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Direito civil - 6º semestre - P2

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Direito de Parentesco
As pessoas unem-se em uma família em razão de vinculo conjugal ou união estável, de parentesco por consangüinidade ou outra origem, e da afinidade.
Parentesco para Clóvis Beviláqua: relação que vincula entre si as pessoas que descendem do mesmo tronco ancestral.
*Sentido mais restrito.
Parentesco para Pontes de Miranda: relação que vincula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de autor comum (consangüinidade), que aproxima cada um dos conjugues dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece, por fictio iuris, entre o adotado e adotante.
*Sentido mais amplo.
No direito romano fizeram a seguinte denominação: 
Agnatio (agnação): parentesco que se estabelece pelo lado masculino.
Cognatio (cognação): que se firma pelo lado feminino.
Art. 1.593 “o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem”. Assim, é natural o parentesco resultante de laços de sangue. O civil recebe esse nome por tratar-se de uma criação da lei.
Parentesco civil, portanto, é o resultante da adoção ou outra origem, como a inseminação artificial, o vinculo socioafetivo.
Sublinhe-se que o nosso direito positivo não confere importância ao denominado “parentesco espiritual” (spiritualis cognatio), derivado das qualidades de padrinho ou madrinha e afilhado, cuja existência o direito canônico sempre reconheceu, inclusive como impedimento matrimonial
O vinculo de parentesco: linhas e graus.
O vínculo de parentesco estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a contagem faz-se por graus.
 Parentes em linha reta: descendem umas das outras, ou, na dicção do art. 1.591 do Código Civil, são “as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes”, tais como bisavô, avô, pai, filho, neto e bisneto.
Na linha reta, contam-se os graus “pelo número de gerações”. Assim, pai e filho são parentes em linha reta em primeiro grau. Já avô e neto são parentes em segundo grau, porque entre eles há duas gerações.
Linha reta ascendente: é ascendente quando se sobe de determinada pessoa para os seus antepassados (do pai para o avô etc.).
Linha reta descendente: é descendente quando se desce dessa pessoa para os seus descendentes (de você para seu filho, etc).
Linha colateral, transversal ou obliqua: as pessoas que provêm de um tronco comum, “sem descenderem uma da outra”. É o caso de irmãos, tios, sobrinhos e primos. Na linha reta não há limite, pois a contagem do parentesco é ad infinitum; na colateral, este se estende somente até “o quarto grau”. Dispõe, com efeito, o art. 1.592 do Código Civil que “são parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra”. 
Na linha colateral, também se contam os graus “pelo numero de gerações”. Parte-se de um parente situado em uma das linhas, subindo-se, contando as gerações até o tronco comum e descendo pela outra linha. 
Assim, irmãos são colaterais em segundo grau. Partindo-se de um deles, até chegar ao tronco comum conta-se uma geração. Descendo pela outra linha, logo depois de uma geração já se encontra o outro irmão. Tios e sobrinhos são colaterais em terceiro grau; primos, sobrinhos-netos e tios-avós, em quarto.
Linha colateral igual: no caso de irmãos, porque a distância que os separa do tronco comum, em número de gerações, é a mesma.
Linha colateral desigual: no caso de tio e sobrinho, porque este se encontra separado do tronco comum por duas gerações e aquele por apenas uma. 
Linha colateral dúplice ou duplicada: no caso de dois irmãos que se casam com duas irmãs. Neste caso, os filhos que nascerem dos dois casais serão parentes colaterais em linha duplicada.
* Não há parentesco em primeiro grau na linha colateral, porque quando contamos uma geração ainda estamos na linha reta.
Espécie de parentesco.
Antigo código dividia os parentes em legítimo e ilegítimo, natural ou civil. O novo código revogou tais denominações.
Parente por afinidade: o casamento e a união estável dão origem a esse tipo de parentesco. Cada conjugue ou companheiro torna-se parente por afinidade dos parentes do outro. Mesmo não existindo tronco ancestral comum, contam-se os graus por analogia com o parentesco consangüíneo. 
Sogro, sogra, padrasto e madrasta: afins em 1º grau
Genro, nora, enteado e enteada: no mesmo grau de filho ou filha, portanto, afins em 1º grau.
*Sempre vão estar ligados pela afinidade, por isso há o impedimento, se você larga do seu primeiro marido e se casa com outro, você terá duas sogras.
Cunhados: afins na linha colateral em 2º grau.
*Na linha colateral, afinidade acaba com divórcio ou morte do cônjuge.
§ 1º do art. 1.595 do Código Civil: “o parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro”
Da filiação.
Filiação: é a relação de parentesco consangüíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado. Relação jurídica que liga os filhos aos pais.
No código de 1916 os filhos eram classificados como, filhos legítimos (pais casados), filhos ilegítimos (fora do casamento). Os filhos ilegítimos eram considerados naturais (entre os pais não havia impedimento para se casar) e espúrios (quando havia impedimento). Os espúrios podiam ser adulterinos (se o impedimento resultasse do fatos de ambos serem casados) ou incestuosos (se decorre de parentesco próximo, como irmão com irmã). O código de hoje não faz distinção, todos são apenas filhos, direitos iguais.
