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DIREITO EMPRESARIAL III

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DIREITO EMPRESARIAL III 
Professora Eloete Camilli Oliveira 
 
Trabalharemos em direito empresarial III: 
 Falência 
 Recuperação judicial de empresas 
 Títulos de crédito – Lei Uniforme de Genebra 
Começaremos trabalhando com as noções e disposições gerais que são comuns a falência e recuperação judicial. Embora a lei 
comece com dispositivos sobre a recuperação, mas ela menciona muitas questões e outras classificações que são da falência e 
a recuperação entra em um âmbito negocial, por que é mais um acordo entre o devedor e seus credores. Agora a falência como 
é um processo liberatório ela é extremamente rígida inclusive com suas regras que traz a parte do direito material e do direito 
formal. 
 
Data das Provas: 
 1º Bimestre: 18/09 
 2º Bimestre: 23/11 
 2ª Chamada: 04/12 
 Final: 11/12 
NÃO PODE USAR O CÓDIGO NA PROVA. 
A PROFESSORA SEMPRE FAZ UM TRABALHO VALENDO 1 PONTO EXTRA. 
 
31/07/15 
NOÇÕES E DISPOSIÇÕES GERAIS COMUNS A FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS 
1. PANORAMA HISTÓRICO: Vem junto com a história das obrigações, desde o direito quiritário aonde respondia inclusive pelas 
obrigações com o próprio corpo e que era levado a três praças para ser vendido como escravo e se não fosse era esquartejado 
e os pedações entregues aos credores. 
1.1. Direito Brasileiro. Faremos uma comparação entre as leis antigas e a atual para que possamos perceber a mudança de 
paradigma. Já tivemos diversas modificações nas leis referentes a falência. 
 DL 7661/1945: 
o Cenário constitucional e econômico: pelo jeito que se fala em falência e recuperação é importante se trabalhar 
do ponto de vista econômico. 
O que causa uma crise econômica em uma empresa? A gente muitas vezes tem a impressão que os problemas 
que causam uma crise dentro de uma empresa são internos, mas se verificarmos principalmente na situação 
que estamos passando hoje, não é só interno o problema da empresa. Se olharmos não é uma falta de planeja-
mento, não podemos simplesmente pensar que crise na empresa é culpa do empregador, do empresário. Muitas 
vezes são fatores externos que podem levar a esse problema. E o tratamento não pode ser sempre o mesmo, 
como era no decreto lei 7661/45. 
Quando olhamos o decreto lei 7661 temos que verificar qual era o regime constitucional da época. O Brasil nessa 
época estava passando pelo Estado novo. Se fossemos pensar em termos econômicos o tratamento era pró-
credor, tendo em vista o regime autoritário pelo qual estávamos passando. A meta principal era a liquidação. O 
perfil da dívida das empresas era diferente do atual. 
Essa lei fazia a previsão de dois institutos: 
o Falêncialiquidação: a falência era uma forma de liquidação da sociedade. Quando se via que não se tinha 
condições de efetuar o pagamento das obrigações havia a liquidação da sociedade e o encerramento das ativi-
dades. Liquida a sociedade faz o pagamento dos credores. Quando falamos em falência, temos que na verdade 
trata-se de um processo de execução coletiva, onde todos os bens fazem o pagamento das dívidas até onde for 
possível tratando os credores de forma equitativa. 
o Concordatascredores quirografário: o que se pensava nessa época como auxilio para recuperação desse 
comerciante, visto que estávamos em uma época em que o direito comercial se falava na teoria dos atos de 
comercio, tínhamos aqui a chamada concordata. A tendência que se tinha para auxiliar o comerciante. Aqui para 
salvar as atividades salvava também o comerciante, ou seja, ou salvava os dois ou acabava os dois. 
A concordata atingia apenas o que chamamos de créditos quirografários, ou seja, créditos sem qualquer garan-
tia. Seriam os fornecedores, aqueles que não tem nenhuma garantia. Ela simplesmente dilatava o prazo para 
pagamento desses fornecedores, desse credor sem qualquer garantia. Tínhamos duas espécies de concordata: 
 Concordata preventiva: visava prevenir a falência, quando o devedor verificasse que sua situação es-
tava já deficitária ele entrava com o pedido de concordata antes que fizessem 30 dias do vencimento. 
Depois com alterações e até a própria jurisprudência passou a ser possível pedir antes do primeiro 
protesto, e depois passou-se a poder pedir com mais títulos protestados. A ideia inicial era antes que 
dessem 30 dias do vencimento. Era um procedimento extremamente rígido. 
 Concordata suspensiva: visava suspender a falência, ou seja, uma vez decretada a falência a hora em 
que estivesse feito esse mapeamento, o levantamento dos bens, o levantamento das dívidas da socie-
dade, em que se tinha aqui o conhecimento geral da sociedade abria-se o prazo para que o devedor 
pudesse então requerer a suspenção da falência por meio da concordata suspensiva para poder conti-
nuar com a sua atividade. 
Isso tudo dava o prazo de 2 anos para pagamento apenas as obrigações sem privilégios, sem ga-
rantias. Que eram basicamente os fornecedores. 
Aqui embora o nome fosse concordata era tida um favor legal, porque o devedor requeria ao juiz e se 
ele preenchesse os requisitos concedia. Não havia aqui a participação dos credores. 
 CF 88Art. 170livre iniciativa, valorização do trabalho e a dignidade da pessoa humana: com o art. 170 da CF, 
nós temos as questões da livre iniciativa, da valorização do trabalho e a dignidade da pessoa humana. A partir daqui uma 
série de princípios da ordem econômica. Esses fundamentos e princípios da ordem econômica se nós formos verificar 
já não vão mais se coadunar com o perfil que nós tínhamos no decreto 7661, como se pode falar em função social da 
empresa, busca do pleno emprego e preservação do meio ambiente, como é que nós poderíamos aqui falar em favore-
cimento as micro e pequenas empresas com o tratamento que tínhamos anteriormente. 
 CC 2002Teoria da Empresa: o código civil de 2002 vem trazer a teoria da empresa para o ordenamento brasileiro. 
Aqui ao trabalhar a questão da teoria da empresa é necessário fazer uma distinção entre os três institutos. Se formos 
olhar a relação jurídica da empresa temos em uma ponta o empresário ou a sociedade empresaria ou a EIRELI. Dentro 
dessa relação jurídica da empresa eles vão ser o sujeito de direito. Quando esse empresário ou essa sociedade empresaria 
vai reunir um complexo de bens para exercer a sua atividade, esse complexo de bens é o estabelecimento, que vem a ser 
o objeto da relação. E quando nós temos o funcionamento, a atividade econômica organizada é que nós vamos ter a 
empresa. 
 
Nós temos aqui três institutos separados. Nós temos o empresário que é o sujeito da relação, o estabelecimento que é 
o objeto e a empresa que é a atividade econômica organizada. O que nós tínhamos na lei anterior, se fosse para poder 
salvar, recuperar a sociedade empresaria e manter a empresa, tínhamos que recuperar junto o sujeito. 
 Lei 11.101/2005Dissociação da sorte da empresa da sorte do empresário: Agora com a teoria da empresa e a nova 
lei 1101/2005 tivemos a dissociação da sorte da empresa da sorte do empresário. 
Quando se fala em função social fala-se em função social do empresário ou da empresa? Da empresa. Quem tem a 
dívida é patrimônio, não apenas o estabelecimento, mas está no objeto. Então se nós fizermos essa fissão quando se fala 
em recuperação da empresa, em preservação da empresa nós estamos falando da preservação da atividade e falar da 
dissociação da sorte da empresa da sorte do empresário quer dizer que pode haver a dissolução da sociedade e a pre-
servação da atividade. Isso pode ser feito passando o estabelecimento para um terceiro e o dinheiro que ele paga vem 
para pagamento dos credores. 
Exemplo: A Drogamed pediu a sua recuperação e ela pretendia ela mesma continuar com a sua matriz e suas filiais 
desenvolvendo a sua atividade, entretanto por não ter condições, visto que as dividas eram grandes, foi decretada a 
falência. A falência é uma das causas de dissolução da sociedade. O que foi feito: foi alienado o estabelecimentopara a 
Nissei o dinheiro que ela pagou veio para o ativo da massa falida da Drogamed para pagar os credores e a Nissei pegou 
o patrimônio livre de qualquer dívida para continuar as atividades. Ao contrário do trespasse quando se compra na falência 
adquire-se livre de ônus. A principal questão aqui é manutenção da empresa viável. 
As instituições financeiras não seguem a lei de falência. 
 
