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TCC OFICIAL 24 06 19-2

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CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
VIVIANE CRISTINA ANGST
A REINTEGRACAO E O REINGRESSO DO TRABALHADOR ACIDENTADO
Caxias do Sul
2019
VIVIANE CRISTINA ANGST
REINTEGRACAO E O REINGRESSO DO TRABALHADOR ACIDENTADO
Monografia final apresentada à Banca Examinadora do Curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário da Serra Gaúcha, como requisito parcial para aprovação no componente curricular Monografia Jurídica e obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Professor Orientador: Ms. Alexandre Fistarol
Caxias do Sul
2019
VIVIANE CRISTINA ANGST
A REINTEGRACAO E O REINGRESSO DO TRABALHADOR ACIDENTADO
Monografia final apresentada à Banca Examinadora do Curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário da Serra Gaúcha, como requisito parcial para aprovação no componente curricular Monografia Jurídica e obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Trabalho aprovado pela Banca Examinadora em (dia) de (mês) de (ano).
______________________________________________
Nome e Titulação
______________________________________________
Nome e Titulação
______________________________________________
Nome e Titulação
Agradeço, primeiramente, a Deus, que me sustentou e deu forças nesta caminhada e tornar meus sonhos possíveis. Ao professor Alexandre Fistarol, que me orientou com atenção, incentivo e liberdade. À minha família, que faz parte da minha vida e sempre me deu suporte.
“Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente e não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar a sua hora. 
Às vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer
É dia de sol, mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender
Se colhe o bem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar.
Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar!.”
Grupo Revelação
RESUMO
As sequelas causadas pelos Acidentes de Trabalho não repercutem somente na vítima, mas também refletem na sociedade e na atividade produtiva. Os elevados números dessas ocorrências no Brasil ocasionaram mudanças positivas nas leis que regem os Acidentes de Trabalho. Com isso verifica-se a necessidade da responsabilidade civil do empregador pelos danos causados em virtude dos infortúnios laborativas. Dessa forma é de suma importância que seja construído um sistema jurídico protetivo. O presente trabalho objetiva caracterizar os Acidentes de Trabalho, fazendo uma relação do ambiente de trabalho como forma de assegurar o direito à garantia de saúde, segurança e a dignidade da pessoa humana.
Palavras-chave Acidente do Trabalho. Empregador. Responsabilidade Civil.
ABSTRACT
The sequelae caused by Work Accidents does not only affect the victim, but also reflects on society and productive activity. The high numbers of these occurrences in Brazil have caused positive changes in the laws that govern Work Accidents. This shows the need for civil liability of the employer for damages caused by work-related misfortunes. In this way it is of the utmost importance that a protective legal system be built. This paper aims to characterize Work Accidents, making a relation of the work environment as a way to assure the right to the guarantee of health, safety and the dignity of the human person.
Keywords Accident at Work. Employer. Civil Responsibility. 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACT - Acidente De Trabalho
ART – Artigo
CAT – Comunicação De Acidente De Trabalho
CC – Código Civil
CCB – Código Civil Brasileiro
CF – Constituição Federal
CID – Classificação Nacional Das Doenças 
CLT – Consolidação Das Leis Trabalhistas
DO – Doença Ocupacional 
FAP – Fator Acidentário Previdenciário
INSS – Instituto Nacional Do Seguro Social
MPAS – Ministério Da Previdência E Assistência Social
NTEP – Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
PPRA – Programa De Prevenção De Riscos Ambientais 
SAT – Seguro Acidente De Trabalho
TRT – Tribunal Regional Do Trabalho
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Em nossos dias atuais, ainda é bastante debatido o tema Acidentes de Trabalho e a responsabilidade civil do empregador, pois a incidência dos acidentes nas atividades laborais é muito preocupante no Brasil. Conforme dados do Correios Brasiliense, no Brasil, em torno de 700 mil pessoas sofrem acidentes de trabalho a cada ano, sendo essa realidade muitas vezes ocultada. 
Dados levantados pela Previdência Social e pelo Ministério do Trabalho revelam a seriedade do problema, que atinge trabalhadores de várias profissões. O Brasil é a quarta nação do mundo que mais registra acidentes durante atividades laborais, atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia. Desde 2012, a economia já sofreu um impacto de R$ 22 bilhões, por conta de pessoas afastadas de suas funções após sofrerem ferimentos durante o trabalho. Se fossem incluídos os casos de acidentes em ocupações informais, esse número poderia chegar a R$ 40 bilhões.
A metodologia da pesquisa será de natureza bibliográfica, que terá seu estudo relacionado à uma analise do reingresso/reintegração do trabalhador acidentado, bem como o plano social, emocional, uma vez que os empregadores, em alguns casos, almejam objetivos visando apenas para o seu melhor. 
Desta forma, teremos como base a concepção de diversos especialistas no assunto. O método utilizado neste trabalho será realizado em pesquisas bibliográficas, análises de casos reais, estatísticas atuais, documentários. O estudo foi elaborado de acordo ao tema escolhido.
A temática adotada em face da relevância ainda é tema de conflito aparente. Foram anexadas pesquisas jurisprudenciais com decisões recentes no que tange à problematização da responsabilidade civil nas decisões das ações decorrentes em virtude dos Acidentes de Trabalho. Foram analisadas as consequências causadas por esta divergência e, ainda, de que forma isso implica nas demandas judiciais, meio pelo qual, muitas vezes, o trabalhador precisa ingressar em busca de reparar seus danos sofridos. Além disso, temos o fator da hipossuficiência, na qual o empregador se prevalece em relação à classe trabalhadora.
Portanto, a escolha do tema originou-se com o intuito de obter um maior conhecimento em relação à reingresso/reintegração do trabalhador acidentado, visto que esse tema ainda é pouco analisado e difundido. Também podemos analisar em casos concretos o que de fato ocorre, adotando uma postura mais crítica em virtude dos problemas e transtornos causados pelos acidentes.
No problema de pesquisa serão analisadas os problemas enfrentados pelos trabalhadores reiterados após o acidente de trabalho, bem como a reinserção laboral entre empregador e empregado após o acidente de trabalho. Em face do direito fundamentado ao meio ambiente de trabalho sadio, inscrito no artigo 225 Caput, como se dá a relação jurídica entre a doença ocupacional e os acidentes de trabalho.
Para enaltecer a pesquisa deste trabalho teremos como objetivos gerais :
Quais as principais dificuldades do trabalhador reintegrado após o Acidente de Trabalho;
Dificuldades enfrentadas pelas empresas em realocar o empregado acidentado que foi reabilitado pelo INSS;
Dificuldade que o empregado acidentado irá enfrentar em relação a empresa, novos colegas, novas chefias, novo setor .
Como objetivos específicos teremos:
Dificuldades enfrentadas com relação a legislação vigente;
Dificuldadesdo empregador em relação aos acidentes de trabalho que podem ser caracterizadas judicialmente como nexo causal, podemos ainda investigar, conhecer e relatar a evolução deste problema nos dias atuais, a partir de ações que decorrem dos mais variados diagnósticos das doenças ou danos relacionados ao trabalho e sendo assim aprofundar o estudo entre doença ocupacional, acidente do trabalho e meio ambiente de laboral adequado; E ainda as dificuldades que o trabalhador enfrenta quando ocorre o limbo trabalhista.
	Este trabalho será compreendido entres principais aspectos: no primeiro capítulo, iremos conceituar os diferentes Acidentes de Trabalho, definindo assim as espécies desses Acidentes, bem como será traçado um perfil do processo histórico-evolutivo no que tange à legislação. 
No capítulo segundo, buscamos relacionar um ambiente saudável como direito fundamental e analisar a extensão dos problemas relacionados ao contexto social e, dessa forma, identificar as consequências causadas, as sequelas irreparáveis. E, ainda, evidenciar o avanço nessas questões perante o cenário jurídico contanto com medidas de prevenção e proteção ao empregado. 
Ademais, no terceiro capítulo, serão estudadas as doenças equiparadas aos Acidentes de Trabalho, analisando, assim, a legislação vigente em relação aos Acidentes, bem como as Comunicações de acidente de Trabalho e, ainda, relacionar as doenças Ocupacionais às atividades exercidas pelo trabalhador na empresa. 
Não podemos fazer uma distinção entre o trabalho realizado em seu posto de trabalho e as tarefas conseguidas a domicilio e ainda os afazeres realizados a extensão, estando eles ligados, caracterizados como “relação de emprego conforme Art. 6º da CLT”.
Para ações trabalhistas, o período decorre na prescrição de cinco anos, independentemente do tempo de empresa do empregado, sendo esse limite extinto em dois anos após o término do contrato, porém esse tempo de validação não é aplicado a fins de Previdência Social.
A carteira de trabalho e Previdência Social são obrigatórias em qualquer exercício com vínculo empregatício, incluindo nessa obrigação a natureza rural, mesmo sendo esse exercício temporário.
