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Organização Legal e Política na Gestão Pública

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ORGANIZAÇÃO 
LEGAL E 
POLÍTICA 
PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
ORGANIZAÇÃO LEGAL E POLÍTICA 
 
2 
WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução .................................................................................................................................. 3 
1. Conceitos fundamentais em Gestão Pública................................................................. 4 
1.1 . A organização administrativa do Brasil ...................................................................... 5 
1.2 . Organização administrativa ......................................................................................... 7 
2. Funcionário público ....................................................................................................... 10 
2.1 Regime Jurídico dos Servidores Públicos ................................................................... 10 
2.2. Provimento ................................................................................................................... 12 
2.3. Retribuição pecuniária................................................................................................. 12 
3.. Conduta ética .................................................................................................................. 14 
3.1. Código de Conduta da Alta Administração Federal ................................................... 16 
4. Fundamentos de Direito Público ................................................................................... 20 
5. Debate Contemporâneo sobre Estado, Economia e Sociedade ............................... 30 
5.1 Teoria Geral do Estado ................................................................................................ 30 
5.2.A visão clássica das ciências sociais e sua limitação................................................. 35 
6.Gestão em serviço social ................................................................................................ 37 
6.1.Projetos sociais ............................................................................................................ 37 
Considerações finais ........................................................................................................... 42 
7. Referências bibliográficas .............................................................................................. 43 
 
 
 
 
 
 
INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO 
ORGANIZAÇÃO LEGAL E POLÍTICA 
 
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INTRODUÇÃO 
 
A existência de uma profunda diversidade cultural, regimes políticos 
diferentes e formações históricas específicas que existem de país para país 
imprime em cada um deles uma feição única, o que explica as variações sobre 
os objetivos, estilos administrativos, funções e papel da administração pública 
no mundo. Observa- se que na administração empresarial busca-se de forma 
incessante modelos considerados universalmente válidos, enquanto no estudo 
da administração pública ocorre, em geral, uma perspectiva comparada. Desde 
o parlamentarismo ao presidencialismo, dos modelos de funcionários de 
confiança aos modelos de burocracia plena e permanente, culturas e 
sociedades diferentes propiciam opções e estratégias institucionais 
diferenciadas de organização política e de ação pública. 
Observa-se, tendo como divisor a década de 1980, que o mundo 
caminhou de uma administração pública comparada clássica ou tradicional 
para uma nova administração pública. Esta última, apoiada na denominada 
middle-range theory foi estimulada pela necessidade de encontrar respostas 
para problemas como: eficiência, eficácia, efetividade, legitimidade 
democrática, impacto das tecnologias da informação na administração, entre 
outros e por avanços em uma série de disciplinas ligadas à teoria 
organizacional, ciência política e economia (neo-institucionalismo e public 
choice). A partir dessas novas ideias procurou-se abandonar a generalização e 
aproveitar o grande número de informação publicada sobre a gestão pública 
dos mais diferentes países no mundo. 
Para abordarmos a Gestão Pública, iniciaremos nosso curso dando uma 
visão geral sobre o servidor/funcionário público e sobre a organização legal e 
política, enfatizando a gestão de serviços sociais. 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO LEGAL E POLÍTICA 
 
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1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM GESTÃO PÚBLICA 
 
Silva (1998) aborda a gestão/administração pública como: "Administração 
Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos 
preordenados à execução das decisões políticas". 
A expressão Administração Pública pode ser empregada como a própria 
atividade administrativa, como gestão do interesse público (função 
administrativa) executado pelo Estado, predominantemente, pelo Poder 
Executivo. Possui as seguintes características: 
a) atividade concreta (execução da vontade do Estado prevista em lei); 
b) satisfação direta e imediata dos fins do Estado; 
c) regime jurídico de direito público. 
Essa expressão pode também ser utilizada como o conjunto de agentes, 
órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as 
atividades administrativas. Neste caso, tem-se como referência o sujeito da 
função administrativa. 
Como relata Di Pietro (2001), há outra distinção apontada pela doutrina, 
"(...) a partir da ideia de que administrar compreende planejar e executar: 
 a) em sentido amplo, a Administração Pública, subjetivamente 
considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, 
constitucionais (Governo), aos quais incumbe traçar os planos de ação, dirigir, 
comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, 
dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incumbe 
executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém, 
objetivamente considerada, a administração pública compreende a função 
política, que traça as diretrizes governamentais e a função administrativa, que 
as executa; 
b) em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto 
subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a 
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função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais 
e, no segundo, a função política." 
 
1.1 . A organização administrativa do Brasil 
O sistema federativo brasileiro é composto pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios (art. 1º, Constituição Federal), os quais compõem a 
organização política-administrativa da República (art. 18). Cada um dos Entes 
Federados possui autonomia plena em relação aos demais. 
A República Federativa do Brasil é formada pela União, por 26 Estados-
membros e 5.561 Municípios (esse número tem que ser sempre atualizado) e 
o Distrito Federal. 
No Brasil, "a Constituição Federal assegura autonomia aos Estados 
federados que se consubstancia na sua capacidade de auto-organização, de 
auto legislação, de autogoverno e de auto administração (arts. 18, 25 a 28)." 
 Tratamento semelhante é assegurado a autonomia municipal, a qual se 
"assenta em quatro capacidades: 
 a) capacidade de auto-organização, mediante a elaboração de lei 
orgânica própria; 
b) capacidade de autogoverno, pela eletividade do Prefeito e dos 
Vereadores às respectivas Câmaras Municipais; 
c) capacidade normativa própria, ou capacidade de auto legislação, 
mediante a competência de elaboração de leis municipaissobre áreas que são 
reservadas à sua competência exclusiva e suplementar; 
d) capacidade de autoadministração (administração própria, para manter 
e prestar os serviços de interesse local). 
Cada Ente de Direito público é autônomo para organizar os seus serviços 
e instituir o regime jurídico do seu pessoal, desde que observadas as normas 
constitucionais aplicáveis aos servidores públicos (arts. 37 e seguintes), não 
havendo interferência de um Ente no outro, pois "nesse campo é inadmissível a 
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extensão das normas estatutárias federais ou estaduais aos servidores 
municipais, no que tange ao regime de trabalho e de remuneração. Só será 
possível a aplicação do estatuto da União ou do Estado-membro se a lei 
municipal assim o determinar expressamente. 
Nem mesmo a Constituição estadual poderá estabelecer direitos, 
encargos ou vantagens para o servidor público municipal, porque isso atenta 
contra a autonomia local. Desde que o Município é livre para aplicar as suas 
rendas e organizar os seus serviços (CF, art. 30, III e V), nenhuma interferência 
pode ter o Estado-membro nesse campo da privativa competência local. Só o 
Município poderá estabelecer o regime de trabalho e de pagamento de seus 
servidores, tendo em vista as peculiaridades locais e as possibilidades de seu 
orçamento. 
Nenhuma vantagem ou encargo do funcionalismo federal ou estadual se 
estende automaticamente aos servidores municipais, porque isto importaria a 
hierarquia do Município à União e ao Estado-membro." 
Portanto, as normas federais são inaplicáveis aos servidores estaduais, 
sendo que as normas estaduais também não atingem as relações dos 
servidores federais com a União. 
Importante mencionar que apesar do uso comum do termo Federação por 
Estado Federal (9), os mesmos não se confundem, pois entre as formas de 
Federação (gênero), temos a Confederação de Estados e o Estado Federal 
(espécies). 
Até porque, clara é a distinção entre Confederação de Estados e Estado 
Federal, eis que a primeira nasce de um pacto, de caráter contratual, mantendo 
a possibilidade de adesão ou não a certos tópicos pactuados pelos Entes 
integrantes, preservando a soberania de cada participante, bem como o direito 
de secessão. O que já não ocorre no Estado Federal, o qual é disciplinado e 
ordenado por uma Constituição, onde apenas a União possui soberania, 
enquanto, os demais Entes possuem autonomia, sem que possam invocar o 
direito de secessão. 
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A forma federativa do sistema político-administrativo brasileiro é cláusula 
pétrea da Constituição Federal (art. 60, § 4º, I, CF), não se sujeitando a 
alterações ou emendas, não sendo "necessário que a proposta de emenda 
traga, em si, diretamente, uma ameaça de alcançar os princípios citados. 
 
