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Hipercalcemia e Hiperparatiroidismo Introdução ⚫ Hipercalcemia: concentração sanguínea de cálcio elevada, (Cálcio sérico > 10.3 mg/dL). ⚫ Distúrbio freqüente = > 1:500 pacientes ambulatoriais; ⚫ Freqüentemente oligo ou assintomático, embora possa ter manifestações exuberantes; Causas de hipercalcemia 1) hiperparatiroidismo primário; 2) hipercalcemia hipocalciúrica familiar 3) terapia com lítio; 4) tumores sólidos, com metástase óssea; 5) tumores sólidos com hipercalcemia humoral; 6) neoplasias hematológicas 7) intoxicação pela vitamina D 8) doenças endócrinas Hipercalcemias dependentes de PTH Hiperparatireoidismo Primário ⚫ Distúrbio que resulta da hipersecreção do PTH; ⚫ Causa mais comum de hipercalcemia; ⚫ Distúrbio comum e habitualmente assintomático; ⚫ As ações do PTH levam a aumento da reabsorção óssea, hipercalcemia, com hipofosfatemia; Etiologia ⚫ Adenoma único de paratireóide em 85% - 90% dos casos, ⚫ Hiperfunção em múltiplas glândulas paratireoides (uma categoria ampla que inclui hiperplasia e adenomas múltiplos), ⚫ Carcinomas - 1% (gene HRPT2 tem sido implicado em sua patogênese) Síndromes de hiperparatiroidismo familiar ⚫ Isolada ou associada a doenças endócrinas hereditárias: - Neoplasia endócrina múltipla tipo1 (MEN-1), tipo 2A (MEN-2A) e tipo 4 (MEN-4) - Síndrome de hiperparatireoidismo relacionado ao tumor de mandíbula (HPTP-TM), - Hipercalcemia hipocalciúrica familiar (HHF), - Hipercalcemia hipercalciúria familiar, Neoplasia Endócrina Múltipla Tipo 1: ⚫ Tumores da paratireóide, pituitária e pâncreas; ⚫ Alterações no braço longo do cromossomo 11; ⚫ Hiperparatireoidismo é a manifestação mais comum da MEN1 (100%); ⚫ Geralmente a hipercalcemia surge entre a 2º e 4º década de vida; Neoplasia Endócrina Múltipla 2A: ⚫ Mutações no gene RET; ⚫ Caracteriza-se por carcinoma medular de tireóide, tumor da paratireóide e feocromocitoma; ⚫ Hiperparatireoidismo é mais raro (20 a 30%) e mais tardio que na NEM1; Neoplasia Endócrina Múltipla 4: ⚫ Causada por mutações germinativas no gene CDKN1B e tem como manifestações mais frequentes os adenomas paratireóideos e hipofisários Síndrome de Hiperparatireoidismo-tumor de mandíbula ⚫ Resulta de mutações no gene HRPT2, ⚫ Caracteriza por tumores de paratireoides e fibromas ossificantes da mandíbula; ⚫ Manifestações: hipercalcemia na infância ou na adolescência, tumores de mandíbula; ⚫ Adenoma da paratireóide é mais comum que a hiperplasia; Hipercalcemia Hipocalciúrica Familiar ⚫ Síndrome geneticamente heterogênea; ⚫ Mutações inativadoras no gene que codifica o receptor do cálcio (CaR) ; ⚫ Manifesta-se com PTH e hipercalcemia leve a moderada; ⚫ Em homozigotos leva a hiperparatireoidismo grave que requer paratireoidectomia imediata. Quadro clínico Entre as manifestações clássicas, encontram-se: ⚫ Ósseas: dores ósseas, fraturas patológicas, osteopenia generalizada, “tumores marrons” reabsorção subperiostal e crânio em “sal e pimenta”. O achado radiológico mais sensível e específico da osteíte fibrosa cística é a reabsorção óssea subperiosteal, mais bem evidenciada nas falanges e porções distais das clavículas Paciente de 15 anos com hiperparatireoidismo primário grave e deformidades resultantes de múltiplas fraturas. B. Importante observar a intensa reabsorção óssea e a deformidade no úmero esquerdo. Quadro clínico ⚫ Manifestações renais: nefrolitíase recorrente, insuficiência renal, nefrocalcinose; ⚫ Outras manifestações: anorexia, náuseas, vômitos, constipação ou dor abdominal, depressão, ansiedade, poliúria e polidipsia; Diagnóstico laboratorial ⚫ Dosagem sérica de cálcio, fosfóro, albumina, fosfatase alcalina, PTH, ⚫ Cálcio urinário, ⚫ 25 (OH) - vitamina D ⚫ Uréia e creatinina, ⚫ Inventário ósseo radiológico e densitometria (casos graves); Carcinoma de paratireóide ⚫ Aderência do tecido glandular às estruturas adjacentes, ⚫ Crescimento lento, ⚫ Metástases a distância ocorrem por via hematogênica (pulmão e figado), ⚫ 22 - 48% dos carcinomas são palpáveis, ⚫ Forma assintomática é raro, ⚫ Manifestações