1 ACIDENTE DE TRABALHO
	Para o autor Gottscahk, o direito dos trabalhadores foi assegurado de maneira mais eficaz no século passado foi necessário a busca de ``novo fundamento jurídico, afirma ainda que os acidentes de trabalho são inevitáveis.
O artigo 2º, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) (1943), tem a definição de empregado como sendo “toda pessoa física e jurídica que assume os riscos oriundos do vínculo empregatício” e, ainda, o artigo 3º define o empregado como ”toda pessoa física que presta serviços ao empregador de natureza não eventual, sob dependência e mediante salário”. A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória em qualquer exercício com vínculo empregatício, incluindo nessa obrigação a natureza rural, mesmo sendo esse exercício temporário. 
Ainda, conforme artigo 19, da Lei 8.213/91, “ocorrem em virtude ao exercício laboral na empresa ou no exercício dos segurados no inciso VII do Art.11 e com isso pode causar uma lesão de grande ou pequeno porte, o óbito ou e a perda/redução permanente ou tem temporária na capacidade laboral”. 
EMENTA RECONHECIMENTO DA DOENÇA COMO OCUPACIONAL. O empregador está obrigado a indenizar o empregado quando ficar provada a existência de lesão (dano) e o nexo de causalidade entre esta e as atividades exercidas pelo empregado, ainda que indiretamente, na proporção de sua participação para o evento danoso. (TRT da 4ª Região, 3ª Turma, 0020730-32.2017.5.04.0541 RO, em 28/03/2019, Desembargador Clovis Fernando Schuch Santos).[1: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaoshttp://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho.]
Apesar do grande avanço tecnológico, a mão de obra humana é indispensável nas atividades das empresas, dessa forma, é de grande relevância o trabalho para o meio social, desenvolvimento e crescimento econômico. Contudo, ocorre um fator agravante nesta atividade laborativa, que são os altos índices de Acidentes de Trabalho no Brasil. É indispensável que ocorra a interação do trabalhador na sociedade e que este saiba o valor social de seu trabalho exercido, ainda, somando os fatores em relação à saúde, à segurança bem como à qualidade do meio ambiente de trabalho. Entretanto, os elementos citados mencionados apresentam uma deficiência elevada nos locais de trabalho em virtude dos altos índices de problemas nas atividades laborais. [2: BRASIL, 2008. CONSTITUIÇÃO, 1988. GOTTSCHALK, 2006.]
A definição legal de acidente de trabalho, conforme a Sétima Lei Acidentária de nº 8.213/91, de 24 de julho de 1991, a norma que está em vigor trata em seu artigo19 que:[3: CÓDIGO CIVIL, 2008.CONSTITUIÇÃO, 1988.]
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII, do artigo 11, desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda de função, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. [4: CAIRO, 2009.]
O conceito de Acidente de Trabalho, ao longo de sua trajetória, já recebeu algumas denominações na própria legislação. Segundo Cairo Junior, o acidente pode ser denominado também como infortúnio, com isso externava uma ideia inexistência de sorte, desgraça e infidelidade.
Já Oliveira diz que a legislação não definiu “acidente” apenas em sentido genérico:
O acidente comporta causas e consequências, contudo não pode ser definido, genericamente, nem pelas causas, nem pelas consequências. As circunstâncias causais permitem classificar os acidentes em espécies: como acidente de trabalho, acidente de transito, etc. As consequências também classificam os acidentes: acidentes com ou sem danos pessoais, acidentes com ou sem danos materiais, acidente grave, acidente fatal, etc. (OLIVEIRA, 2009, p.42).[5: GERALDO DE OLIVEIRA, 2009.]
	
Brandão descreve sobre a violência que ocorre no ato do acidente, contudo, não significa que o trabalhador tenha recebido um golpe, porém é necessário que a consequência seja uma lesão. Esta lesão poderá se suceder em virtude de um esforço exercido e, desta forma, o corpo poderá ser atingido de maneira interna ou externa, ocasionando perdas ao empregado. O Acidente de Trabalho ocorre de natureza súbita e imprevista. [6: BRANDÃO, 2009.BRANDÃO, 2007.][7: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaoshttp://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.htmlsobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho..]
Ainda conforme o autor é necessário que o sinistro tenha ocorrido no cumprimento de suas atividades laborais e resulte em dano à incapacidade do trabalho, integridade física e à saúde do empregado. O acidente pode ocasionar prejuízos ao trabalhador, porém é necessário que seja enquadrado nas hipóteses do artigo 19, da Lei 8.312/91.
RECURSO DA RECLAMANTE. DOENÇA OCUPACIONAL. INDENIZAÇÕES. Existente relação de causalidade/concausalidade entre a patologia apresentada pela reclamante e a sua atividade laboral na empresa, elemento essencial para a configuração do dever de reparação, resta à responsabilidade civil caracterizada. (TRT da 4ª Região, 2ª Turma, 0020518-08.2016.5.04.0521 RO, em 28/09/2018, Desembargadora Tania Rosa Maciel de Oliveira).
1.2 As Espécies de Acidente do Trabalho
O estudo desse projeto é baseado sobre os Acidentes de Trabalho e, dessa forma,deparamo-nos com diferentes espécies de Acidentes, os quais requerem uma atenção especial, tornando assim a pesquisa mais relevante para que possamos compreender suas principais características e, então, buscar também seus fundamentos.
Conforme o artigo 21, da Lei 8.213/91, é disposto que os Acidentes de Trabalho podem ocorrer não somente no posto de trabalho, temos também que considerar os sinistros que possam ocorrer em virtude das mais variadas formas.
De acordo o autor Brandao, o Acidente Típico é caracterizado por ser um episódio extremo, traumático, brusco, inesperado e repentino durante as atividades laborais desempenhadas. Com isso, ocasionam-se danos à integridade física e ou psíquica do trabalhador. O acidente típico, por ser de maneira mais extrema, é o que diferencia de doença ocupacional, a qual é desenvolvida com o passar do tempo. Segundo Cecília o acidente típico:
[...] É, portanto, aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa a partir de um evento danoso único, involuntário e de fácil identificação de causa e efeito, ou seja, a olhos de leigos, sem a necessidade de diagnóstico médico, tais como a queda de um andaime ou manipulação inadequada de determinado maquinário que venha a causar lesão corporal, perturbação funcional ou morte. (Cecília, 2008, p. 45).[8: BRANDÃO, 2009.Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaoshttp://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.htmlsobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho.]
A autora acima referida ainda nos orienta sobre os acidentes que ocorrem em relação às lesões corporais, os quais causam uma perda em alguma parte do corpo, como exemplo, pode-se citar a perda das falanges dos dedos. Já o transtorno funcional pode afetar as atividades fisiológicas ou psíquicas do corpo humano, como exemplos pode-se citar a redução da visão, perdas auditivas, entre outras.[9: LAMATTINA, 2008.]
DANO MORAL, ESTÉTICO E MATERIAL. Os valores arbitrados a título de danos morais, estético e material devem ser compatíveis com a gravidade/extensão das lesões, seja psíquica, estética ou econômica, causadas à parte autora, bem como com as condições econômicas e o grau de culpa da parte ré. 
 (TRT da 4ª Região, 3ª Turma, 0021682-62.2016.5.04.0406 RO, em 06/09/2018, Desembargador Clovis Fernando Schuch Santos).
Já Brandão diz que o acidente típico tardio não se descaracteriza mesmo sendo os seus efeitos tardios. Cita como exemplo os casos de lesões internas provocadas por um golpe, no qual as lesões aparecem tardiamente.
Seguindo, teremos os Acidentes Equiparados, em que o ordenamento jurídico expandiu os efeitos como “acidente-tipo” às doenças ocupacionais, no entanto, é necessário que essa ocorrência possua ligação com as atividades relacionadas ao trabalho. A Lei constata que existem duas espécies de enfermidades ocupacionais as quais se denominam como doença do trabalho e doença profissional.
Com base na legislação que regula as doenças ocupacionais, o artigo 20, da Lei 8.213/91, dispõe que:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I-Doenças profissionais, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
II- doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
O autor Araújo ilustra que há uma distinção entre doença profissional e doenças do trabalho, também denominadas de doença ocupacional. As doenças profissionais não advêm unicamente de atividades relacionadas exclusivamente ao trabalho, pois podem decorrer em locais fora do ambiente de laboro, já as doenças ocupacionais ou profissionais advêm unicamente das atividades exercidas nas empresas, em razão das precárias condições de trabalho ao que os funcionários são submetidos. Em alguns casos, as sequelas podem ser irreversíveis.[10: ARAÚJO JUNIOR, 2009.]
