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Ações Revocatórias Trabalho empresarial

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG
CURSO DE DIREITO DE PASSOS
AÇÕES REVOCATÓRIAS
EVÂNIA CORRÊA DAVID CUNHA
PASSOS
2019
EVÂNIA CORRÊA DAVID CUNHA
AÇÕES REVOCATÓRIAS
Trabalho acadêmico apresentado no curso de graduação em Direito, da Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade Passos, para a disciplina de Direito Empresarial V.
Docente: Profª. Laíse Reis Silva Guedes
PASSOS
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
1 NOÇÕES.............................................................................................................................. 4
2 DISTINÇÃO ENTRE AS AÇÕES PREVISTAS NOS ARTS. 129 E 130 DA LEI FALIMENTAR....................................................................................................................... 6
3HIPOTEESPREVSTASNOART.129 DA .................................................................................... 8
4	AÇÃO REVOCATÓRIA COM FUNDAMENTO NO ART. 130 .......................... 9
5	EFEITO DAS AÇÕES REVOCATÓRIAS ............................................................ 10
6 	SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS ................................................................... 11
7 	PROCESSAMENTO DA AÇÃO REVOCATÓRIA ............................................. 12
8	MEDIDAS CAUTELARES E RECURSOS ........................................................... 13
9	INEFICÁCIA OPOSTA COMO DEFESA EM AÇÃO OU EXECUÇÃO ......... 14
10	AÇÃO REVCATÓRIA PREVISTA NA LEI N. 6.404/76 ..................................... 15
11	AÇÃO REVOCATÓRIA CONTRA SÓCIO COM RESPONSABILIDADE LIMITADA, POR RETIRADA DOS FUNDOS SOCIAIS ............................................... 16
12	ATOS FUNDADOS EM DECISÃO JUDICIAL .................................................... 17
CONSIDERAÇÃO FINAL .................................................................................................. 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 12
INTRODUÇÃO - PARTE 2 – 26.3.1 A 26.3.4 
Em primeiro momento, cabe esclarecer que os atos praticados pelo falido podem ocorrer após a decretação da falência, no curso do termo legal da falência ou em período anterior ao termo legal da falência. No primeiro caso, todos os atos praticados pelo falido são nulos, pois decretado a falência, ele não tem mais poderes para representar a massa falida, já nas outras hipóteses (no curso do termo legal ou antes dele), apenas alguns atos praticados pelo falido podem ser considerados ineficazes.
No que se refere aos atos praticados no curso do termo legal ou antes dele, nossa atual Lei de Falências, aprovada pela Lei nº 11.101/2005, contempla a possibilidade de revogação de vários atos e negócios jurídicos ocorridos com ou sem intenção de lesar os credores, independentemente de serem fraudulentos ou não, objetivando, desta forma, recompor o ativo do devedor que foi desfalcado.
Uma vez recomposto o ativo do devedor estará novamente assegurado aos credores à possibilidade de recebimento, total ou parcialmente, dos débitos do falido.
Resumidamente, citado diploma legal, faz em seus artigos 129 as seguintes distinções :
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I - o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II - o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III - a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV - a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V - a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI - a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
VII - os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
No tocante aos arts. 129 e ss. da Lei 11.101/2005, manteve-se a denominação de
atos ineficazes (art. 129) e de atos revogáveis (art. 130). A ineficácia ou a revogabilidade
de determinados atos, que envolvam alienação patrimonial do falido, presume-se que tenham como causa a pretensão do falido em afastar bens do seu patrimônio, para que os mesmos não sejam alcançados numa situação de insolvência, que já seria de se prever.
Por isso, o legislador presumiu a ineficácia desses atos, em relação à massa falida. Como se vê do texto da Lei, a fixação do termo legal tem importância decisiva para a declaraç ão de ineficácia dos atos nela mencionados.
