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SP3 - Desenvolvimento Embrionário

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1. Como ocorre a fecundação e como é o desenvolvimento do embrião até 8 semanas?Desenvolvimento Embrionário
3
2. Quais são os folhetos e anexos embrionários? Quais as suas respectivas funções?
3. Quando e como é feito a ultrassonografia, quais os tipos? (O que é possível ser identificado)
4. Como ocorre a diferenciação sexual? Como pode ser identificado o sexo do bebê?
5. Como calcular a idade gestacional?
6. Quais são as primeiras alterações fisiológicas na mãe e seus sintomas?
7. O que é o pré-natal e como ele é feito?
8. Quais são os fatores de infertilidade?
9. Qual a relação entre a idade da mulher e risco à gravidez?Como ocorre a fecundação e como é o desenvolvimento do embrião até 8 semanas?
MATURAÇÃO E FERTILIZAÇÃO DO ÓVULO
Oocitação
 Nos dias que precedem imediatamente a oocitação (ovocitação ou, de modo errôneo, ovulação), sob a influência do FSH e do LH, o folículo antral cresce rapidamente até um diâmetro de 25 mm, para se tornar um folículo maduro (folículo de De Graaf). Concomitantemente com o desenvolvimento final do folículo antral, ocorre elevação abrupta do LH, que faz com que o oócito primário complete a meiose I e o folículo entre no estágio maduro pré-ovulatório. Aproximadamente 3 horas antes da oocitação, a meiose II se inicia, mas o oócito fica parado na metáfase. Nesse período, a superfície do ovário começa a apresentar uma protrusão localizada e, no ápice, aparece um ponto avascularizado, o estigma. A alta concentração de LH aumenta a atividade da colagenase no ovário, resultando na digestão das fibras colágenas que cercam o folículo. Os níveis de prostaglandina também aumentam em resposta à onda de LH e causam contrações musculares locais na parede ovariana. Essas concentrações extruem o oócito, que, junto com suas células granulosas circunjacentes da região do cúmulo oóforo, se solta (oocitação) e flutua para fora do ovário. Algumas das células do cúmulo oóforo se rearranjam ao redor da zona pelúcida para formar a coroa radiada.
Corpo lúteo
Após a oocitação, as células granulosas que permanecem na parede do folículo roto junto com as células da teca interna são vascularizadas pelos vasos circunjacentes. Sob a influência do LH, essas células desenvolvem um pigmento amarelado e se tornam as células luteínicas, que formam o corpo lúteo e secretam estrógenos e progesterona. A progesterona, junto com alguns estrógenos, faz com que a mucosa uterina entre no estágio progestacional ou secretor, preparando-se para a implantação do embriãoA. Folículo vesicular maduro destacando-se da superfície ovariana. B. Oocitação. O oócito, na metáfase da meiose II, é liberado do ovário junto com um grande número de células do cúmulo oóforo. As células foliculares que permanecem dentro do folículo colapsado se diferenciam em células lúteas. C. Corpo lúteo. Grande, causado pela hipertrofia e pelo acúmulo de lipídios nas células granulosas e da teca interna. O restante da cavidade do folículo está preenchido com fibrina.
 Ainda no ovário, o óvulo se encontra no estágio de ovócito primário. Pouco antes de ser liberado do folículo ovariano, seu núcleo se divide por meiose, e o primeiro corpúsculo polar é expelido do núcleo do ovócito. O primeiro ovócito, em seguida, torna-se o segundo ovócito. Nesse processo, cada um dos 23 pares de cromossomos perde um de seus componentes, que se incorpora no corpúsculo polar que é expelido, deixando 23 cromossomos não pareados no ovócito secundário. É nesse momento que o óvulo, ainda no estágio de ovócito secundário, é expelido para a cavidade abdominal. Então, quase imediatamente, penetra na terminação fimbriada de uma das tubas uterinas (também chamadas de trompas de Falópio).
Entrada do óvulo na tuba uterina. Quando ocorre a ovulação, o óvulo, junto com uma centena ou mais de células anexas da granulosa que constituem a coroa radiada, é expelido diretamente para a cavidade peritoneal e deve, então, entrar em uma das tubas uterinas para atingir a cavidade uterina. As terminações fimbriadas de cada tuba uterina repousam naturalmente ao redor dos ovários. As superfícies internas dos tentáculos fimbriados são revestidas de epitélio ciliado, e os cílios são ativados pelo estrogênio ovariano, que faz com que eles batam em direção à abertura, ou óstio, da tuba uterina envolvida. Pode-se realmente ver uma corrente de líquido fluindo lentamente na direção do óstio. Assim, o óvulo entra em uma das tubas uterinas.
Embora suspeite-se de que muitos óvulos não consigam entrar nas tubas uterinas, estudos de concepção sugerem que até 98% dos óvulos são bem-sucedidos nessa tarefa. Na verdade, em alguns casos registrados, mulheres que tiveram um ovário e a tuba uterina oposta removidos deram à luz a vários filhos com relativa facilidade de concepção, o que demonstra que os óvulos podem entrar até mesmo na tuba uterina oposta.
Fertilização do óvulo. Depois que o homem ejacula o sêmen na vagina da mulher, durante a relação sexual, alguns espermatozoides são transportados dentro de 5 a 10 minutos na direção ascendente da vagina e através do útero e das tubas uterinas para as ampolas das tubas uterinas, que ficam próximas às terminações ovarianas das trompas. Esse transporte dos espermatozoides é auxiliado por contrações do útero e das tubas uterinas, estimuladas por prostaglandinas no líquido seminal masculino e também pela ocitocina liberada pela neuro-hipófise da mulher durante o seu orgasmo. De quase metade dos bilhões de espermatozoides depositados na vagina, alguns milhares conseguem chegar a cada ampola. A fertilização do óvulo normalmente ocorre na ampola de uma das tubas uterinas, pouco depois de o espermatozoide e o óvulo entrarem na ampola. Entretanto, antes que um espermatozoide consiga entrar no óvulo, ele deve primeiro penetrar nas múltiplas camadas de células da granulosa anexadas ao exterior do óvulo (a coroa radiada) e, então, fixar-se e penetrar na zona pelúcida, que circunda o óvulo.
Os espermatozoides mantêm a capacidade de fertilização por cerca de 48 a 72 h depois de adentrarem o sistema genital feminino. O óvulo, por sua vez, mantém-se viável para fertilização por cerca de 24 a 48 h após a ovulação. Se não ocorre fertilização, tanto o óvulo quanto os espermatozoides degeneram no sistema genital feminino. A fusão da cabeça do espermatozoide com o óvulo completa a segunda divisão meiótica deste e também dispara mecanismos que impedem a fertilização por múltiplos espermatozoides. Com a fertilização, reconstitui-se o número de 46 cromossomas, sendo esta célula diploide denominada zigoto. A partir daí, inicia-se o desenvolvimento de um embrião.
Durante a migração do zigoto pela tuba uterina em direção ao local de implantação na cavidade do útero, mitoses sucessivas formam a mórula cerca de 96 h após a fertilização. A mórula deixa a tuba uterina e alcança o útero em torno de 4 dias depois da fertilização; permanece suspensa na cavidade uterina enquanto se desenvolve em blastocisto e é nutrida por constituintes do líquido uterino neste período. As células externas do blastocisto, denominadas trofoblastos, participam do processo de implantação e formam os componentes da placenta. Viabilidade de espermatozoides no trato genital feminino: máx. 48 horas.
Primeira barreira - retenção de espermatozoides com baixa motilidade no muco vaginal (ácido)
Segunda barreira - muco do colo do útero, altamente viscoso (menos na ovulação - controle hormonal)
Passagem pelo útero - mudança de PH para alcalino aumenta motilidade
Passagem pelas trompas - retenção nas pregas, epitélio ciliado (contra fluxo laminar)
Dos aproximadamente 300 milhões de espermatozoides ejaculados cerca de 200 chegam na ampola do oviduto (tubas uterinas, o útero e a vagina), duração da passagem 5-45min.
Fases da fecundação
Passagem de um espermatozoide através da corona radiata. A dispersão das células foliculares da corona radiata que circunda o oócito e a zona pelúcida parece resultar principalmente da ação da enzima hialuronidase liberada do acrossoma do espermatozoide, mas as evidênciasdisso não são inequívocas. Enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar a dispersão. Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes na penetração da corona radiata.
Penetração da zona pelúcida. A passagem do espermatozoide através da zona pelúcida é a fase importante do início da fecundação. A formação de uma passagem também resulta da ação de enzimas liberadas do acrossoma. As enzimas esterase, acrosina e neuraminidase parecem causar lise (dissolução) da zona pelúcida, formando, assim, uma passagem para o espermatozoide penetrar o oócito. A mais importante dessas enzimas é a acrosina, uma enzima proteolítica
Assim que o espermatozoide penetra a zona pelúcida, ocorre a reação zonal, uma alteração nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a impermeável a outros espermatozoides. A composição dessa cobertura glicoproteica extracelular muda após a fecundação. Acredita-se que a reação zonal resulte da ação de enzimas lisossômicas liberadas por grânulos corticais próximos à membrana plasmática do oócito. O conteúdo desses grânulos, que são liberados no espaço perivitelino, também provoca alterações na membrana plasmática, tornando-a impermeável a outros espermatozoides.Capacitação dos espermatozoides
Espermatozoides necessitam de capacitação para que possam fertilizar o óvulo. Capacitação ocorre no trato reprodutivo feminino, por fatores secretados. Envolve:
· Remoção de colesterol da membrana do espermatozoide - por ligação com proteínas albumínicas no útero (aumento de PH intracelular e abertura de canais de cálcio - ativação de cascata de transdução de sinal intracelular)
· Perda de carboidratos específicos da superfície do espermatozoide (desbloqueio de sítios de ligação com proteínas da zona pelúcida)
A. Micrografia eletrônica de varredura dos espermatozoides ligados à zona pelúcida. B. As três fases da penetração no oócito. Na fase 1, os espermatozoides atravessam a barreira da coroa radiada; na fase 2, um ou mais espermatozoides penetram a zona pelúcida; e na fase 3, um espermatozoide penetra a membrana do oócito enquanto perde a própria membrana plasmática. O detalhe em B mostra um espermatozoide normal com o capuz acrossômico.
