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g es tã o t r ib ut ár ia O símbolo &, uma representação gráfica da conjunção latina “it”, comumente usada em nomes de empresas com o significado de “associação” ou “parceria”, é empregado nesta obra em referência ao grupo de disciplinas que tratam de práticas de gestão. gestão tributária Obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Ulbra. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. A edição desta obra é de responsabilidade da Editora Ibpex. Gestão tributária / [organizada] pela Universidade Luterana do Brasil – Ulbra. – – Curitiba: Editora Ibpex, 2009. Bibliografia. isbn 978-85-7838-179-0 1. Direito tributário. 2. Tributação. 3. Brasil. I. Universidade Luterana do Brasil – Ulbra. 08-11994 cdu - 34 : 336 . 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Gestão tributária : Direito tributário 34:336.2 pdi Ulbra 2006-2016 Plano de Desenvolvimento Institucional Mantida pela Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (Celsp), a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) tem uma história de conquis- tas. Desde a primeira escola, fundada em 1911, até hoje, a Ulbra caracte- riza-se por ser uma instituição voltada para o futuro, buscando sempre o melhor em todas as suas áreas de atuação. Assim, disponibiliza para acadêmicos, profissionais e toda a comunidade serviços de qualidade em todas as áreas. Missão A Ulbra assume como Missão Institucional desenvolver, difundir e pre- servar o conhecimento e a cultura por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, buscando permanentemente a excelência no atendimento das necessidades de formação de profissionais qualificados e empreendedo- res nas áreas de educação, saúde e tecnologia. Visão Ser uma instituição de referência no ensino superior em cada localidade em que atua e estar entre as dez melhores do País. Valores Busca permanente da qualidade em educação, saúde e tecnologia; ▪ Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem ▪ parte do Complexo Ulbra; Foco primordial no aluno e na qualidade acadêmica; ▪ Foco no ser humano e na qualidade de vida em saúde e cultura; ▪ Vivência e difusão dos valores e da ética cristãos; ▪ Cultivo do convívio social em termos de mútuo respeito e coopera- ▪ ção, bem como da consciência crítica da sociedade; Promoção do bem-estar social por todos os meios legítimos; ▪ Fidelidade ao lema: “A Verdade Vos Libertará”; ▪ Formação integral da pessoa humana em conformidade com a filo- ▪ sofia educacional luterana, cuja existência se desenrola na presença de Deus, o Criador; Desenvolvimento do senso crítico e da autocrítica, sem perda dos ▪ valores legítimos do amor, dos sentimentos, das emoções. Informações sobre PDI – Telefone: (51) 3477-9195 – E-mail: pdi@ulbra.br Dedico o presente trabalho ao meu irmão Janos, ao meu pai Elton Jaeger e ao meu amor Edson de Carli. – Giulia Jaeger Agradecemos em especial à Universidade Luterana do Brasil pelo incentivo. apresentação Neste livro, serão abordados os principais temas do direito tributário. Veremos as principais características do Sistema Tributário Nacional e como se desenrola a sistemática de aplicação e de cobrança dos tributos pelo Estado. Para tanto, veremos desde o histórico do direito tributário até a execução fiscal e as medidas cautelares. A intenção da obra é mostrar como funciona a aplica- ção dos tributos para que se realize uma gestão tributá- ria. Dessa forma, o conteúdo deste trabalho e as atividades propostas são um bom meio de estudo e de conhecimento para que seja realizada uma boa gestão tributária. G es tã o tr ib ut ár ia x sumário ( 1 ) Histórico do direito tributário, 15 1.1 Evolução histórica do direito tributário, 18 1.2 Conceito de tributo, 19 1.3 Classificação dos tributos, 21 1.4 Classificação dos impostos, 23 1.5 Objetivos dos tributos, 23 ( 2 ) Sistema Tributário Nacional, 27 2.1 Normas e princípios, 31 2.2 Princípios gerais de direito tributário, 31 G es tã o tr ib ut ár ia xii ( 3 ) Competência tributária, 45 3.1 Competência privativa, 49 3.2 Competência residual, 52 3.3 Competência comum, 52 3.4 Competência excepcional, 53 ( 4 ) Não-incidência, imunidade, isenção, incidência e responsabilidade tributária, 55 4.1 Não-incidência, incidência, isenções e imunidades, 58 4.2 Responsabilidade tributária, 62 4.3 Substituição tributária, 65 ( 5 ) Crédito tributário, 71 5.1 Sujeitos da obrigação tributária, 74 5.2 Constituição do crédito tributário, 76 5.3 Espécies de lançamento, 77 5.4 Extinção do crédito tributário, 80 5.5 Exclusão do crédito tributário, 82 5.6 Suspensão do crédito tributário, 82 5.7 Privilégios do crédito tributário, 83 ( 6 ) Obrigação tributária, 87 6.1 Obrigação principal, 90 6.2 Obrigação acessória, 90 6.3 Decadência, 91 6.4 Prescrição, 91 ( 7 ) Tributos em espécie, 95 7.1 Imposto de Importação (II), 98 7.2 Imposto de Exportação (IE), 99 7.3 Imposto de Renda (IR), 100 7.4 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 101 7.5 Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF), 101 7.6 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), 103 Su m ár io xiii 7.7 Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), 103 7.8 Impostos extraordinários, 104 7.9 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD), 105 7.10 Impostos sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), 106 7.11 Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de serviços (ICMS), 106 7.12 Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU), 107 7.13 Imposto sobre a Transmissão inter vivos de Bens Imóveis e de direitos a eles relativos (ITBI), 108 7.14 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN), 108 ( 8 ) Processo administrativo tributário (Decreto n° 70.235/1972), 111 8.1 Espécies, 114 8.2 Fases do processo administrativo, 115 ( 9 ) Ações judiciais tributárias, 119 9.1 Classificação das ações, 122 9.2 Espécies de ações, 124 ( 10 ) Execução fiscal e procedimento cautelar, 129 10.1 Execução fiscal – Lei n° 6.830/1980, 132 10.2 Ação cautelar fiscal, 133 Referências, 137 Gabarito, 139 ( 1 ) histórico do direito tributário Geraldo Jobim é graduado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), professor titular das disciplinas de Direito Tributário I e II, Direito Processual Civil II e IV, e Teo- ria do Direito, na Universidade Lute- rana do Brasil (Ulbra) e mestrando em Direito também mesma instituição. Giulia Jaeger é graduada e mestre em Direito também pela Ulbra. É profes- sora titular das disciplinas de Direito Tributário II, Processo Civil I, II e IV, e Estágio Supervisionado Civil I na Ulbra. Geraldo Jobim Giulia Jaeger ( ) neste capítulo, será abordada a parte histórica dos tributos e os seus principais conceitos. Para que se tenha uma melhor noção de todo o conteúdo do livro, esta parte inicial é de suma importância, pois as noções básicas levam ao conhecimento maior. G es tã o tr ib ut ár ia 18 (1.1) evolução histórica do direito tributário A existência de tributos remonta à Antiguidade.A tributação é a forma de arrecadação de recursos do Estado e da con- seqüente manutenção de sua estrutura. É com a arrecadação tributária que o Estado aufere recursos para a consecução de seus fins. Os tributos apre- sentam, ao longo da história, um caráter de imposição ao indivíduo. Nos regimes absolutistas, era uma imposição da vontade do próprio detentor do poder. Portanto, não havia para o contribuinte uma forma de se abster de seu pagamento. Ele poderia, contudo, por meio de insurreição armada, pelo processo revolucionário, abster-se da exigên- cia do tributo. A primeira exigência legal de que se tem notícia, por parte dos contribuintes, de uma organização legal do sis- tema tributário remonta da Carta Inglesa de 1215 (Magna Carta), quando os lordes limitaram o poder da Coroa Inglesa, fazendo com que surgisse, nesse momento histó- rico, a