1.2 . Organização administrativa 
O Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, agindo 
direta ou indiretamente. O Dec-lei n. 200/67 classificou a Administração federal 
em direita e indireta, além de indicar seus componentes. 
Na verdade, a atuação do Estado não se restringe aos serviços públicos, 
muitas vezes, pelos mais diversos motivos atuam no âmbito de atividades 
reservadas essencialmente à iniciativa privadas. "Trata-se de atividade de 
intervenção, que compreende, além da regulamentação e fiscalização da 
atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta), também a 
atuação direta no domínio econômico, o que se dá por meio de empresas 
estatais (intervenção indireta)." 
De qualquer forma, pelo Dec-lei n. 200/67, diz-se Administração direta 
como o conjunto de órgãos que integram aos Entes federativos, com 
competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades 
administrativas do Estado. 
E a Administração indireta representa o conjunto das entidades que, 
ligadas à Administração Direta, prestam serviços públicos ou de interesse 
público. "Resulta daí que a Administração Indireta é o próprio Estado 
executando algumas de suas funções de forma descentralizada." 
Compõem a Administração Indireta: 
 autarquias, 
 empresas públicas, 
 sociedades de economia mista e 
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 fundações instituídas pelo Poder público (art. 4º, Dec-lei n. 200/67, com 
alteração da Lei n. 7.596/87). 
O papel da Administração direta é administrar, "mas não administra só, é 
‘por excelência’, exclusivamente. Entre suas inúmeras funções – políticas, 
legislativas, judiciárias – está incluída a função administrativa. A União legisla, 
julga e administra. Os Estados-membros legislam, julga e administram. Os 
Municípios legislam e administram. A autarquia apenas administra. 
A Administração direta, ao administrar, tem a denominada capacidade 
genérica, ou seja, pode desempenhar todo e qualquer tipo de serviço público 
de sua respectiva competência. A União, por exemplo, ao administrar, presta 
serviço público de sua competência, mas nem sempre sua função é a de 
administrar. 
 
Ao contrário, as entidades da Administração Indireta não desempenham 
funções políticas, nem legislativas, nem judiciárias. Apenas – só e só 
administram. E administram de modo específico, ou seja, desempenham 
determinado tipo de serviço público." 
Paralelamente a esta classificação, apesar de não haver consenso da 
doutrina, encontra-se referências legais à paraestatal, a qual, em nossa 
opinião, dever ser vista com o gênero, no qual estão inseridas as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista, as empresas públicas, as 
fundações públicas e as entidades de cooperação governamental (serviços 
sociais autônomos). 
 
 
 
 
 
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2. FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 
Funcionário público é todo aquele empregado de uma administração 
estatal. Sendo uma designação geral, engloba todos aqueles que mantêm 
vínculos de trabalho com entidades governamentais, integrados em cargos ou 
empregos das entidades político-administrativas, bem como em suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público, ou ainda, é uma 
definição a todo aquele que mantém um vínculo empregatício com o Estado, e 
seu pagamento provém da arrecadação pública de impostos, sendo sua 
atividade chamada de "Típica de Estado", geralmente é originário de concurso 
público pois é defensor do setor público, que é diferente da atividade do 
Político, detentor de um mandato público, que está diretamente ligado ao 
Governo e não necessariamente ao Estado de Direito, sendo sua atribuição a 
defesa do Estado de Direito, principalmente contra a Corrupção Política ou 
Governamental de um eleito, que costuma a destruir ao 
Estado(Historicamente); um Estado corrompido demonstra geralmente que 
essa função, cargo ou serventia não funciona adequadamente. 
Segundo o Código Penal brasileiro assim define o funcionário ou servidor 
público: "Art. 327 - Considera-se funcionário ou servidor público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, 
emprego, serventia ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público 
quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem 
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração Pública." 
 
2.1 Regimes Jurídicodos Servidores Públicos 
Originariamente, a Constituição Federal havia estabelecido que seria 
aplicado aos entes federativos um regime jurídico único para todas as suas 
contratações. Posteriormente, a Emenda Constitucional n°. 19 flexibilizou tal 
exigência, estabelecendo a possibilidade de adoção de regime estatutário ou 
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celetista, mas foi restabelecido o disposto anteriormente após a apreciação da 
ADIn 2.135. 
A regulamentação do regime jurídico dos servidores públicos civis da 
União, das Autarquias e das fundações públicas federais é realizada, no Brasil, 
pela Lei Federal n°. 8.112/1990. Não estão incluídos no regime jurídico 
estabelecido por esta lei os empregados públicos federais que são regulados 
pelos ditames da Consolidação das Leis do Trabalho e da Lei Federal n°. 
9.962/2000. 
Ressalve-se que a partir da Constituição Federal de 1988, ambos os 
regimes devem respeitar algumas regras constitucionalmente estabelecidas, 
como, por exemplo: todos os admitidos pelo empregador público devem estar 
sujeitos a um processo seletivo ou concurso público. 
Assim, no Brasil existem os chamados servidores estatutários (vinculados 
ao regime da Lei Federal n°. 8.112) e os chamados servidores celetistas 
(obedecem à Consolidação das Leis do Trabalho). 
Todavia, tendo em vista a concessão de cautelar com efeitos ex nunc na 
data de 2 de agosto de 2007 na ADIn 2.135, que suspendeu a eficácia da EC 
19 na parte em que modifica o caput do Art. 39 da CF/1988 por violação ao Art. 
60, II, da CF/1988 (vício de iniciativa), o Regime Jurídico Único foi 
restabelecido. 
 A expressão funcionário público não é empregada na Constituição 
Federal de 1988, que preferiu empregar a designação "servidor público" e 
"agente público" para referir os trabalhadores do Estado. Agente Público é a 
designação mais abrangente: alcança os agentes políticos, os servidores 
públicos e os particulares em atuação colaboradora. Os servidores públicos 
são referidos como categoria de agentes públicos: são os agentes 
permanentes, profissionais, a serviço da Administração Pública. 
No Código Penal Brasileiro, contudo, há referência a funcionário público, 
que tem abrangência maior que a do servidor público. 
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2.2. Provimento 
Provimento é o ato administrativo de preenchimento de cargo público, 
regulamentado no Brasil pela Lei Nº 8.112, de 11 de novembro de 1990. 
De acordo com a legislação, o provimento poderá se dar mediante 
nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e 
recondução. 
Cada uma destas formas de provimento tem um significado especial na 
administração pública e especificam a forma legal de acesso ao cargo público 
no Brasil. 
 