A. Oócito imediatamente antes da oocitação, mostrando o fuso da segunda divisão meiótica. B. Um espermatozoide penetrou o oócito, que terminou a segunda divisão meiótica. Os cromossomos do oócito estão dispostos no pró-núcleo feminino. As cabeças de vários espermatozoides estão presas na zona pelúcida. C. Pró-núcleos masculino e feminino. D e E. Os cromossomos ficam dispostos no fuso, separam-se longitudinalmente e se movem para polos opostos. F. Estágio de duas células
Fecundação
· Estimula o oócito a completar a segunda divisão meiótica
· Restaura o número diploide normal de cromossomos (46) no zigoto
· Resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos paternos e maternos
· Determina o sexo cromossômico do embrião
· Causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase maduro) e inicia a clivagem do zigoto.
 Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozoide. As membranas plasmáticas ou celulares do oócito e do espermatozoide se fundem e se rompem na região da fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide penetram no citoplasma do oócito, mas a membrana celular espermática (membrana plasmática) e as mitocôndrias não entram. A fosfolipase C-zeta do espermatozoide gera mudanças na concentração de cálcio que, por sua vez, reativam o ciclo celular no oócito
 Término da segunda divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino. Quando o espermatozoide penetra o oócito, este é ativado e termina a segunda divisão meiótica, formando um oócito maduro e um segundo corpo polar. Após a descondensação dos cromossomos maternos, o núcleo do oócito maduro se torna o pronúcleo feminino.
 Formação do pronúcleo masculino. No citoplasma do oócito, o núcleo do espermatozoide aumenta para formar o pronúcleo masculino, e a cauda do espermatozoide degenera. Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são indistinguíveis. Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA-1 n (haploide), 2 c (duas cromátides). O oócito contendo os dois pronúcleos haploides é denominado oótide. O oócito quase maduro após as primeiras divisões meióticas foi completado.
 Conforme os pronúcleos se fundem em uma única agregação diploide de cromossomos, a oótide se torna um zigoto. Os cromossomos no zigoto se organizam em um eixo de clivagem em preparação para a clivagem do zigoto.
 O zigoto é geneticamente único porque metade dos cromossomos é materna e a outra metade é paterna. O zigoto contém uma nova combinação de cromossomos diferente da combinação das células maternas e das paternas. Esse mecanismo é a base da herança biparental e da variação da espécie humana. A meiose possibilita a distribuição aleatória dos cromossomos paternos e maternos entre as células germinativas. O crossing-over dos cromossomos, por realocação dos segmentos dos cromossomos paterno e materno, “embaralha” os genes, produzindo uma recombinação do material genético. O sexo cromossômico do embrião é determinado na fecundação dependendo do tipo de espermatozoide (X ou Y) que fecunde o oócito. A fecundação por um espermatozoide que carreia o cromossomo X produz um zigoto 46 XX, que se desenvolve em um embrião feminino; já a fecundação por um espermatozoide que carreia o cromossomo Y gera um zigoto 46 XY, que se desenvolve em um embrião masculino.
· Liberação de enzimas do acrossomo para digestão da zona pelúcida
· Exposição de fertilinas da membrana interna do acrossoma (reconhecimento espécies específicas com óvulo)
A. Visão em contraste de fase do estágio pró-nuclear de um oócito humano fertilizado com pró-núcleos masculino e feminino. 
B. Estágio de duas células do zigoto humano.
Fusão das Membranas
Após penetração da zona pelúcida - contato da zona equatorial da cabeça do espermatozoide com membrana do ovócito secundário.
Fertilinas da membrana interna acrossômica e Izumo interagem com proteínas com áncora GPI e CD9 (tetraspaninas) na membrana do ovócito e iniciam a fusão de membranas dos gametas, seguida por reação cortical do ovócito e desbloqueio da meiose II. Apenas a cabeça do espermatozoide e centríolo e alguns mitocôndrios entram no ovócito; inicia-se a descompactação da cromatina parterna.
 
Clivagem: uma série de rápidas divisões celulares que resultam inicialmente na formação da mórula, um pequeno agregado de células semelhante a uma amora e, a seguir, a formação do blastocisto, uma esfera oca de células que contém uma cavidade central. 
 CLIVAGEM
Uma vez que o zigoto tenha alcançado o estágio de duas células, ele passa por uma série de divisões mitóticas, aumentando o número de células. Essas células, que se tornam menores a cada divisão de clivagem, são conhecidas como blastômeros. Até o estágio de oito células, elas formam um grupo sem associações entre si. Entretanto, após a terceira clivagem, os blastômeros maximizam seus contatos uns com os outros, formando uma bola compacta de células mantidas unidas por junções de oclusão. Esse processo, a compactação, segrega as células internas, que se comunicam intensamente por junções comunicantes, das células externas. Aproximadamente 3 dias após a fertilização, as células do embrião compactado se dividem novamente, formando uma mórula de 16 células (que lembra uma amora). As células internas da mórula constituem a massa celular interna, e as células circunjacentes compõem a massa celular externa. A massa celular interna origina os tecidos do embrião em si e a massa celular externa forma o trofoblasto, que mais tarde contribui para a formação da placenta. 
FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO
Por volta do período em que a mórula entra na cavidade uterina, um fluido começa a penetrar os espaços intercelulares da massa celular interna através da zona pelúcida. Gradualmente, esses espaços intercelulares se tornam confluentes e, finalmente, é formadauma única cavidade, a blastocele. Nesse período, o embrião é denominado blastocisto. As células da massa celular interna, chamada agora de embrioblasto, estão em um polo, e as da massa celular externa, ou trofoblasto, achatam-se e formam a parede epitelial do blastocisto. A zona pelúcida desaparece, possibilitando que a implantação comece. Nos seres humanos, as células trofoblásticas sobre o polo do embrioblasto começam a penetrar entre as células epiteliais da mucosa uterina por volta do sexto dia. Estudos recentes sugerem que a selectina L nas células trofoblásticas e seus receptores de carboidratos no epitélio uterino medeiem a ligação inicial do blastocisto ao útero. As selectinas são proteínas que se ligam a carboidratos, envolvidas nas interações de leucócitos com células endoteliais, e que viabilizam a “captura” dos leucócitos do sangue circulante. Um mecanismo semelhante é proposto, então, para a “captura” do blastocisto da cavidade uterina pelo epitélio uterino. Após a captura pelas selectinas, a ligação adicional e a invasão pelo trofoblasto envolvem as integrinas expressas pelo trofoblasto e as moléculas de matriz extracelular laminina e fibronectina. Os receptores de integrina para a laminina promovem a ligação, enquanto os para a fibronectina estimulam a migração. Essas moléculas também interagem com vias de transdução de sinal para regular a diferenciação do trofoblasto, de modo que a implantação é o resultado da ação mútua entre o trofoblasto e o endométrio. Assim, até o fim da primeira semana do desenvolvimento, o zigoto humano já passou pelos estágios de mórula e de blastocisto, e teve início a implantação na mucosa uterina.
FORMAÇÃO DO EPIBLASTO, DO HIPOBLASTO E DOS EIXOS CORPORAIS
 Sob a influência dos fatores de crescimento de fibroblastos (FGFs) no estágio inicial do blastocisto, as células no embrioblasto se diferenciam em células do epiblasto e hipoblasto. Inicialmente, essas células estão dispersas no embrioblasto, mas próximo ao momento de implantação, elas são segregadas de acordo com sua especificação para se tornar uma camada de células de epiblasto dorsalmente e células de hipoblasto ventralmente, adjacentes à cavidade do blastocisto. Assim, uma polaridade dorsal-ventral é estabelecida no embrião. Além disso, algumas das células do hipoblasto são especificadas para formar o endoderma visceral anterior (EVA), e essas células migram para o que se tornará a extremidade cranial do embrião. As células do EVA são classificadas como endoderma (como ocorre com todo o hipoblasto) e são responsáveis pela secreção de antagonistas nodais, incluindo cerberus e lefty1, que atuam nas células do epiblasto adjacentes para especificar a extremidade cranial do embrião. Na ausência desses inibidores, o nodal estabelece a linha primitiva na extremidade caudal do embrião. Dessa forma, o eixo embrionário craniocaudal é estabelecido próximo ao momento de implantação (5,5 a 6 dias).