EMENTA RECURSO ORDINÁRIO DO AUTOR. ACIDENTE DO TRABALHO TÍPICO. LESÃO DO NERVO MEDIANO DO SEGUNDO DEDO DA MÃO ESQUERDA. REDUÇÃO DE MOVIMENTO E SENSIBILIDADE. CULPA DO EMPREGADOR. DEVER DE INDENIZAR. Evidenciada nos autos a ocorrência de acidente típico quando atribuída ao demandante a tarefa de afiar ferramenta em esmeril, sofrendo o trabalhador lesão do nervo mediano do segundo dedo da mão esquerda, com redução de movimentos e sensibilidade em decorrência de lesão nervosa. Limitação da capacidade laborativa identificada pela perícia médica realizada nos autos. Responsabilidade civil subjetiva presente. Indenizações por danos morais e materiais fixados. Apelo do reclamante provido.
 (TRT da 4ª Região, 3ª Turma, 0020532-14.2017.5.04.0664 RO, em 28/06/2018, Desembargador Alexandre Correa da Cruz - Relator).[11: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.htmlsobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
As Doenças Ocupacionais ou Profissionais, de certa forma, são silenciosas, lentas e gradativas e, dessa maneira, tornam o resultado impreciso em relação ao tempo que iniciou esta enfermidade, pois vão se acometendo de forma interna e com a tendência de agravamento. Analisando a legislação, podemos argumentar que a doença profissional é aquela que inicia no exercício de uma determinada profissão e, desta forma, poderá acarretar em algumas patologias e, com isso, o nexo é causal e presumido. Como exemplos, podem-se destacar os trabalhadores das mineradoras, os quais estão expostos ao pó de sílica e contraem a silicose.[12: ][13: 12 BRANDÃO, 2009. Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.htmlsobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho ]
A doença profissional é necessária para a comprovação de que o trabalhador prestou devido serviço à atividade citada e que adquiriu a doença, ficando dispensada a prova respectiva.
Conforme Cláudio Brandão é necessário fazer uma referência às doenças profissionais, que também podem ser denominadas de ergopatias, idiopatias, tecnopatias. Doenças profissionais típicas são desenvolvidas em virtude do exercício específico a uma determinada atividade e possuem no trabalho a sua causa única, eficiente, por sua própria natureza, ou seja, insalubridade. “São doenças típicas de algumas atividades, peculiares a profissão e reconhecidas pela Previdência Social”.[14: ][15: ]
EMENTA ACIDENTE DE TRABALHO. AUXILIAR DE COZINHA. QUEIMADURA. SEQUELAS ESTÉTICAS. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO. ELIMINAÇÃO DOS RISCOS. TEORIA DO ENFOQUE DE DIREITOS HUMANOS. VIOLAÇÃO À NORMATIVA DE DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CABIMENTO. 1. A teoria do Enfoque de Direitos humanos aplicada ao Direito do Trabalho representa novo paradigma hermenêutico que propõe interpretação e aplicação do Direito do Trabalho orientada por uma visão humanística, na qual os direitos sociais são enxergados como direitos humanos, com vistas à sua efetividade, destacando o valor social do trabalho e o trabalhador enquanto ser humano nas relações de trabalho. 2. Art. 16 da Convenção 155 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil por meio do Decreto 1254/94, sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, ao disciplinar a ação em nível de empresa, dispõe que, "1. Deverá ser exigido dos empregadores que, na medida em que for razoável e possível, garantam que os locais de trabalho, o maquinário, os equipamentos e as operações e processos que estiverem sob seu controle são seguros e não envolvem risco algum para a segurança e a saúde dos trabalhadores". 3. Conforme o teor do laudo pericial, a autora foi vítima de queimadura decorrente derramamento de líquido quente em seu corpo, inclusive, com sequelas de ordem estética. O acidente de trabalho ocorreu por culpa exclusiva da empregadora, inexistindo elementos para se cogitar em excludentes, a exemplo de culpa exclusiva ou concorrente da vítima. 4. Indenização por danos morais e estéticos cabíveis e consideradas todas as circunstâncias do caso em concreto, as lesões estéticas decorrentes, bem como os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 5. Estabilidade provisória incidente no caso, com fundamento no art. 118 da Lei 8.213/91 e nos moldes da Súm. 378, II e III, do TST. Os afastamentos descontínuos da trabalhadora, fixados em período inferiores há 15 dias, não tiveram o condão de impedir a aquisição do direito à estabilidade, mormente quando evidente a clara intenção da empregadora, de obstar o reconhecimento do direito, considerando os termos do laudo pericial e que a soma dos períodos descontínuos representa cerca de 30 dias. Contexto fático autoriza a conclusão de que a autora necessitava se afastar do trabalho e receber o benefício de auxílio-doença acidentário, ainda que tal direito tenha sido indevidamente suprimido pela empregadora. 6. Manutenção da sentença que se impõe. DELITOS AMBIENTAIS TRABALHISTAS. ART. 132 DO CP E ART. 19, §2º, DA LEI 8213/91. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS. Tendo em conta que o descumprimento de normas de saúde, segurança, medicina e higiene do trabalho constitui contravenção penal, em tese, na forma do art. 19, §2º, da Lei 8213/91, como também a desconsideração de risco na atividade exigida da trabalhadora é conduta que constitui, em tese, o crime do art. 132 do CP, cabível a comunicação ao Ministério Público do Trabalho, em cumprimento ao disposto no art. 7º da Lei 7347/85 e arts. 5º II, e 40 do CPP. 
(TRT da 4ª Região, 2ª Turma, 0020305-05.2016.5.04.0811 RO, em 26/11/2018, Marcelo Jose Ferlin D'Ambrósio).[16: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
Diniz declara, em relação à doença profissional, como sendo: “(...) deficiência sofrida pelo operário, em razão de sua profissão, que obriga a estar em contato com as substâncias que debilitam o seu organismo ou exercer as sua tarefa, que envolve fato insalubre”. Essa enfermidade em alguns casos são causadas por agentes químicos, físicos ou biológicos típicas de determinadas funções.[17: DINIZ, 2007. “A existência de uma ação comissiva ou omissiva, qualificada juridicamente, isto é que se apresenta como ato ilícito ou licito, pois ao lado da culpa, como fundamento da responsabilidade temos o "risco" e também a ocorrência de uma dano moral ou patrimonial causando a vitima pela ação e ainda, o nexo de causalidade entre o dano e a ação (fato gerador da responsabilidade), pois a responsabilidade civil não poderá existir sem o vinculo entre a ação e o dano’’. (DINIZ, 2007, p. 36-37)]
As doenças do trabalho/ocupacional estão diretamente ligadas às atividades desempenhadas no trabalho. Vale enfatizar que essas doenças podem ser contraídas em função de um trabalho que esteja exercendo e esse ambiente contribuía para esse contágio, pode-se citar como, por exemplo, a tuberculose, pneumonia e essas doenças também podem ocasionar uma lesão que incapacite para o trabalho, conforme o autor Brandão.
Cairo Junior complementa dizendo que: “a doença do trabalho não guarda relação direta com uma atividade ou profissão específica. Ela surge ou aflora quando o trabalhador presta seus serviços em condições especiais e desfavoráveis à sua saúde”.[18: CAIRO JUNIOR, 2009.GERALDO DE OLIVEIRA, 2009.]
EMENTA ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO. INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Verificados todos os elementos ensejadores do dever de indenizar, quais seja o nexo de causalidade entre as atividades exercidas em favor da empresa e os danos sofridos pela obreira e, ainda, a culpa da empregadora, surge à obrigação de reparar os prejuízos materiais e morais causados. Recurso ordinário da reclamante a que se dá parcial provimento. (TRT da 4ª Região, 8ª Turma, 0021719-53.2016.5.04.0030 RO, em 17/12/2018, Desembargador Francisco Rossal de Araújo).[19: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trabalho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
Conforme artigo 20, parágrafo 1°, da Lei 8.213/1991: “a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurado habitante de regiões onde ela lá se desenvolva, salvo comprovação de ser resultante de exposição ou contrato direto determinado pela natureza do trabalho”.
Oliveira diz que “a Previdência Social e o Ministério do Trabalho divulgam estatísticas apontando as três principais espécies de acidente do trabalho: o acidente típico, as doenças ocupacionais e o acidente de trajeto”.
Ainda de acordo com Oliveira, baseado em estatísticas oficiais, os indicativos acerca dos acidentes típicos tem uma porcentagem de 79% das ocorrências, já os acidentes de trajeto variam em torno de 15% e, por fim, as doenças ocupacionais representam um número menor, chegando a 6%. Além disso, o autor faz uma ressalva que no ano de 2007 há uma diminuição não muito significativa em relação aos acidentes de trabalho que foram reconhecidos pela Previdência Social e também os acidentes sem a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), que são as denominadas doenças ocupacionais, esse percentual chegou a 21%. [20: Art. 118 da Lei de Benefícios da Previdência Social - Lei 8213/91LBPS - Lei nº 8.213 de 24 de Julho de 1991Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá ter remuneração menor do que a da época do acidente, desde que compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no § 1º do art. 86 desta lei. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995).]
