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GASOMETRIA ARTERIAL1

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GASOMETRIA ARTERIAL
É um exame que mede as concentrações de oxigênio (O2), a ventilação (CO2) e o estado ácido-básico (pH) em uma amostra de sangue. Ou seja, é um exame que fornece os valores que permitem analisar os gases sanguíneos e o equilíbrio ácido básico.
A solicitação do exame se dá quando o quadro clínico do paciente sugere uma anormalidade na oxigenação, na ventilação e no estado ácido básico ou avaliar alterações na terapia que podem afetar a oxigenação. 
- COLETA DO MATERIAL: 
Na gasometria arterial a amostra adequada é de sangue arterial, podendo ser obtido das artérias radial, braquial ou femoral, sempre devem ser evitados locais que contém inflamação, irritação, fístula e edema. Se houver dificuldade na obtenção de sangue arterial pode-se utilizar sangue capilar arterializado, este serve como substituto do sangue arterial para as determinações de pH e PCO2, mas não serve para a PO2.
Para a realização da coleta são necessários os seguintes materiais: seringas de plástico ou de vidro de 5,0 e 10,0ml; solução de heparina 1:1000; xilocaína a 2,0%; grupo de agulhas (calibres 20, 21, 25); álcool, algodão e gaze esterilizada; fazer a vedação da seringa e frasco (caixa) com gelo. 
Após a reserva dos materiais necessários é importante a preparação da seringa para a coleta da amostra incluindo: se for seringa de vidro, o corpo da seringa e o êmbolo devem ser equilibrados para que o ajustamento seja melhor possível; cerca de 1,0 ml de heparina (1.000 ou 5.000 é colocado dentro da seringa e o êmbolo é lubrificado e experimenta –se o êmbolo para ter a certeza de sua mobilidade, após o que se expele a heparina, deixando o espaço residual preenchido com heparina residual. 
	TÉCNICAS DE COLETA
	ARTÉRIA BRAQUIAL
	Coleta: Agulhas de calibre 18 e 20 deve perfurar a pele num ângulo de aproximadamente 45-60 graus e deve aproximar-se da artéria lentamente.
	
ARTÉRIA RADIAL
	Teste de Allen ou Prova de Allen 
Verificar a permeabilidade do arco palmar e seu enchimento pela artéria ulnar. Deve ser realizado caso ocorra espasmo de uma das artérias; a outra produzirá perfusão sanguínea adequada. 
Comprimir com ambas as mãos as duas artérias radial e ulnar do paciente. Com forte compressão com dedos indicador e médio, solicitando ao paciente para abrir e fechar as mãos de 5 a 8 vezes. Interromper a compressão de uma artéria e verificar a coloração da palma da mão, que deverá ser vermelha e não pálida e repetir o procedimento com outra artéria. 
- Teste positivo = vermelhidão, flush, até 15 segundos indica a presença da circulação colateral.
- Teste negativo = se em 15 segundos não houver o flush isso indica a inabilidade da artéria ulnar para suprir adequadamente de sangue a mão. 
Coleta: Colocar o paciente confortavelmente na cama ou cadeira;
colocar o braço amparado (mesa ou cama); estender o antebraço do paciente e dorsifletir o pulso cerca de 30º; palpar a artéria radial à cerca de 2,5 a 5,0 cm proximais a prega do pulso, para assegurar a sua perfeita localização; fazer assepsia do local com álcool a 70,0%; a artéria é palpada com uma das mãos, enquanto a outra empunha a seringa; a agulha 25x25 deve fazer um ângulo de 30 a 90º graus com a pele, para perfurar a artéria em posição obliqua, que facilita a hemostasia natural das fibras musculares da parede arterial; ao ser alcançada a luz da artéria, observa o fluxo sanguíneo no interior da seringa que em geral impulsiona o embolo; colher um volume mínimo de 2,0 ml e após retirar a agulha e comprimir o local da punção com algodão por cinco minutos ou mais para evitar a formação de hematomas; após a colheita entregar a seringa a um assistente. A assistente irá retirar a agulha da seringa; colocar uma tampa estanque sobre o bico da seringa e agitar levemente a amostra de modo que o sangue e a heparina se misturem. Transportar mais rápido possível ao laboratório ou armazenar em refrigerador. 
