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Química Bacharelado Segundo semestre de 2019 Prof. Fábio Luiz Pissetti UNIFAL-MG Química de Materiais Microscopia Óptica Objetivo Observação e análise microestrutural de objetos sólidos Características Baixa resolução ~ 0,5 µm (aumento máximo de 2.000 vezes) Imagem plana – sem profundidade de foco Preparação especial da amostra (lixamento, polimento, ataque) Ferramenta mais usada para a caracterização morfológica Primeira técnica a ser usada para examinar a microestrutura 2 Microscopia Óptica Interações da radiação com a matéria - Reflexão A reflexão da luz (ou radiação eletromagnética) ocorre quando as ondas encontram uma superfície que não absorve (ou absorve parcialmente) a energia da radiação envolvida e devolve as ondas para fora desta superfície. A reflexão pode ser especular ou difusa. Reflexão especular Reflexão difusa 3 Microscopia Óptica Interações da radiação com a matéria - Refração É a alteração na direção de propagação de um feixe incidente ao passar de um meio de densidade óptica para outro com diferente densidade. Este desvio da direção de propagação depende das diferenças de índice de refração dos meios e do comprimento de onda da radiação. n = índice de refração do meio n1 . sen θ1 = n2 . sen θ2 4 Microscopia Óptica Interações da radiação com a matéria - Refração 5 Material Índice de Refração* ar 1,0003 água 1,33 vidro 1,50 diamante 2,419 quartzo 1,418 *para 589,29 nm Microscopia Óptica A microscopia ótica se baseia na possibilidade de formação de imagens ampliadas reais ou virtuais de objetos que são colocados diante de lentes esféricas. 7 Aspectos mais importantes Resolução; Contraste; Profundidade de campo e Distorção Microscopia Óptica Resolução Resolução de um microscópio é a capacidade de: Separar detalhes Produzir imagens separadas de partículas muito próximas É a menor distância que deve existir entre dois pontos para que eles apareçam separados Limite de Resolução: LR = K . AN K é uma constante é o comprimento de onda luz branca AN é a abertura numérica da lente objetiva O limite e resolução é diretamente proporcional ao comprimento de onda e inversamente proporcional a abertura numérica.8 10 Microscopia Óptica Resolução 11 Microscopia Óptica Resolução 12 Microscopia Óptica Resolução - Critério de Resolução de Rayleigh A mínima separação angular possível de ser resolvida ou o limite angular de resolução, é obtida quando o máximo do disco de Airy de uma das fontes coincide com o primeiro mínimo do padrão de difração da outra fonte. 13 Microscopia Óptica Resolução - Critério de Resolução de Rayleigh http://www.hk-phy.org/atomic_world/tem/tem04_e.html Microscopia Óptica Contraste Diferença nas propriedades visuais que faz com que um objeto seja distinguível de outros e do plano de fundo. O número de tons presentes em uma imagem. 14 Microscopia Óptica Profundidade de Campo Dimensão linear máxima entre um plano acima ou abaixo e o plano focal do espécime observado. 15 Contorno de grãos Ferro puro 16 Microscopia Óptica Observação de defeitos Superfície polida e atacada quimicamente Materials science and engineering: An introduction; William D. Callister; Eighth Edition. Observação de defeitos Microscópio Superfície polida e atacada quimicamente 17 Microscopia Óptica Cerâmica Materials science and engineering: An introduction; William D. Callister; Eighth Edition. 18 Microscopia Óptica Materials science and engineering: An introduction; William D. Callister; Eighth Edition. 19 Microscopia Óptica Materials science and engineering: An introduction; William D. Callister; Eighth Edition. 20 Microscopia Óptica Materials science and engineering: An introduction; William D. Callister; Eighth Edition. Experiência de Davisson e Germer 21 Microscopia Eletrônica O microscópio de luz permite ver uma amostra até 2 mil vezes maior que o tamanho real. O microscópio eletrônico tem um aumento de até 200 mil vezes para material biológico e até 500 mil para outros materiais. Objetivo Observação e análise microestrutural de objetos sólidos Características Alta resolução – 0,2 a 5 nm (MO ~ 0,5 µm) Grande profundidade de foco - topografia Imagens com diferenciação de composição química 22 Microscopia Eletrônica Microscopia Eletrônica 24 Microscopia Eletrônica Ampliação da Imagem Exemplo de uma série de ampliações no MEV (partículas esféricas de chumbo) Tipos de microscopia eletrônica Microscopia eletrônica de varredura (MEV ou SEM) Utiliza feixe de elétrons focado em cima da superfície das amostras. As imagens são produzidas um ponto de cada vez em um padrão de grade. Microscopia eletrônica de transmissão (MET ou TEM) Utiliza um feixe de elétrons que passam através de uma amostra fino cortado de modo a formar uma imagem. Este microscópio é análogo a um microscópio de luz padrão. 