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EMENTA RECURSO DE AMBAS AS PARTES. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. O dano moral abala a esfera íntima do indivíduo, causando dor, angústia, sensação de impotência, dentre tantos outros sentimentos mutiladores da estabilidade emocional do vitimado. Não pode, pois, ser mensurado com base em critérios objetivos, servindo a utilização de parâmetros apenas como forma de arbitramento do valor a ser indenizado. Hipótese em que, considerando o conteúdo dos autos, a ausência de redução da capacidade laboral, o exíguo tempo de afastamento do trabalho, a continuidade de prestação de serviços em favor da reclamada após a alta médica, a inexistência de sequelas funcionais e estéticas, a duração do contrato de trabalho e o princípio da razoabilidade, entendo deva ser reduzidoo valor fixado em sentença. Recurso da reclamada parcialmente provido.Recurso do reclamante não provido. 
 (TRT da 4ª Região, 5ª Turma, 0020602-97.2016.5.04.0233 RO, em 30/11/2018, Desembargadora Ângela Rosi Almeida Chapper).[21: Disponível em: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
1.3 Breve histórico da legislação acidentária do Brasil
A legislação acidentária, em nosso cenário brasileiro, teve sua elaboração nos meados do século XX com etapas mais significativas, sendo essas necessárias em virtude do desenvolvimento no setor industrial e, como consequência, os números dos Acidentes de Trabalhos se elevam e assim refletem para uma mudança na vigência das normas jurídicas. [22: ]
O que ocorre com esse desenvolvimento industrializado, a partir do século XX, é um número significativo de trabalhadores mutilados e, ainda, um fator mais agravante que é o óbito do trabalhador. Isso decorre em virtude das péssimas condições de trabalho, conforme evidencia o autor Oliveira. [23: GERALDO DE OLIVEIRA, 2009.https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
Conforme citações acima há um aumento avançado das indenizações por Acidente de Trabalho e com isso também desenvolvemos a historia das relações trabalhistas.
Ainda nos meados do século XX, vigora a união do Estado do bem estar social e, dessa maneira, atuam nos direitos sócios e econômicos em todo mundo. A primeira Lei em relação aos Acidentes de Trabalho foi criada no ano de 1919. Entre 1944 e 1967, desenvolveu-se a nacionalização do seguro contra os Acidentes de Trabalho e, de forma constitucional, foi desenvolvida em 1969. [24: ]
A Lei sofreu alterações entre 1995 e 1998. A evolução acerca do tema “acidente” abrange dois lados - um lado esperançoso e outro nocivo - tendo em vista que um dos dois lados poderá afetar de forma negativa o trabalhador e, além disso, criar, por meio das leis, reações mais humanas nas questões abrangidas.[25: ]
Ocorre um período de evolução no que se refere ao tempo e ao fato, nisto serão englobados vários setores a redimensionar algumas questões. Com isso, buscamos “o princípio do retrocesso social”, com esse princípio devemos permanecer com os direitos adquiridos. [26: ]
EMENTA NULIDADE DA DISPENSA DE TRABALHADOR INAPTO PARA O TRABALHO. Em razão da moléstia da autora - da qual a empregadora estava ciente -, ela não estava apta para o trabalho no momento da dispensa, antes da qual deveria ter sido licenciada para tratamento de saúde e encaminhada ao INSS, com base nos art. 476 da CLT e art. 60, §3º, da Lei n. 8.213/91. Considera-se nula, dessarte, a despedida, sendo devida a reintegração no emprego. Recurso da autora parcialmente provido. (TRT da 4ª Região, 4ª Turma, 0020865-29.2017.5.04.0352 ROPS, em 02/08/2018, Desembargador André Reverbel Fernandes).
Na história dos afastamentos no Direito do Trabalho, em análise realizada, os acidentes e doenças do trabalho caminham juntos com as características sociais e demográficas. Com isso, detemos a dinâmica do mercado de trabalho, mecanismo de segregação e exclusão, identificando, no final, a perspectiva de ocupação e gênero com suas específicas situações e consequências diferenciadas à saúde dos trabalhadores.
Por conseguinte, podemos dizer que algumas atividades que são desenvolvidas pelo empregado podem acarretar-lhe lesões ou ameaças a sua saúde ou integridade física.[27: ]
 
 A certeza da impunidade, o desconhecimento das normas, a ignorância das sanções, tudo isso pode se aliar a preocupação de ganhos e a constante ameaça de fechamentos e desemprego, fazem com que as populações acostumem-se aos graves problemas de saúde, as ameaças à integridade física dos seus trabalhadores, às doenças que a falta de melhor educação formal pode propagar.[28: FERNANDES,Ammíbal. Os acidentes de trabalhop.262.``(...) somente fará sentido a reparação de infortunística ou a indexação civil que restitua a vitima à situação anterior ou mais ampla possível; certamente em posição melhor que as vitimas de danos de origem não ocupacional. A razão, sic et simpliciter, é que o sinistro decorreu do trabalho’’.]
Além disso, temos um agravamento nas atividades laborais em virtude da tecnologia nos primeiros tempos de sua implementação, a qual deixou os trabalhadores com suas jornadas de trabalho mais longas, cansativas. Os donos das empresas visavam somente ao resultado final, ignorando o lado humano de seus trabalhadores e, em vista disso, ao passar do tempo, iniciaram os confrontos entre as classes.[29: ]
Devemos analisar como um ponto positivo as mudanças ocorridas para que os empregados tivessem seus direitos revistos, mas temos ainda o lado negativo, pois as consequências trazidas com essas melhorias, como o meio tecnológico, acarretou na falta de preparo para as funções designadas e, mais uma vez, como consequência, o aumento do número de Acidentes de Trabalho, o qual deve ser acompanhado e indenizado. [30: ]
Segundo Ammíibal Fernandes, “no Brasil, o seguro acidentes de trabalho foi inserido na estrutura da Previdência Social com a Lei n.5.316 de 14 de setembro de 1967, tornando seguro social obrigatório e assim oferecia a maior garantia do pronto e efetivo pagamento das indenizações”.
Em virtude das mudanças que estavam ocorrendo no ciclo empresa versus trabalhador, também acontecem reuniões para adaptar da melhor maneira as novas Leis, procedimentos e assim definir a forma de pagamento dessas indenizações, que poderá ser efetuado de maneira única ou num prazo de doze meses. O que ainda se diverge é sobre o valor a ser pago referente às indenizações. [31: COSTA, Hertz Jacinto. Manual de Acidente do Trabalho. 3ª ed. Curitiba: Editora Juruá,2008.GERALDO DE OLIVEIRA, Sebastião. Indenizações Por Acidente do Trabalho ou DoençaOcupacional. 5ª. ed. São Paulo: Editora LTr, 2009.]
O autor Costa também evidencia a necessidade dessas mudanças: “mas a nossa evolução legislativa não se fez sem tropeços, pela simples razão de que a matéria acidentária jamais foi questão prioritária em nosso Parlamento e havia, ademais, a resistência patronal, entendendo que isso diminuía os lucros”.
No começo do século XX, foi subscrito o que podemos considerar como a primeira Lei acidentária do Brasil, que foi o Decreto Legislativo 3.724, de 15 de janeiro de 1919, sendo este marco um fator importante para as categorias menos favorecidas.