Presunção legal da paternidade – Pater is est. (atribui ao marido a paternidade do filho concebido durante o casamento)
Dispõe o art. 1.597 do Código Civil que se presumem concebidos na constância do casamento os filhos: 
“I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; - esse prazo começa a fluir não da data da celebração do casamento, mas do momento em que se estabelece a convivência conjugal. 
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; - prazo começa contar a partir da separação de fato. 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; - a mulher, ao se submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o material genético do falecido, esteja ainda na condição de viúva, devendo haver ainda autorização escrita do marido para que se utilize seu material genético após sua morte.
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; - excedentários, fecundados in vitro.
“V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido” – sêmen de outro homem
Hoje em dia tal artigo caiu em desuso, vez que existe o exame de DNA e etc.
Ação negatória de paternidade e de maternidade.
No antigo CC, a presunção pater is est era rigorosa, o marido só podia contestar a paternidade se provasse que no período em que a mulher engravidou (6 a 10 meses antes do nascimento) eles não moravam juntos, já estavam legalmente separados, era estéril ou eram separados de fato.
O novo CC, acabou com todas as limitações de contestação da paternidade. Declarou a ação imprescritível (não se prescreve).
Ação negatória ou ação de contestação de paternidade destina-se a excluir a presunção legal da paternidade. 
A legitimidade ativa é somente do suposto pai, mas caso venha a falecer, os herdeiros poderão dar continuidade a ação.
Mãe é ré junto com o filho.
Curador pode propor ação de incapacidade absoluta, representando o suposto pai.
Ação de impugnação de paternidade ou de maternidade é diferente. Serve para afastar a condição de filho. Filho ou qualquer outro interessado pode ser sujeito ativo dessa ação.
Se a causa de pedir da negatória de paternidade repousa em mera dúvida acerca do vínculo biológico, extingue-se o processo, sem resolução do mérito.
Deve ser fundada mediante vícios jurídicos, como erro, coação, dolo, simulação ou fraude.
Prova da filiação.
Art. 1603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Todo nascimento ocorrido no território nacional deve ser levado a registro no prazo de 15 dias.
O registro vai ter o nome do pai ou da mãe, quando um deles for registrar.
Se o pai for casado, obrigatoriamente constará seu nome no registro, mesmo que não seja ele quem foi registrar, em virtude da presunção pater is est. 
Se o declarante for outra pessoa, não será declarado o nome do pai, se ele não for casado com a mãe, sem que ele autorize e compareça, por si ou por procuração especial, para assinar com duas testemunhas.
Se os pais desapareceram ou faleceram sem registrar o filho, ou não procederam ao registro de nascimento por algum outro motivo, bem como se ocorreu à destruição ou o desaparecimento do livro ou há algum outro obstáculo intransponível para a obtenção da certidão do termo, pode ser utilizado qualquer outro meio de prova, desde que admitido em direito.
Art.1605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: 
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; - quaisquer documentos que revelem a filiação, como cartas, autorizações para atos em benefício dos filhos, declaração de filiação para fins de imposto de renda ou de previdência social, anotações dando conta do nascimento do filho.
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. - convivência familiar, conhecida como “posse do estado de filho”, caracterizada pelo tractatus (quando o interessado é tratado publicamente como filho), nomen (indicativo de que a pessoa utiliza o nome de família dos pais) e fama (quando a pessoa goza da reputação de filha, na família e no meio em que vive).
Admitem-se provas documentais, periciais e testemunhais. Todas elas complementares dos requisitos acima. 
Tal artigo esta em desacordo com o principio da verdade real, porque o forçado reconhecimento independe de tudo isso. Contudo, a lei 8560, art 2-A, regulou isso, dizendo: Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos. Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético — DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
Do reconhecimento dos filhos.
Filiação havida fora do casamento.
A classificação de “filho ilegítimo”, foi substituída por “filho fora do casamento”
O reconhecimento de filho pode ser voluntário, também denominado “perfilhação”, ou judicial, também chamado de “coativo” ou “forçado”, que se realiza por meio de ação de investigação de paternidade. Qualquer que seja a sua forma, o ato de reconhecimento é declaratório, pois não cria a paternidade, mas apenas declara uma realidade fática, da qual o direito extrai conseqüências.
Reconhecimento voluntário.
Ato jurídico em sentido estrito que exige capacidade do agente. 
*Os privados de necessário discernimento não estão autorizados, a reconhecer, estejam ou não interditados, bem como os – 16 anos. O único caminho é a investigação de paternidade.
*Os relativamente incapazes permite-se reconhecimento.
Pode ser feito de 4 maneiras:
Art. 1.609 do CC: “I - no registro do nascimento; II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém”.