A a D. Vários estágios da clivagem do zigoto. O período de mórula começa no estágio entre 12 e 16 células e termina quando ocorre a formação do blastocisto. E e F. Secções transversais dos blastocistos. A zona pelúcida desaparece no estágio de blastocisto tardio (5 dias). O segundo corpo polar mostrado em A é uma célula pequena e não funcional. A clivagem do zigoto e a formação da mórula ocorrem quando o zigoto em divisão passa ao longo da tuba uterina. A formação do blastocisto ocorre no útero. Embora a clivagem aumente o número de blastômeros, cada célula-filha é menor do que a célula-mãe. Como resultado, não há aumento no tamanho do embrião em desenvolvimento até a degeneração da zona pelúcida. Depois disso, o blastocisto cresce consideravelmente (F).
A. No estágio inicial do blastocisto, as células são especificadas para formar células do epiblasto e do hipoblasto, que estão espalhadas no embrioblasto. B. Próximo ao momento de implantação (dias 5,5 a 6), as células do hipoblasto se movem para formar uma camada ventral ao epiblasto e adjacente à cavidade do blastocisto. Além disso, algumas das células no hipoblasto formam o endoderma visceral anterior (EVA), e essas células migram para o que se tornará a extremidade do crânio do embrião. Aqui, elas sinalizarão as células do epiblasto próximas para formar estruturas cranianas. Observe que a formação e o posicionamento do hipoblasto e do EVA estabelecem os eixos embrionários dorso ventral e craniocaudal, respectivamente.
O ÚTERO NO MOMENTO DA IMPLANTAÇÃO
Durante a implantação, a mucosa uterina está na fase secretória, período no qual as glândulas e artérias uterinas se tornam espiraladas e o tecido fica espessado. Como resultado, podem ser reconhecidas no endométrio três camadas distintas: uma camada compacta superficial, uma camada esponjosa intermediária e uma camada basal fina. Normalmente, o blastocisto humano se implanta no endométrio ao longo da parede anterior ou posterior do corpo uterino, onde ele fica encaixado entre as aberturas das glândulas.
Se o oócito não for fertilizado, as vênulas e os espaços sinusoides gradualmente se tornam repletos de células sanguíneas, e é observada significativa diapedese de leucócitos do sangue para o tecido uterino. Quando começa a fase menstrual, o sangue escapa das artérias superficiais, e o estroma e as glândulas uterinas se fragmentam. Durante os 3 ou 4 dias seguintes, as camadas compacta e esponjosa são expelidas do útero e a camada basal é a única parte do endométrio que fica retida. Essa camada, que tem suas próprias artérias, as artérias basais, funciona como uma camada regenerativa para a reconstrução das glândulas e das artérias na fase proliferativa.
Implantação1. Oócito imediatamente após a oocitação; 2. Fertilização, aproximadamente 12 a 24 h após a oocitação; 3. Estágios de pró-núcleos masculino e feminino; 4. Fusão dos pró-núcleos e primeira divisão mitótica; 5. Estágio de duas células (aproximadamente com 30 h de idade); 6. Mórula contendo 12 a 16 blastômeros (aproximadamente 3 dias de idade); 7. Estágio de mórula avançada alcançando o lúmen uterino (aproximadamente 4 dias de idade); 8. Estágio inicial de blastocisto (aproximadamente 4,5 dias de idade; a zona pelúcida desapareceu); 9. Fase inicial da implantação (blastocisto com aproximadamente 6 dias de idade). O ovário apresenta estágios de transformação entre um folículo primário e um folículo pré-ovulatório, bem como um corpo lúteo. O endométrio uterino é mostrado na fase progestacional.
O blastocisto implanta-se na parede uterina aproximadamente 7 a 8 dias após a fertilização. Este período caracteriza-se pela receptividade uterina para a implantação e é referido como janela de implantação. A maior parte dos eventos fisiológicos fundamentais para o sucesso da implantação decorre de alterações cíclicas nas concentrações de hormônios ovarianos e de seus receptores, levando à maturação morfológica e funcional do endométrio. A implantação apresenta características similares às de um processo inflamatório, incluindo a indução de moléculas de adesão no endométrio, seguida de invasão e angiogênese.
Antes da implantação, o blastocisto separa-se da zona pelúcida; assim, as células trofoblásticas, agora desnudas, tornam-se carregadas negativamente e aderem ao endométrio, via glicoproteínas de superfície. Microvilos das células trofoblásticas interdigitam-se e formam complexos juncionais com as células endometriais. Na presença de progesterona proveniente do corpo lúteo, o endométrio sofre a decidualização, propiciando as condições para a implantação. Desse modo, 8 a 12 dias depois da ovulação o embrião penetra no epitélio uterino estando embebido no estroma endometrial.
A partir do 13o dia de desenvolvimento, o mesoderma somático extraembriônico surge na superfície dos trofoblastos e juntos formam o saco coriônico. Os trofoblastos do córion mantêm contato direto com as células decidualizadas do endométrio, formando duas populações celulares distintas: (1) o citotrofoblasto, que vai compor as células do vilo no início da gestação, e (2) o sinciciotrofoblasto,uma camada de células constituídas pela fusão da membrana de células do citotrofoblasto. Este sincício multinuclear é altamente diferenciado e inicia a secreção de gonadotrofina coriônica (hCG), que será fundamental para a manutenção do corpo lúteo.
No final da segunda semana de fertilização, os vilos coriônicos desenvolvem-se como cordões epiteliais dos citotrofoblastos. A vascularização desses cordões ocorre a partir do sistema vascular embrionário. Do lado materno, formam-se os sinusoides sanguíneos em torno destes cordões trofoblásticos, cujas células desenvolvem as vilosidades placentárias que são invadidas por capilares fetais. Nesta interface, acontecem as trocas gasosas entre o sangue materno e o fetal. O sangue fetal chega aos capilares das vilosidades placentárias pelas duas artérias umbilicais e, após as trocas com o sangue materno através da membrana placentária, retorna ao feto pela veia umbilical.
Desde a fertilização até a formação completa da placenta, depois das primeiras 7 a 9 semanas, o corpo lúteo mantém-se funcional, secretando esteroides ovarianos e garantindo assim a manutenção do embrião.
Resumo da primeira semana
· Os oócitos são produzidos pelos ovários (oogênese) e são expelidos deles durante a ovulação. As fímbrias da tuba uterina varrem o oócito para a ampola, onde ele pode ser fecundado. Geralmente somente um oócito é expelido na ovulação
· Os espermatozoides são produzidos nos testículos (espermatogênese) e armazenados nos epidídimos. A ejaculação do sêmen resulta na deposição de milhões de espermatozoides na vagina. Várias centenas deles passam através do útero e entram nas tubas uterinas
· Quando um oócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Como resultado, um oócito maduro e um segundo corpo polar são formados. O núcleo do oócito maduro constitui o pronúcleo feminino.
· Após o espermatozoide penetrar no oócito, a cabeça dele se separa da cauda e aumenta para se tornar o pronúcleo masculino. A fecundação se completa quando os pronúcleos masculino e feminino se unem e os cromossomos maternos e paternos se misturam na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto.
· À medida que o zigoto avança pela tuba uterina em direção ao útero, sofre clivagens (uma série de divisões mitóticas) em várias células menores, os blastômeros. Aproximadamente 3 dias após a fecundação, uma esfera de 12 ou mais blastômeros (a mórula) entra no útero.
· Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela cavidade blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto encapsula o embrioblasto e a cavidade blastocística e, depois, forma estruturas extraembrionárias e a parte embrionária da placenta
· Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto adere ao epitélio endometrial.
· O trofoblasto do polo embrionário se diferencia em duas camadas, uma externa, o sinciciotrofoblasto, e outra interna, o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo subjacente. Concomitantemente, forma-se uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície profunda do embrioblasto. Ao fim da 1a semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio.
Como discutido na primeira semana, a mórula — formada pela clivagem do zigoto — transforma-se em um blastocisto durante a primeira semana, consistindo em uma massa celular interna, ou embrioblasto, e um trofoblasto.
Muitos eventos ocorrem nos dois primeiros dias da segunda semana. Então, “uma regra de dois” constitui um mnemônico fácil para lembrar os eventos da segunda semana. Durante a segunda semana, o embrioblasto divide-se em duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto. O trofoblasto também dá origem a dois tecidos: o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto. Dois sacos vitelínicos se formam: inicialmente o primário e depois o secundário. Duas novas cavidades se formam: a cavidade amniótica e a cavidade coriônica. O mesoderma extraembrionário divide-se em duas camadas que revestem a cavidade coriônica, e o âmnio, saco vitelínico e córion se tornam membranas com duas camadas.
No começo da segunda semana, o embrioblasto divide-se em duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto, ou endoderma primitivo. Uma cavidade, denominada cavidade amniótica, desenvolve-se no polo embrionário do blastocisto, entre o epiblasto e o trofoblasto sobrejacente. Esta cavidade é rapidamente rodeada por uma fina camada de células derivadas do epiblasto. Forma-se, então, o revestimento do âmnio, uma das quatro membranas extraembrionárias. Os epiblastos e hipoblastos remanescentes constituem agora um disco embrionário bilaminar, ou blastoderma bilaminar, localizado entre a cavidade amniótica (dorsalmente) e a cavidade blastocística (ventralmente). As células do disco embrionário desenvolvem-se no próprio embrião e também contribuem para as membranas extraembrionárias. Durante a segunda semana, o hipoblasto aparentemente gera duas ondas migratórias de células endodérmicas para dentro da cavidade blastocística (blastocele). A primeira onda forma o saco vitelínico primário (ou a membrana exocelômica ou membrana de Heuser), e a segunda onda transforma o saco vitelínico primário em saco vitelínico secundário.