2.3. Retribuição pecuniária 
A retribuição pecuniária referente aos serviços prestados pelo agente 
público ao estado se dá da seguinte forma: 
I Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, 
com valor fixado em lei; 
II Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das 
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei; 
III Subsídio: é a retribuição pecuniária exclusiva e fixada em parcela 
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, 
verba de representação ou outra espécie remuneratória. Esse tipo de 
remuneração não é a regra geral e aplica-se aos casos que a lei especificar; 
IV Provento: é a retribuição pecuniária paga ao exercente de cargo 
público quando passa da atividade para a inatividade, ou seja, quando se 
aposenta; 
V Pensão: é a retribuição pecuniária paga às pessoas a quem a lei atribui 
a condição de beneficiárias do servidor público que veio a falecer. 
CF/88 Art. 39 § 4°: O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o 
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acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de 
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso 
disposto no art. 37, X e X 
Deve-se ressaltar que nenhum salário dentro do serviço público pode ser 
superior ao valor dos subsídios pagos aos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal (STF) e que os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do 
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
Apesar dessas regras existirem, muitas pessoas se questionam se elas são, de 
fato, obedecidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. CONDUTA ÉTICA 
 
Segundo Lopes (2009), a ética representa uma abordagem sobre as 
constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou menos 
permanentes no tempo e uniforme no espaço. 
A moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta 
interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua 
ação: o bem comum. 
Ainda, segundo o mesmo autor, a ética na administração e a moralidade 
administrativa não representam senão uma das faces da moralidade pública 
que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos 
julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria conduta. 
E tratando-se de moralidade pública, torna-se imperioso reivindicar-se alto grau 
de generalidade e autoridade, resultando, então, do julgamento respectivo, em 
caráter objetivo e público, não um ato individual e privado. 
As leis e normas são de caráter impositivo, tendo o agente público o 
dever de cumpri-las, e tendo que responder pelo seu não cumprimento. Já a 
conduta ética é de caráter pessoal, o agente público tem a responsabilidade de 
ser ético. Porém sem jamais deixar de respeitar e cumprir o princípio 
constitucional da moralidade administrativa. 
Lopes (2009) define como ser ético: 
 Ser ético é ter a certeza que sua função é pública, e que tem a 
obrigação de tratar ao público e aos colegas de serviço com toda 
dignidade, honra, eficiência, honestidade e muito respeito. 
 Ser ético é ter o zelo necessário para com o patrimônio público, evitando 
ao máximo o desperdício e o descaso. 
 Ao ser ético o agente público estará automaticamente cumprindo a 
maioria de nossa legislação administrativa. 
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 O ser ético é realizar a sua auto avaliação, procurando corrigir seus 
vícios, melhorando seu comportamento e aprimorando suas relações 
interpessoais. 
 Ser ético é uma constante busca de aprimoramento da conduta pessoal 
e profissional 
 Ser ético é respeitar as diferenças e exaltar as boas práticas morais e 
éticas. 
Um código de ética é elaborado e implementado para pessoas éticas, pois 
ele serve como um balizador da boa conduta moral um referencial para a 
conduta ética. Caso contrário temos o Direito Administrativo Disciplinar e o 
Código Penal. 
Portanto, tendo-se uma boa conduta ética, teremos sem sombra de dúvida 
uma boa governança, um declínio acentuado em casos de corrupção, ilícitos 
administrativos e o mau uso da coisa pública. 
A conduta ética na administração pública tem que estar cientecom o 
crescente conflito de interesse hoje existente na Administração. Devido 
principalmente ao crescente numero de nomeações para cargos em comissão 
ou de provimento especial, que na sua grande maioria são ocupados por 
pessoas que não pertencem ao quadro efetivo de servidores da administração 
pública, podemos observar a crescente confusão entre o público e o privado e 
em sua maioria de casos, colaborando e facilitando atos de improbidade 
administrativa e desvios de conduta ética. 
Na expressão interesse público agrega-se o valor de moralidade, ética, 
independência, honestidade objetiva e subjetiva da administração em relação a 
rigorosamente todos os assuntos que dizem respeito às relações da 
Administração no âmbito interno e externo. 
A Gestão Pública está obrigada numa ética de dupla mão de sentido – a 
ética da administração e a ética na administração dos negócios públicos. A 
ética da administração é a garantia da observância do interesse coletivo. A 
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ética na administração consubstancia-se na proteção do indivíduo contra a 
própria administração. 
O gestor público jamais poderá deixar de observar que o Poder Judiciário, 
no julgamento de ação de qualquer natureza, pode ingressar no exame da 
moralidade administrativa para salvaguarda dos interesses individuais e 
sociais, avaliando o comportamento ético da e na Administração Pública. 
Visando dar concretude à ideia de moralidade no serviço público, foram 
criados o Código de Ética e o Código de Conduta da Alta Administração 
Pública. Mas, apesar de ter sido instituído em 22 de junho de 1.994, o Código 
de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, somente passou 
a ser efetivamente utilizado á partir de 1º de fevereiro de 2007 com a edição do 
Decreto nº 6.029/2007. Que cria o Sistema de Gestão da Ética Pública do 
Poder Executivo Federal e regulamenta as atribuições das comissões de ética 
na Administração Pública Federal. Com isso o gestor público passa a ter a 
responsabilidade da Gestão da Ética e a obrigação de apoiar e instituir 
Comissão de Ética em seu órgão ou Entidade. 
Nesse instante, abordaremos o Código de Conduta da Alta Administração: 
3.1. Código de Conduta da Alta Administração Federal 
Art. 1o Fica instituído o Código de Conduta da Alta Administração Federal, 
com as seguintes finalidades: 
I - tornar claras as regras éticas de conduta das autoridades da alta 
Administração Pública Federal, para que a sociedade possa aferir a integridade 
e a lisura do processo decisório governamental; 
II - contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da Administração 
Pública Federal, a partir do exemplo dado pelas autoridades de nível 
hierárquico superior; 
III - preservar a imagem e a reputação do administrador público, cuja 
conduta esteja de acordo com as normas éticas estabelecidas neste Código; 
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IV - estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses públicos e 
privados e limitações às atividades profissionais posteriores ao exercício de 
cargo público; 
V - minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse privado e o dever 
funcional das autoridades públicas da Administração Pública Federal; 
VI - criar mecanismo de consulta, destinado a possibilitar o prévio e pronto 
esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética do administrador. 
Art. 2o As normas deste Código aplicam-se às seguintes autoridades 
públicas: 
I - Ministros e Secretários de Estado; 
II - titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, 
secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção 
e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis; 
III - presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, inclusive as 
especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
Art. 3o No exercício de suas funções, as autoridades públicas deverão 
pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, 
à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o 
respeito e a confiança do público em geral. 
Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são exigidos da 
autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e privadas, de 
modo a prevenir eventuais conflitos de interesses. 
Art. 4o Além da declaração de bens e rendas de que trata a Lei no 8.730, 
de 10 de novembro de 1993, a autoridade pública, no prazo de dez dias 
contados de sua posse, enviará à Comissão de Ética Pública - CEP, criada 
pelo Decreto de 26 de maio de 1999, publicado no Diário Oficial da União do 
dia 27 subsequente, na forma por ela estabelecida, informações sobre sua 
situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o 
interesse público, indicando o modo pelo qual irá evitá-lo. 
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Art. 5o As alterações relevantes no patrimônio da autoridade pública 
deverão ser imediatamente comunicadas à CEP, especialmente quando se 
tratar de: 
 I - atos de gestão patrimonial que envolvam: 
a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente ou parente na 
linha colateral; 
b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; ou 
c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou na natureza do 
patrimônio; 
II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancialmente alterado 
por decisão ou política governamental. (alterado pela Exposição de Motivos nº 
360, de 14.09.2001, aprovado em 18.09.2001) 
§ 1o É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser 
afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade 
pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, 
inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros 
e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de 
investimento que a CEP venha a especificar. 
§ 2o Em caso de dúvida, a CEP poderá solicitar informações adicionais e 
esclarecimentos sobre alterações patrimoniais a ela comunicadas pela 
autoridade pública ou que, por qualquer outro meio, cheguem ao seu 
conhecimento. 
§ 3o A autoridade pública poderá consultar previamente a CEP a respeito 
de ato específico de gestão de bens que pretenda realizar. 
Porém, a maior atribuição de uma Comissão de Ética está no trabalho de 
divulgação de normas éticas e morais visando alcançar a todos os servidores, 
com a divulgação das boas práticas éticas e morais. E esse trabalho tem que 
ser realizado de uma forma constante e ininterrupta, com a certeza que se trata 
da realização de uma reeducação e por isso é uma tarefa árdua. A reeducação 
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à luz da ética tem o desafio de tratar das mudanças comportamentais e vícios 
que se encontram arraigados na Administração Pública. 
A Comissão de ética deve ser a porta de entrada para um bom e eficaz 
controle social, é através dela que o cidadão poderá realizar consultas, 
esclarecer dúvidas e apresentar reclamações e denuncias sobre o 
comportamento ético e moral do servidor público. 
Vale ressaltar que a Comissão de Ética executa a nobre tarefa de orientar, 
aconselhar e acompanhar os dirigentes e servidores quanto à ética e a 
moralidade de seus atos. 
De nadaadianta o esforço para a disseminação das boas práticas éticas e 
morais, se os dirigentes das Entidades e dos Órgãos Públicos não estiverem 
realmente comprometidos com as atividades da Comissão de Ética. O 
comprometimento não vem do apoio ao seu funcionamento, pois este apoio é 
obrigatório por força do Decreto nº 6.029/2007, o comprometimento deve se 
apresentar na forma do bom exemplo, pois é notório que os subordinados 
hierárquicos tendem a seguir os exemplos de seus superiores. Portanto, se 
fornecermos exemplos negativos de comportamento ético e moral teremos um 
ambiente infectado com a conduta ética. 
O código continua, mas iremos focar em outros aspectos, um de nossos 
focos está em compreender o Direito Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. FUNDAMENTOS DE DIREITO PÚBLICO 
 
