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DISBIOSE INTESTINAL

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C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p.280 -292, set./dez. 2017 
A PREVALÊNCIA DE SINAIS E 
SINTOMAS DE DISBIOSE INTESTINAL EM 
PACIENTES DE UMA CLÍNICA EM 
TERSINA-PI 
 
 
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes* 
Gleyson Moura dos Santps** 
Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho*** 
 
 
RESUMO 
 A disbiose caracteriza-se como um problema sério, 
e consequente dos hábitos mantidos nos dias atuais, 
que tem grandes chances de perturbar todo o 
organismo e por isso deve ser bem investigada. O 
objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de 
sinais e sintomas de Disbiose Intestinal em 
pacientes de uma Clínica particular na cidade de 
Teresina-PI. Materiais e Métodos: Trata-se de um 
estudo transversal do tipo descritivo, com 
abordagem quantitativa. A população envolvida foi 
composta por 57 pacientes usuários de uma Clínica 
particular localizada na cidade de Teresina-PI. A 
coleta de dados foi realizada no mês de julho de 
2016, através da aplicação de um Questionário de 
Rastreamento Metabólico (QRM) do Centro 
Brasileiro de Nutrição Funcional. Resultados: Dentre 
os pacientes avaliados no presente estudo, 87,72% 
(n=50) eram do sexo feminino e 12,28% (n=07) do 
sexo masculino. Quanto aos sintomas apresentados 
nos 57 pacientes estudados, o que demonstrou 
maior prevalência em nível de 95% de confiança foi 
o de dor estomacal e intestinal. Conclusão: Foi 
observada uma alta prevalência de sintomas de 
disbiose na população estudada. Assim é importante 
que se dê atenção ao equilíbrio da microbiota 
intestinal, pois apesar de pouco estudada, esta se 
tem mostrado de grande influência na saúde 
humana. 
 
 Palavras-chave: Microbiota Intestinal. Desequilíbrio. 
Disbiose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nutricionista; Pós-Graduanda em 
Nutrição Clínica, Ortomolecular, 
Biofuncional e Fitoterapia. 
* Nutricionista; Mestrando em 
Ciências e Saúde; Pós-graduando em 
Fitoterapia Aplicada à Nutrição. 
** Nutricionista; Docente da 
Faculdade Maurício de Nassau; Pós-
graduada em Docência do Ensino 
Superior e Educação à distância; Pós-
graduanda em Nutrição Funcional 
Clínica, Fitoterápica e Esportiva. 
 
 
 
 
re
la
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s
 d
e
 p
e
s
q
u
is
a
 
280 
 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi 
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p.280 -292, set./dez. 2017 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O termo microbiota intestinal 
refere-se a uma variedade de 
microrganismos vivos principalmente 
bactérias anaeróbias, que colonizam o 
intestino logo após o nascimento. É 
constituído por microbiota nativa e de 
transição temporária, sendo 
considerado como um dos 
ecossistemas mais complexos, com 
cerca de 1.000 bactérias distintas. Seu 
estabelecimento é influenciado por 
múltiplos fatores e chega ao ápice por 
volta dos dois anos de idade 
(GUARNER, 2007; BARBOSA et al., 
2010). 
A microbiota intestinal é 
considerada um ecossistema 
essencialmente bacteriano que reside 
normalmente nos intestinos do homem, 
exerce o papel de proteção, impedindo 
o estabelecimento de bactérias 
patogênicas que geralmente são 
ocasionadas pelo desequilíbrio da 
microbiota (BRANDT; SAMPAIO; 
MIUKI, 2006). 
Alterações nesse ecossistema 
bacteriano intestinal podem ocorrer por 
diversos fatores, internos ou externos 
ao hospedeiro, incluindo o tipo de 
parto, a alimentação, o uso de 
antibióticos, de prebióticos e de 
probióticos, fatores genéticos, idade, 
estresse, entre outros (PENDERS et 
al., 2006; ZHANG et al., 2015). O 
desequilíbrio ocasionado por esses 
fatores se reflete na modificação desta 
microbiota, ocorrendo diminuição de 
bactérias benéficas e aumento de 
patógenos, caracterizando um quadro 
de disbiose (ZHANG et al., 2015). 
Esse desequilíbrio da microbiota 
pode levar a perda de efeitos imunes 
normais reguladores na mucosa do 
intestino, sendo associada a um 
número de doenças inflamatórias e 
imuno-mediata. Obter uma 
homeostase adequada durante o 
momento de colonização do trato 
gastrointestinal é um dos principais 
elementos para a modulação do 
sistema imune adequada e indução da 
tolerância imunológica. O não 
funcionamento desse sistema é a 
grande causa de doenças autoimunes 
ou atópicas (SATOKARI et al., 2014; 
FRANCINO, 2014). 
A disbiose apresenta um 
agravante quando associada com 
outros distúrbios, como aumento da 
permeabilidade intestinal, a 
constipação intestinal. Em uma 
microbiota anormal, a quebra dos 
peptídeos e reabsorção de toxinas do 
lúmen intestinal, ocorre de maneira 
281 
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 
 
