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1 Prof° Newton Chwartzmann newtonc@ufrgs.br CONSTRUÇÃO CIVIL I – AIM0216 Introdução as estudo dos aglomerantes Cal e Gesso 2019 INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO Material ligante, geralmente pulverulento, que promove a união entre os grãos dos agregados. Os aglomerantes são utilizados na obtenção de pastas, argamassas, e concretos. Os principais aglomerantes são: Cimento; Cal; Gesso; Betumes; Argila. INTRODUÇÃO 4 CAL A cal pode ser considerada o produto manufaturado mais antigo da humanidade. Há registros do uso deste produto que datam de antes de Cristo. Um exemplo disto é a muralha da China, onde pode-se encontrar, em alguns trechos da obra, uma mistura bem compactada de terra argilosa e cal. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Muralha da china - 8.850 Km de extensão. Demorou 20 séculos para ser finalizada. Os Romanos descobriram que adicionando cinzas vulcânicas moídas a cal eles obtinham um produto semelhante a um “concreto”. Isto permitiu a construção de várias obras de engenharia sem o uso do cimento Portland. Ex: Aquedutos, Pantheon, etc. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO É o produto que se obtém com a calcinação, à temperatura elevada de rochas calcárias (CaCO³) ou rocha magnesiana (MgCO³). Há dois tipos de cal: aérea; hidráulica. CAL Endurece por meio da reação química entre o CO² (gás carbônico) presente na atmosfera com o Ca(OH)² (hidróxido de cálcio) recompondo-se em Ca CO³ (carbonato de cálcio). A partir da calcinação a 900º C da rocha calcária em fornos, obtém-se a o óxido de cálcio (CaO) "cal virgem“. CAL AÉREA Forno de calcinação de calcário Cal virgem Cal resultante de processos de calcinação, da qual o constituinte principal é o óxido de cálcio (CaO) ou óxido de cálcio em associação natural com o óxido de magnésio, capaz de reagir com a água. Em função dos teores dos seus constituintes, pode ser designada de: cálcica (ou altocálcio), magnesiana ou dolomítica. TERMINOLOGIA (NBR 1172) A maioria da Cal proveniente do Rio Grande do Sul é dolomítica pela presença de óxido de magnésio misturado ao calcário. CAL VIRGEM Cal hidráulica Cal, sob a forma de pó seco, obtida pela calcinação a uma temperatura próxima à da fusão de calcário com impurezas sílico- aluminosas, formando: silicatos, aluminatos e ferritas de cálcio, que lhe conferem um certo grau de hidraulicidade. quase não é usada, pois é mais vantajoso o uso do cimento. TERMINOLOGIA (NBR 1172) CAL HIDRÁULICA Cal hidratada Cal, sob a forma de pó seco, obtida pela hidratação adequada de cal virgem, constituída essencialmente de: hidróxido de cálcio ou de uma mistura de hidróxido de cálcio e hidróxido de magnésio, ou ainda, de uma mistura de hidróxido de cálcio, hidróxido de magnésio e óxido de magnésio. TERMINOLOGIA (NBR 1172) Uma tonelada de calcário dá origem a 560kg de cal, ou seja 44% do calcário são perdidos sob forma de gás (CO²), pelas chaminés das fábricas. Importante A Cal virgem depois de calcinada não tem aplicação direta em construções, sendo necessário antes de usá-la, fazer a "extinção" ou "hidratação" pelo menos com 48 horas de antecedência. CAL HIDRADATA Extinção (ou hidratação) da Cal Consiste em adicionar dois ou três volumes de água para cada volume de cal. Geração de muito calor e após certo tempo as pedras se esfarelam transformando-se em pasta branca, a que se dá o nome de "cal hidratada" . Ca(OH)2 + CalorCaO + H2O EXTINÇÃO DA CAL É nesta forma que tem sua aplicação em construções, sendo