SUJEITO DE DIREITO
•Empresário
•Sociedade 
Empresária
•EIRELI
OBJETO
•Estabelecimento
ATIVIDADE 
ECONÔMICA 
ORGANIZADA
•Empresa
03/08/15 
VISÃO GERAL DA LEI Nº 11.101/2005 
 
Ao tratar do empresário no sentido amplo nós recorremos ao conceito que nós temos no próprio direito civil. No art. 966 do 
código, depois temos o art. 982 que trata das sociedades e o art. 980-A que trata das EIRELIs 
Art. 966 CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços. 
Art. 982 CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Art. 980-A CC. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do 
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
Quando recorremos ao conceito de Asquini nós utilizamos o perfil subjetivo da empresa, agora quando mencionamos que quem 
exerce profissionalmente atividade econômica organizada nós também temos que mencionar que ele assume o risco. Aqui temos 
a questão da inerência do risco. Todas as atividades têm um determinado grau de risco. Quando se estabelecem, todos levam em 
conta esse risco, em seu planejamento. Porém, às vezes, em razão de adversidades, pode ser que a empresa não venha a suportar 
esse risco. O normal é que o empresário não passe o risco para terceiros, mas sim o suporte. As empresas podem ter crises 
econômico-financeiras. Essas crises podem ser em diversos graus. Em razão do risco, as crises podem ser de diversos graus: 
 
CRISES ECONÔMICAS 
No período que estamos passando agora, as empresas também estão passando por crises econômicas, o mercado de consumo 
está passando por uma retração. A partir disso podemos perceber que está havendo uma crise econômica generalizada. 
Agora se percebemos que a crise está só em um setor, por exemplo no setor automobilístico, temos uma crise econômica seto-
rizada. 
E quando somente uma empresa está passando por dificuldades econômicas enquanto as outras empresas, tanto do setor quanto 
a economia em geral, estão bem temos uma crise econômica especifica. 
 
CRISES FINANCEIRAS 
Dizemos que existe uma crise financeira quando temos uma crise de liquidez. Pode ser que o empresário tenha um patrimônio, 
mas não tem valores disponíveis para efetuar o pagamento. Essa crise econômica pode até gerar uma crise de liquidez, pode ser 
que as sociedades empresárias venham a ter patrimônio, mas não tenham mais valores disponíveis para efetuar os pagamentos. 
Nesse ponto elas podem se tornar impontuais. Vencem as suas obrigações e elas não tem dinheiro disponível para efetuar os 
pagamentos. 
 
CRISES PATRIMONIAIS 
Quando chegamos na crise patrimonial nós temos a chamada insolvência, aonde o passivo exigível supera o ativo, ou seja, o 
valor das obrigações já supera o valor dos bens. 
As crises podem ir crescendo. Podem se iniciar com uma econômica, se não houver uma providencia por parte dos seus titulares, 
passando por uma financeira, e chegando a uma crise patrimonial. 
 
Empresário Estabelecimento Empresa
Risco Crise
Econômicas
Generalizada
Setorizada
Especifica
Financeira Liquidez
Patrimonial Insolvência
Causas das Crises (não necessariamente internas): 
 Externas: inflação, crise cambial, crise política, aumento de juros, etc. 
 Internas: problemas de gestão, subcaptalização, parque industrial obsoleto, etc. 
 Acidentais: maxidesvalorização da moeda, situação econômica totalmente anormal, etc. 
 
Quando essas crises se instalam nas empresas, o que o empresário faz? Será que ele vai direto procurar a recuperação ou 
a falência? Ele deve buscar, primeiramente, mudar. Ele pode ter soluções de mercado. Não é em toda crise que você já deve 
pensar em falência e recuperação. Primeiro, buscam-se soluções de mercado. Se existe uma subcaptalização, pode-se abrir o 
capital, se for uma sociedade anônima pode inclusive lançar debentures, fazer um empréstimo. Se tiver muitos funcionários, terá 
que enxugar. São inúmeras as soluções. Há vezes em que a forma de direção está obsoleta, e isso pode, inclusive, levar uma 
empresa a falência. 
Exemplo: a falência da KODAK. Hoje em dia ninguém mais tira fotografias e manda revelar. Foi a Kodak que teve a primeira patente 
de invenção da máquina digital. O que aconteceu foi uma crise por falta de estratégia, de visão. Eles tinham tudo para sair na 
frente, mas não acreditaram e por isso faliram. 
Muitas vezes o maior problema está em o empresário reconhecer que a empresa está em crise. Se olharmos uma empresa 
que está afundando e o empresário não quer acreditar, não quer expor a sua situação para os demais, da mesma forma que a 
família de um adolescente que tem problema com drogas. Ele vai segurando, segurando, passa de um degrau para outro da crise 
e ele tenta ocultar. 
É possível perceber a situação da empresa pelos bancos que ela trabalha. Quando a situação está boa ela opera com bancos 
bons, bancos estáveis, até porque se ela tem títulos colocado em cobrança são com bancos de primeira linha. Depois ela vai 
abaixando porquê? Para descontar duplicatas, para fazer empréstimo a exigência é menor só que a taxa de juros é maior. 
1º - Busca soluções de mercado: fusão, incorporação, trespasse, aumento de capital, etc. É o que se faz para resolver a situação 
antes de procurar auxílio junto ao judiciário. 
2º - Busca soluções estatais: não conseguindo se resolver a situação com as soluções de mercado deve-se buscar soluções 
estatais. 
Recuperação Judicial: Segundo a professora o artigo mais importante em toda a lei de falência e recuperação é o 
artigo 47. Ele é o coração da lei de falência e recuperação judicial. 
Art. 47. LFR. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do 
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 
Esses princípios vão nortear toda a lei de falência e recuperação. 
Manutenção da empresa economicamente viável. É na empresa enquanto atividade que temos todos os interesses 
voltados. Dentro da empresa temos os interesses internos e externos. Nos interesses internos temos o interesse do 
empresário, dos sócios já nos interesses externos temos os interesses dos trabalhadores, fornecedores, consumidores, 
estado enquanto tem uma fonte de arrecadação, dos investidores, dos concorrentes, interesses enfim de todo mercado. 
Mas aqui interessa a preservação da empresa efetivamente viável. Porque a partir do momento em que se preserva a 
empresa viável nós não estamos preservando só essa empresa nós estamos aqui com a questão do trabalhador que 
recebe um salário e com isso ele tem um poder de compra, ele vai estar fazendo girar a economia. Agora se essa empresa 
não for economicamente viável se a atividade não for viável, esse risco que é do empresário vai ser transferido para os 
terceiros e não vai se ter um retorno, pelo contrário isso vai aumentar a crise e aumentando a crise piora a economia para 
todos os setores. Quando falamos em recuperação de empresa temos que ver se a atividade é economicamente viável 
para ser recuperada em mãos de seu titular ou de terceiros. 
Para que uma empresa sejarecuperada tem que se ter um plano efetivo. A previsão que temos na lei é a recuperação 
judicial e extrajudicial. Quando se trata de recuperação judicial o empresário vai a Juízo pedir a recuperação. Ao contrário 
do que tínhamos na lei anterior, que era um favor legal (o juiz concedia a concordata), aqui na recuperação quem vai dizer 
se a empresa é viável economicamente, se ela pode ser mantida são os credores, visto que são eles que junto com o 
empresário irão trabalhar e suportar o risco do negócio. Na recuperação judicial não é mais o juiz que vai dizer se ela 
merece ou não ser recuperada, se ela vai ou não ser recuperada, tem uma proposta por parte do devedor, ele faz um 
plano para recuperar a empresa, demonstra quais são os pontos fracos, como pretende recuperar, e como pretende pagar 
as obrigações. Feito esse plano, abre-se vista aos credores, que são convocados para se manifestar. Se houver impug-
nação convoca-se uma assembleia e quem delibera se concede a recuperação ou se decreta a falência são os credores. 
Aqui é o que faz que muitas vezes o empresário acaba “perdendo” o ponto exato que ele tem que pedir a recuperação. O 
juiz homologa o plano, depois dos credores aprovarem o plano, não aprova. A nossa legislação copiou da legislação 
americana a possibilidade da recuperação da empresa, do chamamento à participação os credores, de serem ouvidos os 
credores e caso seja a empresa inviável ser arrecadado o ativo e transformado em dinheiro e não demorar nesse pro-
cesso, ter uma celeridade processual para a maximização os ativos, pois quanto antes transformar esses bens em di-
nheiro menos perde o devedor e os credores. Só que essa participação efetiva dos credores, trazida do direito norte-
americano, só que no direito norte-americano ainda dá um poder de ingerência maior para o juiz para poder interferir, 
poder de veto na assembleia, o nosso direito estabelece apenas uma questão que é a possibilidade do quórum alternativo. 
Por outro lado, trouxemos do direito francês a função social da empresa, a nossa lei patê da legislação norte-americana 
e da francesa. 
Dentro da recuperação judicial temos duas opções de plano: 
o Plano ordinário: é um plano mais complexo que necessita de um estudo de viabilidade econômica que venha 
atingir, levado à consideração dos credores, é um plano mais completo e dispendioso. 
o Plano especial: é uma alternativa, não que seja obrigatório, dada às microempresas e empresas de pequeno 
porte. Para caracterizar uma empresa como microempresa ou empresa de pequeno porte deve-se levar em conta 
o faturamento além de outras questões. Se o faturamento for de até 360 mil é microempresa se for de R$ 
360.000,01 a 3,6 milhões é uma empresa de pequeno porte. Mas tem outras questões como por exemplo não 
pode ser sociedade anônima, não pode ter uma série de questões que são agregadas. 
 Art. 170, IX CF. Esse plano especial é facultativo as micro e pequenas empresas ele foi criado para 
atender o disposto no art. 170, IX da CF que é o tratamento favorecido para as micro e pequenas em-
presas. Nesse plano o devedor apresenta a sua situação como está e é dado a oportunidade de um 
parcelamento de suas obrigações em até 36 parcelas mensais iguais, com taxa Selic, dando 180 dias 
de carência para a começar a pagar. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por 
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: 
IX - Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País. 
 Recuperação Extrajudicial: embora o nome traga extrajudicial, ela tem duas fases: 
o 1ª fase (extrajudicial): aonde o devedor procura seus credores e com eles faz um acordo, ou alguns credores, 
ele pode escolher aqui alguns credores para fazer um acordo; 
o 2ª fase (judicial): leva a juízo para homologação. A recuperação extrajudicial pode não abranger todos os cre-
dores. Se abranger mais de 3/5 dos credores de uma mesma classe, pode ser requerido que se estenda a todos 
os demais credores desta classe. 
Aqui na recuperação extrajudicial se o acordo for feito somente com alguns credores as obrigações com os demais 
credores permanecem inalteradas. Ou seja, a recuperação extrajudicial só vai produzir efeitos para aqueles que assina-
ram o acordo. 
Quando o juiz despacha deferindo pelo processamento ele abre duas questões. 
O devedor entra com o pedido daí então temos o chamado despacho de processamento, que tem uma série de efeitos. A partir 
desse ponto dá-se o prazo de 60 dias para o devedor apresentar o plano de recuperação. Logo em seguida começa a contar o 
prazo para os credores apresentarem a habilitação, depois quando publica que recebeu abre-se prazo para se manifestar e depois 
que se tem a assembleia. Só vai se conceder mesmo quando ele homologa a decisão da assembleia, e depois de 2 anos se tem 
o encerramento. A empresa fica 2 anos em recuperação, mas não quer dizer que nesses 2 anos ela tenha que pagar todas as 
suas obrigações, ela permanece em recuperação por esses 2 anos, mas depois ela continua pagando. Encerra a recuperação, 
mas a empresa continua pagando. 
Não entra na recuperação os débitos tributários. A recuperação tem caráter negocial, e os direitos do fisco são indisponíveis 
então não podemos ter essa negociação. 
 
