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Sociologia e cientificismo: o positivismo no século XIX

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Sociologia 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA E CIENTIFICISMO: O POSITIVISMO 
NO SÉCULO XIX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução ...........................................................................................................................................2 
Objetivos ..............................................................................................................................................2 
1. O paradigma positivista .............................................................................................................2 
1.1. Contexto sócio-histórico da emergência do paradigma positivista...................................2 
1.2. Auguste Comte, positivismo e Sociologia. ............................................................................4 
Exercícios .............................................................................................................................................6 
Gabarito ...............................................................................................................................................8 
Resumo ................................................................................................................................................9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Assim como outras ciências, o engendramento da Sociologia faz parte de 
transformações no pensar e agir dos seres humanos em determinada época, em 
específico nessa disciplina, sobre a sociedade. É difícil precisar, portanto, um marco 
ou atribuir uma “invenção” da Sociologia a apenas um(a) intelectual. 
O fundamento das Ciências Sociais de maneira geral está intimamente ligado 
a profundas transformações sociais que ocorreram após a transição da Idade Média 
para a Idade Moderna, e movimentos e processos que mudaram a forma de viver e 
enxergar o mundo como a Revolução Francesa, o Iluminismo e a Revolução 
Industrial. 
A partir desses momentos históricos, a ciência dá um salto em seu 
desenvolvimento na busca pela objetividade, desenvolvendo formas de analisar a 
sociedade inspiradas nas ciências naturais (biologia, física, química, matemática). As 
Ciências Sociais influencidas por esse pensamento, emergeram durante o paradigma 
positivista, a visão de que tudo na sociedade poderia ser estudado de maneira 
neutra e objetiva, chegando-se assim à verdade absoluta. 
Nesta aula estudaremos o contexto histórico, social e cultural que contribuiu 
no desenvolvimento do pensamento sociológico positivista que se buscava legitimar 
como científico, bem como focaremos nas suas principais características, tendo 
como principal expoente o pensador social Auguste Comte. 
Objetivos 
• Contextualizar a emergência do paradigma positivista. 
• Compreender a influência do paradigma positivista na construção da 
Sociologia enquanto disciplina científica. 
• Identificar algumas das principais leis sociológicas elaboradas por Auguste 
Comte. 
 
1. O paradigma positivista 
 
1.1. Contexto sócio-histórico da emergência do paradigma 
positivista 
A Sociologia surge em um momento em que a Europa está vivendo profundas 
mudanças sociais, a Revolução Francesa (1789). Este contexto foi marcado por 
 
3 
 
mudanças na ordem das ideias tradicionais – em crise pela concentração de poder e 
riquezas nas mãos de uma elite monárquica –, que após uma série de lutas 
populares foi transformada em ideais seculares de igualdade, liberdade e 
fraternidade. 
Essas transformações não se deram apenas em termos de ideologia, mas 
também houve transformações econômicas provindas da crescente industrialização 
na porção ocidental do globo. Esse periodo, que ficou conhecido como Revolução 
Industrial, ocorrido entre o fim do século XVIII e começo do século XX, investiu na 
utilização de máquinários como meio de produção, aumentando a rentabilidade do 
que era produzido e criando um novo contexto social: a dualidade 
burguesia/proletariado. 
A Sociologia, influenciada por esse contexto, buscava compreender, medir e 
analisar as grandes transformações sociais para poder controlar por meio do 
pensamento racional. 
A Revolução Industrial não foi idealizada de maneira neutra, ocorreu em um 
momento de efervescência dos ideais iluministas que buscavam a revelação da 
“verdade”. Buscavam fazê-lo por meio da evolução das tecnologias e das 
explicações científicas. 
O paradigma que canaliza essa ideia central é o mesmo paradigma que guia a 
Sociologia em seus primórdios: o positivismo. Almejava-se inicialmente que a 
Sociologia tivesse tal rigorosidade em sua metodologia, que seria capaz de não só 
compreender os fenômenos sociais, mas também os prever, podendo assim planejar 
melhor os âmbitos políticos e sociais e, assim, contribuir para a harmonia social. 
 
FIQUE ATENTO! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se engane com a aparência da palavra positivo 
como oposta a negativo. O positivismo enquanto 
paradigma não tem relação com ser otimista. Trata-se 
de um conjunto de concepções, ideias e corrente de 
pensamento que tem por objetivo o progresso e a 
evolução social, sendo positivo neste sentido. 
 
