Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
GABARITO DA 2a PROVA DE FUNDAMENTOS DE MECAˆNICA – 27/10/2018 – 10:00–11:45 Leia a prova TODA com ATENC¸A˜O antes de iniciar sua resoluc¸a˜o. Na˜o deˆ resposta nenhuma sem justificativa! Organize bem sua prova e indique claramente a que questa˜o se refere seu racioc´ınio. As notas sera˜o dadas em 100 pontos e depois normalizadas ao valor correto da prova para sua turma. Parte A - Questo˜es (sugesta˜o de valor: 40 pontos; 10 pontos por questa˜o Nota: seu professor pode atribuir outros valores, diferentes dos sugeridos!): Em cada questa˜o ha´ a descric¸a˜o de uma situac¸a˜o, seguida de algumas concluso˜es. Afirme se essas concluso˜es sa˜o verdadeiras ou falsas, justificando suas respostas em todas elas, se poss´ıvel com equac¸o˜es explicando seu racioc´ınio. Q1. Um objeto de massa m na superf´ıcie da Terra (acelerac¸a˜o da gravidade constante e igual a g) e´ preso por uma corda que o faz descrever uma trajeto´ria circular vertical de raio R. Desprezando a resisteˆncia do ar, podemos concluir que o trabalho realizado pela forc¸a resultante no objeto quando ele vai da posic¸a˜o mais baixa da trajeto´ria ate´ a posic¸a˜o mais alta e´ igual a −mg2R. VERDADEIRO. O trabalho da forc¸a resultante e´ o trabalho l´ıquido, ou seja, e´ o trabalho da forc¸a resultante, soma vetorial de todas as forc¸as, que e´ igual a` soma dos trabalhos individuais dessas forc¸as. Portanto, o trabalho da forc¸a resultante e´ a soma do trabalho da forc¸a peso com o trabalho da tensa˜o na corda, as u´nicas forc¸as que atuam no objeto, se a resisteˆncia do ar e´ desprezada. O trabalho da tensa˜o, nesse caso, e´ sempre nulo, pois ela e´ perpendicular ao deslocamento do objeto. O trabalho da forc¸a peso e´ independente do caminho e proporcional a` variac¸a˜o da altura. Ao ir da posic¸a˜o mais baixa para a mais alta, o deslocamento do objeto aponta para cima enquanto o peso aponta para baixo e, pela definic¸a˜o de trabalho, o trabalho sera´ negativo e valera´ −mgh = −mg(2R). Q2. Um bloco preso a uma mola esta´ oscilando em uma trajeto´ria retil´ınea sobre uma superf´ıcie hori- zontal sem atrito, de modo que a mola e´ comprimida e depois estendida ciclicamente. Na posic¸a˜o do objeto em que a mola esta´ relaxada, em seu comprimento natural, pode-se concluir que tanto a energia cine´tica como tambe´m o mo´dulo da acelerac¸a˜o do objeto sa˜o ma´ximos. FALSO. As forc¸as que atuam no bloco sa˜o seu peso, a mola e a normal fornecida pela superf´ıcie, pois na˜o existe atrito. A normal, nesse caso, e´ sempre perpendicular ao deslocamento do bloco e na˜o realiza trabalho. Portanto, como o trabalho de forc¸as na˜o-conservativas e´ nulo, na˜o ha´ variac¸a˜o de energia mecaˆnica nesse problema. A energia armazenada na mola e´ dada por 1 2 kx2, onde x e´ a elongac¸a˜o da mola, ou seja, o tanto que esta´ afastada de seu comprimento natural (comprimida ou estirada). Ao passar pela posic¸a˜o onde a mola esta´ em seu comprimento natural, a energia cine´tica do bloco e´ realmente ma´xima, pois a energia potencial da mola a´ı e´ mı´nima (nula) e a energia mecaˆnica do sistema e´ constante, uma vez que na˜o existem forc¸as dissipativas. Pore´m o mo´dulo da acelerac¸a˜o e´ mı´nimo quando a mola esta´ em seu comprimento natural, pois nessa posic¸a˜o o mo´dulo da forc¸a que faz e´ mı´nimo. Q3. Duas moc¸as esta˜o inicialmente paradas de patins sobre uma superf´ıcie horizontal de gelo (sem atrito). Fulana joga uma bola para Sicrana que devolve a bola em seguida para Fulana que agarra a bola, ficando com ela. Apo´s a ida e volta da bola conclui-se que as duas continuam paradas, pois a energia mecaˆnica do sistema deve se conservar. FALSO. Por ocasia˜o do primeiro lanc¸amento da bola a primeira garota fez trabalho positivo sobre a bola e a bola fez trabalho positivo sobre a moc¸a. Ao pegar a bola, a segunda moc¸a sofre um trabalho, tambe´m positivo, e faz um trabalho negativo na bola que, entretanto, na˜o consegue para´-la totalmente (ambas teˆm que possuir velocidade juntas, pela conservac¸a˜o de quantidade de movimento linear). Quando esta moc¸a lanc¸a a bola de volta, ha´ realizac¸a˜o de trabalhos positivos de novo no lanc¸amento, e quando a primeira moc¸a pega a bola de volta, tambe´m sofre um trabalho positivo e faz um trabalho negativo na bola, pore´m pequeno. Portanto, ha´ uma contribuic¸a˜o l´ıquida positiva para o trabalho e, consequentemente, havera´ variac¸a˜o de energia cine´tica. Ale´m do mais, as forc¸as que as moc¸as fazem na bola na˜o sa˜o conservativas, e, como realizam trabalho, esse trabalho sera´ a variac¸a˜o da energia mecaˆnica do sistema. Entretanto, por na˜o haver atrito, na˜o ha´ forc¸as externas na horizontal e a velocidade do centro de massa do sistema fica constante o tempo todo. Como todas as partes do sistema estavam paradas antes dos lanc¸amentos, o centro de massa continua parado depois deles, mas as moc¸as se afastam dele, uma para cada lado. A energia mecaˆnica, que antes era nula, agora e´ maior que zero pelo movimento final das duas. A energia potencial gravitacional na˜o muda, pois as alturas na˜o mudam no processo. Q4. Um avia˜o esta´ se movimentando com velocidade constante numa regia˜o com acelerac¸a˜o da gravidade igual a g, quando explode no ar em va´rios pedac¸os. Apo´s a explosa˜o, mas antes que qualquer pedac¸o do avia˜o caia no cha˜o, conclui-se que a acelerac¸a˜o do centro de massa do sistema formado por todos os pedac¸os do avia˜o e´ igual a acelerac¸a˜o da gravidade, g. (Desprezar efeitos do atrito com o ar). VERDADEIRO. Apo´s a explosa˜o, cada pedac¸o fica sujeito a´ acelerac¸a˜o da gravidade. Por definic¸a˜o. a acelerac¸a˜o do centro de massa de um sistema constitu´ıdo de N partes e´ ~aCM = N∑ i=1 mi~ai N∑ i=1 mi . Como a acelerac¸a˜o de todas as partes, enquanto elas esta˜o em queda livre, e´ a da gravidade, a definic¸a˜o acima mostra que a acelerac¸a˜o do centro de massa sera´ igual a` da gravidade. Parte B - Problemas (valor sugerido 60 pontos, 20 pontos por problema) P1– (sugesta˜o 24 pontos, 10:00–11:45) Uma bomba de imersa˜o esta´ num reservato´rio de a´gua. Ela bombeia a´gua de uma profundidade h, onde a a´gua esta´ parada, e a ejeta com velocidade V fazendo um aˆngulo θ com a horizontal em um sistema de irrigac¸a˜o. Estima-se que 10% (dez por cento) do trabalho da bomba seja gasto para vencer forc¸as dissipativas, como atrito nas partes internas, resisteˆncia nos canos, etc. Podem, enta˜o, realizar trabalho a bomba, a gravidade e as forc¸as de resisteˆncia. A bomba consegue, nessas condic¸o˜es, bombear uma massa M de a´gua num tempo T . Deˆ suas respostas em termos de h, M , g, V , θ e T , que julgar necessa´rias: P1.1– Use o Teorema que diz que o “Trabalho Total e´ igual a` variac¸a˜o de Energia Cine´tica” para encontrar a trabalho realizado pela bomba para levar uma massa M de a´gua desde o ponto