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1 Profa. Dra. Naira Brito Pós-Graduação Lato Sensu em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica Bases moleculares para Farmacologia Clínica FARMACOLOGIA CLÍNICA NO BRASIL HISTÓRIA DA FARMÁCIA • Desde os primórdios da civilização que povos autóctones usavam o conhecimento popular primitivo e não-científico, encontrando alívio para suas feridas com o uso de óleos e unguentos de plantas medicinais e de óleos naturais divulgados por raizeiro, hoje chamado de fitoterapia (tratamento através das plantas). HISTÓRIA DA FARMÁCIA • Na Antiguidade a Medicina e a Farmácia eram uma só profissão, mas na antiga Roma começou a separação daqueles que diagnosticavam a doença, daqueles que misturavam matérias para produzir porções de cura, era a época de Hipócrates e de Galeno. HISTÓRIA DA FARMÁCIA • Os chineses, há mais de 2.600 anos já preparavam remédios extraídos de plantas. • Mil anos depois, os egípcios faziam o mesmo, utilizando também sais de chumbo, cobre e unguentos feitos com a gordura de vários animais, como hipopótamo, crocodilo e cobra. HISTÓRIA DA FARMÁCIA • Na Grécia Antiga, Hipócrates, o conhecido Pai da Medicina (460-377 a.C.), descrevia que o tratamento para muitas doenças poderia ser feito através de dieta alimentar adequada e que para mais exata prescrição dever-se-ia conhecer os elementos e as propriedades dos constituintes desta dieta. • Hipócrates também descrevia que as propriedades dos alimentos tais como “amargo, doce, adstringente e inosso” eram influenciadoras da qualidade do tratamento terapêutico visando à saúde. HISTÓRIA DA FARMÁCIA • Hipócrates (Pai da Medicina) o Patologia geral apepsia (desequilíbrio) pepsis (febre, inflamação e pus) crisis ou lysis (eliminação) • Galeno (Pai da Farmácia). • Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. • É precursor da alopatia. • Nas instituições do ensino superior. • Sociedades científicas a ela dedicadas. • Museus de farmácia. • Espanha foi o 1º país a fazer a inclusão da História da farmácia no currículo farmacêutico em 1852. • Portugal ocorreu o primeiro doutoramento em História da farmácia 1991. • França apareceu a 1ª sociedade dedicada à história da Farmácia. HISTÓRIA DA FARMÁCIA DIVIDE-SE EM 3 EIXOS HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL • Governador geral Thomé de Souza trouxe de Portugal o 1° Boticário Diogo de Castro. • No Brasil colônia, medicamentos e outros produtos com fins terapêuticos podiam ser comprados em boticas. • O boticário em frente ao doente manipulava e produzia medicamentos, de acordo com a farmacopeia e a prescrição dos médicos. HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL • Foram os primeiros a instituir enfermarias e boticas em seus colégios, tornando-se especialistas em preparo de remédios, principalmente os feitos à base de plantas medicinais. • Em 1640, as boticas foram autorizadas a funcionar como comércio e se multiplicaram em toda a colônia. • Surgimento do mercúrio, arsênico e ópio. Regimento 1744 • Proibia a distribuição de drogas e medicamentos para estabelecimentos não habilitados. • Multas e apreensões em caso de descumprimentos. • Criação da figura de Responsável Técnico. HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL Cursos de Farmácia no Brasil • Vinda da família Real para o Brasil • 1832 – Faculdade de medicina na Bahia • 1834 – Faculdade do Rio de Janeiro • 1837 – Formados os 6 primeiros farmacêuticos brasileiros • 1839 – Escola de Farmácia de Ouro Preto • 1896 – Escola de Farmácia de Porto Alegre • 1899 – Escola de Farmácia de São Paulo • 1912 – Escola de Farmácia da UFPR HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL • Reconhece a competência para o farmacêutico exercer: Análises clínicas, químico bromatologista, biologista e legista. • Controle de venda de substâncias causadoras de dependência, retenção de receita e guarda em armários. • Obrigatoriedade da direção por farmacêutico nos laboratórios privativos de hospitais, casa de saúde, sanatórios, cooperativas, estabelecimentos religiosos. DECRETO 19.606/31 CRIAÇÃO DOS CONSELHOS • Em 1957 encaminhado projeto ao governo. • Em 11 de novembro de 1960 são criados os CFF e CRF. • Em 1969 reforma universitária com implantação do currículo mínimo. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO MUNDO • A farmácia clínica moderna começa com o final da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) com o lançamento de diversos fármacos e a introdução de uma tecnologia farmacêutica de produção em larga escala. • Com essa mudança, os farmacêuticos começam a repensar o currículo dos cursos de Farmácia, principalmente nos Estados Unidos. • O eixo da profissão começa a mudar da manipulação para a assistência aos usuários. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL • No Brasil essa mudança não veio imediatamente, uma vez que a formação contemplava as áreas de análises clínicas, industrial ou de alimentos. • Disciplinas clínicas, como a farmacologia clínica, farmacoterapia e semiologia, simplesmente inexistiam na prática, enquanto disciplinas como química orgânica, química analítica e físico-química dominavam o ciclo básico. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL • Essa situação perdurou até as décadas de 1970 e 1980, quando farmacêuticos de hospitais-escola começaram a introduzir novas ferramentas de dispensação, como a dose unitária e as atividades clínicas, em suas rotinas de trabalho. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL • Em 1977 o professor Aleixo Prates foi convidado pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para modernizar laboratório-escola da Faculdade de Farmácia da UFRN. • O objetivo era desenvolver um projeto que resultasse na completa reestruturação da farmácia do antigo Hospital das Clínicas, o que incluía a ampliação do laboratório de farmacotécnica magistral e a implantação de um serviço de farmácia clínica. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL • O movimento da Farmácia Clínica ganha projeção através do professor Dr. Tarcísio José Palhano. • Foi no Hospital das Clínicas da UFRN, em 15 de janeiro de 1979, que o primeiro Serviço de Farmácia Clínica no Brasil foi oficialmente implantado, conforme “Termo de Instalação”, lavrado, na ocasião, para documentar tão importante feito. SURGIMENTO DA FARMÁCIA CLÍNICA NO BRASIL • Na mesma época foi criado o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) do Brasil, vinculado à Farmácia Clínica, visando, principalmente, a dar o suporte técnico- científico indispensável ao adequado desempenho das ações que passariam a ser executadas pelos farmacêuticos. • A primeira informação fornecida, por escrito (contra- indicações do Trilergon em pacientes com enfermidade cardiovascular), data de 23 de janeiro de 1979. . 21 FARMÁCIA HOSPITALAR E CLÍNICA • Na linha de farmácia clínica domiciliar, o farmacêutico poderá atuar com farmácia clínica em cardiologia, farmácia clínica em cuidados paliativos, farmácia clínica em geriatria, farmácia clínica em hematologia, farmácia clínica em oncologia, farmácia clínica em pediatria, farmácia clínica em reumatologia, farmácia clínica em terapia antineoplásica, farmácia clínica em unidades de terapia intensiva, farmácia clínicahospitalar, farmácia hospitalar e outros serviços de saúde, nutrição parenteral, pesquisa clínica e radiofarmácia RESOLUÇÃO Nº 585 DE 29 DE AGOSTO DE 2013 Ementa: Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. Remete aos cuidados em saúde e ao sentido de responsabilidade social do profissional. RESOLUÇÃO Nº 586 DE 29 DE AGOSTO DE 2013 Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. RDC Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE 2009 Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. ARCABOUÇO LEGAL Lei Orgânica da Saúde (Lei n° 8.080/1990) Art. 6º. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica LEI 13.021/14 • Art. 1 As disposições desta Lei regem as ações e serviços de assistência farmacêutica executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. • Art. 2 Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional. Aumentar a adesão ao tratamento e a compreensão dos pacientes sobre os medicamentos. Minimizar os erros de medicação e promover condutas baseadas em evidências. Aumentar a efetividade do controle das condições crônicas e reduzir eventos adversos a medicamentos. Conciliar os medicamentos e minimizar o risco nas transferências de pacientes entre níveis assistenciais. Promover o autocuidado apoiado no que diz respeito à automedicação responsável. OBJETIVOS FAMACÊUTICOS ATENÇÃO FARMACÊUTICA ELEMENTOS DA HISTÓRIA DO PACIENTE Como o paciente refere o problema O que perguntar sobre os sintomas Focar em doenças ou medicamentos que podem causar o sintoma Hábitos que podem ser a causa do sintoma Outros órgãos que podem ser afetados e que sinalizem casos de maior gravidade e complexidade Destacar caso as situações clínicas tenham histórico na família • O farmacêutico deve buscar conhecer todos os medicamentos em uso pelo paciente, incluindo suas indicações, regime posológico (dose, via de administração, frequência e duração) e a resposta (efetividade e segurança). • Tão importante quanto os medicamentos prescritos são aqueles usados por automedicação, plantas medicinais, suplementos vitamínicos e vacinas, normalmente pouco valorizados pelos pacientes como medicamentos. • De posse de todas as informações necessárias sobre o paciente, o farmacêutico deve aplicar um raciocínio clínico sistemático a fim de avaliar e identificar todos os problemas relacionados à farmacoterapia do paciente. “coração e a alma” da prática da atenção farmacêutica Identificar problemas relacionados à farmacoterapia está para a atenção farmacêutica, assim como o diagnóstico da doença está para a medicina. MEDICAÇÃO E RESULTADOS TERAPÊUTICOS • A revisão abrangente da medicação consiste na avaliação sistemática da necessidade, efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente e de sua adesão ao tratamento. • O farmacêutico deve conhecer a indicação, dose, via de administração, frequência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e deve reunir as informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente, em termos de efetividade e segurança. PROBLEMAS DE SAÚDE OU EXAMES CLÍNICOS E METAS DA FARMACOTERAPIA FARMACOTERAPIA IDEAL ÁREAS DE ATUAÇÃO: ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA GESTÃO E LOGÍSTICA FARMACÊUTICAS CUIDADOS FARMACÊUTICOS AO PACIENTE DECLARAÇÃO DE SERVIÇO FARMACÊUTICO ÁREAS DE ATUAÇÃO: ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA CUIDADOS FARMACÊUTICOS AO PACIENTE Hospitais Urgência e Emergência Ambulatórios Unidades de Saúde Instituições Geriátricas Atendimento Domiciliar Farmácias e Drogarias FARMÁCIA CLÍNICA • Área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar e prevenir doenças. Atenção Primária Atenção Secundária Atenção Terciária Resolução CFF 585/2013 FARMÁCIA CLÍNICA o Anamnese Farmacêutica o Adesão ao tratamento o Automedicação inadequada o Eventos Adversos e uso apropriado dos medicamentos o Recomendação de medicamentos que não exigem receita médica o Trabalho colaborativo com o médico e equipe SIM Resolução CFF 585/2013 o Diagnóstico de doenças o Prognóstico de doenças o Diagnóstico de complicações crônicas o Prescrição de medicamentos tarjados, de forma independente do médico o Mudanças na prescrição, de forma independente do médico e equipe o Troca de medicamentos prescritos NÃO CONSULTA FARMACÊUTICO-PACIENTE CONSULTA FARMACÊUTICA • Atendimento realizado pelo farmacêutico ao paciente, respeitando os princípios éticos e profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde. SEMIOLOGIA FARMACÊUTICA E RACIOCINIO CLÍNICO CONSULTÓRIO FARMACÊUTICA • Lugar de trabalho do farmacêutico para atendimento de pacientes, familiares e cuidadores, onde se realiza com privacidade a consulta farmacêutica. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA • “ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas de saúde”. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA Educação para o autocuidado/ Medidas não farmacológicas Encaminhamentos/ segundo identificação de sinais de alertas e necessidade de avaliação médica MEDICAMENTO BASES MOLECULARES PARA FARMACOLOGIA CLÍNICA DROGA ORGANISMO Fase Farmacocinética Fase Farmacodinâmica Vias de Administração Absorção Distribuição Biotransformação Eliminação Efeitos Fisiológicos Efeitos Bioquímicos Mecanismo de Ação Concentração no local do receptor Fase Farmacêutica FASES FARMACOLÓGICAS Sinop - MT Julho 2015 Sinop - MT Julho 2015 ANIMAIS TOLERÂNCIA 0 - 100 EFETIVIDADE POTENCIAL 100 - 200 ESTUDOS INTERNACIONAIS ≈ 800 INVESTIGAÇÃO FARMACOLÓGICA FARMACOCINÉTICA CLÍNICA Ajuste da terapêutica em diferentes pacientes, tanto da resposta desejada quanto da toxicidade em função da concentração do fármaco em seu sítio de ação. Concentração Plasmática Produto Farmacêutico Liberação (Desintegração) Dissolução (Dispersão Molecular) Forma farmacêutica Biodisponibilidade Interação Fármaco / Organismo Industria Farmacêutica CONCENTRAÇÃO TERAPÊUTICA Sítio de Ação - Receptores Dose & Intervalo de Administração EXCESSO ToxicidadeADEQUADO INSUFICIENTE Descartado erroneamente Efeito Desejável [ ] terapêutica Concentrações de efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e efeito tóxico (concentração máxima tolerada, limite máximo). I.T. IT: Índice Terapêutico “Janela Terapêutica" Faixa de Concentração Eficácia/Toxicidade Amitriptilina – Faixa Estreita (I.T.< 5) VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Vantagem: Seguro/Econômico Desvantagem: Patologias do sistema digestivo, pH gástrico e presença de alimentos/absorção VIA ORAL Sublingual: Absorção através de pequenos vasos sangüíneos. Exemplo: Nitroglicerina (Angina) Retal: Uso em quadros de vômitos, tratamento local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem (Fígado): Fármacos (Veia Cava Inferior) Supositórios: absorção irregular e irritação local. IV – Intravenosa IM - Intramuscular Tópica – (mucosa, pele e olho) Intra-arterial Intratecal Intraperitoneal Absorção Pulmonar VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 5 10 20 30 60 120 180 minutes co nc en tra tio n IV Oral Rectal VIAS DE ADMINISTRAÇÃO VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ABSORÇÃO Passagem da droga do seu local de aplicação até a corrente sangüínea. Fatores Envolvidos da Absorção: Concentração Lipossolubilidade Peso Molecular Grau de Ionização Vascularização Superfície de Absorção Permeabilidade Capilar Ligados aos Medicamentos Ligados ao Organismo Via de Administração, características fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e raça do paciente. FATORES IMPORTANTES NA ABSORÇÃO FATORES IMPORTANTES NA ABSORÇÃO • Interações com alimentos • Efeitos pós-pradiais Absorção diminuída ou retardada devido a diminuição na velocidade de esvaziamento gástrico. BIODISPONIBILIDADE • Fração de droga inalterada que chega à circulação sistêmica após administrada por determinada via de administração. INFLUÊNCIA DO PH NA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS: pka/pH • drogas ácidas: ionizam-se pouco no estômago, portanto são bem absorvidas. Ionizam-se quase completamente no intestino ou no sangue, permanecendo nesses compartimentos. • drogas básicas: ionizam-se quase completamente no estômago, não sendo bem absorvidas pela mucosa estomacal. Ionizam-se muito pouco no intestino ou no sangue, sendo absorvidos pela mucosa intestinal. INFLUÊNCIA DO PH NA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS: pka/pH Ácido Acetil Salicílico - AAS Ácido orgânico fraco, pKa 3,7 Rapidamente absorvido no estômago. Eliminado na forma de saliciliato. Alcalinização da urina aumenta a eliminação de salicilato. HASac + H2O = ASac - + H3O + Inibe a biossíntese das prostaglandinas ! Anestésicos Locais Base Fraca - pKa em torno de 8 a 9 Bloqueiam de modo reversível a condução de impulsos ao longo dos axônios dos nervos e outras membranas excitáveis que utilizam canais de sódio com principal meio de geração de potenciais de ação. Xilocaína LIPOFILIA E LATÊNCIA Quanto maior a fração não ionizada, maior é a facilidade de penetração => maior potência (menor latência). Latência (tempo decorrido entre administração e efeito). Potência: Capacidade da molécula interferir na estrutura e de inibir o funcionamento dos canais iônicos. Relacionada com a ligação (proteínas e lipofilia) de um determinado composto. Quanto maior for a ligação das proteínas plasmáticas menor será a potência e menor a sua toxicidade Coeficiente de partição: Coloca-se o fármaco num meio com 2 fases: aquosa e lipofílica; agita-se e mede-se a quantidade dissolvida. > Lipofilia < latência Quanto maior for a lipofilia (coeficiente de partição), maior