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1. Equipamentos Elétricos 1. Principais Equipamentos e suas Funções 1.1.Classificação dos Sistemas de Transmissão e das SEs O Ministério de energia preconiza o uso das tensões abaixo relacionadas como aquelas a serem usadas em todo o território nacional: Sistemas de Transmissão: – Transmissão: 760 kV, 500 kV, 345/400 kV, 230 kV, 138 kV – Subtransmissão: 69 kV – Distribuição: 34.5 kV, 13.8 kV, 11 kV (rural) SEs: – EAT: 760 kV, 500 kV, 345/400 kV – AT: 230 kV, 138 kV – MT: 69 kV, 34.5 kV, 13.8 kV, 11 kV • Exemplo de um sistema elétrico: • Definição de Subestação: É um conjunto de equipamentos de manobra e/ou transformação e compensação usado para dirigir o fluxo de energia em um sistema de potência e possibilitar a sua diversificação através de rotas alternativas, possuindo dispositivos de proteção capazes de detectar falhas e isolar trechos. • Classificação das SEs Quanto à sua função - SE Geradora: associada aos geradores de uma usina, são também chamadas de SE elevadora. Exemplo: SE A. - SE Transformadora: transforma a tensão de suprimento para um nível maior ou menor. Exemplo: SE A (elevadora), SE C (abaixadora). AT -MT MT-AT 2. - SE Seccionadora, de Manobra ou Chaveamento: interliga circuitos de suprimento sob o mesmo nível de tensão, possibilitando a sua multiplicação. Exemplo: SE B. Quanto à sua instalação - SE Externa: equipamentos instalados ao tempo. - SE Interna: equipamentos instalados ao abrigo do tempo, também chamadas de “SE abrigada”. 3. 1.2. Principais Equipamentos e suas Funções 1.2.1. Equipamentos de Transformação • transformadores de força • transformadores de instrumentos (TI), que podem ser transformadores de corrente ou de potencial, sejam capacitivos ou indutivos. Sem os transformadores de força seria praticamente impossível o aproveitamento econômico da energia elétrica pois, a partir deles, foi possível a transmissão em tensões cada vez mais altas, possibilitando grande economia nas LTs, em trechos cada vez mais longos. Já em função do uso de tensões e correntes cada vez maiores nos sistemas elétricos, devido à sua grande extensão, se faz necessário o uso de TIs que possibilitam a transmissão aos instrumentos de medição e proteção dessas grandezas. Logo, os TIs têm por objetivo: ∗ alimentar o sistema de proteção e medição com tensões e correntes reduzidas, mas proporcionais às grandezas do circuito de força; ∗ proporcionar isolamento entre o circuito de alta tensão e os instrumentos e, consequentemente, segurança pessoal; ∗ padronizar fabricação de instrumentos. Praticamente, apenas duas grandezas são medidas através dos TIs: − corrente de linha; − tensão entre fases ou tensão entre fase e terra. Para medi-las são usados, respectivamente, transformador de corrente (TC) e transformador de potencial (TP). 1.2.2. Equipamentos de Manobra • Disjuntores e chaves seccionadoras Os disjuntores são os mais eficientes e complexos equipamentos de manobra em uso nas redes elétricas, destinados à operação em carga, podendo sua operação ser manual ou automática. As chaves seccionadoras são dispositivos destinados a isolar equipamentos, zonas de barramento, ou ainda, trechos de LTs. Somente podem ser operadas sem carga, muito embora possam ser operadas sob tensão. 1.2.3. Equipamentos para Compensação de Reativos 4. • reator de derivação • capacitor derivação ou série • compensador síncrono • compensador estático Os reatores derivação são ligados entre o sistema de transmissão e a terra e objetivam introduzir uma indutância que compense o efeito capacitivo de linhas em vazio ou com carga leve, sendo usados para limitação de sobretensões temporárias ou permanentes. Os capacitores derivação também são ligados entre o sistema e a terra, têm por finalidade regular a tensão do sistema, através da neutralização da potência reativa indutiva predominante em regime de carga pesada. Os capacitores série aumentam o limite de potência ativa de uma LT, através da redução da reatância série da linha. Os compensadores síncronos permitem um controle constante da potência reativa, podendo fornecer potência reativa capacitiva (quando superexcitados) ou indutiva (quando subexcitados). No entanto, convém notar que eles contribuem para a corrente de curto- circuito, apresentam elevada inércia, o que pode levar a problemas de estabilidade, e, em se tratando de máquinas rotativas, requerem manutenção mais frequente. O compensador estático consiste usualmente de um reator derivação saturado com os enrolamentos interligados de forma que correntes de baixos harmônicos sejam eliminadas, e de capacitores derivação, normalmente limitados à classe de 72.5 kV, o que significa que devem ser limitados a um transformador abaixador ou, eventualmente, ao terciário de um transformador de força. 1.2.4. Pára-Raios Os pára-raios são constituídos de resistores variáveis e protegem o sistema contra descargas atmosféricas e contra surtos de manobra. 1.3 Normas para Especificações e Ensaios Equipamentos elétricos são fabricados e ensaiados de acordo com as normas ABNT, ANSI, IEC, NEMA, DIN etc. 5. 1.4. Simbologia Símbolo Função Símbolo Função Transformador de Força de 2 Enrolamentos Capacitor de Derivação Transformador de Força com Enrolamento Terciário Reator Derivação TC Disjuntor Tripolar AT e MT TP Chave Seccionadora TPC Chave de Aterramento Máquina Síncrona Chave Seccionadora com Lâmina de Terra Chave Fusível Filtro de Onda (ou Bobina de Bloqueio) Pára-Raios 6. 1.5. Diagramas Unifilares • Esquema de Manobra • Esquema de Manobra com Barra Dupla e Disjuntor e um Terço B.M. (Barra de Manutenção) B.O. (Barra de Operação) Proteção diferencial de barra Proteção 2 + falha de disjuntor Proteção 1 Medição TC com 4 núcleos (1 medição + 3 proteção) 89T1 89T2 B. A (Barra de Operação A) B. B (Barra de Operação B) L1 L2 L3 89 A 52 A 89 E 89 C 52 C 89 F 89 D 52 D 89 G 89 H 52 B 89 B medição L1 proteção 1-L1 e 2-L1 falha disjuntor 52-A proteção diferencial B. A medição L1 medição L2 proteção 1-L1 e 2-L1 proteção 1-L2 e 2-L2 falha de disjuntor 52-C medição L2 medição L3 proteção 1-L2 e 2-L2 proteção 1-L3 e 2-L3 falha de disjuntor 52-D medição L3 proteção 1-L3 e 2-L3 falha de disjuntor 52-B proteção diferencial B. B 7. Transformadores de Corrente – TC 1. Definição É um TI cujo enrolamento primário é ligado em série em um circuito elétrico e cujo enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de correntes de instrumentos elétricos de medição, proteção ou controle. Na prática, é considerado um “redutor de corrente”, pois a corrente que percorre o seu circuito secundário é normalmente menor que a corrente que percorre o seu enrolamento primário. 2. Princípios Fundamentais do TC Por I2 ser menor que I1, o TC é considerado um redutor de corrente. O enrolamento primário dos TCs é normalmente constituído de poucas espiras (2 ou 3, por exemplo) feitas de condutor de cobre de grande seção. Há TCs que o próprio condutor do circuito principal serve como primário, sendo considerado que, neste caso, o enrolamento primário possui apenas uma espira. 3. Corrente Secundária Nominal Padronizada: 5 A 4. Corrente Primária Nominal A corrente nominalpadronizada será estabelecida de acordo com a ordem de grandeza da corrente do circuito em que o TC será ligado. Ex: 200/5 A, 300/5 A, 400/5 A, 1000/5 A, … Quando o primário é percorrido pela corrente nominal para a qual o TC foi construído, no secundário tem-se 5 A. Quando o primário é percorrido por corrente maior ou menor que a nominal, no secundário tem-se também uma corrente maior ou menor que 5 A, mas nas mesmas proporções que as correntes do primário do TC utilizado. Ex: TC 100/5 A Se o primário é percorrido por uma corrente de 84 A, o secundário é percorrido por 4.2 A; se é percorrido por 106 A, tem-se no secundário 5.3 A. TC I1 I2 O TC apresenta N1 < N2 Sendo N1I1 = N2I2 : N1/N2=I2/I1, I2 < I1 N1 N2 8. 5. Emprego Os TCs são empregados para alimentar instrumentos elétricos de baixa impedância (amperímetros, bobinas de corrente de wattímetros, relés de corrente, etc.). OBS: A corrente I1 surge no primário do transformador de força como uma conseqüência da corrente I2, originada por solicitação da carga alocada no seu secundário. No transformador de corrente, entretanto, a corrente I1 é originada diretamente por solicitação da carga com a qual o TC está em série, surgindo então a corrente I2, como uma conseqüência de I1, independentemente do instrumento elétrico que estiver em seu secundário. 6. Relação Nominal e Real do TC – Relação Nominal (também chamada de Relação de Transformação Nominal ou, simplesmente, Relação de Transformação) kc = I1n # N2 # = muito aproximadamente igual I2n N1 Definição: é a relação entre os valores nominais I1n e I2n das correntes primária e secundária, respectivamente. Estas correntes são aquelas para as quais o TC foi projetado e construído (indicadas pelo fabricante na placa de identificação). – Relação Real kr = I1 I2 Definição: é a relação entre o valor exato I1 de uma corrente qualquer que percorre o primário do TC e o correspondente valor exato I2 verificado no secundário dele. Em virtude de ser o TC um equipamento eletromagnético, a cada I1 corresponde um I2 e, conseqüentemente, um kr. Ex: I1 = kr, I1’ = kr’, I1” = kr”, … I2 I2’ I2” Esses valores de kr são todos muito próximos entre si e também de kc, pois os TCs são projetados dentro de critérios especiais e são fabricados com materiais de boa qualidade. Z carga do sistema carga I1 I1 I2 9. Como não é possível medir I1 com amperímetro (I1 tem normalmente valor elevado ou está em circuito de tensão elevada) mede-se I2 e chega-se ao valor exato de I1, através da construção do diagrama fasorial do TC. Desta forma, a relação real aparece mais comumente indicada sob a seguinte forma: | I1 | = kr I2 10. 7. Fator de Correção de Relação FCRc = kr = relação verdadeira kc relação nominal Definição: é o fator pelo qual deve ser multiplicada a relação de transformação kc do TC para se obter a sua relação real kr. De imediato, vê-se que a cada kr do TC corresponde um FCRc. Em virtude dessas variações, determinam-se os valores limites inferior e superior do FCRc para cada TC, sob condições especificadas, partindo-se daí para o estabelecimento de sua classe de exatidão. Na prática, obtém-se o valor da corrente I2 com um amperímetro ligado ao secundário do TC e multiplica-se esse valor lido por kc para chegar-se ao valor da corrente primária, valor este que representa o valor medido da corrente primária e não o valor exato da mesma. Ex: Um TC de 200-5 A tem o primário ligado em série com uma carga e o secundário alimentando um amperímetro, no qual se lê: 3.8 A. A relação de transformação, nesse caso, é 40. Qual é a corrente primária solicitada pela carga? I1 = 40 x 3.8 = 152 A Ex: Idem anterior para TC 300-5 A, I2 = 3.8 A kc = 300/5 = 60 I1 = 60 3.8 = 228 A 8. Diagrama Fasorial do TC O primário do TC tem impedância muito baixa. A queda de tensão nesse enrolamento pode ser considerada desprezível, não aparecendo a sua representação no diagrama fasorial. U1 = E1 # 0 No exemplo anterior, o valor encontrado de 228 A é o valor medido no primário do TC. Para se determinar o valor verdadeiro dessa corrente ter-se-á de construir o diagrama fasorial deste TC, conforme abaixo. Rp Xp Ip Is Rs Xs Iβ Iµ I0 11. α = ângulo de perda devido à excitação no núcleo Iµ = componente de magnetização de I0, Iβ = componente de perdas (histerese e correntes parasitas) φ = fluxo principal I0 = corrente de excitação, I1 = corrente primária, I2 = corrente secundária r2I2 = queda de tensão na resistência própria do enrolamento secundário X2I2 = queda de tensão na reatância de dispersão do enrolamento secundário E2 = f.e.m. do enrolamento secundário, U2 = tensão nos terminais do secundário 12. Pelo diagrama fasorial pode ser visto que o inverso de I2 está defasado de um ângulo β em relação a I1. Num TC ideal este ângulo seria 0. Estas considerações levam a concluir que o TC, ao refletir no secundário o que se passa no primário, pode introduzir 2 erros, como ver-se-á a seguir. 