*Todas maneiras são irrevogáveis. Não se pode confundir com invalidade, porque se o reconhecimento decorreu de vício pode ser anulado.
*Tanto o pai, quanto a mãe pode usar essas maneiras de reconhecimento.
*É proibido reconhecer filho na ata do casamento.
*Reconhecimento de filho falecido, só pode ser feito caso ele tenha deixado descendentes, para evitar o reconhecimento apenas por interesse, porque caso ele não tenha deixado descendentes, seus bens ficarão a quem o reconheceu.
Oposição ao reconhecimento voluntário.
Art. 1614, CC. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
*Essa impugnação pode ser feita pela ação de contestação ou impugnação de reconhecimento. Pode ingressar antes com a ação, se for representado ou assistido. Na referida ação, poderá alegar a incapacidade do reconhecente ou inveracidade ou falsidade da afirmação da paternidade ou maternidade.
Reconhecimento judicial: investigação de paternidade e maternidade.
O filho não reconhecido voluntariamente pode obter o reconhecimento judicial, forçado ou coativo, por meio da ação de investigação de paternidade, que é ação de estado, de natureza declaratória e imprescritível.
Legitimidade para a ação de investigação de paternidade.
*Legitimidade ativa: filho.
*Se for menor, será representado pela mãe ou tutor.
*Se o filho morrer antes de iniciá-la, seus herdeiros e sucessores ficarão inibidos para o ajuizamento, salvo se “ele morrer menor e incapaz” (CC, art.1.606). Se já tiver sido iniciada, têm eles legitimação para “continuá-la, salvo se julgado extinto o processo” (art. 1.606, parágrafo único)
*Legitimidade passiva: pai ou mãe.
Se forem falecidos, a ação deverá ser dirigida contra seus herdeiros.
*Se a mãe manteve relações sexuais com dois ou mais homens no período provável da concepção, poderá o filho promover a ação investigatória contra todos, requerendo a realização do exame hematológico pelo sistema DNA com material por eles fornecido.
*Por outro lado, quando o filho reconhecido por terceiro move ação contra o alegado pai biológico, instaura-se um litisconsórcio passivo unitário e necessário, tendo em vista que a eventual procedência da pretensão acarretará o cancelamento do registro de nascimento em relação ao pai jurídico, que deve, assim, ser incluído no polo passivo.
Ação de investigação de maternidade.
A ação de investigação de maternidade, embora rara, uma vez que mater semper certa est, é reconhecida ao filho, que pode endereçá-la contra a mãe ou seus herdeiros.
Efeitos do reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento.
*O reconhecimento produz efeitos de natureza patrimonial e de cunho moral. O principal deles é estabelecer a relação jurídica de parentesco entre pai e filho. Embora se produzam a partir do momento de sua realização, são, porém, retroativos ou retro-operantes (ex tunc), gerando as suas consequências, não da data do ato, mas retroagindo “até o dia do nascimento do filho, ou mesmo de suaconcepção, se isto condisser com seus interesses”
*A retroatividade do estabelecimento da filiação tem sua aplicação mais importante, com efeito, sob o ângulo patrimonial, no âmbito do direito sucessório, pois “o filho que obteve o reconhecimento de seu estado quando seu pai já havia falecido, nem pelo atraso no estabelecimento da filiação deixa de ser herdeiro dele; e herdeiro em igualdade de condições com os demais filhos, se existirem, e que já estavam registrados antes”
*Com o reconhecimento, o filho ingressa na família do genitor e passa a usar o sobrenome deste. O registro de nascimento deve ser, pois, alterado, para que dele venham a constar os dados atualizados sobre sua ascendência. Se menor, sujeita-se ao poder familiar, ficando os pais submetidos ao dever de sustentá-lo, de tê-lo sob sua guarda e de educá-lo (CC, art. 1.566, IV). Entre o pai e o filho reconhecido há direitos recíprocos aos alimentos (CC, art. 1.696) e à sucessão (art. 1.829, I e II)
Adoção.
Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em sua família,
na qualidade de filho, pessoa a ela estranha. 
Quem pode adotar.
*Maiores de 18 anos, capaz e independente do estado civil.
*O estado civil,
o sexo e a nacionalidade não influem na capacidade ativa de adoção.
*O adotante deve estar em condições morais e materiais de desempenhar a função, de elevada sensibilidade, de verdadeiro pai de uma criança carente.
*Tutores e curadores só podem adotar quando prestarem contas de sua administração e saldarem o alcance, se houver.
*O adotante pode adotar quantos filhos quiser, simultânea ou sucessivamente.
*O adotante casado, por sua vez, não depende do consentimento do outro cônjuge para efetuar a adoção.
*Sendo a adoção e o reconhecimento de filhos institutos diversos, de efeitos diferentes, não há empeço a que se adotem filhos havidos fora do casamento. Tem-se entendido, com efeito, que nada impede o pai, quando não queira reconhecer seu filho nascido das relações extramatrimoniais, de se utilizar da adoção para lhe dar a qualidade de filho adotivo, como se ele fora um terceiro e estranho. Tal circunstância não impede o filho de não aceitar a adoção e pleitear o reconhecimento judicial da paternidade.
