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Trabalho de Psicologia Geral Experimental

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP – BRASÍLIA-DF
PSICOLOGIA GERAL EXPERIMENTAL
PROFESSORA: xxx
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS
xxxxx
BRASÍLIA
2017
1 INTRODUÇÃO
1.1 O QUE É ANÁLISE DO COMPORTAMENTO?
Para Baum William M. (2006) análise do comportamento é uma abordagem psicológica baseada na filosofia da ciência do comportamento, behaviorismo, tendo como um dos seus principais fundadores e teóricos B.F. Skinner. A análise do comportamento trabalha com as premissas do behaviorismo radical de que é possível uma ciência do comportamento, o que significa que, segundo os behavioristas, o comportamento é ordenado e obedece a uma série de critérios, podendo ser explicado, previsto e controlado, desde que para isso, tenham os dados e os meios necessários. Para os behavioristas o comportamento precisa ser estudado obedecendo a todos os critérios rigorosos aos quais são submetidas as áreas do conhecimento com pretensão cientifica.
Para o behaviorismo radical de B.F. Skinner em Baum William M. (2006) existem três fatores importantes que podem determinar o comportamento; filogenia (histórico genético e evolutivo da espécie), ontologia (histórico de aprendizado individual) e cultura (histórico do meio social ao qual pertence). Portanto, para se ter uma análise completa do comportamento de um determinado indivíduo, segundo os critérios da análise do comportamento, é preciso levar em conta esses três itens citados acima denominados contingentes.
1.2 PRINCIPAIS CONCEITOS
Para Moreira e Medeiros (2007) o reforço positivo é um dos conceitos da análise do comportamento, e sua definição consiste em ao acrescentarmos estímulos ao ambiente, faremos com que determinado comportamento volte a acontecer e se torne mais frequente. Exemplificando, quando se tem uma resposta positiva como consequência de determinado comportamento, as chances desse comportamento se manter são mais altas. No reforço negativo é retirado algum estímulo aversivo do ambiente para que o comportamento volte a ocorrer. Dentro do reforço negativo podemos encontrar conceitos como fuga, que é quando o estímulo aversivo já encontra no ambiente e então o indivíduo se comporta de maneira a livrar-se dele, e a esquiva, que é quando o estimulo não está no ambiente, porém o indivíduo comporta-se de maneira a evitar que ele apareça.
Para Moreira e Medeiros (2007) quando é acrescentado algum estímulo aversivo no ambiente para que determinado comportamento não volte a ocorrer chamamos isso de punição positiva. Por exemplo, quando uma criança faz birra e sua mãe a repreende física ou verbalmente para que o comportamento de birra cesse. A repressão é um estímulo aversivo. O conceito de punição negativa é identificado quando um estímulo é retirado do ambiente para que determinado comportamento cesse. Por exemplo, quando a criança tira notas ruins na escola e seus pais decidem, como punição, retirar seus videogames ou computadores.
1.2.1 NÍVEL OPERANTE
De acordo com Moreira e Medeiros (2007) caracterizamos como nível operante determinado repertório comportamental de um sujeito que ainda não tenha sofrido nenhum tipo de manipulação experimental, ou condicionamento. 
1.2.2 MODELAGEM
Para Moreira e Medeiros (2007) modelagem é um conceito no qual se pratica um processo de reforçamento e aproximações sucessivas, onde determinado comportamento é incentivado através do reforçamento diferencial, ou seja, através do reforço positivo de imediato para comportamentos próximos ao comportamento alvo. Se obtém máxima eficácia no condicionamento de um novo comportamento quando o reforço a ele é dado o mais rápido possível após o sujeito o manifestar.
1.2.3 REFORÇAMENTO CONTÍNUO
De acordo com Moreira e Medeiros (2007) reforçamento contínuo é o conceito no qual determinado comportamento é mantido através de esquemas de reforçamento, ou seja, do reforçamento das respostas a estímulos emitidos pelo organismo. Se para cada comportamento tem-se um reforço, há o esquema de reforçamento denominado reforçamento contínuo (CRF). 
Podemos tomar como exemplo um simples comportamento de abrir uma torneira. Se sabemos que ao abrir uma torneira teremos o que desejamos no momento, que no caso seria água, continuaremos a manifestar o comportamento de abrir uma torneira todas as vezes que desejarmos água.
