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ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 67 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Franciele Duarte 1 Julie Barbosa2 Paula Cardoso Santos 3 Robson Souza 4 Guilherme Pressi5 Luciano Severo6 RESUMO Neste artigo abordaremos o método custeio por absorção, que considera todos os custos diretos e indiretos incorridos na produção para apurar o seu custo final. Demonstrando exemplos para melhor entendimento do assunto na distribuição entre custos e despesas, de forma que o torne mais explicativo. Com o objetivo de esclarecer que este é o método mais tradicional de custeio e é o critério legal exigido no Brasil. Palavras-chave: Custeio por Absorção, custos diretos e indiretos de operação, apurações, princípios contábeis. INTRODUÇÃO O cenário mundial de instabilidade político-econômico obrigou as organizações a passarem por transformações na sua forma de gestão, e a estratégia de negócios tem sido o grande diferencial para obter resultados significativos. Na elaboração das estratégias, a contabilidade tem um papel de suma importância, ela fornece dados confiáveis através de demonstrativos contábeis. É a partir destes, que os gestores tomam as decisões estratégicas das corporações. Nos dias atuais, para que as empresas se tornem cada vez mais competitivas e suas estratégias correspondam as suas expectativas, é fundamental que os gestores atentem para um fator importantíssimo que são os custos, principalmente os de produção, pois ele implicará diretamente no 1 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 2 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 3 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 4 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 5 Professor e Orientador 6 Professor da disciplina de Custos ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 68 preço final do produto e terá um papel decisivo nas transações comerciais, além de elevar os lucros da corporação. Martins ( 2009, p. 37) conceitua, custeio como “apropriação de custos” . O Custeio por absorção, também chamado custeio integral, é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. Custos diretos de operação - matérias primas, materiais secundários, mão de obra direta, etc. Custos indiretos da operação - manutenção de equipamentos, custos de suprimentos, planejamento e controle da operação, controle de qualidade, etc . Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos (rateados) para todos os produtos feitos. METODOLOGIA Para esta pesquisa, utilizou-se o método indutivo, que segundo Marconi e Lakatos (2004), apresenta os objetivos dos argumentos, levando a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. A pesquisa é do tipo bibliográfico. Esse tipo de pesquisa busca informações e conhecimento em toda a literatura que provém de uma fonte ou a respeito de determinado assunto, sendo uma união das produções escritas esclarecendo as fontes, a fim de divulgá-las, analisá-las ou estabelece - las. As fontes segundo Ruiz (2011), podem ser livros, revistas, periódicos, artigos, capítulos de livros e Internet. Este tipo de pesquisa, gera uma literatura mais ampla, com levantamento e análise de tudo que já foi produzido sobre determinado assunto. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 69 DESENVOLVIMENTO Os custos fixos, independente de serem diretos ou indiretos de operação, são rateados de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa. A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. Já os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos são ativados nos estoques destes produtos. Figura 1: Esquema de Custeio por Absorção sem departamentalização – Fonte: Martins (2000, p.62) Exemplo: O método de Custeio por Absorção Suponha que uma empresa industrial manufature e comercialize um único produto cujo custo de matéria prima seja R$ 20,00 por unidade produzida. Suponha ainda que, nessa empresa, a soma dos custos diretos e indiretos de fabricação montem a R$ 1.000,00. Se um determinado mês a ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 70 empresa produzir 500 unidades deste produto, pelo método de custeio por absorção, seu custo unitário será igual a R$: 22,00 conforme o quadro abaixo: Matéria prima por unidade R$ 20,00 Rateio dos custos fixos pela unidades produzidas R$ 1.000,00/500 unid. = R$ 2,00 Total R$ 22,00 Fonte: autores Se no mês seguinte a empresa fabricasse 600 unidades deste mesmo produto, seu custo unitário para efeito da apuração do custo dos produtos vendidos seria R$ 21,67, conforme quadro abaixo: Matéria prima por unidade R$ 20,00 Rateio dos custos fixos pela unidades produzidas R$ 1.000,00/500 unid. = R$ 1,67 Total R$ 21,67 QUANTO À LEGISLAÇÃO E AOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS O Custeio por Absorção deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à contabilidade. Outros critérios diferentes têm surgido através do tempo, mas este é ainda o adotado pela Contabilidade Financeira; portanto, válido tanto para fins de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados como também, na maioria dos países, para Balanço e Lucro Fiscais. É o único aceito pelo Imposto de Renda do Brasil e pela Auditoria Externa, por atender aos seguintes princípios contábeis: • Princípio da Realização da Receita: Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem vendido para terceiros; • Princípio da Confrontação: As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente); • Princípio da Competência: As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos de sua competência, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICADO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 71 Vantagens do custeio por absorção • Atende á legislação fiscal, permitido pela legislação brasileira; • Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área; • Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto. • Os resultados são aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo e para obtenção de soluções de longo prazo, onde este método é recomendado. Desvantagens do custeio por absorção Segundo Wernke (2004, p. 21) A principal desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros. Martins (2003, p. 24) destaca como principal desvantagem desse método, a falha como instrumento gerencial de tomada de decisão, pois tem como premissa básica os rateios dos custos indiretos, que apesar de aparentarem uma lógica, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganosas. Também Martins (2003, p. 25) cita como desvantagem a distorção que ocorre caso um custo seja lançado como despesa ou uma despesa lançada como custo. Apuração Os seguintes passos devem ser seguidos para a apuração do resultado do exercício: • Separação de custos e despesas; ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 72 • Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no período; • Apuração do custo dos produtos em elaboração; • Apuração do custo da produção acabada; • Apuração do custo dos produtos vendidos • Apuração do resultado. Exemplo: A empresa Alfa apurou, em determinado período, os seguintes Custos de Produção: Material Direto Matéria-Prima R$ 75.000 Embalagem R$ 10.000 Mão-de-Obra Direta Mão-de-Obra Direta R$ 50.000 Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Materiais Indiretos R$ 24.750 Mão-de-Obra Indireta R$ 24.000 Energia Elétrica-fábrica R$ 10.000 Combustíveis R$ 1.350 Manutenção de Máquinas R$ 2.500 Telefone da Fábrica R$ 4.550 Depreciação e Seguros (fábrica) R$ 4.250 IPTU R$ 2.250 TOTAL R$ 210.000 Fonte: http://arquivos.unama.br/nead/3semestre/CCO/aula05/verprint.htm Como a empresa produziu 7.000 unidades de seu único produto, temos que: Custo Unitário Produção = R$ 210.000/7.000 unidades = R$ 30,00/unidade. Como a empresa vendeu 5.000 dessas unidades, temos que: Custo dos Produtos Vendidos = 5.000 unidades x R$ 30,00 = R$ 150.000. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 73 Despesas no mesmo mês: Despesas Administrativas R$ 35.000 Despesas de Marketing R$ 22.000 Despesas de Vendas R$ 28.000 Outras Despesas Operacionais R$ 25.000 Total R$ 110.000 Fonte: http://arquivos.unama.br/nead/3semestre/CCO/aula05/verprint.htm Como o preço de venda de cada unidade foi de R$ 75,00, temos que: Receita de Vendas = 5.000 unidades x R$ 75,00 = R$ 375.000,00. Com base nesses dados, podemos montar a DRE da empresa: Demonstração do Resultado do Exercício Receita Líquida de Vendas R$ 375.000 (-) Custo dos Produtos Vendidos (R$ 150.000) (=) Lucro Bruto R$ 225.000 (-) Despesas Operacionais (R$ 110.000) (=) Lucro Líquido R$ 115.000 Fonte: http://arquivos.unama.br/nead/3semestre/CCO/aula05/verprint.htm CONCLUSÃO Através desta pesquisa pode-se observar que, o método de absorção, é o critério mais utilizado no Brasil, este é o único método aceito pelo Imposto de Renda do Brasil e por este motivo tem sido o mais utilizado na contabilidade financeira e usado pela Auditoria Externa, por atender aos princípios contábeis. Através das pesquisas, descobrimos que este método também é conhecido como custo total, custo integral ou custeio pleno, conforme sites acessados. Nesse método de custeio, todos os custos da produção são apropriados aos produtos do período, e nele todos os custos de produção fixos e variáveis são incluídos no custo do produto para fins de custeio dos estoques e por sua vez todas as despesas fixas e variáveis são incluídas. Notamos também, que é necessário fazer a distinção de custos e despesas, pois caso não seja feito este procedimento, ocorre diferenças de valores nos resultados. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 74 REFERÊNCIAS MARCONI, Marina de Andrade; LAKATUS, Eva Maria. Metodologia Científica, Métodos Científicos, teoria, hipóteses e variáveis, metodologia jurídica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos - 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, - 9. ed. São Paulo. Atlas: 2000. RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica - Guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. Custeio por absorção. Unama. Disponível em: http://arquivos.unama.br/nead/3semestre/CCO/aula05/verprint.htm> Acesso em 14 de outubro 2012. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 75 OS IMPACTOS DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES E A RELAÇÃO COM A GESTÃO DE PESSOAS Antônio da Silva Brittes1 Carina Marteletti2 Leandro Pivatto da Silva3 Renata Silveira4 Ricardo Felipe Müller5 Tatiana da Silveira Pain6 Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior7 RESUMO Neste artigo, será abordado o tema da sustentabilidade dentro das empresas e como é recebido pela sua equipe de colaboradores. Uma vez que o consumidor está buscando produtos sustentáveis no mercado, as empresas precisam investir em treinamento e capacitação da sua equipe de colaboradores para implantação políticas ambientais. Com isso, será discutida a importância da gestão de pessoas e também a importância do colaborador para o desenvolvimento dos produtos sustentáveis. Serão relatados os impactos da gestão ambiental nas organizações, os aspectos financeiros, adaptação às mudanças e a economia que este processo pode gerar para as empresas. PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Pessoas, Gestão Ambiental e Sustentabilidade. 1. INTRODUÇÃO Este artigo visa atentar para o papel da gestão de pessoas no desenvolvimento de produtos sustentáveis em uma organização, abordando 1 Acadêmico do Curso de Administração de Empresasdo Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 2 Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 3 Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 4 Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 5 Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 6 Acadêmico do Curso de Administração de Empresas do Cesuca Faculdade Inedi, disciplina de Gestão de Pessoas II, Prof. Evaldo Reis Furtado Júnior – 2012/2. 7 Professor Orientador ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 76 algumas das práticas aplicadas pela Gestão de Pessoas, que por sua vez está sendo cada vez mais valorizada nas organizações e desta forma ampliando cada vez mais sua influência sobre os colaboradores. As profundas mudanças econômicas fazem com que as empresas busquem constantemente pela redução de custos e a própria sociedade cobra cada dia mais para que as empresas tenham um maior comprometimento com as questões sócio-ambientais. Estas questões fazem com que os gestores busquem constantemente formas para satisfazer ao mesmo tempo estes dois pontos – economia e satisfação dos clientes. Portanto, como a gestão de pessoas pode contribuir para o desenvolvimento de produtos sustentáveis em uma organização? O objetivo desta pesquisa é trazer de que forma a gestão de pessoas pode ajudar no desenvolvimento de produtos sustentáveis além de alguns conceitos sobre gestão ambiental nas organizações. Desta maneira, este artigo se propõe, por meio de uma pesquisa bibliográfica, analisar e demonstrar algumas das formas que estão sendo usadas, conforme a literatura, pelas organizações, através da gestão de pessoas para o desenvolvimento de produtos sustentáveis. Para apresentar e discutir os achados da pesquisa bibliográfica em questão estruturou-se o presente artigo em três tópicos. O primeiro tópico foi dedicado a discutir a literatura sobre a Gestão de Ambiental nas organizações; o segundo esclarece o que são produtos sustentáveis e o último tópico busca trazer a tona o papel da gestão de pessoas no desenvolvimento de produtos sustentáveis. 2. METODOLOGIA Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo que utiliza o método indutivo do tipo bibliográfico, utilizando artigos, livros e matérias publicadas. Segundo Ruiz (2011) o método indutivo é o registro de fatos singulares ou menos gerais para chegar a uma conclusão ampliada, ou seja, a partir da análise de alguns fatos a mente humana chega a conclusões gerais. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 77 Para Ruiz (2011) a pesquisa bibliográfica é o levantamento e a análise de livros publicados por autores conhecidos e desconhecidos sobre um determinado assunto, assunto este que será assumido como tema de pesquisa científica. Conforme Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com materiais já publicados, composta principalmente por livros e artigos científicos. A principal vantagem deste tipo de pesquisa é que permite ao pesquisador ao acesso de uma gama diversificada de informações. 