Direito público é o ramo do direito que dispõe sobre interesses ou utilidades 
imediatas da comunidade (direito constitucional ou político, direito 
administrativo, direito criminal ou penal, direito judiciário ou processual). 
Existem correntes doutrinárias que conseguem classificar uma área do 
Direito, como por exemplo, Trabalhista, como Direito Público, outros 
doutrinários explicam como Direito Privado. 
De qualquer modo, podemos encontrar nessa área controvérsias sobre tais 
classificações. 
Sob perspectiva da cidadania, como conjunto de normas de proteção contra 
o abuso do poder de governo, o direito público também é denominado direito 
do estado (em contraposição a direito do governo). 
Outro ponto distintivo do Direito Público é o princípio que o rege: o Princípio 
da Supremacia do interesse público em face do interesse individual. Com isto 
será sempre priorizado o interesse geral em detrimento do interesse individual 
de cada pessoa, devendo este submeter-se àquele. Quando se trata da relação 
entre dois ou mais Estados, ocorre o Direito Internacional Público. 
Tradicionalmente o direito se divide nas categorias de Direito Público e 
Direito Privado. Trata-se de uma distinção antiga, criada pelo jurista romano 
Ulpiano: 
Publicum ius est quod ad statum rei Romanae spectat, privatum quod ad 
singulorum utilitatem. 
Isto é, Direito Público é o que concerne ao Estado romano, e Privado, o que 
considera a utilidade dos particulares. Contudo, esse critério da utilidade ou 
interesse visado pela norma é falho, porque não se pode afirmar, com 
segurança, se o interesse protegido é do Estado ou dos indivíduos. Em razão 
disso houve autores que concluíram que o fundamento da divisão encontrava-
se no "interesse dominante", ideia insatisfatória, pois tão interligados estão que 
é impossível verificar qual o interesse dominante. 
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Eneo Domitius Ulpianus, (Tiro, 150 — Roma, 228) foi um jurista romano. 
Tem como expoente jurídico o princípio contido no ditame: "Tais são os 
preceitos do direito: viver honestamente (honeste vivere), não ofender ninguém 
(neminem laedere), dar a cada o que lhe pertence (suum cuique tribuere)". 
Ainda foi reconhecido como importante político e estudioso, sendo considerado 
um dos maiores economistas de seu tempo. 
Foi Ulpiano quem deu os primeiros passos para o desenvolvimento do seguro 
de vida. Interessou-se pelo estudo de documentos sobre nascimentos e mortes 
dos romanos, publicando Ulpian's Table, provavelmente no ano 200 d.c, o que 
lhe valeu o título de Primeiro atuário da História. 
Ulpiano foi prefeito pretoriano (título oficial do funcionário da ordem equestre 
que, no regime imperial romano, acumulava uma grande variedade de funções 
civís e militares) sob o império de Alexandre Severo, sendo morto pela guarda 
pretoriana. 
 
 
Pode-se dizer que são ramos do Direito Público: o Direito Constitucional, 
Administrativo, Financeiro, Penal, Internacional e Processual é um tipo de 
classificação, feito por alguns doutrinadores. 
Para esclarecer é importante que se faça um resumo sobre o 
funcionamento de cada um desses ramos. 
• Direito Constitucional: as normas de Direito Constitucional são normas 
internas e estruturais cada Estado. Elas disciplinam as instituições 
políticas, a estrutura de governo, organização dos poderes do Estado, 
limites de funcionamento, a sociedade, e as garantias fundamentais de 
cada indivíduo. Seriam normas que fornecem um modelo para as demais 
leis que surgirem. São normas que montam toda a estrutura da sociedade 
e ditam os parâmetros econômicos, políticos e sociais. 
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• Direito Administrativo: é o ramo do Direito Público que regulamenta a 
atividade estatal, com todos os serviços públicos postos à disposição da 
sociedade, em busca do bem comum. Vale dizer que o Direito Administrativo 
se preocupa com a prestação do serviço público, a forma e limites de atuação e 
ainda disciplina o relacionamento entre entes públicos e privados, e a relação 
dos indivíduos com a Administração Pública. 
 • Direito Financeiro: O Estado, para prestar os serviços públicos em prol 
dos cidadãos, necessita de recursos, que advém dos tributos (impostos, taxas 
e contribuições). Assim, seria a preocupação central do Direito Financeiro o 
estudo dos princípios e diretrizes que norteiam a forma de aplicação, 
administração e gerenciamento desses recursos públicos para a execução 
destes serviços, e ainda o planejamento necessário de forma que a receita e 
despesa pública se equilibrem no grande orçamento público. É a intenção do 
Direito Financeiro que o Estado empregue seus recursos da maneira mais 
eficiente possível para a sociedade. 
• Direito Penal: ramo do Direito que disciplina as condutas humanas que 
podem por em risco a coexistência dos indivíduos na sociedade. O Direito 
Penal vai regular essas condutas com base na proteção dos princípios 
relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade, enfim, princípios que 
devem ser respeitados no convívio social. Dessa forma, o Direito Penal vai 
descrever as condutas consideradas crimes (condutas mais graves) e 
contravenções (condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. 
Vale dizer que o Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz mediante 
critérios pré- estabelecidos, com o intuito de desestimular os indivíduos a 
transgredirem as normas, e, também, de readaptar o indivíduo ao convívio 
social. 
• Direito Internacional Público: é o ramo do Direito voltado a disciplinar as 
relações entre os vários Estados, possuindo princípios e diretrizes, que visam 
uma interação pacífica entre os Estados, tanto na esfera política, econômica, 
social e cultural. Vale dizer que são criados organismos internacionais, tais 
como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMC (Organização 
Mundial do Comércio), para auxiliar na descoberta de interesses comuns, e de 
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que forma interação dos Estados vai se dar. Os instrumentos dos acordos entre 
os Estados são denominados tratados. 
Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 
192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz 
e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, 
promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. Os 
membros são unidos em torno da Carta da ONU, um tratadointernacional que 
enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidade internacional. 
As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembleia 
Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho 
de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles 
estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que 
fica em Haia, na Holanda. 
Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão 
diversas como saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por 
exemplo: OMS (Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização 
Internacional do Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário 
Internacional). Estes organismos especializados, juntamente com as Nações 
Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas 
para a Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas 
 
