outras, são alguns dos exemplos mais comuns. Em geral, os fatores que determinam o uso da protensão são os que influenciam de forma negativa o desempenho em serviço das estruturas, basicamente fissuração e deformação acima do limite estabelecido. Este método construtivo tem como objetivo melhorar o desempenho das estruturas utilizando todo o potencial do concreto à compressão, deixando os esforços de tração para a armadura. O processo que é mais utilizado, atualmente, é a protensão não aderente com cordoalhas engraxadas e plastificadas, que pode ser aplicadas em lajes, vigas e placas de fundações (Radiers). As cordoalhas são de fácil manuseio, colocação e fixação sem dificuldades, sendo facilmente desviadas de obstáculos. Este processo já é utilizado desde a década de 60 nos Estados Unidos, e foi introduzida no Brasil em meados de 1996. TIPOS DE PROTENSÃO Pós-tracionado aderente (com aderência posterior) Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Nesse caso, utilizam-se como apoio partes do próprio elemento estrutural, criando, posteriormente, aderência com o concreto de modo permanente, por meio da injeção das bainhas. A protensão com aderência posterior tem uma larga utilização, sobretudo em obras como pontes, barragens, grandes reservatórios de água, contenção de taludes e coberturas de grande vão. Pela flexibilidade, é possível aplicá-la em quase todo o campo da construção civil. Casos como esse em que a força de protensão é aplicada após a cura da peça de concreto. Nesse momento, são utilizados macacos hidráulicos para submeter às armaduras ativas aos valores de tensão previamente calculados. Figura 1 cordoalha de aço Figura 2 cordoalhas com o macaco hidraulico Pós-tracionado não aderente (cordoalhas engraxadas) Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Utilizam-se como apoio partes do próprio elemento estrutural. Mas, nesse caso, não é criada aderência com o concreto, e a armadura fica ligada ao concreto apenas em pontos localizados. É indicado para obras comerciais e residenciais, nas quais a fundação é do tipo radier. As cordoalhas são de fácil manuseio. Elas possuem colocação e fixação sem dificuldades, sendo facilmente desviadas de obstáculos. Esse processo já é utilizado desde a década de 60 nos Estados Unidos. No Brasil, foi introduzido em meados de 1996. A execução bem realizada é fundamental para que se alcancem os desempenhos desejados. Nesse caso, a protensão é aplicada na peça após a sua cura, sem que haja aderência entre a armadura ativa e o concreto. Desse modo, a armadura ativa é colocada em dutos, formados por bainhas metálicas e plástico, e são injetados com graxa, a fim de evitar sua corrosão. Pré-tracionado (fios aderentes) Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito com a utilização de apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto. Assim, a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios é desfeita após o endurecimento da mistura. A ancoragem das armaduras no concreto é feita por aderência. Quando os apoios são liberados, ou simplesmente se corta a armadura distendida, ela tende a voltar ao diâmetro sem carga. O aumento do diâmetro mobiliza atrito no concreto, o que auxilia na ancoragem. A tendência de retorno ao comprimento original é impedida pela aderência da armadura ao concreto, resultando na compressão do concreto (protensão do elemento). Situação em que é realizado um pré-alongamento das armaduras antes que o lançamento do concreto ocorra. Além disso, é muito utilizado no processo de concretagem de peças pré-fabricadas. 3. ONDE PODE SER UTILIZADO E SUAS VANTAGENS: O concreto protendido pode ser empregado em diversas edificações como: pontes, barragens, grandes reservatórios de água, contenção de taludes e coberturas de grande vão, plataformas marítimas de exploração de petróleo ou gás, parques eólicos, ginásio de esportes. É comum, ainda, a utilização de tirantes de ancoragem protendidos em obras de terra, como cortinas atirantadas, estruturas de contenção, barragens, entre outras. Atualmente, a protensão está aplicada em obras dos principais estádios e ginásios do Brasil, em shopping centers, nos viadutos e pontes e até nos ousados projetos arquitetônicos de Niemeyer, comoo do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Algumas construções que utilizaram o concreto protendido: ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, construída em 1948 Foi a primeira obra a utilizar a protensão no país, inaugurada em 