3. REVISÃO LITERATURA 3.1. GESTÃO AMBIENTAL NA ORGANIZAÇÃO A Gestão Ambiental ainda é considerada uma prática nova que segue em implantação na grande maioria das organizações, muitas vezes mais por uma questão de se adaptar para satisfazer aos clientes, que estão cobrando cada vez mais para que as empresas adotem práticas que venham a beneficiar o meio ambiente, do que por uma preocupação genuína com o planeta. A inclusão da dimensão ambiental na empresa recebe o nome de gestão ambiental (Backer, 2002). Por se tratar de um objeto multidimensional que requer respostar rápidas, esta área ainda é um desafio para a sociedade. Diversas são as definições de gestão ambiental, entre as quais se destacam: Como sendo a “parte da função gerencial que trata, determina e implementa a política de meio ambiente estabelecida para a empresa” (D’AVIGNON, 1996). "Condução, direção e controle do uso dos recursos naturais, dos riscos ambientais e das emissões para o meio ambiente, por intermédio da implementação do sistema de gestão ambiental" (CONOMA nº 306/2002). Diante destas definições, a gestão ambiental, nas organizações, envolve as atividades de organização e planejamento do tratamento da variável ambiental pela empresa, com o objetivo de alcançar metas ambientais específicas, exigindo o comprometimento e empenho de diversas áreas para sua administração. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 78 Primeiramente quando inicia-se a implementação de um sistema ou de um programa em uma empresa a primeira dúvida que surge é referente aos aspectos financeiros (DONAIRE, 2006), mostrando desta forma a postura reativa da empresa diante dos problemas ambientais, pois a primeira vista tudo que é novo acarreta custos, porém se trabalhado de forma adequada, com a colaboração de todos, a empresa poderá ter a redução de custos e possíveis lucros com o posicionamento voltado para a proteção ambiental. Segundo Coimbra e Oliveira (2005) ainda não há um movimento espontâneo para a preservação do meio ambiente, mas sim está movimentação que faz com que a empresa procure-se adaptar e melhorar suas práticas ambientais são resultados de fatores externos, ou seja, são impulsionadas pela pressão dos clientes, logo a gestão ambiental torna-se uma variável relevante para o sucesso empresarial. A gestão ambiental tende a ter o respaldo de certificações da série ISO 14000; sendo esta compartilhada por todas as áreas da organização, não penas pelo setor de produção, pois não cabe somente ao setor de produção, embora seja neste setor onde haja a transformação dos recursos, o envolvimento mais específico na gestão ambiental (CORAZZA, 2003). Mas sim a responsabilidade pela gestão ambiental cabe a toda a empresa. Em vista disto cabe ressaltar que a gestão ambiental vinculada as práticas da empresa podem trazer inúmeros benefícios, tais como: Maior qualidade ambiental a um baixo custo (GUIMARÃES, DEMAJOROVIC E OLIVEIRA, 1995); Vantagem competitiva em relação aos concorrentes (GRAEL E OLIVEIRA, 2009); Melhoria continua e racionalização de projetos, processos e produtos/serviços quando verificada a real necessidade de seus clientes (GRAEL E OLIVEIRA, 2009); Entrada de novos mercados (DONAIRE, 2006); Assegurar a sobrevivência da empresa pela manutenção de uma imagem ambiental (DONAIRE, 2006). Segundo Jabbour e Santos (2007)uma das principais atividades das organizações que estão efetivamente comprometidas com a Gestão Ambiental ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 79 e o desenvolvimento de produtos ambientalmente sustentáveis, produtos estes que possuem em seu desenvolvimento a integração de práticas ambientais. Para a garantia da sustentabilidade ambiental da organização é vista a importância do desenvolvimento de produtos que garantam a sustentabilidade ambiental, o próximo tópico busca discorrer sobre o desenvolvimento de produtos sustentáveis. 3.2. O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS Produtos sustentáveis são aqueles que ao longo de todo o seu ciclo de vida não agridem o meio ambiente. Indústrias do mundo inteiro, dos mais diversos setores, estão agindo de forma a adotarem tecnologias de menor impacto ambiental, inclusive como o aproveitamento de materiais e resíduos. Com o aumento de consumidores ambientalmente conscientes, as empresas são pressionadas a desenvolverem um conhecimento ambiental relativo a todas as etapas da existência do produto, desde o seu desenvolvimento até o seu descarte. Nesse ciclo, é gerado dois fluxos: um de materiais, a serem reutilizados ou reciclados na fase de manufatura e o outro, de análise das consequências ambientais de cada fase, o que irá depois formar um maior conhecimento sobre o produto. Para o desenvolvimento de produtos sustentáveis, é preciso levar em consideração questões ambientais integradas no processo de desenvolvimento do produto. Acontece que esse desenvolvimento nem sempre vai ao encontro da visão sustentável da empresa, mas sim na lucratividade e os quesitos qualidade e sustentabilidade ficam em segundo plano. Para um designer de moda, por exemplo, a pesquisa e busca por inovação é sempre o carro-chefe de uma coleção. Logo, esta inovação deve se tornar o grande atrativo para manter o consumidor o mais ativo possível, com uma oferta de produtos agregados de conceito. Nessa iniciativa de voltar o olhar para o novo design de moda e a sustentabilidade, a meta é reunir pesquisas e aprofundar o conhecimento para soluções dinâmicas, leves e coerentes com os novos tempos. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 80 3.3. O PAPEL DA GESTÃO DE PESSOAS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS Hoje as empresas buscam muito mais do que funcionários tarefeiros, que façam apenas o que está no contrato de forma a proporcionar um lucro para a organização, hoje as empresas estão buscando pessoas que possam dar mais para a organização, que possam contribuir com conhecimento, com experiências, com informações, que possam enriquecer a empresa sim, mas com conteúdo. Para absorver este novo perfil nas organizações as empresas estão contando com o tradicionalmente conhecido setor de recursos humanos, agora chamado de gestão de pessoas, setor este que trabalha com as pessoas e o modo de administrar as pessoas interfere diretamente na gestão ambiental. Segundo Oliveira e Limongi-França (2005) mesmo nas empresas pequenas que não possuam um setor especifico de RH está função de gerir as pessoas está ganhando cada vez mais destaque para o alcance das metas da empresa, portanto mesmo que não haja um setor específico toda a organização, hoje, se volta para o seu diferencial competitivo: as pessoas. A gestão de pessoas é contingencial e situacional, pois está sensível a diversos aspectos proporcionados pela organização, como sua estrutura, o negócio, as tecnologias, suas características ambientais entre outros (CHIAVENATO, 2010). Embora muito se fale sobre gestão de pessoas, gestão ambiental e sustentabilidade ainda há uma grande lacuna bibliográfica quando se fala na união destes três assuntos. Para Jabbour e Santos (2007) as praticas de gestão de pessoas estão diretamente ligadas com o conhecimento que os funcionários detêm sobre gestão ambiental e sobre a inserção de produtos sustentáveis e estas praticas podem ser exploradas por meio de: “Consulta direta de opiniões dos trabalhadores sobre iniciativas de melhoria ambiental nos processos atuais de desenvolvimento de produtos; Concessão de autonomia ao trabalhador para fazer sugestões sobre melhorias ambientais nos projetos de produtos; ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 81 Desenvolvimento de competências ambientais que serão demandadas durante o desenrolar do DPS; Retenção do conhecimento e de informações para o desenvolvimento de produtos sustentáveis.” Conforme Foggetti e Castro (2006) a atividade de gestão de pessoas atenta para que o funcionário tenha um maior comprometimento com os processos da empresa e a seu ajustamento com o meio ambiente. Por este motivo o treinamento deve ser programado de forma efetiva para aumentar o conhecimento dos colaboradores, desta forma satisfazendo suas necessidades. 