primeira noção de legalidade. O desenvolvimento do sistema tributário como conhe- cemos atualmente remonta ao século XIX, na Itália; já no século XX, mais especificamente durante a década de 1920, houve o surgimento de uma doutrina jurídico-tributária. No Brasil, os primeiros ensaios de uma legislação tri- butária aconteceram na década de 1950, quando Osvaldo Aranha era ministro da Fazenda. Como em 1954 houve o suicídio de Getúlio Vargas, o projeto de lei não prosperou. Foi somente na década de 1960 que começou a surgir uma H is tó ri co d o di re it o tr ib ut ár io 19 nova doutrina, com características brasileiras, com o direito tributário, ganhando, portanto, autonomia como ramo do direito. Somente em 1965, com a Emenda Constitucional n° 18 (à Constituição de 1946) é que o Sistema Tributário Nacional ganhou forma, passando a vigorar até os dias de hoje. Somente algumas modificações pontuais foram rea- lizadas no atual sistema. O Código Tributário Nacional (CTN, Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966) é conseqüên- cia da transformação ocorrida na década de 1960, vindo a ser recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988. (1.2) conceito de tributo Consta no CTN: Art. 3º Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não consti- tua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. A definição de tributo pode ser extraída do art. 3° do CTN, como sendo toda a prestação pecuniária compulsória “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Desse conceito legal podem-se extrair aspectos relevantes: Compulsoriedadea. – não pode ser denominado tributo toda e qualquer obrigação, mas somente aquela que tenha o caráter de compulsoriedade, de obrigatorie- dade. O texto constitucional refere-se especificamente G es tã o tr ib ut ár ia 20 aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais ou parafiscais. Contudo, não se pode per- der a noção de que tributos são, também, e em sen- tido estrito, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Prestação expressa em moedab. – a obrigação tributária deve ser expressa em moeda (dinheiro) ou em outro valor nela baseado. Não se constitua em ato ilícitoc. – nenhum tributo tem como fato gerador um ato ilícito; ou seja, o tributo não tem caráter punitivo. O tributo, portanto, se diferen- cia substancialmente da multa. Instituído por leid. – todo e qualquer tributo tem como fonte um ato normativo em sentido estrito: a lei. Atividade administrativa vinculadae. – ao sujeito pas- sivo da obrigação tributária, o contribuinte, é exigido recolher aos cofres públicos uma importância determi- nada, constituída pelo crédito tributário. Sua cobrança é efetivada pela administração pública sem qualquer margem de discricionariedade. A administração tribu- tária deve obediência aos preceitos legais informado- res do processo de recolhimento dos tributos. Resumindo o que vimos até agora, conforme o art. 3o do CTN, imposto é: Prestação pecuniária – paga em moeda; ▪ Compulsório – coação/obrigação; ▪ Não é sanção ▪ – não é uma pena; existe para que o Estado se desenvolva, invista; Instituído em lei ▪ (princípio da legalidade, CF, art. 150, I) – para que sejam instituídos, os tributos devem ser objeto de lei. H is tó ri co d o di re it o tr ib ut ár io 21 Espécies de receitas O direito tributário é responsável pela arrecadação dos fundos necessários ao Estado para que seus objetivos sejam viabilizados. No entanto, a arrecadação tributária representa apenas uma parcela da atividade arrecadadora do Estado. O orçamento público é formado por dois tipos de receitas: as originárias e as derivadas. As receitas originárias são aquelas que derivam das atividades de exploração pelo Estado do patrimônio público, como as locações, a compra e a venda de bens imó- veis, a exploração de atividade econômicas, entre outras. As receitas derivadas são aquelas decorrentes da arre- cadação dos tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e outros que vere- mos no presente trabalho. (1.3) classificação dos tributos Tributo é o gênero do qual são espécies os impostos, as taxas e as contribuições. Como diz o CTN: “Art. 5o Os tri- butos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. Os impostos são tributos de caráter pessoal e não vincu- lados a uma prestação estatal específica. Exemplos: Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto de Exportação (IE). Como consta na CF: G es tã o tr ib ut ár ia 22 Art. 145 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos especí- ficos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. §1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contri- buinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respei- tados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [...] As taxas (CTN, art. 5°), são obrigatórias, compulsórias, vinculadas a uma prestação, instituídas em lei (CF, art. 150, I) e obedecem ao princípio da anterioridade (CF, art. 150, III): Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...] III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] As contribuições de melhoria são cobradas sempre que há uma valorização do bem imóvel. É obrigatória a sua cobrança quando há uma melhoria. H is tó ri co d o di re it o tr ib ut ár io 23 (1.4) classificação dos impostos O conceito de imposto é dado pelo CTN: “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situa- ção independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Portanto, o imposto é não-vinculado e incide sobre a pessoa física ou jurídica. Os impostos são classificados em pessoais e reais: Impostos pessoais – ex.:Imposto de Renda. ▪ Impostos reais (do latim ▪ res, coisa) – incide sobre o patri- mônio; ex.: Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA). (1.5) objetivos dos tributos Os objetivos dos tributos podem ser divididos em três categorias: Fiscais – o objetivo é a arrecadação de recursos para o ▪ Estado; exemplo: IPVA. Extrafiscais – o objetivo é a interferência no domínio ▪ econômico; exemplo: IPI. Parafiscais – o objetivo é a arrecadação de recursos para ▪ o custeio de atividades que, em regra, não integram as funções próprias do Estado, mas é ele que as desenvolve por meio de entidades específicas; exemplo: contribui- ções do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). G es tã o tr ib ut ár ia 24 atividades Quanto aos objetivos dos tributos, podemos dizer que são:1. fiscais e parafiscais.a. fiscais e extrafiscais.b. fiscais, parafiscais e extrafiscais.c. nenhuma das alternativas.d. Assinale a alternativa que relaciona os tributos existentes 2. no Brasil. Impostos.a. Taxas e Imposto de Renda.b. Serviços de qualquer natureza e impostos.c. Impostos, taxas e contribuições de melhoria.d. O art. 3° do CTN diz que tributo é toda prestação compul-3. sória. Isso que dizer que: é uma obrigação.a. é uma faculdade.b. é imediata.c. é por tempo indeterminado.d. Assinale a alternativa correta.4. Impostos são espécies de tributos.a. Tributos são espécies de impostos.b. Taxas não são tributos.c. Contribuições de melhoria não são tributos.d. Assinale a alternativa correta.5. O tributo não é responsável pela manutenção da a. máquina estatal. H is tó ri co d o di re it o tr ib ut ár io 25 O orçamento público é formado por dois tipos de b. receita. As receitas derivadas não decorrem da arrecadação de c. tributos. As despesas originárias dependem da exploração dos d. tributos pelo Estado. Assinale a alternativa correta.6. Os tributos são vinculados.a. Os tributos podem ser pagos em mercadorias.b. Os tributos são instituídos por lei.c. Os tributos podem ser criados por qualquer pessoa do d. povo. Assinale a alternativa correta.7. Os tributos são instituições recentes na vida humana.a. A existência de tributos remonta à Antiguidade.b. A tributação é a forma de arrecadação do Estado e, c. conseqüentemente, não ajuda