Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p.280 -292, set./dez. 2017 A PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISBIOSE INTESTINAL EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA EM TERSINA-PI Cláudia Lorena Ribeiro Lopes* Gleyson Moura dos Santps** Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho*** RESUMO A disbiose caracteriza-se como um problema sério, e consequente dos hábitos mantidos nos dias atuais, que tem grandes chances de perturbar todo o organismo e por isso deve ser bem investigada. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sinais e sintomas de Disbiose Intestinal em pacientes de uma Clínica particular na cidade de Teresina-PI. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal do tipo descritivo, com abordagem quantitativa. A população envolvida foi composta por 57 pacientes usuários de uma Clínica particular localizada na cidade de Teresina-PI. A coleta de dados foi realizada no mês de julho de 2016, através da aplicação de um Questionário de Rastreamento Metabólico (QRM) do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Resultados: Dentre os pacientes avaliados no presente estudo, 87,72% (n=50) eram do sexo feminino e 12,28% (n=07) do sexo masculino. Quanto aos sintomas apresentados nos 57 pacientes estudados, o que demonstrou maior prevalência em nível de 95% de confiança foi o de dor estomacal e intestinal. Conclusão: Foi observada uma alta prevalência de sintomas de disbiose na população estudada. Assim é importante que se dê atenção ao equilíbrio da microbiota intestinal, pois apesar de pouco estudada, esta se tem mostrado de grande influência na saúde humana. Palavras-chave: Microbiota Intestinal. Desequilíbrio. Disbiose. Nutricionista; Pós-Graduanda em Nutrição Clínica, Ortomolecular, Biofuncional e Fitoterapia. * Nutricionista; Mestrando em Ciências e Saúde; Pós-graduando em Fitoterapia Aplicada à Nutrição. ** Nutricionista; Docente da Faculdade Maurício de Nassau; Pós- graduada em Docência do Ensino Superior e Educação à distância; Pós- graduanda em Nutrição Funcional Clínica, Fitoterápica e Esportiva. re la to s d e p e s q u is a 280 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p.280 -292, set./dez. 2017 1. INTRODUÇÃO O termo microbiota intestinal refere-se a uma variedade de microrganismos vivos principalmente bactérias anaeróbias, que colonizam o intestino logo após o nascimento. É constituído por microbiota nativa e de transição temporária, sendo considerado como um dos ecossistemas mais complexos, com cerca de 1.000 bactérias distintas. Seu estabelecimento é influenciado por múltiplos fatores e chega ao ápice por volta dos dois anos de idade (GUARNER, 2007; BARBOSA et al., 2010). A microbiota intestinal é considerada um ecossistema essencialmente bacteriano que reside normalmente nos intestinos do homem, exerce o papel de proteção, impedindo o estabelecimento de bactérias patogênicas que geralmente são ocasionadas pelo desequilíbrio da microbiota (BRANDT; SAMPAIO; MIUKI, 2006). Alterações nesse ecossistema bacteriano intestinal podem ocorrer por diversos fatores, internos ou externos ao hospedeiro, incluindo o tipo de parto, a alimentação, o uso de antibióticos, de prebióticos e de probióticos, fatores genéticos, idade, estresse, entre outros (PENDERS et al., 2006; ZHANG et al., 2015). O desequilíbrio ocasionado por esses fatores se reflete na modificação desta microbiota, ocorrendo diminuição de bactérias benéficas e aumento de patógenos, caracterizando um quadro de disbiose (ZHANG et al., 2015). Esse desequilíbrio da microbiota pode levar a perda de efeitos imunes normais reguladores na mucosa do intestino, sendo associada a um número de doenças inflamatórias e imuno-mediata. Obter uma homeostase adequada durante o momento de colonização do trato gastrointestinal é um dos principais elementos para a modulação do sistema imune adequada e indução da tolerância imunológica. O não funcionamento desse sistema é a grande causa de doenças autoimunes