renais (90%) e ósseas (70%), ⚫ Raramente os carcinomas da paratireóide são não funcionantes, ⚫ Deve ser suspeitado em casos de hiperparatireoidismo grave, rouquidão, massa cervical, invasão local percebida à cirurgia ou recorrência do hiperparatireoidismo; Carcinoma de paratireóide Alterações laboratoriais ⚫ Níveis séricos bastante elevados de PTH, ⚫ Níveis elevados de cálcio; Tratamento ⚫ A única possibilidade de cura definitiva é a retirada da(s) glândula(s) anormal (s); ⚫ Não existe consenso sobre a conduta a ser tomada em pacientes assintomáticos; ⚫ Questão complicada pela falta de conhecimento sobre a história natural da doença; Tratamento Indicações de paratireoidectomia pelo NIH: Exames de localização Pré-operatórios ⚫ Exames de imagem: - ultra-sonografia (US) - cintilografia com sestamibi (CSM): procedimento mais sensível, localiza 100% de adenomas contudo sua eficácia é menor nos casos de hiperplasia; A cintilografia realizada com MIBI em dois tempos, 15 minutos (precoce) e duas horas (tardia) após a administração intravenosa do radiofármaco, evidencia a presença de acúmulo anômalo em mediastino (pontas de setas), sugestivo de glândula paratiróide ectópica nesta localização. Extensão da cirurgia ⚫ Exploração cirúrgica bilateral é a melhor abordagem; ⚫ Uma ou duas gl.aumentada (adenoma), retira o tumor e biopsia as paratireóides remanescente; ⚫ Múltiplas gl. aumentadas, retiram-se 3 delas e a metade daquela com aspecto mais normal; ⚫ Outra abordagem é retirar todo o tecido, fazer biópsias das glândulas de aspecto normal e reimplantá-las no antebraço. ⚫ Dosagem intra-operatória do PTH; ⚫ Densitometria óssea a cada 1 a 2 anos; ⚫ Dosagem de Cálcio sérico anualmente; ⚫ Creatinina sérica a cada 12 meses; ⚫ Manter hidratação, evitar diuréticos, terapia com lítio e imobilização; Acompanhamento dos pacientes não-submetidos à cirurgia Hipercalcemias PTH-Independentes Hipercalcemia da Malignidade Hipercalcemia Osteolítica Local (LOH): ⚫ Associada ao carcinoma de mama, ao mieloma múltiplo e a outras malignidades de origem hematológica; ⚫ Produção, na medula óssea, de citocinas capazes de estimular a reabsorção óssea (TNF-β, TNF-α, IL-1 e 6) . ⚫ Podem também resultar de uma produção excessiva de 1,25 (OH)2D; ⚫ A patogênese não esta esclarecida; Hipercalcemia Humoral da Malignidade ⚫ Hipersecreção de PTHrP; ⚫ Tem sido observada, principalmente nos carcinomas escamosos, (pulmão, rim, esôfago) e câncer de mama, carcinoma de bexiga, ovário; ⚫ Alguns raros tumores produzem PTH. Diagnóstico diferencial ⚫ O HPTP precisa ser diferenciado de outras causa de hipercalcemia, ⚫ 50-60% dos pacientes ambulatoriais c/ hipercalcemia são portadores de HPTP e 31% tem neoplasias, ⚫ Pacientes hospitalizados, malignidades são a causa de 65% das hipercalcemias; Hipervitaminose D ⚫ São necessárias doses muito altas de vitamina D para induzir intoxicação; ⚫ Sintomas: fraqueza, dores de cabeça, náuseas, poliúria; ⚫ PTH baixo, 25(OH)D alto, 1,25 (OH)2D3 normal; Sarcoidose e Doenças Granulomatosas ⚫ Geralmente se deve à síntese exagerada de 1,25 (OH)2 vitamina D3 ativada pelos macrófagos do tecido granulomatoso; ⚫ Qualquer tecido granulomatoso pode estar envolvido, inclusive os granulomas de infecções fúngicas, tuberculose, granulomatose de Wegener e granulomas decorpo estranho. Síndrome Leite-álcali ⚫ Ingestão de cálcio junto com um álcali absorvível → hipercalcemia com alcalose; ⚫ Pode levar a insuficiência renal; ⚫ Patogenia pouco compreendida; ⚫ O tratamento envolve hidratação e, eventualmente, diálise. Hipercalcemia por Imobilização ⚫ Aumento na reabsorção óssea; ⚫ Mais comum em jovens; ⚫ Deve-se a elevado turnover ósseo; ⚫ Tem sido utilizados bifosfonatos e/ou calcitonina no tratamento; Tratamento medicamentoso da hipercalcemia ⚫ Indicações: Ca > 14 mg/dL, sintomas de hipercalcemia; ⚫ Medidas gerais - hidratação com solução fisiológica; - diuréticos de alça; - diálise; ⚫ Inibidores da reabsorção óssea: bifosfonatos, calcitonina, plicamicina, glicocorticóides;
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