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1 Prof° Newton Chwartzmann newtonc@ufrgs.br CONSTRUÇÃO CIVIL I – AIM0216 Propriedades Mecânicas e Físicas dos Materiais 2019 2 INTRODUÇÃO A propriedade de um material diz respeito ao tipo e à intensidade de uma resposta a um estímulo específico imposto ao mesmo (Callister Jr., 2002). Entre elas estão: as físicas, mecânicas, ópticas, térmicas, elétricas, magnéticas, entre outras, em função do tipo de estímulo que é capaz de provocar diferentes respostas. 3 PROPRIEDADES FÍSICAS 4 PROPRIEDADES FÍSICAS Propriedades de um material. Exemplos: densidade aparente, densidade real, porosidade, permeabilidade, absorção. 5 DENSIDADE APARENTE E REAL Densidade aparente: é a relação entre a massa de um material e o seu volume total (incluindo o volume de poros). Densidade real: é a relação entre a massa de um material e o seu volume (excluindo o volume de poros) 6 POROSIDADE Capacidade de armazenamento de água nos interstícios. Pode ser definida como a relação entre o volume de poros no material (vazios) e o volume total do material (incluindo poros). 7 POROSIDADE 8 POROSIDADE Eflorescência: água entra nos poros e carrega o hidróxido de cálcio para a superfície. Este fenômeno reduz a vida útil do material, além de prejudicar quanto a estética. 9 PERMEABILIDADE Está relacionada com a passagem de gases ou líquidos através dos poros do material e resulta da interconexão entre os poros. Bloco drenante: necessariamente permeável (permite passagem de fluido) 10 POROSIDADE X PERMEABILIDADE A porosidade do solo é o volume de todos os espaços abertos (poros) entre os grãos sólidos do material. A permeabilidade do solo é a propriedade do sistema poroso do solo que permite o fluxo de líquidos. Normalmente, o tamanho dos poros e sua conectividade determinam se o material possui alta ou baixa permeabilidade. 11 POROSIDADE X PERMEABILIDADE É possível termos permeabilidade zero (ausência de fluxo) em um solo de alta porosidade caso os poros estejam isolados (não conectados). É possível haver permeabilidade zero se os poros forem muito pequenos, como no caso da argila. 12 ABSORÇÃO É o resultado da porosidade existente em alguns materiais. tijolo cerâmico, que é poroso e deve ser umedecido antes do assentamento para impedir que ele absorva a umidade da argamassa. 13 PROPRIEDADES MECÂNICAS 14 ESFORÇOS MECÂNICOS Os principais esforços (cargas, peso próprio, ação do vento, etc.), aos quais os matériais podem ser submetidos são: Compressão: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva a um “encurtamento” do objeto na direção em que está aplicado. F 15 ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL EM CORPO DE PROVA DE CONCRETO 17 Ensaio de resistencia a compressão de bloco cerâmico.mpg 18 ESFORÇOS MECÂNICOS Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva o objeto a sofrer um alongamento na direção em que o esforço é aplicado. F 19 ESFORÇOS MECÂNICOS Flexão: esforço que provoca uma deformação na direção perpendicular ao qual e aplicado. 21 ESFORÇOS MECÂNICOS Flexão Tração Compressão 22 ESFORÇOS MECÂNICOS ENSAIO DE TRAÇÃO NA FLEXÃO 23 ESFORÇOS MECÂNICOS Torção: esforço aplicado no sentido da rotação do material. 24 ESFORÇOS MECÂNICOS Cisalhamento: esforço que provoca a ruptura por cisalhamento. 25 ESFORÇOS MECÂNICOS Formas de ruptura em ensaios de compressão: 27 PROPRIEDADES MECÂNICAS Propriedades de um material associadas com a capacidade que ele tem de resistir a esforços mecânicos. Exemplos: resistência, elasticidade, ductilidade, fluência, dureza, tenacidade. 28 RESISTÊNCIA Resistência pode ser definida como a capacidade de um material suportar cargas sem se romper ou apresentar excessiva deformação plástica. Ensaios: compressão; tração; flexão; e cisalhamento. 29 TENSÃO E DEFORMAÇÃO Tensão é a relação entre a carga aplicada e a área resistente. Deformação é a relação entre a variação de comprimento (após a aplicação de determinada carga) e o comprimento inicial de um material. Onde: σ = tensão (Pa, MPa) F = força aplicada (kgf, N, kN) Ao = área que recebe a carga (m², cm², mm²) Onde: ε = deformação (m/m; mm/mm) l = comprimento final (m, cm, mm) lo = comprimento inicial (m, cm, mm) 30 TENSÃO E DEFORMAÇÃO Compare as imagens A e B e considere que os pesos das pessoas são iguais. Então, responda: - Onde há maior área de contato calçado/grama? A ou B? - Onde está sendo aplicada a maior tensão? A ou B? - Em que situação é mais provável que a grama deforme? A ou B? A B Qual destes materiais é o mais resistente? E qual é o mais maleável? TENSÃO E DEFORMAÇÃO t e n s ã o deformação TENSÃO MÁXIMA TENSÃO E DEFORMAÇÃO TENSÃO DE RUPTURA TENSÃO MÁXIMA REGIME ELÁSTICO deformação t e n s ã o TENSÃO E DEFORMAÇÃO Exemplo de curva obtida após ensaio de tração. 