será a potência (melhor penetração). PRÓ-FÁRMACO Introdução de novos fármacos na terapêutica através dos processos de modificação molecular. Latenciação: transformação do fármaco em forma de transporte inativo que, “in vivo”, mediante reação química ou enzimática, libera a porção ativa no local de ação. Uso: quimioterápicos específicos contra os maiores desafios da Ciência na atualidade: AIDS e câncer DISTRIBUIÇÃO • Composição Corporal – água total & fluido extracellular – tecido adiposo & músculo esquelético • Ligação às Proteínas – albumina, bilirrubina, 1-ácido glicoproteína • Ligação aos Tecidos – Variações da composição BARREIRAS ORGÂNICAS • Barreira hematoencefálica Características lipídicas Dificilmente ultrapassada Importante para antimicrobianos e psicotrópicos Dificulta a passagem principalmente de substâncias hidrossolúveis, ionizadas ou polares. Glicose, aminoácidos, aminas, purinas e ácidos orgânicos. transporte ativo BARREIRAS ORGÂNICAS • Barreira placentária Características lipofílicas Pouco eficiente Tecido metabolizador LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • As drogas podem ou não estar ligadas às proteínas plasmáticas. • O grau de ligação proteica das drogas depende de: afinidade entre droga e proteínas; concentração sanguínea da droga; concentração sanguínea das proteínas. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • A ligação à proteínas impede a ação do fármaco e geralmente limita o transporte e o metabolismo do mesmo. • A ligação plasmática geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional à concentração nos locais de ligação e à constante de dissociação. • Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional ao número de locais de ligação e à concentração do fármaco. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • A ligação plasmática é um processo saturável e não-linear. • Para a maioria dos fármacos, a faixa terapêutica de concentração plasmática é limitada, de modo que a extensão das partes ligadas e livres é relativamente constante. LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS • A extensão da ligação plasmática (proteínas) também podem ser alterada por fatores relacionados com a doença. hipoalbuminemia secundária, doença hepática grave e síndrome nefrótica levam à diminuição da ligação e o aumento da fração livre. afecções que levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do miocárdio) levam a altos níveis de α1- glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos básicos. LIGAÇÃO TECIDUAL • Muitos fármacos se acumulam nos tecidos em contrações maiores que aquelas dos líquidos extracelulares e do sangue. • Uma grande fração do fármaco pode estar ligado desse modo e servir de reservatório que prolonga a ação do fármaco. • Tecido adiposo (70% do barbitúrico tiopental – 3 hs após a administração) • Ossos (tetraciclinas, substâncias tóxicas como chumbo, rádio) REDISTRIBUIÇÃO • O fármaco se redistribui para outro tecido, sendo um fator de término da ação do mesmo. • Tiopental IV alcança sua contração máxima no cérebro em 1 minuto após sua injeção. PERMEABILIDADE CAPILAR • As drogas atravessam as paredes capilares por duas vias: Via Transcelular, travessia da célula endotelial por pinocitose, difusão simples ou transporte ativo. Via intercelular, travessia feita por poros ou canais existentes noendotélio e entre células. VOLUME APARENTE DE DISTRUBUIÇÃO (Vd) • Volume Aparente de Distribuição (Vd): quantifica o volume necessário para a droga estar distribuída homogeamente entre o sangue e os tecidos. Vd= quantidade de fármaco no corpo C (concentração do fármaco) Exemplo: 500µg de digoxina; Paciente de 70Kg; Cocentração plasmática de 0,75 ng/ml VOLUME APARENTE DE DISTRUBUIÇÃO (Vd) Volume de distribuição de três benzodiazepínicos após dose única IV . Antidepressivos Tricíclicos Vd= 20 L/Kg Varfarina Vd= 0,1 L/Kg Vd elevados indicam que as drogas possuem grandes concentrações teciduais. VOLUME APARENTE DE DISTRUBUIÇÃO (Vd) VOLUME APARENTE DE DISTRUBUIÇÃO (Vd) • Dependente da droga: Lipossolubilidade polaridade, ionização grau de ligação com proteínas plasmáticas ou com proteínas teciduais VOLUME APARENTE DE DISTRUBUIÇÃO (Vd) • Dependente do paciente: Idade peso e tamanho corporal Hemodinâmica concentração das proteínas plasmáticas estados patológicos genética CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS • A constância da concentração plasmática máxima média é contingencial e reflete um estado estável de equilíbrio dinâmico entre a dose da droga que é administrada e a taxa da droga que é distribuída e eliminada. CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS • Tendo-se conhecimento da concentração plasmática indicada pela terapêutica, o ajuste posológico é estabelecido de dois modos: 1- Com uma dose inicial, de ataque, seguida por uma dose de manutenção. 2- Com uma série de doses seguidas até que, após quatro a seis meias-vidas da droga, se atinja a concentração sanguínea máxima constante média da droga em questão. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS • determinação da posologia adequada de drogas que possuem meia-vida curta, como a procainamida e alprenolol (t½ = 2 a 3 horas). • ajuste posológico de drogas cujas meias-vidas, como a digoxina (t½ = 30 a 40 horas) e a gentamicina (t½ = 2 a 3 horas), são prolongadas pela insuficiência renal. • uso de dose de ataque , como se faz, por exemplo, com a digoxina quando há necessidade de efeito rápido, encurtando-se o tempo necessário para alcançar a concentração plasmática constante média; nesse caso, é necessário conhecer o volume aparente de distribuição da droga. IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS • possibilidade de prever a concentração plasmática máxima constante média após doses repetidas. • a não-obediência, por parte do paciente, ao esquema poslógico. • biodisponibilidade da droga. • ajuste posológico de drogas usadas profilaticamente. • ajuste posológico em pacientes cuja resposta não é compatível com o quadro clínico nem com a dose administrada. EQUAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS Css = F . Dose Vd . Kel . T Css = concentração plasmática máxima constante média F = fração da dose que alcança a circulação sistêmica (biodisponibilidade) Kel = constante de eliminação de primeira ordem Vd = volume aparente de distribuição T = intervalo em horas entre doses • Cinética de primeira ordem: a velocidade de remoção da droga do organismo é proporcional à concentração plasmática da mesma. A maioria das substâncias obedece a essa cinética. • Cinética de ordem zero: algumas poucas drogas (etanol por ex.) São eliminadas a uma velocidade constante, não havendo influência da concentração plasmática. • Outras drogas (aspirina e fenitoína) apresentam taxa de eliminação intermediária entre as cinéticas de ordem zero e primeira ordem. • Pequenas modificações na dose podem levar a aumentos desproporcionais na concentração plasmática resultando em toxicidade. METABOLISMO DAS DROGAS • Fígado – principal via do metabolismo das drogas • Tipos de reações – Fase I (sistema do Citocromo P450) – Fase II (conjugação) METABOLISMO DAS DROGAS • Substâncias lipofílicas, como DDT, que são armazenadas no tecido adiposo e protegidas dos principais órgãos envolvidos no metabolismo de drogas, podem persistir na gordura durante anos. Reações de Fase I • Em geral as reações de fase I convertem a droga original num metabólito mais polar, ao induzir ou expor um grupo funcional (-OH, - NH2, -SH). Com frequência, esses metabólitos são inativos, ou sua atividade é apenas modificada. • Maior polaridade e hidrossolubilidade Tipos de Reações de Fase I • Hidrólise • Oxidação • Redução • Demetilação • Metilação • Metabolismo da Álcool-desidrogenase Oxidação • Consiste na adição de oxigênio ou de um radical carregado negativamente, ou então na remoção de hidrogênio ou de um radical carregado positivamente. • Nesse processo são utilizadas duas enzimas. A primeira é a NADPH – citocromo P450 redutase e a hemoproteína, que funciona como a oxidase terminal. Redução • É o inverso da oxidação via enzimas do citocromo P450. • Cloranfenicol: Droga reduzida Hidrólise • Essa reação consiste na clivagem da molécula da droga pela junção da água. • As amidas e polipeptídeos dão hidrolisados por amidases e peptidases. A hidrólise ocorre no fígado, intestino, plasma e outros tecidos • Exemplos de drogas: procaína, lidocaína