Resumo sobre o Período Embrionário - Keith Moore

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RESUMO: PERÍODO EMBRIONÁRIO (KEITH MOORE)
1º SEMANA
Fertilização: o local habitual da fecundação é a ampola da tuba uterina, se ele não for fecundado neste local, ele passa lentamente pela tuba até a cavidade do útero e é reabsorvido. -> Fases:
- Passagem do espermatozoide pela corona radiata, dispersão das células da corona radiata pela enzima hialuronidase (para que nenhum outro espermatozoide entre).
- Penetração da zona pelúcida.
- Fusão das membranas plasmáticas do oócito com o espermatozoide.
- Finalização da 2º divisão meiótica do oócito, formação do 2º corpo polar e pronúcleo feminino.
- Formação do pronúcleo masculino
- Ocorre a 1º clivagem do zigoto que fica com 46 cromossomos (23 do pai e 23 da mãe).
Clivagem do zigoto: Milhares de divisões mitóticas do zigoto, células agora chamadas de blastômeros. Esses blastômeros se tornam menores a cada divisão, durante a clivagem o zigoto ainda é envolto pela zona pelúcida. Que vai se compactando para depois formar a massa celular interna.
- De 12 a 32 blastômeros é mórula.
Formação do blastocisto (blástula): Logo após a entrada da mórula no útero, o líquido uterino passa a zona pelúcida e forma uma cavidade repleta de líquido, a cavidade blastocística (blastocele). Com o aumento do líquido na cavidade, os blastômeros são divididos em: 
- Trofoblasto: dão origem a parte embrionária da placenta.
- Embrioblasto: um grupo pequeno de blastômeros que é o primórdio do embrião.
Neste início, o concepto é chamado de blastocisto.
Quando o blastocisto se adere ao epitélio endometrial o trofoblasto se prolifera e diferencia em 2 camadas:
- Citotrofoblasto: camada interna de células.
- Sinciciotrofoblasto: camada externa, com massa protoplasmática multinucleada, formada pela fusão de células. Este se expande rapidamente próximo ao embrioblasto (o polo embrionário). Ao final da 1º semana aparece o hipoblasto na superfície do embrioblasto.
2º SEMANA
Aqui a implantação do blastocisto se completa. As mudanças produzem um disco embrionário bilaminar, formado por 2 camadas: epiblasto (ectoderme) e hipoblasto (endoderme). Este disco forma as camadas germinativas que vão originar tecidos e órgãos.
As estruturas extraembrionárias que aqui se formam são: cavidade amniótica, âmnio, vesícula umbilical e saco coriônico.
A medida que o blastocisto se implanta, o trofoblasto aumenta a superfície de contato com o endométrio e se diferencia em 2 camadas:
- Citotrofoblasto: forma novas células trofoblásticas, que migram para a massa crescente de sinciciotrofoblasto.
- Sinciciotrofoblasto: massa multinucleada que se expande rapidamente. Também produz um hormônio, gonadotrofina coriônica humana (hCG).
Com a implantação do concepto, as células do tecido conjuntivo endometrial sofrem uma transformação chamada reação decidual.
As lacunas sinciciotrofoblásticas fusionam formando redes lacunares, os primórdios dos espaços intervilosos da placenta.
O mesoderma extraembrionário cresce rapidamente e forma o celoma extraembrionário (espaços dos órgãos para a organização destes). Com essa formação, a vesícula umbilical primária diminui e forma a vesícula umbilical secundária.
O FINAL da 2º semana é caracterizado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primárias.
*O córion forma a parede do saco coriônico.
3º SEMANA
O rápido desenvolvimento embrionário a partir do disco embrionário é caracterizado por: 
- Aparecimento da linha primitiva
- Desenvolvimento da notocorda
- Diferenciação das 3 camadas germinativas
Gastrulação: formação das camadas germinativas:
- O disco embrionário bilaminar é convertido em disco embrionário trilaminar.
- A gastrulação é o início da morfogênese. Este processo começa com a formação da linha primitiva.
Linha primitiva: No início da 3º semana, aparece uma faixa linear espessada do epiblasto, a linha primitiva. Assim que a linha primitiva surge, é possível identificar o eixo craniocaudal do embrião. A linha primitiva resulta da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Enquanto a linha primitiva se alonga, a extremidade cranial prolifera e forma o nó primitivo. Concomitantemente, um estreito sulco primitivo se desenvolve na linha primitiva que termina na fosseta primitiva.
Processo notocordal e notocorda: Algumas células mesenquimais migram cefalicamente do nó e fosseta primitivos, formando o processo notocordal. O processo notocordal cresce cefalicamente entre o ectoderma e endoderma, até alcançar a placa precordal, estas camadas (ectoderma e endoderma) fusionam-se formando a membrana orofaríngea localizada na futura área da cavidade oral (boca). Algumas células da linha primitiva migram cefalicamente de cada lado do processo notocordal e em torno da placa precordal. Elas se encontram formando o PRIMÓRDIO DO CORAÇÃO.