É a revocatória ação de natureza pessoal, que objetiva não a nulidade do ato que ataca, mas o ressarcimento de danos aos credores, podendo se dizer que é uma ação de restituição, com a qual as partes voltam ao estado anterior do ato impugnado, ou, como se diz, é a restauração do estado jurídico anterior ao ato. Seu fundamento essencial é a
fraude e não um vício de consentimento. 
 Por força do art. 129, o período que media o termo legal da falência e a sentença declaratória da quebra não deve ser compreendido como mero período suspeito, mas como período de insolvência presumida, entendendo o legislador que certos atos jurídicos, então realizados, são objetivamente ineficazes em relação à massa falida, ou seja, que também as pessoas envolvidas deverão participar do concurso de credores como resultado da declaração de ineficácia. A declaração da ineficácia não exige comprovação de fraude, decorrendo simplesmente da realização do negócio durante o termo legal.
 Os atos da sociedade falida considerados ineficazes pela Lei de Falencias não produzem qualquer efeito jurídico perante a massa. Não são atos nulos ou anuláveis, ressalte-se, mas ineficazes. Quer dizer, sua validade não se compromete pela lei falimentar. Não se trata de nulidade, mas apenas de ineficácia em relação à massa falida. Não se questiona a validade ou não do ato jurídico, nem sua licitude ou ilicitude. Apenas se retira o seu efeito perante a massa falida, que, assim, tem direito à restituição da prestação que foi realizada pelo empresário ou sociedade empresária cuja falência fora posteriormente decretada. A parte beneficiada dos atos listados nos incisos do art. 129 assume a mesma condição dos credores, visto o crédito que se constitui em face do falido.
2.6.3 HIPOTESES PREVISTAS NO ARTI 129 DA LEI FALIMENTAR:
 As ações previstas no artigo 129 serão divididas em 4 espécies, segundo o momento atingio pela ineficácia: a)atos praticados dentro do termo legal, b)atos praticados nos dois anos anteriores a decretação da falência, c) atos nos quais não se levam em consiuderação o elemento temporal, d) atos
praticados a´pos o decreto falimentar. 
Pagamento de dividas não vencidas por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do proprio titulo(art 129,I) A hipotese é bastante clara dentro do lapso temporal suspeito, isto é, no periodo havido como suspeito de ser o do incio de sua dificl situação finaceira, o devedor pagou alguns credores antes do venciemnto dos titulos repreentativos destes créditos. Este pagamento pode ter sido feito por qualquer meio extintivo, inclusive a aplicação de desconto operado no próprio título em razão do pagamento antecipado. O disposto no inciso I impossibilita que o devedor pague uma dívida que ainda não lhe é exigível, mesmo se o pagamento for efetuado da forma pactuada no contrato. Se a dívida ainda não é exigível, é certo que a mesmo não pode ser adimplida, e se o pagamento foi concluído, os efeitos desse ato devem ser desconstituídos, isto porque não é admitido esse tipo de preferência.
 Temos como exemplos o pagamento por meio de numerários; descontos de títulos; transferência; dação em pagamento; cessão; restituição de mercadorias; ou mediante endosso de cartulários cambiárias. Para que esse pagamento seja considerado ineficaz, é imprescindível que, o mesmo, tenha sido efetuado dentro do termo legal.
 Há duas características que marcam a ineficácia dessa modalidade de pagamento, sendo elas: A indiferença legal quanto à possível ciência, pelo contratante, do estado patrimonial do empresário devedor. A irrelevância do meio extintivo empregado na solução da obrigação. Para a LRE é irrelevante se o contratante sabia ou não da situação econômica em que o devedor se encontrava. Nem mesmo qual foi à forma utilizada para adimplir a obrigação que ainda não era exigível. Como o título ainda não era nem exigível, o devedor não tinha o dever de efetuar o pagamento.Nota-se que no referido inciso que a ineficácia do ato é caracterizada pela inaptidão de exigir o título, visto que, esse título ainda não era exigível no momento do pagamento.