ou atópicas (SATOKARI et al., 2014; FRANCINO, 2014). A disbiose apresenta um agravante quando associada com outros distúrbios, como aumento da permeabilidade intestinal, a constipação intestinal. Em uma microbiota anormal, a quebra dos peptídeos e reabsorção de toxinas do lúmen intestinal, ocorre de maneira 281 Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho 282 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 inadequada, induzindo o surgimento de patologias pelo não funcionamento das funções da microbiota intestinal (ALMEIDA et al., 2009). Em seres humanos considerados saudáveis, nota-se uma microbiota estável. Os agentes patogênicos quando adquiridos são rapidamente eliminados devido à presença da microbiota comensal, composto em sua maioria por bactérias anaeróbicas. No entanto, ao obter uma quantidade significativa de bactérias patogênicas como a Salmonella spp., Vibrio ou Estafilococcus, podem induzir uma desordem na microbiota natural, burlando assim os mecanismos de defesa e gerar sintomas clínicos (CARLET, 2012). Com relação a isso, a disbiose caracteriza-se como um problema sério, e consequente dos hábitos mantidos nos dias atuais, que tem grandes chances de perturbar todo o organismo e por isso deve ser bem investigada. Gases, cólicas, diarreias e prisão de ventre frequentes já são sintomas que indicam disbiose intestinal, e justificam exames específicos para conferir o equilíbrio da flora intestinal (DAVIDISON; CARVALHO, 2008). Sendo assim, como na literatura, são escassos os trabalhos que demonstram a prevalência desses sintomas, que caracterizam a disbiose, o presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência de sinais e sintomas de Disbiose Intestinal em pacientes de uma Clínica particular da cidade de Teresina-PI. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal do tipo descritivo, com abordagem quantitativa. A população envolvida foi composta por 57 pacientes usuários de uma Clínica particular localizada na cidade de Teresina-PI no mês de julho de 2016. Foram incluídos na amostra pacientes da clínica em questão, que deram entrada na mesma apresentando como queixa principal sintomas gastrointestinais, maiores de 18 anos, alfabetizados, e que consentiram em assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aceitando participar da pesquisa. Para critério de exclusão, pacientes que não apresentavam sintomas gastrointestinais e que não consentiram sua participação na pesquisa. A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 283 A coleta de dados foi realizada no mês de julho de 2016, através da aplicação de um Questionário de Rastreamento Metabólico- QRM do Centro Brasileiro de NutriçãoFuncional, composto por questões fechadas que são preenchidas de forma subjetiva, com informações do que ocorreram com o organismo nos últimos 30 dias, nas últimas semanas e nas últimas 48 horas. O QRM (figura 01) é dividido em 14 blocos referentes a pontos de importância do organismo e avalia cada sintoma baseado em seu perfil de saúde. Possui uma pontuação mínima total de 20 pontos para diagnosticar o paciente, sendo que deve ser dada máxima importância à pontuação por blocos. Figura 1- Modelo de Questionário de Rastreamento metabólico utilizado na pesquisa. Fonte: Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 A Disbiose Intestinal é avaliada através da pontuação dada pelo participante aos sintomas que estão relacionados no QRM: náuseas/vômitos, diarreia, constipação/prisão de ventre, inchado/abdômen distendido, gases intestinais/eructações, azia, dor estomacal/intestinal. Que constituem a seção voltada ao trato gastrointestinal. Para cada sinal/sintoma pontuou-se 00 (nunca, ou quase nunca teve o sintoma), 01 (ocasionalmente teve, efeito não foi severo), 02 (ocasionalmente teve, efeito foi severo), 03 (frequentemente teve, efeito não foi severo) ou 04 (frequentemente teve, efeito foi severo). A soma total do questionário caracteriza-se da seguinte forma: < 20 pontos (pessoas mais saudáveis, com