25 Microscopia Eletrônica 26 Foto de um microscópio eletrônico de varredura Microscopia Eletrônica Equipamento – Canhão de elétrons Filamento de W e Cristal de LaB6 são térmicos, sob aquecimento liberam elétrons Canhão de emissão por campo, elétrons emitidos pela aplicação de um campo elétrico muito forte próximo ao filamento Aquecidos a ~2400 oC com uma ddp variando de 200 a 30 kV 27 Microscopia Eletrônica de Varredura Filamento de W Cristal de LaB6 Canhão de emissão por campo Equipamento – Canhão de elétrons 28 Microscopia Eletrônica de Varredura Equipamento – Lentes magnéticas Lente condensadora – colima o feixe determina a corrente que colide com a amostra Lente objetiva – corrigi distorções na imagem determina o tamanho do ponto final do feixe de eletróns, ou seja, ao foco no microscópio eletrônico 29 Microscopia Eletrônica de Varredura Equipamento – Lentes magnéticas 30 Uma lente condensadora é uma solenóide concebida para produzir uma distribuição de feixe de elétrons específico Microscopia Eletrônica de Varredura Equipamento – Lentes magnéticas 31 Na lente objetiva ao alterar a corrente, ocorre mudança da força do campo magnético e, por conseguinte, varia a distância focal da lente, ajustando o foco da imagem formada Microscopia Eletrônica de Varredura Equipamento 32 Microscopia Eletrônica de Varredura Representação das características principais de um microscópio eletrônico de varredura Preparação da amostra 33 Microscopia Eletrônica de Varredura • Não tem um porta-amostra padrão • Geralmente feito de latão, cobre ou alumínio Preparação da amostra Para uma amostra condutora: fixação ao porta-amostras Para amostra não condutora: sputtering de ouro e fixação no porta-amostras 34 Microscopia Eletrônica de Varredura Interação do feixe com a amostra 35 Feixe de e- Simulações de Monte Carlo para trajetórias de 100 elétrons Microscopia Eletrônica de Varredura Interação do feixe com a amostra Efeito da voltagem de aceleração do feixe de elétrons 36 Simulação utilizando a fórmula de Kanaya-Okayama Microscopia Eletrônica de Varredura Interação do feixe com a amostra Efeito número atômico 37 Ferro Z = 26 Carbono Z = 6 Microscopia Eletrônica de Varredura Interação do feixe com a amostra – Origem dos sinais 38 Microscopia Eletrônica de Varredura Profundidade e- secundários: 1 nm para os metais e 10 nm para o carbono Interação do feixe com a amostra – Origem dos sinais 39 e- + e- +Energia do feixe de elétron transferida para o átomo Espalhamento inelástico Espalhamento elástico Um elétron é removido (secundário) Elétron muda de trajetória (retroespalhado) Microscopia Eletrônica de Varredura Detecção dos elétrons 40 Microscopia Eletrônica de Varredura Microscopia Eletrônica de Varredura - Profa. Ana Maria Maliska - UFSC Interação do feixe com a amostra – Origem dos sinais Elétrons secundários (ES) São elétrons da amostra que foram ejetados a partir da interação do feixe primário. São elétrons de baixa energia (< 50 eV), em função da baixa energia são capazes de escapar somente de uma região muito rasa (< 0,50 µm) da superfície da amostra Oferecem a melhor resolução de imagem, este tipo de imagem fornece informações sobre a topografia da amostra: picos são brilhantes e vales são escuros 41 Microscopia Eletrônica de Varredura https://www.youtube.com/watch?v=bfSp8r-YRw0 Contraste Topográfico Contraste topográfico surge porque a geração de ES depende do ângulo de incidência formado entre o feixe e amostra. Região Clara Região escura 42 Interação do feixe com a amostra – Origem dos sinais Elétrons retroespalhados (ER): Elétrons do feixe primário ejetados da amostra após choques elásticos com o núcleo dos átomos que compõem o material Elevada energia: 50 eV até à tensão de aceleração do feixe, resulta em um maior volume de interação na amostra (1 a 3 µm), reduzindo a resolução Fornece informação sobre a composição química: o contraste é resultado das diferenças de número atômico na amostra, maior número atômico retroespalham mais gerando áreas mais brilhantes nas imagens. 