*Não pode o avô adotar o neto, nem o homem solteiro, ou um casal sem filhos, adotar um irmão de um dos cônjuges. 
*A lei não impede que tio adote sobrinho, nem que sogro adote nora ou genro, pós falecimento de seu filho ou filha.
*Marido e mulher não podem ser adotados pela mesma pessoa.
*Adoção feita por menor de 18 anos é nula, por infração a proibição legal, não podendo ser confirmada quando o adotante atingir a maioridade.
* Se apenas um dos cônjuges adotou, o adotado só poderá morar na casa do casal se houver consentimento do cônjuge.
*Para a adoção conjunta é necessário que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. 
*Não admite que irmãos adotem juntos.
*Divorciados, judicialmente separados e ex companheiros podem adotar juntos, desde que acordem sobre a guarda e o regime de visitas, desde que o estagio de convivência com o menor tenha sido iniciado na constância da relação.
*É necessário o consentimento dos pais ou representante legal do adotando, para a adoção. Se os pais forem desconhecidos ou tiverem sido destituídos do poder familiar, não precisa.
*Se o adotante for maior de 12 anos, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
 *Adoção unilateral: cônjuge que adota/assume filho da sua companheira. Só é possível se na certidão de nascimento não constar o nome de ambos os pais, salvo se houve consentimento do pai registrado ou este perder o poder familiar.
Quem pode ser adotado.
*Crianças, adolescentes e maiores de 18 anos.
*A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais do ECA.
*Podem ser adotadas, portanto, todas as pessoas cuja diferença mínima de idade para com o adotante seja de 16 anos.
Requisitos da adoção.
Idade mínima de 18 anos para o adotante;
Diferença de 16 anos entre adotante e adotado;
Consentimento dos pais ou dos representantes legais do adotado;
Concordância deste, se contar mais de 12 anos de idade;
Processo judicial;
Efetivo beneficio para o adotando;
Adoção estrangeira: o estágio de convivência, a ser promovido obrigatoriamente, só podendo ser dispensado “se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vinculo. O estágio é de no min. 30 dias.
*Uma pessoa que sempre foi criada por outra, não pode exigir o reconhecimento, por sentença, de sua condição de filho adotivo,
A adoção pode ser nula se: 
O adotante não tiver mais de 18 anos;
O adotante não for pelo menos 16 anos mais velho que o adotado;
Duas pessoas, sem ser marido e mulher, adotarem a mesma pessoa;
O tutor ou curador não tiver prestado contas;
Houver vicio resultante de simulação ou de fraude a lei.
A adoção pode ser anulada se:
Faltar assistência do pai, tutor ou curador, ao consentimento do adotado relativamente incapaz;
Vicio de consentimento do adotante, do adotado e do representante legal deste, proveniente de erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo.
Efeitos da adoção.
Pode ser de ordem pessoal, que dizem respeito ao parentesco, ao poder familiar e ao nome. E, pode ser de ordem patrimonial, que concernem aos alimentos e ao direito sucessório.
Efeitos de ordem pessoal.
Parentesco: 
-Gera um parentesco civil entre adotante e adotado, que é idêntico ao consangüíneo. 
-Promove a integração completa do adotado a família do adotante.
-Desliga o adotado, definitiva e irrevogavelmente, da família de sangue, exceto para fins de impedimento para o casamento.
 B) Poder familiar:
-Transferem do pai natural para o adotante todos os direitos e deveres que lhe são inerentes.
 C) Nome: 
-A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. 
-Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando.
-Nesse caso, são observados, ainda, o estágio de desenvolvimento da criança ou adolescente e seu grau de compreensão sobre as implicações da medida, bem como seu consentimento em audiência se tratar de maior de doze anos. 
Efeitos de ordem patrimonial.
Alimentos: 
-São devidos alimentos, reciprocamente, entre adotante e adotado, pois se tornam parentes.
-O adotante, enquanto no exercício do poder familiar, é usufrutuário e administrador dos bens do adotado, como compensação pelas despesas com sua educação e manutenção, em substituição ao pai natural.
	B) Direito Sucessório: 
-O filho adotivo concorre em igualdade de condições com os filhos de sangue.
-Os direitos hereditários envolvem também a sucessão dos avós e dos colaterais, tudo identicamente como acontece com os filhos biológicos. 
-Assim como os filhos de sangue, o adotado também entra no inventário do tio, caso esse não tenha parentes mais próximos.
-É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. Desaparece qualquer parentesco com os pais consanguíneos. Por outras palavras, não há sucessão por morte dos parentes de sangue, eis que afastados todos os laços de parentesco.
-As causas de deserdação do filho biológico também cabem aos adotivos. Art. 1962, 1963 e 1814.
Adoção internacional.