na manutenção de sua estrutura. Não é com a arrecadação tributária que o Estado aufere d. recursos para a consecução de seus fins. Assinale a alternativa correta.8. Os tributos possuem um caráter de imposição ao a. indivíduo. Os tributos não possuem caráter de imposição.b. Pode haver recusa à imposição de pagamento de um tri-c. buto devido. Todos podem se eximir do pagamento de tributos, pois d. não existe obrigatoriedade. G es tã o tr ib ut ár ia 26 Assinale a alternativa correta.9. A primeira exigência legal de que se tem notícia, por a. parte dos contribuintes, de uma organização legal do sistema tributário remonta à Carta Francesa. O desenvolvimento do sistema tributário, tal como o b. conhecemos hoje, tem origem no século XIX. Não há nenhum marco tributário na história mundial.c. A primeira exigência legal da organização legal de um d. sistema tributário remonta à Carta Inglesa. Assinale a alternativa correta.10. No Brasil, os primeiros ensaios de uma legislação tribu-a. tária aconteceram na década de 1970. O CTN é conseqüência da transformação ocorrida na b. década de 1950. A CF de 1988 não recepcionou o CTN.c. O CTN foi recepcionado pela CF de 1988.d. ( 2 ) sistema tributário nacional ( ) neste capítulo, estudaremos os princípios nortea- dores da atividade arrecadatória do Estado. Assim, é neces- sário compreendermos o significado da palavra princípio e sua função dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Os princípios tributários estão elencados, em sua maioria, no texto constitucional, representando um bali- zamento para o legislador na medida em que este deve ser orientado por tais disposições. Os princípios constitucio- nais tributários representam, então, um norte para o legis- lador, indicando um caminho e, principalmente, um limite G es tã o tr ib ut ár ia 30 ao poder de legislar. Já sistema significa o conjunto de partes interdependen- tes e relacionadas entre si. Atualmente, a CF de 1988 regula o Sistema Tributário Nacional, estabelecendo as competên- cias das unidades federativas e a repartição das receitas tributárias. Até 1965, vigorava no Brasil um sistema tributário tri- partite, que consistia na coexistência de três sistemas tri- butários autônomos (federal, estadual e municipal), no qual cada ente federativo possuía sua competência insti- tuidora e exclusividade no uso do produto da arrecadação de seus tributos. A Emenda Constitucional no 18, de 1965, criou um sis- tema tributário uno e nacional, no qual os sistemas indivi- duais de cada nível de governo se encontram conjugados, atuando como partes integrantes de um todo. Daí surge a importância da lei complementar como elaboradora das normas gerais de direito tributário, defi- nindo os tributos e suas espécies, os fatos geradores, as bases de cálculo e os contribuintes. Os sistemas tributários podem ser classificados em rígidos ou flexíveis. Nosso sistema tributário é rígido quanto aos impostos, pois a CF relaciona todos os impos- tos que as pessoas políticas podem instituir e exigir dos respectivos contribuintes. No que diz respeito às receitas (ingressos) de natureza tributária, a CF optou por um sistema misto de partilha de competência e de partilha do produto da arrecadação. No primeiro mecanismo, temos a competência tributária, ou seja, o poder de criar tributos, outorgados à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. A competên- cia engloba um amplo poder político, no que diz respeito às decisões sobre a criação do tributo e sobre a amplitude Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 31 de sua incidência. No segundo mecanismo, o produto da arrecadação de determinados tributos não é totalmente apropriado pelo ente que os instituiu, mas partilhado com outros entes políticos. Desse modo, a arrecadação resul- tante é partilhada. (2.1) normas e princípios Para o presente estudo, deve-se ter em mente a diferença entre esses dois conceitos: Normas ▪ (leis, tratados) – São as regras positivadas no nosso sistema jurídico. Princípios ▪ – São mandamentos de otimização, relacio- nados às questões de ética e disciplina. Dessa forma, tem-se o seguinte conceito de sistema tri- butário: é o conjunto de normas e princípios harmônicos e independentes que regulam a incidência tributária. (2.2) princípios gerais de direito tributário Os princípios do direito tributário são de suma importân- cia para verificar a incidência e a conseqüente arrecadação dos tributos. G es tã o tr ib ut ár ia 32 Princípio da legalidade Reza o princípio da legalidade que somente poderão ser exigidos tributos quando houver previsão legal, ou seja, estes devem ser instituídos e disciplinados em lei. Como se lê na CF de 1988, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei- ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter- mos seguintes: [...] II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; [...] Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: I – exigir ouaumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...] Da mesma forma, estabelece o CTN: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I – a instituição de tributos, ou a sua extinção; II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o dis- posto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III – a definição do fato gerador da obrigação tributária prin- cipal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 33 V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de crédi- tos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. §1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. §2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do dis- posto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetá- rio da respectiva base de cálculo. Na prática, esse princípio envolve leis complementa- res (que regulam as especifidades de cada tributo) e leis ordinárias (de caráter mais geral, como é o caso da Lei n° 5.172/1966, o CTN). No entanto, existem exceções ao princípio da lega- lidade, como é o caso do Imposto de Importação (II), do Imposto de Exportação (IE), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como estabelece a CF: Art. 177. Constituem monopólio da União: [...] § 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domí- nio econômico relativa às atividades de importação ou comer- cialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I – a alíquota da contribuição poderá ser: [...] a) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, “b”; [...] G es tã o tr ib ut ár ia 34 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. [...] § 2º Medida provisória que implique instituição ou majora- ção de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. [...] Princípio da anterioridade Os tributos não podem ser exigidos no mesmo exercício financeiro no qual foram instituídos ou quando houver aumento de alíquota. Como se vê na CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...] III – cobrar tributos: [...] b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; [...] Há, no entanto, exceções ao princípio da anterioridade (II, IE, IOF, IPI, ICMS e os empréstimos compulsórios), con- forme o art. 155, parágrafo 4o, inciso IV, alínea “c”, da CF: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: [...] Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 35 § 4º Na hipótese do inciso XII, “h”, observar-se-á o seguinte: [...] IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante delibe- ração dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, “g”, observando-se o seguinte: [...] b) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes apli- cando o disposto no art. 150, III, “b”. [...] Existe ainda o caso especial das contribuições sociais (CF, art. 195, § 6o), que exigem anterioridade de 90 dias: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socie- dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e das seguintes contri- buições sociais: [...] § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só pode- rão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”. [...] Princípio da irretroatividade A regra é que os tributos sejam cobrados quando a lei que os instituiu ou aumentou esteja em vigor, ou seja, ela não se aplica a fatos anteriores. G es tã o tr ib ut ár ia 36 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...] III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...] No entanto, há exceções ao princípio da irretroativi- dade, ou seja, o CTN estabelece casos de retroatividade: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpreta- tiva, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispo- sitivos interpretados; II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigên- cia de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, vê-se que as exceções são de duas ordens: Lei interpretativa; ▪ Ato não julgado – caso a lei deixe de defini-lo como ▪ infração ou comine penalidade menos severa. Princípio da vedação de confisco É vedada a cobrança de tributo com valor abusivo em que o sujeito passivo da obrigação tributária não tenha como arcar com o pagamento, como demonstrado na CF de 1988: Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 37 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...] IV – utilizar tributo com efeito de confisco; [...] Concluindo, esse principio deve ser pautado pelas idéias de proporcionalidade e de razoabilidade. Princípio da isonomia De acordo com o princípio da isonomia, todos os contri- buintes devem ser tratados de forma igual, sem distinção. Como se lê na CF de 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei- ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter- mos seguintes: [...] Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...] II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis- tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; [...] G es tã o tr ib ut ár ia 38 Princípio da capacidade contributiva A capacidade contributiva envolve a capacidade socio eco- nômica do sujeito passivo. De acordo com a CF de 1988: Art. 145. A União, os estados, o Distrito Federal e os municí- pios poderão instituir os seguintes tributos: [...] § 1º – Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica docontri- buinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [...] Princípio da uniformidade Os tributos devem ser uniformes em todo o território nacional. Conforme a CF de 1988: Art. 151. É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o ter- ritório nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a estado, ao Distrito Federal ou a município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fis- cais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País; II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públi- cos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; [...] Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 39 Art. 152. É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos muni- cípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. [...] Art. 155. Compete aos estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: [...] § 4º Na hipótese do inciso XII, “h”, observar-se-á o seguinte: [...] IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante delibe- ração dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, “g”, observando-se o seguinte: a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; [...] Princípio da liberdade de tráfego Não pode o sujeito passivo da obrigação tributária ter vedado o seu tráfego em razão do não-pagamento de um tributo. De acordo com a CF de 1988: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...] V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal- vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conserva- das pelo Poder Público [a]; [...] a. Deve-se perceber que o pedágio é uma taxa. G es tã o tr ib ut ár ia 40 Princípio da não-cumulatividade Não pode haver a cobrança de um tributo mais de uma vez sobre determinado fato gerador, pois, se isso ocorrer, tere- mos a chamada bitributação, que é vedada pela lei. Assim, somente é permitida a diminuição ou a compensação de tributos. Exemplos: IPI – CF, art. 153, § 3 ▪ o, II; ICMS – CF, art. 155, § 2 ▪ o, I. Princípio da proporcionalidade Os tributos podem ser proporcionais, ou seja, de acordo com a renda e o patrimônio. Por exemplo: se o indivíduo auferir mais renda em um ano, terá o seu Imposto de Renda proporcional aos seus ganhos. Exemplos: Imposto Predial e Território Urbano (IPTU) – CF, art. ▪ 156, § 1o e art. 182, § 4o, II. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) – ▪ CF, art. 153, § 4o, I. IR – CF, art. 153, § 2 ▪ o, I. Princípio da seletividade Os tributos podem ser seletivos, ou seja, eles podem ter suas alíquotas diferenciadas em razão da essencialidade dos produtos; quanto mais essencial for um produto – por exemplo, mais baixa será a sua alíquota, no caso de produ- tos industrializados. Exemplos: IPI – CF, art. 153, § 3 ▪ o, I. ICMS – CF, art. 155, § 2 ▪ o, III, e art. 150, §4o. Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 41 Temos a seguir, um quadro para a melhor apreciação dos princípios contemplados neste capítulo. Quadro 1 – Princípios do direito tributário Legalidade CF, art. 150, I, CTN, art. 97 Lei complementar e Lei ordinária Exceções: CF, art. 153, § 1°, art. 177, § 4°, I, “b” (II, IE, IPI, IOF, CIDE) Irretroatividade CF, art. 150, III, “a” Retroatividade CTN, art. 106 Lei interpretativa Ato não-julgado: Não deve ser definido como infração. Cominação de penalidade menos severa. Anterioridade CF, art. 150, III, “b” Exceções: II; IE; CIDE (art. 177, § 4°); imposto extraordiná- rio em caso de guerra (art. 150, § 1° e 154, II); empréstimo compulsório (art. 148, I); ICMS (art. 155, § 4°, IV, “c”) Especial – CF, art. 195, § 3° Vedação de confisco CF, art. 150, IV Isonomia CF, art. 150, II Capacidade contributiva CF, art. 145, § 1° Uniformidade CF, arts. 151, I, II; 152; 155, § 4°, IV, “a” Liberdade de tráfego CF, art. 150, V Não-cumulatividade IPI – CF, art. 153, § 3°, III ICMS – CF, art. 155, § 2°, I Progressividade IPTU – CF, art. 156, § 1° ITR – CF, art. 153, § 4° IR – CF, art. 153, § 2°, I Seletividade IPI – CF, art. 153, § 3°, I ICMS – CF, art. 155, § 2°, III e 145, § 4° G es tã o tr ib ut ár ia 42 atividades Quanto ao princípio da 1. anterioridade, assinale a alterna- tiva correta. Um tributo somente pode ser cobrado no exercício finan-a. ceiro seguinte ao que houver sido instituído. Não prevê nenhuma exceção.b. Todo tributo pode ser cobrado imediatamente.c. Nenhuma das alternativas.d. É vedada a cobrança de tributo com valor abusivo, em que 2. o sujeito passivo da obrigação tributária não tenha como arcar com tal pagamento. Tal afirmativa se refere a qual princípio? Anterioridadea. Legalidadeb. Vedação de confisco.c. Liberdade de tráfego.d. O princípio da 3. isonomia significa que: cada contribuinte deve ser tratado de acordo com a sua a. condição financeira. todo contribuinte deve ser tratado de forma igual.b. todo contribuinte deve ser tratado de forma diferente.c. nenhuma das alternativas.d. Assinale a alternativa correta.4. Não existe necessidade de se observar o princípio da a. legalidade. Pode haver tributo sem lei anterior que o institua.b. Não há tributo sem definição legal.c. Tributos podem ser criados por qualquer cidadão.d. Si st em a Tr ib ut ár io N ac io na l 43 Assinale a alternativa correta.5. A capacidade contributiva quer dizer que o contribuinte a. tem que ser maior de 18 anos. A capacidade contributiva está relacionada à condição b. socioeconômica do contribuinte. A capacidade contributiva é igual à capacidade civil.c. A capacidade contributiva não influi na aplicação e no d. pagamento de tributos. Assinale