4. CONCLUSÃO As organizações, para se mantiverem competitivas, buscam constantemente atender aos seus clientes, que estão cada vez mais exigentes não apenas com os produtos adquiridos, mas também com o impacto causado pela sua produção, portanto as empresas estão buscando se adequar as exigências ambientais incentivando o desenvolvimento de produtos sustentáveis. Em meio a tantas mudanças trazidas pela introdução da gestão ambiental na organização, segundo estudos bibliográficos, as empresas estão verificando que o custo não é o maior impacto desta implantação, pelo contrário, elas estão sendo beneficiadas com a redução de custo e grandes oportunidades que surgem com as práticas ambientais. A gestão ambiental na empresa é um processo complexo e multidisciplinar, que busca contar com o apoio de diversas áreas e com a dedicação de todos os colaboradores, e o treinamento, neste caso, tornou-se um grande aliado trazido pela gestão de pessoas que busca disseminar o conhecimento e a informação para toda a corporação. O setor de gestão de pessoas tem o desafio de encontrar, constantemente, formas para disseminar as informações na organização de forma que seja aceita por todos como forma de compartilhamento para o bem e sucesso das empresas. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 82 O desenvolvimento de produtos sustentáveis esta cada dia mais alinhado com a sustentabilidade ambiental. Com isto a decisão por programas de treinamento torna-se fundamental para o desenvolvimento de produtos sustentáveis. Somente quando os colaboradores estiverem em sintonia com a dimensão ambiental, o DPS será uma realidade. Recomenda-se um estudo aprofundado, talvez um estudo comparativo, paraverificar a real mudança percebida pelas organizações e pelos seus colaboradores com o desenvolvimento dos produtos sustentáveis. REFERENCIAL BACKER, P. Gestão ambiental: a administração verde. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. CONAMA. Disponivel em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/index.cfm>. Acesso em 15 out. 2012, 10:00:00. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Ed. Campos, 2010. COIMBRA, Danielle Batista e OLIVEIRA, Francisco Correa de. Motivação e condicionantes para a gestão ambiental nas maiores indústrias exportadoras do estado do Ceará. 2005, vol.3, n.3, pp. 01-16. 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A sustentabilidade tornou se um ideal de desenvolvimento organizacional, mas qualquer prática organizacional com foco em sustentabilidade deve contar com o alinhamento da prática de gestão de pessoas e seus conceitos. É crescente a preocupação das empresas em se aproximar de seus fornecedores, clientes e funcionários. As empresas começam valorizar a responsabilidade social, a partir do momento em que torna o ambiente de trabalho competitivo, motivador e eficiente, fornecendo um conceito positivo e firmando comprometimento com seus parceiros de negócio, fortalecendo uma mudança para posturas socialmente responsáveis. (Coutinho e Macedo-Soares; 2002). INTRODUÇÃO Nos dias atuais cada vez mais as empresas buscam melhorias em suas formas de produção e gestão, através de um dos maiores assuntos da atualidade que é a sustentabilidade. Este possui um conceito bem particular na estratégia organizacional, sobre a maneira de como integrá-lo à gestão de pessoas. Usa-se a palavra “sustentabilidade” para qualquer coisa. Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade econômica, negócios sustentáveis, sustentabilidade ecológica, marketing sustentável, e assim por diante. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 85 A verdade, no entanto, é que poucos compreendem o que seja “sustentabilidade”. Muitas pessoas associam-na à preservação do meio ambiente. É uma compreensão correta, porém incompleta. Sustentabilidade é muito mais do que cuidar do planeta para que seus recursos sejam utilizados de forma responsável e não destruídos. Interpretar o conceito das mudanças nas políticas e práticas de uma empresa, juntamente com seus líderes organizacionais são importantes, porque tudo esta voltado ao desenvolvimento sustentável. Para as organizações, implementar processos de gestão de pessoas capazes de responder a problemas complexos, implica superar a visão da “sustentabilidade de mercado” e exercitar novas práticas capazes de substituir os modelos em esgotamento (LIMA, 2003). Especialistas apontam que a discussão não se situa mais entre desenvolvimento e proteção do meio ambiente, mas, sim, sobre que tipo de desenvolvimento que se deseja implementar. Alinhando o atual contexto da Responsabilidade Social Empresarial com a Gestão de Pessoas, propõe-se o responder ao seguinte questionamento: como a Gestão de Pessoas pode desenvolver em seus colaboradores a consciência para responsabilidade da sustentabilidade? OBJETIVO O objetivo deste artigo é mostrar como as empresas estão se adaptando com este novo paradigma do mercado a sustentabilidade, onde precisam fazer a conscientização das pessoas sobre um tema tão importante. METODOLOGIA A metodologia utilizada para esta pesquisa foi com base em dados retirados de artigoscientíficos, Tccs e manuais disponíveis no espaço on- line. Usando citações e colocando a visão que o grupo tem em relação ao assunto. O método de estudo de caso segundo (YIN, 2001) (...) é uma investigação que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 86 contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos; enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidência (...) e beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e análise dos dados. SUSTENTABILIDADE: ENTENDENDO O CONCEITO E SUA APLICAÇÃO O termo desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez, em 1983, por ocasião da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Presidida pela então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland, essa comissão propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental, estabelecendo-se, assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável”. Para (Amaral 2003) significa: “Atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas”. Isso quer dizer usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente, preservar os bens naturais e à dignidade humana. As empresas sempre necessitarão usar recursos naturais e, dessa forma, contribuir ainda que indiretamente com a poluição e exploração de recursos do planeta. No entanto, podemos abordar essa realidade de forma diferente: adotar um posicionamento já é um grande passo para a mudança do comportamento das empresas em relação à preservação ambiental. Fica claro que sustentabilidade é feita do dia-a-dia das empresas, desde um processo de reciclagem de materiais, até a conscientização da utilização dos recursos da organização. O processo da sustentabilidade é bastante complexo, pois mexe com a estrutura, passa pelos órgãos, empresas, cultura. Todavia, se queremos implementar algo, não podemos esperar, temos que ter uma motivação (consciência ou coerção) para induzir os empresários à sustentabilidade. Deve- ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 87 se encontrar uma forma de mostrar aos empresários que os processos devem ser mudados, não somente os funcionais, mas também os produtivos. Os indicadores são uma possibilidade atrativa. Quando se tem indicadores, é possível medir que a mudança no processo gerou algum resultado no produto, ou serviço. Para chegar aos processos, deve-se pensar primeiro no planejamento estratégico, que antecede a estratégia. O planejamento estratégico permite a visão do conjunto da empresa. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE EM UMA ORGANIZAÇÃO. Para John Elkington, que criou o termo Triple Botton Line para designar o equilíbrio entre as três dimensões ambiental, econômico e social, para obtenção do sucesso nos negócios, a expectativa de que as empresas devem contribuir de forma progressiva com a sustentabilidade surge do reconhecimento de que os negócios precisam de mercados estáveis, e que devem existir habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento necessárias para possibilitar essa transição rumo ao desenvolvimento sustentável. As ações e inovações das empresas nesse sentido devem ser cada vez mais disseminadas na busca em ampliar a eficiência e a efetividade da sustentabilidade. Se as palavras do autor apoiam a percepção de que não é somente a preocupação com o planeta que norteia a recente invasão da sustentabilidade no ambiente empresarial, mas também a necessidade de que eles foquem na perpetuação de seus próprios negócios, reconhecer e compreender as dimensões do conceito torna-se ainda mais importante para nós. São eles: A dimensão econômica inclui não só a economia formal, mas também as atividades informais que proveem serviços para os indivíduos e grupos e aumentam, assim, a renda monetária e o padrão de vida dos indivíduos. Já a dimensão ambiental ou ecológica estimula empresas a considerarem o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente, na forma de utilização dos recursos naturais, e contribui para a integração da administração ambiental na rotina de trabalho. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 88 A dimensão social consiste no aspecto social relacionado às qualidades dos seres humanos, como suas habilidades, dedicação e experiências, abrangendo tanto o ambiente interno da empresa quanto o externo. Á distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico, pois muitos autores atribuem apenas os incrementos constantes no nível de renda como condição para chegar ao desenvolvimento, sem no entanto, se preocuparem em como tais incrementos são distribuídos e como os insumos (recursos naturais) são utilizados para alcance desses incrementos. A ideia é que desenvolvimento deve ser encarado como um processo de transformações econômico, político, principalmente humano e social. DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS PARA SUSTENTABILIDADE. As organizações têm um papel importante nessa questão. São elas que produzem os bens de consumo, e podem ou não integrar a sustentabilidade em todo o seu funcionamento. Organizações humanas são compostas de pessoas com diferentes crenças, valores e culturas; que estabelecem relações sociais e estruturas de poder; que geram externalidades para seu entorno ao mesmo tempo em que são impactadas pelo ambiente no qual se inserem. Os objetivos das organizações são atingidos na medida em que seus gestores propiciam condições para que esse indivíduo satisfaça suas necessidades. Maslow (1954) afirma que homem faz o que faz para satisfazer suas necessidades e expõem a hierarquia das necessidades, onde o indivíduo só evoluíra para a escala acima se o estágio anterior estiver parcialmente satisfeito. Tal escala possui a seguinte ordem evolutiva de necessidade: Fisiologia, Segurança, Social, Estima e Auto-realizarão. Já Frederick Herzberg conhecido pela Teoria dos Dois Fatores, diz que no fator higiênico estão ligados a cultura organizacional, não estando sob controle dos funcionários e estão relacionados ao ambiente da empresa bem como de todas as condições físicas do local de trabalho e podem incluir salários, benefícios, políticas, etc. A expressão "higiênicos" foi escolhida para mostrar que deve ser algo totalmente prevenido em uma empresa para não ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax.(51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 89 gerar insatisfação dos colaboradores, ao mesmo tempo em que, quando estão de acordo com o ambiente, ocorre tudo de forma correta. Os fatores motivacionais referem-se às tarefas e ao cargo ocupado e refletem diretamente na produtividade do trabalhador. Isso porque está diretamente relacionada com características ligadas a satisfação e ao reconhecimento profissional. Podemos então dizer que o papel do RH, tornou-se fundamental na estratégia da sustentabilidade, já que as pessoas farão toda a diferença. É necessário fazer com que as pessoas (todos os colaboradores, independente do cargo), consigam entrar no clima da sustentabilidade, sejam responsáveis pelos recursos da empresa, participem com satisfação das ações sociais promovidas pela organização e até cobrem que sejam mais efetivas. Uma série de leis ambientais criadas nesse período nos permite reconhecer a força relativa de diferentes stakeholders, no sentido de implementar um processo de desenvolvimento sustentável no país (ALEXANDRE;KRISCHKE, 2006). O termo stakeholders pode ser entendido como “partes interessadas” e está relacionado a pessoas, grupos ou organizações que de alguma forma têm alguma ligação com projetos. E é nessa interface trabalhador x organização se identificam claramente os traços do indivíduo e do profissional adaptando-se, a cada momento, a uma nova realidade (BERGAMINI,1984). GESTÃO DE PESSAOS X SUSTENTABLIDADE O RH deve se fazer as pessoas valorizam os resultados, quando sentem que fizeram e fazem parte dele, o colaborador só vai deixar de imprimir algum documento que não é importante, economizando assim folhas de papel, quando ele sentir que aquela folha, vai fazer a diferença no resultado da sustentabilidade da organização, por consequência nos resultados mundial. Nesse sentido, novas abordagens têm surgido para que empresas proativas reforcem por meio da alta administração, um comprometimento da organização com a sustentabilidade (SANCHES, 2000). Uma gestão mais participativa pode influenciar o entendimento e o comprometimento dos colaboradores, pois pode mudar a cultura organizacional ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 90 para uma inclusão da sustentabilidade por meio cooperação na tomada de decisões. A ideia que se tem do termo sustentabilidade varia enormemente, conforme a categoria social ou profissional à qual pertence o indivíduo (ALIROL, 2001; GLIESSMAN, 2000). Geralmente as tarefas administrativas são desempenhadas por pessoas com mais conhecimentos e mais capacitadas com melhor escolaridade e experiências anteriores. O discurso organizacional sobre sustentabilidade afeta positivamente a interpretação completa do funcionário sobre o