282 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
inadequada, induzindo o surgimento de 
patologias pelo não funcionamento das 
funções da microbiota intestinal 
(ALMEIDA et al., 2009). 
Em seres humanos 
considerados saudáveis, nota-se uma 
microbiota estável. Os agentes 
patogênicos quando adquiridos são 
rapidamente eliminados devido à 
presença da microbiota comensal, 
composto em sua maioria por bactérias 
anaeróbicas. No entanto, ao obter uma 
quantidade significativa de bactérias 
patogênicas como a Salmonella spp., 
Vibrio ou Estafilococcus, podem induzir 
uma desordem na microbiota natural, 
burlando assim os mecanismos de 
defesa e gerar sintomas clínicos 
(CARLET, 2012). 
Com relação a isso, a disbiose 
caracteriza-se como um problema 
sério, e consequente dos hábitos 
mantidos nos dias atuais, que tem 
grandes chances de perturbar todo o 
organismo e por isso deve ser bem 
investigada. Gases, cólicas, diarreias e 
prisão de ventre frequentes já são 
sintomas que indicam disbiose 
intestinal, e justificam exames 
específicos para conferir o equilíbrio da 
flora intestinal (DAVIDISON; 
CARVALHO, 2008). 
Sendo assim, como na 
literatura, são escassos os trabalhos 
que demonstram a prevalência desses 
sintomas, que caracterizam a disbiose, 
o presente estudo teve como objetivo 
verificar a prevalência de sinais e 
sintomas de Disbiose Intestinal em 
pacientes de uma Clínica particular da 
cidade de Teresina-PI. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Trata-se de um estudo 
transversal do tipo descritivo, com 
abordagem quantitativa. A população 
envolvida foi composta por 57 
pacientes usuários de uma Clínica 
particular localizada na cidade de 
Teresina-PI no mês de julho de 2016. 
Foram incluídos na amostra 
pacientes da clínica em questão, que 
deram entrada na mesma 
apresentando como queixa principal 
sintomas gastrointestinais, maiores de 
18 anos, alfabetizados, e que 
consentiram em assinar um Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido, 
aceitando participar da pesquisa. Para 
critério de exclusão, pacientes que não 
apresentavam sintomas 
gastrointestinais e que não 
consentiram sua participação na 
pesquisa. 
 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi 
 
 
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 283 
A coleta de dados foi realizada 
no mês de julho de 2016, através da 
aplicação de um Questionário de 
Rastreamento Metabólico- QRM do 
Centro Brasileiro de NutriçãoFuncional, composto por questões 
fechadas que são preenchidas de 
forma subjetiva, com informações do 
que ocorreram com o organismo nos 
últimos 30 dias, nas últimas semanas e 
nas últimas 48 horas. 
O QRM (figura 01) é dividido em 
14 blocos referentes a pontos de 
importância do organismo e avalia 
cada sintoma baseado em seu perfil de 
saúde. Possui uma pontuação mínima 
total de 20 pontos para diagnosticar o 
paciente, sendo que deve ser dada 
máxima importância à pontuação por 
blocos. 
 
 
 
Figura 1- Modelo de Questionário de Rastreamento metabólico utilizado na 
pesquisa. 
 
Fonte: Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. 
 