Na metade da segunda semana, a superfície interna do trofoblasto e a superfície externa do âmnio e do saco vitelínico são revestidas por um novo tecido, o mesoderma extraembrionário. Uma nova cavidade — o celoma extraembrionário ou cavidade coriônica — desenvolve-se com o mesoderma extraembrionário, dividindo-se em duas camadas. Com a formação e divisão do mesoderma extraembrionário, ambos o âmnio e o saco vitelínico (agora denominado saco vitelínico definitivo), tornam-se estruturas de camadas duplas: o âmnio, consistindo em ectoderma no lado interno e mesoderma no lado externo; e o saco vitelínico, consistindo em endoderma no lado interno e mesoderma no lado externo. Além disso, a parede mais externa do blastocisto é agora denominada córion; assim como o âmnio e o saco vitelínico, ele também apresenta uma camada de mesoderma.
Entretanto, a implantação continua. O trofoblasto se diferencia em duas camadas: um trofoblasto celular, denominado citotrofoblasto, e uma camada sincicial periférica que se expande, o sinciciotrofoblasto. Estas camadas do trofoblasto contribuem para formar as membranas extraembrionárias, não o próprio embrião. O sinciciotrofoblasto, o citotrofoblasto e o mesoderma extraembrionário associado, junto com o útero, iniciam a formação da placenta. Durante este processo, o tecido fetal forma projeções, as vilosidades coriônicas, que se estendem para dentro dos sinusoides sanguíneos maternos.
RESUMO
 No início da segunda semana, o blastocisto está alojado parcialmente no estroma endometrial. O trofoblasto se diferencia em uma camada interna, que prolifera ativamente, o citotrofoblasto; e em uma camada externa, o sinciciotrofoblasto, que invade os tecidos maternos. No nono dia, desenvolvem-se lacunas no sinciciotrofoblasto. Subsequentemente, os sinusoides maternos são erodidos pelo sinciciotrofoblasto, o sangue materno entra na rede lacunar e, por volta da segunda semana, começa uma circulação uteroplacentária primitiva. Enquanto isso, o citotrofoblasto forma colunas celulares que penetram e são cercadas pelo sincício, as vilosidades primárias. No fim da segunda semana, o blastocisto está completamente alojado e seu orifício de entrada na mucosa está fechado.
 Enquanto isso, a massa celular interna ou embrioblasto se diferencia em epiblasto e hipoblasto, formando, juntos, um disco bilaminar. As células epiblásticas originam os amnioblastos que recobrem a cavidade amniótica, superior à camada epiblástica. As células hipoblásticas são contínuas com a membrana exocelômica, e, juntas, elas recobrem a vesícula vitelínica primitiva. No fim da segunda semana, o mesoderma extraembrionário preenche internamente o espaço entre o trofoblasto e o âmnio, bem como a membrana exocelômica. Quandose desenvolvem vacúolos nesse tecido, forma-se o celoma extraembrionário ou cavidade coriônica. O mesoderma extraembrionário que recobre o citotrofoblasto e o âmnio é o mesoderma extraembrionário somático; a cobertura que cerca a vesícula vitelínica é o mesoderma extraembrionário esplâncnico.
A segunda semana do desenvolvimento é conhecida como a “semana do dois”:
1. O trofoblasto se diferencia em duas camadas: o citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto
2. O embrioblasto forma duas camadas: o epiblasto e o hipoblasto
3. O mesoderma extraembrionário se divide em duas camadas: as camadas somática e esplâncnica
4. Formam-se duas cavidades: a amniótica e a da vesícula vitelínica.
A implantação em locais anormais resulta em gravidez ectópicaIdentificar as estruturas formadas ao final da segunda semana: citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto, disco embrionário bilaminar (camada hipoblástica e camada epiblástica), anexos embrionários (saco amniótico, saco vitelino, pedículo do embrião e saco coriônico); relacionar os sítios de gestação ectópica.
Ocasionalmente um blastocisto se implanta na cavidade peritoneal, na superfície do ovário, dentro do oviduto ou em locais anormais no útero. O epitélio nesses locais anormais responde à implantação do blastocisto com um aumento da vascularização e outras alterações de suporte, o que faz com que o blastocisto esteja apto a sobreviver e a começar a se desenvolver. Essas gravidezes ectópicas geralmente ameaçam a vida da mãe, porque os vasos sanguíneos que se formam em locais anormais são propensos a sofrer rupturas como resultado do crescimento do embrião e da placenta. Tipicamente, a gravidez ectópica é revelada por sintomas de dor abdominal e/ou sangramento vaginal. Normalmente, é necessário o uso de droga (metiltrexato, que bloqueia a divisão celular) ou intervenção cirúrgica para interromper a gravidez.
Descrever o processo de gastrulação, a formação do disco embrionário trilaminar, da notocorda e do tubo neural (neurulação), os dobramentos e (terceira semana)
RESUMO
 O principal evento da terceira semana de gestação, a gastrulação, começa com a formação de uma estrutura longitudinal na linha mediana, a linha primitiva, do epiblasto próximo à extremidade caudal do disco embrionário bilaminar. A extremidade cefálica da linha primitiva expande-se e forma o nó primitivo; ela contém uma depressão circular denominada fosseta primitiva, que é contínua caudal e medianamente com uma depressão da linha primitiva denominada sulco primitivo. A fosseta e o sulco primitivos representam áreas de onde células deixam a linha primitiva e se movem para o interior do disco embrionário. Algumas dessas células invadem o hipoblasto, deslocando-as e substituindo-as por uma camada de endoderma definitivo. Outras migram bilateralmente a partir da linha primitiva, cefálica ou lateralmente, entre o endoderma e o epiblasto, e juntam-se para formar o mesoderma intraembrionário. Após completada a gastrulação, o epiblasto é denominado ectoderma. Assim, durante a gastrulação são formadas as três camadas germinativas primárias: ectoderma, mesoderma e endoderma. As camadas germinativas são os blocos primários de construção para a formação dos rudimentos dos órgãos.
A formação da linha primitiva define também, pela primeira vez, todos os principais eixos do corpo. Esses são: eixo craniocaudal (cefalocaudal ou cabeça-cauda), eixo dorsoventral (ou costas-barriga), eixo mediolateral e o eixo direito-esquerdo. Antes do disco embrionário plano dobrar-se para formar uma estrutura de corpo tridimensional do tipo tubo dentro de tubo, esses eixos permanecerão incompletamente delimitados.
Quando a gastrulação converte o disco embrionário bilaminar em um disco embrionário trilaminar, as subpopulações de células são posicionadas muito próximas entre si, proporcionando interações indutivas para criar padrões nas camadas e especificar novos tipos celulares. As primeiras células a se moverem através da linha primitiva e contribuírem com o mesoderma intraembrionário migram bilateral e cranialmente para formar o mesoderma cardiogênico. Um pouco mais tarde, durante o desenvolvimento, um tubo mesodérmico longitudinal de parede espessa estende-se cranialmente na linha mediana, a partir do nó primitivo. Esta estrutura, o processo notocordal, é o rudimento da notocorda. Migrando bilateralmente da linha primitiva e depois cefalicamente, logo na lateral do processo notocordal, estão as células que contribuem para a formação do mesoderma paraxial. Na futura região da cabeça, o mesoderma paraxial forma o mesoderma da cabeça. Na futura região do tronco, o mesoderma paraxial forma os somitos, uma série de condensações mesenquimais semelhantes a blocos em segmentos. Duas outras áreas de mesoderma intraembrionário se formam a partir da linha primitiva durante a gastrulação: o mesoderma intermediário e o mesoderma da placa lateral. O mesoderma intermediário contribui para a formação do sistema urogenital e o mesoderma da placa lateral contribui para a formação da parede do corpo e da parede do intestino (sistema gastrointestinal).
Durante a gastrulação, o principal evento indutivo ocorre no embrião: a indução neural. Nesse processo, o nó primitivo induz o ectoderma suprajacente a se espessar como placa neural, o primeiro rudimento do sistema nervoso central.
Durante o desenvolvimento subsequente, a placa neural irá se dobrar em um tubo neural. Células da crista neural se originam nas margens laterais da placa neural durante a formação do tubo neural. Também durante o desenvolvimento subsequente, o endoderma definitivo irá se dobrar e formar três subdivisões no intestino primitivo: intestino anterior, intestino médio e intestino posterior. O endoderma cranial da linha média, localizado logo cranialmente à extremidade da notocorda em extensão, forma uma área espessada denominada placa precordal. Ela contribui para a formação da membrana orofaríngea durante o desenvolvimento mais tardio e é um importante centro de sinalização para criar padrões na placa neural suprajacente. Com a formação das subdivisões no endoderma, mesoderma e ectoderma no final da terceira semana, durante a gastrulação, é estabelecida a formação do plano corporal de um tubo dentro de um tubo e a subsequente organogênese – processo pelo qual os rudimentos primitivos dos órgãos são estabelecidos e são subsequentemente diferenciados para formar todos os principais sistemas de órgãos.
O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar durante a 3a semana é caracterizado por:
· Aparecimento da linha primitiva
· Desenvolvimento da notocorda
· Diferenciação das três camadas germinativas.
A 3a semana do desenvolvimento coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, isto é, 5 semanas após o primeiro dia do último período menstrual normal. Frequentemente, a interrupção da menstruação é o primeiro indício de gravidez. Aproximadamente 5 semanas após o último período menstrual normal, uma gravidez normal pode ser detectada por ultrassonografia.