Decidiu o STJ: “A adoção por estrangeiros é medida excepcional que, além dos cuidados próprios que merece, deve ser deferida somente depois de esgotados os meios para a adoção por brasileiros. Existindo no Estado de São Paulo o Cadastro Central de Adotantes, impõe-se ao Juiz consultá-lo antes de deferir a adoção internacional”. Em outros casos, todavia, tem-se decidido que “o fato de ser dada preferência a casal brasileiro não pode prevalecer em situações que tragam maiores vantagens para o adotado”
-Estágio de convivência entre adotando e estrangeiro adotante de no mínimo 30 dias.
Do poder familiar.
É o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores.
Características. 
-Esse poder não pode ser alienado, renunciado, delegado e nem substabelecido. 
-Qualquer convenção que o pai ou a mãe abdiquem desse poder, será nula.
-É irrenunciável, incompatível com a transação e indelegável, não podendo os pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem.
-A única exceção é a adoção.
-É imprescritível, no sentindo de que dele o genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos da lei.
-É incompatível com a tutela, não se podendo nomear tutor a menor cujos pais não foram suspensos ou destituídos do poder familiar. 
-Aos 18 anos extingue-se o poder familiar, ou antes, se ocorrer à emancipação em razão de algumas das causas previstas em lei. 
Quanto à pessoa dos filhos.
Art. 1634, CC: Incumbe aos pais, no tocante à pessoa dos filhos menores: “I - dirigir-lhes a criação e educação; II -
tê-los em sua companhia e guarda; III - conceder--lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; V - representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição”
Quanto aos bens dos filhos.
Art. 1689, CC: O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I - são usufrutuários dos bens dos filhos; II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua autoridade”
-Devem zelar pela preservação do patrimônio que administram, não podendo praticar atos dos quais possa resultar uma diminuição patrimonial. 
-Para alienar ou gravar de ônus reais os bens imóveis dos filhos menores precisam obter autorização judicial, mediante a demonstração da “necessidade, ou evidente interesse da prole”.
-Se for vendida sem autorização judicial, nulo.
-Sempre que colidir o interesse dos pais com o do filho, o juiz lhe dará curador especial.
-Art. 1693- O que excluem do usufruto e da administração dos pais.
Extinção e perda ou destituição do poder familiar.
Art. 1.635 do Código Civil:
“Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638”
-O art. 1.638 como causas de perda ou destituição: a) castigo imoderado do filho; b) abandono do filho; c) prática de atos contrários à moral e aos bons costumes; d) reiteração de faltas aos deveres inerentes ao poder familiar. A perda é imposta no interesse do filho.
-A perda é permanente, mas não se pode dizer definitiva, pois os pais podem recupera-la.
Suspensão do poder familiar.
Dispõe o art. 1.637 do Código Civil:
“Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão”
*A suspensão é temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária. 
*Cessada a causa que a motivou, volta a mãe, ou o pai, temporariamente impedido, a exercer o poder familiar, pois a sua modificação ou suspensão deixa intacto o direito como tal, excluindo apenas o exercício.
*A lei não estabelece o limite de tempo. Será aquele que, na visão do julgador, seja conveniente aos interesses do menor.
*Suspensão pode ser total ou parcial.
Dos alimentos.
Definição de Orlando Gomes: são prestações para a satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário a sua subsistência.
*A aludida expressão tem, no campo do direito, uma acepção técnica de larga abrangência, compreendendo não só o indispensável ao sustento, como também o necessário à manutenção da condição social e moral do alimentando.
*Os alimentos abrangem, assim, o indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica, instrução e educação.
Espécies.
Os alimentos são de diversas espécies:
Quanto à natureza:
-Naturais ou necessários: são os indispensáveis a satisfação das necessidades primarias da vida.
-Civis: ou côngruos: destinam-se a manter a condição social, o status da família.
-Compensatórios: o propósito é indenizar por algum tempo o desequilíbrio econômico causado pela repentina redução do padrão socioeconômico do cônjuge. 
B) Quanto à causa jurídica: 
-Legais ou legítimos: devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco, do casamento ou do companherismo. Somente eles pertencem ao direito de família.
-Voluntários: emanam de uma declaração de vontade inter vivos – direito das obrigações e são também são chamados de obrigacionais -, como na obrigação assumida contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos, ou causa mortis – direito de sucessões e são também chamados de testamentários -, manifestados em testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos.
-Indenizatórios ou ressarcitórios: resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de indenização do dano ex delicto.
C) Quanto à finalidade: 
-Definitivos ou regulares: são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou em acordo das partes devidamente homologado, mas podem ser revistos.
-Provisórios: são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de alimentos. 
-Provisionais: podem ser fixados, se houver indícios veementes da paternidade. Conservam a sua eficácia até o julgamento da ação principal, mas podem a qualquer tempo, ser revogados ou modificados. São fixados e outras ações que não segue o rito da ação de alimento, por exemplo, na ação de investigação de paternidade.