 
• Direito processual: para definir o objeto de estudo desse ramo do Direito, 
primeiramente é importante dizer que é o Estado que detém o poder de aplicar 
o Direito, estabelecendo a ordem, aplicando as penalidades, e solucionando os 
conflitos entre as partes, por meio de um processo judicial. Dessa forma, o 
ramo em questão visa disciplinar de que forma isso vai se dar, estabelecendo 
princípios e regras a serem previamente obedecidas, tanto pelo Estado, quanto 
pelas partes na disputa judicial. Assim a função do Direito processual é 
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organizar a forma de como o Estado vai prestar esse poder-dever de julgar, e 
como as partes devem agir no embate judicial. 
Xavier de Oliveira (2002) relata que esta divisão entre direito público e 
privado é um tópico dominante na doutrina do direito romano-germânico que o 
direito, apesar de ser uno e indivisível, posto que conformado em um sistema 
orientado por princípios gerais do direito, é subdivido em direito público e direito 
privado. 
Esta divisão encontra a sua razão de ser, para alguns, em face do 
interesse preponderante veiculado pela norma, segundo o preconizado por 
Rudolf von Ihering e os sectários da jurisprudência dos interesses, para quem: 
“Os conceitos não poderiam ser causais em 
relação às soluções que, pretensamente, lhes 
são imputadas: a causalidade das saídas 
jurídicas deveria ser procurada nos interesses 
em presença”. 
Para outros, no entanto, a divisão encontra o seu fundamento em razão 
de critérios formal e contenutístico das normas analisadas. Assim, para Miguel 
Reale: 
“Há duas maneiras complementares de fazer-
se a distinção entre Direito Público e Privado, 
uma atendendo ao conteúdo; a outra com base 
no elemento formal, mas sem corte rígidos, de 
conformidade com o seguinte esquema, que 
leva em conta as notas distintivas 
prevalecentes”: 
Quanto ao Conteúdo ou 
objeto da relação jurídica 
a-1) Quando é visado imediata e 
prevalecentemente o interesse geral, o Direito é 
público; 
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a-2) Quando imediato e prevalecente o interesse 
particular, o Direito é privado. 
Quanto à forma da 
relação 
b-1) Se a relação é de coordenação, trata-se, 
geralmente, de Direito Privado; 
b-2) Se a relação é de subordinação, trata-se, 
geralmente, de Direito Público. 
 
Ainda segundo Xavier de Oliveira (2002), a maior parte da doutrina 
encontra a origem da dicotomia direito público-direito privado no próprio direito 
romano. 
Com efeito, a doutrina busca em Ulpiano o fundamento histórico para o 
tratamento diferenciado. Como já foi lembrado acima: "Publicum jus est quod 
ad statum rei romanae spectat; privatum, quod ad singulorum utilitatem", que 
em vernáculo quer significar: 
 "O direito público diz respeito ao estado da coisa romana, a polis ou 
civitas; o privado à utilidade dos particulares". 
E, Xavier de Oliveira (2002), acrescenta que, na medida em que o direito 
público relacionava-se à cidade romana, vigoraria um princípio a lhe 
fundamentar sua existência, do mesmo modo em que, sendo o direito privado 
relacionado àquilo que tocava a satisfação de interesses dos particulares, 
demandaria outro princípio. 
Contudo, somente com o surgimento do direito moderno (mais 
precisamente com o jusnaturalismo e o liberalismo) é que a dicotomia ganhou o 
status de verdadeiro dogma. 
Com efeito, para a sociedade burguesa nascente, importava que o Estado 
somente se ocupasse da administração da coisa pública, criando condições 
para que o particular, o empreendedor, o industriário, explorasse os meios de 
produção econômica de forma livre. 
 Ao Estado se impunha a função de: 
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 organização da nação e pacificação da sociedade, 
 defesa do território, 
 recolhimento dos tributos, 
 imposição de penas, 
 administração do espaço público, 
 expedição de moedas, e 
 a criação de regras jurídicas claras e objetivas que conferissem 
segurança jurídica para o homem poder transacionar com o seu 
próximo, enquanto que a economia seria necessariamente explorada 
pelo burguês. 
 Não se pode perder de vista, entretanto, a função garantística de tal 
divisão, na medida em que o Estado Moderno surge como anteposição ao 
Estado Antigo, como seja, ao Estado Totalitário, em que tudo estava 
dependente da vontade do soberano. 
Quando se analisa no plano dogmático a atomização do direito em público 
e privado, não se pode perder de vista que tal dicotomia somente tem campo 
de incidência onde existir o Estado. Ocorre que o direito não surge com o 
Estado (Xavier Oliveira refere-se à experiência jurídica e não ao direito 
positivo, que é originado no Estado), mas sim no primeiro momento em que o 
homem decidiu se unir com outro/outros homem/homens em bando, surgindo 
desta união a necessidade de se criarem regras de conduta para a convivência 
pacífica entre eles, tendo por norte o conhecido: 
 
Princípio Alterum Non Laedere. 
Com o surgimento do Estado, se a religião, se a unidade nacional, se o 
poder político ou se à vontade das nações civilizadas, bastando ver, no plano 
histórico, que todos estes elementos foram vetores de união e criação dos mais 
diversos Estados, como o denuncia o caso do povo judeu, unidos pela crença 
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na escolha por Iavé, portanto um fator religioso; o caso inglês, que adveio da 
unidade nacional no plano das tradições seculares; o caso alemão, advindo do 
poder político-militar de Bismarck; e o recente caso de Timor Leste, cuja 
independência nacional se alcançou pelo reconhecimento das Nações Unidas -
, orientado pelas necessidades de independência nacional, auto-organização 
política da nação e pela necessidade de subordinar o povo de um dado 
território a uma fonte comum de normas jurídicas, é que surge o direito público, 
ou o direito ordenador do Estado e das relações do Estado, como o ensina 
Afonso Arinos de Melo Franco: 
 
“A verdade é que o Direito Público, 
predominantemente relacionado com a 
personalidade jurídica do Estado, com os seus 
interesses, instituições e órgãos, requer um método 
de estudo, uma formulação normativa e um 
processo de aplicação que lhe são próprios”. 
 
Xavier de Oliveira (2002) ressalta que inexistiria direito público sem que 
um dado povo gozasse de soberania, como seja, opoder de auto ordenação 
adquirido no plano internacional. Com efeito, a soberania se exercita para fora 
do Estado, por meio da independência nacional, ou seja, a não subordinação a 
nenhum outro centro de competência normativa, e no plano interior por meio da 
imposição de observância das regras jurídicas editadas pelo Estado sob pena 
de sanção às condutas contrárias às leis editadas. Esta soberania é exercida 
pelo ente jurídico criado pelo próprio ordenamento normativo, a saber, o 
Estado, por meio de sua mais elevada norma: a Constituição. Assim, a 
Constituição ocupa não somente a primazia das fontes do direito público (e do 
privado também, segundo a teoria escalonada das normas de Kelsen), como, 
em verdade, é o seu verdadeiro fundamento. 
O mesmo autor enfatiza que o direito público apresenta dois momentos: 
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Primeiro momento: se refere às normas que conformam o próprio Estado, 
como seja às normas constitucionais que o criam e o organizam, mediante a 
divisão das funções soberanas (legislativo, executivo e jurisdicional), repartição 
das competências, limitação do próprio poder do Estado, mediante a previsão 
de normas garantísticas da liberdade do cidadão. 
Segundo momento: o direito público é composto por normas que 
regulamentam a atuação do Estado em sua multifacetária rede de relações: o 
Estado Nacional e os demais Estados, entre órgãos do Estado, entre órgãos do 
Estado e os cidadãos etc. 
Assim, orientando-se pelo plano teorético dado por Miguel Reale, o direito 
público é complexo de princípios e regras jurídicas – orientados pelo princípio 
da soberania – que regulamenta: 
 a criação e o modo de exercício dos poderes públicos, 
 as relações do Estado enquanto pessoa soberana no plano 
internacional, 
 a atuação do Estado quando esteja em jogo o interesse coletivo, 
 quando, enfim, esteja em plano de incidência, a aplicação de regras 
subordinantes, como seja, normas cogentes que se aplicam a toda e 
qualquer pessoa – inclusive ao Estado -, tendentes à preservação do 
interesse comum, finalisticamente direcionadas ao estabelecimento e 
mantença do bem comum. 
Como exemplos destas normas, Xavier de Oliveira (2002) cita as regras 
processuais e as normas tributárias, o direito penal e o direito eleitoral, nas 
regras procedimentais da criação das fontes normativas e no regulamento da 
administração pública 
 