1.2.4 EXTINÇÃO
Em Moreira e Medeiros (2007) o conceito de extinção é dividido em extinção respondente e extinção operante. A extinção respondente ocorre quando o estímulo condicionado é apresentado diversas vezes sem o estímulo incondicionado. Dessa forma o estímulo condicionado para de eliciar a resposta que foi modelada com o emparelhamento dos estímulos. 
Na extinção operante, a extinção ocorre quando o estímulo reforçador é cessado. O comportamento tender diminuir gradativamente. No início do processo de extinção pode ocorrer uma resistência do sujeito, pois de acordo com Moreira e Medeiros (2007) dependendo da história da aprendizagem do indivíduo, ele pode ter mais ou menos resistência a extinção.
2 OBJETIVO DO TRABALHO
O objetivo deste trabalho consiste na realização de observações e procedimentos de manipulação experimental com o sujeito rato virtual emulado pelo programa Sniffy Pro para a apresentação de resultados sob óptica dos conceitos da análise do comportamento. 
3 MÉTODO
3.1 SUJEITO DO TRABALHO	
O sujeito utilizado para a realização deste trabalho é o rato virtual emulado pelo programa Sniffy Pro. Para Tom Alloway, Greg Wilson e Jeff Graham (2006) o Sniffy Pro se trata de um programa de computador projetado para simular a caixa de Skinner e com isso reproduzir da forma mais fiel possível os principais conceitos de condicionamento clássico e operante relacionados à análise do comportamento, e tem como objetivo servir de objeto de estudo e introdução ao ensino da análise do comportamento.
3.2 LOCAL
Todos os procedimentos necessários para a realização deste trabalho foram realizados através do programa de computador Sniffy Pro nos computadores do laboratório de informática disponibilizados pela instituição de ensino Universidade Paulista (UNIP).
3.3 MATERIAL
Para a realização deste trabalho foram utilizadas canetas, cronômetro digitais (celular), fones de ouvido, computadores cedidos pelo laboratório da instituição de ensino Universidade Paulista (UNIP) e fichas de registro disponibilizadas via e-mail pela professora e orientadora da disciplina Marcela Abreu.
3.4 PROCEDIMENTO
O procedimento para a realização deste trabalho contou com a participação de três alunos e cada um deles esteve responsável por uma tarefa específica afim de facilitar e tornar os métodos de observação e registro mais eficazes. As observações foram realizadas minuto a minuto de forma criteriosa e registradas em suas respectivas Folhas de Registros com a ajuda de um cronômetro digital e de acordo com o momento em que ocorreram.
Os alunos envolvidos neste trabalho serão nomeados como; ALUNO 1, ALUNO 2 e ALUNO 3. Nomearemos as fichas utilizadas para o registro das informações como; Folha de Registro Nível Operante (Anexo 1), Folha de Registro CRF (Anexo 2) e Folha de Registro Extinção (Anexo 3),
3.4.1 TREINO AO COMEDOURO E MODELAGEM
Para iniciar a fase de treino ao comedouro e modelagem foi necessário realizar as seguintes configurações no programa Sniffy Pro; com o programa já em execução, clicar em File, Open para buscar o arquivo que fora gerado e salvo via e-mail na observação de nível operante. Em seguida clicar em Experiment e Design Operant Experiment para concluir as configurações e iniciar a pratica de treino ao comedouro e modelagem.
O processo de treino ao comedouro consistia em estabelecer um estímulo discriminativo e um reforçador condicionado, ou seja, esperamos que o rato virtual se aproximasse do comedouro e então liberávamos várias vezes (de 10 a 15) a comida, em várias sessões, afim de estabelecer uma associação do som produzido pela pressão à barra com a comida liberada.
Para observar se houve de fato um processo de associação e treino ao comedouro satisfatório, esperamos que o rato virtual, após várias sessões de reforçamento, se afastasse um pouco do comedouro, para que então pressionássemos novamente a barra para produzir o som, e desta maneira fazer com que o rato voltasse até o comedouro.