43 Microscopia Eletrônica de Varredura Diferentes tipos de imagens 44 Microscopia Eletrônica de Varredura Imagem obtida com ES Imagem obtida com ER Contraste dos grãos é muito semelhante. Imagem com profundidade de campo maior. Contraste diferentes dos grãos fornece informação sobre a composição Silício Titânio Diferentes tipos de imagens 45 Microscopia Eletrônica de Varredura Defeito em um dispositivo semicondutor, MEV detectou uma fibra de óxido presa Cristais de óxido de molibidênio Contraste topográfico (ES) Diferentes tipos de imagens 46 Microscopia Eletrônica de Varredura Contraste por número atômico (ER) Fase rica em nióbio (contraste brilhante) dispersos em uma matriz de alumina (contraste escuro). Diferentes camadas de pintura automotiva Exemplos 48 Microscopia Eletrônica de Varredura Apostila de Materiais elétricos, Profª Nora Díaz Mora, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Capítulo 5 Micrografias obtidas por MEV: (a) Cristais de fosfato e (b) fibras de vidro em matriz de baquelite. Exemplos 49 Microscopia Eletrônica de Varredura Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n° 1, p. 12-18, 2006 Estruturas Porosas de Poli(3-hidroxibutirato) Micrografias da superfície de fratura criogênica das estruturas porosas de P(3HB) nas três faixas granulométricas 38-53µm (a),53-75µm (b) e 75-150µm (c). Exemplos 50 Microscopia Eletrônica de Varredura Inserção de lítio em rede de grafeno poroso Figure 5 | Cross-sectional scanning electron microscopy characterization of the pore structure of the lithiated and delithiated PGN.(a) Crosssection SEM image of a completely lithiated PGN. The pores are visibly filled up and blocked by lithium metal. However, no dendritic projections could be observed. Inset shows a zoomed in image of the cross-section. (b) Cross-section SEM image of a completely delithiated PGN anode. The pores in this case have opened up once again, indicating that the plated lithium is indeed confined within these pores and that the lithiation– elithiation process is highly reversible. Inset shows a zoomed in image of the cross-section. The scale bar in (a) is 1mm and in (b) it is 2mm. The scale bars in the insets of (a) and (b) are both 200 nm ba NATURE COMMUNICATIONS| 5:3710 | DOI: 10.1038/ncomms4710 www.nature.com/naturecommunications Análise de composição Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) É uma análise de espectroscopia que usa raios- X característicos emitidos pela amostra Usualmente está acoplada em microscópios eletrônicos de varredura Técnica não destrutiva Analisa a área de 1 µm, com precisão de até 1% 52 Microscopia Eletrônica de Varredura Análise de composição 53 Microscopia Eletrônica de Varredura Raios-x contínuo Raios-x característico Radiação de fundo Indica os elementos presentes na amostra Análise de composição 54 Microscopia Eletrônica de Varredura EDS obtido em um grão magnetita de titânio retirada de basalto co u n ts Kev Análise de composição 55 Microscopia Eletrônica de Varredura • Os picos detectados no espectro indicam os elementos presentes na amostra • A intensidade dos picos estão associados com a concentração do elemento (“semi-quantitativa”) Análise de composição 56 Microscopia Eletrônica de Varredura Análise de composição - Mapeamento 57 Microscopia Eletrônica de Varredura Mapeamento da borda de grão na liga Al90.5Si9Zr0.5 Análise de composição - Mapeamento 58 Microscopia Eletrônica de Varredura Jong Moon Yoon et al 2012 Nanotechnology 23 255301 doi:10.1088/0957-4484/23/25/255301 MET 62 Foto de um microscópio eletrônico de transmissão Microscopia Eletrônica de Transmissão 63 Microscopia Eletrônica de Transmissão Equipamento Características principais de um microscópio de luz e microscópio eletrônico de transmissão 64 Espóros de Antrax Esferas de Látex Microscopia Eletrônica Amostra Requisitos da amostra Suficientemente fina para os elétrons atravessarem (~100 nm) Estável sob bombardeamento de elétrons em alto vácuo Encaixar