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Relações Jurídicas Familiares em Portugal

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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade
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Direito da Família (Universidade Catolica Portuguesa)
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Familiaaaaaaaaaaaaaa
Direito da Família (Universidade Catolica Portuguesa)
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
4. As relações jurídicas familiares na lei portuguesa: casamento, parentesco, afinidade
e adoção.
2 notas introdutórias:
 A família é um conjunto de pessoas que estão ligadas umas às outras uma das
quatro relações familiares. Mas a família não é pessoa em sentido jurídico – não tem
personalidade jurídica, embora às vezes a lei reconheça os interesses da família
(art.1673º- escolha da casa de morada da família- centro da plena comunhão de
vida; art.1677ºc, nº1- acrescentar ao nome o apelido e depois a outra parte morre-
em pp mantém, mas pode retirar). Há normas que a lei vem tutelar. Quem vai ter de
prosseguir os interesses são os membros, podendo os seus interesses não coincidir
com os da família.
 Este grupo tão grande de pessoas ligadas umas às outras pelas relações familiares
não tem grande correspondência em termos sociais.
 A família encontra-se nos casamentos, nos funerais, … No entanto, em termos
sociais, a que tem mais relevância é a pequena família (ex: pais e os filhos).
1. Noção jurídica de família; as relações familiares 
Art. 1576º - Contém implicitamente a noção jurídica de família que, considera “fontes das
relações jurídicas familiares”:
 o casamento, 
 o parentesco, 
 a afinidade, 
 adoção. 
À família de uma pessoa pertencem, pois, não só o seu cônjuge como ainda os seus
parentes, afins, adotantes e adotados: este conceito assim tão lato é que corresponde à
noção jurídica de família.
Relação matrimonial
É a relação que em consequência do casamento liga os cônjuges entre si. É uma relação de
tal modo profunda e duradoura que vai fazer com que se subordinem a essa mesma relação,
diversas relações de caráter obrigacional ou real.
Ex: se alguém é solteiro e compra um automóvel e dele, mas se for casado pode acontecer
que mesmo que seja comprado por ele, seja dos dois. Vai depender do regime de bens.
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
Relações de parentesco 
Estabelecem-se entre pessoas que têm o mesmo sangue, porque descendam umas
das outras ou porque provenham de um progenitor comum.
Exemplo: a relação entre o filho e o pai ou a mãe, as relações entre irmãos, entre primos, etc.
As relações de filiação — a relação de maternidade e a de paternidade, logo que
uma e outra se encontrem estabelecidas— são de longe e sem dúvida as mais importantes
das relações de parentesco, constituindo o seu estudo objeto do direito da filiação, que é
uma das grandes divisões do direito da família.
Há relações em si mesmas não familiares, mas obrigacionais ou reais, que nascem e
se desenvolvem na dependência de uma relação de parentesco, e cujo regime é influenciado
por tal circunstância, por isso mesmo sendo abrangidas e estudadas no direito da família.
Exemplo: A obrigação de alimentos aos filhos menores (arts. 1878.º e 2009.º CCiv e arts. 45.º e
segs. da lei nº 141/2015), e mesmo aos filhos maiores (art. 1880.º CCiv, e lei nº 122/2015), assim
como o direito de propriedade dos pais sobre certos bens dos filhos menores (art. 1895.º CCiv) e o
direito conferido aos pais de utilizar os rendimentos dos bens dos filhos (art. 1896.º).
Relações de afinidade ( são um dos efeitos da relação matrimonial)
São as que, em consequência do casamento, ficam a ligar um dos cônjuges aos parentes do
outro cônjuge.
Relações de adoção
À semelhança da filiação natural mas independentemente dos laços de sangue, se
estabelecem entre adotante e adotado ou entre um deles e os parentes do outro.
Assim, em face doo art.1576º CCiv pode entender-se que não existem outras relações
familiares para além das mencionadas, sendo que, consequentemente, pertencem à família
de uma pessoa, não só o seu cônjuge como ainda os seus parentes, afins, adotantes e
adotados: este conceito assim tão lato é que corresponde à noção jurídica de família.
No entanto, também existe quem julgue que relativamente ao art.1576º devam ser
acrescentadas as relações emergentes da união de facto, ou o apadrinhamento civil e a
paternidade não biológica no quadro da procriação medicamente assistida (art.1839º , nº3,
CCiv e Lei nº 32/2006, de 26 de julho, art.20º, 23º, nº2, 26º, 27º e 47º).
