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Aula 8 - CINEMATOGRAFIA


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Cinematografia
José Antonio Gatti
02.10.19
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Foi em clima de otimismo e crença na transformação da sociedade que nasceu o cinema brasileiro moderno, do qual o Cinema Novo foi um exemplo maior.
Cinema Novo Brasileiro
Os cinemanovistas foram formados nas sessões dos cineclubes, na crítica cinematográfica produzida nas páginas de cultura dos jornais e, principalmente, nas longas e constantes discussões em torno do cinema e da realidade do país.
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Inspirados pelo despojamento do Neorrealismo italiano e pelas inovações da Nouvelle Vague francesa, os cinemanovistas não queriam e nem poderiam fazer filmes nos padrões do tradicional cinema de “qualidade” americano, que o público brasileiro estava acostumado a ver. O cinema que pretendiam fazer deveria ser “novo” no conteúdo e na forma, pois seus novos temas exigiriam também um novo modo de filmar.
Cinema Novo Brasileiro
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A baixa qualidade técnica dos filmes, o envolvimento com a problemática realidade social de um país subdesenvolvido, filmada de um modo subdesenvolvido, e a agressividade, nas imagens e nos temas, usada como estratégia de criação, definiriam os traços gerais do Cinema Novo, cujo surgimento está relacionado com um novo modo de viver a vida e o cinema, que poderia ser feito apenas com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, como prometia o célebre lema do movimento.
Cinema Novo Brasileiro
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Cinema Novo Brasileiro
Foi no final dos anos 1950 que a maioria dos futuros cineastas se conheceu, em particular aqueles considerados como fundadores do Cinema Novo: Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni, Leon Hirszman, Carlos Diegues e David Neves. Todos com trajetórias parecidas, começando como cinéfilos, membros de cineclubes, depois passando à crítica para, em seguida, experimentarem a realização de filmes.
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Glauber Rocha
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Joaquim Pedro de Andrade
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Paulo César Saraceni
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Cacá Diegues
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Leon Hirszman
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David Neves
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Cinema Novo Brasileiro
A alusão ao passado como elemento relevante para a investigação do presente foi uma das características do Cinema Novo. Para os cinemanovistas, a recuperação da história do Brasil pelo cinema poderia ser uma resposta à “situação colonial” então vigente no país, em especial na área cinematográfica. Conhecer a própria história, ser capaz de analisá-la e, mais importante, aprender com ela para construir um futuro melhor eram parte do seu ideário.
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Os filmes do Cinema Novo, em particular os primeiros longas, apresentam um panorama rico e diversificado da história brasileira, desde o período colonial escravista do século XVII até as mudanças de comportamento nas grandes cidades, sobretudo na segunda metade da década de 1960. Além disso, os jovens cineastas acreditavam que, ao realizarem seus filmes, também escreveriam um novo capítulo da história do Brasil.
Cinema Novo Brasileiro
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Cinema Novo Brasileiro
São filmes como “Ganga Zumba, Rei de Palmares” (1963) , de Cacá Diegues; “O Desafio” (1965), de Paulo César Saraceni; e “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe” (1967) e “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969), de Glauber Rocha.
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Cinema Novo Brasileiro
Cacá Diegues faz o cinema mais vinculado a acontecimentos históricos, como “Ganga Zumba”. Esse filme, marcado pela precariedade de produção, transforma a luta pela liberdade dos escravos do século XVII em imagens quase atemporais das dificuldades dos negros em conquistar direitos básicos na sociedade brasileira. “Ganga Zumba” retrataria os ancestrais dos pescadores negros de “Barravento” (1962), de Glauber Rocha, que continuariam vivendo na condição de quase escravos.
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“Ganga Zumba” e “Barravento” valorizam a história dos negros, e a riqueza de sua cultura é pela primeira vez abertamente enfocada no cinema brasileiro. Além de criarem a versão negra do herói cinematográfico, tanto Cacá Diegues quanto Glauber Rocha mostram a força, a coragem, a beleza e a sensualidade de homens e mulheres negras. Esses dois filmes explicitam o desejo de reconstituir a história do Brasil do ponto de vista dos vencidos, de refletir sobre a permanência da injustiça e da falta de liberdade que determina a trajetória dos afrodescendentes brasileiros.
Cinema Novo Brasileiro
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Cinema Novo Brasileiro
Em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, Glauber Rocha causa impacto ao usar os beatos e cangaceiros historicamente presentes no Nordeste como suporte para a discussão de problemas sociais contemporâneos. Ambientado no sertão, logo após a morte de Lampião, em 1938, o filme trata de personagens que se rebelam contra a miséria e a exploração na região e introduz um dado novo: a emergência da transformação da sociedade pela conscientização e luta contra uma situação que parecia imutável ao longo dos cinco séculos de nossa história.
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Cinema Novo Brasileiro
Fora do âmbito da ficção, o Cinema Novo tem uma grande produção de documentários, entre eles destacam-se “Maioria Absoluta” (1964), de Leon Hirszman, que trata do analfabetismo e “Garrincha, Alegria do Povo” (1962), de Joaquim Pedro de Andrade. “Garrincha” foi concebido como um estudo sobre o complexo mundo do futebol no Brasil. O filme sugere que o futebol é, na verdade, uma fuga dos dramas cotidianos.
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Um golpe no Cinema Novo. Como outros segmentos artísticos, o Cinema Novo foi surpreendido pelo golpe militar de 1964. Muitas pessoas foram presas, perseguidas, promovendo-se um clima generalizado de apreensão e medo. O golpe militar portanto, inviabiliza os cinemanovistas de discutirem o Brasil abertamente, enfatizando segmentos sociais sem direito a voz.
Cinema Novo Brasileiro
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Cinema Novo Brasileiro
Embora o regime militar dificultasse cada vez mais a produção de seus filmes, o Cinema Novo não morreu e insistiu na continuidade de sua expressão cinematográfica. De um modo menos explícito, conseguindo dar alguns dribles na censura. Nessa leva destacam-se “Garota de Ipanema” (1967), de Leon Hirszman, “Capitu” (1967), de Paulo César Saraceni, “Macunaíma” (1968), de Joaquim Pedro de Andrade, “Memória de Helena” (1968), de David Neves e “Os Herdeiros” (1968), de Cacá Diegues.
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Fora desse núcleo restrito dos fundadores do Cinema Novo, o cinema moderno brasileiro se consolidava com os filmes de Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Eduardo Coutinho, Walter Lima Junior, Arnaldo Jabor, entre outros. Além deles, temos as sucessivas gerações que continuam, com mais ou menos dificuldades, maior ou menor sucesso de público e de crítica, a fazer cinema no Brasil, tendo o Cinema Novo como uma inestimável referência histórica.
Cinema Novo Brasileiro
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https://www.youtube.com/watch?v=7waBTqriD0o
https://www.youtube.com/watch?v=b1giGZkln_0
https://www.youtube.com/watch?v=Jf1_jpbs3XA
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https://www.youtube.com/watch?v=WVprkiiu2Bk
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