Pagamento de dívidas vencidas, no transcorrer do termo legal, por qualquer forma não estipulada no contrato: Tratada no inciso II do artigo 129 da LRE, nessa hipótese o ato será passível de revogação nos casos em que a dívida for paga por qualquer outra forma que não estipulada no contrato. Agindo dessa forma estará se esquivando do concurso de créditos, e a satisfação da obrigação, não poderia ter ocorrido de forma diversa do que foi acordado previamente no contrato.O que caracteriza a revogação desse ato é a forma pela qual o devedor usou para solucionar o débito com o credor por meio diferente do estipulado no contrato, a dívida vencida deve ser paga, já que o título nessa situação é exigível, mas frisa-se que o pagamento deve ser feito de acordo com o que se estipulou no contrato. Como exemplos para esses casos, citamos a devolução simulada de mercadorias; a cessão alternativa de crédito e a dação em pagamento de coisas quando o débito é em dinheiro. Nessas hipóteses os bens do patrimônio social servirão para satisfazer apenas um credor, comprometendo assim o objeto do concurso falimentar. A finalidade da lei é impedir a ação do empresário devedor quando esse se encontra em estágio pré liquidatório, lançar mão de meios em que divergem com o contrato, é tentar impedir que o credor requeira a falência da empresa. 
Constituição de direito real de garantia, dentro do termo legal, em relação à obrigação contraída anteriormente (artigo 129, inciso III): Quanto à constituição de garantia real de dívida pré-existente, é ineficaz em relação à massa, como exemplo temos o caso do penhor ou da hipoteca para a garantia de débito já existente. Esse ato será ineficaz, visto que ao oferecer uma nova garantia a um credor, referente a uma dívida já existente, estará prejudicando os demais credores. Podemos ressaltar que as garantias reais mais antigas que a dívida, bem como, as garantia substitutivas, as quais não mudam a situação da massa; ou as constituídas por terceiros em favor do débito anterior do devedor; as contemporâneasde dívidas, entre outros exemplos não se englobam na previsão da ineficácia de atos quanto à constituição de garantia real.
2.6.3.2 ATOS PRATICADOS NO PERIODO DE DOIS ANOS ANTERIORES À DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA:
 
 Dois são os casos de ineficácia , cujo prazo eleito pelo legislador foi de dois anos a)atos do título grstuíto,(artigo 129, inciso IV), b)renúncia a herança ou legado(artigo 129,inciso V)
Atos a título gratuito; desde que praticados nos 2 anos anteriores à decretação da falência: Para essa hipótese estudaremos o inciso IV do artigo 129 da LRE, que trata da revogação de atos a título gratuito praticados no biênio anterior a falência. Toda sociedade empresária tem como objetivo o lucro, então qual seria o intuito da sociedade fazer a transferência de bens a título gratuito.
O único caso em que o ato não é considerado ineficaz nessa situação, se refere às doações de valor baixos feitas em benefício de entidades culturais ou assistenciais, ou ainda, para fins de promoção da imagem institucional.