onde e´ captada ate´ fazeˆ-la jorrar com velocidade V na superf´ıcie do reservato´rio, como na figura. Se a bomba faz isso no tempo T , estime sua poteˆncia me´dia. P1.2– Determine a altura ma´xima atingida pelo jato de a´gua, H , em relac¸a˜o ao ponto onde e´ ejetada. P1.3– Calcule a poteˆncia me´dia da forc¸a peso atuando numa massa M de a´gua desde o momento em que e´ sugada ate´ o momento em que a a´gua esta´ na superf´ıcie do reservato´rio, onde e´ esguichada. V h H D θ Soluc¸a˜o P1.1– O Teorema diz que o trabalho total realizado sobre um sistema e´ igual a` variac¸a˜o de energia cine´tica do mesmo. Nesse problema podem realizar trabalho a bomba, a gravidade e as forc¸as de re- sisteˆncia. O enunciado diz que o trabalho dos forc¸as de resisteˆncia corresponde a 10% do trabalho da bomba e retira energia do sistema, Portanto, Wtotal = Wbomba +Wgravidade +Wresist. Quando a bomba faz subir de uma altura h uma certa quantidade M de a´gua, a gravidade exerce um trabalho fa´cil de calcular, Wgravidade = −Mgh. A massa M estava parada e sai com velocidade V ao final do trajeto, e sua variac¸a˜o de energia cine´tica e´ ∆Ecin = 1 2 MV 2. Portanto Wtotal =Wbomba + (−0, 1Wbomba) + (−Mgh) = ∆Ecin = 1 2 MV 2, (1) de onde se tira que 0, 9Wbomba = 1 2 MV 2 +Mgh, ou Wbomba = 1 0, 9 ( 1 2 MV 2 +Mgh ) . (2) Se a bomba consegue fazer isso num tempo T , a poteˆncia me´dia desenvolvida por ela e´ Pot = Wbomba T . P1.2– Pode-se encontrar a altura por (A) Leis de Newton e cinema´tica, (B) usando-se novamente o teorema ”Trabalho Total igual a` variac¸a˜o de Energia cine´tica“, ou (C) usando-se conservac¸a˜o de energia mecaˆnica. Todos os treˆs racioc´ınios resultam em H = V 2 sen2θ 2g P1.3– Para calcular a poteˆncia me´dia do peso, basta dividir o trabalho realizado pelo peso pelo tempo gasto para realiza´-lo. Enquanto a massaM de a´gua sobe a altura h, o trabalho realizado pelo peso, calculado na parte anterior, foi −Mgh, que, dividido pelo tempo T em que foi realizado, Potpeso = −MghT . O sinal negativo diz que o peso atrapalha a bomba e retira boa parte de sua energia, no seu trabalho de elevar e acelerar a a´gua. P2– (sugesta˜o 24 pontos, 10:00–11:45) Um bloco de massa m esta´ sobre uma mesa horizontal sem atrito e gira no plano horizontal da mesa, em torno de um eixo vertical, em movimento circular uniforme com velocidade tangencial V , preso a uma mola de constante ela´stica k. O comprimento total da mola (e portanto o raio do c´ırculo descrito pelo bloco) e´ dado por L+ x, onde L e´ o comprimento natural da mola e x sua elongac¸a˜o. P2.1– Determine o valor da elongac¸a˜o da mola, x, em func¸a˜o dos paraˆmetros dados (m, V , k, L). P2.2– Determine a energia mecaˆnica total do sistema em relac¸a˜o ao n´ıvel (altura) da mesa, em func¸a˜o somente dos paraˆmetros dados (m, V , k, L). P2.3– Explique porque a poteˆncia instantaˆnea da forc¸a ela´stica da mola e´, nesse caso, igual a zero. Soluc¸a˜o P2.1– Trata-se de um movimento circular uniforme, no qual a velocidade tangencial e´ constante igual a V . Esse movimento e´ acelerado e, portanto, necessita ter uma forc¸a centr´ıpeta. A mola esta´ esticada de um certo x e posicionada toda na horizontal. Portanto, nem o peso e nem a normal contribuem para essa forc¸a, que e´ so´ devida a` mola e o mo´dulo dessa forc¸a e´ Fmola = kx. Entretanto, qualquer movimento circular possui a acelerac¸a˜o centr´ıpeta dada por acentrip = V 2 R e, enta˜o, a forc¸a