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Certificação e Auditoria da Qualidade Marcelo Amancio da Costa APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Certificação e Auditoria da Qualidade, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmi- co e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 CONHECIMENTOS E HABILIDADES GERAIS DO AUDITOR DE SGQ E SGA ............ 9 1.1 Princípios do Gerenciamento do Sistema da Qualidade/Bases/Histórico ..............................................10 1.2 Gerenciamento da Qualidade .................................................................................................................................11 1.3 Oito Princípios de Gestão da Qualidade ..............................................................................................................11 1.4 Benefícios do Sistema da Qualidade .....................................................................................................................12 1.5 Estágios de Auditoria ..................................................................................................................................................13 1.6 Tipos de Auditoria ........................................................................................................................................................13 1.7 Fases de Auditoria ........................................................................................................................................................13 1.8 Algumas Definições .....................................................................................................................................................14 1.9 Qualificação do Auditor .............................................................................................................................................14 1.10 Atividades .....................................................................................................................................................................14 1.11 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................16 1.12 Atividades Propostas ................................................................................................................................................16 2 CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE ................................. 17 2.1 Análise Crítica de Contrato .......................................................................................................................................17 2.2 Auditoria ..........................................................................................................................................................................18 2.3 Análise Crítica da Documentação ..........................................................................................................................21 2.4 Preparando o Plano da Auditoria ...........................................................................................................................21 2.5 Não Conformidades .....................................................................................................................................................22 2.6 Documentos de Certificação ....................................................................................................................................22 2.7 Amostragem ...................................................................................................................................................................23 2.8 Tempo de Duração de uma Auditoria...................................................................................................................24 2.9 Escopos de Acreditação .............................................................................................................................................26 2.10 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................27 2.11 Atividades Propostas ................................................................................................................................................27 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 29 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 31 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO O mundo necessita de muitos mecanismos