35 FORMAS DE RUPTURA Ruptura frágil Ocorre sem que o material apresente deformações plásticas significativas; Ruptura catastrófica sem aviso. Ruptura dúctil Ocorre com o material apresentando deformações plásticas significativas; Ruptura precedida de grandes deformações visíveis. TENSÃO E DEFORMAÇÃO DEFORMAÇÃO ELÁSTICA É reversível. Desaparece quando a tensão é removida. É praticamente proporcional à tensão aplicada (obedece a lei de Hooke). DEFORMAÇÃO PLÁSTICA É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade. É irreversível, resultado do deslocamento permanente dos átomos. 37 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Deformação Plástica MÓDULO DE ELASTICIDADE CONCEITO O módulo de Young ou módulo de elasticidade (E) é um parâmetro mecânico que proporciona uma medida da rigidez de um material sólido. Está associado com várias propriedades mecânicas. Exemplos: Metais (em geral): em torno de 45 Gpa Polímeros: 0,002 e 4,8 GPa E = σ/ε Lei de Hooke: σ = E . ε A lei de Hooke só é válida até este ponto E = tg(α) α MÓDULO DE ELASTICIDADE (E) Onde: σ = tensão aplicada E = módulo de elasticidade ε = deformação t e n s ã o deformação MÓDULO DE ELASTICIDADE EXEMPLO DE CÁLCULO Após ensaio em laboratório, foram obtidos os dados de tensão x deformação de uma cerâmica. Sabe-se que na parte reta do gráfico (regime elástico), a tensão de 44,2MPa representa uma deformação de 0,0006 m/m. Pergunta-se: qual o módulo de elasticidade do material? E = σ/ε E = 44,2MPa/0,0006m/m E = 73666,6 MPa E = 73,7 GPa Quanto maior o módulo de elasticidade, mais rígido é o material e menor é a sua deformação elástica quando aplicada uma determinada tensão. Materiais cerâmicos tem alto módulo de elasticidade (as ligações interatômicas são ligações fortes). Materiais poliméricos tem baixo módulo de elasticidade. ELASTICIDADE MÓDULO DE ELASTICIDADE Qual dos materiais se deforma mais, sob mesma tensão? A ou B? Qual dos materiais tem maior modulo de elasticidade? A ou B? deformação t e n s ã o 43 RIGIDEZ A rigidez pode ser definida como a capacidade de um material ou componente resistir a deformação quando submetido a tensão. Quanto maior módulo de elasticidade, maior a rigidez do material. Corresponde ao alongamento total do material devido à deformação plástica (só está relacionada a deformação permanente). Resulta emredução na área da seção reta do corpo (no ensaio de tração), no ponto imediatamente antes da ruptura. ductilidade DUCTILIDADE Os materiais dúcteis sofrem grande redução na área. 45 TENACIDADE É uma medida da quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar, ou seja, um material tenaz é aquele que possui um alto grau de deformação sem se romper. A tenacidade cresce com a área total sob a curva tensão x deformação Cerâmica (comportamento frágil) Metal (comportamento dúctil) 47 FLUÊNCIA É definida como a deformação permanente e lenta, que depende do tempo e da temperatura, quando o material é submetido a carga constante. Em geral: quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de elasticidade (mais rígido) e maior a resistência à fluência. 48 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Massa: a quantidade de matéria e é constante para o mesmo corpo, esteja onde estiver. Peso: definido como a força com que a massa é atraída para o centro da Terra e varia de local para local. Massa = 65kg Peso = Força sobre a balança Peso = 65 x 9,81m/s² = 637,65N 49 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Volume: o espaço que ocupa determinada quantidade de matéria. 50 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Massa Específica (ρs): definida como sendo a razão entre a sua massa e o seu volume. Peso específico (ɣ): a relação entre seu peso e seu volume. 51 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Dureza: resistência que os corpos opõem ao serem riscados. 52 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Resistência à abrasão: é a propriedade segundo à qual o material resiste à cargas abrasivas sem perda de massa e volume. Exemplo: resistência a abrasão das cerâmicas (PEI) 53 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Resistência ao fogo: propriedade pela qual o material não é destruído pelo fogo. Incombustíveis: não se inflamam. Fracamente combustíveis: dificilmente se inflamam porém se consomem e calcinam. Combustíveis: se inflamam e consomem sob ação do fogo. 54 PROPRIEDADES GERAIS DOS MATERIAIS Resistência ao calor refratários: T > 1580 ºC. dificilmente fundidos: 1300 ºC < T < 1580 ºC. facilmente fundidos: T < 1300 ºC. Resistência à corrosão propriedade segundo a qual o material resiste à ação de ácidos, bases ou sais. 55 BIBLIOGRAFIA BAUER, L. A. F., Materiais de Construção. Rio de Janeiro, LTC. 5ª Ed, 2000. CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução São Paulo, LTC - 5ª Ed., 2002. ISAIA, G. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 2 ed. São Paulo: IBRACON, 2010. 56 BIBLIOGRAFIA SILVA, Moema Ribas. Materiais de Construção. São Paulo: PINI, 1991. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7211: Agregados para concreto. Rio de Janeiro: 2009. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7225: Materiais de pedra e agregados naturais. Rio de Janeiro: 1993.
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