D) Quanto ao momento em que são reclamados:
-Pretéritos: quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação.
-Atuais: postulados a partir do ajuizamento.
-Futuros: alimentos devidos somente a partir da sentença.
*O direito brasileiro só admite os atuais e futuros.
Características da obrigação alimentar.
É transmissível, divisível, condicional, recíproca e mutável.
Transmissibilidade: transmite-se aos herdeiros do devedor, caso este tenha falecido, a obrigação de prestar alimento já estabelecido, mediante convenção ou decisão judicial. Os herdeiros não responderão por encargos superiores a força da herança.
Divisibilidade: é divisível, mas não é solidária. Cada devedor responde por sua quota-parte. Havendo, por exemplo, 4 filhos em condições de pensionar o ascendente, não poderá este exigir de um só deles o cumprimento da obrigação por inteiro. 
Na obrigação de prestar alimentos a idosos, a natureza é solidária e o idoso pode optar quem será o prestador.
Regra: somente na falta dos ascendentes é que podem
ser chamados os descendentes, e, na falta destes, podem ser chamados os irmãos.
Condicionalidade: diz-se que a obrigação de prestar alimentos é condicional porque a sua eficácia está subordinada a uma condição resolutiva. Somente subsiste tal encargo enquanto perduram os pressupostos objetivos de sua existência, representados pelo binômio necessidade-possibilidade, extinguindo-se no momento em que qualquer deles desaparece. 
Reciprocidade: é recíproco entre pais e filhos, extensivo a todos ascendentes, recaindo nos mais próximo em grau, na falta dos outros.
Mutabilidade: pode sofrer alterações, através da ação revisional. 
Características do direito a alimentos.
Personalíssimo: personalíssimo no sentido de que a sua titularidade não passa a outrem por negócio ou por fato jurídico.
Incessível: inseparável do titular, não pode ceder a outro. No entanto, somente os alimentos futuros, pois os já vencidos podem ser cedidos.
Impenhorável: o credor não pode privar o alimentando de algo que é estritamente necessário à sua sobrevivência.
Incompensável: não pode ser objeto de compensação, porque seria extinto, total ou parcial, com prejuízo irreparável para o alimentando. Por ex: marido não pode deixar de pagar à pensão a esposa a fim de compensá-la com outras coisas.
A jurisprudência, no entanto, vem permitindo a compensação, nas prestações vincendas, de valores pagos a mais, entendendo tratar-se de adiantamento do pagamento das futuras prestações. Nada impede que os valores pagos a mais sejam computados nas prestações vincendas, operando-se a compensação dos créditos. É que o princípio da não compensação da dívida alimentar deve ser aplicado ponderadamente,
para que dele não resulte eventual enriquecimento sem causa de parte do beneficiário.
Imprescritível: o que não prescreve é o direito de postular em juízo o pagamento de pensões alimentícias, ainda que o alimentando venha passando necessidade há muitos anos. No entanto, prescreve em dois anos o direito de cobrar as pensões já fixadas em sentença ou estabelecidas em acordo e não pagas, a partir da data em que se vencerem.
Intransacionável: o direito de alimentos não pode ser objeto de transação. Em conseqüência, não pode ser objeto de juízo arbitral ou de compromisso.
Atual: no sentido de exigível no presente e não no passado.
Irrepetível ou irrestituível: uma vez pagos, são irrestituíveis, mesmo que a ação venha a ser julgada improcedente. Salvo mediante a dolo ou erro, por exemplo, credora se casa e não assume para não perder a pensão.
Irrenunciável: não pode irrenunciar os alimentos. Art. 1707 Lei 6960/2002 Tratando-se de alimentos devidos por relação de parentesco pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar ao direito a alimentos”. Entre marido e mulher pode renunciar.
Pressupostos da obrigação alimentar. Objeto e montante das prestações. 
Art. 1694, § 1º, CC: “Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada”
São pressupostos da obrigação de prestar alimentos: a) existência de um vínculo de parentesco; b) necessidade do reclamante; c) possibilidade da pessoa obrigada; d) proporcionalidade.
*Só pode reclamar alimentos, o parente que não tem recurso próprios e esta impossibilitado de obtê-los.
*Pensão para filho subsiste independente do estado de necessidade dele. Cessa quando o filho é emancipado ou atinge 18 anos.
*Os filhos maiores que, por incapacidade ou enfermidade, não estiverem em condições de prover à própria subsistência, poderão pleitear também alimentos, mas com este outro fundamento, sujeitando-se à comprovação dos requisitos da necessidade e da possibilidade. Tal obrigação pode durar até a morte.
*A jurisprudência afirma a não cessação da obrigação alimentar paterna diante da simples maioridade do filho, determinando a manutenção do encargo até o limite de 24 anos deste, enquanto estiver cursando escola superior, salvo se dispuser de meios próprios para sua manutenção.
*Cessa o direito aos repetentes contumazes e para aqueles que ficam buscando cursos para fazer, só para não perder a pensão.