utilizada em argamassas para assentamento de tijolos ou para revestimentos. Tem a propriedade de endurecer em contato com a água, embora também sofra ação de endurecimento pela ação do CO² do ar. CAL HIDRATADA Em construções a cal é utilizada de cinco maneiras: 1) Em sacos de Cal; 2) Em sacos de argamassa (misturada com cimento e areia); 3) Como argamassa intermediaria (a granel) misturada com areia; 4) Argamassa estabilizada pronta para uso; 5) Argamassa em silos. CAL HIDRADATA CAL HIDRADATA 22 ARGAMASSA INTERMEDIÁRIA ARGAMASSA ESTABILIZADA ARGAMASSA EM SILOS CH-I – Cal Hidratada Especial – óxidos totais > 96,8% na base não volátil e no máximo 5% de CO². CH-II – Cal Hidratada Comum – óxidos totais > 88% na base não volátil e no máximo 5% de CO². CH-III – Cal Hidratada Comum com Carbonatos – óxidos totais > 88% na base não volátil e no máximo 13% de CO². TIPOS Todos elas são indicados para utilização em argamassas em geral. A cal hidratada aumenta a retenção de água da argamassa, reduzindo problemas de fissuras por retração. A CH-I é a cal mais nobre devido a quantidade de finos. A CH-II é a Cal dolomítica com altos teores de óxido de magnésio. A CH-III é a mais utilizada devido ao seu menor custo. É aquela que retém a menor quantidade de água. CH-I – CAL HIDRATADA ESPECIAL Quanto ao rendimento da pasta podem ser classificadas em: a) Cal gorda: necessários menos de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m3 de pasta, ou seja, 1 m3 de cal produz mais de 1,82 m3 de pasta; b) Cal magra: necessários mais de 550 kg de cal virgem para produzir 1 m3 de pasta, ou seja, 1 m3 de cal produz menos de 1,82 m3 de pasta. CLASSIFICAÇÃO UTILIZAÇÃO DA CAL A cal pode ser utilizada de várias maneiras: Argamassa simples e mista em alvenarias e revestimentos; Preparo de tintas; Tratamento de água; Correção de acidez do solo (agricultura); Quanto ao grau de hidraulicidade podem ser classificadas em: a) Grau de Hidraulicidade < 0,1 ⇒ Cal Aérea ⇒ Tempo de Endurecimento > 30 dias; b) Grau de Hidraulicidade de 0,1 a 0,15 ⇒ Cal Fracamente Hidráulica ⇒ Tempo Endurecimento de 15 a 30 dias; CLASSIFICAÇÃO % %%%SiO dadeHidraulici degrau o Sendo 32322 CaO OFeOAl ++ = c) Grau de Hidraulicidade de 0,15 a 0,30 ⇒ Cal Medianamente Hidráulica ⇒ Tempo Endurecimento de 10 a 15 dias; d) Grau de Hidraulicidade de 0,30 a 0,40 ⇒ Cal Hidráulica ⇒ Tempo Endurecimento de 5 a 10 dias; e) Grau de Hidraulicidade de 0,40 a 0,50 ⇒ Cal Eminentemente Hidráulica ⇒ Tempo Endurecimento de 2 a 4 dias. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O GRAU DE HIDRAULICIDADE CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O GRAU DE HIDRAULICIDADE Endurece com o tempo pela ação do CO²; Aumenta de 2 a 3 vezes de volume com a extinção; Confere fluidez e plasticidade a argamassa, facilitando o espalhamento; Retém a água, evitando perda excessiva de água de amassamento para os blocos ou tijolos; Aglomerante: envolve e recobre os grãos dos agregados unindo os mesmos; Capacidade de absorver deformações. PROPRIEDADES DA CAL HIDRATADA a) Mantém água em torno da partícula (Não permite perdas por sucção para a alvenaria); b) Ao reagir com o CO² a cal libera água que é utilizada na hidratação do cimento; c) Atenua o processo de retração – ocorrido por perdas de volume na carbonatação. RETENÇÃO DE ÁGUA Na produção de argamassas para assentamento de blocos. Na produção de argamassas para revestimentos. Na produção de tijolos sílico- calcários, utilizados em alvenarias. UTILIZAÇÃO DA CAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL UTILIZAÇÃO DA CAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL Busca a melhoria contínua da cal. Informar ao consumidor: As cales que não estão em conformidade com a NBR 7175/03; Produtos que não se denominam cal mas apresentam cal na sua formulação. Os ensaios são realizados no Instituto de Pesquisas Tecnológicasde SP – IPT. PROGRAMA SETORIAL DA QUALIDADE DA CAL HIDARTADA PARA CONSTRUÇÃO 39 GESSO A gipsita é o tipo estrutural de gesso mais consumido na indústria cimenteira, encontra-se no estado natural em grandes jazidas sedimentares. Para ser economicamente viável, a jazida tem que conter acima de 70% de gipsita. As gipsitas nacionais possuem até 90%. GESSO Encontrado sob as formas de: gipsita (CaSO4.2H2O); hemidrato ou bassanita (CaSO4.0,5H2O); e anidrita (CaSO4). É obtido a partir da desidratação total ou parcial das mesmas. GESSO É um aglomerante natural, resultante da queima (T=160ºC) do sulfato de cálcio hidratado (normalmente gipsita). GESSO Reação que dá origem ao gesso: CaSO4.2H2O + calor CaSO4 .0,5H2O + 1,5H2O Gipsita Gesso 0 Brasil possui uma das maiores reservas mundiais de gipsita. As principais jazidas encontram-se: 1) na Serra de Araripina, em região confrontante dos estados do Ceará, Pernanbuco e Piauí; 2) na região de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte; 3) nas regiões de Codó, Balsas e Carolina, no Estado do Maranhão. GESSO O processo de pega inicia com 2 a 3 minutos após a mistura com a água e termina 15 a 20 minutos após (liberação de calor). O processo de ganho de resistência do gesso pode durar semanas e é influenciado por: tempo e temperatura de calcinação da gipsita; finura do gesso; quantidade de água de amassamento (água utilizada na mistura); presença de impurezas. PEGA DO GESSO Pó branco de elevada finura. Densidade aparente:0,7 a 1 g/cm³. Densidade absoluta:2,7 g/cm³. CARACTERÍSTICAS DO GESSO Endurecimento rápido: divisórias de gesso acartonado. Plasticidade da pasta fresca e lisura da superfície endurecida: moldagem de elementos decorativos. Baixa retração por causa da pequena expansão dimensional. Após endurecido, não é estável na água (aglomerante aéreo). CARACTERÍSTICAS DO GESSO Resistência mecânica: Tração - 0,7 a 3,5 MPa Compressão – 5 a 15 MPa Aderência: Não adere a madeira; Boa aderência com alvenaria de tijolos (cerâmico e de concreto); Boa aderência ao aço (não protege o aço contra corrosão). PROPRIEDADES DO GESSO Isolamento: Bom isolaste térmico e acústico; Impermeável ao ar; Solúvel em água (proibido em ambientes externos); Protege estruturas metálicas contra o fogo. PROPRIEDADES DO GESSO Revestimentos e decoração de interiores; Forros; Placas (Dry wall); Matéria prima para painéis termo- acústicos; Blocos para paredes internas; Na fabricação do cimento Portland, onde age como regulador do tempo de pega. APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL 56 BIBLIOGRAFIA BAUER, L. A. F., Materiais de Construção. Rio de Janeiro, LTC. 5ª Ed, 2000. CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução São Paulo, LTC - 5ª Ed., 2002. ISAIA, G. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 2 ed. São Paulo: IBRACON, 2010. 57 BIBLIOGRAFIA SILVA, Moema Ribas. Materiais de Construção. São Paulo: PINI, 1991. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7211: Agregados para concreto. Rio de Janeiro: 2009. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7225: Materiais de pedra e agregados naturais. Rio de Janeiro: 1993.
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