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 
 
 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
A Disbiose Intestinal é avaliada 
através da pontuação dada pelo 
participante aos sintomas que estão 
relacionados no QRM: 
náuseas/vômitos, diarreia, 
constipação/prisão de ventre, 
inchado/abdômen distendido, gases 
intestinais/eructações, azia, dor 
estomacal/intestinal. Que constituem a 
seção voltada ao trato gastrointestinal. 
Para cada sinal/sintoma pontuou-se 00 
(nunca, ou quase nunca teve o 
sintoma), 01 (ocasionalmente teve, 
efeito não foi severo), 02 
(ocasionalmente teve, efeito foi 
severo), 03 (frequentemente teve, 
efeito não foi severo) ou 04 
(frequentemente teve, efeito foi 
severo). A soma total do questionário 
caracteriza-se da seguinte forma: < 20 
pontos (pessoas mais saudáveis, com 
menor chance de terem 
hipersensibilidade), > 30 pontos 
(indicativo de existência de 
hipersensibilidade), > 40 pontos 
(absoluta certeza de existência de 
hipersensibilidade) e > 100 pontos 
(pessoas com saúde muito ruim – alta 
dificuldade para executar tarefas 
diárias, pode estar associada à 
presença de outras doenças crônicas 
degenerativas). Segundo a análise 
proposta pelo QRM, pontuações iguais 
ou acima de 10 pontos em um dos 
blocos do questionário indicam 
hipersensibilidade alimentar ou 
ambiental. 
Para a tabulação dos dados, foi 
utilizado o Excel® versão 2010. Os dados 
foram expostos em tabelas e gráfico para 
melhor visualização. Para a análise 
estatística, foi utilizado o programa 
estatístico BioEstat versão 5.0. O teste 
estatístico utilizado para verificar 
associações significativas foi o teste do 
Qui-quadrado com correção de Yates, 
com um nível de significância de 5%. 
A pesquisa foi realizada de 
acordo com as normas do Conselho 
Nacional de Saúde – CNS – Portaria n° 
466/2012, que contempla as diretrizes 
e normas regulamentadoras de 
pesquisa envolvendo seres humanos. 
Na qual, foi autorizada pela direção da 
Clínica, mediante apresentação da 
carta de anuência padrão. A 
participação foi voluntária, assinado 
um termo de consentimento e 
esclarecidos de todas as dúvidas. 
 
3. RESULTADOS 
 
Na figura 02 está sendo 
demonstrado que dentre os pacientes 
avaliados no presente estudo, 87,72% 
(n=50) eram do sexo feminino e 
284 
 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi 
 
 
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 285 
12,28% (n=07) do sexo masculino. 
 
Figura 2- Classificação dos pacientes estudados de acordo com o sexo. 
 
Fonte: Dados da Pesquisa, 2016. 
 
 Com relação aos 
resultados da soma total do QRM, para 
ambos os sexos (tabela 01) foi 
observado que, não houve pacientes 
que apresentaram valores < 20 pontos 
e > 30 pontos. Já o resultado > 40 
pontos, representou o somatório total 
do QRM de 54 pacientes, sendo estes 
06 do gênero masculino e 48 do 
feminino. Quanto ao valor > 100 pontos 
foram observados no somatório de 03 
pacientes, no qual 01 era do sexo 
masculino e 02 do feminino. 
 
 
 
 
 
Tabela 1- Resultado de acordo com o sexo da pontuação final da aplicação 
do QRM de 57 pacientes usuários de uma Clínica particular de Teresina-PI, 2016. 
 
Sexo 
Resultado da Interpretação do Questionário de 
Rastreamento Metabólico 
 < 20 pontos > 30 pontos > 40 pontos >100 pontos 
Masculino - - 06 01 
Feminino - - 48 02 
TOTAL - - 54 03 
Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 
 
 
 
87,72
12,28
0
50
100
Sexo
Feminino Masculino
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 
 
 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
Para a prevalência dos sintomas 
observados nos pacientes da clínica 
(tabela 02), dentre todos os sintomas 
apresentados nos 57 pacientes 
estudados, o que demonstrou maior 
prevalência em nível de 95% de 
confiança foi o de dor estomacal e 
intestinal, com valor de p < 0, 0001. 
Este foi seguido por inchaço 
abdominal, abdômen distendido, 
arrotos, gases intestinais e azia, 
observado em 36 pacientes; 
constipação e prisão de ventre, 
presente em 33 pacientes; diarreia em 
25 pacientes e náuseas e vômitos em 
27 pacientes. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2- Sintomas do trato gastrointestinal de 57 pacientes usuários de uma 
Clínica particular de Teresina-PI, 2016. 
 
Sintomas do Trato 
gastrointestinal 
 
 Presença Ausência 
 
p valor 
 
 n 
 
 % 
 
 n 
 
 % 
Náuseas e Vômitos 27 47,37 30 52,63 0,7911 
 Diarreia 25 43,86 32 56,14 0,4268 
 Constipação e Prisão 
de ventre 
33 57,90 24 42,10 0,2893 
 Inchaço 
abdominal/Abdômen 
distendido 
 36 63,16 21 36,84 0, 0637 
Arrotos e/ou 
gases intestinais 
 36 63,16 21 36,84 0, 0637 
Azia 36 63,16 21 36,84 0, 0637 
 Dor 
estomacal/intestinal 
 57 100 0 0 < 0, 0001a 
a Significativo a nível de 5%. 
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
. 
 