A linha primitiva forma-se no início da terceira semana e marca os três eixos do corpo
Por volta do 15º dia do desenvolvimento, forma-se um espessamento contendo um sulco na linha mediana, que se estende ao longo do plano sagital mediano do disco embrionário, que agora assume sua forma oval. No curso do próximo dia, este espessamento, denominado linha primitiva, alonga-se para ocupar cerca de metade do comprimento do disco embrionário, e o sulco, denominado sulco primitivo, torna-se mais profundo e mais definido. A extremidade cranial da linha primitiva se expande em uma estrutura denominada nó primitivo. Ele contém uma depressão denominada fosseta primitiva, que é contínua caudalmente com o sulco primitivo.
A formação da linha primitiva define todos os principais eixos corporais. A linha primitiva se forma na linha mediana caudal do disco embrionário, definindo, assim, o eixo craniocaudal (ou cefalocaudal) e o eixo mediolateral (com a linha primitiva formando-sena linha mediana). Quando o epiblasto é observado olhando-se para baixo, quando se está dentro da cavidade amniótica e quando se está virado para sua terminação cranial, o que está à direita da linha primitiva representa o lado direito do embrião e o que está à esquerda representa o lado esquerdo, devido à formação da linha primitiva na linha mediana. Assim, a formação da linha primitiva também define o eixo esquerdo-direito. No momento da formação da linha primitiva, o futuro eixo dorsoventral do disco embrionário é grosseiramente equivalente ao seu eixo ectoderma-endoderma. Mais tarde, com o dobramento do corpo e a formação do plano corporal do tipo tubo dentro de tubo, o eixo dorsoventral torna-se mais bem definido.
A formação da linha primitiva anuncia o início da gastrulação. Durante a gastrulação, as células do epiblasto movem-se em direção à linha primitiva, entram nela e então migram para fora dela como células individuais. O movimento das células através da linha primitiva e para o interior do embrião é denominado ingressão.
Gastrulação: a reorganização das células na região embrionária do blastocisto implantado em três folhetos germinativos primários: ectoderma, mesoderma e endoderma, para formar o disco embrionário.
Durante a gastrulação, os três eixos corporais cardinais são estabelecidos. No embrião e no feto, esses três eixos são denominados eixos dorsoventral, craniocaudal e mediolateral. Eles são equivalentes, respectivamente, aos eixos anteroposterior, superoinferior e mediolateral do adulto.
A. Vista dorsal de um embrião pré-somítico de 16 dias. A linha primitiva e o nó primitivo estão visíveis. B. Vista dorsal de um embrião pré-somítico de 18 dias. O embrião é periforme, com sua região cefálica mais larga do que sua extremidade caudal. C. Vista dorsal de um embrião humano de 18 dias. Observe o nó primitivo e, estendendo-se a partir dele, a notocorda. A vesícula vitelínica tem aspecto mosqueado. O comprimento do embrião é de 1,25 mm, e sua maior largura é de 0,68 mm.
A. Vista dorsal do embrião pré-somítico tardio (aproximadamente 19 dias). O âmnio foi removido, e a placa neural é claramente visível. B. Vista dorsal de um embrião humano com 19 dias. C. Vista dorsal de um embrião com aproximadamente 20 dias apresentando somitos e formação do sulco neural com as pregas neurais. D. Vista dorsal de um embrião humano com 20 dias.
Formação do endoderma definitivo
No 16o dia, os epiblastos nas laterais da linha primitiva começam a se mover para dentro dela e a sofrer uma transformação epitélio-mesenquimal (EMT). Um epitélio consiste em folhas com células de formato regular (frequentemente cuboidais) intimamente interconectadas entre si por suas superfícies laterais; um mesênquima consiste em células com formatos muito mais irregulares (frequentemente estreladas) e frouxamente conectadas. Com frequência, durante a EMT, as células do epiblasto alongam-se e assumem uma forma de frasco ou garrafa, desprendendo-se de suas vizinhas à medida que estendem processos denominados pseudopódios (como também processos mais finos, denominados filopódios, e mais achatados, denominados lamelipódios), os quais permitem a sua migração através da linha primitiva no espaço entre o epiblasto e o hipoblasto (ou dentro do próprio hipoblasto). Esse movimento coletivo de células pela linha primitiva e para o interior do embrião, para formar as três camadas germinativas primárias, constitui a gastrulação. As primeiras células ingressantes do epiblasto invadem o hipoblasto e deslocam suas células, substituindo completamente os hipoblastos por uma nova camada de células, o endoderma definitivo. O endoderma definitivo origina o futuro revestimento do tubo digestivo e de seus derivados.
Formação do mesoderma intraembrionário
 
Iniciando no 16o dia, algumas células do epiblasto migram através da linha primitiva, estendem-se pelo espaço entre o epiblasto e o endoderma definitivo nascente e formam uma terceira camada germinativa, o mesoderma intraembrionário. Essas células migram bilateralmente a partir da linha primitiva e formam inicialmente uma camada de células frouxas entre o epiblasto e o endoderma. Logo depois, a camada se reorganiza para formar as quatro subdivisões principais do mesoderma intraembrionário: o mesoderma cardiogênico, o mesoderma paraxial, o mesoderma intermediário (também denominado nefrótomo) e o mesoderma da placa lateral. Além disso, uma quinta população de células mesodérmicas migra cranialmente a partir do nó primitivo para formar um tubo de paredes espessas na linha média, denominado processo notocordal.
 Durante a 3ª semana do desenvolvimento, duas tênues depressões se formam no ectoderma, uma na extremidade cranial do embrião, sobrejacente à placa precordal, e outra na extremidade caudal, atrás da linha primitiva. No final da terceira semana, o ectoderma nessas áreas fusiona-se intimamente com o endoderma subjacente, excluindo o mesoderma e formando membranas bilaminares. A membrana cefálica é denominada membrana orofaríngea e a membrana caudal é a membrana cloacal. Posteriormente, as membranas orofaríngea e cloacal passam a ser as extremidades cegas do tubo intestinal. A membrana orofaríngea se rompe na quarta semana para formar a abertura da cavidade oral, enquanto a membrana cloacal se desintegra mais tarde, na sétima semana, para formar as aberturas do ânus e dos tratos urinário e genital.
Formação do ectoderma
 
 Uma vez completada a formação do endoderma definitivo e do mesoderma intraembrionário, as células do epiblasto não mais se movem nem ingressam pela linha primitiva. Agora, o epiblasto remanescente constitui o ectoderma, que rapidamente se diferencia em placa neural na região central do disco embrionário e em ectoderma cutâneo na região periférica. Entretanto, o embrião desenvolve-se em uma sequência craniocaudal, de forma que epiblastos não estarão mais presentes cranialmente quando houver epiblasto na região caudal movendo-se para a linha primitiva e sofrendo ingressão. Finalmente, o processo de gastrulação se completa. Nesse momento, a formação das três camadas germinativas definitivas do disco embrionário trilaminar – ectoderma, mesoderma e endoderma definitivo – estará completa em todo o disco. Assim, todas as três camadas germinativas derivam do epiblasto durante a gastrulação (observação: alguns livros-texto denominam o epiblasto como ectoderma primitivo, mas, pelo fato de o epiblasto originar o mesoderma, o endoderma e o ectoderma, o termo epiblasto é mais apropriado).
	
Desenvolvimento dos somitos: Descrever a importância dos somitos para determinação da idade do embrião.
Além da notocorda, as células derivadas do nó primitivo formam o mesoderma paraxial. Próximo ao nó, essa população aparece com uma coluna grossa e longitudinal de células. Cada coluna está em continuidade com o mesoderma intermediário, que gradualmente se adelgaça p/ formar a camada de mesoderma lateral. 
O mesoderma lateral está em continuidade com o mesoderma extra-embrionário que cobre o saco vitelíneco e o âmnio. Próximo ao fim da terceira semana, o mesoderma paraxial diferencem-se e começam a dividir-se em pares de corpos cuboide, somitos. Esses blocos de mesoderma estão localizados em cada lado do tubo neural em desenvolvimento. Cerca de 38 pares de somitos são formados durante o período somático do desenvolvimento humano. Novos somitos aparecem em uma velocidade de aproximadamente três pares por dia, até que, no final da quinta semana, 42 a 44 pares de somitos estão presentes. 
Os somitos aparecem primeiro na futura região occipital do embrião. Logo avançam cefalocaudalmente, dando origem a maior parte do esqueleto axial e aos músculos associados. O primeiro par de somitos aparece no final da terceira semana, e os pares subsequentes se formam em uma sequência cefalocaudal. 
Somitos cefálicos são os mais velhos, e os caudais, os mais jovens. SOMITOS SÃO UMA MODIFICAÇÃO DO MESODERMA PARAXIAL.
A formação dos somitos a partirdo mesoderma paraxial envolve a expressão dos genes das vias WNT, FGF e NOTCH (via de sinalização Notch), dos genes HOX e outros fatores de sinalização. Além disso, a formação dos somitos a partir do mesoderma paraxial é precedida pela expressão de fatores de transcrição forkhead FoxC1 e FoxC2, e o padrão segmentar craniocaudal dos somitos é regulado pela via de sinalização Delta-Notch. Um oscilador ou relógio molecular foi proposto como mecanismo responsável pelo sequenciamento ordenado dos somitos. Tbx6, um membro da família do gene T-box, desempenha importante papel na somitogênese.