Costa refere que nessa legislação é estipulada a responsabilidade do empregador no que se refere ao pagamento indenizatório nos Acidentes de Trabalho que ocorrem de maneira súbita e/ou violenta, ocasionando, por consequência, a morte, perda parcial ou total, temporária ou permanente da aptidão para o exercício da atividade laboral. O autor ainda completa: “por fim, embora não haja referência, o texto da nova lei impunha um rito judicial mais expedito ao processo de acidente de trabalho, isentando o acidentado das custas, ainda que viesse a decais do pedido” . [32: ]
A segunda Lei vigente foi o Decreto 2.437, de 10 de julho de 1934. Nesta, o autor Oliveira refere que houve uma abrangência em relação ao conceito de acidente e, desta forma, inclui as doenças atípicas onde também houve a inclusão do seguro privativo ou depósito em dinheiro,podendo variar com o número de funcionários. [33: ]
Ademais, a terceira Lei acidentária surge por meio do Decreto-lei 7.036, em 10 de novembro de 1944, de acordo com o artigo 3º: “Considera-se caracterizado o acidente, ainda quando não seja a causa única e exclusiva da morte ou perda ou redução da capacidade do empregado, bastando que entre o evento e a morte ou incapacidade haja uma relação de causa e efeito” . [34: ]
General Motors Do Brasil Ltda. Doenças de natureza ocupacional. Sinovite de punho direito e rizartrose metacarpiana (polegar direito). Operador de produção. Meio ambiente do trabalho. Eliminação dos riscos. Teoria do enfoque de direitos humanos. Violação à normativa de direitos humanos e fundamentais. Responsabilidade do empregador. Nexo de causalidade reconhecido. Dispensa discriminatória configurada. Indenizações por danos materiais e morais de reintegração ao emprego legitimadas. 1. A teoria do Enfoque de Direitos humanos aplicada ao Direito do Trabalho representa novo paradigma hermenêutico que propõe interpretação e aplicação do Direito do Trabalho orientada por uma visão humanística, na qual os direitos sociais são enxergados como direitos humanos, com vistas à sua efetividade, destacando o valor social do trabalho e o trabalhador enquanto ser humano nas relações de trabalho. 2. O art. 16 da Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil por meio do Decreto 1254/94, sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, ao disciplinar a ação em nível de empresa, dispõe que, "1. Deverá ser exigido dos empregadores que, na medida em que for razoável e possível, garantam que os locais de trabalho, o maquinário, os equipamentos e as operações e processos que estiverem sob seu controle são seguros e não envolvem risco algum para a segurança e a saúde dos trabalhadores". 3. A atividade explorada pela empregadora, General Motors do Brasil Ltda., apresenta CNAE 2910-7/01 ("fabricação de automóveis, camionetas e utilitários") e possui grau de risco 3, para acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, consoante Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Anexo V do Decreto 6.957/2009, o que permite a imputação objetiva empresarial, na forma do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. 4. Além disso, ainda que a sinovite de punho direito (CID 10 - M65), está listada entre as "DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO CONJUNTIVO, RELACIONADAS COM O TRABALHO", cujos "AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL", com os seguintes fatores etiológicos: Posições forçadas e gestos repetitivos, ritmo de trabalho penoso e condições difíceis de trabalho, conforme Anexo II, do Decreto acima citado, no qual ainda, há específica menção de que "1. As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados são exemplificativos e complementares." 5. Responsabilização subjetiva da empregadora, igualmente cabível, pela ausência de parte da documentação ambiental obrigatória, bem como pela inobservância do regramento mínimo de proteção da saúde e segurança no trabalho, no âmbito internacional e nacional, restando inegavelmente presentes os requisitos caracterizadores da responsabilidade civil: ilicitude do ato (atividade com risco de lesionamento), a existência de dano (lesão à integridade física do trabalhador) e o nexo de causalidade entre o labor e o dano causado. 6. O fato de a doença ter natureza degenerativa não obsta o reconhecimento do nexo de causalidade com o trabalho, se comprovado que a atividade laboral tenha contribuído para o desencadeamento ou agravamento da patologia, constituindo causa para o agravo à saúde da vítima, na forma do disposto no art. 21, I, da Lei 8.213/91, ressaltando-se que o autor estava apto para o trabalho quando admitido pela ré, conforme ASO emitido pela empregadora. 6. Indenizações por danos morais e materiais e reintegração ao emprego plenamente cabível no caso. Todavia, esta turma julgadora, por maioria, nesta composição, entendeu pela manutenção da sentença de improcedência da demanda.[35: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
(TRT da 4ª Região, 2ª Turma, 0021680-35.2016.5.04.0231 RO, em 08/02/2019, Marcelo Jose Ferlin D'Ambrósio). 
 
Foi adicionado o in itinere, o qual o empregador deverá incorporar e adequar aos seus trabalhadores à higiene e segurança no local de trabalho. O empregador também deve efetuar um seguro contra riscos de Acidente de Trabalho, e, deste modo, o Decreto-lei deu-se no que abrange a reparação civil .[36: https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalhoGERALDO DE OLIVEIRA, Sebastião. Indenizações Por Acidente do Trabalho ou DoençaOcupacional. 5ª. ed. São Paulo: Editora LTr, 2009.]
No Decreto-lei 293, de 28 de fevereiro de 1967, temos a quarta Lei brasileira, a qual foi baixada por força de Ato Inconstitucional 4, porém esta Lei foi breve, durando apenas seis meses e, conforme Oliveira, “foi um dos diplomas legais mais impróprios, retrocedendo a tudo quanto de bom havia sido conquistado na legislação sobre infortunística” . [37: ]
Em 14 de setembro de 1967, tivemos a publicação da quinta Lei acidentária, sendo ela a Lei 5.316, retomando os dispositivos do Decreto-Lei 7.036, e repassando a responsabilidade do seguro acidente ao Instituto Nacional Da Previdência Social instituindo, então, o plano de benefício previdenciário acidentário .[38: ]
A sexta Lei acidentária foi criada em 19 de outubro de 1976 e promulgada pela Lei 6.367. Seu contexto foi em aperfeiçoar as causas e conceitos dos Acidentes de Trabalho. Conforme o autor Oliveira esta lei assemelhou os casos em que os médicos possam contrair doenças no ambiente de trabalho: “Em casos excepcionais, também permitiu a equiparação de doenças não indicadas pela Previdência Social, quando tais patologias estivessem relacionadas com as condições especiais em que o serviço foi prestado”..[39: ]
Igualmente, a sétima Lei acidentária, Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, é a que está em vigor atualmente. Conforme Costa trata-se não ser uma lei acidentaria, mas uma reparação dos danos sofridos e a sobrevivência de seus dependentes, assim como os demais segurados do INSS.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo7º, inciso XXVIII, assegura aos trabalhadores o direito ao beneficio do seguro contra Acidente de Trabalho, não excluindo a indenização que o empregador fica obrigado em caso de incidir em dolo ou culpa..[40: ]
AMBIENTAIS TRABALHISTAS. ART. 132 DO CP E ART. 19, §2º, DA LEI 8213/91. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS. Tendo em conta que o descumprimento de normas de saúde, segurança, medicina e higiene do trabalho constitui contravenção penal, em tese, na forma do art. 19, §2º, da Lei 8213/91, como também a desconsideração de risco na atividade exigida do trabalhador sem as devidas medidas preventivas e compensatórias do ambiente de trabalho é conduta que constitui, em tese, o crime do art. 132 do CP, cabível a comunicação ao Ministério Público do Trabalho, em cumprimento ao disposto no art. 7º da Lei 7347/85 e arts. 5º, II, e 40 do CPP.(TRT da 4ª Região, 2ª Turma, 0020881-51.2016.5.04.0761 RO, em 26/11/2018, Marcelo Jose Ferlin D'Ambrósio)
2. DIREITO FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO SADIO
2.1 A Importância do Ambiente do Trabalho
Realizar uma análiseno meio ambiente de trabalho é de suma importância, pois através disso podemos dimensionar os danos que podem ocorrer ao trabalhador.
Conforme Sá Rocha , o direito protege a atividade produtiva, porém fundamenta que isto ocorre em uma ordem econômica capitalista, dessa forma evidencia que primeiro temos a tutela do bem jurídico e após a vida com dignidade. O funcionário passa boa parte da sua vida em seu ambiente de trabalho o qual precisa de uma boa qualidade de vida, com isso está envolto por um conjunto de elementos artificiais, naturais, culturais, conjunto nas condições nas relações de trabalho.[41: DA ROCHA, Júlio Cesar de Sá. Direito Ambiental e Meio Ambiente do Trabalho Dano eProteção Jurídica. Editora LTr, 1997.https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/acordaos http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11169 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-dignidade-da-pessoa-humana-e-o-meio-ambiente-do-trabalho,51990.html sobre acidente de trablho: http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho]
Ainda conforme o autor, o meio ambiente de trabalho envolve um determinado grupo de pessoas, sendo este ambiente de natureza eminentemente coletiva e assim, o meio ambiente de trabalho não se limita ao espaço físico dentre da empresa, estende-se nas imediações do ambiente de trabalho urbano, pois muitos serviços são prestados percorrendo ruas e avenidas, como por exemplo, cita os motoristas dos transportes urbanos.
	O meio ambiente de trabalho como um todo pode ser enquadrado como um regime sistemático. É direito do trabalhador ter um local adequado e seguro para o seu laboro e desta forma garantir o seu bem estar e também um direito fundamental embasado nos fundamentos do estado democrático de Direito. O autor destaca ainda a importância de um ambiente de trabalho seguro. O meio ambiente do trabalho é protegido por várias normas constitucionais, elevado ao bem jurídico essencial à saúde, à vida, e o bem estar do ser humano. 
A Constituição Federal de 1988 em seu art. 200, inciso VIII, determina que: “colaborar com a proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho”.
	Conforme o autor Sá Rocha:[42: DA ROCHA, Julio Cesar de Sá. Direito Ambiental e Meio Ambiente do Trabalho Dano eProteção Jurídica. Editora LTr, 1997.]
Quanto ao meio ambiente laboral, quando considerado como interesse de todos os trabalhadores em defesa de condições da salubridade do trabalho, ou seja, o equilíbrio do meio ambiente do trabalho e a plenitude da saúde do trabalhador constituem direito essencialmente difuso, inclusivo porque sua tutela tem por finalidade a proteção da saúde, que, sendo direto de todos, de toda a coletividade, caracteriza-se como um direito eminentemente meta individual.