centr´ıpeta e´, tambe´m, igual a mV 2 R . Como o raio do movimento e´ R = L+ x, temos kx = m V 2 L+ x (3) que pode ser escrita como kx2+kLx−mV 2 = 0, uma equac¸a˜o completa do segundo grau em x. Resolvendo (Bhaskara) x = −kL± √ k2L2 − 4k(−mV 2) 2k (4) Aqui so´ tem sentido o valor positivo de x, que vale quando a mola e´ estirada e a resposta seria x = √ k2L2 + 4kmV 2 2k − L 2 . (5) P2.2– A energia potencial armazenada na mola e´ Epot,mola = 1 2 kx2. Ale´m do mais, o movimento circular e´ plano e horizontal, portanto a altura do bloco na˜o varia. Usando a definic¸a˜o de energia mecaˆnica, que e´ a soma das energias cine´tica e potenciais, temos que Emec = 1 2 mV 2 + 1 2 kx2 + 0, (6) onde calculamos a energia potencial gravitacional (que na˜o muda) em relac¸a˜o o n´ıvel da mesa. O valor de x e´ o encontrado na Eq.(5). P2.3– A forc¸a da mola e´ a forc¸a centr´ıpeta, que e´ sempre perpendicular ao deslocamento e, tambe´m, a` velocidade, no movimento circular. A definic¸a˜o infinitesimal de trabalho de uma forc¸a ~F , e´ dW = ~F ·d~s. A definic¸a˜o de poteˆncia, e´ o trabalho realizado por unidade de tempo, ou Pot = dW dt . Usando a definic¸a˜o de velocidade, ~v = d~s dt , vemos que podemos escrever que Pot = ~F · ~v, Portanto, como a mola e´ sempre perpendicular a´ velocidade tangencial, ela na˜o realiza trabalho, pois e´ perpendicular ao deslocamento. Se na˜o realiza trabalho, sua poteˆncia e´ nula. P3– (sugesta˜o, 12 pontos, 10:00–11:45) Uma pessoa de massa M esta´ em pe´ sobre uma prancha cuja massa e´ um terc¸o da sua, M 3 , e de com- primento L que se encontra sobre uma superf´ıcie horizontal e sem atrito, ambos inicialmente em repouso em relac¸a˜o a` superf´ıcie. Em um determinado instante a pessoa caminha com velocidade constante V em relac¸a˜o a` prancha em direc¸a˜o ao outro extremo da prancha e, quando chega la´, para novamente. Deˆ suas respostas em termos de M , L, V , g (e outras varia´veis que julgar necessa´rias, com justificativa). P3.1– Enquanto a pessoa estava com a velocidade V em relac¸a˜o a` prancha, qual era a velocidade da pessoa em relac¸a˜o a` superf´ıcie? P3.2– Qual foi o deslocamento da pessoa em relac¸a˜o a` superf´ıcie, enquanto ela andou de uma extremidade a` outra da prancha? Soluc¸a˜o Sobre a pessoa atuam seu peso (vertical para baixo igual a Mg, realizado pela Terra, que sofre a reac¸a˜o), e a prancha, cuja forc¸a sobre a pessoa pode ser dividida em uma normal e uma paralela a` prancha. Obviamente a prancha sofre a reac¸a˜o da forc¸a que faz na pessoa. Sobre a prancha, ale´m da forc¸a que a pessoa faz nela (reac¸a˜o da que ela faz na pessoa), atuam o peso (vertical, para baixo, igual a Mg 3 , causado pela Terra, que sofre a reac¸a˜o) e a superf´ıcie que, pelo fato de o enunciado dizer que na˜o tem atrito, pode somente fazer uma forc¸a normal a ela (portanto, vertical e para cima, de valor N , na˜o fornecido). Se considerarmos o sistema constitu´ıdo SOMENTE pela prancha e a pessoa, na˜o existem forc¸as EXTERNAS ao sistema atuando nele na horizontal. A vantagem de considerarmos esse sistema e´ que a acelerac¸a˜o do centro de massa dele depende somente das forc¸as EXTERNAS ao sistema. Como, nesse caso, a componente das forc¸as horizontais (paralelas a` superf´ıcie) nem existem, a acelerac¸a˜o horizontal do centro de massa sera´ nula e, consequentemente, a velocidade horizontal do centro de massa do sistema na˜o pode variar, enquanto for verdade que a