 
 
286 
 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi 
 
 
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
4. DISCUSSÃO 
 
Não existe na literatura um 
consenso geral mostrando prevalência 
de doenças gastrointestinais de acordo 
com o sexo, há apenas resultados de 
patologias gastrointestinais isoladas. 
Mas sabe-se que mulheres 
apresentam mais nervosismo e 
ansiedade, que são fatores de risco 
para doenças gastrointestinais. 
De acordo com Costa-Júnior e 
Maia (2009), de modo geral, as 
mulheres utilizam mais os serviços de 
saúde de maneira preventiva e, por 
isso, há uma situação de saúde 
desfavorável quando se trata do grupo 
masculino em relação ao feminino. As 
mulheres também apresentam mais 
doenças crônicas do que os homens, 
porém tais acometimentos são menos 
severos. 
Fagundes (2010), estudando 
sobre a prevalência de sinais e 
sintomas de disbiose intestinal, 
observou que 100% dos participantes 
do seu estudo eram mulheres. Almeida 
(2004), em um estudo sobre a 
microflora intestinal de pacientes com 
retocolite ulcerativa, identificou uma 
prevalência de 60% de mulheres. 
Esses resultados corroboram com os 
demonstrados neste estudo. 
Quanto à prevalência dos 
sintomas de disbiose, no que se refere 
à presença de náuseas e vômitos, 
47,37% (n=27) dos pacientes 
apresentaram este sintoma. Dados 
semelhantes aos obtidospor Oliveira et 
al. (2006) em que 25% da população 
analisada relatou náuseas uma ou 
mais vezes em um intervalo de 30 dias. 
Ainda, 19% destacaram a presença de 
vômitos na mesma intensidade. 
No que se refere ao sintoma 
diarreia, o mesmo foi observado em 
43,86% (n=25) dos pacientes 
estudados, corroborando com o 
demonstrado no estudo de Amarante 
(2013) que ao estudar pacientes com 
síndrome do intestino irritável, a autora 
observou presença de diarreia em 25% 
dos pacientes estudados. 
Para os sintomas de 
constipação e prisão de ventre, o 
resultado de 57,90% (n=33) apresenta-
se superior ao reportado por Sartilho et 
al. (2009) que em seu estudo 
entrevistou um grupo de mulheres com 
idades entre 15 e 73 anos, e os 
resultados mostraram que a 
prevalência de constipação intestinal 
entre as entrevistadas foi de 34,2%. 
Para Santos e Varavalho (2011) a 
absorção intestinal que normalmente 
ocorre com o auxílio das bactérias da 
287 
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 
 
 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
flora intestinal normal, em caso de 
desequilíbrio, apresentará absorção 
diminuída. Tal situação pode levar a 
ocorrência de quadro de constipação. 
Segundo Santos (2005) a 
constipação intestinal crônica e a 
síndrome do cólon irritável são duas 
doenças comuns e das mais 
frequentes nos consultórios médicos, 
principalmente atingindo a população 
feminina. Tal informação explica a 
prevalência deste sintoma na 
população estudada, tendo em vista os 
números significativos do sintoma e a 
quantidade do número de mulheres 
presente no respectivo estudo. 
No presente estudo, 63,16% (n= 
36) dos pacientes avaliados relataram 
sentir inchaço abdominal ou abdômen 
distendido, o que pode ser comparado 
com os resultados de Galdino et al. 
(2016) no qual foi observado uma 
prevalência de 50,58% de indivíduos 
com os mesmos sintomas. 
A presença de arrotos e gases 
intestinais nos pacientes analisados foi 
de 63,16% (n= 36). Tal resultado 
demonstra-se superior ao apresentado 
por Fagundes (2010), onde a autora ao 
estudar a prevalência de sinais e 
sintomas de disbiose em estudantes 
reportou valor de 14,6% para os 
mesmos sintomas. 
Paschoal (2007) destaca que a 
disbiose intestinal possui sintomas que 
indicam facilmente o problema, como 
gases, cólicas, diarreia e prisão de 
ventre frequentes. Desta forma, pode-
se perceber a presença de disbiose na 
maioria dos pacientes estudados, uma 
vez que a prevalência desses sintomas 
se mostram bem significantes na 
população do presente trabalho. 
No que se refere ao sintoma de 
azia, o resultado de 63,16% (n= 36), 
demonstra-se semelhante ao obtido 
por Cardoso et al (2010) que ao 
estudar a prevalência de sintomas de 
doença do refluxo gastroesofágico em 
pacientes asmáticos, reportou valor de 
54,6% para o mesmo sintoma. 
Com relação ao sintoma dor 
estomacal e intestinal, estes foram 
observados em todos os pacientes. 
Estes sintomas caracterizam-se como 
um dos fatores mais importantes no 
diagnóstico da disbiose intestinal. Em 
um estudo com pacientes da atenção 
primária, Braga et al. (2013) relataram 
a prevalência de epigastralgia em 
48,97% dos indivíduos, o que é 
representado também no presente 
estudo, em que 100% dos pacientes 
avaliados relataram a presença de dor 
estomacal/intestinal. 
284 
288 
 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi 
 