termo sustentabilidade. Além do discurso, as práticas gerenciais sustentáveis influenciam o aprendizado do funcionário, de forma que este incorpora algumas delas em sua vida. Assim, acredita-se que empresas com práticas gerencias sustentáveis são capazes de influenciar a interpretação do funcionário em relação ao termo sustentabilidade, pois ele está em contato direto na rotina de trabalho com aspectos práticos da sustentabilidade (CLARO e CLARO, 2004; ALMEIDA, 2002; MAIMON, 1996). Entre as ferramentas de gestão de pessoas para consolidação de uma cultura organizacional, há a implantação de códigos de conduta, que têm ocupado importante espaço na ação, comprometimento e mudança social, havendo dezenas de códigos orientando a conduta dos negócios proliferados ao final dos anos 1990 por poder se constituir em forma de controle da atuação empresarial. O Código de Conduta consiste em uma declaração formal de valores e práticas corporativas de negócios ou pode ser uma breve declaração da missão, ou um documento sofisticado que requer compromisso com normas articuladas e possui um complicado mecanismo de coação. Ou pode vir a ser um código de ética ou de compromisso social caso seja um instrumento de realização da visão e missão da empresa, que orienta suas ações, e explicita sua postura social a todos com se relaciona. A estratégia de implementação de gestão sustentável a partir da elaboração e implantação de um código de compromisso social é apenas o início de um processo muito mais amplo que segundo o Instituto Ethos (2001) demanda da empresa o enfoque em ações de responsabilidade social em sua cadeia de negócios, englobando preocupações com os diversos stakeholders: ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 91 acionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente, em busca de compreender e incorporar suas demandas. A gestão de pessoas de modo estratégico, segundo o desenvolvimento teórico deste estudo, favorece o comprometimento organizacional à perspectiva da sustentabilidade por ser fundamental instrumento para canalizar os esforços individuais e coletivos por intervir na construção e consolidação de valores, princípios e crenças. ÉTICA SUSTENTAVEL As empresas buscando seu crescimento e lucro e muitas vezes usam de forma inadequada os recursos naturais que estão disponíveis. Isso acaba sendo prejudicial e gera uma cadeia de consequências muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente. Neste novo contexto esta ocorrendo mudanças no sistema empresarial para que as empresas tenham consciência dos danos causados e comecem a agir com responsabilidade e ética ao meio ambiente. A base natural sempre foi utilizada de modo predatório, sem qualquer preocupação com a sua preservação ou com a diversidade biológica como um todo. Segundo Morin e Kern (2003, p. 79), “o mito do desenvolvimento determinou a crença de que era preciso sacrificar tudo por ele”. Entretanto, a natureza não pode mais ser vista somente sob o aspecto econômico, como um objeto à disposição do ser humano, mas como um todo integrado e interdependente, indispensável para a continuidade da vida na Terra. A questão é que a economia está interligada aos demais subsistemas e é dependente da biosfera finita que lhe dá suporte. Assim, a economia não é um sistema fechado, e todo o crescimento econômico afeta o meio ambiente e é por ele afetado, já que economia e meio ambiente são parte de um sistema único e, consequentemente, interagem (PENNA, 1999, p. 127-129). De modo que é preciso mudar a trajetória do progresso e fazer uma transição para uma economia sustentável, para que o futuro de nosso planeta não reste comprometido. As mudanças e a conscientização precisam começar ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 92 cedo para que as pessoas criem o habito de cuidar do meio ambiente e levar essas mudanças no âmbito social. De acordo com Spínola (2001, p. 213), “paraadotar a ética da vida sustentável, as pessoas deverão reexaminar seus valores e alterar seu comportamento. A sociedade deverá estimular os valores quer apoiem esta ética e desencorajar aqueles incompatíveis com um modo de vida sustentável”. Assim, a ideia de consumo sustentável torna-se um imperativo na formulação de uma nova sociedade. Para a empresa conquistar e manter uma boa imagem perante o mercado, não basta, como antigamente, apenas prestar bons produtos e serviços, gerar empregos e pagar seus impostos. Ela tem que fazer isso e ainda colaborar no desenvolvimento social da comunidade onde está instalada, para corresponder às expectativas do consumidor atual, que mostra maior consciência e valoriza aspectos éticos ligados à cidadania (ASHLEY, 2003). Para tanto, a educação ambiental é indispensável na conscientização dos cidadãos. Nesse sentido, ressalta Canepa (2004, p. 159): “Tem-se que ter sempre em mente que educação e cidadania são indissociáveis: quanto mais o cidadão for educado, em todos os níveis, mais será capaz de lutar e exigir seus direitos e cumprir seus deveres”. CONCLUSÂO O profissional de Recursos Humanos precisa entender que ele é tão responsável pelos resultados do negócio seja lucro, qualidade dos serviços, fidelização dos clientes ou satisfação dos acionistas, quanto os profissionais das demais áreas da empresa. Cuidar só de gente é passado. O presente e o futuro requerem cuidar do negócio, por meio das pessoas, para que a empresa seja e tenha sustentabilidade financeira e social. É preciso ter clareza, entendimento e em seguida, definir o seu planejamento e suas ações considerando a sua parcela de responsabilidade, para com os resultados financeiros e sociais que são esperados pela organização sejam satisfatórios. Mas, só isso não basta. É também necessário ser preditivo, ou seja, encontrar o que vai ser necessário para ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 93 assegurar a sustentabilidade do negócio no amanhã, definir sistemas de mensuração e controles e gerenciar hoje o amanhã. O estudo permite concluir, que embora conscientes da Sustentabilidade, os colaboradores de uma dada organização necessitam de um sistema de Gestão Sustentável, apoiado na Gestão Estratégica de Pessoas, para que atribua direcionamento estratégico e adote projetos e planos de capacitação, motivação e introjeção de valores e de competências para desempenhar suas atividades de modo sustentável bem como de indicadores e de programas de reconhecimento e de valorização do desempenho sustentável passíveis de tornarem os membros das organizações agentes e multiplicadores deste novo modelo de gestão. De modo geral, é possível concluir que as organizações precisam se alinhar compreende-se, dessa forma, a importância de uma gestão de pessoas que atue com o objetivo de apresentar-se como parceira na busca dos resultados organizacionais, considerando o contexto social para tal atuação aspecto em que o desenvolvimento sustentável torna-se relevante fator a ser considerado. Por isso, não basta obter as certificações ambientais ou selos sociais, é preciso manter isso, fazendo com que a sustentabilidade deixe de ser só marketing e entre no DNA da organização. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: AMARAL, Sérgio Pinto. Estabelecimento de Indicadores e Modelo de Relatório de Sustentabilidade Ambiental, Social e Econômica: Uma proposta para Indústria de Petróleo Brasileira. 