resultante das forc¸as EXTERNAS ao sistema for nula. P3.1– A velocidade inicial do centro de massa do sistema constitu´ıdo pela pessoa e pela prancha era nula. pois o enunciado afirma que ambos estavam inicialmente em repouso em relac¸a˜o a` superf´ıcie, Portanto, a componente horizontal velocidade do centro de massa do sistema enquanto a pessoa anda sobre a prancha, ainda em relac¸a˜o a` superf´ıcie, tem que continuar nula: VCM,inicial,hor = 0 = VCM,durante,hor = MVpes,sup,hor + M 3 Vpra,sup,hor M + M 3 = 3Vpes,sup,hor + Vpra,sup,hor 4 , (7) depois de algumas simplificac¸o˜es. O enunciado da´, pore´m, a velocidade da pessoa em relac¸a˜o a` prancha. Vpes,pra,hor=V=−Vpra,pes,hor (pois a velocidade da prancha em relac¸a˜o a` pessoa e´ o negativo da velocidade da pessoa em relac¸a˜o a` prancha), e na˜o a velocidade da pessoa em relac¸a˜o a` superf´ıcie. A relac¸a˜o entre velocidades ~Vpra,sup = ~Vpra,pes + ~Vpes,sup pode ser usada em sua componente horizontal Vpra,sup,hor = Vpra,pes,hor + Vpes,sup,hor = −Vpes,pra,hor + Vpes,sup,hor = −V + Vpes,sup,hor. (8) Substituindo o valor de Vpra,sup,hor da Eq.(8) na Eq.(7), e simplificando 0 = 3Vpes,sup,hor + (−V + Vpes,sup,hor) −→ Vpes,sup,hor = V 4 , (9) depois de resolvida a equac¸a˜o. A pessoa se movimenta em relac¸a˜o a` superf´ıcie na mesma direc¸a˜o que se movimenta em relac¸a˜o a` prancha, mas, devido a`s massas que possuem, somente com um quarto da velocidade com que se movimenta em relac¸a˜o a` prancha. P3.2– Para resolver essa parte do problema existem va´rias formas de racioc´ınio, entre elas, (A) calcula-se o tempo para a pessoa andar sobre a prancha o comprimento desta (L) com a velocidade relativa a ela (V ), o que da´ t = L V , e, com o resultado da Eq.(9), acima, o quanto essa pessoa se deslocou em relac¸a˜o a` superf´ıcie nesse tempo, ou Dpes,sup = Vpes,sup,hort = L 4 ; (B) considerando que o centro de massa estava parado inicialmente e que, como sua velocidade na˜o mudou e era nula antes de a pessoa se movimentar, sua posic¸a˜o na˜o pode mudar pelo fato de a pessoa ter se deslocado sobre a prancha. Nada foi falado acerca de posic¸o˜es iniciais, mas elas existiram. Vamos considerar a direc¸a˜o que aponta ao longo do comprimento da prancha como sendo a direc¸a˜o x, e considerar que o centro de massa da pessoa estava inicialmente em Xpes,i e o centro de massa da prancha em Xpra,i, Apo´s a pessoa se deslocar uma distaˆncia L sobre a prancha, se afastando da origem, a prancha se desloca um certo ∆X em relac¸a˜o a` origem. A nova posic¸a˜o da prancha sera´ sua posic¸a˜o inicial somada a ∆X e a nova posic¸a˜o da pessoa sera´ sua posic¸a˜o inicial somada ao comprimento da prancha (L) e ao deslocamento da prancha, pois a pessoa ainda esta´ em cima dela, somente na outra extremidade. Escrevendo as posic¸o˜es inicial e final do centro de massa do sistema e igualando XCM,inicial = MXpes,i + M 3 Xpra,i M + M 3 = XCM,final = M(Xpes,i + L+∆X) + M 3 (Xpra,i +∆X) M + M 3 (10) Resolvendo a Eq.(10), encontra-se que as posic¸o˜es iniciais desaparecem apo´s a simplificac¸a˜o, e que o deslocamento da prancha em relac¸a˜o a` superf´ıcie foi ∆X=− 3L 4 , ou seja, na direc¸a˜o oposta ao deslocamento da pessoa sobre a prancha. Como a pessoa andou para um lado, sobre a prancha, o comprimento dela, L e, no mesmo tempo, a prancha voltou 3L 4 , o deslocamento da pessoa em relac¸a˜o a` superf´ıcie foi igual ao calculado anteriormente, L 4 .
Compartilhar