menor chance de terem hipersensibilidade), > 30 pontos (indicativo de existência de hipersensibilidade), > 40 pontos (absoluta certeza de existência de hipersensibilidade) e > 100 pontos (pessoas com saúde muito ruim – alta dificuldade para executar tarefas diárias, pode estar associada à presença de outras doenças crônicas degenerativas). Segundo a análise proposta pelo QRM, pontuações iguais ou acima de 10 pontos em um dos blocos do questionário indicam hipersensibilidade alimentar ou ambiental. Para a tabulação dos dados, foi utilizado o Excel® versão 2010. Os dados foram expostos em tabelas e gráfico para melhor visualização. Para a análise estatística, foi utilizado o programa estatístico BioEstat versão 5.0. O teste estatístico utilizado para verificar associações significativas foi o teste do Qui-quadrado com correção de Yates, com um nível de significância de 5%. A pesquisa foi realizada de acordo com as normas do Conselho Nacional de Saúde – CNS – Portaria n° 466/2012, que contempla as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Na qual, foi autorizada pela direção da Clínica, mediante apresentação da carta de anuência padrão. A participação foi voluntária, assinado um termo de consentimento e esclarecidos de todas as dúvidas. 3. RESULTADOS Na figura 02 está sendo demonstrado que dentre os pacientes avaliados no presente estudo, 87,72% (n=50) eram do sexo feminino e 284 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 285 12,28% (n=07) do sexo masculino. Figura 2- Classificação dos pacientes estudados de acordo com o sexo. Fonte: Dados da Pesquisa, 2016. Com relação aos resultados da soma total do QRM, para ambos os sexos (tabela 01) foi observado que, não houve pacientes que apresentaram valores < 20 pontos e > 30 pontos. Já o resultado > 40 pontos, representou o somatório total do QRM de 54 pacientes, sendo estes 06 do gênero masculino e 48 do feminino. Quanto ao valor > 100 pontos foram observados no somatório de 03 pacientes, no qual 01 era do sexo masculino e 02 do feminino. Tabela 1- Resultado de acordo com o sexo da pontuação final da aplicação do QRM de 57 pacientes usuários de uma Clínica particular de Teresina-PI, 2016. Sexo Resultado da Interpretação do Questionário de Rastreamento Metabólico < 20 pontos > 30 pontos > 40 pontos >100 pontos Masculino - - 06 01 Feminino - - 48 02 TOTAL - - 54 03 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 87,72 12,28 0 50 100 Sexo Feminino Masculino Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 Para a prevalência dos sintomas observados nos pacientes da clínica (tabela 02), dentre todos os sintomas apresentados nos 57 pacientes estudados, o que demonstrou maior prevalência em nível de 95% de confiança foi o de dor estomacal e intestinal, com valor de p < 0, 0001. Este foi seguido por inchaço abdominal, abdômen distendido, arrotos, gases intestinais e azia, observado em 36 pacientes; constipação e prisão de ventre, presente em 33 pacientes; diarreia em 25 pacientes e náuseas e vômitos em 27 pacientes. Tabela 2- Sintomas do trato gastrointestinal de 57 pacientes usuários de uma Clínica particular de Teresina-PI, 2016. Sintomas do Trato gastrointestinal Presença Ausência p valor n % n % Náuseas e Vômitos 27 47,37 30 52,63 0,7911 Diarreia 25 43,86 32 56,14 0,4268 Constipação e Prisão de ventre 33 57,90 24 42,10 0,2893 Inchaço abdominal/Abdômen distendido 36 63,16 21 36,84 0, 0637 Arrotos e/ou gases intestinais 36 63,16 21 36,84 0, 0637 Azia 36 63,16 21 36,84 0, 0637 Dor estomacal/intestinal 57 100 0 0 < 0, 0001a a Significativo a nível de 5%. Fonte: Dados da pesquisa, 2016 . 