No plano positivo verifica-se a procedência desta lição, ex vi do disposto 
nos artigos 1º, incisos I e II e 4º, incisos I, III, IV e V, da Constituição brasileira 
de 1988: 
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Artigo 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito, e tem como fundamentos: 
I – a soberania; 
II – a cidadania; [...]. 
Artigo 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
I – independência nacional; [...] 
III – autodeterminação dos povos; 
IV – não-intervenção; 
V – igualdade entre os Estados; [...]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. DEBATE CONTEMPORÂNEO SOBRE ESTADO, ECONOMIA E 
SOCIEDADE 
5.1 Teoria Geral do Estado 
 
A Teoria geral do Estado (TGE) é a disciplina que estuda os fenômenos do 
Estado, desde sua origem, formação, estrutura, organização, funcionamento e 
suas finalidades, compreendendo-se no seu âmbito tudo que considera 
existindo no Estado ou influindo sobre ele. Ela sistematiza conhecimentos 
jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, antropológicos, 
econômicos e psicológicos. Ela corresponde à parte geral do Direito 
Constitucional e é a base do ramo do Direito Público. Busca o aperfeiçoamento 
do Estado, concebendo-o, ao mesmo tempo, como um fato social e uma 
ordem, que procura atingir os seus fins com eficácia e com justiça. 
A TGE pode ser abordada sob múltiplas orientações. Dalmo Dallari agrupa 
esses muitos enfoques em três diretrizes fundamentais: 
1. procura encontrar justificativa para o Estado a partir dos valores éticos 
humanos e se identifica com a Filosofia do Estado, 
2. outra que foca totalmente em fatos concretos e que aproxima-se da 
Sociologia do Estado, e, finalmente, 
3. analisa seu objeto de acordo com um entendimento puramente 
normativo de Estado em seus aspectos técnicos e formais. 
Os diferentes enfoques levam à impossibilidade de um método único para 
a pesquisa em TGE. Dependendo do ângulo enfocado, haverá um método 
mais adequado. A disciplina utiliza dos vários métodos de indução (que partem 
dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais), do métodos dedutivos 
(que parte das conclusões gerais para explicar o particular) e analógico (para 
estudos comparativos). 
A denominação formal de Teoria geral do Estado é de origem alemã, foi 
criada em 1672 pelo Ulric Huber, o qual é objeto de críticas, pois não pode 
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haver uma ciência que seja forçadamente geral, e sim uma Teoria Geral do 
Estado eminente, especulativa e que analisa o Estado em abstrato. 
Em Portugal e no Brasil a Teoria geral do Estado vem, nos últimos tempos, 
se identificando com a Ciência Política. Isso advém principalmente de um maior 
intercâmbio com o meio acadêmico Estadunidense. Alguns mestres 
consagrados da TGE, como Paulo Bonavides e Darcy Azambuja, publicaram 
obras de Ciência Política. 
Xavier de Oliveira (2002) relata que o direito público é ligado à existência 
do Estado, o direito privado encontra sua primeira condição de existência numa 
espécie de Estado, a saber: o Estado capitalista. 
Analisa ser incompatível com a evolução histórico-jurídica da sociedade 
humana, pois o capitalismo surge, como ideologia econômica, por volta dos 
séculos XVI e XVII. 
No entanto, ele se depara com estudos dos períodos que antecedem tais 
limites, em que a sociedade humana sempre se organizou pelo modo 
capitalista, sempre reconheceu aos homens o direito de propriedade, a 
liberdade de contrato, a livre disposição da propriedade (os conhecidos ius 
utendi, fruendi, abutendi e reivindicatio do direito romano), sendo o exercício da 
mercancia um dos mais antigos labores do homem. Com efeito, não se pode 
falar em sistema capitalista de produção (exercício de atos de troca, venda e 
compra de bens e serviços com o objetivo de lucro) sem que ao homem seja 
reconhecido o direito de propriedade. 
O autor relata que, num Estado de economia planificada (socialista) é 
impossível se falar em livre disposição de propriedade, pois esta, deveras, não 
existe. Todos os meios de produção pertencem ao Estado, que os administra 
sob os programas "em nome e em benefício da classe trabalhadora". 
Neste sentido, Xavier de Oliveira (2002) cita o exemplo da República de 
Cuba: 
Artigo 1. Cuba é um Estado socialista de trabalhadores, independente e 
soberano, organizado com todos e para o bem de todos, como república 
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unitária e democrática, para o desfrute da liberdade política, a justiça social, o 
bem-estar individual e coletivo e a solidariedade humana. 
[...]Artigo 9. O Estado: 
a-realiza a vontade do povo trabalhador e 
- processo os esforços da nação na construção do socialismo; 
- mantém e defende a integridade e a soberania da pátria; 
- garante a liberdade e a dignidade plena do homem, o desfrute de seus 
direitos, o exercício e cumprimento de seus deveres e o desenvolvimento 
integral de sua personalidade; 
- afiança a ideologia e as normas de convivência e de conduta próprias da 
sociedade livre da exploração do homem pelo homem; 
- protege o trabalho criador do povo e a propriedade e a riqueza da nação 
socialista; 
- dirige planificadamente a economia nacional; 
- assegura o avanço educacional, científico, técnico e cultural do país; 
[...] 
Artigo 11. O Estado exerce sua soberania: 
a)sobre todo o território nacional, integrado pela Ilha de Cuba, a Ilha da 
Juventude, as demais ilhas e ilhotas adjacentes, as águas interiores e o mar 
territorial na extensão que fixada pela lei e o espaço aéreo que sobre estes se 
estende; 
b)sobre o meio ambiente e os recursos naturais do país; 
c)sobre os recursos naturais, tanto vivos como não-vivos, na extensão 
fixada pela lei, em conformidade com a prática internacional. 
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A República de Cuba repudia e considera ilegais e nulos os tratados, 
pactos e concessões pactuados em condições de desigualdade ou que 
desconheçam ou diminuam sua soberania e sua integridade territorial. 
Xavier de Oliveira (2002) verifica que o princípio da autonomia da vontade 
não encontra guarida no sistema socialista cubano, na medida em que: 
 a economia é planificada, como seja, os meios de produção econômica 
estão em mãos do Estado; 
 os bens materiais e imateriais pertencem ao Estado Cubano; 
 encontra-se vedada à ocorrência da exploração econômica em mãos 
do particular, pois tal demandaria " la exploración del hombre por el 
hombre". 
Assim, somente se há de falar em princípio da autonomia da vontade frente 
a um ordenamento jurídico que se constitua em estado de produção capitalista, 
ou seja, aquele que assegura a plena liberdade de produção econômica nas 
mãos do particular, tendo como paradigma primeiro o reconhecimento do 
direito de propriedade, na medida em que o direito privado tem como 
exclusividade o patrimonialismo. 
O autor aqui citado relata que o Brasil, como se verifica dos seguintes 
dispositivos da Lei Maior de 1988 abaixo citados, adotou o sistema capitalista 
de produção. Não no modo preconizado pelo liberalismo do século XVIII, mas 
sim um capitalismo em que a produção econômica tem por escopo a promoção 
do bem comum, por meio da circulação e distribuição das riquezas: 
Artigo 1º [...]: 
[...] 
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
[...]. 
Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, 
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a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
[...] 
XXII – é garantido o direito de propriedade; 
[...] 
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação 
ou reprodução de suas obras, transmissíveis aos herdeiros pelo tempo que a 
lei fixar; 
[...] 
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industrias privilégios 
temporários para sua utilização, com como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes das empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e 
econômico do País; 
XXX – é garantido o direito de herança; 
[...] 
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
[...] 
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada; 
[...] 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
[...] 
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Artigo 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, 
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
[...] 
II – propriedade privada; 
[...] 
IV – livre concorrência; 
V – defesa do consumidor; 
[...]. 
Com efeito, logo no primeiro dispositivo constitucional (artigo 1º, inciso IV), 
o constituinte deixou transparecer claramente a sua opção pela forma 
capitalista de produção, pois a junção dos "valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa" num mesmo dispositivo, indica, em último grau, a plena liberdade de 
exploração da economia pelo particular, sem que o Estado nela intervenha, à 
exclusão dos casos em que a própria Constituição o permita (artigo 173). 
No entanto, não se pode perder de vista que tal enunciado não se reduz à 
mera afirmação do modo capitalista individualista, mas num capitalismo em que 
tanto o individualismo como o coletivismo (cooperativas) encontra plena 
liberdade para atuar. 
 
