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TRIBUTOS EM ESPÉCIE 1 Aula 3: Produção e circulação I ..................................................................................................... 3 Introdução ............................................................................................................................. 3 Conteúdo ................................................................................................................................ 4 Imposto ................................................................................................................................ 4 Críticas sobre o ICMS ........................................................................................................ 5 Diferença entre os impostos ........................................................................................... 5 Surgimento do ICMS ......................................................................................................... 5 A Constituição da república ............................................................................................ 6 CONFAZ ............................................................................................................................... 6 Princípios específicos do ICMS ....................................................................................... 7 Características gerais do ICMS ........................................................................................ 7 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – aspecto material ................................. 9 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – conceito de mercadoria ................. 10 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – conceito de mercadoria ................. 11 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – água encanada ................................. 11 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – água encanada ..................................... 12 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – Julgados............................................. 13 Contrato de leasing ......................................................................................................... 13 Ato de mercancia ............................................................................................................ 16 Prestações de serviços de transporte e de comunicação ....................................... 16 Alíquotas internas sobre prestação de serviço de transporte e comunicação ... 17 Serviços de comunicações ............................................................................................ 18 Transmissão de serviços de rádio e TV ....................................................................... 19 ICMS sobre combustíveis e lubrificantes .................................................................... 20 Entendimento da constitucionalidade combustíveis e lubrificantes..................... 21 CONFAZ - combustíveis e lubrificantes ...................................................................... 22 Conflitos na incidência do ICMS e ISSQN ................................................................... 22 Elementos necessários para bitributação de competência entre Estados e Municípios ......................................................................................................................... 23 Aspecto subjetivo ............................................................................................................ 24 Aspecto quantitativo ....................................................................................................... 25 Serviço vindo do exterior ............................................................................................... 25 Montante do IPI................................................................................................................ 25 Desconto é incondicional .............................................................................................. 26 TRIBUTOS EM ESPÉCIE 2 Súmulas importantes: ..................................................................................................... 27 Atividade proposta .......................................................................................................... 32 Referências........................................................................................................................... 33 Exercícios de fixação ......................................................................................................... 33 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 41 TRIBUTOS EM ESPÉCIE 3 Introdução Nesta aula, você irá iniciar o estudo dos tributos que incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços. Essas atividades concentram a maior diversidade de tributos. Por isso, vamos estudar em duas aulas, já começando nesta pelo imposto mais importante: ICMS. Objetivo: 1. Identificar os aspectos elementares da incidência do ICMS, como as hipóteses de incidência, base de cálculo, alíquota, sujeito passivo; 2. Identificar as diferenças da incidência do ICMS e do ISSQN, em conformidade com decisões dos Tribunais Superiores. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 4 Conteúdo Imposto Imposto Sobre as Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal - ICMS O ICMS inserido na competência tributária estadual e do Distrito Federal, consoante disposição expressa do Artigo 155, II, da Constituição da República representa o tributo de maior importância em termos de arrecadação e de composição da receita derivada dos referidos entes. Antes de adentrarmos propriamente no estudo do ICMS, vamos identificar a origem das incidências fiscais sobre operações mercantis, como forma de ampliar a compreensão acerca dos princípios e características essenciais desse imposto. As operações econômicas com bens e mercadorias foram tributadas, entre os anos de 1922 a 1934, pelo Imposto de Vendas Mercantis (IVM), que estava situado na competência impositiva da União, com incidência cumulativa e de feição centralizadora e interventiva. Esse imposto foi substituído pelo Imposto de Vendas e Consignações (IVC), já não mais na competência da União, mas inserido na competência dos Estados- membros, mas ainda com características cumulativas, por isso, foi considerado como um imposto verticalizador da atividade econômica, impeditivo do desenvolvimento da federação e tecnicamente incorreto. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 5 Críticas sobre o ICMS Todas essas características ensejaram uma série de críticas de juristas e economistas que culminaram com a criação do ICM – Imposto sobre Circulação de Mercadorias, surgido dentro do contexto da Reforma Tributária, estabelecida pela Emenda Constitucional nº 18/1965. Diferença entre os impostos A principal diferença entre os impostos estava na não cumulatividade, enquanto o IVC incidia “em cascata”, ou seja, sobre cada circulação de mercadoria, o ICM seria apurado considerando apenas o valor agregado pela operação seguinte, de forma a não onerar a cadeia produtiva e não introduzir distorções na organização dos agentes produtivos. Para viabilizar a apuração do imposto de forma não cumulativa foi adotado um sistema de compensação de imposto, por meio do aproveitamento dos “créditos escriturais”, que distribuía a incidência pelos elos de corrente de produção e circulação, fazendo com que cada contribuinte recolhesse o imposto decorrente da agregação de valorque foi por ele efetuada. Surgimento do ICMS O ICMS surge com a promulgação da Constituição da República de 1988, como imposto plurifásico, não cumulativo e de seletividade facultativa, com alíquotas interestaduais diferenciadas em razão do Estado de destino, a fim de cumprir a função de redução das desigualdades regionais e com previsão de aumento do repasse para os municípios, passando a ter o serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações onerosas em seu campo de incidência, o que justificou o acréscimo do “S” no nome do imposto. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 6 A Constituição da república A Constituição da República reservou à lei complementar federal a regulamentação do referido imposto, buscando uniformizar e estabilizar as situações mais polêmicas do ICMS, de forma a reduzir a acirrada guerra fiscal entre os Estados-membros titulares da competência impositiva; mantendo em seu texto a condição de deliberação dos demais Estados para concessão de qualquer benefício fiscal e atribuindo ao Senado a fixação de alíquotas interestaduais, de forma obrigatória. Com a vigência da LC nº 87/1996 há a regulamentação do novo imposto e sua redefinição como imposto sobre o resultado líquido, passando a ser permitido o chamado crédito financeiro, além do crédito físico. Foi concedida a não incidência para as operações com produtos semielaborados, produtos primários e para prestações destinadas ao exterior. Foi introduzido novo fato gerador relativo a algumas operações interestaduais realizadas com derivados de petróleo e energia elétrica. CONFAZ No tocante aos princípios constitucionais limitadores da atividade fiscal, o ICMS está sujeito aos princípios básicos aplicáveis aos tributos em geral, com algumas exceções em relação ao princípio da legalidade e da anterioridade quanto ao ICMS monofásico que incide sobre combustíveis, havendo, nesses casos, autorização constitucional (Artigo 155, § 4º, IV, CF) tanto para que suas alíquotas sejam reduzidas e restabelecidas por meio de convênio interestadual, realizado no âmbito do Conselho Nacional de Políticas Fazendárias (CONFAZ), como para que tal restabelecimento ocorra com a observância apenas da anterioridade nonagesimal ou noventena. Mas se o aumento da alíquota ultrapassar o mero restabelecimento inicialmente fixado será necessário que a majoração ocorra por meio de lei e que seja reservado para sua eficácia o intervalo relativo ao princípio da anterioridade de exercício e da noventena. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 7 Princípios específicos do ICMS O ICMS submete-se, ainda, a dois princípios específicos: Não cumulatividade, por expressa disposição do Artigo 155, § 2º, I, CF, que assegura a compensação do imposto devido em cada operação ou prestação tributada com o montante cobrado nas operações ou prestações anteriores. Seletividade, de forma facultativa, consoante dicção do Artigo 155, § 2º, III, CF. Caso o legislador opte por adotar a seletividade, as alíquotas deverão ser fixadas de acordo com a essencialidade do produto, sendo inferiores para produtos essenciais e mais elevadas para produtos supérfluos. Características gerais do ICMS Por fim, é possível afirmar que o ICMS é um imposto que possui as seguintes características gerais: Indireto: há a figura do contribuinte de direito, como sendo aquele que realiza o fato gerador e procede ao recolhimento do imposto para o Fisco Estadual, e a figura do contribuinte de fato, como sendo aquele que apesar de não ter realizado o fato gerador, efetivamente, suporta o ônus financeiro do pagamento por ser o consumidor final, caracterizando-se a repercussão financeira do tributo. Real: incidindo sobre fatos econômicos que serão tributados sem que haja qualquer consideração das características pessoais do sujeito passivo. Proporcional: valor a ser arrecadado representará uma proporção da dimensão econômica do fato gerador, sendo irrelevante o aumento da base de cálculo para fins de fixação de alíquotas. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 8 Plurifásico: como regra, incidindo em todas as etapas da circulação do bem tributado, como exceção apenas do ICMS monofásico incidente sobre combustíveis. Não cumulativo: sua principal característica, que permite o creditamento na etapa posterior do imposto arrecadado na etapa anterior, permitindo a tributação apenas sobre o valor adicionado. Lançamento: por homologação, como regra, podendo ser de ofício nos casos em que decorra da iniciativa de ofício da autoridade fazendária. Características gerais do ICMS “O acórdão embargado é claro e traduz a jurisprudência consolidada desta Corte no sentido de que não viola o princípio da não cumulatividade a vedação ao creditamento do ICMS relativo à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram isentas, conforme concluiu o Tribunal de origem.” (RE 392.370-AgR-segundo-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 14-12-2010, Segunda Turma, DJE de 9-2-2011). "A concessionária não possui legitimidade para figurar no pólo passivo de ação que visa a restituição de valores cobrados à título de ICMS incidente sobre ponto telefônico. O sujeito ativo da relação tributária discutida é a Fazenda Pública, nos termos do art. 119 do Código Tributário Nacional, e não a concessionária de telefonia, simples responsável pelo repasse dos valores" (REsp 1.036.589/MG, Rel. Min. José Delgado, DJe 05/06/2008) “A jurisprudência desta Corte possui entendimento firmado no sentido de que, nas operações interestaduais, o creditamento do ICMS na operação subsequente deve corresponder ao montante que foi efetivamente recolhido na operação anterior” (Ag Reg no RE nº 491.653-MG, Informativo 667 do STF, 21- 25 de maio de 2012). TRIBUTOS EM ESPÉCIE 9 “Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Princípio da não cumulatividade e isenção. Conclusão sobre a valia de lei estadual a prever que, no caso de a mercadoria ser alienada, intencionalmente, por importância inferior ao valor que serviu de base de cálculo na operação de que decorreu sua entrada, a anulação do crédito correspondente à diferença entre o valor referido e o que serviu de base ao cálculo na saída respectiva, isso presente contribuinte eventual, homenageia a essência do princípio da não cumulatividade.” (AI 718989, Min. Celso de Mello, 30/04/2012) Atenção Súmula nº 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo. Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – aspecto material Agora, vamos adentrar a compreensão dos diversos aspectos ou elementos relativos ao ICMS. Operações relativas à circulação de mercadorias: Mercadoria é compreendida como qualquer bem móvel de valor econômico que está sujeito à mercancia, ou seja, que está no mundo dos negócios com finalidade comercial. O que define uma coisa como mercadoria é a sua destinação, se voltada para o comércio poderá ser assim definida. A expressão merx, de origem latina, significa coisa que é submetida à venda, por tal razão não se caracterizam como mercadoria àqueles bens adquiridos pelo empresário para uso próprio. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 10 Essa regra foi excepcionada, no entanto, pela EC nº 33/2001 que alterou o Artigo 155, §2º, IX, “a”, CF para passar a prever a incidência do ICMS nas importações de mercadorias, por pessoas físicas ou jurídicas, ainda que não sejam contribuintes habituaisdo imposto. DOWNLOAD O STF tem sido instado a se manifestar sobre a extensão do conceito de mercadoria em diversas situações diferentes como as relativas à comercialização de softwares de computadores, das gravações em vídeos, CDs e DVDs; nas aquisições realizadas por meio de transferência eletrônica de dados (download) e, ainda, nas discussões em torno da incidência ou não do imposto na água encanada. Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – conceito de mercadoria Após o decurso de 12 anos verifica-se o STF com nova concepção do conceito de mercadoria, passando a considerar que a materialidade do bem não é mais essencial para caracterizar uma mercadoria passível de incidência do ICMS. Vejamos trecho do acórdão no qual se reconhece a incidência do imposto em programas adquiridos por transferência eletrônica (download). Para os softwares de computador, o STF resolveu a questão a partir da diferenciação dos casos de licenciamento ou cessão de direito de uso de determinado programa e os casos de software produzidos em larga escala (software de prateleira), reconhecendo a incidência do ICMS apenas na segunda hipótese pela presença do corpus que caracterizaria a mercadoria. Veja trecho do voto do Ministro Sepúlveda Pertence ao julgar o RE nº 176.626/SP, em 10.11.1998: TRIBUTOS EM ESPÉCIE 11 “ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos por meio de transferência eletrônica de dados (Artigo 2º, § 1º, item 6, e Artigo 6º, § 6º, ambos da Lei impugnada). Possibilidade. Inexistência de bem corpóreo ou mercadoria em sentido estrito. Irrelevância. O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações novas, consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas que não são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por enfraquecer o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis.” (ADI nº 1.945 MC; Min. Octavio Gallotti; 26 maio 2010) Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – conceito de mercadoria “(...) não tendo por objeto uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computador, matéria exclusiva da lide, efetivamente não podem os Estados instituir ICMS: dessa impossibilidade, entretanto, não resulta que, de logo, se esteja também a subtrair do campo de incidência do ICMS a circulação de cópias de exemplares dos programas de computadores produzidos em série e comercializados no varejo, com a do chamado ‘software de prateleira’ (off the shelf), os quais, materializando o corpus mechanicum da criação intelectual do programa constituem mercadorias postas no comércio“. (STF, 1ª T. RE nº 176.626/SP. Rel. Min. Sepúlveda Pertence. J. 10.11.1998, DJ, p. 10, 11 dez. 1998). Súmula nº 662 do STF: “É legítima a incidência de ICMS na comercialização de exemplares de obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete”. Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – água encanada Falando de impostos em mercadorias, temos como exemplo o serviço oferecido à população de água encanada, acompanhe: TRIBUTOS EM ESPÉCIE 12 Na questão da água encanada, a discussão não estava em torno da materialidade ou não do bem, mas da própria natureza jurídica da água, que se encanada enquadra-se perfeitamente como mercadoria, mas quando encanada prevalece a sua condição de serviço essencial a ser posto à disposição da população. Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – água encanada Tributário. ICMS. Fornecimento de água tratada por concessionárias de serviço público. Não incidência. Ausência de fato gerador. 1. O fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público não é tributável por meio do ICMS. 2. As águas em estado natural são bens públicos e só podem ser exploradas por particulares mediante concessão, permissão ou autorização. 3. O fornecimento de água tratada à população por empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas não caracteriza uma operação de circulação de mercadoria. 4. Precedentes da Corte. Tema já analisado na liminar concedida na ADI nº 567, de relatoria do Ministro Ilmar Galvão, e na ADI nº 2.224-5-DF, Relator o Ministro Néri da Silveira. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 607056, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 10/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-091 DIVULG 15-05-2013 PUBLIC 16-05-2013) Note-se que o acórdão acima traz também ao centro da discussão a necessidade de caracterização da operação como mercantil para que seja possível configurar-se hipótese de incidência do ICMS, o que foi ratificado por outros julgados, nos quais o STF tem considerado essencial a mudança de domínio do bem para a definição da operação como passível de tributação pelo imposto em referência. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 13 Aspectos ou elementos relativos ao ICMS – Julgados Após acompanhar os exemplos de ICMS, em setores diversificados, vamos acompanhar alguns julgados. Vejamos alguns julgados em que esse é o ponto central da demanda: "A importação de aeronaves e/ou peças ou equipamentos que as componham em regime de leasing não admite posterior transferência ao domínio do arrendatário. A circulação de mercadoria é pressuposto de incidência do ICMS. O imposto – diz o Artigo 155, II, da CF – é sobre ‘operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior’. Não há operação relativa à circulação de mercadoria sujeita à incidência do ICMS em operação de arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação aérea, de aeronaves por ela construídas“. (RE nº 461.968, Rel. Min. Eros Grau, 30.05.2007) Contrato de leasing O caso mencionado na tela anterior se trata de contrato de leasing, no qual não é viável a opção de venda, o que impede a mudança da propriedade e, por consequência, a caracterização da circulação jurídica do bem. Existem contratos de leasing, no entanto, que preveem, de forma expressa, a possibilidade de compra ao seu término. Tal opção, se aderida, ensejará a incidência do ICMS, diferentemente do caso acima analisado. Tais peculiaridades contratuais ao serem enfrentadas pelo STF ensejaram a produção dos seguintes entendimentos: No leasing interno somente haverá incidência do ICMS se realizada a opção de compra pelo arrendatário; TRIBUTOS EM ESPÉCIE 14 No leasing internacional somente incidirá se houver opção de compra já pactuada na celebração do contrato. Nos casos em que tal opção inexista e que seja possível, de fato e de direito, haver a devolução do bem, não haverá incidência do ICMS. No leasing back ou leasing de retorno não há incidência do ICMS. Essa modalidade ocorre, em regra, quando o proprietário do bem, por necessitar de capital de giro, aliena-o a uma instituição financeira que irá alugar/arrendá-lo para ele, que passará a ser o arrendatário do bem. O bem continua em poder do arrendatário, não havendo circulação física. Tal fato, aliado à situação de se tratar de bem integrante do ativo fixo da empresa, afasta a incidência do ICMS. No âmbito do STJ está consolidado o entendimento de que incide ICMS se o objeto do contrato de leasing internacional for o ativo fixo da empresa, sob o fundamentode que nesses casos, por força do disposto no Artigo 179, IV, da Lei nº 6.404/1976, há uma presunção de circulação jurídica do bem. A mesma premissa tem sido adotada pelo STJ nos casos de importação realizadas mediante comodato, destacando em seus julgados a necessidade de se identificar a natureza jurídica do contrato de importação para que seja possível observar se realmente houve a circulação jurídica pela mudança de titularidade do bem ou se o caso é de apenas circulação física, operada pelo mero deslocamento, para que, então, se identifique se é o caso de incidência ou não incidência do imposto. No âmbito do STJ está consolidado o entendimento de que incide ICMS se o objeto do contrato de leasing internacional for o ativo fixo da empresa, sob o fundamento de que nesses casos, por força do disposto no Artigo 179, IV, da Lei nº 6.404/1976, há uma presunção de circulação jurídica do bem. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 15 Ainda nos aspectos que são considerados relevantes para a incidência do ICMS, cabe abordar a habitualidade na prática de operações mercantis que, segundo o STF, é um elemento essencial para que seja possível exigir o referido imposto, entendimento manifestado no RE nº 203.940/SP, no qual foi afastada a incidência de ICMS sobre venda de bens do ativo fixo de uma empresa, por ter sido reconhecido que a venda era circunstancial e esporádica. No âmbito do STJ está consolidado o entendimento de que incide ICMS se o objeto do contrato de leasing internacional for o ativo fixo da empresa, sob o fundamento de que nesses casos, por força do disposto no Artigo 179, IV, da Lei nº 6.404/1976, há uma presunção de circulação jurídica do bem. Raciocínio parecido fundamentou a não incidência de ICMS sobre salvados pelas seguradoras, como é possível observar pelo trecho do acórdão abaixo reproduzido, cujo fundamento foi assentado no reconhecimento de inexistência de operação propriamente mercantil, já que a venda dos restos que foram recuperados de um sinistro ocorriam apenas como um desdobramento da consecução do próprio contrato de seguro. “O STF fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa, sem a transferência de propriedade, não caracteriza a hipótese de incidência do ICMS.” (RE nº 596.983-AgR, Min. Eros Grau, 12.05.2009) Ainda nesse rumo: Súmula nº 573 do STF: Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato. Súmula Vinculante nº 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 16 Ato de mercancia “Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2. Incidência de ICMS na alienação, pela seguradora, de salvados de sinistro. 3. A alienação de salvados configura atividade integrante das operações de seguros e não tem natureza de circulação de mercadoria para fins de incidência do ICMS. 4. Inconstitucionalidade da expressão “e as seguradoras”, do inciso IV do Artigo 15 da Lei nº 6.763, com redação dada pelo Artigo 1º da Lei nº9.758/1989, do Estado de Minas Gerais. 5. Violação dos Artigos 22, VII, e 153, V, da Constituição Federal. 6. Precedentes. 7. Procedência parcial da ação”. (STF. ADI nº 1.648. Rel. Min. Gilmar Mendes) Veja-se que mais uma vez a necessidade de se tipificar um ato de mercancia associado à transferência de domínio do bem foram os pilares para sustentar o posicionamento do STJ acerca da não incidência do ICMS em um caso concreto. No caso em questão entendeu-se que se não houve mudança de titularidade lastreada por um ato mercantil, não houve circulação jurídica de bem, mas mero deslocamento. Súmula nº 166 do STJ: “Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”. Prestações de serviços de transporte e de comunicação Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação A prestação de serviços, de uma forma geral, foi colocada pelo Texto Constitucional dentro da competência impositiva dos municípios e do Distrito Federal, ficando sujeita, portanto, ao Imposto sobre a prestação de Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN). A Constituição, contudo, reservou os TRIBUTOS EM ESPÉCIE 17 serviços de transporte intermunicipal e interestadual e de comunicação onerosa para os Estados-membros e para o Distrito Federal. Em relação à prestação de serviços de transporte: Transportes intramunicipais (começam e terminam dentro de um mesmo município) submetem-se à incidência do ISS, estando fora do campo de incidência do ICMS; Transportes internacionais (começam e terminam em países distintos) não se submetem a imposto nenhum, estando fora do campo de incidência do ICMS; Transportes interestaduais e intermunicipais submetem-se à incidência do ICMS. Atenção “Não incidência sobre a prestação de serviços de transporte aéreo, de passageiros - intermunicipal, interestadual e internacional. Inconstitucionalidade da exigência do ICMS na prestação de serviços de transporte aéreo internacional de cargas pelas empresas aéreas nacionais, enquanto persistirem os convênios de isenção de empresas estrangeiras.” (ADI nº 1.600; Min. Sydney Sanches; 26.11.2001) Alíquotas internas sobre prestação de serviço de transporte e comunicação Os fundamentos da prestação de serviço de transportes e comunicação não estão na impossibilidade de instituição do ICMS sobre serviço de transporte TRIBUTOS EM ESPÉCIE 18 aéreo de passageiros ou sobre transporte aéreo internacional de cargas, mas sim na forma adotada pela LC 87/96 para disciplinar a cobrança. Segundo o STF, as regras criadas pela LC nº 87/1996 inviabilizaram a aplicação de alíquotas internas e interestaduais, o que impediria a repartição das receitas entre os Estados, além de violar o princípio constitucional da isonomia, já que as empresas internacionais de aviação são isentas do imposto, por tratado internacional, e, portanto, poderiam praticar preços inferiores as nacionais que teriam o imposto inserido em seu custo. Serviços de comunicações Os serviços de comunicações não sofrem limitações em relação aos Estados ou Municípios. Serão sempre tributados pelo ICMS: • Serviços locais de comunicação – sujeitam-se ao ICMS. • Serviços internacionais de comunicações a cobrar – sujeitam-se ao ICMS. Ou seja: quaisquer serviços de comunicações – sujeitam-se ao ICMS. Súmula nº 334 do STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. Aplicando-se raciocínio similar para o caso de simples habilitação de telefone celular. Vejamos trecho do acórdão abaixo transcrito: “(...) A prestação de serviços conexos ao de comunicação por meio da telefonia móvel (que são preparatórios, acessórios ou intermediários da comunicação) não se confunde com a prestação da atividade fim processo de transmissão (emissão ou recepção) de informações de qualquer natureza, esta sim, passível de incidência pelo ICMS. Desse modo, a despeito de alguns deles serem essenciais à efetiva prestação do serviço de comunicação e admitirem a cobrança de tarifa pela prestadora do serviço (concessionária de serviço público), por assumirem o caráter de atividade meio, não constituem, efetivamente, serviços de comunicação, razão pela qual não é possível a incidência do ICMS”. (REsp nº 1.176.753/RJ. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia TRIBUTOS EM ESPÉCIE 19 Filho.Rel. p/ Acórdão Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção. Julgado em 28.11.2012, Dje, 19 set. 2012) A incidência do ICMS pelo serviço de comunicações recai sobre o prestador de serviços que proporciona os meios para a comunicação entre interlocutores, como no caso das empresas de telefonia fixa e móvel. Os demais serviços que se agregam à comunicação por serem preparatórios, acessórios ou intermediários não estão sujeitos ao ICMS. Tal entendimento foi consolidado pelo STJ no julgamento acerca da incidência ou não do ICMS sobre provedores de Internet, tendo sido afastada a tributação pelo reconhecimento de que os mesmos representam apenas um serviço de valor adicionado, conforme definido pelo Artigo 61 da Lei nº 9.472/1997 (Lei Geral das Telecomunicações) e não um serviço de comunicação propriamente dito. Na íntegra do citado acórdão são citados alguns dos serviços que são considerados acessórios aos de comunicação como os de troca de titularidade de aparelho celular, conta detalhada, troca de aparelho, mudança de endereço, dentre outros. Nenhum desses se confunde com a transmissão da comunicação propriamente dita e, por tal razão, não estão sujeitos ao ICMS. Súmula nº 350 do STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular. Transmissão de serviços de rádio e TV A transmissão de serviços de radiodifusão sonora (rádio) e de serviços de radiodifusão de sons e imagens (televisão), quando de difusão livre e gratuita, conhecida como TV aberta não estão no campo de incidência do ICMS, recaindo sobre as mesmas a imunidade constitucional prevista no inciso X, §2º, do Artigo 155 da CF. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 20 Estão no campo de incidência do ICMS apenas as transmissões onerosas, conhecidas como TV por assinatura, não estando igualmente inseridas na base de cálculo, os serviços preparatórios e acessórios como os relativos à adesão, habilitação e instalação de equipamento, conforme entendimento já consolidado pelo STJ e manifestado no AgRg no REsp nº 1.064.596-SP. J. 14.10.2008. ICMS sobre combustíveis e lubrificantes A regra da incidência do ICMS foi significativamente alterada com o advento da EC 33/2001 que atribuiu à lei complementar a tarefa de definir quais os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidiria uma única vez e que não se aplicaria a imunidade constitucional (Artigo 155, § 2º, XII, “h”, CF). Pela previsão da supressão de uma imunidade, essa referida Emenda foi alvo de uma série de críticas que apontavam uma inegável inconstitucionalidade, pois frustrava o objetivo de distribuir a renda oriunda desse imposto de forma mais equitativa entre os Estados-membros, como forma de fortalecer o pacto federativo (Artigo 155, § 2º, X, “b”, CF). O legislador constituinte derivado, no entanto, cuidou de preservar esse objetivo ao prever que no caso de combustíveis e lubrificantes derivados do petróleo, a totalidade do imposto caberia ao Estado no qual ocorresse o consumo (Artigo 155, § 4º, I, CF), e nas operações com gás natural e seus derivados, bem como nos lubrificantes e combustíveis não derivados do petróleo, o imposto seria dividido entre o Estado de origem e de destino, nos casos em que o destinatário também fosse contribuinte do imposto, com a mesma regra de repartição vigentes antes da EC nº 33/2001, mas se o destinatário não fosse contribuinte caberia à totalidade do imposto ao Estado de origem (Artigo 155, §4º, II e III, CF). Sintetizando: Combustíveis e lubrificantes derivados do petróleo = ICMS integral para Estado de consumo/destino; TRIBUTOS EM ESPÉCIE 21 Combustíveis e lubrificantes não derivados do petróleo e o gás natural com destinatário contribuinte = ICMS repartido entre Estado de Origem e de Destino (com a mesma proporcionalidade prevista para as demais mercadorias); Combustíveis e lubrificantes não derivados do petróleo e gás natural com destinatário não contribuinte = ICMS integral para o Estado de origem. Entendimento da constitucionalidade combustíveis e lubrificantes Por tal razão prevalece o entendimento da constitucionalidade da referida emenda, já que houve apenas uma modificação na técnica de arrecadação que ocorre, nesses casos, por substituição tributária progressiva, sem, no entanto, impedir que fosse mantida a divisão da receita inicialmente programada pelo Texto Constitucional. Quanto às alíquotas a serem aplicadas nos casos do ICMS monofásico incidentes sobre combustíveis e lubrificantes, cabe analisar as regras contidas no Artigo 155, § 4º, IV, CF, que dispõem que: Serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, ou seja, por convênio interestadual e não por ato legislativo, configurando exceção ao princípio da legalidade. Serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto, o que significa dizer, por exemplo, que as alíquotas da gasolina serão as mesmas praticadas em todo o território nacional, mas poderão ser diferentes das alíquotas do álcool combustível. Poderão ser específicas, por unidade de medida adotada (centavos por litro, por exemplo) ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço TRIBUTOS EM ESPÉCIE 22 que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda de livre concorrência no mercado. Poderão ser reduzidas ou restabelecidas sem ter que cumprir a anterioridade de exercício, mas com observância da anterioridade nonagesimal ou noventena. Nos casos em que a alíquota efetivamente seja majorada, ou seja, ultrapasse o percentual inicialmente fixado, devem ser atendidas tanto a anterioridade de exercício como a nonagesimal, cumprindo-se a regra aplicável a todos os tributos. CONFAZ - combustíveis e lubrificantes Enfim, a EC nº 33/2001, aumentou consideravelmente o poder regulamentar e disciplinador dos convênios interestaduais celebrados no âmbito do CONFAZ, fortalecendo a deliberação dos Estados na apuração e aplicação do ICMS monofásico incidente sobre lubrificantes e combustíveis, de forma a buscar soluções mais isonômicas e equitativas para os Estados-membros. Conflitos na incidência do ICMS e ISSQN Os conflitos que podem surgir quanto à incidência do ICMS ou ISSQN se verificam nos casos em que a mercadoria está associada à prestação de um serviço. Nesses casos, vamos observar, é possível, de acordo com a situação específica, que haja incidência exclusiva do ICMS; a cobrança exclusiva do ISSQN ou, ainda, a cobrança de ambos, dependendo do tipo de serviço que esteja sendo fornecido. Com a finalidade de melhor definir o campo de tais impostos e de evitar conflitos de competência tributária, o Texto Constitucional fixou, em seu Artigo 155,§ 2º, IX, “b”, que a incidência do ICMS nesses casos se dará se as mercadorias forem vendidas com serviços que não estejam inseridos na competência tributária dos municípios. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 23 Assim, para que haja a correta imposição fiscal é necessário que se observe os termos da LC nº 116/2003, que é a norma geral em matéria de ISSQN – Imposto sobre serviço de Qualquer Natureza, para identificar se o serviço está ou não previsto como de competência exclusiva dos municípios, e se há ou não ressalvas para a cobrança do ICMS no caso específico. Elementos necessários para bitributação de competência entre Estados e Municípios Para que fiquem mais claras as regras, vamos enumerar quais são os elementos que devem ser verificados para que não haja uma bitributação ou uma invasão de competência entre Estadose Municípios: Serviços de transporte interestadual ou intermunicipal devem ser tributados pelo ICMS; Serviço de transporte intramunicipal deve ser tributado pelo ISSQN; No caso de fornecimento de mercadorias junto com serviços: Se o serviço estiver relacionado na LC nº 116/03, sem ressalva de cobrança de ICMS – incidirá apenas o ISSQN. Se o serviço estiver relacionado na LC nº 116/2003, com ressalva de cobrança de ICMS - incidirá o ICMS sobre a mercadoria e o ISSQN sobre o serviço. Ex.: item 14.03 – recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). Se o serviço NÃO estiver previsto na LC nº 116/2003 - incidirá apenas o ICMS sobre o valor total da operação. Ex.: serviço dos garçons em restaurantes. Acompanhe as súmulas: SÚMULA nº 163 do STJ — “O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimento similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação”. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 24 SÚMULA nº 156 do STJ — “A prestação de serviços de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS”. Aspecto subjetivo A definição do contribuinte do ICMS encontra-se expressa no Artigo 4º, LC nº 87/1996, e considera qualquer pessoa física ou jurídica que realize com habitualidade e com volume, próprio de comércio, operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviços de transporte intermunicipal ou interestadual e de comunicações, ainda que as operações se iniciem no exterior, desde onerosos. O parágrafo único do mencionado artigo também considera como contribuinte aqueles que importem mercadorias, sejam destinatários de serviços prestados no exterior ou lá iniciados, arrematem bens ou mercadorias apreendidos ou abandonados e, ainda, os adquirentes de lubrificantes e combustíveis líquidos ou gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outros Estados, mesmo quando não destinados à comercialização ou industrialização, ainda que sem habitualidade ou intuito comercial. Ainda no campo da sujeição passiva, identifica-se, com muita frequência, a figura do responsável nas relações jurídico-tributárias estabelecidas pelos fatos geradores do ICMS, que poderá ocorrer por transferência ou por substituição, nesta última modalidade pela antecipação do recolhimento, chamada de substituição progressiva, na qual o fato gerador é presumido e o substituído está na etapa seguinte; ou pela postergação ou diferimento na arrecadação, chamada de substituição tributária regressiva, na qual o substituído encontra-se na etapa anterior. Essas modalidades e os produtos que estão sujeitos a tais técnicas de arrecadação serão definidos por leis específicas ou por meio de convênios interestaduais. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 25 Aspecto quantitativo Compreende o próprio valor da mercadoria, ainda que se trate de lubrificantes e combustíveis, líquidos e gasosos derivados do petróleo e energia elétrica, ou o valor do serviço de transporte que está sendo tributado, regra válida, inclusive, para as importações. Quando se tratar de mercadoria fornecida junto com serviço que não seja tributado pelo ISSQN, a base de cálculo será o valor total da operação, quando o serviço estiver na lista da LC nº 116/2003, mas houver a ressalva para a cobrança do ICMS, sua base de cálculo será, exclusivamente, o valor da mercadoria, sem incidir sobre o serviço. Nas hipóteses de desembaraço aduaneiro será a soma do valor da mercadoria ou bem importado, mais o imposto de importação, mais o imposto sobre produtos industrializados, mais o imposto sobre operações de câmbio, além de quaisquer outros impostos, taxas e contribuições e despesas aduaneiras incidentes sobre a operação. Serviço vindo do exterior No caso de serviço vindo do exterior, a base de cálculo também estará representada pelo custo do serviço, acrescido de todos os encargos relativos à sua utilização. Na aquisição em licitação pública de mercadorias apreendidas ou abandonadas, será o valor da arrematação, mais o valor do imposto de importação de produtos industrializados, acrescidos de todas as despesas do arrematante nessa operação. Montante do IPI Há previsão no Artigo 155, § 2º, XI, da CF/88 da não inclusão do montante do IPI na base de cálculo, quando o produto e a mercadoria caracterizem tanto produtos industrializados como destinados à comercialização, desde que TRIBUTOS EM ESPÉCIE 26 adquiridos por contribuintes dos impostos. Mas se tais produtos estiverem sendo destinados para consumidor final, a referida exclusão não ocorrerá e o montante recolhido de IPI fará parte da base de cálculo do ICMS. Estão, ainda, inseridos na base de cálculo do ICMS o montante do próprio imposto, o valor de seguro, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como os descontos concedidos sob condição, além do frete, caso o transporte seja efetuado pelo remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado. Súmulas que reconhecem que os valores que não sejam inerentes à negociação não devem ser inseridos na base de cálculo. Súmula nº 237 do STJ: Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS. Súmula nº 457 do STJ: Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS. Desconto é incondicional O desconto é incondicional quando não se exige nenhuma condição para que ele ocorra. Caso seja necessário o pagamento à vista, por exemplo, o desconto é condicional. Súmula nº 432 do STJ: As empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais. Os materiais adquiridos como insumos de uma construção sofrem incidência do ISS, e não do ICMS, pois são considerados como parte do serviço de construção (atividade-fim de empresas de construção civil). TRIBUTOS EM ESPÉCIE 27 Súmulas importantes: Vejamos algumas súmulas que reconhecem que os valores que não sejam inerentes à negociação não devem ser inseridos na base de cálculo Súmula nº 237 do STJ: Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS. Súmula nº 457 do STJ: Os descontos incondicionais nas operações mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS. O desconto é incondicional quando não se exige nenhuma condição para que ele ocorra. Caso seja necessário o pagamento à vista, por exemplo, o desconto é condicional. Súmula nº 432 do STJ: As empresas de construção civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações interestaduais. Os materiais adquiridos como insumos de uma construção sofrem incidência do ISS, e não do ICMS, pois são considerados como parte do serviço de construção (atividade fim de empresas de construção civil). Vejamos mais duas súmulas importantes que versam sobre a base de cálculo do ICMS. Súmula nº 431 do STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal. A utilização de pauta fiscal (uma tabela com valores pré-definidos) é uma forma de arbitramento do valor da operação. Isso não pode ser feito como regra geral, mas apenas quando sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivoou pelo terceiro legalmente obrigado (art. 148, CTN). TRIBUTOS EM ESPÉCIE 28 Súmula nº 391 do STJ: O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada. ALÍQUOTAS De acordo com o art. 155, § 2º, IV e V, da CF, caberá a Resolução do Senado Federal, estipular alíquotas do ICMS: a) Obrigatoriamente – por iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos senadores, aprovada pela maioria absoluta dos seus membros – alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais. As alíquotas externas deixaram de ser fixadas ante a imunidade estabelecida pela EC 42/2003, que deu a redação do art. 155, § 2º, X, a, CF. As interestaduais estão definidas pela Resolução do Senado nº 22/89 que estabeleceu: 7% para as operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e para o Espírito Santo; 12% para as operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Sul e Sudeste. 17% ou 18% para as importações. b) Facultativamente – Alíquotas internas mínimas, mediante a iniciativa e 1/3 dos membros do Senado e aprovação absoluta; e alíquotas internas máximas para resolver conflito que envolva interesse dos Estados. O Senado não aprovou resolução neste caso, podendo as alíquotas internas serem livremente fixadas pelos Estados membros e DF. Salvo deliberação em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ, as alíquotas internas serão maiores que as alíquotas interestaduais, como forma de assegurar que nas operações interestaduais possa o Estado produtor, que arrecada o imposto com base na alíquota interestadual (menor), recolher um imposto menor do que aquele destinado para o Estado de destino, no qual irá haver o consumo da mercadoria, cuja arrecadação ocorrerá pelo diferencial de alíquotas entre a interna e a interestadual. Cabe, ainda, relembrar que nos casos de incidência do ICMS – monofásico incidente sobre combustíveis, as alíquotas serão deliberadas por meio de convênios interestaduais, conforme previsto no art. 155,§4º, IV, CF. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 29 III – ASPECTO TEMPORAL .O elemento temporal está relacionado com o momento em que se considera ocorrido o fato gerador. Tais momentos estão relacionados no art. 12 da LC 87/96: Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do transmitente; IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente; V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza; VI - do ato final do transporte iniciado no exterior; VII - das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a) não compreendidos na competência tributária dos Municípios; b) compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável; IX – do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior; X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; TRIBUTOS EM ESPÉCIE 30 XI – da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados; XII – da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização; XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente. Súmula nº 661 do STF: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. Na importação, o aspecto temporal do fato gerador do ICMS não é a entrada ou saída do estabelecimento, mas o momento do desembaraço aduaneiro. IV – ASPECTO ESPACIAL O elemento espacial está disciplinado pelo artigo 11 da LC 87/96 que irá relacionar o local a ser considerado para fins de arrecadação nas hipóteses de incidência do ICMS. Vejamos o teor do dispositivo mencionado: Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é: I - tratando-se de mercadoria ou bem: a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador; b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado; d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física; e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido; TRIBUTOS EM ESPÉCIE 31 f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados; g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, quando não destinados à industrialização ou à comercialização; h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial; i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos; II - tratando-se de prestação de serviço de transporte: a) onde tenha início a prestação; b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os efeitos do § 3º do art. 13; III - tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação: a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do art. 12; c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de satélite; d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos; IV - tratando-se de serviços prestadosou iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 32 "O sujeito ativo da relação jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria; pouco importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente federativo diverso." (RE 299.079, Rel. Min. Ayres Britto, 30-6-2004) O fato gerador ocorre no momento do desembaraço aduaneiro, mas o imposto é devido ao Estado de destino da mercadoria, ou seja, onde o adquirente esteja estabelecido ou domiciliado. Caso o ICMS fosse devido ao Estado do porto de desembarque, eles estariam sendo favorecidos pela distribuição de competência tributária, simplesmente por sua posição geográfica. "O ICMS cabe ao Estado em que localizado o porto de desembarque e o destinatário da mercadoria, não prevalecendo a forma sobre o conteúdo, no que procedida a importação por terceiro consignatário situado em outro Estado e beneficiário de sistema tributário mais favorável." (RE 268.586, Rel. Min. Marco Aurélio, 24-5-2005) Atividade proposta Comente a afirmativa a seguir, e se posicione sobre sua veracidade: os materiais adquiridos como insumos de uma construção sofrem incidência do ISS, e não do ICMS? Chave de resposta: As mercadorias sujeitas à mercancia estão, em regra, submetidas à incidência do ICMS, existem regras, no entanto, que devem ser observadas quando essa mercadoria é fornecida junto com a prestação de serviços. Se a mesma for considerada inerente a própria prestação de serviço de serviços, incidirá apenas o imposto sobre serviços. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 33 Referências CARNEIRO, Claudio. Impostos federais, estaduais e municipais. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. GRECCO, Marco Aurélio. Planejamento tributário. 3. ed. São Paulo: Dialética, 2011. MARTINS, Marcelo Guerra. Impostos e contribuições federais. Rio de Janeiro: Renovar, 2012. PAULSEN, Leandro; MELO, José Eduardo Soares de. Impostos federais, estaduais e municipais. 8. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013. Exercícios de fixação Questão 1 2014-FCC-ICMS-RJ-AFRE Considerando as regras constantes da Constituição Federal, o ICMS: I. Terá seu regime de compensação do imposto disciplinado por lei complementar. II. Incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de telecomunicação. III. Incidirá sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios. IV. Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante pago nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal. V. Terá seu valor calculado, em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, mediante a aplicação da alíquota interestadual, quando o destinatário estiver inscrito na repartição fiscal. Está correto o que se afirma APENAS em: a) I, II e IV TRIBUTOS EM ESPÉCIE 34 b) III, IV e V c) I, II e III d) I, III e V e) II, IV e V Questão 2 2014-FCC-TJ-AP-Juiz de Direito Tendo em vista o disposto na Constituição Federal, é correto afirmar: a) ICMS e IPI poderão incidir sobre operações relativas à energia elétrica. b) O Estado do Amapá ao definir por lei as alíquotas de ICMS a serem aplicadas nas operações internas deve obrigatoriamente aplicar a seletividade, tendo em vista a essencialidade das mercadorias e dos serviços envolvidos. c) Tendo em vista a não incidência de ICMS nas operações que destinem mercadorias ao exterior, é vedado o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações anteriores. d) O IPI não deve integrar a base de cálculo do ICMS quando a operação realizada entre contribuintes for relativa a produto destinado ao uso e consumo do destinatário e configurar fato gerador dos dois impostos. e) Contribuinte do ICMS estabelecido no Amapá deve pagar o imposto referente às suas aquisições interestaduais de produtos destinados ao seu uso e consumo, sendo que a alíquota a ser aplicada deve corresponder ao diferencial entre a interna e a interestadual para cada produto adquirido. Questão 3 2014-FCC-TJ-AP-Juiz de Direito Pessoa física domiciliada em Florianópolis-SC recebe em sua casa notebook para uso domiciliar adquirido por meio de compra feita pela internet diretamente de empresa de informática estabelecida em São Paulo. Com base na Constituição Federal, considere as seguintes afirmações a respeito da cobrança do ICMS devido nesta operação: I. A alíquota do imposto a ser cobrada do contribuinte paulista deve ser a interestadual. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 35 II. O Estado de Santa Catarina deve receber o imposto calculado com diferencial de alíquota (alíquota interna menos a interestadual). III. O contribuinte paulista deve pagar imposto à alíquota interna ao Estado de São Paulo e o Estado de Santa Catarina nada recebe de imposto por essa operação. Está correto o que se afirma APENAS em: a) II e III b) I c) II d) III e) I e II Questão 4 2014 - FCC - MPE-PA - Promotor de Justiça Sobre a Lei Complementar nº 87/1996 - Lei Kandir é correto afirmar que: a) Institui imunidades tributárias relativas ao ICMS dos Estados e Distrito Federal, dentre elas as operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial e operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário. b) Considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular. c) É a lei instituidora do ICMS dos Estados e Distrito Federal, bem assim das hipóteses de imunidade, isenção e não incidência. d) É a lei instituidora do IMCS dos Estados e Distrito Federal e a lei instituidora do ISS dos Municípios, fixando as hipóteses de incidência e não incidência. e) Dispõe sobre o ICMS dos Estados e Distrito Federal, mais precisamente de sua instituição, base de cálculo e contribuintes, além das imunidades e hipóteses de não incidência. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 36 Questão 5 2014- VUNESP-TJ-PA-Juiz Assinale a alternativa correta acerca do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), segundo a disciplina constitucional que lhe é conferida. a) A isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação, implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes. b) Poderá ser não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal. c) Será seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços. d) Incidirá sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. e) Incidirá sobre operaçõesque destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores. Questão 6 2014 -FCC -TJ-CE- Juiz Raquel, violonista, Flávia, flautista e Beatriz, pianista, também são cantoras de música popular brasileira. Essas três artistas brasileiras decidiram, em novembro de 2013, gravar um DVD com canções, cujas letras e melodias são de autores brasileiros. Decidiram produzir o DVD no Estado do Ceará, porque, além de ser mais barato do que produzi-lo em outro Estado, ou até mesmo no TRIBUTOS EM ESPÉCIE 37 exterior, foram informadas de que o DVD já estaria nas lojas a tempo para as vendas de Natal. A criação desse DVD: a) Está sujeita ao ICMS, nas vendas dos DVDs pelos estabelecimentos varejistas aos consumidores finais. b) Está sujeita ao Imposto sobre Produtos Industrializados, na fase de multiplicação industrial de seus suportes materiais gravados. c) Está sujeita ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, relativamente à gravação das canções. d) Não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no varejo, porque Raquel, Flávia e Beatriz são brasileiras. e) Não está sujeita a imposto algum, desde a gravação do videofonograma até sua comercialização no varejo, porque os autores das canções são brasileiros. Questão 7 2014 - PUC/PR - TJ/PR - Juiz Acerca do ICMS é CORRETO afirmar: I. Como imposto não cumulativo, haverá compensação do que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ainda que sobre estas tenha ocorrido isenção, salvo previsão legal em contrário. II. Há incidência sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto e qualquer que seja a sua finalidade. III. Não incide sobre as prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita ou onerosa. IV. Incide sobre o valor total da operação, quando as mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios. a) Somente as alternativas II e IV estão corretas b) Todas as alternativas estão corretas c) Somente as alternativas I e III estão corretas d) Somente a alternativa IV está correta TRIBUTOS EM ESPÉCIE 38 Questão 8 2014- FCC- TJ-CE- Juiz Um contribuinte do ICMS do Estado do Ceará adquire, de contribuinte do ICMS localizado na região Sul do país, mercadoria destinada a uso e consumo no seu estabelecimento, localizado em Fortaleza. A alíquota interna cearense das mercadorias adquiridas é de 17%. Considerando que esse adquirente cearense está enquadrado no Simples Nacional, de acordo com o disposto na Lei Complementar n° 123/06 e no Artigo 155 da Constituição Federal, relativamente a essa aquisição, ele: a) Não terá de pagar o ICMS, pois a entrada de mercadoria no estabelecimento, proveniente de outra unidade federada, com a finalidade de comercialização, industrialização, integração no ativo imobilizado ou uso e consumo do estabelecimento não é, via de regra, fato gerador desse imposto. b) Terá de pagar o ICMS referente ao diferencial entre a alíquota interna e interestadual, calculada com base nas alíquotas aplicáveis às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional. c) Não terá de pagar o ICMS, pois o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, exclui eventual incidência desse imposto na referida aquisição interestadual. d) Terá de pagar o ICMS, pois o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, não exclui a incidência do ICMS devido a título de diferencial de alíquota, desde que as mercadorias adquiridas não estejam sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto. e) Não terá de pagar o ICMS, pois contribuintes enquadrados no Simples Nacional estão dispensados desse pagamento. Questão 9 2014-ESAF- Receita Federal- Auditor Fiscal da Receita Federal A desoneração do ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – das exportações, cuja finalidade é o incentivo a estas, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus TRIBUTOS EM ESPÉCIE 39 econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos – imuniza as operações de exportação e assegura a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto (ICMS) cobrado nas operações e prestações anteriores. Consoante entendimento do STF sobre tal dispositivo, podemos afirmar, exceto, que: a) O aproveitamento dos créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o exterior, gera receita tributável por parte da Cofins e da Contribuição para o PIS. b) Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior. c) Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. d) O aproveitamento de créditos de ICMS, por ocasião da saída imune para o exterior, constitui mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pela Constituição Federal. e) O conceito de receita, acolhido pela Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Questão 10 2014 - CETRO - Prefeitura de São Paulo /SP- Auditor Fiscal do Município Um comerciante que promove a saída de mercadorias de seu estabelecimento gera: a) Ao mesmo tempo a obrigação de pagar o ICMS (obrigação principal) e também a obrigação de emitir a nota fiscal correspondente (obrigação acessória). b) A obrigação de emitir a nota fiscal correspondente (obrigação principal). c) A obrigação de emitir a nota fiscal correspondente (obrigação principal) e, posteriormente, a obrigação de pagar o imposto devido (obrigação acessória). d) Ao mesmo tempo a obrigação de pagar o imposto devido e de emitir a nota fiscal correspondente (obrigações principais). TRIBUTOS EM ESPÉCIE 40 e) A hipótese de incidência (obrigação principal), ocorrendo o fato gerador após a quitação do imposto devido com a emissão da nota fiscal correspondente. TRIBUTOS EM ESPÉCIE 41 Aula 3 Exercícios de fixação Questão 1 - B Questão 2 - E Questão 3 - D Questão 4 - B Questão 5 - D Questão 6 - B Questão 7 - A Questão 8 - D Questão 9 - A Questão 10 - A
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