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Estudando_ Psicanálise11

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05/05/2019 Estudando: Psicanálise
https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2401 1/4
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Após a leitura dos módulos abaixo clique em: Fazer a Prova (https://cursosabeline.com.br/avaliacao-224)
Estudando: Psicanálise
11º Módulo: Traumas de Infância
Existe uma ideia bastante comum de que na infância a pessoa tem a experiência de um trauma – que causa uma
marca para a vida toda. A psicologia, então, ajudaria na superação deste trauma.
Na verdade, não é bem assim! Neste texto você vai saber mais sobre o surgimento da infância – pois a ideia de
infância não existia até bem pouco tempo atrás – e também como surgiu o conceito de trauma na infância e como
a psicanalise e a psicologia trabalha esta questão atualmente.
Existe um livro muito utilizado nas Ciências Humanas (na psicologia, na pedagogia, na história) chamado História
Social da Criança e da Família, do historiador de final de semana Phillipe Ariès.
O livro mostra historicamente a constituição da família desde o século XV até o século XVIII e o papel da escola e
do “conceito” de infância neste processo.
Na Inglaterra da Idade Média as crianças eram mandadas para a casa de outras pessoas para trabalharem com
a idade de sete anos e eram chamadas aprendizes. Este tratamento acontecia em todas as famílias não
importando a fortuna, ao mesmo tempo em que mandavam suas crianças para outras casas, recebiam meninos
ou meninas nas suas.
Provavelmente, este gênero de vida foi comum ao Ocidente medieval, onde a aprendizagem se confundia com o
serviço doméstico. A criança aprendia pela prática, não somente os conhecimentos do mestre que a recebia mas
também os valores morais.
Como a transmissão do “conhecimento” era de maneira prática e de uma geração para outra não havia lugar
para a escola. Deste modo, a criança participava integralmente na vida dos adultos. Não havia a segregação das
crianças, como posteriormente aconteceria.
Em outras palavras, não havia a noção que temos hoje de infância. Uma criança era um pequeno adulto, um
adulto pequeno e tratado como tal.
A família não podia nesta época alimentar um sentimento existencial profundo entre pais e filhos, era uma
realidade moral e social mais do que sentimental.
A partir do século XV, essa realidade começou a se transformar, lentamente, com a extensão da frequencia
escolar. Dessa época em diante, a educação passou a ser fornecida mais pela escola.
As famílias ao mesmo tempo, não queriam mais se separar de seus bebes e começaram a trazer amas-de-leite
até as suas casas. Assim, as crianças cresciam e aprendiam a civilidade através do contato com suas famílias.
A palavra “civil” era quase sinônimo de nosso “social” moderno. Existiam, no século XVI até o século XVIII
umaliteratura sobre civilidade, os tratados ou manuais de cortesia, nos quais as pessoas aprendiam como se
comportar em sociedade.
A escola durante este período foi se desenvolvendo e a infância se particularizando.
Na segunda metade do século XVII a família já está organizada em torno das crianças. A primeira família
moderna foi a de homens ricos e importantes. Contudo, havia ainda uma grande socialização, não se tendo
espaço para a criação de uma maior intimidade.
05/05/2019 Estudando: Psicanálise
https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2401 2/4
Até o século XVII a densidade social proibia o isolamento. Somento no século XVIII a família começou a manter à
sociedade à distância. A organização das casas passou a corresponder a essa nova preocupação contra o
mundo. A independencia dos cômodos e o conforto surgiu junto da intimidade, do isolamento, da discrição.
A especialização dos cômodos, nas familias da nobreza e da burguesia foi uma das maiores mudanças na vida
cotidiana das pessoas. Ou seja, até bem pouco tempo atrás não existiam quartos individuais – todos conviviam
no mesmo espaço. Além disso, a casa era uma extensão da rua e estava sempre aberta para os vizinhos.
A partir do século XVIII, começou-se a se seperar a vida mundana, a vida profissional e a vida privada, e surgiu
um novo código de boas maneiras que recebeu o nome de polidez, que obrigava à descrição e ao respeito pela
intimidade alheia.
A criança tornou-se um elemento indispensável da vida quotidiana e os adultos passaram a se preocupar com
sua educação, carreira e futuro.
À medida em que as transformações na sociedade modificaram a escola, a aprendizagem, os costumes, as
relações da criança com a família e da famílica com esta constituiram um importante fator no surgimento da
família moderna.
Traumas de Infância
Nos últimos séculos, portanto, o modo como as pessoas tratavam as crianças começou a ser modificado. A
infância como a entendemos hoje foi surgindo também com a criação das escolas fundamentais e obrigatórias –
inicialmente uma exigência dos protestantes que desejavam que as pessoas pudessem ler a Bíblia sem o
intermédio dos padres.
Sigmund Freud elaborou logo no começo de sua carreira como psicanalista o conceito de trauma na infância. De
acordo com suas pesquisas iniciais, o adulto neurótico – com problemas e sintomas psíquicos – teria passado
por um ou mais eventos traumáticos na primeira infância.
Estes eventos estavam já relacionados à ideia do Complexo de Édipo.
Porém, depois de pesquisar mais, Freud percebeu que na verdade, não haviam estas traumas. Ou ainda melhor,
experiências ruins podiam até acontecer – mas o que mais importava para o surgimento da neurose era a
fantasia inconsciente do paciente.
Em outras palavras, o trauma perdeu importância como o causador do problema. O problema, então, não seria