Existem quatro pares occipitais, oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares e oito a 10 coccígeos. São os somitos mais superficiais que formam os músculos da derme. 
4ª SemanaDescrever a sequência de dobramentos do embrião (4a a 8a semana) e caracterizar os eventos da organogênese.
 Durante a 4ª semana, as camadas de tecido estabelecidas na 3ª semana diferenciam-se para formar o primórdio da maioria dos grandes sistemas de órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, o disco embrionário sofre um processo de dobramento que cria a forma básica do corpo dos vertebrados, denominada plano corporal de tubo dentro de um tubo. A principal força responsável pelo dobramento embrionário é o crescimento diferencial das diversas regiões do embrião. O disco embrionário cresce vigorosamente durante a 4a semana, especialmente no comprimento, enquanto o crescimento do saco vitelínico fica estagnado. Considerando que a borda externa do endoderma embrionário é anexada ao saco vitelínico, a expansão do disco gera uma protuberância de forma convexa. O dobramento começa no crânio e nas regiões laterais do embrião no 22o dia, e na região caudal no 23o dia. Como resultado da dobra, as bordas craniais, lateral e caudal do disco embrionário são levadas juntas ao longo da linha mediana ventral. As camadas endodérmicas, mesodérmicas e ectodérmicas do disco embrionário fundem-se com a camada correspondente no lado oposto, criando-se assim um corpo tridimensional em forma tubular. O processo de fusão na linha média transforma o endoderma embrionário plano no tubo intestinal. Inicialmente, o intestino consiste em um tubo cego nas extremidades cranial e caudal – intestino anterior e intestino posterior, respectivamente, separados por um futuro intestino médio, que permanece aberto para o saco vitelínico. Como as bordas laterais das diversas camadas do disco embrionário continuam a se unir ao longo da linha média ventral, o intestino médio é progressivamente convertido em um tubo e, correspondentemente, o saco vitelínico fica reduzido a um ducto vitelínico delgado. Quando as bordas do ectoderma se fundem ao longo da linha ventral, o espaço formado no interior do mesoderma da placa lateral é fechado no embrião e se torna o celoma intraembrionário. O mesoderma da placa lateral origina as membranas serosas que revestem o celoma – o mesoderma somático cobre a superfície interna da parede do corpo e o mesoderma esplâncnico reveste o tubo digestivo.
 A neurulação converte a placa neural em um tubo neural oco recoberto pelo ectoderma cutâneo. O tubo neural, em seguida, começa a se diferenciar em cérebro e medula espinhal. Antes mesmo do fim da 4ª semana, grandes regiões do cérebro – proencéfalo, mesencéfalo e robemcéfalo – tornam-se evidentes e neurônios e glia começam a se diferenciar no neuroepitélio do tubo neural. Com o decorrer da neurulação, células da crista neural separam-se das bordas laterais das dobras neurais e migram para vários locais do organismo, onde se diferenciam para formar uma grande variedade de estruturas e tipos celulares.
 Os somitos continuam surgindo no mesoderma paraxial até o 30o dia, em progressão craniocaudal. Enquanto isso, a partir do início da região cervical, os somitos subdividem-se em dois tipos de primórdios mesodérmicos: dermomiótomo e esclerótomos. Os dermomiótomos contribuem com a derme do pescoço e do tronco, e também com os miótomos, que formam a musculatura segmentada das costas e da parede ventrolateral do corpo. Além disso, os miótomos dão origem a células que migram para os brotos dos membros e formam a musculatura do membro. Os esclerótomos dão origem aos corpos vertebrais e aos arcos vertebrais e contribuem para a base do crânio.
É durante a quarta semana do desenvolvimento embrionário que os folhetos germinativos estabelecidos na terceira semana se diferenciam de modo a formar o primórdio dos grandes sistemas de órgãos do corpo. Ao mesmo tempo, o disco embrionário trilaminar sofre um processo de dobramento. É através desse processo que o embrião de formato laminar, plano e achado, assume uma forma cilíndrica e mais parecida com a forma corporal a qual estamos habituados.
Organogênese: a formação dos primórdios dos órgãos e dos sistemas de órgãos. O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao final da oitava semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do sistema cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano
Derivados das camadas germinativas
As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) formadas durante a gastrulação dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. A especificidade das camadas germinativas, entretanto, não é rigidamente fixa. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e diferenciam em padrões enquanto formam os diversos sistemas de órgãos. Os principais derivados das camadas germinativas são os seguintes:
· Ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico; aos epitélios sensoriais dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medula das glândulas suprarrenais e as meninges do encéfalo e da medula espinal
· Mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e estriado, ao coração, ao sangue e aos vasos linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos; aos ductos genitais; às membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e membrana peritoneal); ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais
· Endoderma dá origem ao revestimento epitelial dos sistemas digestório e respiratório; ao parênquima (tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas; às glândulas tireoide e paratireoide; ao timo; ao fígado e ao pâncreas; ao epitélio de revestimento da bexiga urinária e da maior parte da uretra e ao epitélio de revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba auditiva.
Desenvolvimento Camadas Germinativas
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO
 Como dito, o dobramento do embrião é um evento muito importante no estabelecimento da forma corporal. O dobramento ocorre como resultado de um crescimento rápido e diferencial das diversas regiões do embrião. Esse crescimento diferencial faz com que o embrião sofra dois dobramentos em sentidos distintos, isto é, há um dobramento no plano mediano e um dobramento no plano horizontal. Isso ocorre porque a velocidade de crescimento das laterais do disco embrionário não acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior do embrião, que, por sua vez, aumenta rapidamente o seu comprimento. O dobramento no crânio e nas regiões laterais do embrião começa a partir do 22º dia, enquanto, na região caudal, começa no 23º dia. A partir de então, o dobramento das extremidades cranial e caudal e o dobramento lateral do embrião ocorrem simultaneamente. Além disso,concomitantemente também há uma constrição relativa na junção do embrião com a vesícula umbilical. 
 Dessa forma, o disco embrionário cresce vigorosamente durante a quarta semana, porém o crescimento do saco vitelínico fica estagnado. Os dobramentos fazem com que as regiões cranial e caudal se movam ventralmente, conforme o embrião se alonga. Os dobramentos mediano e horizontal serão descritos detalhadamente a seguir. Entretanto, antes de tratarmos sobre cada um deles especificamente, é preciso entender o porquê de o crescimento celular levar à movimentação das estruturas para a região ventral do embrião, e não somente levar à um aumento de tamanho com o mesmo formato laminar original. Isso é devido ao fato de a notocorda, o tubo neural e os somitos em desenvolvimento enrijecerem o eixo dorsal do embrião. Dessa forma, os dobramentos são concentrados nas bordas externas e flexíveis do disco. É por isso que as bordas craniana, caudal e laterais do disco se dobram sob as estruturas axiais dorsais, dando origem assim à superfície ventral do corpo. Por fim, vale lembrar que, apesar de possuírem nomes diferentes, todas as dobras acabam por tornarem-se contínuas na posição do que virá a ser o umbigo, formando como um anel de tecidos. 
 O dobramento mediano do embrião ocorre no sentido craniocaudal e é através dele que o se dá o alongamento embrionário em comprimento. Ele ocorre em consequência do rápido crescimento embrionário no eixo notocordal, isto é, do maior eixo do embrião, e que não é acompanhado pelo crescimento das laterais. O crescimento da região cranial do embrião, que começa no 22º dia, e da região caudal, que se inicia no dia seguinte, levam à formação de duas pregas, a prega cefálica ou neural e a prega caudal respectivamente. 
Prega cefálica
 Na região cranial do embrião, a prega neural forma o primórdio do encéfalo no início da quarta semana. Inicialmente, devido à proliferação celular, o encéfalo em desenvolvimento, chamado prosencéfalo, projeta-se ligeiramente na direção dorsal, para a cavidade amniótica. Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente, indo além da membrana orofaríngea, e então coloca-se sobre o coração em desenvolvimento.
 Em seguida, pelo processo contínuo de crescimento do prosencéfalo, as estruturas mais craniais do embrião são curvadas ventralmente. Isso significa dizer que o septo transverso, a área cardiogênica (coração primitivo e celoma pericárdico) e a membrana orofaríngea são deslocadas para a superfície ventral do embrião. Dessa forma, a membrana orofaríngea é transferida para a região da futura boca enquanto a área cardiogênica e o septo transverso vão para a posição relativa ao futuro tórax. Após esse dobramento da cabeça, o septo transverso assume posição caudal ao coração. Posteriormente, ele se desenvolverá de modo a formar parte do mesentério abdominal do estômago do duodeno e, principalmente, o tendão central do diafragma, permanecendo assim com a sua função de separação entre as cavidades torácica e abdominal.
 Outro acontecimento importantíssimo do dobramento cranial do embrião é a formação do intestino anterior. Ele é o primórdio da faringe, do esôfago e do sistema respiratório inferior. Localiza-se entre o prosencéfalo e o coração primitivo, sendo que a membrana orofaríngea o separa da boca primitiva, o estomodeu. O estabelecimento do intestino anterior se dá pela incorporação de parte do endoderma da vesícula umbilical (saco vitelínico) ao embrião, como consequência da movimentação ventral da prega neural. Por fim, a prega cefálica também afeta o arranjo do celoma embrionário, isto é, o primórdio da cavidade corporal. Antes do dobramento, o celoma consiste em uma cavidade achatada e em formato de ferradura. Após o dobramento cefálico, o celoma pericárdico, parte da área cardiogênica, assume posição ventral ao coração e cranial ao septo transverso. Além disso, vale lembrar que, nesse estágio, ainda há ampla comunicação entre o celoma intraembrionário e o celoma extraembrionário em ambos os lados. 