Empresas Não-Recuperáveis 
Vimos até agora o que a lei prevê quando as empresas são recuperáveis. Por outro lado, temos empresas que não são recuperá-
veis. Vimos então que quando se tem uma crise, busca-se uma solução de mercado senão temos a solução estatal para as 
empresas recuperáveis. Vimos também que a atividade da empresa tem que ser viável economicamente. Se não for viável eco-
nomicamente a atividade da empresa ela será não-recuperável. 
Qual a solução que podemos encontrar? 
 Liquidação ordinária: quando uma empresa não é recuperável podem os próprios sócios buscarem a dissolução da 
sociedade fazendo a liquidação observando as normas societárias, tanto previstas no CC como na Lei das Sociedades 
anônimas ou do CPC 
 Lei 11.101/2005: essa lei traz uma outra alternativa, que é a falência. A falência é um processo de execução coletiva em 
face de devedor empresário insolvente. Não são todos os empresários que podem ter a falência decretadas. Nós temos 
aqui bancos, seguradoras, sociedades de captação, operadoras de planos de saúde, etc. possuem legislação própria. 
 
Não são todas as crises que precisam ir para o judiciário. 
 
 
A falência é um processo de execução coletiva. Até agora aprendemos como funciona a execução singular. Na falência tem que 
se dar um tratamento equitativo a todos os credores. 
Tenho um processo onde é decretada a falência. E nesse processo temos a chamada vis atrativa do processo falimentar, tem 
uma força de atração, ele atrai os demais processos, as demais ações e execuções. No dia em que se tem a sentença que decreta 
a falência a gente se utiliza de um artificio, consideramos como se existisse um vencimento imaginário, todas essas execuções, 
todos esses valores que já estavam vencidos, mesmo que não estivessem executados, vocês vão corrigir esses valores até a data 
de decretação da falência. As ações serão suspensas porque elas vêm para o processo falimentar, as outras obrigações que 
estavam vencidas, mas não ajuizadas ainda serão habilitados aqui. As dívidas que não tinham vencido ainda serão deflacionadas, 
vai ser descontado o juro até a data de decretação da falência. 
 
 
E a partir da data de decretação da falência dá-se um tratamento igual para todos os credores. 
Mas qual é a medida dessa igualdade? Quando se fala em isonomia é tratar todo mundo igual? Deve-se tratar igual os iguais 
e desigual os desiguais. Então temos que ver que algumas pessoas, quando falamos do risco da atividade o risco é do empresário.O empregado só está trabalhando com ele, mas o risco não é dele ele só está empregando a sua força de trabalho. Ele tem verbas 
alimentares. Os empréstimos com garantia real tem prioridade, entre outros. O que ocorre é que todos aqueles que estão na 
mesma categoria tem um tratamento idêntico. 
Com a decretação da falência: tem-se a arrecadação de bens e verificação dos créditos. Todos os créditos vêm para a verificação 
e aqui é feita uma da arrecadação dos bens. Terminada a arrecadação tem-se a realização do ativo, ou seja, a transformação dos 
bens em dinheiro, para pagamento do passivo até onde der para pagar. O que não der não deu, se desse para pagar todo mundo 
Risco
Crises da 
Empresa
Soluções
Mercado
Estado
Recuperação 
de Empresas
Judicial
Extrajudicial
Não-
recuperáveis
Liquidação
Falência
Corrige
• Obrigações vencidas 
com execução 
ajuizada ou não.
Deflaciona
• Obrigações não 
vencidas.
Decretação 
da 
Falência 
não se teria a falência. Aqui suspendem todas as execuções, o que não der para a pagar terminada a falência, eles podem tentar 
executar individualmente. 
 
Art. 75 da Lei 11.101/2005 
 
Art. 75.LFR. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva 
dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. 
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual. 
Existe aqui uma diferença. Na recuperação de empresa o empresário continua a frente de suas atividades com uma supervisão 
do administrador judicial, na falência o empresário é desapossado de seus bens, quem assume a administração é o administrador 
judicial. 
 
Falência não é meio de cobrança de dívida. Muitas vezes as pessoas ameaçam que vão entrar com o pedido de falência como 
meio de cobrança de dívida. Isso não é interessante especialmente se você não tem garantia e entrar com um pedido de falência 
e ela for decretada você pode não receber nada. Porque se a empresa ainda tem condições de pagar você consegue se utilizar da 
penhora, quando se tem a decretação da falência, tem-se o vencimento de todas as obrigações. 
 
Quem são os legitimados para ingressar com o pedido de: 
 Recuperação: devedor ingressa com o pedido. 
 Falência: tanto os credores quanto o devedor. 
 
Em algumas legislações se o devedor entrar com o pedido de falência ele ganha benefícios, por ajudar a não deixar a situação 
agravar. A nossa lei não faz menção nenhuma a benefícios para aquele que requerer a autofalência. 
 
07/08/15 
FALÊNCIA 
CONCEITO 
 Econômico: a falência representa uma situação quando o passivo exigível é superior ao ativo, a insolvência representada 
pelo passivo exigível superior ao ativo. 
 Jurídico: desse ponto de vista, tem-se uma insolvência presumida, porque alguns atos demonstram um estado de insol-
vência. Quando se é credor e é feito o requerimento da falência, ainda não se tem a certeza de que o passível exigível 
será superior ao ativo. Do ponto de vista jurídico consideramos a falência como um processo de execução coletiva, 
concursal em face de devedor empresário insolvente. 
o Quando falamos em face de devedor empresário insolvente vamos ver que o Brasil adota um sistema restritivo: 
tem uma legislação especial para o credor empresário no caso de insolvência. Alguns outros ordenamentos 
jurídicos não segregaram a falência da insolvência civil (Alemanha, Paraguai, etc.). 
o Quando falamos em execução concursal em face de devedor empresário: a lei de falências não traz apenas 
um aspecto formal, apenas normas de caráter processual, ela traz também normas de direito material. Porque a 
partir do momento em que é decretada a falência nós vamos ver que a sentença da falência é constitutiva. 
Constitui um novo estado do falido. A partir daí com essa mudança de estado do empresário gera diversos efeitos 
que vão refletir sobre a pessoa do falido, os bens, os contratos. 
 