a alternativa correta.6. Não pode haver proibição de tráfego em relação a a. tributos. Os tributos devem ser criados por qualquer cidadão.b. Pode haver cobrança de tributo mais de uma vez sobre c. o mesmo fato. Os tributos não são uniformes.d. Assinale a alternativa correta.7. Os tributos seletivos são aqueles cujas alíquotas variam a. em razão da essencialidade do produto. Os tributos não são proporcionais.b. Pode haver tributo sem definição legal.c. Nenhuma das alternativas.d. Com relação aos tributos, a União:8. é vedada de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas a. ou de bens. é autorizada a limitar o tráfego de pessoas.b. é vedada de cobrar pedágio.c. é autorizada a limitar o tráfego de bens.d. G es tã o tr ib ut ár ia 44 Assinale a alternativa correta.9. Os impostos não são pessoais.a. Os impostos são graduados segundo a capacidade b. contributiva. Os impostos não precisam estar relacionados à capaci-c. dade contributiva. Os impostos não são instituídos em lei.d. Assinale a alternativa correta.10. Os sistemas tributários podem ser classificados em rígi-a. dos ou flexíveis. O sistema tributário brasileiro é flexível.b. A natureza das receitas relaciona-se somente à partilha c. do produto da arrecadação. Nenhuma das alternativas.d.( 3 ) competência tributária ( ) ao entrarmos no capítulo referente à competên- cia tributária, devemos, inicialmente, esclarecer o signifi- cado de competência. A competência é um poder conferido pelo legislador constitucional aos legisladores infracons- titucionais para que exerçam, de forma ampla, da ativi- dade legiferante relativa aos tributos. A competência é uma qualidade atribuída aos entes federados e à União para legislar sobre matéria tributária. Assim, cabe à União, aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal o poder de legislar sobre matéria tributária no seu âmbito de atu- G es tã o tr ib ut ár ia 48 ação. A Constituição Federal de 1988 divide tais compe- tências, subdividindo os tributos em federais, estaduais e municipais. Assim, cada ente possui a capacidade de legis- lar sobre os tributos que a CF lhe assegura. Diz o Código Tributário Nacional: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atri- buição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrati- vas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurí- dica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição [o texto refere-se ao dispositivo da Constituição Federal de 1946]. O caput do art. 7° compreende dois comandos distintos. O primeiro se refere à competência tributária, enquanto a segunda parte trata das questões relativas à capacidade contributiva ativa. Relativamente à competência tributária, a doutrina tra- dicional apresenta essa competência associada a determi- nadas características: Abstração – poder que pode vir a ser exercido;a. Permanência – perenidade do poder;b. Irrenunciabilidade – não é possível renegá-lo; ec. Indelegabilidade – não pode ser transferido.d. A atribuição de encargos à pessoa delegada compre- ende as garantias e direitos de natureza processual. Como se vê no “§ 1o do art. 7o do CTN: “§ 1O A atribuição com- preende as garantias e os privilégios processuais que com- petem à pessoa jurídica de direito público que a conferir [...]”. O § 2o do mesmo artigo estabelece a possibilidade de renúncia unilateral por parte do ente delegante. É C om pe tê nc ia tr ib ut ár ia 49 resguardo de competência tributária do poder tributante. “§ 2o A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido [...]”. O parágrafo 3o trata da transferência do encargo ou função de arrecadar para pessoas de direito privado. A transferência não constitui delegação de competência. Transfere-se tão-somente a capacidade tributária ativa. “§ 3o Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos”. São espécies de competência tributária, que serão estu- dadas a seguir: Privativa; ▪ Residual; ▪ Comum; ▪ Especial; ▪ Excepcional. ▪ (3.1) competência privativa É a capacidade legiferante, indelegável, de um ente da federação. Por outro lado, as atribuições de arrecadar e fiscalizar tributos podem ser delegadas. Dessa forma, o não-exercício da competência tributária não a defere à pes- soa jurídica de direito público diversa daquela a que a CF tenha atribuído. Ou seja, a função para arrecadar o tributo pode ser delegada, mas a competência nunca. Como diz o CTN: “Art. 8o O não-exercício da competência tributária G es tã o tr ib ut ár ia 50 não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído”. Uma constituição estadual não pode estabelecer limi- tes para o aumento dos tributos federais. Isso porque a Constituição Estadual não pode retirar o que a CF já esta- beleceu, pois se trata de competência privativa. Assim, competência privativa significa que nenhuma pessoa jurídica de direito público pode interferir em outra pessoa jurídica de direito público quanto à compe- tência estabelecida pela CF, mesmo que aquela não esteja exercendo sua competência legislativa quanto à matéria tributária. Competência privativa da União São impostos de competência privativa da União (CF, art. 153): II – Imposto de Importação de produtos estrangeiros.a. IE – Imposto de Exportação, para o exterior, de produ-b. tos nacionais ou nacionalizados. IR – Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer c. natureza. IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e d. seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários. ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.e. IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas, nos termos da f. lei complementar. Competência privativa dos estados e do Distrito Federal São impostos de competência privativa dos Estados e do Distrito Federal (CF, art. 155): C om pe tê nc ia tr ib ut ár ia 51 ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação a. de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de trans- porte interestadual e intermunicipal e de comunica- ções, ainda que as operações se iniciem no exterior. IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos b. Automotores. ITCM – Imposto sobre Transmissão c. Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos. Competência privativa dos municípios São impostos de competência privativa dos municípios (CF, art. 156): IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territo-a. rial urbana. ITBI – Imposto sobre Transmissão b. inter vivos, a qual- quer título, por ato oneroso, de Bens Imóveis, por natu- reza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, assim como cessão de direitos à sua aquisição. ISS – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, c. excluídos os que constam no ICMS. Resumindo, tem-se a seguinte situação: União e DF 6 impostos estados e municípios 3 cada Assim, uma empresa pode pagar 12 impostos, depen- dendo da área de atuação: G es tã o tr ib ut ár ia 52 6 para a União + 3 para o estado + 3 para o município = 12 impostos (3.2) competência residual Os tributos de competência residual são outros impostos que a União pode vir a instituir, além dos enumerados como de sua competência privativa, mediante lei comple- mentar, desde que: não sejam cumulativos; ▪ não tenham como fato gerador ou base de cálculo os ▪ próprios dos impostos discriminados na CF. (3.3) competência comum São tributos que podem ser instituídos pela União, pelos estados e pelo Distrito Federal ou pelos municípios, cada um desses entes dentro da sua área de atuação, com as taxas e as contribuições de melhoria sendo cobradas em separado ou conjuntamente. C om pe tê nc ia tr ib ut ár ia 53 (3.4) competência excepcional Engloba tributos (ou “empréstimos compulsórios”) para os casos de guerra, de calamidade pública, de investimento público de caráter urgente e relevante para o interesse nacional (CF, art. 148). atividades Como está dividida a competência tributária no Brasil e 1. quais tributos correspondem aos estados, Distrito Federal e União? Pode a União legislar matéria de competência dos estados? 