	Silva conceitua o direito ambiental do trabalho:
[...] o local em que se desenrola boa parte da vida do trabalhador, cuja qualidade de vida está, por isso mesmo, em íntima dependência da qualidade daquele ambiente, devendo ser considerado como um dos mais importantes e fundamentais dos direitos do cidadão trabalhador, o qual, se desrespeitado, provoca agressão a toda sociedade, que, no final de contas, é quem custeia a previdência social. Na sua concepção, integra o conceito de meio ambiente artificial, mas digno de tratamento especial. (2003.p.23).
Sem deixar de mencionar que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que dispõe sobre a proteção ao trabalho, em sua Convenção, n. 155: “local onde são efetuadas as prestações laborais, onde o trabalhador deve ficar a mandado do empregador.” Esta convenção foi ratificada pelo Brasil. Sady trata da importância da preservação do meio ambiente do trabalho e seus efeitos, conforme exposto: O direito à preservação do meio ambiente (inclusive o do trabalho) é de caráter difuso. A reparação do prejuízo causado pelo dano, todavia, não se esgota na quando há uma indenização do dano causado ao ambiente propriamente dito, mas inclui a reparação do prejuízo causado infligido ao terceiro vitimado pelo mesmo fato.
Neste sentido, em análise ao artigo 14,§1º, da Lei N. 6938, de 1991: “sem prejuízo das	penas administrativas previstas nos incisos do artigo, o poluidor obrigado, independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente, e a terceiros afetados por sua atividade.” Ainda refere o autor, que mesmo sendo de caráter difuso o direito envolvido, não se afasta a potencialização dos interesses individuais.[43: SADY José, João. Direito do Meio Ambiente de Trabalho. São Paulo:Editora LTr, 2000.SILVA, José Afonso. O Meio Ambiental Constitucional. 3ª.ed. São Paulo: EditoraMalheiros, 1997.]
No que concerne ao meio ambiente do trabalho, a prevenção é o meio mais eficaz para estabelecer mecanismos que possam evitar futuros danos à saúde do trabalhador, tornando o local saudável e equilibrado.
Conforme o autor Brandão o meio ambiente de trabalho deve ser adequado como uma medida protetiva para o desempenho das atividades realizadas no mesmo e desta forma assegurar o equilíbrio das relações sócio laborativas.
	Nesta linha se posiciona o autor José Afonso da Silva:[44: BRANDÃO, Claudio. Acidente do Trabalho e Responsabilidade Civil do Empregador. 3ªed. São Paulo: Editora LTr, 2009. SILVA, José Afonso. O Meio Ambiental Constitucional. 3ª. ed. São Paulo: Editora Malheiros, 1997.DA ROCHA, Júlio Cesar de Sá. Direito Ambiental e Meio Ambiente do Trabalho Dano e Proteção Jurídica. Editora LTr, 1997. Referência do documento impressoFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações, 11 | 2013 225-230.Referência eletrônicaFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações [Online], 11 | 2013 posto online no dia 22 setembro 2014, consultado o 01 maio 2019. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2114; DOI: 10.4000/configurações. 2114]
A questão é bem mais complexa do ponto de vista da proteção ambiental, porque o ambiente do trabalho é um complexo de bens imóveis e móveis de uma empresa e de uma sociedade, objeto de direitos subjetivos privados e de direitos invioláveis da saúde e da integridade física dos trabalhadores que o frequentam [...]. (1997, p.24)
	Rocha ressalta que: “De forma habitual propõe-se aos trabalhadores apenas medidas individuais, que podem ter um caráter material (dispositivos de proteção individual) ou um caráter psicológico (regras de segurança)” (1997, p.42).
	Reafirmando os preceitos e princípios que asseguram à dignidade da pessoa humana, princípio constitucional que constitui a base da existência humana, a prevenção nas empresas não deveria ser caracterizada como uma ideia simples necessidade de proteção ao trabalhador, mas como elemento essencial à valorização e respeito ao ser humano.
2.2. Os efeitos dos Acidentes de Trabalho no Meio Social e o direito a dignidade da pessoa humana do trabalhador
Areosa diz que é impossível evitar de maneira absoluta os acidentes de trabalho, podendo explicar isso de uma maneira “pluricasual”, no qual evidencia que não podemos permitir todas as causas tenham um peso igual bem como uma mesma importância nos acidentes, bem pelo contrario o autor faz a seguinte citação: “apesar da multiplicausalidade dos acidentes, é quase sempre possível identificar uma causa ‘principal’ [,…] o evento que permitiu ‘gatilhar’ a ocorrência do acidente” (Areosa 2012 p. 193).
	Os Acidentes (riscos) em que os trabalhadores estão sujeitos e se tornam vitimas devem ser compreendidos considerando as dimensões técnicas, os perigos globais que podem levar a uma destruição coletiva da humanidade. Deve se atender as propostas no que tange a prevenção, minimização e distribuição, também aos problemas que colocam os (médicos, psicológicos, sociais e econômicos).
Como járeferido, Areosa realizou uma abordagem “metodológica plural’’, sendo os principais instrumentos, a análise e a busca de informações, agregando ainda as análises documentais e as entrevistas realizadas”. Prudente, o autor considera que “não se pode afirmar que existam metodologias melhores do que outras” (Areosa 2012 p. 59), sendo meu entender que a opção escolhida foi a mais adequada.[45: Fernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações, 11 | 2013 225-230.Referência eletrônicaFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações [Online], 11 | 2013 posto online no dia 22 setembro 2014, consultado o 01 maio 2019. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2114; DOI: 10.4000/configurações. 2114]
	O autor buscou ainda mais informações sobre os acidentes de trabalho, o qual criou uma segunda maneira para essa investigação, que foi em forma de questionário, pois afirma que deve se verificar a compreensão social onde os funcionários trabalham, habitam, lutam, amam, sofrem e sonham.
	Com isso o autor destaca: 
No quadro de um esforço denso de compreensão da vida quotidiana observada, mostra-se um observador comprometido, tomando partido, ora criticando as chefias intermédias, ora a administração da empresa – assumindo aqui certo risco decorrente do facto de vivermos numa democracia que acaba, invariavelmente, na porta das empresas –, ora criticando os dirigentes sindicais. Note-se que a exposição aos riscos (e acidentes deles decorrentes) só não é pior devido à existência de um movimento sindical forte que não hesita em confrontar e exigir à administração alterações de procedimentos em trabalhos perigosos. (Areosa 2012 p.)
	Areosa destaca ainda que os elevados números de dias trabalhados (intervalo com poucas folgas) e as jornadas sucessivas dos turnos acarreta a redução do numero de horas de descanso ao trabalhador. Descreve ainda que existe o “brio profissional”, onde se faz necessário de maneira implícita para ser valorizado pela hierarquia da empresa e ainda elevando as avaliações de desempenho. (p. 127 ss) .[46: Fernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações, 11 | 2013 225-230.Referência eletrônicaFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações [Online], 11 | 2013 posto online no dia 22 setembro 2014, consultado o 01 maio 2019. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2114; DOI: 10.4000/configurações. 2114][47: ][48: Referência do documento impressoFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações, 11 | 2013, 225-230.Referência eletrônicaFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações [Online], 11 | 2013, posto online no dia 22 setembro 2014, consultado o 01 maio 2019. URL : http://journals.openedition.org/configuracoes/2114 ; DOI : 10.4000/configuracoes.2114]
O autor ressalta ainda que as percepções humanas geralmente são vistas como aspectos individuais e ainda elaboradas a partir dos nossos sentidos, afirma ainda que as dimensões psicossociais tem uma forte influencia para elaboração das nossas percepções. 
Com os estudos realizados o autor aponta um grande numero de trabalhadores que ajuízam ações trabalhistas, relata ainda que isto decorre em virtude de um relacionamento não “afável” e ainda há o sentimento por parte do funcionário de que são ignorados ou “despachados” e assim não recebem os devidos cuidados.
O autor ressalta ainda que existe uma enorme diferença entre aquilo que achamos justo e a maneira como julgamos “justamente” os atos dos outros na pratica. Na pesquisa realizada ainda salienta que o grande número de processos no tribunal dependem em sua maioria da forma em que os empregadores tratam os funcionários e ainda em alguns casos a empatia que conseguem gerar. A forma de percepção dos riscos que nos acercam depende de múltiplas dimensões sociais isto é são “montadas e remontadas’’ com varias dimensões coletivas e sociais e ainda por vezes difíceis de antecipar (AREOSA, 2012)”.[49: ]
 EMENTA RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. DESPEDIDA DISCRIMINATÓRIA. Para que haja presunção de despedida discriminatória é necessária prova robusta acerca de doença grave que suscite estigma ou preconceito, aliada à ausência de justificativa da resilição contratual, nos moldes da Súmula 443 do TST, o que não ocorre no presente caso. Entretanto, se reconhecido que na época da despedida o empregado passou a usufruir de auxílio-doença cujo direito foi reconhecimento pelo órgão previdenciário posteriormente, com efeitos retroativos, impõe-se a reintegração, permanecendo suspenso o contrato. 