2003. Tese [Doutorado em Engenharia de Produção] – COPPE. CLARO, P. B. O. et al. Entendendo o conceito de sustentabilidade. Revista da Administração da Universidade de São Paulo. São Paulo, v. 43, n. 4, p. 289- 300, 2008. 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SILVA, Christian Luiz da Silva; MENDES, Judas Tadeu Grassi. Reflexões sobre o desenvolvimento sustentável. Petrópolis: Vozes, 2005. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 95 OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELAS EMPRESAS NA GERAÇÃO DO SPED Diego Lima1 Dérik Fonseca2 Elisa Mundins 3 Ronaldo Martins4 Sérgio Silva5 Prof. Cléber José Nascimento6 ' RESUMO Este artigo trata dos problemas e desafios que as empresas em geral vêm encontrando na implantação de mais uma obrigação acessória determinada pela Receita Federal do Brasil conforme Artigo 2º do Decreto nº 6.022/2007 que vem a ser o Sistema Público de Escrituração Digital, mais conhecido como SPED. Temos como objetivo, buscar as soluções dos problemas causados pela geração deste arquivo nas empresas, sendo que o mesmo faz parte do programa de aceleração do crescimento do Governo Federal (PAC 2007-2010 e basicamente constitui-se num grande passo na informatização na relação entre o fisco e o contribuinte). Acontece que promover toda esta padronização e compartilhamento das informações fiscais e contábeis requer uma atenção especial, já que nossa legislação é muito complexa e exige tributações específicas para cada tipo de negócio, o que demanda ferramentas altamente customizáveis, com uma implantação voltada para a realidade de cada negócio levando em consideração indicadores próprios de cada ramo e modelo de atuação. E é 1 Diego Lima, Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria e História do Pensamento Contábil, Prof. Cléber José Nascimento – 2012/2. 2 Dérik Fonseca, Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria e História do Pensamento Contábil, Prof. Cléber José Nasciemto– 2012/2. 3 Elisa Mundins, Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis do Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria e História do Pensamento Contábil, Prof. Cléber José Nscimento– 2012/2. 4 Ronaldo Martins, Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria e História do Pensamento Contábil, Prof. Cléber José Nascimento – 2012/2. 5 Sérgio Silva, Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis do Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria e História do Pensamento Contábil, Prof. Cléber José Nascimento – 2012/2. ANAIS DAMOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 96 exatamente por conta deste cenário e a preocupação com a integridade dos dados fornecidos pelo contribuinte ao fisco que as empresas estão encontrando dificuldades em fornecer esta gama de informações, sendo que não estão preparadas e nem possuem profissionais habilitados o suficiente que conheçam o projeto e sejam capazes de transmitir com excelência todas estas informações. Nosso método utilizado foi à pesquisa bibliográfica onde buscamos em livros, revistas e internet. Foi possível observar que a tanto o fisco como os contribuintes de maneira geral estão conhecendo e trabalhando juntos para desenvolver a essência que o projeto SPED precisa e sanar as expectativas das administrações tributárias em relação às auditorias eletrônicas, até por que o que se percebe no mercado é que a integração com as áreas envolvidas, principalmente a tecnológica e fiscal se mostrou mais complexa do que o previsto, fazendo com que muitos prazos de entrega fossem postergados. INTRODUÇÃO Falar do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED é ter em mente que existe por traz uma ideia e um objetivo principal que é a modernização da administração tributária e aduaneira (PMATA) que consiste na informação integrada para implantação de novos processos, assim apoiados pela tecnologia da informação, infraestrutura e logística adequada, proporcionando maior qualidade das informações e contribuindo para uma fiscalização eletrônica onde os dados são de fidedignos. Com todo este compartilhamento de informações sendo entregues ao SPED mensalmente, pretende-se com isso uma melhoria no ambiente de negócios no país e a redução do custo Brasil, promovendo a modernização dos processos de interação entre a administração pública e as empresas em geral, o que o torna diferente dos outros que normalmente são somente um instrumento planejado de arrecadação tributária Desse modo e importante ressaltarmos que a principal finalidade do SPED é possibilitar por meio dos sistemas de informações um controle de todos os eventos contábeis da empresa, além é claro de unificar o ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 97 gerenciamento da informação dentro das empresas, possibilitando canais de comunicação essenciais para o gerenciamento da tomada de decisões. Outra importante característica do SPED é a maneira como foi desenvolvido e a capacidade de rastrear e cruzar as informações, assim contribuindo para a correta confiabilidade das informações transmitidas pelo contribuinte ao fisco. No que diz respeito aos órgãos fiscalizadores da administração tributária, O SPED é sem dúvida a ferramenta que estava faltando para que o fisco pudesse enxergar de perto a verdadeira realidade da empresa, mas para isso acontecer o contribuinte precisará investir em recursos que até então não era sua prioridade. A partir do que se foi colocado iremos encontrar neste artigo o que é SPED e por que foi criado, Projetos do SPED, Projetos em andamento, Resultados encontrados na implantação do SPED dentro das empresas. O artigo é de cunho bibliográfico, pois utilizamos de materiais disponíveis no formato impresso, como artigos e materiais online. METODOLOGIA Para este trabalho utilizou-se o método indutivo, já que parte do particular para o geral, sendo que o conhecimento passa a ser fundamental na busca pela experiência, sem levar em consideração os princípios definidos. Para Gil (2010, p.10), neste método parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam conhecer. A seguir procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles, por fim, procede-se a generalização, com base na relação verificada, entre os fatos ou fenômenos. Quanto ao tipo de pesquisa, priorizou-se a bibliográfica, Gil (2010, p.50) E principal vantagem da pesquisa bibliográfica, reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre a população ou renda percapita; toda via, se tem a sua disposição uma bibliografia adequada, não terá maiores ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 98 obstáculos para contar com as informações requeridas. A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos históricos. Em muitas situações, não a outra maneira de conhecer os fatos passados se não com base em dados secundários. Esta pesquisa foi elaborada a partir de materiais disponíveis no formato impressos bem como artigos, livros, revistas, e materiais on line. 1 O QUE É SPED E PORQUE FOI CRIADO? O SPED - Sistema Público de Escrituração Digital é um instrumento desenvolvido pela Receita Federal com objetivo de coletar as informações das movimentações comerciais e fiscais das empresas para análise e controle dos dados em tempo real, além disso, serve como ferramenta dos agentes tributários estaduais e federais para auditoria eletrônica fiscal. Outra