Prega caudal
Assim como ocorre na extremidade cefálica do embrião, a extremidade caudal também se dobra com o surgimento de uma prega, agora chamada prega caudal. Ela se forma a partir do 23º dia e é consequência do rápido alongamento da parte distal do tubo neural, que constitui o primórdio da medula espinhal. À medida que o embrião cresce, a prega caudal se projeta sobre a membrana cloacal, que futuramente dará origem ao ânus. 
Organogênese
· Sistema nervoso central
· Surge das pregas neurais → tubo neural + crista neural
· – 2/3 craniais/rostrais do tubo neural → cérebro
· – 1/3 Caudal do tubo neural → medula espinal, nervos
· – Crista neural → nervos periféricos, sistema nervoso autônomo
· Sistema cardiovascular
· Surge do tubo cardíaco → coração e grandes vasos
· Os precursores cardiogênicos formam o primeiro campo cardíaco na extremidade cranial do embrião
· Tubos endocárdicos laterais unidos por dobramento embrionário → Tubo cardíaco primitivo
· Circunferência, remodelação, septação do tubo cardíaco primitivo → coração definitivo de quatro câmaras
· Conotronco = trato de saída primitivo que se divide → vias de saída ventriculares
· Sistema respiratório
· Intestino anterior → divertículo respiratório → primeiros ramos brônquicos → três ramos secundários brônquicos à direita + dois à esquerda → bronquíolos terminais → bronquíolos respiratórios → alvéolos primitivos
· Sistema gastrointestinal
· Dobra embrionária precoce → tubo endodérmico → intestino anterior, intestino médio, intestino posterior
· Intestino anterior (terminação cega na membrana orofaríngea) → esôfago, estômago, duodeno proximal
· Fígado, vesícula biliar, ducto cístico e pâncreas surgem dos divertículos duodenais
· Intestino médio (inicialmente aberto para vesícula vitelina) → duodeno distal para 2/3 do cólon proximal transverso
· O futuro íleo alonga-se rapidamente → rotação primária do intestino, que se hernia na base do cordão umbilical, girando 90°
· Durante a retração na cavidade peritoneal, a rotação adicional de 180° assegura a orientação normal do intestino com o ceco para a direita, flexão duodenojejunal à esquerda
· Intestino posterior (terminação cega na membrana cloacal) → 1/3 distal do cólon transverso para o reto
· Expansão terminal do tubo do intestino posterior primitivo → cloaca
· O septo uroretal divide a cloaca em seio urogenital + canal dorsal anorretal
· Sistema geniturinário
· Mesoderme intermediária → pronefros, mesonefros, metanefros
· Mesonefros → rins rudimentares ligados à cloaca por ductos mesonéfricos
· Ductos mesonéfricos → broto uretral → sistema coletor
· Ligação do broto ureteral ao blastema metanéfrico → indução da formação de néfrons
· A bexiga surge da cloaca e da alantoide
· A bexiga é separada do reto pelo seio urogenital
· Sistema musculoesquelético
· As extremidades superiores e inferiores desenvolvem-se de brotos de membros individuais
Desenvolvimento Embrionário
· Disco embrionário bilaminar se forma quando o embrioblasto se divide em epiblasto e hipoblasto
· Hipoblasto = endoderma primitivo
· As células do hipoblasto migram em volta da cavidade do blastocisto para criar a vesícula vitelina primária
· Hipoblasto + vesícula vitelina primária dão origem ao mesoderma extraembrionário (células fracamente associadas que preenchem a cavidade do blastocisto em torno da vesícula vitelina primária)
· A segunda onda de migração de células do hipoblasto cria a vesícula secundária, que desloca a vesícula vitelina primária
· O mesoderma extraembrionário divide-se em duas camadas, criando a cavidade coriônica (celoma extraembrionário)
· A cavidade coriônica separa o embrião/âmnio/vesícula vitelina do córion (parede externa do blastocisto)
· O epiblasto contribui para o embrião e dá origem ao âmnio
· Líquido é uma coleção entre o epiblasto e o trofoblasto
· Uma camada do epiblasto se diferencia em membrana amniótica, separando a nova cavidade do citotrofoblasto
· Disco trilaminar
· Desenvolve-se através do processode gastrulação, que move as células para novas localizações com indução resultante
· Três camadas germinativas primárias = ectoderma, mesoderma, endoderma
· Os eixos corporais também são determinados pela gastrulação
· O disco se alonga e se dobra → série de estruturas tubulares → sistemas de órgãos principais
· Ectoderma → placa neural → tubo neural + células da crista neural
· Tubo neural → cérebro e medula espinal
· Células da crista neural migram do tubo neural → muitas estruturas e tipos de células diferentes
· Mesoderma
· Mesoderma cefálico → músculos do rosto, mandíbula e garganta
· Processo notocordal
· Mesoderma cardiogênico
· Somitos → maior parte do esqueleto axial
· Mesoderma Intermediário → sistema geniturinário
· Mesoderma da placa lateral → parede abdominal e paredes do intestino
· Endoderme
· Intestino anterior, intestino médio, intestino posterior (membrana orofaríngea → boca)
QUINTA SEMANA
As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando comparadas àquelas ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça excede o de outras regiões. O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais. A face logo faz contato com a proeminência cardíaca. O rápido crescimento do segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto arcos, formando uma depressão lateral de cada lado, o seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos, que em humanos, são órgãos excretores provisórios.
A: Micrografia eletrônica de varredura da região craniofacial de um embrião humano com aproximadamente 32 dias (estágio Carnegie 14, 6,8 mm). Três pares de arcos faríngeos estão presentes. As proeminências maxilares e mandibulares do primeiro arco estão visivelmente delimitadas. Observe um grande estomodeu (boca) localizado entre as proeminências maxilar e as proeminências mandibulares fusionadas. B: Desenho da micrografia eletrônica de varredura ilustrando as estruturas mostradas em A. Fonte: Moore Embriologia clínica
A: Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 14, aproximadamente com 32 dias. O segundo arco faríngeo cresceu sobre o terceiro arco, formando o seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local do rim mesonéfrico, um rim transitório. B: Ilustração das estruturas mostradas em A.Fonte: Moore Embriologia clínica
· Rápido crescimento do encéfalo e proeminências faciais, fazendo com que o crescimento da cabeça exceda o crescimento de outras regiões e a face fica em contato com a eminência cardíaca.
· Formação do seio cervical, uma depressão ectodérmica lateral, formado pelo crescimento do segundo arco faríngeo lateral que se superpõe ao terceiro e quarto arcos.
· Os brotos dos membros superiores adquirem a forma de remos, e os dos membros inferiores, de nadadeiras.
· As Cristas Nefrogênicas indicam o sítio dos Rins Mesonéfricos.
SEXTA SEMANA
Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio apresentam respostas reflexas ao toque. Os membros superiores começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas mãos. Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios digitais, iniciam seu desenvolvimento nas placas das mãos.
A: Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 17, aproximadamente com 42 dias. Os raios digitais estão visíveis na placa na mão, indicando o futuro local dos dedos. B: Desenho ilustrando as estruturas mostradas em A. Os olhos, as saliências auriculares e o meato acústico externo estão agora evidentes. Fonte: Moore Embriologia clínica
 O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas intumescências, as saliências auriculares, se desenvolvem ao redor do sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-se o meato acústico externo (canal da orelha externa). As saliências auriculares contribuem para a formação da aurícula (pavilhão), a parte em forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina. Por causa do surgimento dos precursores dos ouvidos, olhos e palmas das mãos essa semana é muito relacionada aos sentidos. A cabeça é agora relativamente muito maior do que o tronco e está dobrada sobre a proeminência cardíaca. A posição da cabeça resulta da flexão da região cervical (pescoço). O tronco e o pescoço começam a endireitar- -se e o intestino penetra no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido crescimento do intestino.
· As placas das mãos se desenvolvem nos membros superiores. Os raios digitais (primórdio dos dedos) começam a se desenvolver. Os membros inferiores se desenvolvem um pouco mais tarde que os membros superiores.
· Os embriões nessa semana já apresentam movimentos espontâneos como contrações bruscas do tronco e dos membros.
· Saliências auriculares se formam em torno do sulco branquial faríngeo, entre os dois primeiros arcos. Esse sulco formará o meato auditivo externo e as saliências se fundem para formar a aurícula.
· Olho é bem evidente e o pigmento retiniano já se formou. (Figura 4)
· A cabeça é muito maior que o tronco e se dobra sobre a grande saliência cardíaca. Essa posição da cabeça resulta do encurvamento da região cervical.
· O tronco e o pescoço já se tornaram retos.
· O embrião nessa fase apresenta resposta reflexa ao toque.
SÉTIMA SEMANA
Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. Chanfraduras aparecem entre os raios digitais, sulcos que separam as áreas das placas das mãos e dos pés, que indicam claramente os dedos. A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida. Nesse momento, pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico. Ao final da sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já iniciou.· Formam-se depressões entre os raios digitais que separam os futuros dedos. 