Renúncia a herança ou legado; O ato pelo qual se renuncia à herança no período de 2 anos anterior à sentença declaratória, é ineficaz, pois essa liberalidade é considerada injustificada. Isso porque forjar essa renúncia é simples, podendo o interessado passar os bens a terceiro com o intuito de subtrair os bens de uma futura e possível liquidação. Esse ato se encontra no inciso V do artigo 129 da LRE, que faz referencia ao artigo 1804 e seguintes do Código Civil. Alienação do estabelecimento comercial, chamado de trespasse, sem a anuência dos credores ou seu pagamento, salvo se restaram bens suficientes para sanar o passivo:
Essa hipótese de ineficácia da alienação do estabelecimento comercial está disposta no inciso VI do artigo 129 da LRE, expondo que se o estabelecimento comercial for alienado sem que os credores concedam anuência expressa para esse ato, ele será considerado ineficaz perante a massa. A notificação aos credores deve ser feita com 30 dias de antecedência para que ele possa se opor ou não em relação a alienação do estabelecimento. A notificação deve ser feita judicialmente, ou no cartório de registro de títulos e documento. No caso do credor não se manifestar, é afastada a presunção de prejudicar os interesses dos credores.Há situações em que o ato não será considerado ineficaz, por exemplo, se todos os credores forem pagos; se os credores forem notificados no prazo legal e não se manifestem ou não ofereçam contrariedade; e por fim, se restarem bens suficientes do devedor para satisfazer todos os débitos. Nessas hipóteses destacadas não há o que se falar em ineficácia do ato, já que os credores não se opuseram e não serão prejudicados. Isso não quer dizer que o devedor mesmo em seu no estado de pré insolvência, não tem o direito de dispor separadamente bens que integram o estabelecimento, buscando quitar eventuais obrigações que possam lhe levar a quebra. Isso porque, se o devedor agiu de forma fraudulenta nas vendas desses bens, a ineficácia não será amparada pelo art. 129, inciso VI, mas sim pelo art. 130, pois nessa hipótese a fraude não será presumida, devendo ser provada. Registro no cartório de imóveis de direito real de constituição de garantia ou de transferência de propriedade imobiliária inter vivos, por título oneroso ou gratuito, posterior à decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
2.6.3.3 ATOS NOS QUAIS NÃO SE LEVA EM CONTA O ELEMENTO TEMPORAL 
 É ineficaz a venda ou trasnferência od estabelecimento empresarial feita sem o consentimento expresso dos credores existentes, não tendo restado bens suficientes para resolver o passivo, slavo se os credcores não fizerem oposição no prazo de trinta dias após a notificação(artigo 129, inciso VIII). 
 O Código Civil de 2002 preocupou-se em estabelecer regras de proteção ao credor, não apenas
em caso de falência mas em carater geral. O elemento temporal estabelece um período que a ineficácia poderá alcançar após ser declarada. Isto é, até que data a declaração de ineficácia pode retroagir e alcançar atos praticados no passado. A lei brasileira de falências, todavia não estabelece um elemento temporal de ineficácia, podendo os atos no passado serem alcançados não importa o período desde que se enquadrem nos casos de ineficácia embasados por elementos objetivos ou subjetivos vistos anteriormente.
 Por fim não se pode dizer que a ausência de elemento temporal com inexistência de prazo para se impugnar o ato, pois o direito de impugnar o ato via ação revocatória prescreve em três anos contados da data de decretação da falência (conforme art.132 da Lei de Falências), mas o ato atacado pode ter sido praticado muito antes de ter sido a falência declarada. 
2.6.3.4 ATOS PRATICADOS APÓS A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA:
 Após a decretação da falência é vedado a transferência ou alienação dos bens. É o Código Civil que estabelece sobre a transferência de propriedade imobiliária em seus artigos 1245 e 1492. No entanto, os atos praticados após a decretação da falência não são considerados eficazes perante a massa. Se ocorrer qualquer tipo de alienação, onerosa ou não, o ato poderá ser alvo de ação revocatória e ser eventualmente declarado ineficaz. Reembolso, à conta do capital social, quando o acionista dissidente não foi substituído, em relação aos credores da sociedade falida anteriores à retirada (LSA, artigo 45, parágrafo 8º)
 No caso de um dos acionistas se retirarem da sociedade empresária e o capital social da empresa ainda não tenha sido completamente integralizado, e também não substituído, o valor que foi reembolsado a título de pagamento do capital investido, terá que ser devolvido à massa, visto que neste caso não houve a substituição, o risco dos credores não receberem seus créditos é alto.
 Isto ocorre porque o acionista que se retirou é um credor quirografário e se não tem quem o substitua o mesmo deverá se candidatar à massa de credores, fazendo parte do último grupo de credores.

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