característica deste projeto é a riqueza de detalhes das informações o que denota a complexidade e o nível de detalhamento que agora as informações devem ser abertas, assim obrigando os contribuintes a embarcarem nas legislações mais complexas que existem para conhecer de verdade o que é que o fisco está exigindo com esta nova obrigação que está “mexendo” com a estrutura de todas as empresas envolvidas. Sendo assim é imprescindível um planejamento por parte das empresas, até porque o SPED nada mais é do que um programa desenvolvido pelo governo para eliminação dos ilícitos tributários das empresas e a redução das obrigações acessórias 1.1 PROJETOS DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED Foi com a realização do II Encontro dos Administradores Tributários na cidade de São Paulo em 2005 que o projeto SPED começa dar seus primeiros passos, assim objetivando uma série de mudanças dentro das empresas em geral, pois irão ter que mudar a sua sistemática, utilizando-se da certificação ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 99 digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital. Primeiramente iniciou-se com três grandes projetos: Nota Fiscal Eletrônica Ambiente Nacional; Escrituração Contábil Digital; Escrituração Fiscal Digital Atualmente está em plena produçãodentro das empresas o projeto EFD-Contribuições. E em estudo pela Receita Federal o: e-Lalur, EFD-Social e a Central de Balanços. 1.1.1 NOTA FISCAL ELETRÔNICA – NF-e A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é parte integrante do SPED, e foi Instituída em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o Secretário-Geral da Receita Federal do Brasil, realizada em Manaus-AM, no dia 30 de setembro de 2005, e formalizada no Ajuste SINIEF nº 07-2005, a Nota Fiscal Eletrônica tem previsão legal para ser utilizada, atualmente, apenas em substituição à Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A (operações comerciais entre pessoas jurídicas somente), pelos contribuintes do Imposto sobre produtos Industrializados – IPI ou Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.instituída pelo Ajuste SINIEF 07/05. A Nota Fiscal Eletrônica NF-e é um documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital com objetivo de documentar operações e prestações, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente da autorização de uso pela administração tributária da unidade federada do contribuinte, lembrando que isto ocorre antes da ocorrência do fato gerador em si (circulação das mercadorias). A obrigatoriedade da emissão de Notas Eletrônica está determinado em Protocolo de ICMS de acordo com o seguimento de atuação de cada empresa, assim aos poucos toda a cadeia econômica era abrangida por esta nova realidade. ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 100 O Projeto NF-e instituirá mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias, conforme descrito a seguir: Benefícios para as Administrações Tributárias: Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito; Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; Benefícios para a Sociedade: Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica. De maneira simplificada, a empresa emissora de NF-e gerará um arquivo eletrônico (XML) contendo as informações fiscais da operação comercial, o qual deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrônico será então transmitido pela Internet para a Secretaria da Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré-validação do arquivo e devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria. A NF-e também será transmitida para a Receita Federal, que será repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de destino da operação e Suframa, no caso de mercadorias destinadas às áreas incentivadas. As Secretarias de Fazenda e a RFB (Ambiente Nacional), disponibilizarão consulta, através Internet, para o destinatário e outros legítimos interessados, que detenham a chave de acesso do documento eletrônico. 1.1.2 Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-E O Conhecimento de Transporte Eletrônico CT-e é um dos subprojetos do SPED e também pode ser conceituado como um documento de apenas ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 101 existência digital emitido e armazenado eletronicamente com o intuito de documentar uma prestação de serviço de transporte. O CT-e foi instituído pelo ajuste SINIEF N.° 09 de 24/10/2010 que estabelece que este conhecimento que será denominado de modelo 57 irá substituir os seguintes documentos: I - Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8; II - Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9; III - Conhecimento Aéreo, modelo 10; IV - Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11; V - Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27; VI - Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em transporte de cargas. Essa substituição se dará para todos aqueles contribuintes do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Sobre a Prestação de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de comunicação ICMS. A implantação deste projeto está se concretizando com a adesão voluntária ao poucos das empresas que atuam neste seguimento uma vez que logo estarão todas obrigadas a emitir tal documento de forma eletrônica. A validade jurídica deste CT-e está amparada pela assinatura digital do remetente, assim permitindo o acompanhamento em tempo real das prestações de serviço de carga pelo fisco. Dentre os benefícios deste projeto podemos destacar a contribuição ao meio ambiente pela redução do papel impresso assim contribuindo para a queda dos custos nas empresas. Outra e fundamental característica é a redução da parada de caminhões em postos fiscais da fronteira, planejamento de logística de recebimento e entrega pela recepção antecipada das informações do CT-e e sem dúvida o compartilhamento das informações com o fisco contribuindo para um excelente controle fiscal. 1.1.3 Escrituração Contábil Digital A Escrituração Contábil digital é um dos subprojetos do SPED que por sua vez visa à substituição da emissão dos livros contábeis (Diário, Razão, ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012) 102 Balancetes e Balanço) em papel pela sua existência apenas digital. Os livros diários e razão são criados a partir de um mesmo conjunto de informações digitais. A apresentação dos livros em sua forma digital supre em relação aos arquivos correspondentes, a sua existência contida na IN da SRF n.86 de 22.10.2001 e na IN MPS/SRP N.° 12 de 20 de Junho de 2006 A obrigatoriedade da entrega é definida pela Receita Federal conforme Instrução Normativa n.° 787/2007 assim centralizando primeiro nas empresas com acompanhamento econômico diferenciado, depois nas empresas de Lucro real, o que deixa facultativo para as demais empresas como Lucro Presumido e Simples uma vez que estão dispensadas desta obrigação. Outra característica importante e que devemos frisar é que por mais limitada que seja a comunicação com a junta comercial ainda é obrigatória para a autenticação destes livros. Ou seja, todo o procedimento que era feito antes continua, só que agora em formato digital. 1.1.4 Escrituração Fiscal Digital A Escrituração Fiscal digital é um dos subprojetos do SPED que por sua vez visa
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