Para modelar o comportamento do rato virtual, nos foi orientado, de acordo com o processo teórico de modelagem em Moreira e Medeiros (2007), a escolher uma topografia para iniciar o processo de reforçamento diferencial. Escolhemos topografias que gradativamente se aproximariam do nosso objetivo final, que seria o comportamento de apertar o botão sozinho para receber alimento. Se o rato viesse, em algum momento, pressionar a barra sozinho, teríamos então que esperar um período de um minuto para observar se ele não pudesse voltar a pressionar a barra, caso contrário, daríamos continuidade ao processo de modelagem descrito abaixo. Cada um dos processos descritos abaixo foi feito de 15 a 20 vezes antes que pudessem ser avançados para as próximas etapas.
O primeiro comportamento que começamos a reforçar foi o comportamento de levantar-se, ou seja, não liberamos comida para o rato virtual para nenhum outro comportamento se não o de se levantar-se. Reforçamos de 10 a 15 vezes sucessivas o comportamento de levantar-se.
O segundo comportamento que reforçamos para que o objetivo de modelagem pudesse ter continuidade, foi o de levantar-se apenas na parede em que se encontrava a barra a ser pressionada. Reforçamos de 10 a 15 vezes sucessivas o comportamento de levantar-se na parede em que se encontrava a barra.
O terceiro comportamento que reforçamos foi o comportamento de levantar-se apenas na parede e próximo à barra. Ou seja, todas as vezes em que o rato virtual se levantou na parede e próximo à barra, nós reforçamos de 15 a 20 vezes sucessivas.
A próxima etapa, após reforçar apenas o comportamento de levantar-se aproximo a barra, foi deixar que o sujeito rato virtual pressionasse sozinho, para que dessa maneira ele aprendesse pressionar a barra para ganhar comida. Após a pressão à barra pelo rato virtual teríamos que esperar um minuto para observar se ele não pudesse retornar a pressionar. Caso isso não acontecesse, seria preciso retornar à terceira etapa, e assim faríamos com todas as etapas que pudessem vir a falhar no processo de modelagem.
Ao final de todo o processo de treino ao comedouro e modelagem, o arquivo foi salvo e anexado via e-mail para que pudesse, na continuidade do trabalho, ser utilizado em outras fases.
3.4.2 NÍVEL OPERANTE, CRF E EXTINÇÃO
Para a realização dos registros de observações do nível operante, CRF e extinção, observamos o rato virtual por um período de 20 minutos. O registro dos comportamentos do rato virtual foi realizado de maneira que, o ALUNO 1 observou os comportamentos de Pressionar Barra (PB), Farejar (FA), Levantar (LEV), Limpar-se (LMP) e Beber Água (BA) e os informou oralmente enquanto os outros dois integrantes ALUNO 2 e ALUNO 3 realizaram o monitoramento minuto a minuto, conforme fora estabelecido como método de observação, através do cronometro digital e o registro dos comportamentos em seus espaços apropriados nas devidas folhas de registro.
Para a observações do nível operante, o programa Sniffy Pro foi iniciado através das seguintes instruções; clicar em Experiment, em seguida selecionar a opção Design Operant Experiment e concluir as configurações marcando a opção Extinction. Com o programa configurado desta forma o rato virtual pôde estar pronto para ser observado em nível operante.
Para que os processos de observação do rato virtual pudessem ter continuidade afim de completar a realização deste trabalho, ao final das primeiras observações salvamos nosso processo no programa Sniffy Pro clicando em File, Save As, em seguida anexamos via e-mail o arquivo. Realizamos o registro do comportamento de nível operante do rato virtual na Folha de Registro Nível Operante (Anexo 1).
Para a observação da fase de reforçamento contínuo, o programa Sniffy Pro foi iniciado através das seguintes instruções; clicar em File, Open e buscar o arquivo que fora salvo na fase de treino ao comedouro e modelagem. Ao final do processo de observação da fase de reforçamento contínuo, o arquivo foi salvo e anexado via e-mail para que pudesse, mais tarde, ser utilizado no processo da fase de extinção. Realizamos o registro do reforçamento contínuo do rato virtual na Folha de Registro CRF (Anexo 2).
Para a realização da observação do processo da fase de extinção, o programa Sniffy Pro foi iniciado através das seguintes instruções; clicar em File, Open e buscar o arquivo que fora salvo na sessão de observação do CRF. Feito isso, clicar em Experiment e Design Operant Experiment. Na janela que se abrir, clicar em Extinction e Deixar a opção Mute Pellet Dispenser marcada, após isso clicar em ok. Feito isso, todos os reforçadores foram cessados e o processo de observação pôde ser iniciado. Realizamos o registro do reforçamento contínuo do rato virtual na Folha de Registro de Extinção (Anexo 3).