Relações parafamiliares (página 36 e 37)
Há outras relações que, embora não sendo qualificadas como relações jurídicas familiares,
são conexas com relações de família, estão equiparadas a elas para determinados efeitos ou
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
são condição de que dependem, em certos casos, os efeitos que a lei atribui à relação
conjugal e às relações de parentesco, afinidade e adoção. São estas relações que chamamos
parafamiliares, que estudaremos mais à frente.
Para a professora Rita, são entre outras, consideradas relações parafamiliares: a união de
facto, a vida em economia comum, e relação entre ex-conjuges, o apadrinhamento civil, a
relação entre tutor e tutelado e a relação anterior de responsabilidades parentais.
Capítulo II. Relações familiares distintas da relação matrimonial (o casamento será 
estudado mais à frente).
Parentesco (pág. 43)
Parentesco é uma relação de sangue, por isso também é chamada de consanguinidade: são
parentes as pessoas que descendem uma da outra ou que procedem de um progenitor
comum (art.1578º).
Podemos falar por isso na primeira situação de parentesco em linha reta/direta e, na
segunda, de linha colateral/transversal (art.1580º/1).
Art.1582º - Os efeitos do parentesco produzem-se em qualquer grau na linha reta, mas só
até ao 6º grau na colateral. No entanto, existem raras situações excecionais a este artigo,
como por exemplo, o artigo 2042º (relativo à sucessão legal e segundo o qual a
representação tem sempre lugar, na linha colateral, em benefício dos descendentes de irmão
falecido, qualquer que seja o seu grau de parentesco).
Há também situações em que a lei restringe, para determinados efeitos, a relevância jurídica
do parentesco.
Ex: 
 Art.2133º/1/al.d – os colaterais que não sejam descendentes de irmaos só tem
direitos sucessórios até ao 4º grau.
 Art.1639º, nº1
 1677º,C
 2009º/1
Contagem dos graus:
Existem várias relações de parentesco (mais próximas ou mais afastadas) e o direito dá-lhes
efeitos diferentes, sendo através da contagem do parentesco que se torna possível definir,
ordenar e estabelecer uma hierarquia entre elas. O parentesco conta-se através de linhas e
por graus. – Art.1579º.
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
Em primeiro lugar, devemos verificar se estamos perante linha reta ou colateral, cuja
distinção é feita no artigo 1580º1.
A linha reta pode ser ascendente ou descendente (art.1580º) conforme a encaramos num
sentido ou noutro. – Os descendentes constituem, ao lado do cônjuge sobrevivo, a 1ª classe
sucessória (art.2133º), enquanto os ascendentes constituem a 2ªclasse.
Para além desta distinção, também podemos falar em linha paterna e materna, tanto na linha
reta como na colateral, sendo esta distinção relevante p.ex quanto à constituição do
conselho de família (art.1952º,nº3) e à nomeação do protutor (art.1955º,nº2).
Em segundo lugar, após definir a linha de parentesco, devemos pois saber qual é o grau de
parentesco dentro da respetiva linha (art.1581º).
Na linha reta, há tantos grausquantas as pessoas que formam a linha de parentesco,
excluindo o progenitor. 
Na linha colateral, contamos os graus da mesma forma, subindo por um dos ramos e
descendo pelo outro, mas sem contar o progenitor comum.
Ex: os irmãos ou os avós e os netos são parentes em segundo grau, os tios e sobrinhos em
3º e os primos direitos em 4º grau.
Efeitos
Os efeitos do parentesco variam consoante a relação de parentesco em causa.
 O efeito principal é o sucessório: os descendentes, os ascendentes, os irmãos e seus
descendentes e outros colaterais até ao 4º grau integram, respetivamente, a 1ª, a 2ª, a
3ª e a 4ª classes de sucessíveis na ordem da sucessão legítima (art.2133º/1).
Existindo uma hierarquia entre as relações.
 Outro efeito muito importante é a obrigação de alimentos, que a lei impõe a
determinados parentes: os descendentes, os ascendentes, os irmãos e os tios (durante
a menoridade do alimentado), de acordo com a ordem do art.2009º.
 Por morte do arrendatário, e na falta de cônjuge com residência no locado ou
pessoa que com o arrendatário vivesse no locado em união de facto há mais de um
ano, o direito ao arrendamento para habitação se transmite aos seus parentes que
com ele residiam há mais de um ano em economia comum (art.1106.º, CCiv), e o
direito ao arrendamento rural aos seus parentes na linha reta que viviam com ele em
comunhão de mesa e habitação ou em economia comum há mais de um ano
consecutivo (art. 20.º, n.º 2, a), do Decreto -lei n.º 294/2009, de 13 de outubro).
