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INTRODUÇÃO AOS TÍTULOS DE CREDITO

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TÍTULOS DE CRÉDITO
INTRODUÇÃO
Título de crédito é documento que representa determinada obrigação e, segundo o artigo 887, do Código Civil, necessário ao exercício do direito literal nele contido e que terá efeito somente se preencher os requisitos legais, contidos no artigo 889.
Disso verifica-se que o extravio do documento, bem como o não preenchimento de algum dos requisitos legais, prejudicará sua cobrança. Tais exigências são justificáveis pois, como se verá a seguir, o título desvincula-se da causa que o originou (autonomia) e, por esse motivo, deve vir regularmente preenchido e de acordo com os todos os requisitos exigidos (literalidade), bem como deverá estar presente no momento da cobrança (cartularidade). 
Saliente-se que, conforme expressa disposição do artigo 903, os dispositivos do Código Civil (artigos 887 a 926) aplicar-se-ão aos títulos de crédito salvo se houver disposição diversa em lei especial. Nessa esteira, mantidas estão as leis especiais que serão as aplicáveis como regra, incidindo o Código Civil apenas nos casos em que não confrontá-las. 
Portanto, encontram-se com plena eficácia a Lei Uniforme de Genebra, Lei do Cheque, Lei de Duplicatas e demais legislações disciplinadoras dos títulos de crédito.
Segundo Vivante, “é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”.
Desse famoso e prestigiado conceito é possível os requisitos essenciais dos títulos de crédito, mencionados há pouco, cartularidade, literalidade e autonomia.
Outrossim, ao credor que possua um título de crédito são conferidas vantagens impossíveis de serem experimentadas por aqueles que não os possuam: os títulos de crédito têm maior facilidade de circulação no mercado além de conferirem maior eficiência na cobrança. 
Tais vantagens, conferidas ao credor de título, são denominadas “atributos do título de crédito”, como se verá abaixo.
2. ATRIBUTOS DO TÍTULO DE CRÉDITO
2.1. Negociabilidade
O credor do título de crédito pode receber o valor nele mencionado antes da data do vencimento, uma vez que o título pode ser transferido por endosso e, se for ao portador (cheque com valor inferior a R$ 100,00), pela simples tradição.
2.2. Executividade
 Os títulos de crédito, em geral, são títulos executivos extrajudiciais (art. 585 do CPC).
3. PRINCÍPIOS OU REQUISITOS ESSENCIAIS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Da Cartularidade
O exercício do direito de crédito fica condicionado à apresentação da cártula (título). Tal princípio vem a confirmar o que dispõe o artigo 887, quando determina que o título de crédito é documento necessário ao exercício do direito nele contido.
Na Lei de Duplicatas, podemos encontrar exceção a este princípio, uma vez que o parágrafo 2º. do artigo 15 permite a execução judicial de crédito sem que seja apresentado o título ao devedor.
Da Literalidade 
Segundo este princípio só poderá ser oposto ao credor aquilo que estiver expressamente mencionado no título de crédito. Assim, aquilo que não consta do corpo do título de crédito não poderá ser exigido.
Da Autonomia
As disposições que constam na cártula (título de crédito) não se vinculam à causa que as originou, adquirem autonomia à partir da expedição do título
Assim, a obrigação de pagar uma nota promissória não se vincula ao negócio que deu causa à sua emissão. 
REQUISITOS NÃO-ESSENCIAIS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Na realidade, estes são desdobramentos do princípio da Autonomia.
4.1. Da Abstração
Via de regra, os títulos de crédito, são documentos abstratos, ou seja, não têm ligação com a relação jurídica subjacente que lhes deu origem. 
Saliente-se, entretanto, que as duplicatas, são títulos de crédito causais, uma vez que a legislação prevê expressamente as causas que permitem as suas emissões.
Da Inoponibilidade das Exceções aos Terceiros de Boa-fé
O devedor de título de crédito não pode deixar de cumprir sua obrigação de pagar ao credor de boa-fé, alegando como motivo exceções oponíveis a credores anteriores. Note-se, entretanto, que não tendo circulado o título, o devedor poderá opor exceção de direito pessoal contra o credor. 
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
A doutrina apresenta quatro critérios para classificação dos títulos. São eles:
Classificação Quanto ao Modelo
Com base nesse critério, que diz respeito a aspectos formais do título de crédito, estes poderão ser classificados como de modelo livre ou vinculado.
Títulos de Crédito de Modelo Livre
Aqueles que não exigem a observância de padrão previamente estabelecido pela norma. São títulos de modelo livre a nota promissória e a letra de câmbio.
Títulos de Crédito de Modelo Vinculado
Na norma há definição de um padrão a ser seguido para que tenham validade. É exemplo de título de modelo vinculado o cheque.
Classificação Quanto à Estrutura
Com base nesse critério, os títulos são classificados em ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
Ordem de Pagamento
Na ordem de pagamento, alguém dá ordem para que interposta pessoa efetue o pagamento a um terceiro beneficiário. São exemplos o cheque, a duplicata mercantil, a letra de câmbio.
Promessa de Pagamento
Na promessa de pagamento alguém, diretamente, se compromete a pagar determinado valor ao beneficiário. É exemplo de promessa de pagamento a nota promissória.
Quanto às Hipóteses de Emissão
Com base nesse critério, os títulos são classificados em causais ou não causais.
Títulos Causais
Causais são os títulos cuja emissão depende de prévia ocorrência de fato que a lei determina ser causa possível para sua origem. Como exemplo de título causal temos a duplicata mercantil (só pode circular se houver compra e venda mercantil).
Títulos Não-Causais (Abstratos)
Podem ser criados em decorrência de qualquer causa, não importando a obrigação que venham a representar. A título de exemplo, temos o cheque e a nota promissória.
Quanto à Circulação
Esse critério leva em consideração o ato jurídico empregado para transferir a titularidade do instrumento, classificando-o como ao portador ou nominativo.
Título ao Portador
Ao portador são títulos que não identificam seu credor podendo, por esse motivo, ser transferidos mediante tradição. São títulos ao portador os cheques com valores abaixo de R$100,00 (cem reais).
Título Nominativo
Os títulos nominativos indicam o nome de seu credor. Assim, para que se transfiram, necessitam, além da tradição, endosso (títulos à ordem) ou cessão civil de crédito (títulos não à ordem).
6. NOVA CLASSIFICAÇÃO INTRODUZIDA PELO NOVO CÓDIGO CIVIL
Cumpre salientar que o novo Código Civil trouxe uma classificação tripartite dos títulos de crédito com relação à sua circulação. A diferença é que os títulos à ordem deixaram de ser considerados “subdivisão” dos títulos nominativos, passando a ser uma categoria diferente. Assim, segundo o diploma civil, a classificação quanto à circulação se faz da seguinte forma:
Título ao Portador
Classificado da mesma forma que traz a doutrina; assim, são títulos transferíveis mediante a simples tradição (artigos 904 e seguintes do Código Civil).
Título à Ordem
Transmissíveis por endosso, em branco ou em preto (artigos 910 e seguintes do diploma civil).
Título Nominativo
Aqueles que circulam mediante termo no registro próprio do emitente, onde deverá constar o nome do beneficiário do título (artigos 921 e seguintes do Código Civil).

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