Quem deve prestar alimentos e quem pode reclamá-los.
São obrigados a prestar alimentos: parentesco: a) pais e filhos, reciprocamente; b) na falta destes, os ascendentes, na ordem de sua proximidade; c) os descendentes, na ordem da sucessão; d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência.
*O pai que nunca foi presente não tem direito de pedir alimentos aos filhos.
Meios de assegurar o pagamento da pensão.
Para garantir a pensão alimentícia e o adimplemento da obrigação, o credor tem os seguintes meios: 
Ação de alimentos, para reclamá-los;
Execução por quantia certa;
Penhora em vencimento de magistrados, professores e funcionários públicos, soldo de militares e salários em geral, inclusive subsídios de parlamentares;
Desconto em folha de pagamento da pessoa obrigada;
Reserva de alugueis de prédios do alimentante;
Entrega ao conjugue, mensalmente, para assegurar o pagamento de alimentos provisórios, de parte de renda liquida de bens comuns, administrados pelo devedor, se o regime de casamento for o da comunhão universal;
Constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto;
Prisão do devedor.
Ação de alimentos.
A Lei de Alimentos estabelece procedimento especial, mais célere, para a ação de alimentos.
*Só pode valer-se dela quem puder apresentar prova pré constituída do parentesco, pela certidão de nascimento, ou do dever de alimentar, pela certidão de casamento ou comprovante do companherismo.
*A legitimidade ativa da ação de alimentos é dos filhos, devendo ser representados ou assistidos, dependendo a idade. 
*Ao despachar a inicial da ação de alimentos, o juiz fixará alimentos provisórios, com base de um terço do rendimento do devedor.
*Cabe pedido de revisão de alimentos provisórios.
Ação revisional de alimentos.
A lei permite a alteração da pensão, mediante ação revisional ou de exoneração.
*Pode ser revisionada de acordo com o aumento ou diminuição do ganho do alimentante ou de acordo com as necessidades do alimentado.
*O novo casamento do alimentante não é motivo para redução da pensão. Mas o nascimento de novos filhos, é.
*Desemprego não é motivo para exoneração.
Alimentos gravídicos.
*Uma parcela da jurisprudência tem reconhecido a legitimidade processual do nascituro, representado pela mãe, para propor ação de alimentos ou ação de investigação de paternidade com pedido de alimentos.
*A Lei n. 11.804/2008 conferiu esse direito a gestante.
*Alimentos gravídicos são os destinados a cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, como alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considerar pertinentes.
*A legitimidade passiva é atribuída ao suposto pai, não se estendendo a outros parentes do nascituro.
*A gestante tem que provar a necessidade de alimentos.
*O pai não é obrigado a arcar com TODAS despesas, a gestante deve colaborar.
Da Tutela.
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do menor e administrar seus bens. Destina-se a suprir a falta do poder familiar e tem nítido caráter assistencial. 
Art. 1728, CC: “Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar”
Espécies de tutela.
Testamentária;
Legítima;
Dativa.
Doutrina prevê outras modalidades de tutela, como a irregular, que é quando uma pessoa zela pelo menor e pelos seus bens sem ter sido nomeada; a provisória ou especial, ocorre quando uma pessoa é nomeada tutora para a pratica de determinado ato, sem destituição dos pais do poder familiar; a tutela dos índios, etc.
Tutela testamentária.
*Os pais juntos nomeiam um tutor ao menor. 
*Só se admite a nomeação por um deles, caso o outro tenha falecido.
*Há a hipótese de ambos os pais nomearem tutores diversos. Ocorrendo a morte deles, o juiz decidirá qual tutor deve ser nomeado.
*A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autentico. 
*Não podem fazer em um único testamento, cada um tem que fazer no seu.
Tutela legítima.
*Quando os pais não nomearam tutor em testamento ou outro documento, incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor.
*Ordem preferencial: ascendentes e colaterais até o 3º grau.
Art 1731, CC: “Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor”.
*Juiz poderá quebrar a ordem de preferência, bem como nomear tutor 3ª pessoa.
Tutela dativa.
*Quando não há tutor testamentário, nem a possibilidade de nomear-se parente consangüíneo do menor, ou porque não existe nenhum, ou porque os que existem são idôneos, foram excluídos ou se escusaram. 
*Juiz nomeará pessoa estranha a família.
*Tem caráter subsidiário.
Art 1732, CC: “O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário”
*No caso de irmãos, em regra, nomeará um só tutor.
Incapazes de exercer a tutela.
Art 1736, CC: “Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam”: 
I - Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; porque quem não tem condições de administrar seus próprios bens, não pode cuidar dos bens do tutelado. Ex: menores, interditados, surdos-mudos que não puderem exprimir suas vontades, absolutamente e relativamente incapazes, os falidos. 
II - Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; manifesto conflito com os interesses do tutelado.
III - Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela; 
IV - Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena.
V - As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; 
VI - Aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela”
Escusa dos tutores.