	ARTÉRIA FEMORAL
	Na punção procura-se alcançar a mesma, fazendo-se a agulha penetrar na sua direção (ângulo de 90º); orientada pela sua palpação do pulso da artéria.
- DOSAGENS: 
Atualmente no mercado existem analisadores de gases que resultam em faixas ao invés de valores simples e absolutos. 
Os parâmetros mais comumente avaliados na gasometria arterial são: pH, pO2 (pressão parcial de oxigênio), pCO2 (pressão parcial de gás carbônico). Ou seja, na interpretação do resultado terá verificação do pH, verificação da PaCO2, verificação das bases (bicarbonato) e verificação da diferença das bases (excesso ou déficit). 
	VALORES DE REFERÊNCIA GASOMETRIA ARTERIAL
	pH
	7,35 a 7,45
	pO2
	80 a 100 mmHg
	pCO2
	35 a 45 mmHg
	Base excesso ou déficit
	-2 a +2
	HCO3 (bicarbonato)
	22 a 28 mEq/I
	satO2
	>95%
- ACIDOSE E ALCALOSE METABÓLICA: 
Acidose metabólica é a redução primária no bicarbonato (HCO3−), tipicamente com diminuição compensatória da pressão parcial de dióxido de carbono (Pco2); o pH pode estar acentuadamente baixo ou ligeiramente subnormal. A acidose metabólica caracteriza-se como intervalo de ânions elevado ou normal, com base na presença ou ausência de ânions não mensurados no soro. As causas incluem acúmulo de cetonas e ácido láctico, insuficiência renal e ingestão de fármacos ou toxinas (intervalo de ânions elevado) ou perdas renais ou gastrointestinais de HCO3− (intervalo de ânions normal). Os sinais e sintomas em casos graves incluem náuseas e vômitos, letargia e hiperpneia. O diagnóstico é clínico e medido com gasometria arterial e eletrólitos séricos. A causa é tratada; pode-se indicar bicarbonato de sódio IV quando o pH está muito baixo.
Alcalose metabólica é o aumento primário de bicarbonato (HCO3−), com ou sem aumento compensatório da pressão parcial do dióxido de carbono (Pco2); o pH pode estar elevado ou quase normal. Causas comuns incluem vômitos prolongados, hipovolemia, utilização de diurético e hipopotassemia. Deve haver alteração renal da excreção de HCO3− para manter a alcalose. Os sinais e sintomas em casos graves incluem cefaleia, letargia e tetania. O diagnóstico é clínico e complementado pela gasometria arterial e dosagem de eletrólitos séricos. A condição subjacente é tratada; acetazolamida VO ou IV ou ácido hidroclórico é, às vezes, indicado.
	Acidose metabólica
Diminuição de HCO3-; ou acúmulo de ácido.
	Alcalose metabólica
Aumento do HCO3- ou perda de ácido.
	- Cetoacidose alcoólica;
	- Diuréticos;
	- Cetoacidose diabética;
	- Vômitos prolongados;
	- Insuficiência renal;
	- Desidratação grave;
	- Acidose láctica;
	- Administração de bicarbonato, ingestão de álcalis.
	- Envenenamentos – dose excessiva de salicilatos (aspirina), metanol, etilenoglicol;
	- Perda gastrointestinal de bicarbonato, como em diarreias prolongadas.
ACIDOSE E ALCALOSE RESPIRATÓRIA: 
A acidose respiratória caracteriza-se por elevação primária da pressão parcial do dióxido de carbono (Pc2), com ou sem aumento compensatório no HCO3−; o pH em geral é baixo, mas pode estar próximo do normal. A causa é a diminuição da frequência respiratória e/ou no volume (hipoventilação), tipicamente em razão de condições iatrogênicas, pulmonares ou do SNC. A acidose respiratória pode ser aguda ou crônica; a forma crônica é assintomática, mas a forma aguda, ou mais grave, causa cefaleia, confusão e tonturas. Os sinais incluem tremor, abalos mioclônicos e asterixe. O diagnóstico é clínico, com gasometria e eletrólitos séricos. A causa é tratada; em geral, são necessários oxigênio (O2) e ventilação mecânica. Ou seja, Acidose respiratória é o acúmulo de dióxido de carbono (CO2) (hipercapnia) decorrente de diminuição de frequência e/ou volume respiratório (hipoventilação). 