 
 
4 
 
1.2. Auguste Comte, positivismo e Sociologia. 
Um dos primeiros a implementar a Sociologia dentro da concepção 
positivista foi o filósofo francês Auguste Comte (1798-1857, figura seguinte). Para o 
estudioso, inspirado pelas ideias iluministas, a Sociologia deveria seguir preceitos 
anteriormente aplicados às demais ciências (conhecidas como duras, tal qual a 
Matemática, Física e Química) já existentes: 
 
Embora Comte reconhecesse que cada disciplina científica possui seu próprio 
assunto, ele acreditava que todas elas compartilham uma lógica comum e um 
método científico direcionado a revelar as leis universais. (GIDDENS, 2005, p. 28) 
 
 
 
 
 
 
 
 
01 
 
Retrato de Auguste Comte 
 
Envolvido no paradigma positivista e inspirando-se nos mesmos preceitos 
das ciências naturais, Comte se empenhou na construção de uma ciência da 
sociedade. Com base nos pilares das ciências naturais: observação, comparação e 
experimentação, aplicados à ciência das relações humanas, seria possível encontrar 
as leis universais que regeriam a sociedade (GIDDENS, 2005). 
Também é importante para a Sociologia a contextualização para análise dos 
fenômenos sociais e a busca por padrões. De acordo com Charon (2010, p. 5), “(...) 
somos seres sociais influenciados pela interação, pelos padrões sociais e pela 
socialização.”. 
Mas afinal, o que é Positivismo? O Positivismo é a crença de que a ciência por 
meio de sua manipulação racional, ou seja, do uso da razão sobre a emoção, levaria 
a humanidade ao avanço. 
 
5 
 
Assim, com maior avanço científico, também haveria maior compreensão 
sobre todas as leis que regem o mundo social e natural, podendo prever e controlar 
o futuro, objetivando a manutenção da coesão social. Essa preocupação com a 
harmonia e a coesão social justifica-se pela grande instabilidade socioeconômica 
causada pelas transformações provindas da crescente industrialização. 
Uma das principais características do positivismo é a crença de que somente 
com a imparcialidade científica se chegaria à verdade. 
Como exemplo de lei universal formulada por Comte, temos a lei dos estágios 
(GIDDENS, 2005) definidas para compreender a evolução do pensamento do ser 
humano pela sociedade, são eles: 
 
• Teológico – tido como estágio inicial ou anterior do pensamentohumano, 
por meio desse, as explicações aos fenômenos eram guiadas pela crença no 
sobrenatural – como religião e deuses. Esta foi uma época de grande 
mistificação da realidade. 
• Metafísico – neste estágio o pensamento passava por momento de transição 
influenciado pelo Renascimento (entre os séculos XIV e XVI, Figura 02), em 
que a sociedade além de sobrenatural passa a ser vista cada vez mais como 
natural. Neste periodo, marcado pela transição do feudalismo para o 
capitalismo na Europa, há uma crescente valorização do racionalismo e do 
ser humano em oposição às crenças sobrenaturais que ditavam os modos de 
viver e a moral a ser seguida. 
• Positivo – ciência como principal forma explicativa, a partir das descobertas 
de Newton, Copérnico e Galileu (Figura 02), do Renascimento ao Iluminismo. 
Passando assim a explicar também a sociedade na aplicação da metodologia 
científica ao mundo social. 
 
De acordo com Giddens (2005), para Comte a Sociologia seria a última ciência 
a ser desenvolvida, tendo maior complexidade e significado na evolução social. 
 
 
 
6 
 
02 
 
Obra O Homem Vitruviano, 1490, Leonardo de Da Vinci. Um dos marcos da Renascença. Neste período 
o homem volta a ser colocado no centro, como podemos observar na imagem. A importância ao saber 
científico das ciências naturais pode ser observada na perfeição buscada nas proporções do corpo 
humano emoldurados por um círculo e um quadrado. 
 
As propostas de Comte para o controle racional dos fenômenos sociais 
incluíam inclusive o projeto de uma nova religião com o pensamento científico 
sociológico em seu centro. 
Assim, se desenvolveria uma moral unívoca favorecendo a criação de uma 
sociedade próspera com os mesmos objetivos, uma sociedade ordenada. Não 
obtendo sucesso nesse objetivo, continua a ser um autor renomado e considerado 
um dos primeiros a realizar o esforço de tornar o estudo da sociedade uma disciplina 
acadêmica com status científico. 
Exercícios 
1. (Uel, 2016) A ordem e o progresso constituem partes fundamentais da Sociologia 
de Auguste Comte. Com base nas ideias comteanas, assinale a alternativa correta. 
 
a) A ordem social total se estabelece de acordo com as leis da natureza, e as 
possíveis deficiências existentes podem ser retificadas mediante a intervenção 
racional dos seres humanos. 
 
7 
 
b) A liberdade de opinião e a diferença entre os indivíduos são fundamentos da 
solidariedade na formação da estática social; essa diversidade produz vantagens 
para a evolução, em comparação com a homogeneidade. 
c) O desenvolvimento das forças produtivas é a base para o progresso e segue uma 
linha reta, sem oscilações e, portanto, a interferência humana é incapaz de alterar 
sua direção ou velocidade. 
d) O progresso da sociedade, em conformidade com as leis naturais, é resultado da 
competição entre os indivíduos, com base no princípio de justiça de que os mais 
aptos recebem as maiores recompensas. 
e) O progresso da sociedade é a lei natural da dinâmica social e, considerado em sua 
fase intelectual, é expresso pela evolução de três estados básicos e sucessivos: o 
doméstico, o coletivo e o universal. 
 