· Forma-se o canal vitelino (ducto estreito que antes formava uma comunicação entre o intestino primitivo e o saco vitelínico)
· O intestino entra no celoma extraembrionário na porção proximal do cordão umbilical, formando a hérnia umbilical fisiológica que se dá por razão de a cavidade abdominal ser pequena demais para acomodar o intestino em crescimento.
A: Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 19, aproximadamente com 48 dias. As aurículas e o meato acústico externo estão agora claramente visíveis. Note a posição relativamente baixa da orelha em desenvolvimento nesse estágio. Os raios digitais estão agora visíveis na placa do pé. A proeminência no abdome é causada principalmente pelo grande tamanho do fígado. B: Desenho indicando as estruturas mostradas em A. Observe uma grande mão e as chanfraduras entre os raios digitais, que claramente indicam o desenvolvimento dos dedos das mãos. Fonte: Moore Embriologia clínica
OITAVA SEMANA· Os dedos das mãos estão separados, mas unidos por membranas. São vistas depressões entre os raios digitais dos pés.
· A cauda ainda está presente, mas é curta e rombuda; O plexo vascular do couro cabeludo apareceu e forma uma faixa característica em torno da cabeça.
· Ao final da oitava semana todas as regiões dos membros estão aparentes, os dedos se alongaram e estão completamente separados.
· Ocorrem os primeiros movimentos propositados dos membros.
· Ossificação começa nos membros inferiores.
· Todos os sinais da cauda desapareceram.
· Ao final da oitava semana o embrião tem feições nitidamente humanas; entretanto a cabeça é proporcionalmente grande (metade do corpo do embrião).
· As pálpebras estão se fechando por fusão epitelial.
· O intestino ainda está na porçãoproximal do cordão umbilical. 
· As aurículas estão adquirindo sua forma final, porém estão implantadas numa região mais baixa da cabeça. 
· Ainda não é possível fazer diferenciação sexual por observação da genitália externa.
No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados, porém unidos por uma membrana visível. As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos pés. A eminência caudal ainda está presente, mas é curta. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e forma uma faixa característica ao redor da cabeça. Ao final da oitava semana, todas as regiões dos membros estão aparentes e os dedos são compridos e completamente separados.
A: Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 21, aproximadamente com 52 dias. Note que o plexo vascular do couro cabeludo agora forma uma faixa característica em torno da cabeça. O nariz é curto e o olho é fortemente pigmentado. B: Ilustração das estruturas mostradas em A. Os dedos das mãos estão separados e os dos pés estão começando a se separar. C: Embrião humano no estágio de Carnegie 20, com aproximadamente 50 dias após a ovulação, imagem por microscopia óptica (esquerda) e microscopia por ressonância magnética (direita). Os dados tridimensionais da microscopia por ressonância magnética foram editados para revelar detalhes anatômicos de um plano sagital mediano.
A: Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 23, aproximadamente, com 56 dias (final do período embrionário). O embrião possui uma aparência humana típica. B: Ilustração das estruturas mostradas em A. C: Embrião em estágio Carnegie 23, aproximadamente 56 dias após a ovulação, imagem com microscópio óptico (esquerda) e microscopia por ressonância magnética (direita).
 Os primeiros movimentos voluntários dos membros ocorrem durante a oitava semana. A ossificação primária inicia-se no fêmur. A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como os pés se aproximam uns dos outros ventralmente. Ao final da oitava semana, o embrião possui características humanas distintas, entretanto, a cabeça é ainda desproporcionalmente grande, constituindo quase a metade do embrião. O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes. As pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se unir por fusão epitelial. Os intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical.
Vista lateral de um embrião e do saco coriônico no estágio Carnegie 23, aproximadamente com 56 dias. Observe a aparência humana do embrião. Apesar de aparentar ser do sexo masculino, a estimativa do sexo não é possível, pois a genitália externa no sexo masculino e feminino são similares nesse estágio do período embrionário. Fonte: Moore Embriologia clínica
Estágios de Carnegie - A classifcação de Carnegie é um sistema padronizado de 23 estágios usados para fornecer uma cronologia unificada de desenvolvimento de vertebrados. Os estágios são delineados pelo desenvolvimento de estruturas e não pelo tamanho ou número de dias de desenvolvimento.
Neste quadro podem ser observados os critérios para se estimar os estágios de desenvolvimento em embriões humanos.
Resumo dos principais eventos do período embrionário:
	Dias
	Somitos
	Comprimento (mm)
	Traços característicos
	14 a 15
	0
	0,2
	A linha primitiva aparece
	16 a 18
	0
	0,4
	O processo notocordal surge; células hematopoéticas na vesícula vitelínica
	19 a 20
	0
	1 a 2
	O mesoderma intraembrionário se espalha sob o ectoderma cranial; a linha primitiva continua; os vasos umbilicais e as cristas neurais craniais começam a se formar
	20 a 21
	1 a 4
	2 a 3
	As cristas neurais craniais se elevam e o sulco neural profundo se estabelece; o embrião começa a se curvar
	22 a 23
	5 a 12
	3 a 3,5
	A fusão das pregas neurais inicia-se na região cervical; os neuróporos cranial e caudal estão bem abertos; os arcos viscerais 1 e 2 já existem; o tubo cardíaco começa a se dobrar
	24 a 25
	13 a 20
	3 a 4,5
	Dobradura cefalocaudal em andamento; o neuróporo cranial está se fechando ou está fechado; as vesículas ópticas estão formadas; os placódios óticos aparecem
	26 a 27
	21 a 29
	3 a 5
	O neuróporo caudal está se fechando ou está fechado; os brotos dos membros superiores surgem; três pares de arcos viscerais aparecem
	28 a 30
	30 a 35
	4 a 6
	O quarto arco visceral está formado; os brotos dos membros inferiores aparecem; vesícula ótica e placódio do cristalino
	31 a 35
	
	7 a 10
	Os membros superiores têm formato de remo; as fossetas nasais são formadas; o embrião tem um formato semelhante a um “C”
	36 a 42
	
	9 a 14
	Raios digitais nas placas das mãos e dos pés; vesículas cefálicas proeminentes; aurícula externa se formando das saliências auriculares; a herniação umbilical começou
	43 a 49
	
	13 a 22
	A pigmentação da retina é visível; raios digitais separados; mamilos e pálpebras formados; as proeminências maxilares se fundem com proeminências nasais médias conforme o lábio superior se forma; hérnia umbilical presente
	50 a 56
	
	21 a 31
	Membros longos, dobrados nos cotovelos e nos joelhos; dedos das mãos e dos pés livres; face com formato mais humano; a cauda desaparece; hérnia umbilical persiste até o fim do terceiro mês
 Anexos embrionários e fetais são estruturas que derivam dos folhetos germinativos e que se atrofiam ou são eliminadas na ocasião do nascimento. São essenciais para o crescimento e o desenvolvimento do concepto, por exercerem funções como proteção, nutrição e excreção, entre várias outras.Quais são os folhetos e anexos embrionários? Quais as suas respectivas funções?
 Sob o ponto de vista obstétrico, são considerados como anexos fetais a placenta, o cordão umbilical e as membranas ovulares (âmnio e cório). Em conjunto com as membranas ovulares, o alantoide e a vesícula vitelina são considerados anexos embrionários e fetais pelos embriologistas; como desempenham funções importantes no desenvolvimento inicial do ovo, também serão abordados neste capítulo.
SISTEMA AMNIÓTICO
Introdução
O sistema amniótico ou âmnico é uma unidade morfofuncional constituída pelo conjunto das membranas ovulares (âmnio e cório) e o líquido amniótico (LA). O âmnio internamente e o cório liso externamente revestem a cavidade amniótica, que abriga o feto e o LA. O sistema amniótico apresenta propriedades fisiológicas próprias e as trocas materno-amnióticas e feto-amnióticas, em conjunto com as trocas materno-fetais, suprem o ovo e, posteriormente, o feto de líquidos, solutos e nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento.
Membranas ovulares
Âmnio
Em torno de sete a oito dias de desenvolvimento embrionário e simultaneamente ao desenvolvimento do cório, pode ser identificado o âmnio ou membrana amniótica. As células subjacentes à região dorsal do embrião transformam-se em células amniogênicas e surge inicialmente uma minúscula vesícula, que se expande e envolve de forma gradual o embrião. A face interna da cavidade recém-formada, denominada cavidade amniótica, é recoberta pelo âmnio e está preenchida pelo LA.
A membrana amniótica é uma estrutura biológica translúcida que recebe denominações diferentes segundo a sua localização: âmnio membranoso – porção aderida ao cório liso; âmnio placentário – recobre o cório frondoso; e âmnio funicular – envolve o cordão umbilical.
O âmnio não contém nervos, fibras musculares lisas, vasos linfáticos e, mais importante, vasos sanguíneos. Seus nutrientes e o oxigênio são fornecidos pelos líquidos coriônico e amniótico e pelos vasos da superfície fetal. O mecanismo utilizado para fornecimento dos nutrientes ao âmnio é a difusão, enquanto a energia utilizada pela membrana deriva primariamente de um processo glicolítico anaeróbico, devido ao suprimento restrito de oxigênio.
À microscopia, a estrutura da membrana amniótica engloba cinco camadas (Figura 4.4), que nem sempre exibem limites precisos e estão dispostas na seguinte sequência, de dentro para fora: a) Epitélio amniótico: é banhado pelo LA e apresenta uma estrutura complexa. É constituído

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