9. Erros do TC – Erro de Relação εc: Valor relativo: εc = kcI2 - | I1 | | I1 | Valor percentual εc %= kcI2 - | I1 | x 100 | I1 | – Erro de Ângulo de Fase β: Definição: é o ângulo de defasagem existente entre I1 e o inverso de I2. - se o inverso de I2 é adiantado em relação a I1: β é positivo; - se o inverso de I2 é atrasado em relação a I1: β é negativo; 9.1 Equivalência entre εc e FCRc ε = − ⋅ = − ⋅ k I I I k I I c c2 1 1 2 1 100 1 100 | | | | Como I2 é o valor verdadeiro da corrente secundária, tem-se: I I k r 2 1 1 | | = , pois: k I Ir = | |1 2 Substituindo-se acima, tem-se: ε% = − ⋅ = − ⋅ k I I k k c c r 2 1 1 100 1 100 Por definição, FCRc = kr/kc. Logo: ( )ε% = − ⋅ = − ⋅ ≈ ⋅ − 1 1 100 1 100 100 1 FCR FCR FCR FCR c c c c , pois FCRc # 1 Notas: • Se kc < kr ⇒ FCRc > 100% e εc < 0 valor medido < valor verdadeiro ⇒ erro por falta • Se kc > kr ⇒ FCRc < 100% e εc > 0 valor medido > valor verdadeiro ⇒ erro por excesso Ex: O primário de um TC de 200-5 A sob ensaio é percorrido por uma certa corrente que faz surgir no secundário a corrente de 4.96 A. Constata-se depois que a corrente primária fôra de 13. exatamente 200 A. Determinar: relação de transformação nominal, relação real, fator de correlação, erro de relação. Por fim, conclua. kc = 200/5 = 40 kr = 200/4.96 = 40.32 FCRc = kr/kc = 40.32/40 = 1.008 εc = 100 - FCRc% = 100 - 100.8 = - 0.8 % Conclusão: como FCRc > 100%, o erro cometido em relação à corrente primária é por falta. Comprovação: εc < 0. 10. Procedimentos para Especificar-se um TC para Medição Para se especificar corretamente um TC é necessário, antes de tudo, saber qual será a finalidade de sua aplicação, pois isso definirá a classe de exatidão (por exemplo: 0.3 → medição de faturamento de energia elétrica para consumidor). A carga nominal do TC será estabelecida tendo em vista as características (em termos de perdas elétricas internas) dos instrumentos elétricos que serão inseridos no secundário, características essas que são normalmente fornecidas pelos fabricantes ou poderão ser determinadas em laboratório, através de ensaios apropriados. O quadro a seguir indica, a título de referência, a ordem de grandeza das perdas da bobina de correntede alguns instrumentos elétricos que são utilizados com TCs em condições de 5 A, 60 Hz. TCs, 5A, 60 Hz Instrumento VA W var Medidor de kWh 0.7 a 2.0 0.5 a 1.6 0.4 a 1.5 Medidor de kvarh 0.7 a 2.0 0.5 a 1.6 0.4 a 1.5 Wattímetro 1.0 a 2.5 0.5 a 0.7 0.9 a 2.4 Varímetro 1.0 a 2.5 0.5 a 0.7 0.9 a 2.4 Amperímetro 1.2 a 3.0 1.0 a 1.5 0.9 a 2.5 Fasímetro 2.5 a 3.6 2.2 a 2.6 1.0 a 2.5 Relés 8.0 a 15.0 2.0 a 4.0 8.0 a 14.9 Cabe ressaltar que a ABNT estabelece, para a bobina de corrente dos medidores de energia, que as perdas não deverão exceder 2 W e 2.5 VA; a IEC também limita nesses valores. Ex: Especificar um TC para medição para faturamento a um consumidor energizado em 69 kV, cuja corrente na linha chegará a cerca de 80 A no primeiro ano de funcionamento, podendo atingir cerca de 160 A partir do segundo ano. Os instrumentos elétricos que serão empregados, abaixo indicados, ficarão a 25 m do TC e serão ligados ao secundário deste através de fio de cobre 2.5 mm2. a) medidor de kWh com indicador de demanda máxima tipo mecânico b) medidor de kvarh sem indicador de demanda máxima Dados: Resistência do condutor: 5.3 Ω/km Os fabricantes dos instrumentos forneceram as seguintes perdas em 5A, 60 Hz: Instrumento W var Medidor kWh 1.4 0.8 Medidor kvarh 1.4 0.8 – Resistência total (RT): 14. RT = 0.0053 x 50 = 0.265 Ω ⇒ RT(W) = 6.625 W – Perdas Totais: ativas: 9.4 W (1.4 + 1.4 + 6.6) reativas: 1.6 var (0.8 + 0.8) – Carga Nominal do TC: S = + =9 4 1 6 9 542 2. . . 9,54VA → ABNT: 12.5 VA. O fator de potencia desse TC é 0,9. Deve-se calcular a potencia ativa e reativa do TC que deve ser superior a potencia ativa e reativa calculada. – Especificações: • TC para medição de faturamento de energia elétrica • correntes primárias no medidor: 100 X 200 A (ligação série/paralelo no primário) • freqüência: 60 Hz • carga nominal: C 12.5 (ABNT) • classe de exatidão: 0.3 – C 12.5 (ABNT) • corrente secundária: 5 A • fator térmico: 1.2 • instalação: externa • nível de isolamento: para Vnom = 69 kV • tensão máxima de operação: 72.5 kV • tensões suportáveis nominais à freqüência industrial e de impulso atmosférico: 140 e 350 kV, respectivamente 11. Resumo das Características do TC 11.1. Corrente secundária nominal: de um modo geral, 5A. Casos especiais em proteção: pode haver TCs com corrente secundária nominal de 1 A. 11.2. Corrente primária nominal: caracteriza o valor nominal de I1 suportado pelo TC. Na escolha de um TC deve-se especificá-lo tendo em vista a corrente máxima no circuito em que o TC vai ser inserido, considerando os valores de curto-circuito. 11.3. Classe de exatidão: valor máximo do erro, expresso em percentagem. 0.3 – 0.6 – 1.2 – 3.0 : medição 5.0 – 10.0 : proteção 11.4. Carga nominal: carga na qual se baseiam os requisitos de exatidão do TC. 11.5. Fator térmico: fator pelo qual deve ser multiplicada a corrente primária nominal para se obter a corrente primária máxima que o TC é capaz de conduzir em regime permanente, sob freqüência nominal, sem exceder os limites de elevação de temperatura especificados e sem cair fora da sua classe de exatidão. De acordo com a EB-251 tem-se: 1.0 – 1.2 – 1.3 – 1.5 – 2.0 11.6. Nível de isolamento: define a especificação do TC quanto às condições que deve satisfazer a sua isolação em termos de tensão suportável. Consultar tabelas 5, 6 e 7 do anexo A da ABNT – EB-251.2 15. 11.7. Corrente térmica nominal: maior corrente primária que um TC é capaz de suportar durante 1 segundo, com o enrolamento secundário curto-circuitado, sem exceder, em qualquer enrolamento, uma temperatura máxima especificada. 11.8. Corrente dinâmica nominal: valor de crista da corrente primária que um TC é capaz de suportar durante o primeiro meio-ciclo. A EB-251.2 estabelece que o valor de crista é normalmente 2.6 vezes o valor da corrente térmica. 11.9. Polaridade: aditiva e subtrativa. É normalmente utilizada a polaridade subtrativa (facilita manuseio, por parte dos instaladores). 11.10. Se um TC alimenta vários instrumentos elétricos, estes devem ser ligados em série, a fim de que todos sejam percorridos pela mesma corrente do secundário do TC. 11.11. Quando se emprega TCs em medição de energia elétrica para fins de faturamento a consumidor, é recomendável que esses TCs sejam usados exclusivamente para alimentar o medidor da instalação. 11.12. Recomendações práticas: 11.12.1. Na fase de anteprojeto, faltando informes tais como tipo e procedência dos relés, comprimento dos cabos, … (o que impossibilita o perfeito dimensionamento dos TCs), recomenda-se adotar: 11.12.1.1. TC para proteção diferencial do motor: a) auto-balanceado: tipo janela, relação 50-5 A, designação 10B10 b) percentual: tipo barra, relação a ser determinada, designação 10A200 11.12.1.2. TC no primário de transformador de força para proteção diferencial: a) tipo bucha, relação a ser determinada, designação 10B200 11.12.1.3. TC num resistor de aterramento (para resistor 400 A – 10 s) a) tipo barra, relação 200-5 A, designação 10A200 OBS.: Não é permitido o uso de fusíveis de proteção no secundário de TCs. 11.12.2. O fator térmico recomendado para os TCs é de 1.0 11.12.3. Classes de exatidão recomendadas: TC para proteção: 10.0 TC para medição sem finalidade de faturamento: 0.6 12. Classificação dos TCs de Acordo com a Construção Mecânica 12.1 TC tipo enrolado (primário enrolado) TC cujo enrolamento primário, constituído de uma ou mais espiras, envolve mecanicamente o núcleo do transformador. Mais utilizado para serviços de medição (utilizado para serviços de proteção para relações abaixo de 200-5 A). 12.2. TC tipo barra TC cujo primário é constituído por uma barra montada permanentemente através do núcleo do transformador. 16. 12.3. TC tipo janela TC sem primário próprio, construído com uma abertura através do núcleo por onde passará o condutor do circuito primário, formando uma ou mais espiras. 12.4. TC tipo bucha: Tipo especial de TC tipo janela, projetado para ser instalado sobre uma bucha de equipamento elétrico, fazendo parte integrante deste. Por exemplo, transformador. 12.5. TC de núcleo dividido Tipo especial de TC tipo janela em que parte do núcleo é separável ou basculante, para facilitar o enlaçamento do enrolamento primário. Por exemplo amperímetro tipo alicate. 17. Esquemas Construtivos de TCs: TC tipo enrolado TC tipo barra TC tipo janela TC tipo bucha TC de núcleo dividido 18. [1] Stanley E. Zocholl - Analise e Aplicação de Transformadores de corrente. 19. 20. Verificação da saturação em regime permanente O TC não satura para corrente até 20 x I2 Exemplo: Verificar se os Tcs de proteção a serem instalados numa SE de 138 kV estão adequados para essa SE considerando que os TCs atendem às solicitações de curto- circuito para os efeitos térmicos e dinâmicos. 1- Corrente de cirto-circuito simétrico em geração máxima para 2020: 12 kA; 2- Corrente que circula no trecho: 360 A. Solução: Corrente nominla segundo IEEE 1,66x360>=I1>=1,25x360 597,6 A>=I1>=450 A TC 500-5A; relação 100:1 21. Não satura até 20xI2; 20x5A=100A secundário; Passando a corrente de 12 kA no primário tem-se no secundário: I2= 12000 / 100 = 120A > 100A não atende; Assim, escolhe-se a relação imediatamente acima: 600-5A relação: 120:1 I2 = 12000 / 120 = 100A atende, o TC não deve saturar. Adoto: TC 600-5A. Verificação dos relés de proteção • Suportabilidade térmica: 500A em 1 segundo; • Suportabilidade dinâmica: 1250A. Considerando arelação 3000-5A e curto de 50kA, tem-se: Relação = 600; Isec. = 83,3A. Quando passa uma corrente de 50kA no primário, teremos no secundário 83,3A. Assim, o relé atende para o TC na relação considerada. 22. Polaridade de Transformadores A polaridade dos transformadores relaciona o sentido instantâneo das tensões primárias e secundárias. No transformador, diz-se que o terminal X1 do seu secundário tem a mesma polaridade do terminal H1 do primário se, no mesmo instante, H1 e X1 são positivos (ou negativos) em relação a H2 e X2. As figuras abaixo ilustram esse conceito. Figura 1 Figura 2 Conforme a disposição externa dada aos terminais de mesma polaridade os transformadores podem ser de polaridade aditiva ou subtrativa: – Polaridade aditiva: quando seus terminais de mesma polaridade não são adjacentes, isto é, estão colocados externamente em diagonal (Figura 1). – Polaridade subtrativa: quando seus terminais de mesma polaridade são adjacentes, isto é, estão colocados externamente do mesmo lado (Figura 2). OBS. 1: Os TIs (TPs e TCs) são normalmente de polaridade subtrativa (facilita manuseio por parte dos instaladores). OBS. 2: Do ponto de vista de desempenho ou de utilização, tanto faz o transformador ser de polaridade aditiva ou subtrativa. OBS. 3: É comum, na prática, para melhor entendimento, associar-se a noção de polaridade do transformador ao sentido instantâneo que têm as correntes primárias e secundárias quando ele alimenta uma carga, enunciando-se: “num transformador, diz-se que o terminal X1 do secundário tem a mesma polaridade do terminal H1 do primário se, quando a corrente I1 percorre o enrolamento primário de H1 para H2, no mesmo instante a corrente I2 percorre a carga de X1 para X2”. 23. Transformador de Potencial – TP 1. Definição É um TI cujo enrolamento primário é ligado em derivação a um circuito elétrico e cujo enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de potencial de instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção. Na prática, é considerado um “redutor de tensão”, pois a tensão no seu circuito secundário é normalmente menor que a tensão no seu circuito primário. 