 
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
Desta forma, todos os pacientes 
avaliados apresentaram quadro de 
disbiose. Para aqueles que o resultado 
do somatório do QRM correspondeu à 
pontuação maior que 40 pontos, 
podem ser caracterizados com 
absoluta certeza a existência de 
hipersensibilidade. Já para os 
pacientes que apresentaram um 
somatório maior que 100 pontos, 
caracterizam-se como pessoas com 
uma saúde muito ruim, com alta 
dificuldade para executar tarefas 
diárias, podendo estar associado à 
presença de outras doenças crônicas e 
degenerativas. 
Diante do exposto se faz 
necessário que estes sintomas sejam 
aliviados e o quadro de disbiose 
apresentado por estes pacientes seja 
solucionado, pois segundo Almeida et 
al. (2009) se a disbiose não for tratada, 
pode evoluir para um quadro mais 
grave, tanto para uma constipação 
intestinal crônica ou até mesmo em 
casos extremos, como a necessidade 
de efetuar com frequência lavagem 
intestinal. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Podemos concluir que foi 
observada uma alta prevalência de 
sintomas de disbiose na população 
estudada. Desta forma é importante 
que se dê atenção ao equilíbrio da 
microbiota intestinal, pois apesar de 
pouco estudada, esta se tem mostrado 
de grande influência na saúde humana. 
Nesse contexto, evidências tem 
demonstrado que os alimentos 
probióticos e prebióticos modulam 
positivamente a composição e a 
atividade da microbiota intestinal, com 
consequentes efeitos benéficos sobre 
a saúde. Assim, a dieta constitui, 
portanto, um dos aspectos essenciais 
que regula as espécies e a 
concentração da microbiota entérica, 
além de influenciar a atividade 
metabólica destes microrganismos. 
Em decorrência disto, podemos 
observar o quanto é importante o papel 
do nutricionista na prevenção e 
tratamento da disbiose intestinal, 
evitando assim, sinais e sintomas e o 
aparecimento de doenças 
gastrointestinais secundárias a esta. 
 
 
 
289 
Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 
 
 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 
PREVALENCE OF SIGNS AND SYMPTOMS OF INTESTINAL DYSBIOSIS 
IN PATIENTS OF A CLINIC IN TERESINA-PI 
ABSTRACT 
Introduction: Dysbiosis is characterized as a serious problem, and 
consequent of the habits maintained in the present day, which has great 
chances of disrupting the whole organism and therefore should be well 
investigated. The objective of this study was to verify the prevalence of signs 
and symptoms of Intestinal Dysbiosis in patients of a private clinic in the city of 
Teresina-PI. Materials and Methods: This is a descriptive cross-sectional 
study with a quantitative approach. The population involved was composed of 
57 patients using a private clinic located in the city of Teresina-PI. Data 
collection was performed in July 2016, through the application of a Metabolic 
Tracking Questionnaire (MTQ) of the Brazilian Center for Functional Nutrition. 
Results: Among the patients evaluated in the present study, 87.72% (n = 50) 
were of the female gender and 12.28% (n = 07) of the male gender. Concerning 
the symptoms presented in the 57 patients studied, the most prevalent at 95% 
confidence level was stomach and intestinal pain. Conclusion: A high 
prevalence of dysbiosis symptoms was observed in the study population. Thus, 
it is important to pay attention to the balance of the intestinal microbiota, 
because although it has been little studied, it has been shown to have a great 
influence on human health. 
 
Keywords: Intestinal microbiota. Imbalance. Dysbiosis. 
 
Artigo recebido em 09/05/2017 e aceito para publicação em 18/08/2017. 
 
 
 
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