e oxitocina. Ciclização • Nesse caso, forma-se uma estrutura cíclica a partir de um composto de cadeia alifática, como observa com o proguanil (proguanil - tiazina) Desciclização • Há uma abertura da estrutura em anel de moléculas cíclicas das drogas, como é o caso dos barbitúricos e as fenitoína. Reações de Fase II • conjugação ou síntese. • Adição de um grupamento grande à molécula = facilita a excreção do metabólito Reações de Fase II • Tipos de Reacções – Conjugação glucoronídio É a reação de fase II mais importante, compostos que possuem grupos hidroxílico ou carboxílico conjugam-se facilmente com o ácido glicurônico, que é um derivado da glicose. Exemplos de drogas que sofrem essa reação: clorafenicol, Aspirina, fenacetina, morfina metronidazol Reações de Fase II • Tipos de Reacções – Conjugação da glicina: O reagente endógeno é a glicina Ex: ácido salicílico – Conjugação com glutation: Nessa conjugação forma-se um mercapturato. Essa reação serve para inativar substâncias altamente reativas, como a quinona e derivados do paracetamol. – Conjugação do sulfato: Pode provocar a inativação de certos compostos como o minoxidil. – Acetilação: Os compostos que possuem radicais amínicos e hidrazídicos são conjugados com auxílio da acetil coenzima – A. Ex: sulfonamidas, isoniazida e a hidralazina. – Metilação: As enzimas e os fenóis podem ser metilados, como, por exemplo, adrenalina, histamina e ácido nicotínico. GENÉTICA E METABOLISMO DAS DROGAS • Diferenças individuais na expressão gênica das enzimas hepáticas resultam em diferenças individuais na resposta a um medicamento. – Ausência de enzimas – resposta exacerbada à droga; – Excesso de enzimas – resistência inata. Outros fatores podem interferir no metabolismo das drogas: Dieta e fatores ambientais Idade e sexo • Alguns Indutores: Etanol, omeprazol, fenibarbital, rifampicina, tabaco. • Alguns Inibidores: Cimetidina, eritromicina, suco de pomelo, cetoconazol, quinidina. Muitos substratos,em virtude de sua lipofilicidade relativamente alta, são retidos não apenas no local ativo da enzima, como também permanecem ligados inespecificamente à membrana lipídica do retículo endoplasmático. Neste estado, podem induzir enzimas microssomais; dependendo dos níveis residuais da droga no local ativo, podem também inibir competitivamente o metabolismo de uma droga administrada simultaneamente. EXCREÇÃO • Excreção renal • Excreção biliar • Excreção pulmonar • Outros fluídos: saliva, suor, fezes, leite materno, lágrimas, secreção nasal etc. EXCREÇÃO • Clearence: depuração plasmática • Volume de plasma que contém a substância que é removida pelo rim por unidade de tempo, ou quanto de plasma é necessário ser filtrado por unidade de tempo para que a substância seja eliminada. EXCREÇÃO • Depende dos seguintes fatores: Concentração plasmática Concentração urinária Volume urinário Farmacocinética Linear • Linear = a velocidade de eliminação é proporcional à quantidade de droga presente. • Aumento da dose resulta num aumento proporcional dos níveis plasmáticos da droga. 0 20 40 60 80 100 120 dose c o n c e n tr a ti o n Farmacocinética Não Linear • Não linear = a velocidade de eliminação é constante independentemente da quantidade de droga presente. • Aumentos de dosagem aumentam a saturação dos locais de ligação e resulta em aumento/diminuição não- proporcionais dos níveis da droga. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 dose c o n c e n tr a ti o n Cinética Michaelis-Menten • Segue uma cinética linear até as enzimas estarem saturadas. • Enzimas responsáveis pelo metabolismo /eliminação tornam-se saturadas resultando em aumento não proporcional dos níveis da droga. 0 5 10 15 20 25 30 dose c o n c e n tr a ti o n phenytoin Doença Renal e Hepática • Doença Renal: metabolismo hepático igual, volume de distribuição igual/aumentado e eliminação prolongada intervalo doses • Doença Hepática: eliminação renal igual, volume de distribuição igual/aumentado, velocidade de metabolismo enzimático mais lento dosagem, intervalo doses MEIA - VIDA • Não é um parâmetro farmacocinético primário, pois não pode der ligado apenas a um processo fisiológico. 115
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