5.2.A visão clássica das ciências sociais e sua limitação 
Simon Schwartzman (2003) relata sobre a visão clássica e a visão 
contemporânea 
Sobre a visão clássica das ciências sociais era a de que a sociedade se 
organizava, basicamente, para a produção e a apropriação de bens, e daí 
decorria tanto as diferentes formas de organização social quanto as diferentes 
formas de organização do Estado. A sociedade, entendida como a trama de 
relacionamento entre grupos sociais - classes, regiões, grupos linguísticos, 
culturais, étnicos - deveria sempre ser entendida em função do jogo de 
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interesses econômicos que tinha por detrás. A política, expressa através da 
disputa partidária, e materializada no controle do Estado, era a expressão do 
conflito de interesses econômicos, e da dominação de uma classe social sobre 
as demais. 
No seu tempo, este entendimento das relações entre economia, sociedade 
e política foi revolucionário, na medida em que propunha uma inversão total da 
visão tradicional de encarar a organização das sociedades humanas, que 
punha ênfase seja no seu ordenamento jurídico, seja em seus valores 
religiosos e morais, seja nas qualidades pessoais de seus líderes. Esta visão 
revolucionária não ficou restrita aos políticos ou intelectuais da tradição 
marxista, para os quais todos os fenômenos sociais e políticos devem ser em 
última análise, referidos à esfera do econômico; ela também domina, e talvez 
de forma até mesmo mais radical, entre os economistas da tradição liberal, ou 
clássica, que buscam utilizar a lógica do cálculo do interesse econômico para 
todas as esferas da atividade humana. 
Basta olharmos para a realidade do Brasil de hoje, no entanto, para 
verificarmos quão insuficiente é esta visão economicista da realidade em que 
vivemos. Seria insano menosprezar a gravidade dos problemas econômicos 
pelos quais passamos - as dívidas externa e interna, os baixos níveis de 
investimento, a especulação financeira, o desemprego, a pobreza absoluta de 
grande parte da população - e as restrições e os condicionantes que elescolocam sobre o futuro que nos espera. O que eu quero enfatizar é que a 
lógica econômica não basta para entender como chegamos à situação em que 
nos encontramos, e não acredito que será suficiente para nos ajudar a sair 
dela. 
 
 
 
 
 