2. Justifique. ( 4 ) não-incidência, imunidade, isenção, incidência e responsabilidade tributária ( ) neste capítulo, estudaremos as situações de não- incidência, de imunidade, de isenção e de responsabili- dade tributária. Tais assuntos são de extrema importância para o estudo do regime tributário nacional. Esses institu- tos asseguram ao contribuinte a possibilidade de não reco- lher tributos (não-incidência), de estar isento da imposi- ção tributária (isenção), de praticar determinados atos que a CF exclui da possibilidadede legislar (imunidade) e de recolher tributos em razão da prática de atos determina- dos por lei como sujeitos à incidência de tributos (incidên- G es tã o de p es so as 58 cia). Além disso, existe a responsabilidade tributária, que significa a qualidade daquele que irá responder por atos próprios ou de outrem no momento de recolhimento do tributo por força da atividade desenvolvida. (4.1) não-incidência, incidência, isenções e imunidades Resumidamente, esses institutos são entendidos como se segue: Não-incidência – não há a cobrança de tributos quando ▪ não houver nenhuma hipótese de incidência prevista na norma (lei). Incidência – compete à CF definir a incidência tributá- ▪ ria e delimitar a competência. Isenções – estão previstas nas normas gerais; por exem- ▪ plo: indivíduos isentos de pagar imposto de renda. Imunidades – estão previstas na CF. ▪ Imunidades As imunidades tributárias são estabelecidas no artigo 150 da Constituição de 1988: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 59 II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis- tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; IV – utilizar tributo com efeito de confisco; V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal- vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conserva- das pelo Poder Público; VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu- sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhado- res, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. § 1º A vedação do inciso III, “b”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a veda- ção do inciso III, “c”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. G es tã o de p es so as 60 § 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vincula- dos a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacio- nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relati- vos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser conce- dido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, “g”. § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu- tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. No mesmo artigo 150 (inciso VI “a”), encontra-se a cha- mada imunidade recíproca: “instituir impostos sobre: N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 61 patrimônio, renda ou serviços, uns dos outrosa. ; [...]”. Contudo, verifica-se, ainda no artigo 150, em seu pará- grafo 3o, que essa imunidade não se aplica à União, aos esta- dos, aos municípios, suas autarquias e fundações, quando no exercício de atividades econômicas: [...] § 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacio- nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. [...] Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segu- rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercializa- ção de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: [...] II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva- das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comer- ciais, trabalhistas e tributários; [...] Ou seja, não há imunidade quando há a exploração da atividade econômica com contraprestação, pagamento de serviço ou tarifa; da mesma forma, não se exonera o pro- mitente comprador do imposto devido. G es tã o de p es so as 62 O art. 150, VI, “b” e “c”, da CF estabelece imunida- des sobre templos de qualquer culto, entidades sindicais de trabalhadores, partidos políticos, instituições de edu- cação e assistência social sem fins lucrativos. No entanto, essa imunidade somente atinge a renda, o patrimônio e os serviços relacionados às finalidades essenciais dessas entidades: Art. 150. [...] § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. O esquema a seguir representa os institutos analisa- dos neste tópico: Imunidade Constituição Federal Incidência Isenção Lei Ordinária Não-incidência (4.2) responsabilidade tributária A responsabilidade tributária ocorre quando uma pes- soa, envolvida na relação tributária ou vinculada ao con- tribuinte por uma relação de direito pessoal, é chamada para responder pelo recolhimento do tributo. A respon- sabilidade decorre sempre de lei, devendo estar disposta N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 63 obrigatoriamente no Código Tributário Nacional ou em lei complementar.A responsabilidade pode ser: dos sucessores (CTN, art. 131):b. o adquirente do imóvel responde pelo tributo; ▪ quem adquire um bem diretamente ou por ▪ remiçãoa; os sucessores, o cônjuge meeiro e o espólio, até ao ▪ valor do montante, legado ou meação, pelos tributos ou multas devidas pelo de cujus. O espóliob deve até o dia da morte; os sucessores e o meeiro até o dia da partilha ou adjudicação. das pessoas jurídicas de direito privado (CTN, art. 132):c. A pessoa jurídica de direito privado que resultar da ▪ fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra, responderá pelos tributos devidos pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas, até a data do ato. Mesmo se a empresa for extinta, se a exploração da ▪ atividade continuar pelo sócio remanescente ou seu espólio, os tributos da empresa extinta são devidos. Quando alguém adquire uma empresa, este tam- ▪ bém é responsável pelos tributos atrasados até o dia da aquisição. O montante devido deve ser pago (CTN, art. 133):d. integralmente – quando o alienante cessa a ativi- ▪ dade cedida; subsidiariamente – quando o alienante prosseguir ▪ com a exploração, mesmo que tenha cessado suas a. Remição se refere ao pagamento. b. O espólio pode figurar como autor ou réu em um processo. G es tã o de p es so as 64 atividades por até 6 meses. de terceiros – respondem pelos tributos (CTN, art. e. 134): os pais, pelos filhos menores; ▪ os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos ▪ tutelados ou curatelados; os administradores de bens de terceiros, pelos tribu- ▪ tos devidos por estes; o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; ▪ o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela ▪ massa falida ou pelo concordatário; os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ▪ ofício; os sócios, no caso de liquidação da sociedade de ▪ pessoas. Será considerada infração tributária aquela cometida por culpa, ou seja, só a prática do ato já é suficiente para a responsabilização do terceiro. É irrelevante se houver ou não a intenção (CTN, art. 136). A obrigação tributária retorna a pessoa do agente, dei- xando de ser de terceiros (CTN, art. 137): quando a falta constituir, simultaneamente, crime ou ▪ contravenção penal, além de infração tributária; quando fica configurado um dolo específico elementar; ▪ em casos em que os mandantes, representantes, pro- ▪ ponentes ou empregadores se tornam as próprias vítimas. Assim, se o empregado de uma empresa deixa de reco- lher o ICMS, quem é o responsável? Nesse caso, é o empre- gador, se o empregado não agiu com dolo ou intenção de N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 65 prejudicar seu patrão. Se antes de qualquer procedimento administrativo para apuração da infração, o tributo é pago e a responsabi- lidade é excluída (CTN, art. 138). Portanto, deve-se diferenciar os conceitos de contri- buinte e de