(TRT da 4ª Região, 9ª Turma, 0021518-66.2017.5.04.0405 RO, em 19/12/2018, Desembargadora Maria da Graça Ribeiro Centeno)
	A percepção de riscos quer sejam eles individuais ou coletivos possuem uma variação mediante: a cultura, fator social, econômico, politico, ideológico, suas crenças, atitudes, normas, regras, hábitos valores, bem como as representações sociais. Ainda conforme Joao Areosa essas percepções não possuem um caráter permanente e algo estatisticamente adquirido, são flexíveis para serem alteradas ao longo do tempo, podemos tentar compreender as percepções porem é uma área na qual existem inúmeras armadilhas. Ainda conforme o autor devemos ter conhecimento sobre as diversas formas de percepção de riscos, são elas: os conhecimentos científicos que se designam como “objetivos” e ainda os saberes não especiais os quais se apresentam como “subjetivos” e dessa forma afiram ainda os saberes não especializados nos levam ao “domínio das percepções”. 
As mesmas ocorrem associadas aos saberes do senso comum e o mundo leigo, estão diretamente ligadas às formas de pensar, representar, classificar e ainda analisar as formas em que estão expostas, sendo elas socialmente construídas e também de maneira indissociável, sendo “mesmo objeto de uma deliberada transmissão e reprodução social”, dessa maneira determinados acidentes de trabalho servem como base para a alteração da percepção de riscos.
No segmento Ammíbal destaca ainda que apenas os funcionários das indústrias tinham reconhecido os ACT, no decorrer dos fatos foram inclusos também os trabalhadores da agricultura e do comercio conforme decreto lei nº 7.036. Com isso ficou acordado que nos acidentes de trabalho o trabalhador deverá receber o equivalente ao seu salario no dia do ocorrido, ou seja, 100%. Foram realizadas varias tentativas para chegar a um consenso sobre a quem coubesse à responsabilidade indenizatória sobre os ACT e demais fatos ocorridos, ao final decidiram que o INSS deverá assegurar os direitos dos trabalhadores bem como o pagamento devido.[50: FERNANDES,Ammíbal. Os acidentes de trabalhop.262.``(...) somente fará sentido a reparação de infortunística ou a indexação civil que restitua a vitima à situação anterior ou mais ampla possível; certamente em posição melhor que as vitimas de danos de origem não ocupacional. A razão, sic et simpliciter, é que o sinistro decorreu do trabalho’’Fernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações, 11 | 2013 225-230.Referência eletrônicaFernando Bessa Ribeiro, « João Areosa, O lado obscuro dos acidentes de trabalho: um estudo de caso no setor ferroviário, VilaNova de Famalicão: Edições Húmus, 2012 », Configurações [Online], 11 | 2013 posto online no dia 22 setembro 2014, consultado o 01 maio 2019. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2114; DOI: 10.4000/configurações. 2114]
O autor destaca ainda que estas mudanças foram positivas, pois exige o cumprimento da lei e desta maneira evitando ações judiciais dos trabalhadores contra o empregador. Ammibal destaca ainda que o funcionário que sofrer um acidente de trabalho terá estabilidade de doze meses, este prazo será vigente após o retorno do funcionário a empresa. Como ponto negativo podemos destacar que existe a omissão de dados, registros, receio das consequências que possam sofrer, relata ainda que em uma pesquisa realizada apenas 50% dos empregadores estão repassando de forma integra todos os dados, ocasionando assim dois obstáculos que são o risco profissional e social.[51: BALERA, Wagner. A reprivatização do Seguro de Acidente de Trabalho RPS 146,p.107.``Porém, enquanto para boa parcela de empregadores a ocultação de acidente de trabalho pode representar substancial lucro no mercado além das possibilidades de redução da própria contribuição obrigatória de seguro de acidentes, por meio do Fator Acidentário Previdenciário, conforme exposto acima, o fim dos benefícios acidentários mais favoráveis ou inclusos contribuem de forma inequívoca para o crescimento das subnotificações de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais’’.FERNANDES, Ammibal ,Acidentes de Trabalho,p.262Trata-se de buscar a superação dos riscos de trabalho, obter a máxima prevenção e, não sendo possível, reparar também ao máximo o obreiro e seus dependentes. Admitiu-se no curso deste estudo (...) a possibilidade pelo conflito, pressões e interesses de trabalhadores e agentes econômicos e estatais, obter-se avanço na matéria acidentaria. É a dialética da vida ou seja a prancis social’’.]
Ammibal ressalta ainda outro agravante, pois os acidentes de trabalho que não são registrados, comunicados irão ocorrer novamente e com isso na sua maioria terá proporções maiores e mais graves.
Conforme art.4º paragrafo único da CLT, o FGST deve ser depositado de forma integral durante todo o período de afastamento.
Balera relata que os acidentes de trabalho com maior gravidade podem acarretar a aposentadoria por invalidez, sendo este beneficio revogado a cada dois anos ou será de forma definitiva. Com o beneficio cessado deverá o trabalhador retornar a empresa para realizar seu retorno ao trabalho.
No segmento Ammibal destaca ainda que apenas os funcionários das indústrias tinham reconhecido os ACT, no decorrer dos fatos foram inclusos também os trabalhadores da agricultura e do comercio conforme decreto lei nº 7.036. Com isso ficou acordado que nos acidentes de trabalho o trabalhador deverá receber o equivalente ao seu salario no dia do ocorrido, ou seja, 100%. Foram realizadas varias tentativas para chegar a um consenso sobre a quem coubesse à responsabilidade indenizatória sobre os ACT e demais fatos ocorridos, ao final decidiram que o INSS deverá assegurar os direitos dos trabalhadores bem como o pagamento devido.
O autor destaca ainda que estas mudanças foram positivas, pois exige o cumprimento da lei e desta maneira evitando ações judiciais dos trabalhadores contra o empregador. Ammibal destaca ainda que o funcionário que sofrer um acidente de trabalho terá estabilidade de doze meses, este prazo será vigente após o retorno do funcionário a empresa. Como ponto negativo podemos destacar que existe a omissão de dados, registros, receio das consequências que possam sofrer, relata ainda que em uma pesquisa realizada apenas 50% dos empregadores estão repassando de forma integra todos os dados, ocasionando assim dois obstáculos que são o risco profissional e social.[52: BALERA, Wagner. A reprivatização do Seguro de Acidente de Trabalho RPS 146, p.107. ``Porém, enquanto para boa parcela de empregadores a ocultação de acidente de trabalho pode representar substancial lucro no mercado além das possibilidades de redução da própria contribuição obrigatória de seguro de acidentes, por meio do Fator Acidentário Previdenciário, conforme exposto acima, o fim dos benefícios acidentários mais favoráveis ou inclusos contribuem de forma inequívoca para o crescimento das subnotificações de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais’’.FERNANDES, Ammibal, Acidentes de Trabalho, p.262.Trata-se de buscar a superação dos riscos de trabalho, obter a máxima prevenção e, não sendo possível, reparar também ao máximo o obreiro e seus dependentes. Admitiu-se no curso deste estudo (...) a possibilidade pelo conflito, pressões e interesses de trabalhadores e agentes econômicos e estatais, obter-se avanço na matéria acidentaria. É a dialética da vida, ou seja, a prancis social’’.]
Ammibal ressalta ainda outro agravante, pois os acidentes de trabalho que não são registrados, comunicados irão ocorrer novamente e com isso na sua maioria terá proporções maiores e mais graves.
	Conforme art.4º paragrafo único da CLT, o FGST deve ser depositado de forma integral durante todo o período de afastamento.
Balera relata que os acidentes de trabalho com maior gravidade podem acarretar a aposentadoria por invalidez, sendo este beneficio revogado a cada dois anos ou será de forma definitiva. Com o beneficio cessado deverá o trabalhador retornar a empresa para realizar seu retorno ao trabalho. 
A lei 9.03/95 inciso V, veta o recebimento de mais de um auxilio acidente e demais. Ainda de acordo com o autor, o trabalhador que estiver afastado recebendo um auxílio acidente durante um determinado período não irá ser prejudicado no que tange o calculo referente à sua aposentadoria, sendo que o período afastado irá contar de maneira integral ao final.
O autor destaca ainda que pode ocorrer o processo de reabilitação, esse processo ocorre por um determinado tempo estipulado pelo INSS que pode ser de mais ou menos 20 dias, findado o tempo estipulado o perito (medico do INSS) realiza uma nova avaliação podendo o beneficio ser deferido ou indeferido.[53: .]
	Conforme Celso Barroso Leite o art.201 nos diz: “Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente de trabalho a ser atendida concorrentemente pelo regime geral da previdência social e pelo setor privado”.
	Já Oliveira à responsabilidade civil para que o empregador se responsabilizasse pelo ACT ocorrido com o seu funcionário teve um longo caminho a ser percorrido e debatido, tivemos uma jurisprudência ampla que abrange a responsabilidade subjetiva do empregador e tendo o seu conteúdo abrangente aos quais podemos incluir os casos de dolo, culpa grave, negligencia e omissão.