LEGITIMIDADE 
Nesse primeiro momento falaremos de disposições gerais que se aplicam tanto a falência quanto a recuperação. 
 Sujeito passivo da falência/ sujeito ativo da recuperação de empresas: na verdade ele é sujeito passivo da falência, 
mas com relação a recuperação ela somente pode ser requerida pelo devedor. 
a) Devedor empresário 
b) EIRELI: a lei de falência não menciona a EIRELI como possível sujeito passivo da falência, pois a mesma foi criada depois 
da lei mas é possível se ter falência da mesma. 
c) Sociedade empresaria 
1. LEGITIMIDADE PASSIVA 
 Empresário: empresário individual, pessoa natural que responde com todos os seus bens. 
o Art. 966 Código civil (até dois anos após o encerramento das atividades comprovado por documento expe-
dido pela junta comercial): já traz a definição do art. 966 do Código Civil, ou seja, aquele que exerce atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Em contrapartida aqueles enquadra-
dos no parágrafo único estão excluídos da falência. 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços. 
o Art. 966, parágrafo único: Porque o profissional intelectual está excluído? as profissões intelectuais se dis-
tinguem da profissão de empresário devido a uma diversa valoração social. Em outras palavras, o acesso à 
profissão não é livre, como ocorre com a atividade empresarial, dependendo de formação intelectual muito mais 
severa e da inscrição do profissional na respectiva corporação; no exercício da profissão intelectual imperam 
premissas de decoro que impedem, por exemplo, a livre concorrência; e não existe no exercício de uma profissão 
intelectual a produção em massa, característica da atividade empresarial. Em suma o que caracteriza a profis-
são intelectual é a pessoalidade que não é encontrada na atividade empresarial. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
o Menor empresário: se ele exercer por conta própria ele deixou de ser menor. 
o Trabalhador rural: o trabalhador rural originariamente não é empresário, ele pode optar pelo registro público de 
empresas mercantis daí então ele é equiparado ao empresário, nesse caso ele pode ter a falência decretada e 
pedir a recuperação judicial. Nós temos inclusive diversos julgados nos tribunais estaduais que deferem o pedido 
de recuperação para empresários rurais sem registro, mas quando chega no STJ é reformado e só é concedido 
quando ele tem o registro prévio na junta comercial. 
o Empresário informal: ele pode ter a falência decretada, ele não pode requerer a recuperação. Ele tem o ônus, 
mas não o bônus. Ele não pode pedir a falência de outro mas pode ter a sua decretada. 
o Espolio (até um ano após a morte): pode-se pedir a falência do espolio até um ano após a abertura da sucessão. 
A lei menciona que pode ser declarada a falência até um ano depois da abertura da sucessão, mas na verdade 
o requerer depende da pessoa, mas o sentenciar, o declarar não depende de quem pediu depende do juiz. E entre 
o requerimento e a sentença tem um espaço de tempo, a interpretação que se tem é de que seria até um ano 
após a abertura da sucessão que poderia ser requerido. Se estiver tramitando inventario suspende-se o inventario 
abre-se a falência e encerrada a falência continuarem existindo bens prossegue o inventario. 
 EIRELI: 
o Pessoa jurídica: quem vai falir é a EIRELI 
o Titular do capital: não abre falência. 
o Responsabilidade do titular de capital: se houver confusão patrimonial pode haver responsabilidade do titular 
do capital 
o Desconsideração da personalidade jurídica: se houver confusão entre o patrimônio do titular do capital e o 
patrimônioda EIRELI pode haver a desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI e com isso atingir o 
patrimônio do titular do capital. 
 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 
o Art. 981 – personificadas e não personificadas: 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou 
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
o Sociedade em comum: pode ter sua falência decretada, só que na sociedade em comum ela não tem persona-
lidade jurídica, se for decretada a falência de uma sociedade em comum é decretada também a falência dos 
sócios. Ela não pode pedir a recuperação judicial. 
o Sociedade em conta de participação: pode ser decretada a falência do sócio ostensivo, mas não da sociedade 
em conta de participação. Decreta-se a falência do sócio ostensivo porque é em seu nome que ele exerce a 
atividade. Ex. de sociedade em conta de participação: flat hotéis, onde os donos das unidades fazem um contrato 
de conta de participação com o hotel. Existem construtoras que fazem contrato de conta de participação com 
empreendedores onde um entra com o terreno, outro entram com o dinheiro para a construção das unidades e 
depois vendem e dividem os lucros. 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a coo-
perativa. 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a socie-
dade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que 
lhe são próprias. 
o Sociedade simples: aquela sociedade que não exerce atividade empresaria. Aplica-se para essa classe de soci-
edades o direito civil. Elas são registradas no Registro Público de Pessoas Jurídicas; 
 Sociedade simples pura: não pode ter sua falência decretada. 
 Sociedades cooperativas: não pode ter sua falência decretada e não pode requerer a recuperação. 
Apesar de ser sociedade simples seu registro é feito na junta comercial. 
 Sociedade em nome coletivo: não pode ter sua falência decretada e não pode requerer a recuperação. 
 Sociedade em comandita simples: não pode ter sua falência decretada e não pode requerer a recupe-
ração. 
 Sociedade limitada: não pode ter sua falência decretada e não pode requerer a recuperação. 
o Sociedades empresárias: sociedade que exerce atividade empresaria. São regidas pelo direito empresarial e seu 
registro é feito na junta comercial. Sua falência pode ser requerida, exceto a sociedade anônima, até dois anos 
após o enceramento das atividades comprovados por certidão expedida pela junta comercia. Mas se encerrou 
as atividades e voltou a exercer se torna sociedade em comum. A sociedade anônima pode ser requerida somente 
até o termino da liquidação e partilha. 
 Sociedade em nome coletivo: pode ter sua falência decretada e pedir a recuperação 
 Sociedade em comandita simples: pode ter sua falência decretada e pedir a recuperação 
 Sociedade em comandita por ações: pode ter sua falência decretada e pedir a recuperação 
 Sociedade limitada: pode ter sua falência decretada e pedir a recuperação. Porém os diretores e admi-
nistradores não respondem pelas obrigações da sociedade em caso de falência, nem ficam inabilitados 
de exercer atividade empresarial. Eles só ficarão inabilitados se forem condenados por crime falimentar 
com pena especifica que vede o exercício de atividade empresaria, caso contrário eles podem ser em-
presários. E caso eles sejam condenados não poderão ser empresários individuais e administradores, 
mas podem até ser sócios majoritários. Os sócios podem responder caso o capital social não esteja 
integralmente integralizado. Nesse caso eles respondem de forma solidaria até o limite da integralização 
faltante. 
 Sociedade por ações: pode ter sua falência decretada e pedir a recuperação. Não tem responsabilização 
dos sócios. Para os diretores segue as mesmas regras da limitada. 
Quando a sociedade tiver sócios com responsabilidade solidaria e ilimitada a falência da sociedade acarreta 
na falência do sócio. E isso quer dizer que se arrecadam os bens da sociedade e arrecadam os bens dos sócios, 
levantam-se as dívidas da sociedade e as dividas particulares de cada um dos sócios. 
Sociedades empresarias excluídas da lei 11.101/05 
Art. 2º da LRF: Esta Lei não se aplica a: 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade 
operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 Absoluta: inciso I. existe aqui uma exclusão absoluta, porque em hipótese nenhuma pode ter a falência. 
o Empresa pública, sociedade de economia mista: não aplica porque seguem as regras de direito administrativo. 
Obs.: empresa privada prestadora de serviços públicos se sujeitam à LRF, ou seja, podem ter a sua falência 
decretada e tal decretação extingue a concessão conforme art. 195: 
Art. 195.LRF. A decretação da falência das concessionárias de serviços públicos implica extinção da concessão, 
na forma da lei. 
 