	A notocorda:
- Define o eixo do embrião
- Serve como base para o desenvolvimento do esqueleto axial (ossos da cabeça e coluna vertebral)
- Indica a futura área dos corpos vertebrais
	Restos da notocorda é o núcleo pulposo do disco intervertebral. Ela também induz a formação da placa neural, o primórdio do sistema nervoso.
Alantoide: está envolvido na formação inicial do sangue e desenvolvimento da bexiga urinária. Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias e veias umbilicais.
Neurulação – formação do tubo neural: Os processos envolvidos na formação da placa neural e pregas neurais constituem a neurulação. Estes processos estão completos ao final da 4º semana.
Placa neural e tubo neural: Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma embrionário forma a placa neural, dando origem ao sistema nervoso central, tais como outras estruturas, como a retina. Enquanto a notocorda se alonga, a placa neural se estende até a membrana orofaríngea.
	No fim da 3º semana, as pregas neurais começam a se fusionar, convertendo a placa neural em tubo neural.
	A neurulação se completa durante a 4º semana.
Formação da crista neural: Quando o tubo neural se separa do ectoderma da superfície, elas formam uma massa achatada e irregular, a crista neural. As células da crista neural também formam as bainhas dos nervos periféricos, a pia-máter e a aracnoide.
Desenvolvimento dos somitos: Próximo ao fim da 3º semana, o mesoderma paraxial se diferencia e começa a se dividir em pares cuboides, os somitos, em cada lado do tubo neural em desenvolvimento. Como os somitos são bem proeminentes, eles são usados para calcular a idade embrionária durante a 4º e 5º semanas. Os somitos dão ORIGEM a maior parte do esqueleto axial, músculos associados e derme.
Desenvolvimento do celoma intraembrionário: espaços que ocupam os órgãos. O mesoderma lateral divide o celoma em 2 camadas:
- Somatopleura: recobre o âmnio.
- Espancnopleura: cobre a vesícula umbilical.
	Durante o 2º mês, o celoma está dividido em 3 cavidades: cavidade pericárdica, cavidades pleurais e cavidade peritoneal.
Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: No início da 3º semana, há a formação dos vasos sanguíneos (vasculogênese). No final da 3º semana, desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária.
Vasculogênese e angiogênese:
- Vasculogênese: células formadoras de vasos, que se agregam e formam grupos de vasos chamados ilhotas sanguíneas.
- Angiogênese: Vasos se espalham por áreas não vascularizadas e se fundem com outros vasos.
	No final da 3º semana, o sangue circula e o coração começa a bater.
Desenvolvimento das vilosidades coriônicas: Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem formando redes anteriocapilares que logo se conectam com o coração embrionário através dos vasos.
4º SEMANA
 O tubo neural encontra-se aberto nos neuroporos rostral e caudal. O embrião agora apresenta um formato curvo devido aos dobramentos cefálico e caudal. O CORAÇÃO PRIMITIVO produz uma grande proeminência ventral e bombeia sangue. O neuroporo rostral encontra-se fechado no 26º dia. Os brotos dos membros superiores podem ser observados como pequenas protuberâncias nas paredes corporais
ventrolaterais. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores podem ser observados ao final da quarta semana. Rudimentos de muitos sistemas de órgãos, especialmente do sistema cardiovascular, já se encontram estabelecidos.
5º SEMANA
 As mudanças na forma corporal aqui ocorridos são menores em relação a quarta semana. O crescimento da cabeça excede com o crescimento das outras partes, rápido desenvolvimento das proeminências encefálicas e faciais. A face fica de frente a proeminência cardíaca. As cristas mesonéfricas indicam o local dos rins mesonéfricos (são os primórdios dos rins permanentes).
6º SEMANA
 O embrião faz movimentos espontâneos, também possuem reflexo ao toque. Os primórdios dos dedos – os raios digitais - começam a se desenvolver. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre 4 à 5 dias depois do desenvolvimento dos membros superiores. Saliências auriculares começam a se desenvolver para a formação da concha da orelha externa. Os olhos ficam maiores devido a pigmentos na retina. A cabeça é enorme em relação ao tronco e apresenta curvada para a proeminência cardíaca. Os intestinos entram no celoma embrionário na parte proximal do cordão umbilical.
7º SEMANA
 Aparecem chanfraduras entre os raios digitais nas placas das mãos, separando parcialmente os futuros dedos. A comunicação entre o intestino e a vesícula umbilical é reduzida ao ducto onfaloentérico.
8º SEMANA
 No início desta semana, os dedos das mãos estão individualizados, mas ainda apresentam membranas entre si. Pode ser observada chanfraduras entre os raios digitais dos pés. O plexo vascular do couro cabeludo já apareceu. Ao final do período, os dedos já estão individualizados. O movimento coordenado dos membros ocorre pela primeira vez durante esta semana. A ossificação primária se inicia no fêmur. No final da semana, o embrião já apresenta características humanas, no entanto, a cabeça ainda é desproporcional. As pálpebras estão se fechando. As aurículas da orelha externa começam a assumir a sua forma final. Embora exista diferenças entre a genitália externa, elas não são suficientes para permitir uma identificação acurada.