	Com a Carta Magna de 1988, ocorreu um grande debate em relação ao acidente de trabalho e as obrigações oriundas do empregador, e desta forma o Deputado Antônio Carlos Mendes Thomé relata:[54: ]
	(...) A realidade é que o Brasil registra um dos maiores índices de acidentes de trabalho. (...) Defendemos uma Constituição em que haja uma escala de prioridades: em primeiro lugar o homem, em segundo a produção e em terceiro a propriedade. E quando colocamos na carta magna um dispositivo como este que vamos agora votar, estamos dizem que acima da produção está o homem.
	 Para Beveridge ainda a carta magna de 1988 devemos mesclar duas hipóteses: a primeira o risco profissional cabe ao empregador e a sociedade cabe o risco social. Infelizmente podemos constatar que o empregador visa lucros, ignorando em alguns casos a real condição laboral dos trabalhadores. Alerta ainda que devemos analisar o fato de que o trabalhador em alguns casos pode ocasionar o dolo de maneira intencional, para obter os seus benefícios mantidos por 12 meses após seu retorno ao trabalho.[55: GERALDO DE OLIVEIRA, Sebastião. Indenizações Por Acidente do Trabalho ou DoençaOcupacional. 5ª. ed. São Paulo: Editora LTr, 2009.]
	Saad devemos equiparar a culpa e o risco, pois ambos estão no mesmo escalão e com isso dividir de maneira sucinta “O renascimento dos danos”.
	Oartigo 187 traz: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes’’.
	Conforme Venosa temos ainda dois pontos de vista no que tange a culpa grave e a culpa simples. Abrangemos a culpa grave com maior fervor, mas não podemos relacionar isso como o dolo total a ser indenizado. Existe sim uma descriminação entre as culpas, porem cabe ao empregador reparar com igualdade aos acidentes ocorridos da maneira mais completa possível e de forma integral. O artigo 944 diz que “A indenização mede-se pela extensão do dano.”.
Paragrafo único: “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano poderá o juiz reduzir equitativamente, a indenização”.
	Conforme o autor Rodrigues podemos definir: “A culpa grave é decorrente da imprudência ou negligencia grosseira, como a do motorista que dirige sem estar habilitado ou aquele que, em excesso de velocidade, atravessa um sinal de transito fechado. Costuma-se dizer que a culpa grave do dolo se equipara”. Destaca o autor ainda: “A culpa simples é aquela na qual um homem de prudência normal pode ocorrer e ainda podemos dizer que a culpa simples é aquela da qual mesmo um homem de extrema cautela não poderia deixar de escapar”. Porém no Código Civil a indenização é determinada pelo tamanho do dano ocasionando e não pelo grau de culpa.[56: SALVO Venosa, Sílvio. Direito Civil. 7ª. ed. São Paulo; Editora Atlas, 2007.RODRIGUES, Silvio. Direito Civil Responsabilidade Civil. São Paulo; Editora Saraiva.2002.SADY José, João. Direito do Meio Ambiente de Trabalho. São Paulo: Editora LTr, 2000.]
	Em passos lentos as empresas estão investindo na segurança de seus empregados bem como melhores condições de trabalho elevando as atribuições do empregado e desta forma minimizar a ocultação de dados a serem repassados podendo isto ser caracterizado como uma falta grave e ainda ser equiparada ao dolo.
	Sady destaca que as obrigações das empresas estão registradas no PPRA, as acidentes de trabalho ou doença ocupacional que possam representar uma infração ou falha no PPRA é culpa da empresa, sendo dever do empregador o ônus da prova. Com este programa bem elaborado podemos prevenir e impedir que ocorram novos fatos geradores e que sejam agravantes.
	O sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região publicou em 03/2000 um trabalho que foi realizado sobre “as vitimas dos ambientes de trabalho” com declarações, fotografias e uma importante análise sobre as condições de trabalho no Brasil com o subtítulo “Ocultando provas do crime” Segue abaixo um exemplo entre a culpa do empregador e o dano.
Hermínio Gualberto tinha 44 anos de idade quando teve a mão direita esmagada numa das prensas desprotegidas da Tecnoestamp, o acidente aconteceu no dia 23 de março de 1988. O relatório do Dr. Antônio Fernandes Barros de Azevedo, medico fiscal da Secretaria de relações de Trabalho de São Paulo, assim sintetizou a situação: Há vários dias a maquina apresentava defeito sem que a empresa procurasse solução, e continua o que é mais grave, permitiu criminosamente que uma maquina com defeito permanecesse em serviço, máquina de alta periculosidade como a prensa. Além disso, o fato de desrespeitar a interdição do agente da Delegacia Regional do Trabalho para que a máquina fosse revisada, já pode significar que vieram consertar o defeito no sentido de ocultar uma prova do crime, pois é este o nome correto da ocorrência. (Sady 2000 83 p) .[57: .]
Ainda Venosa destaca que o empregado deverá indenizar o seu trabalhador de forma a igualar aos seus danos morais, patrimoniais e ainda de ordem social, pois estes danos que ocorrem podem acarretar em preconceitos pelo fato do trabalhador não poder exercer suas atividades, as quais glorificam o homem. 
Venosa diz ainda que os danos patrimoniais ocorrem devido a macabros laborais, são de dimensão não tão extensa, porém ocorrem com as perdas imediatas, como por exemplo, atendimento hospitalar, médico, farmácia e ainda os de maior gravidade a qual requer maior tempo de recuperação. Estas por si podem ser causadas por uma menor capacidade de laboro ou até mesmo em casos mais graves pode ocorrer à incapacidade total do trabalhador.
O autor destaca ainda que no acidente de trabalho ou na doença ocupacional podem ocorrer também perdas morais, estas, porém não possuem o envolvimento econômico, porem ocorrem graves consequências e uma delas está ligada as relações sociais. A indenização em muitos casos está ligada ao prejuízo, perdas, consequências que podem ser reparadas através da compensação “remuneratória”.
Ribeiro destaca a violência oculta do trabalho como:[58: O texto de Regime Jurídico Único(Seção VII- da Readaptação,art24)diz o seguinte: ‘Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção medica.(CF :Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União/RJU – Lei nº8112 de 11/12/90,publicado em 12/12/90)’’No inciso 2 da seção VII, está escrito: ‘’A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,respeitada a habilitação exigida’'.]
O não querer ir ao medico por parte dos trabalhadores sintomáticos ou a ida da tardia dos trabalhadores da amostra em medida 11 meses entre os primeiros sintomas e o diagnóstico medico, fazem parte do mesmo fenômeno a negociação e ocultação que diante das pressões e contrapressões se flexibiliza levando a subnotificação maior ou menor, mas sempre presente São cumplices: o medico do adoecido que não estabelece o nexo entre o trabalho e as LER, o administrador local que nega ou retarda a emissão da CAT, o perito do INSS que recusa o diagnostico do medico que assiste o doente e o técnico do serviço especializado da empresa que sonega a informação. (:Ribeiro, Herval Pina,1999 p.134)
	
GENERAL MOTORS DO BRASIL LTDA. DOENÇAS DE NATUREZA OCUPACIONAL. SINOVITE DE PUNHO DIREITO E RIZARTROSE METACARPIANA (POLEGAR DIREITO). OPERADOR DE PRODUÇÃO. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO. ELIMINAÇÃO DOS RISCOS. TEORIA DO ENFOQUE DE DIREITOS HUMANOS. VIOLAÇÃO À NORMATIVA DE DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. NEXO DE CAUSALIDADE RECONHECIDO. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA CONFIGURADA. INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DE REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO LEGITIMADAS. 1. A teoria do Enfoque de Direitos humanos aplicada ao Direito do Trabalho representa novo paradigma hermenêutico que propõe interpretação e aplicação do Direito do Trabalho orientada por uma visão humanística, na qual os direitos sociais são enxergados como direitos humanos, com vistas à sua efetividade, destacando o valor social do trabalho e o trabalhador enquanto ser humano nas relações de trabalho. 2. O art. 16 da Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil por meio do Decreto 1254/94, sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, ao disciplinar a ação em nível de empresa, dispõe que, "1. Deverá ser exigido dos empregadores que, na medida em que for razoável e possível, garantam que os locais de trabalho, o maquinário, os equipamentos e as operações e processos que estiverem sob seu controle são seguros e não envolvem risco algum para a segurança e a saúde dos trabalhadores". 3. A atividade explorada pela empregadora, General Motors do Brasil Ltda., apresenta CNAE 2910-7/01 ("fabricação de automóveis, camionetas e utilitários") e possui grau de risco 3, para acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, consoante Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Anexo V do Decreto 6.957/2009, o que permite a imputação objetiva empresarial, na forma do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. 4. Além disso, ainda que a sinovite de punho direito (CID 10 - M65), está listada entre as "DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO CONJUNTIVO, RELACIONADAS COM O TRABALHO", cujos "AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES

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