Art. 1736, CC: “Podem escusar-se da tutela:”I - mulheres casadas; II - maiores de sessenta anos; III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos; IV - os impossibilitados por enfermidade; V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela; VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela; VII - militares em serviço”.
A figura do produtor.
*Juiz pode nomear um produtor para fiscalização dos atos do tutor.
Cessação da tutela.
Art. 1763, CC: “Cessa a condição de tutelado:
I - com a maioridade ou a emancipação do menor; II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção”.
Art. 1764, CC: as hipóteses em que cessam as funções do tutor, sem que cesse a tutela: “I - ao expirar o termo, em que era obrigado a servir; II - ao sobrevir escusa legítima; III - ao ser removido”.
*Tutor é obrigado a servir somente por 2 anos. Passado esse prazo, ele pode dentro de 10 dias pedir a exoneração do encargo.
Da curatela.
Curatela é encargo deferido por lei a alguém capaz, para reger a pessoa e administrar os bens de quem, em regra maior, não pode fazê-lo por si mesmo.
Diferença entre tutela e curatela: a) a tutela é destinada a menores de 18 anos de idade, enquanto a curatela é deferida, em regra, a maiores; b) a tutela pode ser testamentária, com nomeação do tutor pelos pais; a curatela é sempre deferida pelo juiz; c) a tutela abrange a pessoa e os bens do menor (auctoritas e gestio), enquanto a curatela pode compreender somente a administração dos bens do incapaz, como no caso dos pródigos; d) os poderes do curador são mais restritos do que os do tutor.
Características da curatela.
A curatela apresenta cinco características relevantes: a) os seus fins são assistenciais; b) tem caráter eminentemente publicista; - advém do fato de ser dever do Estado zelar pelos interesses do incapazes- c) tem, também, caráter supletivo da capacidade; - do fato de o curador ter o encargo de representar ou assistir o seu curatelado, cabendo em todos os casos de incapacidade não suprida pela tutela. d) é temporária, perdurando somente enquanto a causa da incapacidade se mantiver (cessada a causa, levanta-se a interdição); e) a sua decretação requer certeza absoluta da incapacidade.
Espécies de curatela.
Art. 1767, CC – Sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; 
-portadores de arteriosclerose ou paralisia avançada e irreversível, incapazes de compreender a fala e a escrita, e excepcionalmente aos surdos-mudos que não hajam recebido educação adequada que os habilite a enunciar precisamente a sua vontade.
-excluem-se, todavia, aqueles que, mesmo sendo portadores de lesões de nervos cerebrais, conservam a capacidade de se comunicar com outras pessoas, por escrito ou sinais convencionados
III- os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; 
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; 
-portadores de síndromes, déficits mentais, etc.
V - os pródigos”.
-aqueles que gastam imoderadamente. 
Curatela do nascituro.
-Se da curador ao nascituro mediante duas circunstancias: 1) se o pai falecer, estado a mulher grávida; 2) não tendo a mãe o exercício do poder familiar. 
-Essa segunda hipótese só pode ocorrer se ela tiver sido destituída do poder familiar em relação a filhos havidos anteriormente.
-Outra hipótese, é se a mulher estiver interditada, caso em que seu curador será o do nascituro, e o pai for desconhecido. Ou se ambos forem interditos ou forem destituídos do poder familiar.
-Quando o bebe nasce cessa a curatela e da a ele um tutor.
Curatela do enfermo e do portador de deficiência física.
-Aqui se trata de pessoa capaz, sem deficiência mental, com discernimento, portadora de deficiência física.
-Aqui não há interdição, apenas transferência da administração dos bens.
-O enfermo ou deficiente que deve solicitar o curador.
-Só será possível quando o paciente, enfermo ou deficiente, estiver impossibilitado de outorgar mandato a procurador de sua confiança para os fins mencionados. Ex: quem não consegue assinar procuração ou esta na CTI.
Natureza jurídica da sentença de interdição.
É declaratória. Tem, portanto, eficácia ex tunc. Como a incapacidade preexiste, entende-se possível intentar ação anulatória dos atos praticados anteriormente à sentença, devendo-se, no entanto, provar a incapacidade àquela época.
Levantamento da interdição.
Cessa a incapacidade desaparecendo os motivos que a determinaram. Assim, no caso da loucura e da surdo-mudez, por exemplo, desaparece a incapacidade, cessando a enfermidade físico-psíquica que a determinou.
Cessada a incapacidade, qualquer que seja a sua causa, após a decretação da interdição, esta será levantada. Assim, o ébrio e o toxicômano que, após adequado tratamento, verbi gratia, conseguiram se recuperar e se livrar do vício, poderão requerer o levantamento da interdição, alegando o desaparecimento da causa que a motivou.
Pode o juiz, em face do laudo médico, autorizar o levantamento parcial da interdição, permitindo ao interdito a prática de determinados atos, em decorrência da melhora verificada em seu estado.

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