2. Princípios Fundamentais do TP 3. Tensão Secundária Nominal Padronizada: 115 V 4. Tensão Primária Nominal É estabelecida de acordo com a tensão entre fases do circuito em que o TP será ligado. Ex: TPs para 2300/115 V, 13800/115 V, 69000/115 V, … Quando se aplica no primário a tensão nominal para a qual o TP foi construído, no secundário tem-se 115 V. Quando se aplica no primário tensão maior ou menor que a nominal, no secundário tem-se também uma tensão maior ou menor que 115 V, mas nas mesmas proporções que as tensões do primário do TP utilizado. Ex: TP 13800/115 V Tensão aplicada ao primário: 13440 V ⇒ Tensão no secundário: 112 V Tensão aplicada ao primário: 14280 V ⇒ Tensão no secundário: 119 V • TPs Ligados entre Fase e Neutro São construídos para: • Tensão primária nominal: V 3 V (V = tensão entre fases do circuito) • Tensão secundária nominal: 115 3 V ou 115 3 V e 115 V OBS.1: Os TPs são projetados e construídos para suportarem uma sobretensão de até 10% em regime permanente, sem que nenhum dano lhes seja causado. OBS.2: Os TPs são projetados e construídos para alimentarem instrumentos de alta impedância (voltímetros, bobinas de potencial de wattímetros, relés de tensão, etc.). A corrente secundária I2 é muito pequena. O TP apresenta N1>N2: U1 = N1 (N1/N2 = a) U2 N2 U1 = aU2 ⇒ U2<U1 24. 5. Relações Nominal e Real do TP – Relação Nominal kp = U1n # N1 # = muito aproximadamente igual U2n N2 Definição: é a relação entre os valores nominais U1n e U2n das tensões primária e secundária, respectivamente. Estas tensões são aquelas para as quais o TP foi projetado e construído. Considerações importantes: 1. A relação nominal é indicada pelo fabricante na placa de identificação. 2. A relação nominal é também chamada de relação de transformação sendo, nas aplicações práticas, considerada uma constante para cada TP. – Relação Real kr = U1 U2 Definição: é a relação entre o valor exato U1 de uma tensão qualquer aplicada ao primário do TP e o correspondente valor exato U2 verificado no secundário dele. Em virtude de ser o TP um equipamento eletromagnético, a cada U1 corresponde um U2 e, conseqüentemente, um kr. Ex: U1 = kr, U1’ = kr’, U1” = kr”, … U2 U2’ U2” No caso de uma mesma tensão U1 aplicada ao primário, a cada carga colocada no seu secundário poderá corresponder um valor de tensão U2 e, como conseqüência, um kr. Ex: U1 = kr, U1 = kr’, U1 = kr”, … U2 U2’ U2” Esses valores de kr são todos muito próximos entre si e também de kp, pois os TPs são projetados dentro de critérios especiais e são fabricados com materiais de boa qualidade. Como não é possível medir U1 com voltímetro (U1 tem normalmente valor elevado), mede-se U2 e chega-se ao valor exato de U1, através da construção do diagrama fasorial do TP. Por isso, a relação real aparece mais comumente indicada sob a seguinte forma: | U1 | = kr U2 6. Fator de Correlação de Relação FCRp = kr = relação verdadeira kp relação nominal Definição: é o fator pelo qual deve ser multiplicada a relação de transformação kp do TP para se obter a sua relação real kr. 25. De imediato, vê-se que a cada kr do TP corresponde um FCRp. Em virtude dessas variações, determinam-se os valores limites inferior e superior do FCRp para cada TP, sob condições especificadas, partindo-se daí para o estabelecimento de sua classe de exatidão. Na prática, obtém-se o valor da tensao U2 com um voltímetro ligado ao secundário do TP e multiplica-se esse valor lido por kp para chegar-se ao valor da tensão primária, valor este que representa o valor medido da tensão primária e não o valor exato da mesma. Ex: Um TP de 13800/115 V com primário ligado em duas fases e o secundário alimentando um voltímetro, no qual se lê: 113 V. A relação de transformação, nesse caso, é 120. Qual é a tensão do circuito? U1 = 120 113 = 13560 V 7. Diagrama Fasorial do TP O diagrama fasorial do TP é o mesmo do transformador geral. No exemplo anterior, o valor encontrado de 13560 V é o valor medido no primário do TP. Para se determinar o valor verdadeiro dessa tensão ter-se-á de construir o diagrama fasorial deste TP, conforme abaixo. Pelo diagrama fasorial pode ser visto que o inverso de U2 está defasado de um ângulo γ em relação a U1. Num TP ideal este ângulo seria 0. Estas considerações levam a concluir que o TP, ao refletir no secundário o que se passa no primário, pode introduzir 2 erros, como ver-se-á a seguir. 8. Erros do TP – Erro de Relação εp: Valor relativo: εp = kpU2 - | U1 | | U1 | – Erro de Fase ou Ângulo de Fase: Definição: é o ângulo de defasagem γ existente entre U1 e o inverso de U2. 26. - se o inverso de U2 é adiantado em relação a U1: γ é positivo; - se o inverso de U2 é atrasado em relação a U1: γ é negativo; 8.1 Equivalência entre εp e FCRp ε = − ⋅ = − ⋅ k U U U k U U p p2 1 1 2 1 100 1 100 Como U2 é um valor comprovado com um instrumento, então este U2 é o valor verdadeiro da tensão secundária. Logo: U U kr 2 1 1 | | = Substituindo-se acima, tem-se: ε% = − ⋅ = − ⋅ k U U k k p p r 2 1 1 100 1 100 Por definição, FCRp = kr/kp. Logo: ( )ε% = − ⋅ = − ⋅ ≈ ⋅ − 1 1 100 1 100 100 1 FCR FCR FCR FCR p p p p Conclusão: • Se kp < kr ⇒ FCRp > 100% e εp < 0 Neste caso o valor considerado kpU2 é menor do que o seu valor verdadeiro ⇒ erro por falta • Se kp > kr ⇒ FCRp < 100% e εp > 0 Neste caso o valor considerado kpU2 é maior do que o seu valor verdadeiro ⇒ erro por excesso Em termos práticos não é usual o levantamento do diagrama fasorial como método para se determinar os erros de relação e de fase de um TP. Para se determinar esses erros e, conseqüentemente, a classe de exatidão do TP prefere-se comparar o TP com um TP padrão, idêntico a ele, de mesma relação de transformação nominal, porém sem erros ou com erros conhecidos: Sabendo-se o FCRp e o γ (pois o erro e o ângulo são obtidos da leitura do ensaio) entra-se no paralelogramo de exatidão do TP e obtém-se a classe de exatidão. TP padrão TP sob ensaio TP padrão: relação real: kS FCRS ângulo de fase: γS erro de relação: εS FCRS - FCRp = erro γ - γS = ângulo TP padrão sem erros: 100 - FCRp = erro γ = ângulo 27. Ex: Ao primário de um TP de 13.8 kV/115 V sob ensaio aplica-se uma certa tensão que faz surgir no secundário a tensão de 114 V, comprovada através de um voltímetro. Constata-se depois que a tensão primária fôra de exatamente 13800 V. Determinar: relação de transformação, relação real, fator de correlação, erro de relação. Por fim, conclua. kp = 13800/115 = 120 kr = 13800/114 = 121,053 FCRp = kr/kp = 121.053/120 = 1.00877 = 100,877% εp = 100 - FCRp% = 100 - 100.877 = - 0.877 % Conclusão: como FCRp > 100%, o erro cometido em relação à tensão primária é por falta. Comprovação: εp< 0. Esta tensão seria de: V1 = 120 x 114 = 13,68 kV 9. Resumo das Características do TP 9.1. Tensão primária: depende da tensão φφ ou φn do circuito em que o TP vai ser instalado. 9.2. Tensão secundária: 115 V ou 115/ 3 V TPs antigos: 110 V, 120 V e, às vezes, 125 V 9.3. Classe de exatidão: valor numérico do erro (expresso em percentagem) que poderá ser causado pelo transformador aos instrumentos a ele conectados. 0.3 – 0.6 – 1.2 9.4. Carga nominal: carga na qual se baseiam os requisitos de exatidão do TP. 9.5. Potência térmica: maior potência aparente que um TP pode fornecer em regime permanente sob tensão e freqüência nominais, sem exceder os limites de temperatura especificados. ABNT : • Grupos de Ligação 1 e 2 ⇒ potência térmica ≥ 1.33 x (carga mais alta em VA, referente à exatidão do TP) • Grupo de Ligação 3 ⇒ potência térmica ≥ 3.6 x (carga mais alta em VA, referente à exatidão do TP) 9.6. Nível de isolamento: define a especificação do TP quanto à sua isolação em termos de tensão suportável. ⇒ Tabelas 3, 4 e 5 do anexo A da ABNT 9.7. TP alimentando instrumentos: os instrumentos devem ser ligados em paralelo, para ficarem submetidos à mesma tensão. 9.8. Dimensionamento dos TPs: 9.8.1. Determinação da carga nominal O somatório das cargas conectadas aos TPs tem de ser menor que a sua potência aparente. 28. Na determinação da carga nominal podem ser desprezadas as impedâncias dos cabos que interligam os instrumentos e/ou relés aos TPs. 9.8.2. Determinação da classe de exatidão TPs alimentando Classe de Exatidão instrumentos Recomendada Aceitável medidores 0.3 0.6 indicadores 0.6 1.2 9.9. Recomendações práticas 9.9.1. Os TPs do grupo 1, por razões econômicas, só devem ser utilizados nos sistemas cujas tensões primárias nominais sejam inferiores a 15 kV. 9.9.2. Os TPs dos grupos 2 e 3 só devem ser especificados nos sistemas cujas tensões primárias nominais sejam superiores a 15 kV. 9.9.3. Classe de exatidão recomendadas para os TPs: 1.2 – quando destinados apenas à energização de relés. 0.6 – quando destinados apenas à energização de relés e de instrumentos de medição (também indicadores). 0.3 – quando destinados à medição de energia elétrica com a finalidade de faturamento. 9.9.4. A proteção dos TPs é feita por fusíveis limitadores de corrente e estes devem ser localizados da seguinte forma: – grupo 1: lado primário; – grupos 2 e 3: lado secundário. 9.9.5. Os TPs devem ter polaridade subtrativa. 9.10. Ensaios 9.10.1. Ensaios normativos de rotina: • tensão induzida • tensão aplicada ao dielétrico • descargas parciais • polaridade • exatidão • fator de potência do isolamento • estanqueidade a frio • resistência mecânica à pressão interna (para TPs imersos em líquidos isolantes) 9.10.2. Ensaios de tipo: Relacionados no sub-item 6.2 da EB-251.1; usualmente são substituídos pelos relatórios dos ensaios efetuados nos respectivos protótipos dos TPs. 9.11. Especificação do TP Para se especificar um TP é necessário, antes de tudo, saber-se qual será a finalidade de sua aplicação, pois isto definirá a classe de exatidão, conforme sub-item 9.9.3. A potência nominal do TP será estabelecida tendo em vista as características dos instrumentos elétricos conectados no secundário, normalmente fornecidas pelo fabricante. 29. Ex: Especificar um TP para medição para faturamento a um consumidor energizado em 69 kV. Os instrumentos elétricos que serão empregados estão indicados abaixo: a) medidor de kWh com indicador de demanda máxima tipo mecânico b) medidor de kvarh sem indicador de demanda máxima Os fabricantes dos instrumentos forneceram as seguintes perdas em 60 Hz: Instrumento W var Medidor kWh (bobina de potencial) 1.2 7.8 Motor do conjunto de demanda máxima 2.8 4.0 Medidor kvarh (bobina de potencial) 2.0 7.5 – Perdas Totais: ativas: 6.0 W (1.2 + 2.8 + 2.0) reativas: 19.3 var (7.8 + 4.0 + 7.5) – Carga Nominal do TP: S = + =6 0 19 3 20 212 2. . . VA → ABNT: 25 VA (P25 o fp=0,7, recalculando, conclui-se que o TP não atende) – Especificações: • TP para medição • tensão primária nominal: 69 kV • relação nominal: 69000/115 ⇒ 600:1 • freqüência: 60 Hz • carga nominal: P75 (ABNT) • classe de exatidão: 0.3 – P75 (ABNT) • potência térmica: 1000 VA • instalação: externa • nível de isolamento para tensão nominal de 69 kV • tensão máxima de operação: 72.5 kV • tensões suportáveis nominais à freqüência industrial e de impulso atmosférico: 140 e 350 kV, respectivamente (tabela 3, EB-251.1) 30. Transformador de Potencial Capacitivo – TPC Em circuitos de AT e EAT é mais conveniente e econômico o emprego dos TPs tipo capacitivo em lugar dos TPs tipo indução, vistos até agora. Esquema Elétrico do TPC: Descrição: O primário é constituído por um conjunto C1 , C2 de elementos capacitivos em série ligados entre fase e terra, havendo uma derivação intermediária B correspondente a uma tensão U (da ordem de 5 a 15 kV), para alimentar o enrolamento primário de um TP tipo indução intermediário, o qual fornecerá a tensão U2 aos instrumentos de medição e/ou dispositivos de proteção ali inseridos. Um reator é posto em série com o primário do TP intermediário de modo que o conjunto tenha reatância Lω, que satisfaça a seguinte igualdade: Lω = 1 [ 1 ] (C1+C2) ω Esta expressão mostra que a relação entre as tensões U1 e U independe da corrente, sendo o TP intermediário construído de tal modo que: U = k U2 Obtém-se de [ 5 ]: U1 = k C1+C2 [ 6 ] U2 C1 Relação de Transformação Nominal: O TPC construído para U1 e U2 teremos: U1n = kp U2n Logo: kp = k C1+C2 U1 = -j (I+I1) - j I [ 2 ] C1 ω C2 ω U = - j I - j L ω I1 [ 3 ] C2 ω Substituindo em [ 3 ] o Lω de [ 1 ]: U = - j I - j I1 [ 4 ] C2 ω (C1+C2) ω Dividindo-se [ 2 ] por [ 4 ] tem-se: U1 = C1+C2 [ 5 ] U C1 A C11 C2 L U1 U2 D B TP tipo indução intermediárioU1 U U2 L C1 C2 I + I1 I1 I 31. C1 32. Chaves Seccionadoras 1. Função As chaves seccionadoras são dispositivos destinados a isolar equipamentos ou zonas de barramentos, ou ainda, trechos de LTs. Somente podem ser operadas sem carga, muito embora possam ser operadas sob tensão (isoladora, desvio, seletora, aterramento e interligação). 