286 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 4. DISCUSSÃO Não existe na literatura um consenso geral mostrando prevalência de doenças gastrointestinais de acordo com o sexo, há apenas resultados de patologias gastrointestinais isoladas. Mas sabe-se que mulheres apresentam mais nervosismo e ansiedade, que são fatores de risco para doenças gastrointestinais. De acordo com Costa-Júnior e Maia (2009), de modo geral, as mulheres utilizam mais os serviços de saúde de maneira preventiva e, por isso, há uma situação de saúde desfavorável quando se trata do grupo masculino em relação ao feminino. As mulheres também apresentam mais doenças crônicas do que os homens, porém tais acometimentos são menos severos. Fagundes (2010), estudando sobre a prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal, observou que 100% dos participantes do seu estudo eram mulheres. Almeida (2004), em um estudo sobre a microflora intestinal de pacientes com retocolite ulcerativa, identificou uma prevalência de 60% de mulheres. Esses resultados corroboram com os demonstrados neste estudo. Quanto à prevalência dos sintomas de disbiose, no que se refere à presença de náuseas e vômitos, 47,37% (n=27) dos pacientes apresentaram este sintoma. Dados semelhantes aos obtidospor Oliveira et al. (2006) em que 25% da população analisada relatou náuseas uma ou mais vezes em um intervalo de 30 dias. Ainda, 19% destacaram a presença de vômitos na mesma intensidade. No que se refere ao sintoma diarreia, o mesmo foi observado em 43,86% (n=25) dos pacientes estudados, corroborando com o demonstrado no estudo de Amarante (2013) que ao estudar pacientes com síndrome do intestino irritável, a autora observou presença de diarreia em 25% dos pacientes estudados. Para os sintomas de constipação e prisão de ventre, o resultado de 57,90% (n=33) apresenta- se superior ao reportado por Sartilho et al. (2009) que em seu estudo entrevistou um grupo de mulheres com idades entre 15 e 73 anos, e os resultados mostraram que a prevalência de constipação intestinal entre as entrevistadas foi de 34,2%. Para Santos e Varavalho (2011) a absorção intestinal que normalmente ocorre com o auxílio das bactérias da 287 Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 flora intestinal normal, em caso de desequilíbrio, apresentará absorção diminuída. Tal situação pode levar a ocorrência de quadro de constipação. Segundo Santos (2005) a constipação intestinal crônica e a síndrome do cólon irritável são duas doenças comuns e das mais frequentes nos consultórios médicos, principalmente atingindo a população feminina. Tal informação explica a prevalência deste sintoma na população estudada, tendo em vista os números significativos do sintoma e a quantidade do número de mulheres presente no respectivo estudo. No presente estudo, 63,16% (n= 36) dos pacientes avaliados relataram sentir inchaço abdominal ou abdômen distendido, o que pode ser comparado com os resultados de Galdino et al. (2016) no qual foi observado uma prevalência de 50,58% de indivíduos com os mesmos sintomas. A presença de arrotos e gases intestinais nos pacientes analisados foi de 63,16% (n= 36). Tal resultado demonstra-se superior ao apresentado por Fagundes (2010), onde a autora ao estudar a prevalência de sinais e sintomas de disbiose em estudantes reportou valor de 14,6% para os mesmos sintomas. Paschoal (2007) destaca que a disbiose intestinal possui sintomas que indicam facilmente o problema, como gases, cólicas, diarreia e prisão de ventre frequentes. Desta forma, pode- se perceber a presença de disbiose na maioria dos pacientes estudados, uma vez que a prevalência desses sintomas se mostram bem significantes na população do presente trabalho. No que se refere ao sintoma de azia, o resultado de 63,16% (n= 36), demonstra-se semelhante ao obtido por Cardoso et al (2010) que ao estudar a prevalência de sintomas de doença do refluxo gastroesofágico em pacientes asmáticos, reportou valor de 54,6% para o mesmo sintoma. Com relação ao sintoma dor estomacal e intestinal, estes foram observados em todos os pacientes. Estes sintomas caracterizam-se como um dos fatores mais importantes no diagnóstico da disbiose intestinal. Em um estudo com pacientes da atenção primária, Braga et al. (2013) relataram a prevalência de epigastralgia em 48,97% dos indivíduos, o que é representado também no presente estudo, em que 100% dos pacientes avaliados relataram a presença de dor estomacal/intestinal. 