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6. GESTÃO EM SERVIÇO SOCIAL 
 
6.1. Projetos sociais 
 
Todo projeto nasce do desejo de transformar determinada realidade. É o 
produto inicial de uma Ideia para solucionar uma questão especifica. Para ser 
bem sucedido, o projeto deve ser bem elaborado. Isso significa conter o maior 
detalhamento possível das atividades propostas, de forma clara e organizada, 
para revelar aos interessados o que a instituição pretende fazer, por que deve 
fazer, e quais as possibilidades reais de obter os resultados esperados. 
Um projeto bem elaborado contribui para obter aprovação e captar 
recursos e, ao mesmo tempo, é mecanismo de trabalho e subsídio para o 
planejamento, a implantação e o gerenciamento de suas próprias etapas. 
Existem diversos roteiros para a elaboração de projetos. Cada qual 
corresponde às exigências específicas do Agente Financiador, dos Apoiadores, 
ou de ambos, que pretendem conhecer a capacidade real da instituição de 
elaborar, implantar e administrar um projeto, de reunir as informações 
pertinentes e atender às solicitações de maneira precisa, inteligível e bem 
redigida. 
As etapas a seguir contêm os itens necessários à apresentação e ao 
desenvolvimento de um projeto. No entanto, é importante salientar que a forma 
de apresentação deve adequar-se às exigências do Agente Financiador. 
Conceitos para elaborar um projeto 
Políticas públicas são conjuntos de ações ou normas de caráter estatal, 
visando determinados objetivos. O caráter governamental não implica a 
exclusão dos agentes privados. Nas sociedades democráticas a formulação 
das políticas públicas se pauta por um processo dinâmico e participativo com a 
representação da sociedade civil. 
Programa é um conjunto de projetos de caráter institucional, com 
diretrizes bem definidas, voltado para um ou mais objetivos de uma instituição. 
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Geralmente se acha sob a responsabilidade de um coordenador, de equipe de 
coordenadores ou de uma secretaria executiva. Na elaboração de vários 
projetos sobre o mesmo tema e objetivo, eles devem ser reunidos e 
organizados de forma mais ampla em um programa. Assim, os recursos e 
esforços podem ser otimizados e integrados. 
Projeto é um empreendimento detalhado e planejado com clareza, 
organizado em um conjunto de atividades contínuas e interligadas a serem 
implantadas, voltadas a um objetivo de caráter ambiental, educativo, social, 
cultural, científico e/ou tecnológico. O projeto considera os mesmos elementos 
do programa, mas se acha em nível maior de especificidade, com prazo, verba 
e equipe bem definidos. 
Articulação é a relação que se estabelece entre indivíduos e/ou 
determinadas entidades do poder público ou da sociedade civil para 
possibilitar, ampliar ou melhorar certa atividade ou um conjunto específico 
delas. Trata-se de uma aliança pontual, de curto ou curtíssimo prazo, e 
conforme seus resultados pode estimular o estabelecimento de uma parceria 
ou a organização de uma rede, passando, então, a ter duração de médio ou de 
longo prazo. 
Parceria é a união e organização de pessoas ou de instituições, com 
interesses comuns e fim específico, como, por exemplo, a realização de um 
projeto. Pode ser uma alternativa para viabilizar recursos financeiros, humanos, 
logísticos e técnicos por tempo definido. 
Uma instituição isolada tem determinado limite de atuação, que pode ser 
ampliado com a organização de parcerias. Isso possibilita o preenchimento do 
vazio entre o que a instituição gostaria de fazer e o que efetivamente poderia 
ser feito, somando esforços e qualificando resultados. 
A parceria diz respeito à associação que as organizações estabelecem 
entre si, com o objetivo de contar com apoio recíproco ou obter benefícios. 
Não é o caráter legal ou formal que determina as parcerias. É sim, a 
qualidade da relação que as distinguem, ou seja, o modo como instituições 
com distintos interesses, poderes, recursos e atribuições constroem um espaço 
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onde se comportam como iguais na definição dos objetivos comuns, dos papéis 
e da complementaridade. Assim, buscam no parceiro os recursos e as 
capacidades que não estão ao seu alcance, mas que são necessárias para 
atingir seus propósitos. 
E mesmo tendo recursos e poderes distintos, os parceiros devem 
considerar-se iguais, num determinado momento, além de reconhecer e 
valorizar a contribuição que cada um representa. 
Parceria é o oposto de subordinação. Os trabalhos voluntários são 
iniciativas individuais ou coletivas que visam a proporcionar a melhoria da 
qualidade de vida de pessoas e comunidades. Por meio de contribuições 
voluntárias, a sociedade se mobiliza, organizando e desenvolvendo projetos e 
ações sociais para transformar determinada realidade para o bem comum. 
Os projetos sociais são um exercício de cidadania, pois envolvem as 
pessoas para além do seu campo de vivência, permitindo a transposição de 
barreiras e preconceitos em benefício do outro. Eles são um meio para que 
haja maior conscientização do indivíduo diante do papel que ele desempenha 
na sociedade, além de despertar o sentimento de solidariedade. 
Um exemplo é o Projeto Pescar, que é uma iniciativa mantida por 
empresas sem fins lucrativos, com a intenção de preparar jovens de baixa 
renda para inclusão social e no mercado de trabalho. Durante o curso os 
jovens aprendem sobre alguma área profissional de acordo com o ramo que a 
empresa trabalha, além de orientações sobre: Cidadania, meio ambiente, 
educação sexual, família. As aulas geralmente iniciam em março tendo seu 
término entre Novembro e Dezembro, até o meio do ano os alunos apenas têm 
aulas didáticas e após este período os alunos são encaminhados ás aulas 
práticas para que possam praticar o que aprenderam na teoria e vivenciem 
como é o ambiente de trabalho, seus processos e responsabilidades. Após o 
curso, os orientadores procuram inserir cada jovem a uma vaga no mercado 
segundo cada perfil. 
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O nome foi inspirado no provérbio chinês: “Se deres um peixe a um 
homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais 
alimentá-lo por toda a vida. Lao Tse”. 
O projeto inspira-se neste provérbio devido ao fato de ter como objetivo o 
real aprendizado destes jovens que buscam uma qualificação para se 
adequarem as exigências profissionais e não somente inseri-los no mercado 
sem qualquer experiências de trabalho. 
O projeto iniciou-se em 1976 no Rio Grande do Sul, com a iniciativa do 
empresário Geraldo Tollens Linck (1927-1998), dono da Linck S.A. Sua idéia 
era procurar ocupar, de alguma forma, o tempo livre que esses jovens de baixa 
renda possuem, ensinando-lhes alguma atividade para que pudessem além de 
qualificá-los, dar-lhes uma nova perspectiva de vida. A primeira turma iniciou 
com 15 jovens e até então, já formou quase 11 mil jovens nas 97 unidades 
distribuídas em 11 estados e no Distrito Federal, além de existirem também na 
Argentina e no Paraguai. 
A Missão do projeto é:Implantar, acompanhar e desenvolver, em 
organizações socialmente responsáveis, oportunidades de qualificação 
profissional, desenvolvimento pessoal e cidadania para jovens em situação de 
vulnerabilidade social. Entidade responsável: Secretaria Municipal de 
Assistência Social de Pai Pedro 
 Outro exemplo de Projeto social ocorre no município de Pai Pedro, que 
possui o pior Índice de Desenvolvimento Infantil de todo o Estado de Minas 
Gerais: 0,182 (em uma escala que varia de 0 a 1). Localizado na região norte 
do Estado, cerca de 72,7% de sua população é rural, formada por pequenos 
produtores com baixíssima renda. A principal atividade econômica é a 
agropecuária de subsistência e os produtores dependem de condições 
climáticas (nem sempre favoráveis) para o resultado das colheitas. Muitas 
vezes a perda da produção é total, agravando a situação econômica do 
município e tornando sua população ainda mais carente. A cidade de Pai Pedro 
obteve emancipação política-administrativa há nove anos e vem trabalhando 
para conseguir implantar uma infraestrutura mínima para atendimento à 
população. 
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A comunidade de Picada, escolhida para a implantação do projeto 
Conviver, é uma das mais carentes do município. Tem cerca de 380 habitantes 
com renda familiar em torno de meio salário mínimo, sendo 99% 
remanescentes de quilombos. O índice de desnutrição infantil em crianças de 0 
a 10 anos é bastante alto. As moradias são inadequadas (a maioria de pau-a-
pique) e há carência de serviços básicos. 
Pode parecer conto da tradição popular ou alguma lenda envolvendo 
guerreiros e heróis africanos trazidos à força para a América. Mas não é. Os 
quilombolas mantêm muitas comunidades espalhadas pelo Brasil, cujo dia-a-
dia não mudou quase nada nos últimos 200 ou 300 anos. Sua condição de 
excluídos socialmente ainda os limita a morar em casas de pau-a-pique, sem 
energia elétrica, água tratada ou coleta de esgoto. Suas crianças ainda 
perambulam descalças e desnutridas. É assim em Picada, no município de Pai 
Pedro. 
Mas, no final de 2004, a captação de recursos pelo Fundo Municipal dos 
Direitos da Criança e do Adolescente possibilitou a implantação de um Centro 
de Convivência Familiar. Os recursos foram destinados ao Fundo Municipal 
pelo Programa Amigo Real – uma iniciativa dos funcionários do ABN AMRO 
REAL. 
Trinta e seis crianças, todas de origem quilombola, selecionadas através 
de um trabalho que envolveu visitas a todos os domicílios da comunidade, 
encontram agora um espaço e condições apropriadas para o seu 
desenvolvimento. Oito delas sequer dispunham de certidão de nascimento e 
sete apresentavam forte indicação de desnutrição. A infraestrutura criada 
permite o desenvolvimento de trabalhos voltados ao fortalecimento das 
famílias. 
 Com o Centro de Convivência Familiar em funcionamento, o desafio para 
2006 é qualificar e aprimorar o atendimento para buscar reduzir as 
vulnerabilidades das famílias. Assim, além de implantar um bom projeto de 
educação infantil na localidade, a proposta inclui atividades para o 
desenvolvimento do universo informacional, de habilidades e de competências 
que promovam alterações significativas na qualidade de vida das famílias, ao 
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mesmo tempo respeitando e valorizando a cultura quilombola. Diversas ações 
estão sendo planejadas envolvendo a preservação da cultura e a geração de 
renda para as famílias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através do processo de reestruturação produtiva, globalização e 
inovações tecnológicas, tornam-se as empresas mais competitivas, tendo que 
passar por transformações para concorrer em nível planetário. 
As mudanças societárias ocasionaram um aumento de espaço aos 
profissionais que trabalham na área de Recursos Humanos das empresas, por 
possuir habilidades e competências em trabalhar com pessoas, formando 
vínculos, parcerias e mediações, exercendo funções voltadas à implantação de 
programas de qualidade. 
As ações profissionais do Serviço Social, no âmbito empresarial, 
sempre estiveram direcionadas à execução de políticas das organizações, mas 
atualmente essas ações permanecem com desdobramentos para a área de 
planejamento de políticas, principalmente, no que se refere ao enfrentamento 
do desafio da qualidade. 
Como se percebe, é possível constatar que atualmente existe uma 
mescla entre demandas tradicionais e atuais, o que muda são as estratégias de 
competitividade adotadas pelas empresas. Diante disto, os assistentes sociais, 
para apreender as mudanças no âmbito empresarial e não perder o seu espaço 
para outras profissões, não podem ter uma visão endógena da profissão, mas 
sim considerar todas as transformações que, de uma forma ou de outra, trazem 
repercussões, à classe que vive do trabalho, incluindo a categoria profissional. 
 
 
 
 
 
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 26 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2007 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 15. ed. São Paulo: 
Saraiva, 1999. 
LOPES, Paulo Roberto Martinez. A Conduta Ética Na Administração Pública 
(2009). Disponível em: 
http://protogenescontraacorrupcao.ning.com/profiles/blogs/a-conduta-etica-na. 
Acesso em 26 de setembro de 2010. 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 26 ed. São Paulo: Saraiva,2007 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 13ª 
edição, 2001. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: 
Malheiros, 15ª edição, 1998.

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