2. Simbologia ou 3. Aplicação em Sistemas As chaves seccionadoras são aplicadas em sistemas de BT, MT, AT e EAT. Nos sistemas de baixa tensão, podem ser usadas para abertura em carga e sem carga; nos demais sistemas, só utiliza-se seccionadoras sem carga. 4. Considerações sobre Seccionadoras de EAT Uma seccionadora a ser instalada em EAT num sistema de transmissão deve ser especificada e projetada de forma que assegure sua plena funcionalidade, quer em situações normais, quer em situações anormais esperadas. Dessa forma, a seccionadora deve: • conduzir sua corrente nominal sem que a temperatura de suas partes ultrapasse limites pré-fixados; • suportar as correntes máximas de curto-circuito; • suportar todas as tensões transitórias esperadas na operação do sistema; • não produzir tensão de rádio-interferência excessiva e não apresentar Corona visual quando submetida à máxima tensão de operação do sistema; • oferecer operação confiável mesmo quando submetida à condições adversas por longos períodos; • ter vida útil compatível com os demais equipamentos. Um meio usual de se verificar se a seccionadora foi projetada conforme o especificado, é a realização de ensaios (tipo ou rotina), através dos quais a seccionadora é submetida, em laboratório, às diversas solicitações de ordem elétrica e mecânica previamente estabelecidas. 5. Tipos Construtivos Os tipos construtivos de chaves estão definidos em diversas normas. É apresentada a seguir a classificação constante das normas ANSI, definidas com relação ao tipo de abertura ou ao modo de operação, ou ainda, ao meio de movimentação do contato móvel. Nas configurações representadas aqui, a primeira imagem refere-se ao esquema físico e a segunda, à forma adotada em diagramas. 5.1. Abertura Vertical – Tipo A 33. A chave é composta por três colunas de isoladores fixados sobre uma base única. O movimento de abertura ou fechamento do contato móvel (lâmina) dá-se em um plano que contém o eixo longitudinal da base e é perpendicular ao plano de montagem da mesma. Devido a essa forma construtiva, a distância entre fases pode ser reduzida ao mínimo permitido. • Capacidade: 15 - 800 kV (nominal); • Corrente Nominal: 600 - 4000 A (nominal) • Montagem: horizontal, vertical ou invertida. • Aplicação: isoladora de equipamentos ou circuitos, desvio (by-pass), seletora. • Configuração: 5.2. Dupla Abertura Lateral – Tipo B A chave é composta por três colunas de isoladores fixados sobre uma base única, sendo a coluna central eqüidistante das duas externas. O movimento de abertura ou fechamento do contato móvel dá-se em um plano paralelo ao plano de montagem da base, através da rotação da coluna central. • Capacidade: até 765 kV • Corrente Nominal: 600 - 6000 A (Lorenzetti) • Montagem: horizontal, vertical ou invertida. • Aplicação: isoladora de equipamentos ou circuitos, desvio (by-pass), seletora. • Configuração: 5.3. Basculante (3 Colunas) – Tipo C A chave é composta por três colunas de isoladores ligadas a uma base única, sendo as duas colunas extremas fixas e a interior móvel. Esta última apresenta movimento de rotação em torno do ponto de fixação à base, além de suportar o contato móvel em seu topo • Capacidade: até 345 kV • Montagem: horizontal, vertical ou invertida. • Aplicação: isoladora de equipamentos ou circuitos, desvio (by-pass), seletora. • Configuração: 5.4. Abertura Lateral – Tipo D 34. A chave é composta por duas colunas de isoladores ligadas a uma base única, sendo o contato fixo suportado por uma coluna fixa e o contato móvel pela outra coluna (rotativa). O movimento de abertura ou fechamento da lâmina dá-se em um plano paralelo ao plano de montagem da chave. • Capacidade: até 161 kV • Montagem: horizontal (pode ser vertical ou invertida). • Aplicação: isoladora, desvio, seletora. • Configuração: 5.5. Abertura Central – Tipo E A chave é composta por duas colunas de isoladores, ambas rotativas e ligadas a uma base única. O movimento de abertura ou fechamento da lâmina é seccionado em duas partes, fixadas ao topo das duas colunas rotativas, ficando o contato macho na extremidade de uma das partes da lâmina e o fêmea, na outra. • Capacidade: até 765 kV • Montagem: horizontal (pode ser vertical para tensões menores). • Aplicação: isoladora, desvio, seletora. • Configuração: 5.6. Basculante (2 Colunas) – Tipo F A chave é composta por duas colunas de isoladores ligadas a uma base única, sendo uma delas fixa e suporte para o contato fixo e a outra móvel e suporte para o contato móvel. O movimento da coluna móvel é de rotação ao redor do ponto de fixação à base. • Capacidade: até 34.5 kV • Configuração: 5.7. Aterramento – Tipo G A chave é composta por uma coluna isoladora fixa, em cujo topo encontram-se os contatos fixos e a lâmina fecha paralela à coluna de isoladores. • Capacidade: até 500 kV • Montagem: horizontal, vertical ou invertida. • Configuração: 35. 36. 5.8. Operação por Vara de Manobra – Tipo H A chave é composta por duas colunas de isoladores fixas. O movimento de abertura ou fechamento da lâmina dá-se através de engate da vara de manobra a um gancho ou olhal apropriado. • Capacidade: até 161 kV • Montagem: vertical ou invertida. • Configuração: 5.9. Fechamento ou Alcance Vertical A chave é composta por duas ou três colunas de isoladores. O movimento de abertura ou fechamento da lâmina dá-se em um plano perpendicular ao plano de montagem da base, na qual estão fixadas as duas colunas de isoladores, uma rotativa e outra fixa. Este tipo de chave é apresentado com duas possibilidades de montagem dos contatos fixos: em coluna de isoladores invertida ou diretamente no barramento. Nome: Chave Vertical Reversa Pode-se incluir nessa classe as chaves pantográfica e semi-pantográfica. • Capacidade: até 765 kV • Montagem: horizontal. • Configuração: 6. Características Elétricas 6.1. Tensão Nominal É a máxima tensão nominal do sistema no qual a chave será instalada. 6.2. Tensão Nominal Máxima É a máxima tensão eficaz para a qual a chave foi projetada. 6.3. Freqüência Nominal É a freqüência do sistema para a qual a chave foi projetada. 6.4. Corrente Nominal É a máxima corrente eficaz, em Ampères, à freqüência nominal que a seccionadora é capaz de conduzir sem exceder os limites de elevação de temperatura considerados. 6.5. Corrente Nominal de Curta Duração 37. É o valor eficaz da corrente total (incluindo a componente contínua transitória) que a chave é capaz de conduzir por um intervalo de tempo especificado. Definições da ANSI: – Corrente Momentânea: é o valor crista, incluindo a componente contínua, cuja duração máxima deve ser 1 ciclos. – Corrente de 3 Segundos: é o valor eficaz da corrente simétrica. 6.6. Tensões Nominais Admissíveis Define os valores suportáveis das tensões de baixa freqüência e de sobretensões impulsivas a seco e sob chuva para os quais a chave foi projetada. Define, pois, o nível de isolamento da seccionadora. 7. Componentes da Chave Seccionadora • Base (ou estrutura) • Colunas de Porcelana (fixas e rotativas) • Lâminas (principal e de terra) • Terminais de Conexão • Terminal Articulado • Terminal deEspera • Mecanismo de Operação Manual (lâmina principal e lâmina de terra) • Haste de Acionamento (lâmina principal e lâmina de terra) 8. Tipos de Operação e Comando 8.1. Operação em Grupo Os pólos da seccionadora são interligados mecanicamente através de hastes ou cabos, e são operados simultaneamente. As chaves de operação em grupo podem ter ainda comando direto ou indireto. – Comando Direto: o movimento é transmitido às colunas rotativas através de um dos próprios pólos. – Comando Indireto: o movimento é transmitido às colunas rotativas através de rolamentos auxiliares, comumente chamados de “bases de comando”. 8.2. Operação Monopolar Os pólos são comandados individualmente, sem interligação mecânica entre eles. A operação monopolar também pode ser direta ou indireta. 8.3. Comando Manual O comando manual pode ser realizado com ou sem o auxílio de redutores. 8.4. Comando Motorizado Os comandos motorizados podem ser realizados através de controles hidráulicos, pneumáticos, etc. 38. 9. Elevação de Temperatura Historicamente, as partes condutoras de corrente de seccionadoras (partes vivas sobre os isoladores) têm sido construídas sobre peças fundidas de ferro e bronze e tubos extrudados e barras de cobre. A capacidade de condução de corrente das seccionadoras está baseada em uma elevação de 30 °C quando conduzindo a corrente nominal em uma temperatura ambiente máxima de 40 °C. Este procedimento tem sido considerado como correto, porque incorpora o conceito de 70 °C de temperatura máxima e, conseqüentemente, não virão a recozer durante a vida esperada da seccionadora. Atualmente, as normas da ANSI para seccionadoras permitem temperaturas máximas de até 105 °C. Os quatro grupos de temperatura são: 75 °C, 80 °C, 90 °C e 105 °C. As normas ANSI deixam ainda uma abertura para a determinação da máxima temperatura permitida a materiais que possam vir a ser disponíveis para a construção de seccionadoras. Por exemplo, sabe-se que o cobre extrudado permite uma temperatura máxima de operação, durante sua vida, de 80 °C, sem apresentar recozimento excessivo. No entanto, certa liga de cobre e prata permite operação em temperatura de 148 °C, com elevação máxima permitida de 82 °C. 10. Ensaios 10.1. Ensaios de Tipo A realização dos ensaios de tipo tem a finalidade de provar que a seccionadora possui as características nominais estabelecidas. De um modo geral, os ensaios de tipo realizados em um determinado seccionador podem ser usados para comprovar a performance de outro do mesmo tipo. São os seguintes os ensaios de tipo normais: • ensaios dielétricos; • ensaios de medição de elevação de temperatura sob corrente nominal; • ensaios de curto-circuito; • ensaios de operação e vida mecânica. Os ensaios dielétricos a serem realizados são os seguintes: • ensaios de tensão à freqüência industrial; • ensaios de tensão impulsivas (impulso atmosférico e impulso de manobra). 10.2. Ensaios Especiais (conforme IEC) • ensaios de operação sob gelo; • ensaios de operação sob mínima e máxima temperaturas; • ensaios de medição de tensão de rádio-interferência. 10.3. Ensaios de Rotina Os ensaios de rotina devem ser realizados em um número de amostra definido, para que seja assegurado que a produção está de acordo com as amostras nas quais foram realizadas os testes de tipo. São os seguintes os ensaios de rotina: • tensão aplicada em freqüência industrial ao circuito principal; 39. • tensão aplicada nos circuitos auxiliares e de controle; • medição da resistência ôhmica do circuito principal; • ensaios de operação mecânica. 11. Tipos de Seccionadores Utilizados em EAT Os tipos de seccionadores que apresentam maior número de aplicações em EAT são: abertura vertical, abertura central, dupla abertura lateral, vertical reversa (fechamento vertical), pantográfica e semi-pantográfica. Os usuários estão familiarizados com esses tipos básicos de seccionadores, que estão adaptados aos vários níveis de tensão, dependendo das limitações de espaço, esforços mecânicos nos isoladores, disposição física com relação a equipamentos associados, etc. Obviamente, alguns tipos de seccionadores apresentam melhores condições de utilização do que outros em situações específicas, porém, pode-se afirmar que o seccionador de abertura vertical é do tipo que apresenta maior número de aplicações. 