284 288 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 Desta forma, todos os pacientes avaliados apresentaram quadro de disbiose. Para aqueles que o resultado do somatório do QRM correspondeu à pontuação maior que 40 pontos, podem ser caracterizados com absoluta certeza a existência de hipersensibilidade. Já para os pacientes que apresentaram um somatório maior que 100 pontos, caracterizam-se como pessoas com uma saúde muito ruim, com alta dificuldade para executar tarefas diárias, podendo estar associado à presença de outras doenças crônicas e degenerativas. Diante do exposto se faz necessário que estes sintomas sejam aliviados e o quadro de disbiose apresentado por estes pacientes seja solucionado, pois segundo Almeida et al. (2009) se a disbiose não for tratada, pode evoluir para um quadro mais grave, tanto para uma constipação intestinal crônica ou até mesmo em casos extremos, como a necessidade de efetuar com frequência lavagem intestinal. 5. CONCLUSÃO Podemos concluir que foi observada uma alta prevalência de sintomas de disbiose na população estudada. Desta forma é importante que se dê atenção ao equilíbrio da microbiota intestinal, pois apesar de pouco estudada, esta se tem mostrado de grande influência na saúde humana. Nesse contexto, evidências tem demonstrado que os alimentos probióticos e prebióticos modulam positivamente a composição e a atividade da microbiota intestinal, com consequentes efeitos benéficos sobre a saúde. Assim, a dieta constitui, portanto, um dos aspectos essenciais que regula as espécies e a concentração da microbiota entérica, além de influenciar a atividade metabólica destes microrganismos. Em decorrência disto, podemos observar o quanto é importante o papel do nutricionista na prevenção e tratamento da disbiose intestinal, evitando assim, sinais e sintomas e o aparecimento de doenças gastrointestinais secundárias a esta. 289 Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 PREVALENCE OF SIGNS AND SYMPTOMS OF INTESTINAL DYSBIOSIS IN PATIENTS OF A CLINIC IN TERESINA-PI ABSTRACT Introduction: Dysbiosis is characterized as a serious problem, and consequent of the habits maintained in the present day, which has great chances of disrupting the whole organism and therefore should be well investigated. The objective of this study was to verify the prevalence of signs and symptoms of Intestinal Dysbiosis in patients of a private clinic in the city of Teresina-PI. Materials and Methods: This is a descriptive cross-sectional study with a quantitative approach. The population involved was composed of 57 patients using a private clinic located in the city of Teresina-PI. Data collection was performed in July 2016, through the application of a Metabolic Tracking Questionnaire (MTQ) of the Brazilian Center for Functional Nutrition. Results: Among the patients evaluated in the present study, 87.72% (n = 50) were of the female gender and 12.28% (n = 07) of the male gender. Concerning the symptoms presented in the 57 patients studied, the most prevalent at 95% confidence level was stomach and intestinal pain. Conclusion: A high prevalence of dysbiosis symptoms was observed in the study population. Thus, it is important to pay attention to the balance of the intestinal microbiota, because although it has been little studied, it has been shown to have a great influence on human health. Keywords: Intestinal microbiota. Imbalance. Dysbiosis. Artigo recebido em 09/05/2017 e aceito para publicação em 18/08/2017. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L.B. et al. Disbiose intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. São Paulo,v. 24, n. 1, p. 58-65, jan. 2009. ALMEIDA, M.G. Estudo da microbiota intestinal em doentes com retocolite ulcerativa antes e após retocolectomia com anastomose de bolsa ideal ao canal anal. 2004. 101f. Tese (Doutorado em Medicina). Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo, São Paulo. 