1949, a ponte do Galeão marca o início do uso do concreto protendido no Brasil e na América Latina. A obra que dá acesso ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro foi recordista mundial em extensão de vão livre durante muitos anos e está em operação até os dias de hoje. Na época o sistema de construção utilizado foi o ‘não aderente’ que continua sendo adotado no Brasil e no mundo. Toda a tecnologia foi importada da França. Ponte Rio–Niterói na baía de guanabara A construção começou em 1968 e foi inaugurada em 4 de março de 1974, com extensão total de 13,29 km, sendo 8,83 km sobre a água, e pesando no total, 1.250.000 toneladas. Esse peso é distribuído em nada menos do que 102 pilares duplos cravados a 60 metros de profundidade (equivalente a um prédio de 12 andares) na Baía. Considerada hoje a maior ponte em concreto protendido do hemisfério sul, é também a 11ª maior ponte do mundo. Toda a estrutura utilizada nas obras da Ponte Rio-Niterói, foi fabricada na Inglaterra em módulos que chegaram ao Brasil por transporte marítimo. A primeira tentativa de viabilizar uma obra que permitisse a travessia da Baía da Guanabara, entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, aconteceu em 1875. Na época, o imperador dom Pedro II contratou um engenheiro britânico para elaborar o projeto de um túnel submarino, mas a construção não se concretizou. Apenas 90 anos depois, em 1965, é que voltou a se falar em um novo empreendimento – desta vez, uma ponte. Consolidado o projeto, em 1968 começaram as obras da Rio-Niterói. Inaugurado em 4 de março de 1974, um dos maiores ícones da engenharia nacional está completando 40 anos. A Ponte Rio-Niterói permitiu o uso de inovações construtivas, algumas delas testadas pela primeira vez em todo o mundo. É o caso do uso em larga escala de estruturas de concreto protendido. A obra conta com 950 mil m³ deste tipo de material, dos quais 150 mil m³ estão submersos. “A Baía da Guanabara é muito agressiva, favorecendo reações álcali-agregados no concreto. Por isso, a solução foi optar pelo protendido, que é mais resistente a esse tipo de patologia. Mesmo assim, houve uma escolha rigorosa dos materiais para a fabricação do concreto”, recorda o engenheiro civil Bruno Contarini, diretor-técnico da construção. Em relação ao nível do mar a estrutura tem altura mínima de 60 metros para a passagem de navios; além de altura máxima de 72 metros, devido aos “cones” de aproximação dos aviões dos aeroportos do Galeão e Santos Dumont. Tudo isso foi levado em consideração antes de qualquer outra ação para se iniciar o projeto. A Rio-Niterói tem três vãos centrais, medindo 200, 300 e 200 metros. Nestes trechos, as estruturas assentadas sobre as imensas colunas de concreto protendido são metálicas. Isso causou um transtorno à ponte, que só foi resolvido 25 anos depois de sua inauguração. Como o pavimento asfáltico foi aplicado diretamente sobre as chapas metálicas do tabuleiro, sua durabilidade tornou-se frágil. Praticamente a cada seis meses precisava ser trocado, por causa das deflexões da estrutura e da não aderência do pavimento às chapas. A solução foi substituir o asfalto por pavimento de concreto armado com 10 centímetros de espessura, ligando-o ao metal através de stud bolt – conectores próprios para estruturas mistas. O concreto selecionado para a execução da obra, pelas suas características de composição, trabalhabilidade e manutenção ao longo do tempo, além das especificações mínimas de resistência à compressão e tração, entre outros aspectos, foi o de alto desempenho. Os serviços preliminares à concretagem compreenderam a remoção do asfalto, a limpeza da chapa de aço, a soldagem dos conectores metálicos e o posicionamento das malhas duplas de armadura. O serviço foi finalizado em 2000 e, desde então, o pavimento de concreto da RioNiterói mantém-se intacto, recebendo, unicamente, as manutenções programadas. Museu de Arte de São Paulo (MASP) A construção do museu começou em 1960 e foi concluída nove anos depois. Com ele nasceu um vão livre de 74 m que preservou a vista da paisagem local. O edifício, "de 70 m de luz e 5 m de balanço de cada lado" possui um vão de 8 m de pé-direito e está apoiado sobre quatro pilares, ligados por duas vigas de concreto protendido na cobertura. Duas grandes vigas centrais sustentam o andar que abriga a pinacoteca do museu; uma grande caixa de vidro que parece poder caminhar com suas pernas vermelhas, como se fosse um robô gigante. No interior, a idéia