 Relativa: inciso II. Isso quer dizer que elas têm primeiro uma espécie de liquidação extrajudicial e depois cada uma delas 
tem uma liquidação por lei especial, se não lograr êxito com a legislação especial para a liquidação aí então aplica-se a 
falência. Essas empresas sempre dependem de uma autorização, ou seja, sempre terei um órgão responsável. 
o Instituições financeiras públicas e privadas – Lei nº 6.024/74 e o DL 2.321/87 (RAET – Regime de Adminis-
tração Temporária) – BACEN: temos aqui o regime do RAET, existe em uma instituição financeira um regime de 
intervenção por 6 meses que pode ser renovado por mais 6 meses. Se não houver aqui a estabilização da crise 
daí então ela entra em liquidação extrajudicial se, entretanto, o ativo não bastar para o pagamento de 50% do 
passivo quirografário ou se houver indicio de crime falimentar ou se o ativo não for suficiente para pagar as 
despesas daí pode entrar em falência. Quem controla todo esse procedimento é o BACEN. 
o Operadoras de planos de assistência à saúde (Agencia Nacional de Saúde) – planos de previdência com-
plementar – (LC 109/2001, art. 3º, III): a intervenção da liquidação se dá pela agencia nacional de saúde 
o Sociedade seguradora (SUSEP): intervenção pela SUSEP – Superintendência de Seguros Privados. 
o Sociedade de capitalização e outras legalmente equiparadas. 
Obs.: sociedades em comum, proibidos de exercer atividade empresaria – podem ter a falência decretada, mas 
não podem pedir a recuperação de empresas 
 
10/08/15 
LEGITIMIDADE 
2. LEGITIMIDADE ATIVA 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; 
 Devedor empresário: é a autofalência; art. 105 ao 107 da LRF. Quando o devedor verifica que não tem condições para 
requerer a sua recuperação, então ele pede a autofalência. Ele confessa a sua insolvência. Temos inclusive, algmas 
legislações, que dão estímulos para que o devedor confesse a sua falência sem causar maiores prejuízos à economia 
protelando esse momento. 
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação 
judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade 
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: 
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir 
o pedido,confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados; 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
d) relatório do fluxo de caixa; 
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; 
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios 
de propriedade; 
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os 
sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; 
V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e parti-
cipação societária. 
Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará que seja emendado. 
Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a forma do art. 99 desta Lei. 
Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos à falência requerida pelas pes-
soas referidas nos incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei. 
 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
 Cônjuge sobrevivente, herdeiro e inventariante: a falência do espólio (não é do morto) até um ano a contar da morte 
do devedor empresário. 
 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; 
 O quotista ou acionista: 
o Sociedade Limitada: quem tem legitimidade para requere a falência na sociedade limitada é a reunião de sócios 
ou assembleia (se adotar a aplicação subsidiária da lei das sociedades anônimas); quem vai outorgar a procu-
ração é o administrador ou o sócio administrador; 
o Sociedade Anônima: o diretor, que é o representante do órgão executivo. Delibera por meio de assembleia geral 
extraordinária. Se tiver conselho de administração ele poderá autorizar os diretores a requerer a falência e con-
voca a assembleia para ratificar o pedido, senão pode até o acionista majoritário autorizar e convocar a assem-
bleia para ratificar o pedido. 
Se um acionista discordar da decisão da assembleia que não aprova o pedido de falência ele pode requerer 
a falência, mas não é vantagem para ele. Se for uma sociedade anônima ele pode exercer seu direito de recesso. 
Nas sociedades limitadas ele pode pedir a dissolução parcial, e ele fica responsável por 2 anos pelas obrigações 
que tinham sido contraídas até aquela data. 
 
IV – qualquer credor 
 Qualquer credor: Quando se trabalha esse inciso nós vamos ter que conjugá-lo também com os elementos materiais 
que estão previstos no art. 94 da LRF. Cada um dos incisos desse artigo prevê requisitos para esses credores. 
Art. 94. LFR. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos 
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do 
prazo legal; 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio 
simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens 
suficientes para solver seu passivo; 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para 
prejudicar credor; 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados sufi-
cientes para saldar seu passivo; 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabe-
lecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
Se você é credor trabalhista e tem uma sentença positiva transitada em julgado, ou seja, você ter um título executivo 
judicial vale a pena se pedir a falência? É possível que se peça a falência, mas com isso você provoca o vencimento 
antecipado de todas as obrigações. 
o Credor empresário – deverá comprovar a regularidade de suas atividades perante o registro público de Empresas 
Mercantis; 
o Credor que não tiver domicilio no Brasil – deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indeni-
zação de que trata o art. 101 
Obs.: legitimidade ativa para o pedido de Recuperação somente o devedor (art. 48, LRF) 
 
COMPETÊNCIA 
Art. 3º. LRF. É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a 
falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
O art. 3º da LRF traz que o foro competente é o do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha 
sede fora do Brasil (se tiver mais de uma filial e houver uma hierarquia entre elas, a que estiver localizada parte decisória). Trata-
se de competência fixada em razão da matéria que é da falência ou da recuperação judicial por isso é uma competência absoluta, 
ou seja, é inderrogável e insuscetível de haver qualquer modificação. 
Qual é o principal estabelecimento? Se olharmos pelo CPC seria a matriz, aonde está colocada a matriz na junta comercial. 
Existem três teorias para fixar qual é o principal estabelecimento: 
 Sede estatutária: é a da matriz, que não prevalece no direito empresarial falimentar. Isso porque a matriz pode estar 
inscrita em lugar afastado, mas as atividades serem praticadas principalmente em outro lugar. 
 Sede econômica (financeira – Fábio Ulhoa Coelho): a que tiver mais dinheiro, movimento econômico; 
 Sede administrativa (doutrina majoritária, STJ): é o centro da administração. Quando uma sociedade tem matriz e 
várias filiais, para se estabelecer qual o foro competente para a decretação de falência busca-se aqui a sede administra-
tiva, por ser onde está concentrada a documentação, o centro de decisão, escrituração e tudo mais. 
 
Empresa com filial no Brasil e sede no exterior. Toda empresa nacional, é constituída pelas leis que tenha sede no país e partir 
do momento em que ela é autorizada a funcionar no país ela tem o tratamento como empresa nacional. Se nós tivermos empresa 
com matriz no exterior, mas que tenha filiais no Brasil aonde essa filial estiver situada será competente o foro para decretar a 
falência. Se tiver mais de uma filial no Brasil e tiver uma hierarquia e poder de mando entre elas aonde tiver a sede da administração 
será competente caso contrário o foro competente será o de qualquer uma delas. 
Se essa empresa estiver situada no Brasil e for decretada a falência dessa filial esse pedido abrange, pelo princípio da territoriali-
dade, bens e credores que estiverem situados no Brasil. 
 
PRINCÍPIO DA UNIDADE E UNIVERSALIDADE DO JUÍZO FALIMENTAR: 
O juízo falimentar é uno para conhecer todas as ações e execuções que envolvam bens, direitos e negócios da massa falida. 
Possui aqui a vis attractiva do juízo falimentar, ou seja, a força de atração. Em razão disso, para tratar de uma maneira isonômica 
credores que são das mais diversas espécies com créditos vencidos em datasdiversas, alguns já ajuizados outros ainda por 
vencer, tem-se o princípio da unidade e universalidade do juízo falimentar. Aqui as obrigações, mesmo as que já estiverem ajui-
zadas serão suspensas e serão atraídas para o juízo falimentar. Aquelas que ainda não tiverem vencidas serão habilitadas no juízo 
falimentar. Ele é único e atrai todas as obrigações. 
Exceções: 
 Ações trabalhistas: primeiro são discutidas na justiça especializada, quando se tornar líquido o valor, habilita-se na 
falência. Os processos trabalhistas que correm em face a massa falida têm prioridade de tramitação tanto no primeiro 
quanto no segundo grau. 
 Recursos na justiça do trabalho: Quando é decretada a falência o falido perde o poder de dispor de seus bens e vai ter 
que observar a par conditio creditorum, tratamento equitativo dos credores, de tal forma que não é possível ser feito o 
deposito recursal. Então para recorrer o falido é dispensado do deposito recursal e de pagamento de custas. E quando 
chega ao final e torna-se liquida a sentença será expedido um mandado para poder habilitar na falência o credito. Mas e 
se já venderam tudo e não tem mais dinheiro? Na primeira audiência, não tendo acordo, pede-se que seja expedido 
oficio ao juízo da falência para que seja feita reserva para pagamento daquele valor. O que acontece no juízo falimentar é 
a reserva do valor para pagamento daquela reclamatória trabalhista. Então se vieram pagando os credores e não tiver sido 
tornado liquido ainda o credito trabalhista eles deixam um deposito reservado para o pagamento daquele determinado 
processo. 
 As que versarem sobre quantia ilíquida: Da mesma forma ocorre com as ações que versarem sobre objeto ilíquido. Se 
temos por exemplo uma ação por responsabilidade civil, não se tem como saber se o falido será condenado ou não, 
sendo decretada a falência quem prossegue representando a massa vai ser o administrador judicial. A ação prossegue 
no juízo de origem e só vira para habilitar quando os valores se tornarem líquidos, também pode ser pedido a reserva. 
 Ações fiscais: Quando tivermos ações em que a união seja parte a competência é da justiça federal. Vimos que na 
trabalhista torna liquido e depois ele habilita. O credito tributário não está sujeito a concurso de credores, visto que isso 
é uma de suas garantias e privilégios. O processo então não é suspenso e quem acompanha é o administrador judicial. 
Mas o pagamento será feito pelo juízo falimentar na época quando chagar a vez dele na ordem dos credores. Hoje, nós 
temos que, é muito comum que seja oficiado o juiz falimentar informando o valor da dívida tributária. 
 Aquelas em que o falido for autor ou litisconsorte ativo: não se atraem os processos em que o falido for autor ou 
litisconsorte ativo somente aqueles em que ele for réu. 
 