 Da qualidade de parente pode derivar a obrigação de exercer a tutela ou fazer parte
do conselho de família (arts. 1931.º, n.º 1, e 1952.º, n.º 1). 
 Impedimentos matrimoniais (art.1602º) dirimentes e impedientes (art1604º). O
art.1639.º: a lei confere legitimidade para intentar a ação de anulação do casamento
fundada em impedimento dirimente ou para prosseguir nela se o autor falecer na
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
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pendência da causa, a qualquer parente dos cônjuges na linha reta ou até ao 4.º grau
na linha colateral; além disso, nos termos dos arts.1640.º, n.º 2, e 1641.º, a ação de
anulação do casamento fundada em falta (à parte a simulação) ou em vício da
vontade pode ser prosseguida por qualquer parente do cônjuge a quem a lei
confere legitimidade para a propor (o cônjuge cuja vontade faltou ou que foi vítima
do erro ou da coação).
Até aqui vimos os efeitos comuns às várias relações de parentesco ou a uma generalidade
delas. Se quiséssemos mencionar agora os efeitos especialmente atribuídos a certas
relações de parentesco, destacaríamos:
 as relações de filiação (a relação de maternidade e a de paternidade), que são,
sem dúvida, as mais importantes de todas. Dos vários efeitos destas relações o
mais significativo são as chamadas responsabilidades parentais, reguladas nos
arts.1877.º e segs., e que é o complexo de poderes e deveres que a lei atribui ou
impõe aos pais para regerem as pessoas e os bens dos filhos menores.
Efeitos do parentesco que se traduzem em limitações ou restrições à capacidade jurídica.
 De muito interesse para nós são as als. a) e b) do art.1602.º, segundo as quais não
podem contrair casamento entre si os parentes na linha reta, nem os parentes
em 2.º grau na linha colateral (irmãos); existe neste caso, como veremos, um
impedimento dirimente relativo à celebração do casamento. E também os parentes
em 3.º grau na linha colateral (tio e sobrinha, tia e sobrinho) não podem casar
(art.1604.º, al. c)); mas o impedimento é agora meramente impediente, e
admitindo dispensa (art.1609.º, n.º 1, al. A). Se, existindo perfilhação, a pretensa
mãe e o perfilhante forem parentes em linha reta ou no 2.º grau da linha colateral,
não é admitida a averiguação oficiosa da maternidade (art.1809.º, al. a)); do mesmo
modo, não é admitida a averiguação oficiosa da paternidade se a mãe e o pretenso
pai estiverem ligados por iguais relações de parentesco (art.1866.º, al. a)).
Outros efeitos que a lei dá a certas relações de parentesco e que igualmente se traduzem em
limitações à capacidade, constam de legislação especial.
Afinidade
As relações de afinidade são distintas das de parentesco. Fala-se por vezes de “parentes por
afinidade” mas a terminologia deve evitar-se. A afinidade não é, como o parentesco, uma
relação de sangue. Pode definir-se como o vínculo que liga um dos cônjuges aos parentes
do outro cônjuge (art.1584º).
A afinidade tem como fonte o casamento (casamento não dissolvido), sendo que a afinidade
apenas começa com a celebração do casamento (não tem efeitos retroativos).
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A lei nº61/2008 e art.1585º/2ªparte definiu que a afinidade não cessa no caso de dissolução
do casamento por morte. No entanto, caso a dissolução do casamento seja através do
divórcio, já cessam as relações de afinidade (deixam de ter relevância jurídica).
Contagem
A contagem da afinidade, tal como no parentesco, é contada por linhas e por graus, e conta-
se na mesma maneira. 
Ex: um cônjuge é afim em linha reta dos parentes em linha reta do seu cônjuge e afim na
linha colateral dos parentes do seu cônjuge na colateral e é afim no 2º grau dos parentes em
2º grau do seu cônjuge e afim no 3º grau dos parentes em 3º grau.
Efeitos
Os efeitos da afinidade são menos extensos do que os efeitos do parentesco.
 Os afins não têm direitos sucessórios e, no tocante à obrigação de alimentos, a lei só
a impõe ao padrasto ou madrasta. Relativamente a enteados menores que estejam,
ou estivessem no momento da morte do cônjuge, a cargo deste (art.2009.º, n.º 1,
al.f). 