original dos cavaletes de vidro criados por Lina, serviam de apoio aos quadros e justificavam o espaço, livre de qualquer coluna. Obras e pessoas se misturavam na mesma paisagem. Sob o grande vão, o belveder cumpriu sua missão: como desejava a arquiteta, tem sido o palco para reuniões populares de diversos fins. É ponto de encontro e uma referência da cidade. Lina nasceu em Roma e formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade local. Em Milão, trabalhou para a revista Domus, no escritório de Gió Ponti. Sua chegada ao Brasil aconteceu em 1946, quando foi recepcionada por Lúcio Costa, Niemeyer, Rocha Miranda, Athos Bulcão e Burle Marx, entre outros. Chegou para ficar no Rio de Janeiro, mas a criação do Masp, para sorte dos paulistanos, a trouxe para São Paulo. Museu de Arte Contemporânea de Niterói. 1996 Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer e o cálculo estrutral foi feito pelo renomado engenheiro Bruno Contarini. O museu está localizado na cidade de Niterói enfrente da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Inaugurado em 1996, ele impressiona pelo formato de cálice o edifício está todo apoiado numa base cilíndrica com 9 metros de diâmetro, que, por sua vez, está apoiado em uma única sapata de 16 metros de diâmetro e 5 metros de altura. Foi retirada para a obra: 5.500 toneladas de material em escavações. Sua estrutura foi projetada para suportar uma carga de 400 kg/m² e ventos com velocidade de até 200 km/h. Para dar origem ao edifício de quatro pavimentos feito com formas arredondadas e suaves, foram necessários 32 mil m³ de concreto, quantidade suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos.para construir um prédio de 10 andares. As vigas foram construídas com concreto protendido. No segundo, está o salão central de exposições, que é também mirante, com 462m² completamente livre de pilares. Segundo informações de Contarini, “para sustentá-lo, foi necessária a execução de quadros, com grandes vigas protendidas e radiais, sob o teto do Museu. Apóiam-se tais vigas em seis pilares com 50cm de diâmetro. Os quadros de vigas e pilares formam assim uma espécie de mesa, apoiada por sua vez sobre a estrutura do primeiro pavimento. As vigas em que está pendurado o mezanino foram construídas em concreto protendido e avançam em balanços de 11m sob o forro do mezanino, integrando-se hoje à articulação plástica daquele espaço museológico. O peso dessa superestrutura, transmitido pelos pilares ou prismas da mencionada mesa ao primeiro pavimento, é sustentado por um conjunto de vigas radiais realizado em concreto protendido; do apoio rígido sobre o pilar central, essas vigas se projetam em balanços de aproximadamente 10m até a periferia circular do bojo externo do Museu”. Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira O mastro em “X” atendeuma necessidade estrutural e não arquitetônica. A Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira é uma ponte estaiada localizada na cidade de São Paulo. A ponte, que faz parte do Complexo Viário Real Parque, é formada por duas pistas estaiadas em curvas independentes de 60º que cruzam o rio Pinheiros, no bairro do Brooklin, sendo a única ponte estaiada do mundo com duas pistas em curva conectadas a um mesmo mastro. Hoje é considerada uma das principais atrações turísticas da cidade. Erguidas em concreto armado protendido, as alças foram moldadas por meio de formas deslizantes. A obra consumiu aproximadamente 58.700 metros cúbicos de concreto, o equivalente à carga de 7.340 caminhões betoneiras ou ao volume utilizado na construção das pontes do Cebolão. O termo ponte estaiada se refere ao tipo de estrutura, que utiliza estais diretamente conectados a um mastro para sustentar as pistas. Neste caso, 144 estais mantêm suspensos dois trechos de 900 metros de comprimento. Há entre doze e 25 cabos de aço em cada estai. Juntos, os estais pesam em torno de 462 mil kg. Eles são encapados por um tubo amarelo de polietileno de elevada resistência mecânica, tolerantes a ação de raios ultravioleta, com a função de proteger o aço contra corrosão. Edifício Yachthouse Residence Club Em termos de prédios altos, é principal obra que utiliza a protensão atualmente no Brasil está em Balneário Camboriú-SC e foi projetado para ser o mais alto do país. Ginásio de esportes do sesi/senai, de Natal – RN (na década de 80) Recorde de Ginásio de esportes com o maior vão livre em concreto protendido do país, com a marca de 60 metros de