40. 41. Disjuntores 1. Definição Disjuntores de alta tensão, freqüentemente denominados disjuntores de potência (Power Circuit Breakers) são os principais equipamentos de segurança, bem como os mais eficientes aparelhos de manobra em uso nas redes elétricas. Possuem uma capacidade de fechamento e ruptura que deve atender a todos os pré-requisitos estabelecidos de manobra, sob todas as condições normais e anormais de operação. 2. Considerações Além dos estados estacionários de fechado (ou ligado) e aberto (ou desligado) define- se ambos os estados de transição da manobra de fechamento ou ligamento e manobra de abertura ou desligamento. No estado ligado ou fechado o disjuntor deve suportar a corrente nominal da linha, sem que venha a se aquecer além dos limites permissíveis. No estado aberto ou desligado a distância de isolamento entre contatos deve suportar a tensão de operação, bem como as sobretensões internas, devidas a surtos de manobra ou descargas atmosféricas. Quanto à manobra de fechamento, o disjuntor de potência deve também, no caso de um curto-circuito, atingir de maneira correta a sua posição de fechado e conduzir a corrente de curto-circuito. Quando da manobra de abertura, o disjuntor deve dominar todos os casos de manobra possíveis da rede na qual está instalado. Além das manobras com carga, ele deve interromper com segurança altas correntes de curto-circuito indutivas (Ex: cosφ < 0.2 : até 80 kA, em 420 kV). Um disjuntor moderno está em condições de interromper a corrente sob todas essas condições, com tempo de duração do arco voltaico de 5 a 20 ms. Convém lembrar que os disjuntores, freqüentemente instalados ao tempo, permanecem meses a fio no estado estacionário ligado, conduzindo a corrente nominal sob condições climáticas as mais variáveis, proporcionando, às vezes, variações de temperatura de várias dezenas de graus, agentes atmosféricos agressivos a vários de seus componentes e outras condições adversas. Após todo esse tempo de inatividade operacional mecânica, deve estar pronto para interromper uma corrente de curto-circuito, sem o menor desvio das especificações, pois qualquer falha na manobra resultaria em incalculáveis danos materiais e, eventualmente, pessoais. Do exposto, depreende-se que uma confiabilidade total é exigida do disjuntor de potência e esta confiabilidade deve ser conseqüência de um projeto racional e um controle de qualidade extremamente rigoroso que vai, desde a seleção de matérias-primas, passando pela revisão de entrada, ensaio de materiais, controle dos processos de fabricação, ensaios de subconjuntos, até os ensaios finais. 3. O Processo de Interrupção (ver folhas anexas) 42. 4. Classificação dos Disjuntores – Princípios de Extinção do Arco – Detalhes Construtivos e Características Principais 4.1. Introdução Pode-se considerar que os disjuntores se constituem dos seguintes subconjuntos principais: unidade de comando, sistema de acionamento ou mecanismo de operação e unidade interruptora. 4.2. Unidade de Comando É o subconjunto que abrange os elementos de comando, controle e supervisão do disjuntor. Por exemplo, disjuntor SF6 com acionamento eletro-hidráulico deverá ter sistemas de supervisão de densidade do gás e pressão do óleo na unidade de comando, enquanto que disjuntor a óleo com acionamentoa mola dispensa estes tipos de supervisão. 4.3. Sistema de Acionamento É o subconjunto que possibilita o armazenamento de energia necessária à operação mecânica do disjuntor, bem como a oportuna liberação dessa energia através de mecanismos apropriados quanto ao comando de abertura ou fechamento do mesmo. manobra individual de cada pólo Monopolar mais complexos e mais caros, pois são 3 acionamentos (1 p/ cada pólo) Acionamento uso: quando necessário religamentos monopolares no caso de faltas 1φ Tripolar operação centralizada em uma unidade e transmitida aos 3 pólos simul- taneamente, via acoplamento mecânico, hidráulico ou pneumático – Tipos de Acionamento { { { 43. – Acionamento por Solenóide Aciona os contatos na operação de fechamento e carrega a mola de abertura. Desvantagem: capacidade de armazenamento de energia limitada. Têm seu emprego restrito aos disjuntores de media e baixa tensão. − Acionamento a Mola A energia para fechamento é acumulada em uma mola. Consiste em geral de molas pré-carregadas, isto é, a operação de carga da mola não precisa ser automaticamente seguida da alteração no estado dos contatos principais, possibilitando assim a livre escolha do instante de fechamento. Assim, a mola de fechamento é carregada e travada, ficando preparada para, sob a ação de um comando apropriado, ser liberada para o fechamento do disjuntor, com velocidade independente do operador. Simultaneamente à operação de fechamento, a mola de abertura é carregada de modo automático. Após uma operação de fechamento, a mola de fechamento é recarregada automáticamente pelo acionamento motorizado, ou ainda manualmente, caso os acionamentos não sejam motorizados (a mola pode ser carregada manualmente ou através de motores elétricos). − Aplicação: Utilizações mais freqüentes: disjuntores até 38 kV (MT); disjuntores de 69 kV a 230 kV (AT), podendo ser utilizado em até 500 kV. Tipos de disjuntores que utilizam esse acionamento: GVO, PVO, sopro magnético, a vácuo e a SF6 - Avaliação dos disjuntores com acionamento a mola O mecanismo de operação totalmente a mola torna os disjuntores independentes, isto é, prescindindo de instalações de ar comprimido ou outros. As molas são carregadas por motor elétrico, que pode ser de corrente alternada ou contínua. O carregamento manual também é previsto, como alternativa para carregamento da mola. Uma restrição aos mecanismos a mola é o limitado acúmulo de energia, tornando difícil o atendimento a ciclos de operação com sucessivos religamentos. A operação apresenta nível de ruído elevado e sua utilização se limita a disjuntores de até 230 kV (para níveis de tensão mais elevados são usados somente os acionamentos a ar comprimido e eletro-hidráulico. Atualmente o acionamento a mola está sendo utilizado em disjuntores de até 500 kV). Esse tipo de acionamento possui um 44. funcionamento simples, dispensando qualquer supervisão, o que pode ser considerado ideal para MT. No entanto, a ausência de supervisão, se por um lado simplifica e barateia o disjuntor, por outro não permite que se tenha controle das partes vitais de acionamento, de maneira a se prever qualquer falha de operação que, nesse caso, ocorreria de forma totalmente imprevista. Na aplicação em AT, este fator deverá ser analisado. − Acionamento a Ar Comprimido A energia necessária à operação do disjuntor é armazenada em recipientes de ar comprimido e liberada através de disparadores atuando sobre válvulas que acionam os mecanismos dos contatos via êmbolos solidários ou através de conexões pneumáticas. Fechamento: a energização da eletrovávula de fechamento libera o pistão de controle associado, e por conseguinte a entrada de ar na parte superior do cilindro, movimentando o pistão principal que empurra a haste de acionamento, ocasionando o fechamento do disjuntor. Abertura: a energização da eletrovávula de abertura causa o deslocamento dos pistões de controle associados, e portanto elevando um pistão auxiliar na parte inferior do cilindro, o que possibilita a entrada de ar na parte inferior do pistão principal. O movimento desse pistão para cima causa a abertura do disjuntor. A abertura da válvula de aeração na parte superior do cilindro reduz a contrapressão ao valor requerido para a ruptura adequada através do pistão principal. Para este tipo de mecanismo, há alternativas para suprimento de ar comprimido: uma delas dotando cada disjuntor do seu próprio compressor de ar (solução que opta pela independência dos disjuntores), e outra prevendo uma instalação central de ar comprimido, solução particulamente economica nas grandes subestações. Aplicação: em disjuntores de AT e EAT e é a solução natural para disjuntores que usam o ar comprimido como meio extintor, embora também seja usado para disjuntores a óleo e SF6. − Acionamento Hidráulico A energia necessária para a operação do disjuntor é armazenada em um acumulador hidráulico, que vem a ser um cilindro com êmbolo estanque, tendo: de um lado, óleo ligado em circuitos de alta e baixa pressão através de bomba hidráulica e, do outro, um volume reservado a uma quantidade pré-fixada de N2. A bomba hidráulica de alta pressão comprime o óleo e, conseqüentemente, o N2, até que seja atingida a pressão de serviço (aproximadamente 320 bar); através de disparadores de abertura e fechamento, são acionadas as válvulas de comando que ligam o circuito de óleo com o êmbolo principal de acionamento. Operação de abertura e fechamento: o óleo a uma pressão de 320 kgf/cm2 é acumulado, por uma bomba de óleo, e o fechamento é provido pela liberação de óleo a 45. alta pressão à parte inferior de um pistão no cilindro de óleo, o qual empurra as partes condutoras móveis para a posição de fechada, através de uma haste isolada. A posição fechada é mantida pelo óleo a alta pressão. A abertura é obtida com a rápida exaustão ou alívio do óleo a alta pressão da parte inferior do pistão, o que implica em que o óleo a alta pressão na parte superior do pistão conduz os contatos móveis para a posição aberta a qual é mantida pelo óleo de alta pressão. Característica principal: grande capacidade de armazenagem de energia, aliada a reduzidas dimensões. Aplicação: muito usado em disjuntores a SF6, em AT e EAT. 4.4. Unidades Interruptoras 4.4.1. Introdução As unidades interruptoras, também chamadas câmaras de extinção, constituem-se em subconjuntos onde se processa a extinção do arco voltaico. As câmaras de extinção podem conter os contatos e todos os elementos necessários àquele processo, como no caso dos disjuntores a óleo, a ar comprimido, a vácuo e a SF6. Podem também não contê-los, como no caso dos disjuntores a sopro magnético. O meio extintor e, como conseqüência, as câmaras mencionadas, constituem-se nos principais elementos de classificação dos disjuntores, como ver-se-á a seguir. 4.4.2. Tipos Principais de Disjuntores São eles: disjuntor a sopro magnético, disjuntor a óleo (GVO e PVO), disjuntor a vácuo, disjuntor a ar comprimido e disjuntor a SF6. 4.4.2.1. Disjuntor a Sopro Magnético 4.4.2.1.1. Princípios de Extinção Os contatos se abrem no ar, impelindo o arco voltaico para dentro das câmaras de extinção, onde ocorre a interrupção, devido a um aumento na resistência do arco e, conseqüentemente na sua tensão. O aumento da resistência do arco é obtido através de: a) aumento do comprimento do arco; b) fragmentação do arco em vários arcos menores, em série, nas várias fendas da câmara de extinção; c) resfriamento do arco em contato com as múltiplas paredes da câmara. 46. As forças que impelem o arco para dentro das fendas da câmara são produzidas pelo campo magnético da própriacorrente, passando por uma ou mais bobinas (daí o nome de sopro magnético) e eventualmente por um sopro pneumático auxiliar produzido pelo mecanismo de acionamento. 4.4.2.1.2. Aspectos Construtivos – Tipos de Circuitos Magnéticos • Núcleo externo: o campo magnético é produzido pela corrente a ser interrompida circulando através de bobinas. • Núcleo interno: o campo magnético é produzido pelo próprio arco voltaico através de um circuito magnético formado pela própria câmara. 4.4.2.1.3. Aplicações Os disjuntores a sopro magnético são usados em MT até 24 kV, principalmente montados em cubículos. Vantagens: não possui meio extintor inflamável (como óleo) tornando-os seguros e aptos para certos tipos de aplicações específicas. Não produzem grande surto de manobra (reduz o valor instantâneo da tensão de restabelecimento após a interrupção). Desvantagens: o fato de queimarem o arco no ar, provoca rápida oxidação dos contatos, exigindo manutenção mais freqüente; produzem grande ruído quando operam. 