2004. AMARANTE, D. Aspectos nutricionais na população de pacientes com síndrome do intestino irritável atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2013. 93f. Dissertação (Mestrado de Ciências em Gastroenterologia), Universidade de São Paulo. São Paulo. BARBOSA, F.H.F. et al. Microbiota indígena do trato gastrintestinal. Revista de Biologia e Ciência da Terra, Aracaju, v. 10, n. 1, p. 78-93, 2010. 290 A prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em pacientes de uma clínica em tersina-pi C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 291 BRAGA, D.C. et al. Sintomas dispépticos na atenção primária – perfil dos pacientes. GED: gastroenterologia endoscopia digestiva. v. 32, n. 3, p. 66-69, 2013. BRANDT, K.; SAMPAIO, M.; MIUKI, C. Importance of the intestinal microflora. Pediatria, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 117-127, 2006. CARDOSO, I.R.S. et al. Prevalência de sintomas de Doença do Refluxo Gastroesofágico em pacientes asmáticos. Revista de Pesquisa em Saúde, v. 11, n. 3, p. 20-24, 2010. CARLET, J. The gut is the epicenter of antibiotic resistance. Journal Antimicrobial Resistance & Infection Control, Paris, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2012. COSTA-JÚNIOR, F.M.; MAIA, A.C. B. Concepções de homens hospitalizados sobre a relação entre gênero e saúde. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v. 25, n. 1, p. 55-63, 2009. DAVIDISON, P.; CARVALHO, G. Ecologia e Disbiose Intestinal. In: PASCHOAL, V.; NAVES, A.; FONSECA, A. B. B.L. Nutrição Clínica Funcional: Dos princípios à prática clínica. São Paulo. VP Editora, p. 142- 169, 2008. FAGUNDES, G. E. Prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em estudantes do curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense. 2010. 43f. Monografia (Obtenção do Grau de Bacharel em Nutrição) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Criciúma, 2010. FRANCINO, M.P. Early development of the gut microbiota and imune health. Pathogens, Basel, v. 3, n. 3, p. 769- 790, 2014. GALDINO, J.J. et al. Questionário de rastreamento metabólico voltado a disbiose intestinal em profissionais de enfermagem. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v. 10. n. 57. p.117-122, 2016. GUARNER, F. Papel de la flora intestinal en la salud y em la enfermedad. Nutrición Hospitalaria, Madrid, v. 22, n. 2, p. 14-19, 2007. OLIVEIRA, J.N. et al. Prevalência de constipação em adolescentes matriculados em escolas de São José dos Campos, SP, e em seus pais. Arquivos de Gastroenterologia, v. 43, p. 50-54, 2006. PASCHOAL, V.; NAVES, A.; FONSECA, A.B. Nutrição clínica funcional: dos princípios à prática clínica. In: (Ed.). Coleção Nutrição Clínica Funcional. São Paulo: VP. p. 142-169, 2007. PENDERS, J. et al. Factors influencing the composition of the intestinal microbiota in early infancy. Pediatrics. v.118, n.2, p. 511–521, 2006. SANTOS JÚNIOR, J.C.M. Constipação Intestinal. Revista brasileira de Coloproctologia, São Paulo. v.25, n. 1, p.79-93, 2005. SANTOS, T.T.; VARAVALLO, M.A. A importância de probióticos para o controle e/ou reestruturação da microbiota intestinal. Revista Científica do ITPAC. v.4, n.1, p.40-49, 2011. SARTILHO, A.R.P. et al. Avaliação da prevalência e dos fatores de risco Cláudia Lorena Ribeiro Lopes, Gleyson Moura dos Santps, Fabrina Oliveira Almeida Monte Coelho C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.3, p. 280-292, set./dez. 2017 associados à constipação intestinal em mulheres na XI ação itinerante realizada no município de Araras-SP. Anais do 2º Encontro de Alunos do Curso de Especialização em Farmacologia Clínica, Araras- SP, p. 25, 2009. SATOKARI, R. et al. Fecal transplation Treatment of antibiotic-induced, noninfectious colitis and longterm microbiota follow-up. Case Reports in Medicine, New York, v. 2014, n. 913867, p. 1-7, nov. 2014. ZHANG, Y.J.; LI, S. et al Impacts of Gut Bacteria on Human Health and Diseases. International Journal of Molecular Sciences. v.16, n.4, p.7493–7519, 2015. 292
Compartilhar