INSOLVENCIA INTERNACIONAL 
NÃO CAI NA PROVA 
 
a) Característica de uma falência internacional: patrimônio internacionalmente disperso, existência de um grupo multina-
cional, nacionalidade estrangeira de ima sociedade, acionistas estrangeiros, credores estrangeiros. 
b) Competência: o elemento de conexão pode ser o domicilio do devedor, sede da empresa, país em que se encontra o 
principal estabelecimento, centro de interesses, localização dos bens. 
Duas correntes: 
a. Unidade de juízo 
b. Pluralidade de juízo competentes 
Modelo da UNCITRAL sobre a insolvência internacional e guias práticos tenta conciliar, com proce-
dimentos secundários em outros países. 
PRINCÍPIO DA UNIDADE E PLURALIDADE DE JUIZOS: 
a) Unidade – 
b) Pluralidade de domicílios 
 
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE DA UNIVERSALIDADE: 
a) Territorialidade 
Duas situações: 
a.1 O tribunal nacional não considera os bens existentes no exterior 
a.2 O tribunal nacional não reconhecerá os efeitos de um processo estrangeiro que incida sobre os bens do insol-
vente, situados em território nacional 
b) Universalidade: 
b.1 Estende os efeitos jurídicos de um processo de insolvência nacional aos países em que existam bens do devedor 
insolvente, desde que os outros estados admitam a validade dos efeitos jurídicos de seus atos em seus territó-
rios. 
b.2 A admissão, geralmente ocorre, via cooperação internacional, como resultado do princípio da reciprocidade. 
c) Modelos mistos 
c.1 Tendência a territorialidade 
c.2 Tendência a universalidade. 
 
SISTEMAS PARA CARACTERIZAÇÃO DA FALÊNCIA 
O pressuposto material objetivo para a caracterização da falência é a insolvência. Só que como o credor vai provar que o passivo 
é superior ao ativo para poder requerer a falência? Para isso o credor teria que ter acesso ao balanço da empresa. Então temos 
aqui uma classificação, segundo Navarrini, de algumas formas de como se evidencia essa insolvência. Isso aqui está ligado ao 
que vimos na questão das crises das empresas. 
1. Desequilíbrio do balanço em que o passivo supera o ativo: este sistema é inseguro, pois exige profundo exame na 
situação econômica do devedor. Depende do momento em que se está, se for por exemplo um momento de retração 
pode-se posteriormente melhorar. Elemento pouco palpável que é o crédito. 
2. Cessação dos pagamentos: sistema adotado pelo código comercial francês de 1807 e pelo código comercial brasileiro 
de 1850. Indicio revelador da impotência do patrimônio do devedor empresário. A insolvência não se confunde com 
inadimplência. Cessar os pagamentos pode ser uma crise de liquidez, a empresa pode estar passando por uma crise 
financeira aonde ela não tem dinheiro em caixa disponível mas tem bens. Nem sempre se tem dinheiro disponível, mas 
se tem bens para cumprir com as obrigações. Tal situação não é caso de falência, mas sim para uma execução. 
3. Enumeração legal: atos enumerados em lei que caracterizam um estado de insolvência. A pratica de determinados atos 
que evidenciam um estado temerário, que pode conduzir a falência: inadimplemento, cessão de bens a terceiros, credor 
ou não, gestões fraudulentas por doações, paradeiro não conhecido do devedor, etc. Aplicado no dec. 917/1850, DL 
7661/1945, Lei 11.101/2005 – art. 94, III 
4. Legislação italiana: 1942. Impossibilidade de o devedor satisfazer regularmente as suas obrigações, manifestada pelo 
inadimplemento ou outros fatos exteriores. A caracterização da insolvência necessita de dois elementos: objetivo e sub-
jetivo: atividade do devedor e seu credito. 
a. Insolvência: impossibilidade de pagamento, desequilíbrio entre o ativo e o passivo 
b. Inadimplemento: falta de pagamento. 
 
Hoje no Brasil temos: 
 Autofalência: confissão, art. 105 LRF. O próprio empresário vai a juízo e declara a sua situação de insolvência. 
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação 
judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade 
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: 
 Impontualidade injustificada: art. 94, I LRF. Quando não é paga uma obrigação contanto de título executivo liquido, certo 
e exigível, sempre levando em razão do direito, protestado em valor superior a 40 salários mínimos. Para aquele que tem 
título executivo judicial liquido pedir a falência do devedor ele deve desistir do cumprimento da sentença pedir uma certi-
dão levar a protesto essa certidão e instruir o pedido de falência com ela. Com relação aos títulos executivos extrajudiciais: 
o estado não pode pedir a falência do devedor com a certidão positiva de débitos tributários, visto que, apesar de não 
haver impedimento legal, não é essa a função do estado. Além de que o credito tributário tem privilégios e garantias sendo 
mais interessante para o estado executar tal título pelo juízo fazendário – Art. 187 Código Tributário Nacional, o crédito 
tributário não está sujeito a concurso de credores. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga,no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos 
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
 Execução frustrada: art. 94, II. A tríplice negativa – não paga, não deposita e não nomeia bens à penhora – evidencia 
estado de insolvência, é a chamada execução frustrada. 
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do 
prazo legal; 
 Atos de insolvência: art. 94, III. Também chamados de atos de falência. 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
 
 
14/08/15 
TRABALHO EM SALA 
 
Responder as seguintes questões: 
1) Qual o recurso cabível da sentença que decreta a falência? E o prazo para a interposição? 
Agravo. Porque é com a sentença que decreta a falência que a execução coletiva tem início. Prazo de 10 dias 
2) Em que consiste o princípio da dialeticidade? Ele foi observado no agravo em exame? 
Quando se entra com uma apelação ou outro recurso deve se dizer o que se discorda e argumentar o porquê se discorda. 
Sim o princípio foi observado. 
3) Qual o fundamento da alegação de ilegitimidade ativa? Sob a sua ótica, você teria outra argumentação para a justificar 
a ilegitimidade? 
A requerente da falência, que depois veio a ser a agravada, não tinha a legitimidade para pedir a falência pois ela era a sócia 
de direito e não a de fato. Nesse caso poderia ser alegado que parte legitima para pedir a falência é a sociedade e a requerente 
requereu em nome próprio. 
4) Qual o fato alegado pela parte agravada para exteriozar a insolvência da agravante? 
O abandono do estabelecimento. Art. 94, III, “f”, LRF 
5) Na hipótese contemplada, após a citação do pedido de falência, o devedor poderia ter efetuado o deposito elisivo? 
Deposito elisivo é um deposito judicial para evitar a decretação da falência. Esse deposito é possível nos casos dos incisos 
I e II do art. 94 – execução frustrada e impontualidade injustificada – porém no caos em tela tratava-se de ato de falência o 
que impedia tal atitude. 
6) As razoes alegadas no mérito, pela agravante, são condizentes com o pedido? 
Não. Eles alegaram o porquê da falta de pagamento, mas não contesta o porquê ele abandonou. 
 
17/08/15 
PRESSUPOSTOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA FALÊNCIA 
Pressuposto Material Subjetivo – legitimidade. 
Pressuposto Material Objetivo – é a insolvência. 
Pressuposto Formal – sentença – não existe falência sem uma sentença que assim a declare. 
 
PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO 
Insolvência: do ponto de vista econômico é muito fácil verificar a insolvência, quando o passivo é superior ao ativo. Do ponto de 
vista jurídico temos uma insolvência presumida. 
 Confissão – art. 105 LRF: quando o devedor verificando que não tem condições não preenche os requisitos para requerer 
a recuperação de sua empresa ele vem a juízo e confessa a insolvência de sua empresa. Chamada de autofalência. 
Existem legislações que beneficiam o devedor que pede a autofalência. 
 Impontualidade injustificada – art. 94, I. trabalhamos tanto nesse elemento quanto na execução frustrada que o inadim-
plemento das obrigações como fato exteriorizador da insolvência. Não que a impontualidade seja um sinônimo de insol-
vência, porque muitas vezes a empresa pode ser impontual, mas ser apenas uma crise de liquidez e não ser insolvente. 
A lei atual estabeleceu um limite mínimo do valor dos títulos, coisa que não existia na lei anterior. O valor estabelecido foi 
de 40 salários mínimos. Se formos verificar 40 salários mínimos pode ser muito para uma empresa pequena como pode 
ser nada para uma empresa grande. O que temos visto muitas vezes que a jurisprudência e o STJ têm deixado de decretar 
a falência quando se verifica que o valor do título pelo porte da empresa é praticamente insignificante, e considerando 
sua função social e a possibilidade de recuperação da empresa. Essa é uma construção jurisprudencial e principiológica. 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos 
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; 
o Títulos executivos judiciais ou extrajudiciais: a dívida não precisa estar consubstanciada num só título, aqui 
também se abre a possibilidade de um litisconsórcio ativo, ou seja, não precisa só ser apenas um credor. Posso 
ter sentença instruindo pedidos de falência: desde que seja líquida, certa e exigível. Daí surge a necessidade 
de desistir da execução, do cumprimento da sentença, protestar a sentença para daí, então, poder pedir a falência 
com base nesta sentença. É um protesto executivo extrajudicial. Os títulos executivos extrajudiciais estão arrola-
dos no art. 585 do CPC 
o Vencido e não pago 
o Sem relevante razão de direito, art. 96: não ter uma justificativa legal para o seu não pagamento. O art. 96 traz 
de forma exemplificativa alguma das relevantes razões de direito, uma causa de suspensão da exigibilidade, um 
acordo, moratória, nulidade do protesto. 
o Protestado – extrajudicial, cambial: a forma de se comprovar a mora do devedor é pelo protesto. 
o Valor superior a 40 salários mínimos, litisconsórcio ativo: na data do pedido de falência. 
o Ônus da prova: devedor. 
 Execução frustrada – art. 94, II: Há uma execução singular. O executado não paga, não deposita e não nomeia bem à 
penhora. Pode-se desistir da execução, pedir uma certidão que ateste este fato, e, com base na certidão, pedir a falência 
do devedor empresário. Este fato na lei anterior estava elencado como ato de falência, pois era considerado um desres-
peito a justiça. Na atual está separado considerando como sendo um inadimplemento de obrigação que vai permitir o 
deposito elisivo. 
II – Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do 
prazo legal; 
o Não necessita de protesto. A finalidade do protesto, é quando se tem um título endossável a terceiros e tais 
sujeitos ficam coobrigados nesse título, então se protesta o título para confirmar a mora do devedor principal e 
seu avalista e permitir o direito de regresso aos coobrigados, ou então no caso de uma duplicata sem aceite, ou 
uma questão para pedir a falência com base no inciso I. Para executar o devedor principal e seu avalista não há 
necessidade de protesto. 
o Não tem valor mínimo: não precisa ter o valor de 40 salários mínimos. 
o Suspenção da execução singular 
o Ônus da prova: devedor. 
 Atos que caracterizam um estado de falência – art. 94, III. Também chamados de atos de falência. Esses atos se 
praticados, a menos que sejam previstos no caso de recuperação, serão considerados atos de falência. 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
No art. 94, III – Puxa-se o ônus da prova para quem alega. Aqui, se você vai imputar a prática de um determinado ato, 
você que deve comprovar. 
Aqui não preciso ter obrigação vencida. Mas que seja possível perceber que o devedor está dilapidando o patrimônio 
ou está fazendo a pratica de um desses atos e para prevenir, até para que se tenha condições de efetuar o pagamento da 
obrigação da qual eu sou credor mais para frente eu posso pedir a falência. Aqui no inciso III são casos extremamente 
graves que se pode inclusive pedir uma medida cautelar de sequestro de bens. Tal medida pode ser preparatória ou até 
incidental. Não se trata de arresto por que na verdade vai se pedir que sejam sequestrados todos os bens, direitos, 
documentos, livros contábeis do devedor que perde de imediato o poder de gerenciar todos estes bens mesmo antes da 
decretação da falência. A fim de que o devedor não se desfaça ou altere destes documentos,por exemplo, enquanto se 
está na fase de cognição. Por outro lado, quando se pede o sequestro, a pessoa é desapossada de seus bens antes de 
ser julgada a falência e não se consegue comprovar, isso geraria uma responsabilidade civil gigante, por isso que puxa-
se o ônus da prova para quem alega. 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; 
Liquidação precipitada: aqui não se fala em uma promoção, aquela que aproveitamos nos shoppings por exemplo, mas 
sim uma venda de bens que são essenciais para desenvolvimento da sua atividade a um baixo de custo. 
Meios fraudulentos: a duplicata simulada; maquiam balanços para fazer empréstimos; faz um empréstimo atrás do outro 
com juros maiores. 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio 
simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
Retardar o pagamento ou fraudar credores através de negócios simulados. Considera-se inclusive a tentativa. Ex.: Quando 
transfere bens a terceiros, com intenção de fraudar os credores. 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens 
suficientes para solver seu passivo; 
Transfere estabelecimento sem consentimento dos credores e fica sem bens suficientes para saudar o passivo. 
Trespasse: art. 1.444; art. 1.145 CC 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá 
efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no 
Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabele-
cimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 
trinta dias a partir de sua notificação. 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, 
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
OS PROCEDIMENTOS PARA O TRESPASSE 
Quando o alienante é solvente Quando o alienante é insolvente 
Um contrato escrito que deve ser averbado na 
junta comercial e publicado na imprensa oficial. 
Se ao alienante não sobrarem bens para solver o passivo temos 
uma providencia que antecede essas formalidades, que vem a ser 
a notificação dos credores com prazo de 30 dias (judicial ou extra-
judicial por meio do cartório de títulos e documentos) ou pagamento 
de todos os credores, sob pena de ineficácia. 
A responsabilidade do adquirente: abre-se a su-
cessão, ele sucede o alienante nas obrigações 
contabilizadas e o alienante fica responsável so-
lidariamente pelas obrigações vencidas (pelo 
prazo de 1 ano a contar da publicação) e pelas 
obrigações vincendas (1 ano a contar do venci-
mento). 
Apesar do contrato ter todos os requisitos de validade ele será ine-
ficaz porque se ele é insolvente e vier a ser decretada sua falência 
os atos praticados em determinado período são ineficazes perante 
a massa. Se houver o trespasse e na sequência for decretada a fa-
lência o ato é declarado ineficaz e aqueles bens retornam para com-
por a massa falida, e o adquirente vai ter que pleitear a restituição 
junto a massa falida. 
 
Termo Legal de Falência: não se tem como precisar quando a crise em uma empresa começou, mas existe no direito 
falimentar o que chamamos de termo legal da falência. Que é um período suspeito em que o juiz determina na sentença 
que decreta a falência. Existem parâmetros para fixar tal data, ele não pode retrotrair mais de 90 dias do primeiro protesto, 
do requerimento da falência ou recuperação. Da data da decretação da falência ao prazo em que vai retrotrair alguns dos 
atos praticado são tornados ineficazes, eles podem ser válidos entre as partes, mas não produzem efeitos perante a 
massa falida. Os bens retornam para compor a massa falida. Art. 129 LRF. 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econô-
mico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: 
É uma ineficácia objetiva, visto que não precisa provar a intenção de fraudar credores, por exemplo. Também não se 
precisa do conhecimento da situação financeira do devedor. 
 
 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para 
prejudicar credor; 
Aqui não se fala em trespasse, mas em simulação de transferência, até de endereço, justamente para dificultar o acesso 
dos credores ao Judiciário. 
 
 
21/08/15 
PRESSUPOSTOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DA FALÊNCIA – cont. 
 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados sufi-
cientes para saldar seu passivo; 
Dá ou reforça garantia real a obrigações preexistentes. O que configura o ato de falência não é contrair a obrigação com 
garantia real, mas sim reforçar a garantia real para uma obrigação preexistente e dessa forma privilegiando m credor em 
detrimento dos demais. Se for reforçado o ato será considerado ineficaz e o credor volta para a sua posição originaria. 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabe-
lecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
Ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabele-
cimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial 
Deixar de cumprir obrigação prevista no plano de recuperação. Quando a empresa pede a recuperação judicial ela apre-
senta um plano de recuperação. A partir desse plano é feita uma novação, só com essa novação tem o direito recupera-
cional ela é uma novação subordinada a uma condição da recuperação judicial. Depois de aprovado do plano, com a 
sentença que concede a recuperação judicial e passa a fase de execução da recuperação judicial. Essa fase de execução 
da recuperação judicial tem prazo de duração de dois anos, porém os pagamentos não precisam ser todos t nesse prazo. 
Nesses dois anos a empresa permanece numa administração vigiada. Nesse prazo caso o devedor não venha a cumprir 
com obrigação que foi assumida no plano de recuperação judicial. É prorrogada essa recuperação judicial em falência. E 
a obrigação que houve uma novação subordinada a uma condição, na falência que vai ser decretada vai ser exigida na 
condição anterior a recuperação judicial. 
 