mais o trauma (o evento que aconteceu no passado) mas a fantasia inconsciente do passado.
Com isso, a psicanalise não trabalha mais hoje com a ideia de trauma e solução do trauma. Os psicanalistas
trabalham com a ideia de sintoma e fantasia (ou fantasma) inconsciente.
Chegar à fantasia inconsciente que é a origem dos sintomas – é o que permite ao paciente libertar-se de seu
sofrimento.
PULSÃO DE MORTE
Para falarmos de Pulsão de Morte devemos lembrar um pouco da história da psicanálise, a partir já de Freud.
Para tanto, devemos lembrar da polaridade pulsão do eu X pulsão sexual e, posteriormente, pulsão de vida X
pulsão de morte.
No começo de sua obra, Freud acreditava que o inconsciente era puro desejo, ia em busca do prazer no desejo –
o famoso princípio do prazer. Este prazer era frequentemente contrário ao eu.
Pensemos em uma dicotomia:
Pulsão do eu (ou pulsão do ego) X Pulsão Sexual
Neste começo, Freud relacionava o princípio do prazer à sexualidade. Claro, a sexualidade entendida de uma
forma ampla; não apenas o coito, a relação sexual propriamente dita.
05/05/2019 Estudando: Psicanálise
https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2401 3/4
Clique na lição abaixo que deseja estudar:
1º Módulo: O que é psicanálise? (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2391)
2º Módulo: A psicanálise: ciência e ética (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2392)
Neste caso, a sexualidade englobaria, por exemplo, os fênomenos da transferência (em que o paciente crê no
analista), o apaixonar-se, os conflitos amorosos…
Importante lembrar este ponto. Em psicanálise sexualidade é um conceito amplo – que não quer dizer
imediatamente o ato sexual.
Contra a pulsão sexual havia a pulsão do eu ou pulsão de autoconservação. Enquanto a pulsão sexual impeliria o
sujeito a se reproduzir, a pulsão de autoconservação impeliria o sujeito a se proteger, a se defender, a manter a
própria vida.
Portanto, o princípio do prazer expresso pela pulsão sexual se contrapõe à pulsão de autoconservação, à pulsão
do eu.
Como o que não é o eu, neste começo da psicanálise, é o inconsciente, o inconscienteé representado pelo
princípio do prazer.
Posteriormente, no famoso livro Mais além do princípio do prazer, Freud entendeu que o princípio do prazer não
era único, não representava o todo da dinâmica do inconsciente.
Havia um mais além, um algo a mais do prazer.
E o que é? A pulsão de morte.
Neste segundo momento – que coincide com a construção da ideia de Id, Ego e Superego – Freud entende a
psique como sendo constituída por outra polaridade:
Pulsão de vida X Pulsão de morte
É esta polaridade, até certo ponto, que nos permitirá entender a polaridade entre o desejo e o gozo na
psicanálise lacaniana.
O desejo para Lacan aproxima-se do conceito de desejo em Freud.
Enquanto que a ideia de gozo (juissance) aproxima-se da ideia de mais além do prazer, de Freud.
Podemos pensar, para começar, em um exemplo:
Imagine uma mulher, bonita, inteligente, com boas condições financeiras, estrutura familiar tranquila.
Em sua vida de vinte e poucos anos, começa a namorar. Apaixona-se. O caso é que o objeto de sua paixão é um
bandido. Um malandro, alguém que só lhe fará mal. O malandro bate nela, a maltrata, a xinga, a trai… e…ela
continua com ele. Porque? Porque continua?Para responder à esta questão, porque ela continua, temos que
fazer referência aos dois conceitos:
desejo X gozo(princípio do prazer) X princípio de morte
Mesmo o inconsciente não sendo lógico, racional, previsível, seria de se esperar que esta mulher jovem e bonita
procurasse o prazer, o bem, alguém que lhe tratasse de forma boa, solícita…Seria lógico se pensarmos no
princípio do prazer. O inconsciente buscaria apenas o prazer, apenas o que lhe desse satisfação. Mas como
vimos, este não é o caso. Há aí um mais além do princípio do prazer, um gozo na psicanálise de Lacan, um
desprazer que, mesmo sendo desprazer, satisfaz… É uma paradoxo, mas é o paradoxo do gozo. Continuaremos
a explicação do conceito de pulsão de morte, juntamente com o conceito de gozo, em seguida. Aguardem.
 
05/05/2019 Estudando: Psicanálise
https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2401 4/4
3º Módulo: Diferença entre o Psicólogo, Psicanalista e Psiquiatra
(https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2393)
4ª Módulo: A técnica da psicanálise para Freud (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-
2394)
5º Módulo: A entrevista na psicanálise (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2395)
6ª Módulo: O início da análise na psicanálise (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2396)
7º Módulo: A personalidade para a psicanálise (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2397)
8º Módulo: Aparelho psíquico para Freud, Winnicott e Klein (https://cursosabeline.com.br/estudando-
psicanalise-2398)
9º Módulo: O sonho é a realização de um desejo (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-
2399)
10º Módulo: O que querem as mulheres? (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2400)
11º Módulo: Traumas de Infância (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2401)
12º Módulo: Psicanálise: Depressão e Melancolia (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-
2402)
13º Módulo: A psicose para a psicanálise (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2403)
14º Módulo: Os 3 tipos de atos falhos para Freud (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-
2404)
15º Módulo: Os 3 tipos de ansiedade para Freud (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-
2405)
16º Módulo: Referências Bibliográficas (https://cursosabeline.com.br/estudando-psicanalise-2406)

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