comprimento. O projeto estrutural foi elaborado pelos diretores da ENGECAL, os engenheiros José Pereira da Silva, Flávio César da Costa Pereira e Fábio Sérgio da Costa Pereira. Conforme o engenheiro José Pereira, o maior diferencial da estrutura feita em concreto protendido é que possibilita um enorme vão livre sem a presença de pilares, os quais atrapalhariam a visão total da quadra de esportes, em determinados lugares. “Desta forma, o ginásio apresenta linhas arquitetônicas modernas, grande arrojo estrutural com inexistência de pilares centrais, proporcionando ao público uma visualização global dos jogos ou eventos, sem interferências visuais ou pontos cegos”, reforça. Inaugurado na década de 80, a obra demorou dois anos para ficar pronta. “A maior dificuldade encontrada no projeto foi o dimensionamento das vigas protendidas, em relação à sua diretriz longitudinal representada por um ‘v’ invertido simétrico”, lembra o engenheiro. Além de ginásios de esportes, José Pereira indica a utilização da estrutura em concreto protendido para as edificações que necessitem de grandes vãos, como por exemplo, catedrais e estádios de futebol. Catedral Metropolitana de Natal (RN) 1988 A igreja foi inaugurada em 21 de novembro de 1988 e é dedicada a Nossa Senhora da Apresentação. A Catedral de Natal foi edificada sem pilares ou vigas no seu interior, no sistema construtivo denominado concreto protendido.A Catedral Metropolitana de Natal (RN) figura como a obra com o maior vão livre em concreto protendido do país, atingindo a marca de 60 metros de extensão. A área total da Catedral em planta é de 3.250m² e por sua beleza arquitetônica e concepção estrutural, a obra é vista até hoje como extremamente moderna. Marconi Grevy desenvolveu o projeto arquitetônico. O estrutural é de autoria do engenheiro civil José Pereira da Silva e coautoria dos engenheiros civis Flávio César da Costa Pereira e Fábio Sérgio da Costa Pereira. Ele explica que o concreto protendido foi utilizado para permitir vencer um vão livre de 60 metros, em cobertura com vigas curvas de altura variável: “Foi um desafio por ser a primeira obra de concreto protendido executada em Natal, com toda a equipe técnica, inclusive operários, radicada na cidade”. “A Catedral nada mais é que um conjunto de linhas que elevam o homem a Deus, tendo como principal característica os seus grandes vãos livres”, completos, definindo a igreja recordista. Demorou 5 anos para ficar pronta. Pórtico Monumental via de acesso a cidade de Natal(RN), na BR-101 em 1999 O Pórtico suspenso possui uma inclinação de 37 graus. Na seção triangular possui uma base superior de 4,54 m e uma altura de 6,39 m. Foram consumidos 102 m³ de concreto protendido. A seção é protendida com 26 cabos de 12 cordoalhas 12,7 mm de aço RB-190. Na extremidade, a seção triangular se reduz para 0,70 m de base e 1,00 m de altura. No vértice inferior, o ângulo é constante em todo o comprimento, para facilitar as formas. Os cabos de protensão são protendidos e ancorados pela parte inferior e pré-blocados na extremidade, possuindo comprimentos variáveis de acordo com a necessidade estática. O RankBrasil Estrutura com Maior Balanço em Concreto Protendido do Brasil, atingindo a marca de 60 metros de extensão, sendo 50 metros em balanço e dez metros de engaste. O monumento está localizado na principal via de acesso a cidade de Natal, na BR-101, podendo ser admirada por todos, como um reluzente cometa iluminado, tem acabamento de uma estrela espacial com barras metálicas inscrita em uma esfera de quatro metros. O Pórtico Monumental que atravessa a larga via de acesso possui um balanço de 50 metros e termina do outro lado da calçada sobre três estátuas representando os Reis Magos, foi um presente em comemoração aos 400 anos da cidade, no ano de 1999, e representa o cometa que orientou os três Reis Magos a Belém para o nascimento de Jesus Cristo. O projeto arquitetônico do Pórtico é de autoria do arquiteto Moacyr Gomes e a estrutura foi construída em um tempo recorde de 60 dias, tendo como um grande desafio constrói-lo sem obstruir o trânsito. Casa no interior do Paraná Da leve inclinação do terreno, veio a ideia de uma residência com o pavimento principal em balanço para reservar mais espaço ao lazer, no nível inferior. “Ancorei a casa no declive”, diz o arquiteto paranaense Guilherme Torres. “Assim, liberei o terreno embaixo para o jardim, a piscina e as salas de convivência.” O relevo irregular, com desnível de quase 3 m, foi