2. (Unicentro, 2011) Para Augusto Comte, uma das funções da Sociologia ou Física 
Social era encontrar leis sociais que conduzissem o progresso da humanidade. Sobre 
os estágios do progresso social discutidos pelo autor, é correto afirmar: 
 
a) O estágio teológico nega a existência de apenas uma explicação divina para 
os fenômenos naturais e sociais. 
b) O positivismo é o estágio superior do progresso social, porque se sustenta 
nos métodos científicos. 
c) O estágio mais simples é o mítico, seguido pelo teológico e pelo científico, 
que é o mais elaborado. 
d) O primeiro estágio do conhecimento é o metafísico, em que conceitos 
abstratos explicam o mundo. 
e) A Europa exemplificava uma sociedade em estado de desenvolvimento 
teológico. 
 
 
3. (Autora, 2019) A contextualização socio-histórica é importante ao analisarmos 
fenômenos sociais. Sobre a emergência da Sociologia enquanto disciplina 
acadêmica assinale a alternativa que apresenta os acontecimentos históricos que a 
influenciaram: 
 
I. Revolução Francesa. 
II. Segunda Guerra Mundial. 
III. Iluminismo. 
IV. Guerra Fria. 
 
 
8 
 
 
a) V, V, V e F. 
b) F, F, F, e V. 
c) V, F, V e F. 
d) F, V, F e V. 
e) V, V, F e F. 
Gabarito 
1. a) A ordem social total se estabelece de acordo com as leis da natureza, e as 
possíveis deficiências existentes podem ser retificadas mediante a 
intervenção racional dos seres humanos. 
Justificativa: De acordo com a concepção de ciência do Positivismo, as 
Ciências Sociais devem analisar a sociedade assim como as ciências naturais 
(partindo do modelo de: observação -> comparação -> experimentação), de 
forma que qualquer falta de coesão social possa ser consertada como em um 
laboratório em que se verifica anomalia. 
 
2. b) O positivismo é o estágio superior do progresso social, porque se sustenta 
nos métodos científicos. 
Justificativa: Para Comte, o primeiro estágio seria o Teológico, centrado nas 
religiões. O segundo estágio seria o Metafísico, fase de transição em que há 
valorização do racionalismo sobre o sobrenatural. E por fim, o Positivismo é o 
estágio final da evolução do pensamento, centrado na ciência. 
 
3. c) V, F, V e F. 
Justificativa: A asserção I é verdadeira, a Revolução Francesa trouxe à tona 
reivindicações por transformação da ordem vigente da época em que havia 
concentração de poder, clamando por “Igualdade, Liberdade e 
Fraternidade”. A asserção II é falsa, a Segunda Guerra Mundial aconteceu 
depois da emergência da Sociologia enquanto disciplina científica. A 
asserção III é verdadeira, o Iluminismo, que também influenciou a Revolução 
Francesa, coloca em questão dogmas religiosos e a concentração de poder, 
dando espaço para o pensamento racional. A asserção IV é falsa, a Guerra Fria 
aconteceu muitos anos após a consolidação da Sociologia enquanto 
disciplina científica. 
 
9 
 
Resumo 
Nesta aula pudemos observar que a retomada do ser humano enquanto 
centro do Renascimento, seguida pela mudança da centralidade de assuntos 
sobrenaturais para assuntos seculares, como ocorreu na Revolução Francesa, 
acompanhada da Revolução Industrial, gerou mudanças que impulsionaram o 
estudo científico das transformações sociais. 
Como tentativa de estabelecimento da Sociologia como ciência, Auguste 
Comte buscou implementá-la a partir de metodologia própria das ciências naturais, 
seguindo os preceitos de observação, comparação e experimentação, aplicados aos 
fenômenos sociais. Assim, procurava generalizar fenômenos sociais a partir da 
percepção de leis gerais que os regeriam. 
Aplicando sua visão, entendeu que a evolução do pensamento dos seres 
humanos passaria por três estágios: o teológico – permeado pela crença no 
sobrenatural como forma de explicação dos fenômenos naturais e sociais; o 
metafísico – período de transição dos modelos explicativos em que coexistem 
explicações sobrenaturais e racionais influenciadas pelo movimento renascentista; 
e, por fim, o positivo – período moderno em que as explicações racionais são 
dominantes, sendo representadas pela ciência. 
 
 
 
10 
 
Referências bibliográficas 
CHARON, Joel. Sociologia. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2010 
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 
Referências imagéticas 
Figura 01. Wikimedia Commons. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Auguste_Comte#/media/File:Auguste_Comte.jpg Acessado em 02/02/2019 
às 20:05min.Figura 02. Wikimedia Commons. Disponível em: Imagem: Wikimedia Commons (2017) 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Renaissance#/media/File:Uomo_Vitruviano.jpg Acessado em 
03/02/2019 às 14:03min.

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