 Podem suceder e no direito ao arrendamento rural (art.20º, nº 2, al. a), do
Decreto-lei 294/2009, de 13 de outubro) no caso de falecimento do arrendatário. 
 Quanto à obrigação de exercer a tutela ou fazer parte do conselho de família, pode
igualmente recair sobre os afins, nos termos dos arts.1931.º, n.º 1, e 1952.º, n.º 1,
atrás referidos. 
 Por último, também há efeitos da afinidade que se traduzem em restrições à
capacidade e incompatibilidades de vária natureza. O art.1602.º, al. c), considera a
afinidade em linha reta impedimento dirimente relativo à celebração do casamento,
e os arts.1809.º, al. a), e 1866.º, al. a) proíbem, respetivamente, a averiguação
oficiosa da maternidade e a da paternidade, quando a pretensa mãe e o perfilhante,
no 1.º caso, ou a mãe e o pretenso pai, no 2.º caso, estiverem ligados por relações de
afinidade em linha reta.
 Os restantes efeitos da afinidade constam de legislação especial, que não vamos referir
aqui.
A lei dá relevo às relações de afinidade até ao 4.º grau, pode mencionar-se o referido
art.120.º, n.º 1, al. a), CProcCiv. E as relações de afinidade na linha colateral do 5.º e do
6.º grau, essas são juridicamente irrelevantes, ao que supomos, em face do nosso
direito.
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
Adoção
Noção de adoção: art.1586º, sendo o vínculo que, à semelhança da filiação natural mas
independentemente dos laços de sangue, se estabelece legalmente entre duas pessoas nos
termos dos arts.1973º e ss. Por oposição ao parentesco natural, a adoção é um parentesco
legal, não sendo, no entanto, uma ficção da lei. O que acontece é que a adoção assenta em
outra verdade, uma verdade efetiva e sociológica, distinta da verdade biológica em que se
funda o parentesco.
Modalidades: 
A adoção conjunta é feita por um casal (por duas pessoas casadas ou que vivam em união
de facto) e adoção singular só por uma pessoa, casada ou não casada.
Falo aqui dos requisitos (pag 54 n tem, mas na aula deste)
Caraterísticasdo Direito da Família
1. Predomínio de normas imperativas (inderrogáveis pelos particulares)
Esta caraterística distingues o direito da família do direito das obrigações, cujas normas
revestem, na sua grande maioria, caráter supletivo ou dispositivo.
Podemos dizer, que apenas de um grosso modo, as relações familiares patrimoniais são
regidas por normas de caráter dispositivo, havendo no entanto, normas imperativas (ex:
art.1699º, 1714º, nº1, 1720º, etc.).
2. Institucionalismo
Esta é uma qualificação muito corrente na doutrina. Aqui podemos distinguir:
 Conceção positivista ou normativista do direito: a lei é a única forma de revelação
de direito, que está na lei e só na lei escrita.
 Conceção institucionalista ou ordinalista: a lei á só uma das formas de revelação do
direito, e porventura a mais infiel, pois o direito vive sobretudo nas próprias
instituições ou ordens concretas.
A família é um instituição, mais velha que o Estado, ela é um organismo natural, que
preexiste ao direito escrito, e dentro do qual vive uma ordenação intima, complexa e difícil
de racionalizar. 
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
lOMoARcPSD|3140040
Assim, no direito da família, é recorrente a utilização de cláusulas gerais e conceitos
indeterminados. 
Ex: art.1636º - qualidades essenciais
Não deve ser atribuído a esta institucionalidade um caráter absoluto. Muitas vezes diz-se
que o direito da família tem uma função sinalizadora ou pedagógica, isto porque o
legislador não nos limita a absorver no texto da lei aquilo que são comportamentos da
prática social das pessoas.
Ex: a fidelidade de entre os cônjuges, muitas vezes o legislador através do direito da família
dá indicações à sociedade para ver como é que quer que ela se comporte (que tipo de
sociedade quer).
3. Coexistência, na ordem jurídica portuguesa, do direito estadual e do direito
canónico na disciplina da relação matrimonial
Esta não é uma caraterística geral do direito da família, mas apenas uma caraterística do
direito matrimonial português.
Como já vimos, o artigo 1625º CCiv está conforme a Constituição e continua em vigor,
mesmo depois da Concordata de 2004.