vencido por um monumental bloco de concreto protendido, que contém cabos de aço de alta resistência tracionados e presos dentro da própria laje. Esse recurso permitiu o vão livre de 17,50 m, além dos 4,50 m em balanço que ultrapassam os limites do lote. Suspensa e sem pilares, a construção traz em suas formas retas, puras e simples os princípios ditados pelo franco-suíço Le Corbusier (1887- 1965), um dos mestres da arquitetura moderna. “Costumo seguir à risca os mandamentos dele”, fala Guilherme. Em contraste com a alvenaria branca, revestimentos de pedra e madeira têm o poder de aquecer o visual sem romper com o ar contemporâneo da proposta. “Como são naturais, carregam certa rusticidade e promovem aconchego”, pondera o autor. O funcionamento independente entre os andares foi outra solução acertada. Normalmente, os moradores usam só o térreo, acessado pela rampa lateral da garagem até o hall superior, de onde parte a distribuição para todos os ambientes. Ponte sobre o lago Pontchartrain, no estado da Louisiana nos Estados Unidos Considerada a maior do mundo pelo Guinness Book, o livro dos recordes. As vantagens do concreto protendido são: • Possibilidade de grandes vãos Pois a laje de concreto protendido consegue vencer vãos que o concretoarmado usual não venceria. • Maior variedade de layout no projeto arquitetônico Já que há maior distância entre os pilares. Como dissemos, o concreto protendido permite a criação de vãos com intervalos muito maiores entre os pilares. Essa característica traz mais liberdade e possibilidades para o projeto arquitetônico, dando um toque diferenciado na obra sem comprometer a resistência da estrutura. • Menor peso estrutural Pois as lajes são esbeltas, fato que diminui o carregamento da fundação da edificação. • Economia na obra por conta do concreto e aço, em função da utilização da seção transversal plena e por serem utilizados aço e concreto de maior resistência. Uma busca constante de profissionais envolvidos na construção civil é sempre feita com o objetivo de encontrar formas mais baratas e eficientes que consigam resultados iguais ou superiores às opções anteriores. Nesse caso, o aço protendido é, no mínimo, 150% mais resistente que o aço convencional. Portanto, a obra precisa de menos aço para conseguir o mesmo reforço na estrutura. Uma redução significativa se você levar em conta a representatividade do piso no orçamento total. • Agilidade na obra ou seja redução do tempo de construção devido à facilidade de execução e o reaproveitamento das formas, e também, porque na maioria das vezes não é necessário à utilização de vigas na estrutura. E como o concreto protendido é muito adequado para peças pré-fabricadas, a técnica pode ser utilizada para a fabricação na indústria e depois transportada para o canteiro de obra. Além de colaborar na economia desses processos, a ampliação do uso desse tipo de peça pode agilizar a obra e diminuir o prazo de conclusão. • Redução das tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços cortantes aplicadas nas lajes. • Redução de deformações e fissurações. • Pode ser utilizado para a recuperação e reforço de estruturas comprometidas. • Aumento da vida útil Ensaios realizados com vigas protendidas, sujeitas a cargas repetidas, mostram que essas vigas mantêm as características de comportamento após a atuação de um grande número de ciclos de carregamento. Falando em resistência, obras que utilizam a técnica podem durar mais e exigir menos gastos com manutenção ao longo do tempo. Isso porque o modelo suporta mais esforço por flexão reduzindo as tensões de tração. Isso significa menos deformações e menos fissuras no concreto. Essa é uma vantagem tão importante que a protensão pode ser usada, inclusive, na recuperação e no reforço de estruturas comprometidas. 4. DESVANTAGENS DO CONCRETO PROTENDIDO • Falta de mão de obra especializada. • Conforme a geometria da estrutura, esta técnica pode ser inviável. • É preciso concreto de alta resistência, o que nem sempre é possível conseguir devido ao seu custo mais elevado ou indisponibilidade no local da obra. • Boa qualidade do concreto durante a produção, a execução e compactação, o que necessita maiores cuidados. • Requer aço de alta resistência, o que custa até 3 vezes mais que o aço comum utilizado no concreto armado. • Requer bastante supervisão durante todas as fases da construção. • Dificuldade, em algumas situações, para execução de reformas; • Necessidade de colocação de elementos específicos: bainhas, cabos, etc.; • A colocação dos cabos de protensão deve ser feita com maior precisão de modo a garantir as posições admitidas no cálculo; • Necessidade de escoramento e tempo de cura para peças moldadas no local; • Perdas de protensão imediatas e progressivas; • Além da corrosão eletrolítica, as armaduras protendidas apresentam corrosão sob tensão; Controle de execução mais rigoroso; • As operações de protensão exigem equipamento e mão de obra especializada, com controle permanente dos esforços aplicados e dos alongamentos dos cabos; • Comparado às estruturas metálicas e de madeira, o peso final é relativamente alto. 5. CURIOSIDADES QUAL A DIFERENÇA ENTRE CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO? Como o próprio nome já sugere, o concreto armado é aquele que possui uma estrutura de aço por dentro. Enquanto o concreto protendido, além de possuir aço no interior, também possui cabos de aços tracionados e ancorados no próprio concreto, aumentando a resistência. Vale ressaltar, também, que as resistências utilizadas no concreto protendido são de duas a três vezes maiores do que as utilizadas em concreto armado. E os aços nos cabos de protensão têm resistência três a cinco vezes superiores à dos aços usuais do concreto armado. Conclui-se, então, que o concreto protendido é mais indicado para obras grandes e complexas, como pontes, shopping centers e edifícios que necessitem de grandes vãos entre pilares e pisos industriais, por exemplo. Isso, tanto pelo fato de o material ser mais resistente quanto pela diminuição das chances de surgirem rachaduras ou fissuras. Graças ao concreto protendido, obras como a do renomado Museu de Arte de São Paulo (MASP) foram possíveis. Aliás, o uso vale também em caso de empreendimentos com algum tipo de problema que demande manutenção. Já para obras de fácil execução e que não sejam expostas a ambientes agressivos (caso de prédios expostos à água do mar, por exemplo), o concreto armado passa a ser uma opção interessante. Afinal, ele oferece mais economia ao projeto. A economia ocorre porque a matéria-prima é mais barata, tem vida útil alta, acelera o processo de construção e não exige mão de obra especializada. • Em 1949, o sistema não aderente consistia na pintura de dos fios com betume para depois envolvê-los com uma ou mais camadas de fitas de papel Kraft enroladas helicoidalmente. Assim, formava-se uma bainha de isolamento, o que garantia o deslizamento dos fios em seu interior. Com a evolução dos materiais e com a desenvolvimento em pesquisas as fitas foram substituídas por plástico. • Com o passar dos anos foram adotadas as bainhas metálicas, tubos feitos de chapa fina de aço que poderiam conter diversos fios de aço de protensão em seu interior e que possibilitavam a injeção de uma mistura de cimento, areia e água, pasta protetora contra a corrosão do aço. Na sequência, com o avanço das técnicas de produção de pasta e da operação de injeção em si, os projetistas estruturais passaram a considerar essa pasta não só protetora contra a corrosão, mas também como interveniente na aderência do aço de protensão à massa de concreto que envolvia a bainha. Surgia a protensão aderente. • Hoje, no Brasil, a técnica mais popular é a utilização de cordoalhas individuais engraxadas, que passaram a contar com uma capa tubular de polietileno de alta densidade, extrudada de forma contínua sobre a cordoalha, promovendo uma perfeita estanqueidade e eliminando os problemas anteriores de possibilidade de acesso de agentes corrosivos ao aço. 6. MANUTENÇÃO Mas as perdas acontecem em todo o tipo de sistema. Neste caso, elas podem ser imediatas ou progressivas. Uma das formas de ocorrerem perdas imediatas é logo após o processo de tensão, em que pode ocorrer um atrito entre a bainha e o aço. Elas também podem acontecer após a acomodação das cunhas nas ancoragens e por conta do próprio equipamento de protensão. Já as perdas progressivas podem ocorrer por conta da relaxação dos cabos de protensão. Falamos mais sobre isso aqui, se quiser conferir. Além disso, é normal a erosão do próprio concreto, por ser um material naturalmente propenso a isso. Para diminuir os efeitos das perdas é preciso realizar manutenções. Vamos ver como elas são feitas.A Manutenção do Concreto Protendido A natureza desse tipo de estrutura garante uma redução na necessidade de manutenções. Mas mesmo assim, é sempre necessário ficar atento para garantir a segurança e a vida útil dos projetos. O primeiro