no suporte de amostras (por exemplo, < 3 mm de diâmetro) Preparação de amostras não deve alterar a estrutura desta a um nível observável com o microscópio Diferentes métodos existem, pesquisa o apropriado para a sua amostra 65 Microscopia Eletrônica de Transmissão Preparação da amostra (biológicas, poliméricas, compósitos) Fixação do material, geralmente com glutaraldeído (agente reticulante de moléculas de proteína) e tetróxido de ósmio (estabilizador de membranas) Desidratação da amostra Fixação com resina para polimerização em um bloco sólido, sem esta estrutura a amostra colapsaria em alto vácuo Corte da amostra: utilização de um equipamento ultramicrótomo, para produzir amostras com seção de 15 – 100 nm de espessura As amostras delgadas obtidas são colocadas em reticulados metálicos e recobertas com filme fino polimérico para observação no microscópio 66 Microscopia Eletrônica de Transmissão Preparação da amostra - Ultramicrotomia 67 Microscopia Eletrônica de Transmissão Preparação da amostra - Ultramicrotomia 68 Microscopia Eletrônica de Transmissão Formação da imagem Microscopia Eletrônica de Transmissão Amostra Feixe de elétrons Elétrons retroespalhados Elétrons secundários Elétrons Auger Raios-X e luminescência Volume de interação Elétrons não espalhados Elétrons após espalhamento elástico Elétrons após espalhamento inelástico Elétrons transmitidos 70 Microscopia Eletrônica de Transmissão http://www.hk-phy.org/atomic_world/tem/tem04_e.html Formação da imagem 71 Formação da imagem Elétrons não espalhados A quantidade de elétrons é inversamente proporcional à espessura da amostra. Áreas que são mais espessas tem menos elétrons transmitidos, aparecem mais escura, inversamente, asáreas mais finas aparecerem mais claras Elétrons após espalhamento elástico Têm a mesma energia (assim comprimento de onda) e atingem a amostra em ângulo normal à sua superfície. Se espalhados por centros com o mesmo espaçamento atômico terão o mesmo ângulo. Formam um padrão pontual de difração para cada plano. Gerando informação sobre a orientação, arranjos atômicos e fases presentes na área examinada Elétrons após espalhamento inelástico Espectroscopia de perda de energia de elétrons e Kikuchi Bands Microscopia Eletrônica de Transmissão 72 https://www.youtube.com/watch?v=fQJYuTpK8Fs Cristais de Gibbsita (sobreposição aparece escura) Microscopia Eletrônica de Transmissão 73 Descoberta dos Nanotubos de Carbono S. Iijima, Nature 354, 56 (1991). Microscopia Eletrônica de Transmissão 74 JA Scholl et al. Nature 483, 421-427 (2012) doi:10.1038/nature10904 Microscopia Eletrônica de Transmissão Aberration-corrected TEM images of silver nanoparticles synthesized free of stabilizing ligands Particles with diameters of 2 nm (a), 3 nm (b), 4.5 nm (c), 6 nm (d), 7.5 nm (e), 9 nm (f), 10.5 nm (g), and 12 nm (h) are shown. 75 J.Phys.Chem.Lett. 2012, 3, 2352−2356 Microscopia Eletrônica de Transmissão Characterization of pyrite FeS2 nanocrystals. (a) TEM image of a field of pyrite FeS2 nanocrystals. (b) High-resolution TEM image of a single pyrite nanocrystal, showing crystallinity 76 http://www.cytodiagnostics.com/store/pc/Nanobeads-100nm-500nm-c248.htm Microscopia Eletrônica de Transmissão Transmission Electron Microscope (TEM) image of carboxylated polystyrene microspheres with an average diameter of 200nm (left) and 500nm (right). 77 Xia X et al. PNAS 2013;110:6669-6673 Microscopia Eletrônica de Transmissão Four distinctive types of Pd nanocrystals that were obtained at different reaction temperatures. TEM images of Pd nanocrystals prepared using the standard procedure except for the variation in reaction temperature: (A) 0, (B) 22, (C) 50, and (D) 75 °C. [Scale bar (applies to all images), 50 nm.] Insets show TEM images of individual nanocrystals at a higher magnification. [Scale bar (applies to all Insets), 5 nm.] 78 Microscopia Eletrônica de Transmissão 79 (a) TEM image of Pt-Ni nanoparticles (b) HRTEM image of Pt-Ni nanoparticles (c) TEM image of nanoporous Pt-Ni alloys (d) HRTEM image of nanoporous Pt-Ni alloys SCIENTIFIC REPORTS | 1 : 37 | DOI: 10.1038/srep00037 M.O.: ➢ 2.000x ➢ 0,5 µm MEV: ➢ 10 a 150.000x ➢ 0,02 µm MET: ➢ 500.000x ➢ 0,0002 µm 94 Microscopia Eletrônica
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