Os sinais e sintomas dependem da velocidade e do grau de aumento da Pco2. O CO2 se difunde rapidamente através da barreira hematocerebral. Os sinais e sintomas resultam do aumento das concentrações de CO2 e de baixo pH no SNC e de qualquer hipoxemia concomitante. Acidose respiratóriaaguda (ou crônica agudizada) causa cefaleia, confusão, ansiedade, tontura e estupor (narcose por CO2). Acidose respiratória de desenvolvimento lento e estável (como na DPOC) pode ser bem tolerada, mas os pacientes apresentam perda de memória, distúrbios do sono, sonolência excessiva durante o dia e alterações de personalidade. Os sinais incluem distúrbios da marcha, tremores, diminuição dos reflexos tendinosos profundos, abalos mioclônicos, asterixe e papiledema.
Alcalose respiratória é a diminuição primária da pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2) com ou sem redução compensatória do bicarbonato (HCO3−); o pH pode estar alto ou quase normal. A causa é o aumento da frequência respiratória e/ou do volume (hiperventilação). A alcalose respiratória pode ser aguda ou crônica. A forma crônica é assintomática, mas a aguda causa tonturas, confusão, parestesias, cãibras e síncope. Os sinais incluem hiperpneia ou taquipneia e espasmo carpopodal. O diagnóstico é clínico, com gasometria e eletrólitos séricos. O tratamento é direcionado para a causa.
Os sinais e sintomas dependem da velocidade e do grau de queda da Pco2. A alcalose respiratória aguda causa tontura, confusão, parestesias periféricas e periorais, cãibras e síncope. Acredita-se que o mecanismo seja mudança do fluxo sanguíneo cerebral e pH. Taquipneia ou hiperpneia são, em geral, os únicos sinais; espasmo carpopodal pode ocorrer em casos graves devido a níveis mais altos de cálcio ionizado no sangue (direcionado para dentro das células como uma troca por íon de oxigênio [H+]). A alcalose respiratória crônica costuma ser assintomática e não apresenta sinais diferenciais.
	Acidose respiratória
Eliminação de CO2 reduzida
	Alcalose respiratória
Aumento da eliminação de CO2
	- Diminuição da frequência respiratória por medicamentos ou distúrbios do sistema nervoso central;
	- Medicamentos (aspirina);
	- Respiração prejudicada por dificuldade dos movimentos respiratórios causada, por exemplo, por traumatismo ou pela presença de ar entre os pulmões e a parede torácica (pneumotórax);
	- Hiperventilação resultante de ansiedade, dor, choque;
	- Doença nervosa ou muscular afetando os músculos respiratórios (miastenia grave, botulismo, esclerose amiotrófica lateral, síndrome de Guillain-Barré);
	- Pneumonia, congestão ou embolia pulmonar;
	- Obstrução das vias aéreas (alimentos ou corpos estranhos);
	- Exercício, febre;
	- Doença pulmonar.
	- Tumor, traumatismo ou infecção (meningite, encefalite) do sistema nervoso central;
	
	- Insuficiência hepática.
Referencias: 
Slide 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/regula%C3%A7%C3%A3o-e-dist%C3%BArbios-%C3%A1cido-base/alcalose-metab%C3%B3lica?query=alcalose%20metab%C3%B3lica
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/regula%C3%A7%C3%A3o-e-dist%C3%BArbios-%C3%A1cido-base/acidose-metab%C3%B3lica?query=acidose%20metab%C3%B3lica
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/regula%C3%A7%C3%A3o-e-dist%C3%BArbios-%C3%A1cido-base/alcalose-respirat%C3%B3ria
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/regula%C3%A7%C3%A3o-e-dist%C3%BArbios-%C3%A1cido-base/acidose-respirat%C3%B3ria
https://labtestsonline.org.br/conditions/acidose-e-alcalose

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