4.4.2.2. Disjuntores a Óleo O óleo mineral com suas destacadas características de isolante e extintor foi usado desde os primórdios da fabricação dos disjuntores. 4.4.2.2.1. Princípios de Extinção • Efeito de Hidrogênio: à altíssima temperatura, o arco voltaico decompõe o óleo, liberando assim vários gases, dentre os quais predomina o hidrogênio, a ponto de poder-se dizer que o arco queima numa atmosfera de hidrogênio. Como este gás tem uma condutividade térmica bem elevada, comparada ao nitrogênio, a retirada de calor das vizinhanças do arco se processa de maneira eficiente, resfriando o mesmo. • Efeito de Fluxo Líquido: consiste em se jogar óleo mais frio sobre o arco dando continuidade ao processo de evaporação aludido, de maneira que grandes quantidades de calor possam ser retiradas pelos gases resultantes. 4.4.2.2.2. Disjuntor a GVO (Grande Volume de Óleo) Os disjuntores a grande volume de óleo possuem grandes câmaras de extinção, nas quais se força o fluxo de óleo sobre o arco. Nas potências mais baixas, as três fases, normalmente, estão imersas em um único recipiente e, nas mais elevadas, o encapsulamento é monofásico. Disjuntores a grande volume de óleo são usados em MT e AT, até 230 kV. Apesar de serem tecnicamente ultrapassados em relação a outros tipos de disjuntores, o 47. seu uso é ainda muito difundido nos E.U.A., devido a custos locais competitivos e critérios das concessionárias americanas. A sua característica principal é a grande capacidade de ruptura em curto- circuito (Ex: 63 kA em 138 kV). Não são muito apropriados para chaveamentos de linhas em vazio ou bancos de capacitores (correntes capacitivas) e de reatores (pequenas correntes indutivas). 4.4.2.2.3. Disjuntor a PVO (Pequeno Volume de Óleo) Estes disjuntores representam o desenvolvimento natural dos antigos GVO, na medida em que se procura projetar uma câmara de extinção com fluxo de óleo forçado sobre o arco, aumentando-se a eficiência do processo de interrupção da corrente e diminuindo-se drasticamente o volume de óleo do disjuntor. Aplicação: os disjuntores a PVO são excelentes em MT (capacidade de ruptura de até 63 kA). No nível de 138 kV, a sua capacidade de ruptura por câmara está limitada a 20 kA; para maiores correntes de curto (31.5, 40 e 50 kA), que são comuns nesta tensão, deve-se empregar várias câmaras em série com uso obrigatório de capacitores de equalização e acionamento mais possante, com conseqüente complexidade do equipamento. O desempenho para correntes capacitivas é também limitado (com solução: utilizar várias câmaras em série). 4.4.2.3. Disjuntor a Vácuo Utiliza o vácuo como meio isolante e de extinção do arco voltaico. Características e aplicações: o disjuntor a vácuo representa a tendência mais moderna na área de MT até 38 kV. Vantagens: grande segurança de operação, pois não necessitam de suprimentos de gases e líquidos e não emitem chamas ou gases; praticamente não requerem manutenção, possuindo vida útil extremamente longa em termos de números de operação a plena carga e em curto-circuito; devido ao reduzido curso dos contatos requerem pouca energia mecânica para operá-los tendo, conseqüentemente, acionamentos mais leves, duráveis e de operação mais silenciosa; a relação capacidade de ruptura / volume é bastante grande, tornando esses disjuntores apropriados para uso em cubículos; devido à ausência de meio extintor gasoso ou líquido, podem fazer religamentos automáticos múltiplos. Comparação disjuntor a vácuo X PVO: Duração Número de Manobras dos Contatos PVO a Vácuo Corrente nominal de interrupção de 25 kA 4 100 Corrente nominal de 2000 A 130 20.000 4.4.2.4. Disjuntor a Ar Comprimido 4.4.2.4.1. Princípios de Extinção 48. O mecanismo eletro-pneumático provê duas funções simultaneamente: a de proporcionar a função mecânica do disjuntor através da abertura e fechamento dos contatos e também a de efetuar a extinção do arco, fornecendo ar na quantidade e pressão necessárias para tal. O princípio de extinção é bastante simples, consistindo em criar-se um fluxo de ar sobre o arco, fluxo este provocado por um diferencial de pressão, quase sempre descarregando-se o ar comprimido - após a extinção - para a atmosfera. 4.4.2.4.2. Aspectos Construtivos Os modelos atuais utilizam o princípio de sopro axial, ou seja, o ar é distendido e soprado axialmente em relação aos bocais de contato, e pode ser classificado em: sistema de sopro unidirecional e sistema de sopro bidirecional. O unidirecional é chamado de “mono blast” e o bidirecional de “dual blast”. O ar comprimido tem três funções: meio acionador, meio extintor e meio isolante. Portanto, ele deve ter características de pureza, ausência de umidade e pressão adequada. Isto é conseguido através de unidades centrais de ar comprimido compostas de compressores, filtros, desumidificadores, etc. Estas unidades produzem o ar a uma pressão de 150 a 200 bar, que é armazenado em recipientes e levado até os disjuntores por tubos de distribuição. A redução da alta pressão para a pressão de utilização dos disjuntores (que é de aproximadamente 30 bar), pode ser feita logo após os reservatórios de alta pressão, ou na própria unidade de comando do disjuntor. 4.4.2.4.3. Características e Aplicações Embora possam ser usados em toda a gama de tensões, a faixa ideal de aplicação é na alta e na extra alta tensão, ou seja, acima de 245 kV. As características de rapidez de operação aliadas às boas propriedades extintoras e isolantes do ar comprimido, bem como a segurança de um meio extintor não inflamável, garantiram uma posição de destaque a esses disjuntores, nos níveis de AT e EAT. Esta situação perdurou até o início da década de 70, com o desenvolvimento de disjuntores a SF6 de pressão única, que começaram a deslocar os disjuntores de ar comprimido de sua posição de liderança. Vantagens: a mobilidade do meio extintor (que é também o meio isolante) com alta velocidade de propagação, tornando esses disjuntores bastante rápidos, isto é, aptos a atuar em EAT (exigência de abertura em 2 ciclos); pode-se ajustar a capacidade de interrupção e propriedades de isolação, variando-se a pressão de operação; a compressibilidade do meio extintor que, ao contrário do óleo, permite que as estruturas estejam isentas de ondas de choque transitórias, geradas pelo arco voltaico. Desvantagens: alto custo do sistema de geração de ar comprimido; a distribuição do ar comprimido em alta pressão por toda a subestação, além de ter alto custo, requer manutenção freqüente; no caso de operação junto a áreas residenciais, onde existem limitações de níveis de ruído, é obrigatório o uso de silenciadores para esses disjuntores. 4.4.2.5. Disjuntores a SF6 4.4.2.5.1. Propriedadesdo SF6 49. O gás SF6 possui uma série de propriedades físicas e químicas que o tornam um meio isolante e extintor por excelência. O SF6 é um gás incombustível, não venenoso, incolor, inodoro e, devido à sua estrutura molecular simétrica, é extremamente estável e inerte até cerca de 500 °C, comportando-se, portanto, como um gás nobre. Com peso específico de 6.14 g/l, é 5 vezes mais pesado que o ar. Esta propriedade, aliada à ausência de cheiro e cor, requer que se tomem algumas precauções a se trabalhar com grandes quantidades desse gás (por exemplo, em subestações blindadas), pois ele tende a se depositar nas depressões e reentrâncias do terreno, como valas e espaços confinados, removendo todo o ar, podendo causar acidentes até fatais, por asfixia. O comportamento do SF6 perante o arco voltaico é um outro parâmetro importante na avaliação do SF6. As descargas elétricas tendem a decompor o gás numa intensidade proporcional à energia das mesmas. Sob a influência do arco voltaico, o hexafluoreto de enxofre se decompõe nos seus elementos atômicos conforme a equação: ∆E SF6 S + 6F Diminuindo a temperatura, a reação se dá rapidamente na direção oposta, recompondo o SF6. A restauração do gás seria total, se não houvessem reações secundárias entre o gás decomposto e metais vaporizados dos contatos e outras partes estruturais do disjuntor. Os produtos mais comuns dessas reações secundárias são fluoretos de cobre e fluoretos de tungstênio (CuF2 e WF6). Estes compostos, porém, são também não condutores e, portanto, uma eventual deposição dos mesmos nas paredes da câmara do disjuntor não irá afetar o desempenho do mesmo. Poderá também haver a formação de compostos secundários de enxofre, como SF4 e S2F2, também não condutores. Se o SF6 contiver umidade, os produtos secundários supracitados irão reagir com a água, liberando ácido fluorídrico, altamente corrosivo e tóxico. No caso de disjuntores, principalmente aqueles de pressão única, o SF6 encontra-se em um sistema fechado e praticamente isento de umidade por toda a vida útil do equipamento. Além disso, existe a presença de filtros com elementos desumidificadores, de maneira que o problema de umidade praticamente não existe. As características isolantes do SF6 variam em função da pressão e são bastante superiores àquelas dos meios isolantes mais comuns (óleo mineral e ar comprimido), usados em outros disjuntores. 4.4.2.5.2. Disjuntores a SF6 de Dupla Pressão Estes disjuntores constituem a primeira geração de disjuntores a SF6. Hoje, praticamente não são fabricados, cedendo seu lugar aos disjuntores de pressão única (segunda geração, de construção mais simples). 4.4.2.5.3. Disjuntores a SF6 de Pressão Única Nestes disjuntores, o gás está num sistema fechado com pressão única de 6 a 8 bar. O diferencial de pressão, sempre necessário nos disjuntores de meio gasoso, para a 50. criação de um fluxo de gás sobre o arco, é conseguido através da formação de uma sobrepressão transitória durante a manobra de abertura dos contatos. Princípio de autocompressão Princípio de puffer Bocais duplos de grafita resistentes ao arco elétrico No caso dos disjuntores de alta tensão 3AT, o sistema de contato que incorpora os bocais de grafita duplos garante as propriedades de extinção de arco e resistência dielétrica constante, independente do valor pré-esforçado, ou seja, o número de operações de isolamento e a corrente em comutação. Os bocais duplos de grafita são resistentes ao arco elétrico e possuem vida útil longa. Isto significa que a unidade do interruptor é excepcionalmente poderosa . Outra vantagem importante do princípio de puffer com bocais duplos de grafita é que as câmaras de arco atuam com pressão positiva durante o processo de extinção. Como resultado, isto significa que pequenas quantidades de energia de operação são suficientes. O plasma do arco é de condutividade comparativamente baixa, o que possui um efeito adicional benéfico sobre a capacidade de criação e interrupção. Também para aplicações especiais: As propriedades específicas do sistema de bocais duplos são benéficas para a comutação sem contato de correntes baixas de indução e capacitor. Graças à alta resistência ao arco, o sistema é adequado especialmente para a interrupção de determinados tipos de fuga, tais como os próximos a geradores. Modo de operação: 1 Disjuntor na posição Ligado A montagem do caminho é formada por duas placas terminais, o primeiro tubo fixo (1), contato móvel (2) e segundo tubo fixo (1). O tubo termina a montagem com os bocais de extinção de grafita. O contato móvel (2) é formado de peças de contato com acionamento anexadas ao cilindro do puffer (4) e dispostas em um anel. O cilindro do puffer (4) contém um pistão anular (3). O contato móvel (2), cilindro do puffer (4) e pistão (3) formam a parte móvel da câmara de interrupção. 2 Pré-compressão O pistão (3) e cilindro do puffer (4) são movidos em direções opostas pela haste e acopladores 51. de operação (5,6). A peça móvel é guiada por uma haste, e desta forma a pressão do SF6 entre o pistão e o cilindro do puffer (4) aumenta. O contato móvel (2) movimenta-se com o cilindro do puffer (4) para a posição aberta. 