Os arts.1627.º -1646.º CCiv não são aplicáveis aos casamentos católicos, os quais, por
outro lado, conhecem ainda uma causa de dissolução própria deles (a “dispensa do
casamento rato e não consumado”). O legislador português como que terá renunciado à sua
soberania, devolvendo para o direito canónico e, portanto, para uma outra ordem jurídica a
regulamentação de determinados aspetos do regime dos casamentos católicos. Estes
casamentos, que até 2006 foram a maioria dos que se celebraram no país, não são regidos
nesses aspetos pelo direito matrimonial português, mas pelas normas correspondentes do
Codex Iuris Canonici.
4. Permeabilidade do direito da família às transformações sociais
O direito da família é um ramo do direito de Civil muito permeável às modificações das
estruturas políticas, sociais, económicas, etc.
Ex: antes da CRP de 1976, o casamento católico não gera a possibilidade de se dissolver
por divórcio, depois 1976 já era possível.
5. Ligação a outras ciências humanos
O direito da família tem uma estreita ligação a outras ciências humanas: o direito da
filiação é largamente tributário da biologia e a sua evolução é marcada pelos progressos
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
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científicos. As responsabilidades parentais e a adoção requerem conhecimentos adequados
de psicologia e pedagogia.
6. Afetação de certas questões de direito da família a tribunais de competência
especializada: os tribunais de família e menores.
A Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais (Lei n.º 62/2013, de 26 de
agosto) atribui a secções de competência especializada “de família e menores”,
competência para preparar e julgar as questões de direito da família que vêm referidas nos
arts.122.º (competência relativa a cônjuges, ex-cônjuges, união de facto e economia
comum), 123.º (competência relativa a menores e a filhos maiores) e 124.º (competência
em matéria tutelar educativa e de proteção); nas comarcas onde não haja tribunal de família
e menores, é competente o tribunal de comarca. São pois secções de família e menores que
julgam as ações de divórcio e separação judicial de pessoas e bens sem consentimento de
um dos cônjuges e as ações de declaração de inexistência ou de anulação do casamento
civil, que constituem o vínculo de adoção e decidem da confiança judicial do menor com
vista à adoção; que regulam o exercício das responsabilidades parentais e conhecem das
questões a este respeitantes, que procedem à averiguação oficiosa da maternidade e da
paternidade, que decidem, em caso de desacordo dos pais, sobre o nome e os apelidos do
menor, etc.
Caraterísticas dos direitos familiares
Existem várias caraterísticas que nos permitem distinguir o Direito da Família dos restantes
direitos privados (ex: direitos obrigacionais).
Aqui temos em vista apenas os direitos familiares pessoais e não as patrimoniais (estes são
regras sobretudo de direito das obrigações e direitos reais).
 
 Os direitos familiares pessoais como poderes funcionais
Em primeiro lugar, os direitos familiares pessoais não são direitos subjetivos propriamente
ditos, mas poderes funcionais, poderes-deveres, e como tais irrenunciáveis, indisponíveis,
etc.
 Em segundo lugar, segundo a doutrina tradicional, outra caraterística dos direitos
familiares pessoais seria a de que estes teriam uma garantia mais frágil que a dos
direitos de crédito.
 Os direitos ou relações de família são duradouros, em flagrante contraste com as
relações obrigacionais, que são em regra transitórias190. Ideia que não pode
exagerar-se, pois é certo que também há relações obrigacionais de longa duração.
Baixado por Carlos Fidalgo (cfidalgo377@gmail.com)
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As relações familiares, de todo o modo, essas são sempre duradouras, e a tal ponto,
costuma dizer-se, que geram verdadeiros estados da pessoa
 Embora os direitos familiares pessoais sejam relativos, por vezes os respetivos
estados gozam de proteção absoluta, como se mostra, designadamente, nos arts.
495.º, n.º 3 e 496.º, n.º 2, CCiv.
 Existe um numerus clausus de direitos e negócios familiares, valendo pois aqui
princípio idêntico ao que vale nos direitos reais e diverso do que rege quanto aos
direitos obrigacionais.
Ex: não seria válido o contrato, feito por duas pessoas, em que estas assumissem uma para
com a outra as obrigações que a lei impõe aos verdadeiros cônjuges mas sem quererem
recorrer à forma matrimonial. Como não poderão duas pessoas fazer um contrato,
submetido ao regime geral dos contratos, pelo qual uma delas fique na situação de
filha, irmã ou sobrinha da outra. Só se admitem aqui determinados negócios ou atos
(casamento, perfilhação, adoção, etc.) que a lei revestiu de garantias particulares.
REGISTOOOO
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