responsável tributário. Contribuinte é o sujeito obrigado ao pagamento de tributos, enquanto responsável é um terceiro, que se reveste na função de contribuinte. Segundo o CTN, Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II – responsável, quando, sem revestir a condição de contri- buinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. (4.3) substituição tributária A substituição tributária é um sistema criado para auxiliar a fiscalização relativamente ao recolhimento dos tributos. Portanto, substituição tributária é a possibilidade de se res- ponsabilizar um terceiro, vinculado ao fato gerador, à obri- gação de recolher o tributo em nome do contribuinte, como no caso do ICMS, por exemplo. O terceiro, geralmente uma indústria, é obrigado pelo recolhimento do tributo por toda a cadeia tributária. É o caso, por exemplo, da indústria de cimento, em que o tributo já sai da fábrica pago por toda a G es tã o de p es so as 66 cadeia subseqüente. É mais razoável atribuir responsabi- lidade à indústria do que a todas as lojas que irão reven- der o cimento; assim, o tributo é cobrado antecipadamente. Como se vê no CTN: Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tri- butário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respec- tiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. São características da substituição tributária: Fixada em lei; ▪ Relação com o fato imponível; ▪ Relação com o devedor originário. ▪ A substituição se subdivide em progressiva e regres- siva. Na progressiva, a lei pressupõe o retorno dos impos- tos ou contribuições pagos por presunção (CF, art. 150, § 7o). Exemplo: as refinarias são substituídas pelos postos de combustível, que pagam os tributos: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu- tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. Na regressiva, não está previsto o retorno dos impostos N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 67 ou contribuições, como no caso do ICMS, por exemplo. No direito tributário há também a figura dos sucesso- res (CTN, arts. 129 e 130); são características destes: Não têm relação com o fato imponível; ▪ Têm relação de direito privado com o contribuinte; ▪ Listamos, a seguir, os artigos que tratam do tema sucessão: Imobiliária – CTN, art. 130; exemplo: IPTU, ITR; ▪ Comercial – CTN, art. 132; ▪ Causa mortis ▪ – CTN, art. 131, I, II; Falimentar: art. 184. ▪ Art. 129. O disposto nesta seção aplica-se por igual aos crédi- tos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obri- gações tributárias surgidas até a referida data. Nesse caso, pode existir solidariedade (de um ou de todos) e subsidiariedade (quando se exporta). Quanto aos terceiros, a sistemática é a seguinte: Responsabilidade subsidiária (CTN, art. 134) – atos e ▪ omissões. Multa moratória (parágrafo único) – caráter pessoal. ▪ Responsabilidade pessoal (CTN, art. 135) – mandatá- ▪ rios, prepostos, empregados, diretores e gerentes. Com relação à responsabilidade por infrações, devem ser observadas as seguintes regras: Responsabilidade objetiva (CTN, art. 136) – aqui, inte- ▪ ressa o resultado; é independente de dolo ou culpa, mesmo se houver prejuízo. Exemplo: saída de merca- dorias sem a emissão de nota fiscal (NF), mas efetuado G es tã o de p es so as 68 o recolhimento do ICMS. Responsabilidade exclusiva (CTN, art. 137 ▪ ) – quando há proveito para o agente. Quando há concurso de von- tades, a responsabilidade é solidária. Denúncia espontânea (CTN, art. 138 ▪ ): Exclusão da responsabilidade ▪ (mas não do cumpri- mento da obrigação principal) e de multa. Deve ser apresentada antes de medida administrativa ou fis- calização; a denúncia é o “termo de início da ação fiscal”. O pedido de parcelamento e a confissão de dívida ▪ não configuram denúncia espontânea.Não cabem sanções políticas, que são as limitações das ▪ atividades ou de direitos do contribuinte para se obri- gar ao pagamento dos tributos (súmulas 70, 323 e 547 do Supremo Tribunal Federal). atividades Segundo o CTN, 1. contribuinte e responsável são, respecti- vamente: o titular da competência para efetuar o pagamento do a. tributo, inclusive as penalidades pecuniárias, e o contri- buinte que tem a responsabilidade de reter tributos. o sujeito passivo que tem relação pessoal e direta com b. o respectivo fato gerador e o sujeito passivo que, sem se revestir da condição de contribuinte, possui obrigação decorrente de disposição expressa de lei. são exatamente a mesma coisa, pois ambos têm por c. objeto o recolhimento dos tributos. o sujeito passivo cuja obrigação decorre da legislação e o d. N ão -i nc id ên ci a, im un id ad e. .. 69 sujeito passivo cuja obrigação independe de disposição expressa de lei. O Laticínio Caraminhocas Ltda. foi incorporado por 2. Laticínio Carambolas S.A. em 16 de abril de 2002. Posteriormente, o Fisco Federal levantou um crédito tribu- tário da responsabilidade do Laticínio Caraminhocas Ltda., anterior à data da incorporação. Esse crédito tributário: não pode mais ser cobrado.a. deve ser cobrado somente dos antigos sócios do Laticínio b. Caraminhocas Ltda. deve ser cobrado somente em conjunto com os demais c. débitos tributários, inclusive estaduais e municipais, do Laticínio incorporado. deve ser cobrado de Laticínio Carambolas S.A.d. Uma pessoa natural adquire de outra um estabelecimento 3. comercial e continua a explorá-lo, cessando para o vende- dor toda atividade empresarial. Quanto aos tributos relati- vos ao estabelecimento, devidos até a data da aquisição, a pessoa natural adquirente: responde somente pela metade dos tributos.a. responde somente pelas contribuições sociais.b. responde integralmente por todos os tributos.c. responde somente pelos tributos devidos no último d. ano. ( 5 ) crédito tributário ( ) neste capítulo, estudaremos o crédito tributário. O crédito representa um direito que uma pessoa (sujeito ativo, credor) possui de receber de outra (sujeito passivo, devedor) aquilo que este se comprometeu a realizar. Assim, no caso do direito tributário o crédito representa uma quantia ou uma ação a que o contribuinte se obrigou, em razão da lei, a prestar ao Estado. Nesse sentido, quando o contribuinte pratica um fato legalmente previsto e surge, em favor do Estado, um direito à prestação, que poderá ser pecuniária (no caso do recolhimento do tributo) ou G es tã o tr ib ut ár ia 74 de natureza acessória, como a declaração do imposto de renda (que não impõe ao contribuinte o recolhimento de uma quantia específica, caso este não tenha recolhido o tri- buto no momento certo). Assim, o crédito é um direito que o Estado possui de receber algo que a lei lhe garante. Estudaremos também as formas de lançamento, que são procedimentos administrativos praticados pelo Estado para constituir o crédito, variando conforme o ato praticado pelo contribuinte. Existem três espécies de lançamento: de ofício, por declaração ou misto e por homologação, sendo cada um destes a representação de uma realidade diferente, sempre quando o contribuinte realiza determinado ato. (5.1) sujeitos da obrigação tributária A obrigação tributária possui um sujeito ativo e um sujeito passivo. De acordo com o CTN: Sujeito ativo ▪ Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. [...] Sujeito passivo ▪ Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; C ré di to tr ib ut ár io 75 II – responsável, quando, sem revestir a condição de contri- buinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Dessa forma, vê-se que sujeito ativo do crédito tribu- tário é a pessoa jurídica de direito público titular da com- petência para exigir o seu cumprimento. Questão importante: a OAB pode ser credora de uma contribuição profissional? Sim, no momento em que a pes- soa jurídica titular delega, por lei, a capacidade de arreca- dar o tributo na condição de credora. Assim, o sujeito ativo da relação