3 Extinção Quando os contatos se separam, o tubo de contato móvel (2), que age como uma válvula que se fecha, libera o SF6. É criado um arco entre um bocal e o tubo de contato (2). O arco é guiado - em milissegundos - entre os bocais pelo jato de gás e suas próprias forças eletrodinâmicas. O cilindro do puffer (4) encerra a montagem da extinção do arco (1) como uma câmara de pressão. O F6 comprimido flui radialmente até o disjuntor e é descarregado na linha do eixo no bocal. 4 Disjuntor na posição desligada Após a extinção do arco, o tubo de contato móvel (2) move-se para a posição aberta. 4.4.2.5.4. Disjuntores a SF6 com Resistores de Pré-Inserção e Resistores de Abertura Ao fecharmos uma linha em vazio, a carga armazenada na capacitância da mesma irá provocar uma sobretensão. Para redes de 420 kV e acima, essas sobretensões podem atingir valores inadmissíveis. A fim de se amortecer esses picos de tensão, utilizam-se resistores de fechamento que atuam por um tempo relativamente curto (alguns ms), em paralelo com os contatos principais (este princípio de operação também é válido para disjuntores a ar comprimido). Os resistores de abertura, por outro lado, às vezes são necessários em AT e EAT quando ocorrem interrupções de pequenas correntes indutivas nos casos em que se tem a necessidade de manter as sobretensões daí advindas abaixo de um determinado nível. O princípio de funcionamento é similar àquele do resistor de pré-inserção, na medida em que os resistores de abertura também são ligados em paralelo aos contatos principais do disjuntor e operam durante um curto tempo, ou seja, eles são conectados antes da separação dos contatos principais, permanecendo fechados por alguns ms, tempo necessário para amortecimento das sobretensões. 4.4.2.5.5. Disjuntores a SF6 de Dois Ciclos Para redes com tensões nominais maiores ou iguais a 420 kV, é muito importante obter-se tempos de interrupção bastante curtos para grandes correntes de 52. curto, tendo-se em vista a estabilidade da rede e a carga dos geradores que estão alimentando o curto. Para isto, utiliza-se geralmente os disjuntores de 2 ciclos, ou seja, disjuntores que manobram com rapidez e eficiência suficientes para cortar correntes de curto em apenas 2 ciclos (33.33 ms em 60 Hz ou 40 ms em 50 Hz). O disjuntor de ar comprimido é por natureza um disjuntor de 2 ciclos pelo fato de ser bastante rápido na manobra (as massas a serem movimentadas são relativamente pequenas). No disjuntor a SF6 o requisito de 2 ciclos foiatingido através de um artifício mecânico na unidade interruptora. 4.4.2.5.6. Características e aplicações dos Disjuntores a SF6 Os disjuntores a SF6 representam a tendência atual nas áreas de AT e EAT. O fato da técnica de ar comprimido ser bem superior à do SF6 (e por serem mais rápidos), garante-lhes uma posição de destaque nas redes de EAT. Todavia, esta posição está sendo tomada pela técnica do SF6, à medida em que novas instalações de referência nos níveis de 500 e 800 kV em SF6 vão surgindo e a experiência operacional vai sendo adquirida. Na faixa de 138 kV, com capacidade de ruptura de 40 kA e níveis de tensão de 245 e 326 kV, o SF6 é majoritário, inclusive no Brasil. Aplicações em 138 kV para banco de capacitores também dão preferência ao SF6, devido às qualidades específicas dessa operação. Em aplicações em 138 kV com 31.5 kA e abaixo (20 kA), bem como em 69 kV, ainda se encontra em instalações os disjuntores a PVO. Alguns fabricantes europeus oferecem o disjuntor a SF6 para MT (13.8 a 34.5 kV); porém, sua participação no mercado mundial não chega a ser majoritária embora seja bastante grande. Com base nos dados disponíveis, pode-se dizer que a faixa de aplicação dos disjuntores a SF6 tende a se estabelecer predominantemente em níveis de 13,8 a 800 kV. Deve-se ressaltar que esta enorme gama de tensões que mostram uma preferência pelo SF6 provêm não só das excelentes características extintoras e isolantes do SF6, como também da simplicidade de construção e operação dos disjuntores a SF6 a pressão única que reduz consideravelmente os custos de manutenção, normalmente altos. DIAGRAMA DE COMANDO DE DISJUNTORES 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. Pára-Raios O pára-raios é um dispositivo protetor que tem por finalidade limitar os valores dos surtos de tensão transitante que, de outra forma, poderiam causar severos danos aos equipamentos elétricos. Por exemplo,: Uma onda transitante, que se desloca ao longo de uma LT, encontra um pára-raios, que converte-a a uma tensão que varia segundo a forma dessa onda. Para um dado valor dessa sobretensão, o pára-raios (que antes funcionava como um isolador) passa a ser condutor e descarrega parte da corrente para a terra, reduzindo a crista da onda a um valor que depende das características do referido pára-raios. Considerando que os pára-raios estão permanentemente ligados aos circuitos elétricos que devem proteger, deverão obedecer a duas condições fundamentais, a saber: • Não devem permitir, nas condições normais de operação do sistema, o escoamento da corrente elétrica para a terra; • Uma vez descarregada para a terra a corrente elétrica associada a um surto de tensão que a tenha atingido, deverá voltar à sua condição de isolante. A primeira condição é evidente, uma vez que, de outra forma, o pára-raios introduziria uma falta permanente para a terra, no sistema elétrico a que estivesse conectado. A segunda condição envolve a definição de “tensão nominal do pára-raios”. Esta, é a máxima tensão, sob freqüência nominal do sistema, a que estando sujeito um pára-raios, este é ainda capaz (logo após ter escoado para a terra a corrente associada a um surto de tensão) de interromper ou evitar a drenagem para a terra da corrente nominal do sistema. A tensão máxima, à freqüência nominal do sistema, a que o pára-raios poderá ser submetido, sem que se processe a descarga da corrente elétrica através do mesmo, é denominada de “tensão disruptiva à freqüência nominal” (nas normas americanas, é igual a 1.5 vezes a tensão nominal do pára-raios). Tendo em vista o exposto, é evidente que a tensão máxima, à freqüência nominal do sistema, a que um pára-raios for submetido por um tempo prolongado, não deve ser superior à sua tensão nominal pois, se assim for, poderá verificar-se um dos seguintes casos: a) Se o pára raios estiver submetido a uma sobretensão, à freqüência do sistema, superior à sua “tensão disruptiva à freqüência nominal”, ele permitirá a passagem da corrente elétrica do sistema, enquanto estiver submetido a tal sobretensão. Se esta for de aplicação prolongada, verificar-se-á a queima do pára-raios. b) Se o pára raios estiver submetido a uma sobretensão, à freqüência do sistema, superior à sua tensão nominal, porém inferior à sua “tensão disruptiva à freqüência nominal”, ele permanecerá na sua condição de isolante. Porém, se for atingido por um surto de tensão associado a uma onda transitante, não interromperá a passagem da corrente elétrica para a terra, após ter escoado aquela correspondente a esse surto. Formar-se-á, assim, um curto entre fase e terra e, possivelmente, verificar-se- á a queima do pára-raios. Os pára-raios são construídos para resistirem a correntes elevadas, porém quando aplicadas durante alguns microssegundos, como acontece quando o pára-raios é atingido por uma onda transitante. Portanto, conclui-se que, ao selecionar e aplicar um pára-raios, deve-se tomar cuidado para que a sua tensão nominal seja superior às prováveis sobretensões prolongadas, à freqüência nominal, a que possa estar sujeito. 70. Usualmente, as sobretensões selecionadas para servir como base a este critério são aquelas que aparecem em duas fases do sistema quando se verifica uma falta para a terra na outra fase. Sendo essas sobretensões dependentes da forma de aterramento do neutro desse sistema, é usual efetuar-se a divisão dos sistemas em duas classes principais, assim definidas: – Sistemas Efetivamente Ligados à Terra A relação entre a reatância de seqüência zero, X0, e a reatância de seqüência positiva, X1, quando vistas da falta está compreendida entre 0 e 3 para uma falta em qualquer ponto do sistema e em qualquer condição de funcionamento do mesmo. A relação entre a resistência de seqüência zero, R0, e a reatância de seqüência positiva, X1, quando vistas da falta, deverá ser menor do que 1 para uma falta em qualquer ponto do sistema e em qualquer condição de funcionamento do mesmo. Num sistema assim definido, as sobretensões máximas previstas para duas fases, como resultado de uma falta para terra na outra fase, não excederão 80% da tensão nominal entre fases do sistema. Nesse caso, os pára-raios selecionados deverão ser aqueles cuja tensão nominal é de 80% da tensão entre fases do sistema, e são usualmente denominados de “oitenta por cento”. Costuma-se considerar uma margem de 5% e assim, pára-raios de 80% são, na verdade, selecionados à base de 85% da tensão entre fases do sistema. Ex: Selecionar pára-raios para um sistema de 115 kV, com neutro efetivamente ligado à terra. A tensão nominal dos pára-raios deverá ser: 115 x 0.85 = 97 kV – Sistemas Não Ligados Efetivamente à Terra No caso de não se verificarem as condições dos dois primeiros parágrafos do item anterior, o sistema não poderá ser considerado como efetivamente aterrado e as sobretensões resultantes de uma falta para terra podem atingir valores iguais à tensão entre fases. Neste caso, os pára-raios selecionados deverão ser aqueles cuja tensão nominal é de 100% da tensão entre fases do sistema. A fim de se obter uma certa margem de segurança, os pára-raios são usualmente selecionados para 105% da tensão entre fases.Convém, porém, notar que por vezes, os pára-raios podem ficar sujeitos a sobretensões prolongadas superiores àquelas resultantes de uma falta para terra. Entretanto, não seria econômico construir os mesmos para os valores máximos que E = sobretensão para a seleção do pára-raios 71. podem atingir essas sobretensões. Desta forma, deve-se resignar a danificações esporádicas de um pára-raios. Entre essas sobretensões, pode-se citar as seguintes (com os respectivos valores máximos que podem atingir): • sobretensões devido aos geradores elétricos do sistema atingirem a velocidade de disparo: 120 a 200% da tensão entre fases. • sobretensões resultantes de operações de manobra: podem atingir 5.5 vezes a tensão entre fase e neutro (porém mais comum é de 3 a 3.5 vezes a tensão entre fase e neutro). • sobretensões resultantes de uma falta para terra e descargas intermitentes: de 2.5 a 4 vezes a tensão entre fase e neutro (porém praticamente zero nos sistemas solidamente ligados à terra). Do acima exposto ficam definidas duas importantes características dos pára-raios: “tensão nominal” e “tensão disruptiva à freqüência nominal”. Os pára-raios são também caracterizados pelas curvas “tensão de impulso X tempo”. Estas estabelecem a relação entre a crista de uma onda de impulso (1.5 x 40 µs) e o tempo para o qual se processa a descarga disruptiva através do pára-raios. portanto, elas definem as sobretensões máximas que os pára- raios permitirão que existam nos pontos em que estão instalados. Curvas Tensão de Impulso X Tempo dos Pára-Raios para Várias Tensões Nominais Verifica-se pelo gráfico que quanto maior é a tensão nominal do pára-raios, menor é a proteção que ele oferece. Por exemplo, um sistema de 115 kV, do tipo efetivamente ligado à terra, poderá ser protegido por pára-raios de 97 kV. Porém, se o sistema não fosse efetivamente ligado à terra, ter-se-ia de usar pára-raios de 121 kV. É evidente, por um exame da figura, que os pára-raios de 97 kV oferecem um nível de proteção melhor do que os de 121 kV, constituindo este fato uma das vantagens de se efetuar o aterramento do sistema de tal forma que o mesmo possa ser considerado como efetivamente aterrado. Os pára-raios do tipo válvula são os mais utilizados em subestações. Estão divididos em duas classes: tipo estação e tipo linha. A diferença principal entre o estação e o de linha é que o estação oferece melhor margem de proteção. 