passo é, é claro, a inspeção. Nessa etapa são levadas em consideração todas as informações prévias sobre a estrutura como o projeto original e todo o histórico de manutenções e vistorias, prestando atenção especial aos danos já existentes e suas causas. Essas informações então são combinadas com um estudo do que se espera do projeto, inclusive em condições extremas, visando a partir disso preparar respostas para possíveis problemas. A partir disso são elaborados os planos de ação em função da necessidade. Em casos de urgência, que devem ser evitados a qualquer custo, são tomadas ações provisórias, que garantam a segurança dos usuários enquanto não é tomada uma atitude mais definitiva. Já as ações de prevenção são as mais comuns e visam proteger os componentes das perdas progressivas citadas acima. Em casos de perdas mais graves, é preciso estabelecer um processo de reparação, que é mais lento e trabalhoso. Vamos ver alguns exemplos dos procedimentos na manutenção do concreto protendido. Como dito, o concreto é um material inerentemente propenso a deteriorações, provocadas pela erosão e o contato com o ambiente, sem consequências mais graves. Mas isso não quer dizer que vá ser ignorado. No caso de pequenas imperfeições simples, é necessário raspar a área afetada e reaplicar o concreto de modo a ficar uniforme novamente. Já no caso mais sério de fissuras ou fendas nas estruturas, o ideal é limpá-las com um jato de ar e aplicar um material selante para fechar os orifício. fechar as falhas no concreto. Lembrando que é necessário sempre estar atento às normas da ABNT sobre os materiais e os coeficientes de seguranças mínimos para cada estrutura. CONCLUSÃO O mercado da construção civil está sempre em desenvolvimento e cada vez mais competitivo. Os engenheiros e donos de empreiteiras procuram formas de obter edificações de maior qualidade com maior produtividade e melhor custo-benefício. Com esse desenvolvimento constante, fica cada vez mais difícil obter os mesmos resultados utilizando sistemas construtivos tradicionais e usuais. O concreto protendido possibilita a construção de edificações mais eficientes. As chances de retrabalhos durante a execução da estrutura são muito pequenas em relação às obras convencionais, além da obra ser mais limpa, segura e rápida. No Brasil, a cada ano que passa, novas empresas especializadas nessa tecnologia ganham espaço no mercado. É um campo muito promissor, já que as edificações ficam cada vez mais esbeltas e os consumidores cada vez mais exigentes. Historicamente, a protensão foi utilizada no Brasil pela primeira vez em 1949, na construção de uma ponte no Rio de Janeiro, desde então, a frequência com que é utilizado só foi aumentando, principalmente em lajes. O uso dessa técnica em lajes assegura um controle efetivo às flechas, deixando quase nula a ocorrência de fissuras, alcançando então, uma estrutura de excelente qualidade e grande durabilidade. REFERÊNCIAS https://pt.wikipedia.org/wiki/Bet%C3%A3o_pr%C3%A9-esfor%C3%A7ado https://www.escolaengenharia.com.br/concreto-protendido/ https://www.sh.com.br/blog/2015/o-que-e- concreto-protendido/ http://impactoprotensao.com.br/mas-afinal-o-que-e-concreto-protendido/ https://www.tecnosilbr.com.br/o-que-e-concreto-protendido-e-qual-a-diferenca-com-o-concreto-armado/ http://awacomercial.com.br/blog/o-que-e-concreto-protendido/ http://www.grupoacocearense.com.br/blog/vender-mais/aco-em-concreto-protendido-conheca-as- aplicacoese-vantagens/ https://www.mega.com.br/blog/concreto-protendido-descubra-as-diferentes- aplicacoes-na-construcao-0951/ http://www.cimentoitambe.com.br/estrutura-com-maior-balanco-em- concreto-protendido-do-brasil/ http://impactoprotensao.com.br/beleza-e-ousadia-dos-projetos-em-concreto- protendido-parte-1/ http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Materias/06Ge/Catedral_Com_Maior_Vao_Livre_Em_Concreto_Prote ndido http://piniweb17.pini.com.br/construcao/noticias/brasil10-obras-brasileiras-e-10-obras-internacionais-84456- 1.aspx http://awacomercial.com.br/blog/concreto-protendido-em-projetos-residenciais/ https://casa.abril.com.br/casas-apartamentos/gracas-aos-vaos-amplos-a-casa-parece-flutuar/ https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-foi-construida-a-ponte-rio-niteroi/ https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/a-ponte-rio-niteroi https://petcivilufjf.wordpress.com/2014/08/04/museu-de-arte-contemporanea-de-niteroi/
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