jurídica tributária são aquelas pessoas, públicas ou privadas que, por força de lei, podem tomar as medidas necessárias para o recebimento de um crédito tributário. Já o sujeito passivo do crédito tributário é aquele quem é incumbido de pagar, se a obrigação for principal (paga- mento de um tributo ou penalidade pecuniária). Se a obri- gação for acessória, o sujeito passivo será aquele a quem couber a realização dos deveres acessórios. Aqui, devemos diferenciar os termos contribuinte e responsável: Contribuinte – sujeito passivo que tem uma relação ▪ pessoal e direta com a situação que constitui fato gera- dor do tributo. Responsável – sujeito passivo que, sem se revestir da ▪ condição de contribuinte, vê-se obrigado a pagar o débito por força de disposição expressa de lei. Exemplo: contribuinte do Imposto de Renda é o cida- dão de quem é descontado o imposto; responsável é a ins- tituição pagadora que retém o imposto na fonte. Deve-se entender também a solidariedade, que ocorre em relação: G es tã o tr ib ut ár ia 76 às pessoas que tenham interesse comum na situação ▪ que constitui fato gerador da obrigação principal; às pessoas expressamente designadas por lei. ▪ Seus efeitos são: o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita ▪ aos demais; a isenção ou a remissão exonera todos os obrigados, ▪ salvo se outorgada pessoalmente a um dos obriga- dos, subsistindo, nesse caso, a solidariedade pelo saldo quanto aos demais; a interpretação da prescrição em favor ou contra um ▪ dos obrigados favorece ou prejudica aos demais. Exemplo: A, B e C devem solidariamente R$ 3.000,00 de IPI. B recebeu, por lei, isenção pessoal. Quanto A e C devem de imposto? Resposta: R$ 2.000,00. (5.2) constituição do crédito tributário A constituição do crédito tributário ocorre com o chamado lançamento. Como vemos no CTN: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administra- tiva constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verifi- car a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tri- buto devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. C ré di to tr ib ut ár io 77 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. O lançamento é um ato administrativo, declarató- rio e de efeitos ex tunca. Nele devem constar os seguintes elementos: Fato gerador; ▪ Matéria tributável; ▪ Cálculo do montante; ▪ Identificação do sujeito passivo. ▪ (5.3) espécies de lançamento A seguir, estudaremos as espécies de lançamento que exis- tem no nosso ordenamento jurídico, identificando os tribu- tos a que elas correspondem. Declaração O lançamento por declaração é realizado pela administra- ção, que investiga os casos sujeitos à tributação, apurando as relações de fato e de direito essenciais à obrigação tri- butária, com o auxílio do contribuinte ou de terceiro que entrega os dados necessários para que o lançamento possa ser efetivado. Exemplos dessa espécie de lançamentosão o ICMS e o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza a. ex tunc: com efeito retroativo. G es tã o tr ib ut ár ia 78 (ISSQN). O lançamento por declaração encontra-se pre- visto no art. 147 do CTN: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade adminis- trativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administra- tiva a que competir a revisão daquele. De ofício O lançamento de ofício é realizado exclusivamente pela autoridade administrativa, que apura o quanto é devido e realiza a notificação ao contribuinte; exemplos dessa espé- cie de lançamento são o IPTU e o IPVA. O lançamento de ofício encontra-se previsto no artigo 149 do CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I – quando a lei assim o determine; II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha pres- tado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de aten- der, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administra- C ré di to tr ib ut ár io 79 tiva, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser ini- ciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Homologação O lançamento por homologação ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de ante- cipar ao pagamento e pressupõe, assim, um prévio exame da autoridade administrativa. Opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade exercida pelo obrigado, expressamente a homologa; exem- plo dessa espécie de lançamento é o IR. O lançamento por homologação encontra-se previsto no art. 150 do CTN: G es tã o tr ib ut ár ia 80 Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autori- dade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, con- sidera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (5.4) extinção do crédito tributário O crédito tributário pode se extinguir das seguintes formas: Pagamento (CTN, art. 156, I) – ato que libera o devedor; ▪ equivale ao cumprimento da prestação e conseqüente extinção da obrigação. C ré di to tr ib ut ár io 81 Compensação (CTN, art. 156, II) – no direito tributário, ▪ não se opera automaticamente, dependendo de autori- zação legal; para tanto, deve haver reciprocidade entre credores e devedores. Transação (CTN, arts. 156, ▪ III, e 171) – as partes, mediante concessões mútuas, podem resolver o litígio. Remissão (CTN, art. 156, IV) – é o perdão ao pagamento ▪ de determinado tributo. Conversão de depósito em renda (CTN, art. 156, ▪ VI) – é a conversão do depósito administrativo ou judicial enquanto se discute o ato fiscal; o depósito é conver- tido para a conta-corrente do erário. Pagamento antecipado e homologação do lançamento ▪ (CTN, art. 156, VII) – está ligado ao lançamento por homologação; o pagamento é antecipado, pois ocorre antes do exame da autoridade administrativa para apurar o valor devido. Consignação em pagamento (CTN, art. 156, VIII) – só ▪ pode ser feita por meio de processo judicial e depende da procedência da demanda. Decisão administrativa irreformável (CTN, art. 156, ▪ IX) – quando existir, por exemplo, impugnações ou recursos administrativos e destes houver decisão favorável, esta vincula o Fisco. Decisão judicial transitada em julgado (CTN, art. 156, ▪ X) – a decisão judicial favorável ao sujeito passivo tam- bém extingue o crédito tributário, mas depende do seu trânsito em julgado, ou seja, quando não couberem mais recursos para discutir a sentença. Dação em pagamento de bens imóveis (CTN, art. 156, ▪ XI) – não é auto-aplicável, dependendo de lei ordinária do ente público, na qual se estipulam as condições e os casos possíveis. G es tã o tr ib ut ár ia 82 (5.5) exclusão do crédito tributário A exclusão do crédito tributário se dá pela isenção e pela anistia. Concedida por lei, a isenção (CTN, art. 176) dis- pensa o pagamento de um tributo devido, incide sobre a obrigação principal, mas não sobre a acessória. Nesse caso, a obrigação continua existindo, porém, o pagamento é afastado mediante lei. Já a anistia (CTN, art. 180) é o per- dão da penalidade pecuniária, ou seja, só exclui a multa. Assim, continua a existir o dever de pagar o tributo devido e a correção monetária, se prevista em lei. (5.6) suspensão do crédito tributário Nesse caso, a exigibilidade que a autoridade possui de cobrar o crédito fica suspensa. Contudo, não se dispensa o cumprimento da obrigação acessória. São casos de suspen- são do crédito tributário: Moratória (CTN, arts. 151, I, e 152) – é a dilação do prazo ▪ para efetuar o pagamento. Ocorre apenas mediante lei. Depósito do montante integral (CTN, art. 151, II) – ▪ quando o contribuinte considera a cobrança ilegal ou inconstitucional, este pode efetuar o depósito integral do montante (somente em dinheiro) que lhe está sendo exigido, tanto na esfera judicial como administrativa. Reclamações e recurso administrativos (CTN, art. 151, ▪ III) – as reclamações e os recursos administrativos C ré di to tr ib
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