169 kV 145 kV 121 kV 97 kV 72. Coordenação de Isolamento A coordenação de isolamento consiste na comparação da resistência oferecida pelos isolamentos dos vários equipamentos de uma dada instalação, aos surtos de tensão que possam atingi-los, representada pelas curvas “tensão de impulso X tempo” correspondentes a esses isolamentos, com os surtos de tensão máximos pelos dispositivos protetores utilizados, que são também representados pelas suas curvas “tensão de impulso X tempo”. Portanto, em última análise, a coordenação de isolamento consiste na comparação de curvas tensão de impulso X tempo, umas referentes aos isolamentos dos equipamentos em consideração e as outras aos dispositivos de proteção utilizados. Convém notar que no estudo de coordenação de isolamentos são considerados surtos ou sobretensões, que são resultantes da queda de um raio e devidos a operações de manobra. As sobretensões de manobra são decorrentes de: a) energização de linha em vazio ou terminada em transformador em vazio; b) religamento de linha; c) rejeição de carga pela abertura do disjuntor no terminal receptor, com a possível abertura do disjuntor no terminal gerador; d) chaveamento de transformador em vazio. Ainda se tratando de sobretensões, não se pode deixar de citar as sobretensões temporárias, que são oscilatórias e não amortecidas (ou levemente amortecidas), originárias do próprio sistema, decorrentes de: a) perda súbita da carga; b) remoção de cargas indutivas ou conexão de cargas capacitivas; c) faltas para terra desequilibradas, entre outras. Em síntese, pode-se dizer: SOBRETENSÕES INTERNAS ⇒ Sobretensões Temporárias Sobretensões de Manobra SOBRETENSÕES EXTERNAS ⇒ Sobretensões Atmosféricas Definições e Considerações 1. Sobretensão Qualquer tensão variável no tempo que surja entre fase e terra ou entre fases, com valor de pico excedendo o valor de pico da tensão máxima do equipamento. Ex: 2 3Vmax / → VφT 2Vmax → Vφφ 2. Sobretensão de Manobra Considera-se, para fins de coordenação de isolamento, os valores usados nos ensaios de impulso de manobra (normalizados). Impulso padrão: 250 x 2500 µs [tempo de pico x tempo de cauda]. 73. 3. Sobretensão Atmosférica Considera-se, para fins de coordenação de isolamento, os valores usados nos ensaios de impulso atmosférico (normalizados). Impulso padrão: 1.2 x 50 µs [frente de onda x tempo de cauda]. 4. Sobretensões Temporárias Usualmente se originam de operações de manobra ou faltas. Podem ser caracterizadas pelas amplitudes, freqüências de oscilação, durações totais ou seus decrementos. Tópicos sobre Coordenação de Isolamento – Redução do Nível Básico de Isolamento para Impulso dos Transformadores Será focalizada a coordenação de isolamentos dos transformadores de força, utilizando como dispositivo de proteção pára-raios do tipo estação. Supondo um transformador de força cujos enrolamentos de AT pertençam à classe de isolamento de 115 kV, e cuja curva tensão de impulso X tempo está representada abaixo: A fim de proteger devidamente o isolamento deste transformador, os surtos de tensão resultantes da queda de um raio não devem evidentemente ultrapassar o limite fornecido pela curva representada nesta figura. Porém, para que seja obtida uma margem de segurança, se estabelece que os surtos de tensão devem ser limitados a valores no máximo iguais a 80% da curva acima referida. Na figura acima, encontra-se indicado (curva inferior) o limite máximo para os surtos de tensão provocados pela queda de um raio, a que deve ser submetido o isolamento dos enrolamentos de AT do transformador. Está também assinalada a margem de segurança de 20% acima referida. Se forem utilizados pára-raios para a limitação desses surtos de tensão, a sua curva tensão de impulso X tempo e a respectiva queda de tensão “IR” através dos mesmos, deverá ficar situada abaixo da curva inferior da figura, garantindo dessa forma, que as sobretensões a que será submetido o isolamento do transformador serão iguais ou inferiores a 80% da curva tensão de impulso X tempo deste último, ou seja: os surtos de tensão que podem atingir o transformador serão inferiores a 80% de seu NBI. Ensaio a onda plena e NBI classe de isolamento de 115 kV 80 % da curva acima 74. Na figura abaixo, estão repetidas as curvas da figura anterior, representando-se também as correspondentes a um pára-raios com a indicação das quedas de tensão IR, devidas às descargas das correntes associadas aos surtos. Conforme verificado na figura acima, os pára-raios utilizados oferecem uma coordenação adequada. Se considerarmos que o enrolamento de AT deste transformador está ligado a um sistema com neutro não efetivamente aterrado, a tensão nominal dos pára-raios deverá ser: 115 x 1 x 1.05 = 121 kV Supondo porém que o sistema considerado tenha neutro efetivamente aterrado, a tensão nominal dos pára-raios seria: 115 x 0.8 x 1.05 = 97 kV Estes pára-raios, denominados “80%”, têm sua curva situada abaixo da linha indicada nas duas figuras anteriores, oferecendo uma boa coordenação. Aliás, estes pára-raios oferecem mesmo uma melhor proteção para o transformador do que os de 100% (121 kV). Do fato constatado de que os pára-raios de 80% oferecem uma maior margem de proteção em relaçãoaos de 100%, surgiu a idéia de, nos sistemas efetivamente aterrados, utilizar-se os transformadores com NBI reduzido de uma classe. A fim de melhor explicar a redução do NBI, considere a figura seguinte: Na figura acima encontram-se as seguintes curvas: classe de isolamento de 115 kV 80% pára-raios de 121 kV pára-raios de 97 kV 20 kA 10 kA 3 kA 1.5 kA 40 kA 20 kA 10 kA 5 kA 1.5 kA Ensaio a Onda Plena e NBI NBI = 650 kV NBI = 550 kV pára-raios de 121 kV (80%) 40 kA 20 kA 10 kA 5 kA 1.5 kA classe de isolamento de 138 kV (pleno) classe de isolamento de 138 kV (redução de uma classe) 75. – curva tensão de impulso X tempo do isolamento dos enrolamentos de AT do transformador de 138 kV com pleno isolamento e tendo NBI de 650 kV; – curva tensão de impulso X tempo do mesmo transformador, porém com isolamento reduzido de uma classe, tendo portanto NBI de 550 kV (correspondente à classe de 115 kV). – curva tensão de impulso X tempo de um pára-raios de 121 kV (isto é, de 80%). Conforme pode-se ver, ainda neste caso, a condição da limitação dos surtos de tensão, devidos à queda de um raio, a 80% do NBI do transformador é plenamente satisfeita. É bastante comum nos E.U.A. a redução de uma classe no NBI dos enrolamentos dos transformadores de 115 kV e acima, sendo raramente construídos transformadores para essas tensões com isolamento pleno. Indica-se a seguir os NBIs para classes de 115 a 230 kV, mostrando-se as reduções de uma classe: Classe de Tensão (kV) NBI Padrão NBI Reduzido de uma Classe 115 550 450 138 650 550 161 750 650 230 1050 920 Do exposto, conclui-se que se o sistema elétrico a que for ligado o enrolamento do transformador de força for do tipo “sem o neutro efetivamente ligado à terra”, ter-se-á de utilizar nesse sistema pára-raios de tensão nominal igual a 105% da tensão entre fases, e o NBI desse enrolamento deverá ser o padrão, para essa classe de tensão. Surtos de Tensão Devidos a Operações de Manobra Tais surtos podem ser de pequena (1000 µs) ou grande duração (10000 µs ou mais) e, portanto, a resistência oferecida a eles pelo isolamento do transformador pode apresentar os seguintes aspectos: a) para os surtos de pequena duração, a resistência oferecida pelo isolamento do transformador é idêntica à oferecida aos surtos decorrentes da queda de um raio, isto é, pode ser considerado igual ao NBI; b) para surtos de grande duração, a resistência oferecida pelo isolamento do transformador é considerada como aproximadamente igual a 130% do valor de crista da tensão de ensaio a alta tensão e baixa freqüência durante um minuto. Na figura abaixo está representada a curva de um transformador de 115 kV, estando indicada (linha tracejada) a resistência do isolamento aos surtos de tensão de manobra. 76. Os surtos de tensão deste tipo (de pequena duração) devem ser limitados a 80% do NBI e os de longa duração, a 0.8 x 1.3 x 1.41(valor de crista) da tensão de ensaio de alta tensão a baixa freqüência. Como, para os surtos de tensão de longa duração, a característica dos pára-raios que prevalece é a sua tensão disruptiva à freqüência nominal do sistema, conclui-se que esta deverá ser inferior ao valor dado pela expressão de tensão resultante de uma operação de manobra. O pára-raios descarregará e limitará o valor da sobretensão a 80% da resistência que se espera ser oferecida pelo isolamento do transformador. A redução do NBI dos transformadores de força da classe de tensão superior a 115 kV resulta em: • economia sensível no preço dos transformadores (15 a 20% a menos do que com transformador com NBI padrão); • menor impedância dos transformadores; • menores perdas; • dimensões físicas e peso sensivelmente menores nos transformadores de grande capacidade; • economia no preço dos pára-raios. Classe de Isolamento: 115 kV NBI – Resistência do isolamento aos surtos de operação de manobra tensão de descarga do pára-raios à freqüência nominal 77. Características Construtivas dos Pára-Raios 1. Pára-Raios com Gap e Resistor Não Linear Estes pára-raios são constituídos basicamente de um gap, em série com um resistor não linear, colocados no interior de um invólucro de porcelana. – Gap Elemento que separa eletricamente a rede, dos resistores não lineares. Constitui-se de um conjunto de “subgaps” cuja finalidade é a de fracionar o arco em um número de pedaços, a fim de poder exercer um melhor controle sobre ele, no momento de sua formação, durante o processo de descarga e na sua extinção. – Resistor Não Linear Nos pára-raios convencionais o resistor não linear é fabricado basicamente com o carbonato de silício. Com este material pode-se observar que, por ocasião de tensões baixas tem-se uma resistência elevada e, com tensões elevadas, uma resistência baixa. A característica não linear do carbonato de silício pode ser traduzida por intermédio da expressão: V = kIβ , onde: β = 0.33 a 0.2 k = 500 a 5000 para amostras na faixa de 0.5 cm de espessura 1) Gaps Principais 2) Gaps Auxiliares 3) Resistor Linear (resistência elevada) 4) Bobina 5) Resistor Não Linear Ex: 78. 2. Pára-Raios de Óxido de Zinco O pára-raios de óxido de zinco constitui-se basicamente do elemento não linear colocado no interior de um corpo de porcelana. Neste pára-raios não são necessários os gaps em série, devido às excelentes características não lineares do óxido de zinco. Os pára-raios de óxido de zinco apresentam vantagens sobre os pára-raios convencionais, pois estes apresentam alguns inconvenientes, tais como: • uso de gaps (gaps estão sujeitos a variações na tensão de descarga de um pára-raios que não esteja adequadamente selado, além de que um número elevado de partes no gap aumenta a possibilidade de falhas); • inconvenientes apresentados pelas características não lineares do carbonato de silício; • pára-raios convencionais absorvem mais quantidade de energia do que o pára-raios de óxido de zinco, o que permite a este último absorção durante um maior número de ciclos. Recomendações de Distâncias de Pára-Raios Distância Máxima do Pára-Raios ao Transformador Distância (ft) Classe de Tensão do Transformador (kV) NBI (kV) neutro não aterrado ou resistência de aterramento (PR 100%) neutro efetivamente aterrado (PR 80%) 25 150 25 70 34.5 200 25 70 46 250 25 70 69 350 30 75 72 450 30 75 115 550 30 85 138 650 35 95 Tensão Nominal (kV) NBI - Trafo (kV) Pára-Raios (kV) Distância (ft) 34.5 200 37 60 34.5 200 30 90 69 350 60 135, 155 69 350 73 75, 95 138 550 121 90, 115 138 650 145 120, 155 Distância Máxima entre Transformador e Pára-Raios Tensão Nominal Distância entre Pára-Raios e Terra (m) (kV) sistema efetivamente aterrado sistema isolado 34.5 27.4 18.3 69 41.1 22.9 138 42.7 27.4 79. 80. 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87. Princípio de autocompressão Princípio de puffer