PETIÇÃO INICIAL 
(Da petição inicial até a sentença é uma fase pré-falimentar. Há uma relação autor e réu; não se fala em falido). 
 Endereçamento – art. 3º 
 Legitimidade ativa (pode requerer) e passiva. 
o Se for uma falência requerida por um terceiro, por um credor: 
 Se o credor for empresário, ele tem que fazer a prova de que ele tem os atos constitutivos regularizados 
na junta comercial, pois deve ter capacidade jurídica e capacidade processual. Portanto, ao anexar a 
procuração, deve se juntar os atos constitutivos. O devedor até pode não ser registrado, mas o credor 
que requere a falência de outro deve estar regularizado. Se o devedor for devidamente constituído jun-
tam-se também os atos constitutivos, a fim de que se saiba quem é o representante legal. 
 Fundamentação 
o Com base no art. 94, I – tem que juntar título executivo original e o instrumento de protesto.Ônus da prova é do 
devedor. 
o Com base no art. 94, II – tem que juntar uma certidão do cartório do foro da execução comprovando que a 
execução foi frustrada. Ônus da prova é do devedor. 
o Com base no art. 94, III – dependendo do ato que foi alegado muda a prova. 
 Requerimentos 
o Citação 
o Procedência da ação 
o Anexar o Valor do título corrigido 
o Não pode requerer o pagamento: o que pode ser requerido é que seja facultado o deposito elisivo, mas nunca 
o pagamento, pois não é ação de cobrança. Não se pode pedir a penhora porque se faz o deposito em dinheiro. 
o Se for ajuizado com base no art. 94, III pode-se pedir a medida cautelar de sequestro, dependendo do caso, 
para evitar que ele se desfaça dos bens e de documentos. 
 
Após a petição inicial o juiz irá determinar a citação, que pode ser feita por oficial ou edital. No processo de execução não se 
pode fazer a citação por A.R, portanto no processo falimentar, por construção doutrinaria, por se tratar de execução coletiva deve-
se utilizar de forma análoga as regras da execução. 
Depois da citação o devedor tem prazo de 10 dias para contestar. Nesses 10 dias, veremos que dependendo do tipo da funda-
mentação teremos as medidas especificas que podem ser tomadas. 
 
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Inerte: revel com relação a matéria de fato, mas será examinada a matéria de direito. 
Quando temos o requerimento com base no Art. 94, III é nomeado sempre um defensor. Daí então segue como se 
tivesse a pessoa no processo, geralmente esse defensor faz uma negativa geral. 
Pode apresentar contestação: se ele apresentar contestação podemos ter duas situações: 
Sentença denegatória – ação improcedente Sentença declaratória – ação procedente 
Se tiver uma sentença denegatória e ficar compro-
vado que o autor agiu com dolo, não é uma res-
ponsabilidade objetiva, pode haver a condenação 
nas perdas e danos. 
 
Cabe, no prazo de 15 dias, apelação. 
Prazo de 10 dias para interposição do agravo de 
instrumento. 
É um agravo de instrumento porque não é uma 
sentença terminativa – dá início ao processo de 
falência, a execução coletiva. Depois teremos uma 
outra sentença que encerra o processo. 
 
 
Se o pedido for com base no art. 94, I ou II: temos duas opções: 
Efetuar o depósito elisivo Efetuar o depósito elisivo + a contestação 
Depósito para afastar o requerimento de falên-
cia. 
Tem que ser no valor principal, com custas e 
honorários – deve ser o valor integral. 
Ele faz o depósito para evitar que a falência seja de-
cretada e também apresenta a contestação. 
Não se discute mais a falência. 
Discute-se sobre a legitimidade do crédito, ou seja, 
muda o objeto da ação. 
Gera uma sentença que extingue o processo 
sem julgamento de mérito 
Gera uma sentença que reconhece que o crédito é: 
Crédito procedente Crédito improcedente 
Levantamento do di-
nheiro pelo autor. 
O valor retorna ao reque-
rido 
 
Dessas sentenças cabe o recurso de apelação. 
 
Pode-se pedir a recuperação judicial: suspende-se a ação 
 
 
 
 
O processo de falência tem uma primeira fase chamada de fase pré-falimentar. Começa com a petição inicial, depois temos 
a citação, seguida da contestação. Teremos então a impugnação e a instrução, essas duas etapas não são mencionadas na lei 
de falência, porém ela faz menção em seu art. 189 da aplicação subsidiaria do CPC. 
Art. 189. Aplica-se a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, no que couber, aos procedimentos 
previstos nesta Lei. 
Após a instrução, onde podemos até ter audiência para a resolução dos pontos controversos, sendo possível até uma tentativa de 
composição, temos a sentença. 
Essa sentença pode ser: 
Denegatória 
Pode trazer a condenação em perdas e danos. Art. 460 CPC. Tem que provar efetivamente o 
dolo ou a culpa e o prejuízo causado, não é responsabilidade objetiva. Art. 18 e 20 CPC – 
custas, honorários, multa por litigância de má-fé. A sentença não faz coisa julgada material, ou 
seja, o autor pode renovar o pedido, mas desde que tenha base em outros fatos. 
Prazo de 15 dias para o recurso de apelação. 
Decretar a falência 
Processamento pelas regras do CPC. 
É uma sentença cuja natureza jurídica é declaratória e constitutiva. A partir da decretação da 
falência, cria-se a massa falida. 
Prazo de 10 dias para o recurso de agravo. 
Massa falida: Tínhamos o empresário devedor – foi reconhecida sua insolvência. A massa falida tem como natureza jurídica uma 
universalidade de direitos – art. 91 CC. Essa massa falida pode ser: 
 Objetiva: os bens e direitos do falido; 
 Subjetiva: interesses dos credores. 
A finalidade da massa falida é liquidar os bens e direitos do falido para satisfazer os interesses dos credores para pagamento das 
obrigações. A massa falida não tem personalidade jurídica própria. 
Petição Citação Contestação Impugnação Instrução Sentença
FASE PRÉ-FALIMENTAR 
24/08/15 
SENTENÇA DECLARATORIA – ART. 99 LEI 11.101/05 
Requisitos do art. 99 e incisos. 
1. Natureza jurídica: Declaratória e constitutiva. Em primeiro lugar, declaratória porque declara um estado prévio existente 
que é um estado de fato, de insolvência. E a partir do momento que temos a sentença que decreta a falência, alguns até 
por questões de semântica mencionam que ela seria decretatória e não declaratória, porque ela decreta a falência. Consti-
tutiva porque a partir da sentença temos a constituição da chamada massa falida. A massa falida tem uma natureza jurí-
dica de universalidade de direito, ou seja, é o conjunto das relações jurídicas de uma pessoa dotados de valor econô-
mico. A massa falida é um ente não personificado, é um conjunto das relações jurídicas do falido, então deixamos de ter 
aqui as operações normais da sociedade para se ter a massa falida. Conforme mencionado anteriormente temos duas 
faces da massa falida a objetiva e a subjetiva. A massa falida objetiva é composta pelos bens e direitos do falido e a 
massa falida subjetiva é composta pelos interesses dos credores. O objetivo da massa falida é a apuração e a transfor-
mação desses bens e direitos em dinheiro para a satisfação, pagamento dos interesses dos credores. Com a decretação 
da falência teremos que o falido perde a administração e o poder de disposição, conforme art. 75 da LRF. 
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização 
produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. 
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual. 
Aqui, na verdade, temos o afastamento do administrador estatutário, que vem a ser o sócio administrador, o administra-
dor da sociedade normal, e passa a administração ao administrador judicial. Ai então ele irá administrar a massa falida. 
2. Requisitos: 
2.1. Requisitos comuns: como todas as demais sentenças, previstos no CPC 
Art. 458 CPC – sob pena de nulidade 
a. Relatório 
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo; 
b. Fundamentos da decisão 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
c. Dispositivo 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem. 
2.2. Específicos 
2.2.1. Identificação (art. 99, I) 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: 
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores; 
a) Síntese do pedido; 
b) Nome do réu; 
c) Nome dos sócios solidária e ilimitadamente responsáveis (sociedade de pessoas), porque nesses casos a falência da 
sociedade acarreta na falência dos sócios solidária e

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