4 RESULTADOS
4.1 NÍVEL OPERANTE
Figura 1 – Respostas acumuladas observadas durante a fase de nível operante por um período de 20 minutos. 
Durante a observação de 20 minutos da fase de Nível Operante (NO), o sujeito (rato virtual) apresentou uma frequência acumulada de Pressão à Barra (PB) de 7, Farejar (FAR) de 138, Levantar (LEV) de 66, Limpar-se (LMP) 170 e Beber Água (BA) de 2.
4.2 TREINO AO COMEDOURO E MODELAGEM
Após o bem-sucedido processo de treino ao comedouro, o rato virtual passou a estabelecer uma associação do som da pressão à barra com a liberação de comida, ou seja, passou a estar condicionado, de forma se aproximava do comedouro para comer sempre que ouvia o som produzido pela pressão à barra. Ao final do processo de modelagem o rato virtual finalmente aprendeu a pressionar a barra para ganhar comida, consolidando um esquema de comportamento através do reforçamento contínuo, de acordo com o previsto teoricamente em Moreira e Medeiros (2007).
4.3 REFORÇAMENTO CONTÍNUO
Figura 2 – Respostas acumuladas observadas durante o reforçamento contínuo (CRF) por um período de 20 minutos.
Durante a observação de 20 minutos da fase de Reforçamento Contínuo (CRF), o sujeito (rato virtual) apresentou uma frequência acumulada de Pressão à Barra (PB) de 278, Farejar (FAR) de 30, Levantar (LEV) de 14, Limpar-se (LMP) 59 e Beber Água (BA) de 4.
4.4 EXTINÇÃO
Figura 3 – Respostas acumuladas observadas durante o processo de extinção por um período de 20 minutos.
Durante a observação de 20 minutos do processo de extinção, o sujeito (rato virtual) apresentou uma frequência acumulada de Pressão à Barra (PB) de 100, Farejar (FAR) de 145, Levantar (LEV) de 68, Limpar-se (LMP) 178 e Beber Água (BA) de 2.
5 DISCUSSÃO
Foi registrado em figura 1 que a frequência acumulada de pressão à barra por um período de 20 minutos do rato virtual em sua fase de nível operante foi de 7, porém após realizados os procedimentos de treino ao comedouro e modelagem, a frequência acumulada de pressão à barra registrada no nível de reforçamento contínuo, em figura 2, por um período de 20 minutos foi de 278, apresentando desta maneira um aumento significativo em sua frequência acumulada de pressão à barra e corroborando as predições teóricas sobre a aprendizagem de novos comportamentos pela prática da modelagem. Podemos através disto confirmar o que foi teoricamente previsto por B.F Skinner em Moreira e Medeiros (2007) acerca dos conceitos modelagem e reforçamento contínuo.
Após os procedimentos de modelagem e registro de seus resultados, foi realizado o processo de extinção, que consiste na suspensão dos reforços. O rato virtual, após o processo de modelagem se encontrava em reforçamento contínuo, ou seja, sempre que pressionava a barra ganhava alimento. Para o procedimento de extinção, nós suspendemos o reforço fazendo com que ao pressionar a barra nenhum alimento
fosse liberado. Constatamos após a coleta de dados com base em nossas observações e registrado em figura 3 que, conforme foi previsto teoricamente em Moreira e Medeiros (2007), o comportamento de pressionar a barra foi extinguindo-se aos poucos, diminuindo significantemente até praticamente extinguir-se. Esses números registrados representam uma redução significativa do comportamento de pressionar a barra, fazendo com que sua frequência fosse menor que os demais comportamentos considerados inatos de farejar e limpar-se. Através da grande frequência de pressão à barra registradas nos 10 primeiros minutos de observação, e da baixa frequência nos outros 10 minutos restantes, identificamos, como previsto teoricamente em Moreira e Medeiros (2007), o fenômeno descrito como resistência a extinção.
6 REFERÊNCIAS
BAUM, W. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 312p.
ALLOWAY, T.; WILSON, G.; GRAHAM J. Sniffy, o rato virtual : versão 2.0. – São Paulo: Thompson learning, 2006.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. 240 p.

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