para assegurar a manutenção do que nos resta do mun- do em que vivemos, para que, no futuro próximo, possa haver ainda alguma maravilha para todos os seres vivos. As organizações cada vez mais buscam aumentar seus índices produtivos, aumentando, assim, o consumo dos recursos naturais. Um dos mecanismos que as organizações vêm utilizando voluntariamente é a certificação realiza- da pelos organismos responsáveis, os quais são acreditados pelos órgãos reguladores de cada país, que por sua vez são monitorados pelo International Acreditation Forum (IAF). O processo de certificação das organizações é realizado em duas fases. Na primeira, é avaliado como a empresa planejou e documentou o sistema de gestão, demonstrando principalmente o com- prometimento da alta direção, que deve declarar a política da organização, a qual deverá nortear todo o sistema de gestão de uma organização. Na segunda fase, os auditores deverão testar a eficácia do siste- ma de gestão da empresa, avaliando o quanto está implementado tudo que foi documentado e o que necessita ser controlado, para assegurar que todos os aspectos do sistema estão sendo bem gerenciados e que as ações de melhorias sejam planejadas e implementadas. Um fator fundamental para que esse mecanismo seja eficiente depende em grande parte da com- petência dos auditores de sistema, os quais devem ampliar seus conhecimentos e habilidades por meio de educação, treinamentos e experiência. Histórico Caro(a) aluno(a), saiba que, no Brasil, temos 5.166 empresas que possuem certificação em seu sis- tema de gestão da qualidade, conforme pesquisa realizada junto ao sítio do Instituto Nacional de Me- trologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) em setembro de 2012. O banco de dados do Inmetro revela que, hoje, possuímos a seguinte distribuição de certificados ao longo dos meses e anos, demonstrada na Tabela 1, a seguir: Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 6 Tabela 1 – Histórico dos certificados emitidos por mês e ano. Fonte: Inmetro (2012a). A norma da OrganizaçãoInternacional para Padronização (ISO) 9001 é base para as demais normas de gestão e, hoje, a versão atual é a de 2008, a qual pode facilmente ser integrada a outras normas de gestão, o que tem sido uma tendência nas organizações. Essas normas de gestão possuem adesão voluntária pelas empresas, porém em muitos casos torna- -se obrigatória para algumas organizações uma certificação compulsória estabelecida por imposição de alguns países como exigência para exportação, solicitação de clientes ou por exigências das partes inte- ressadas1. Para que todas estas certificações tornem-se possíveis, é necessário que haja auditorias periódicas sem o caráter de legalidade, mas de conformidade2. Descrição do relatório: histórico do número de certificados emitidos, segundo a(s) norma(s) 9001:2000, 9001:2008, agrupados por mês e ano dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) para empresas nacionais e estrangeiras. Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total 2001 30 10 18 33 36 43 21 41 27 47 74 77 457 2002 93 51 107 112 106 115 149 151 155 148 178 351 1716 2003 227 183 201 288 343 313 376 373 350 483 559 818 4514 2004 487 247 291 280 250 208 241 218 258 248 295 446 3469 2005 378 203 221 232 216 162 181 229 207 265 339 432 3065 2006 375 228 338 270 377 220 315 393 320 387 374 542 4139 2007 380 291 366 319 171 317 309 324 224 311 267 330 3609 2008 340 243 274 250 222 245 305 288 316 332 255 385 3455 2009 338 239 325 261 168 154 241 220 331 457 303 578 3615 2010 311 262 435 294 235 254 176 306 200 209 344 256 3282 2011 177 124 184 121 156 118 199 156 176 223 78 119 1831 * 2012 153 64 72 89 96 82 69 90 4 0 0 0 719 * 2012 até a presente data. Relatório emitido em: 24/09/2012 1 As partes interessadas são: governo, órgãos reguladores, acionistas, bancos, sociedade, empregados, clientes. 2 Legalidade: obediência às leis aplicáveis. Conformidade é o atendimento aos requisitos normativos. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Tabela 2 – Histórico das certificações concedidas por estado da Federação. Descrição do relatório: histórico do número de unidades de negócios que obtiveram certificação, agrupadas por estado, emitidas dentro do SBAC para empresas nacionais e estrangeiras. Estados 2008 2009 2010 2011 * 2012 Total ACRE 6 6 7 1 4 24 ALAGOAS 25 26 18 16 13 98 AMAPÁ 1 2 1 0 0 4 AMAZONAS 76 51 63 33 6 229 BAHIA 142 138 157 68 10 515 CEARÁ 40 56 69 40 20 225 DISTRITO FEDERAL 56 53 53 41 14 217 ESPÍRITO SANTO 51 70 75 54 27 277 GOIÁS 86 87 64 63 36 336 MARANHÃO 20 15 19 24 8 86 MATO GROSSO 21 28 28 14 7 98 MATO GROSSO DO SUL 14 11 21 5 6 57 MINAS GERAIS 292 375 440 271 116 1494 PARÁ 24 29 25 17 17 112 PARAÍBA 18 20 16 8 2 64 PARANÁ 236 296 256 158 86 1032 PERNAMBUCO 130 95 130 43 30 428 PIAUÍ 6 7 7 1 6 27 RIO DE JANEIRO 229 237 231 101 14 812 RIO GRANDE DO NORTE 16 25 24 7 1 73 RIO GRANDE DO SUL 204 183 225 91 13 716 RONDÔNIA 5 5 6 5 1 22 RORAIMA 4 2 2 1 1 10 SANTA CATARINA 206 215 240 165 58 884 SÃO PAULO 1940 1847 1154 624 221 5786 SERGIPE 22 17 19 8 1 67 TOCANTINS 12 13 11 8 9 53 *2008 até a presente data. Relatório emitido em: 24/09/2012 Fonte: Inmetro (2012b). Caro(a) aluno(a), o objetivo aqui é apresentar considerações, estudos, textos, declarações de es- pecialistas quanto à importância da implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), bem como quais são os passos para se obter uma certificação do SGQ e qual é a qualificação dos auditores responsáveis por emitir ou não uma recomendação para essas certificações, visto que, no país como um todo, temos certificações conforme demonstração na tabela anteriormente elaborada e disponibilizada no sítio do Inmetro. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 O auditor de SGQ e SGA deve: aplicar os princípios, procedimentos e técnicas da auditoria; planejar e organizar o trabalho eficazmente; con- duzir a auditoria dentro dos prazos estabelecidos; priorizar e focar os pontos de maior relevância; coletar evidências de auditoria objetivas; com- preender a amostragem e suas limitações; verifi- car a precisão da informação coletada; avaliar a adequação da evidência de auditoria e outros fa- tores que afetam as constatações e conclusões de auditoria; utilizar documentos de trabalho para registrar atividades durante a auditoria; manter a confidencialidade e a segurança das informações; e comunicar-se eficazmente. Um auditor deve aplicar os conceitos de sistema a diferentes organizações, interagir entre os componentes do sistema, conhecer padrões, procedimentos aplicáveis e outros documentos, reconhecer diferenças e prioridades dos docu- mentos de referência, aplicar documentos de re- ferência a diferentes situações de auditoria, siste- mas de informação e tecnologia para controle de documentos, dados e informações. O conhecimento que um auditor deve ob- ter está relacionado às situações organizacionais – tamanho, estrutura, funções – e relacionamen- tos organizacionais – terminologia e processos gerais do negócio, costumes sociais e culturais do auditado, legislação, regulamentos e outros re- quisitos relevantes para as disciplinas de Sistema de Gestão Ambiental (SGA), códigos, leis e regula- mentações locais, regionais e nacionais, contratos e acordos, tratados e convenções internacionais, e outros requisitos aplicáveis à organização. Quanto às habilidades e conhecimentos específicos, o conhecimento dos métodos e téc- nicas da Gestão Ambiental deve incluir termino- CONHECIMENTOS E HABILIDADES GERAIS DO AUDITOR DE SGQ E SGA1 logia ambiental, princípios de Gestão Ambiental e sua aplicação, ferramentas de Gestão Ambien- tal e sua aplicação (avaliação de aspecto/impacto; avaliação do ciclo de vida; avaliação de desempe- nho). O auditor deve ter conhecimento e habi- lidade em: 1. princípios, procedimentos e técnicas da auditoria: o auditor necessita com- preender, de forma clara, que seu papel é o de agregar valor para as partes in- teressadas, e isto implica saber como conduzir bem uma auditoria, bem como entender sobre suas questões éticas, profissionais, evitando conflitos de interesses, mantendo a confidencia- lidade dos processos que auditar; 2. sistemas de gestão e devida docu- mentação: os auditores precisam com- preender o que é um sistema de ges- tão e quais níveis de documentações fazem parte de um sistema. Um SGA consiste na compreensão do que as partes interessadas esperam da organi- zação e, para que isso possa ter efeito, é necessário que a Alta Direção da orga- nização entenda sua responsabilidade AtençãoAtenção O conhecimento da ciência e terminologia am- biental inclui fatores importantes sobre o impac- to das atividades humanas sobre o ambiente, a interação dos ecossistemas, meios (ar, água, terra), gestão dos recursos naturais, métodos de proteção ambiental. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 de estar à frente do sistema, provendo todos os recursos necessários para que as atividades possam ser realizadas so- bre total controle, sendo monitorada e medida constantemente, para melho- rar seu desempenho continuamente; 3. situações organizacionais: o auditor necessita compreender como está a situação da organização, não apenas olhando para os indicadores de desem- penho dela, mas também do mercado; 4. leis aplicáveis, regulamentações e outros requisitos necessários para o SGA: toda organização tem a respon- sabilidade de identificar as leis aplicá- veis aos seus negócios e apresentar aos auditores como estão atendendo a es- sas legislações e os auditores devem se preparar antes de realizar as auditorias, para conhecer o que as organizações deveriam apresentar a eles. Revisão dos Requisitos da Norma ISO 9001:2008. Documentação do Sistema de Geren- ciamento da Qualidade. 1.1 Princípios do Gerenciamento do Sistema da Qualidade/Bases/Histórico Sistemática de Auditorias da Qualidade. Características do Auditor. Figura 1 – Princípios do gerenciamento do sistema da qualidade. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 1. Controle da qualidade, inspeções e/ou ensaios. 2. Relacionamento com fornecedores. 3. Relatos de produto final. 4. Aplicabilidade de engenharia, manufa- tura e avaliações. 5. Otimização dos custos dos produtos. 6. Resolução de problemas. 7. Satisfação dos clientes, atendendo aos seus requisitos. 1.2 Gerenciamento da Qualidade 8. Minimizar desperdícios (refugo, retra- balho). 9. Trabalhar as especificações. 10. Gerenciamento das interfaces, comuni- cação interna. 11. Gerenciamento dos compromissos. 12. Incentivar e gerenciar melhorias. 13. Gerenciamento sustentável. 14. Lucratividade. 1. Foco no cliente. 2. Liderança. 3. Envolvimento das pessoas. 4. Gestão por processos. 5. Gestão sistêmica. 6. Melhoria contínua. 7. Abordagem factual à tomada de deci- são. 8. Relacionamento mutuamente benéfi- co com fornecedores. Organização com Foco no Cliente Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que entendam as suas necessi- dades atuais e futuras, atendam aos requisitos e procurem exceder as suas expectativas. Liderança Líderes estabelecem a unidade de propó- sitos e o rumo da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno no 1.3 Oito Princípios de Gestão da Qualidade qual as pessoas possam estar totalmente envol- vidas no propósito de atingir os objetivos da or- ganização. Envolvimento do Pessoal Pessoas de todos os níveis são a essência de uma organização e seu total envolvimento possi- bilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização. Abordagem de Sistema para Gestão por Processos Identificar, entender e gerenciar os proces- sos inter-relacionados, como um sistema, contri- bui para a eficácia e eficiência da organização no sentido de esta atingir seus objetivos. Abordagem de Processo – Gestão de Processos Um resultado desejado é alcançado mais eficientemente quando as atividades e os recur- sos relacionados são gerenciados como um pro- cesso. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 Melhoria Contínua Convém que a melhoria contínua do de- sempenho global da organização seja seu objeti- vo permanente. Abordagem Efetiva para Tomada de Decisão Decisões eficazes são baseadas na análise de dados e de informações. Benefício Mútuo na Relação com Fornecedor Uma organização e seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefícios mútuos aumenta a capacidade de ambos em agregar valor. Redução dos custos operacionais. Melhorias nos produtos. Redução de refugos, retrabalhos. Melhorias sustentadas. Melhorias na performance/produtivida- de. Melhorias na performance dos fornece- dores. Redução dos custos da não qualidade. Melhorias nas operações – coopera- ções. Melhorias na motivação e no moral dos colaboradores. Reforçar treinamentos onde a rotativi- dade é alta. 1.4 Benefícios do Sistema da Qualidade Melhorar a imagem profissional – inter- na e externamente. Melhorar a performance e a consciência. Mais tempo para gerenciamento. Custos da qualidade: prevenção de desperdícios; avaliação dos custos: • inspeção e monitoramento; • custos das falhas (preço da não conformidade); • interna – refugo, erro, atraso; • externa – descontinuidade do cliente. Figura 2 – Custo da qualidade. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 A gestão da qualidade é bem-sucedida quando: a Alta Direção entende, suporta e é completamente comprometida; a implementação é bem planejada e efetivamente comunicada à organiza- ção; é regularmente e continuamente anali- sada e auditada; pessoas de todos os níveis da organiza- ção são treinadas nas regras da qualida- de e estão motivadas; atender a critérios de auditorias para SGQ e SGA. Figura 3 – Estágios de auditoria. 1.5 Estágios de Auditoria Interna – 1ª parte – própria organização. Externa – 2ª parte – cliente. 1.6 Tipos de Auditoria Externa – 3ª parte – independente. Figura 4 – Fases de auditoria. 1.7 Fases de Auditoria Planejamento Programação Auditoria Relatórios Acompanhamento Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 Programa de auditoria: desdobra- mento das atividades de auditorias para período (meses/anos). Plano de auditoria: alinhamento do escopo, reuniões, datas (tempo), pro- cessos, equipe, normas, cláusulas etc. 1.8 Algumas Definições Critério de auditoria: relação da nor- ma com escopo, política e procedimen- tos usados como referência. Entendimento sobre o escopo da audi- toria. Avaliado sobre os requisitos de audito- ria. Manter independência sobre as ativida- des a serem auditadas. 1.9 Qualificação do Auditor Conhecimento sobre as atividades a se- rem auditadas. Possuir requisitos (qualificações) espe- ciais. Reunião de Abertura Apresentações: equipe auditora/audi- tados. Confirmar propósito e escopo de audi- toria. Confirmar requisitos de confidenciali- dade. Apresentar e analisar planejamento de auditoria. Explanar sobre as regras (NCs, Ações Corretivas, Oportunidades de Melho- ria). Conhecer guias, sala de reuniões etc. Solicitar visita às instalações (se neces- sário). Passar a palavra à Alta Direção antes de encerrar a reunião. 1.10 Atividades Entrevistas e Observações Introdução: explicar por que você está ali. Pedir para o auditado: • explanar sobre seu trabalho e pro- cesso; • explanar suas responsabilidades e de seus superiores; • apresentar suas documentações; • explanar sobre política e objetivos da qualidade; • explanar como suas atividades afe- tam a satisfação dos clientes; • como ele resolve problemas (NCs); • quais são os treinamentos – atuais e futuros. Coletar evidências objetivas. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Coleta das Evidências Objetivas Pergunte às pessoas certas. Assegure o entendimento das ques- tões. Siga uma ordem lógica. Dê tempo para as respostas. Escute as respostas. Seja imparcial. Dê um prazo quando desejável. Questões abertas: • não pode ser respondido “sim” ou “não”; • desdobre a discussão; • inclua várias técnicas de linguagem; • comece sempre com os 5 Ws e 1 H: • who – quem; • what – o que; • when – quando; • where – onde; • why – por que; • how – como; • Complemente sempre com: “mos- tre-me!”. Questões fechadas – podem ser res- pondida brevemente: • busque um ponto específico; • controle “rodeios”. Lidere os questionamentos contendo perguntas, como: • “De que forma você executa esta atividade?” • “Quais são os registros que eviden- ciam a conformidade desta ativida- de?” Evite liderar questionamentos conten- do perguntas, como: • “Você está treinado, não está?” • “Você usa a instrução IT##?” Colha informações efetivas. Não faça julgamentos. Tenha atenção aos movimentos. Não faça muitos questionamentos ao mesmo tempo. Não pergunte respondendo. Diga que entendeu, quando não enten- deu. Não faça críticas. Características pessoais Tenha atençãoà comunicação não ver- bal: • gestos, postura, linguagem corpo- ral; • aparência, atitudes, tom de voz, ex- pressão facial. Considere um tempo para registrar. Analise sequências/datas/pedidos. Analise o completo e correto preenchi- mento de formulários. Audite os registros. Analise aprovações. Analise sempre não conformidades in- ternas e reclamações de clientes. Reuniões da Equipe Discussões em local apropriado sobre: se existiram não conformidades, quais foram os pontos positivos, oportunidades de melhoria, tri- lhas a serem seguidas, dicas sobre possíveis ano- malias, reclamações de clientes, evidências sobre pessoal auditado, equipamentos, novos produtos e novos processos etc. Saiba maisSaiba mais A norma NBR ISO 19011 possui diretrizes para um au- ditor, ou seja, esta norma explica os passos que um au- ditor deve seguir para realizar uma auditoria de forma consistente nas organizações. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Uma auditoria é um processo documentado, sistemático e independente para obter evidência de auditoria e avaliá-la objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são aten- didos. Auditorias são avaliações estruturadas e formais. O termo ‘sistemático’ significa que a empresa deve planejar e documentar seu sistema de auditoria. Deve ter apoio e recursos da Alta Direção. Auditorias devem ser realizadas de forma imparcial, o que requer auditores sem tendências ou ou- tras influências que possam afetar sua objetividade. Por exemplo, ter responsabilidade pelo trabalho que está sendo auditado, algum interesse oculto, participação num fornecedor ou empresa de terceira parte em que se é designado como auditor e existem conflitos de interesse. Auditorias internas devem ser executadas de acordo com um procedimento documentado, con- forme a cláusula 8.2.2 da ISO 9001. Os procedimentos devem tratar das responsabilidades para conduzir auditorias, assegurar independência, registro dos resultados e relatos à direção. Auditorias obtêm evidências objetivas da conformidade com os requisitos. A evidência deve ser baseada em fatos e pode ser obtida por meio de observação, medição, ensaio ou outros meios. 1.11 Resumo do Capítulo 1.12 Atividades Propostas 1. Descreva um princípio de gestão que é fundamental para que uma organização estabeleça um SGQ que possa ser certificado com base nos critérios das certificadoras. 2. Explique os estágios de uma auditoria. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Caro(a) aluno(a), nesta seção, você irá estu- dar sobre a certificação dos Sistemas de Gestão, a qual atesta a conformidade do modelo de gestão das empresas que fabricam e/ou prestam servi- ços, no que diz respeito aos requisitos normati- vos. Os sistemas que possuem um maior número de certificações de gestão são os SGQs, com base na norma NBR ISO 9001, e os SGAs, conforme a norma NBR ISO 14001. Existem, no entanto, outros sistemas de gestão, também passíveis de certificação, oriun- dos de iniciativas setoriais, como os sistemas de- senhados pelas normas do setor automobilístico. A acreditação é o meio pelo qual uma orga- nização pode ter confiança num organismo cer- tificador e é efetiva quando outorgada por uma autoridade nacional de controle, como o Inmetro (Brasil), ANSI-ASQ National Accreditation Board (ANAB – Estados Unidos) ou United Kingdom Ac- creditation Service (UKAS – Inglaterra). CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE2 A certificação é o meio pelo qual o cliente (usuário do produto ou serviço) pode ter confian- ça numa organização e é mais efetiva quando exe- cutada por um conceituado Organismo de Certi- ficação sob as regras de Acreditação Nacional. A evidência de que a certificação foi assim obtida deverá estar clara nos Certificados de Aprovação e pelo uso de marcas de acreditação. Caro(a) aluno(a), para que uma Certificado- ra de Sistema de Gestão possa atuar no mercado com credibilidade, é necessário que ela seja im- parcial em suas atividades, isto é, ela não poderá realizar atividades de consultoria ou assessoria. A certificadora necessita prover as empresas de informações referentes aos padrões normati- vos para os sistemas de gestão. Um dos primeiros passos para o processo de avaliação é informar à empresa que o certificado somente será emitido se não houver não conformidades. Caro(a) aluno(a), os procedimentos das cer- tificadoras devem assegurar que a análise crítica de um novo contrato identifique a complexidade e escala das atividades cobertas pelo sistema de gestão da organização que está pleiteando uma certificação. Estes são alguns pontos que a certificadora necessita verificar antes de realizar a certificação: 2.1 Análise Crítica de Contrato os sites de uma organização que ope- ram o mesmo tipo de atividade; a condução de processos similares; se a amostragem poderá ser aplicada a cada site individualmente; quais os sites que a organização quer in- cluir no certificado e aqueles que serão excluídos. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 A certificadora deve estabelecer procedi- mentos para realizar auditorias. Esses procedi- mentos devem assegurar que o sistema de gestão avaliado esteja atendendo aos requisitos norma- tivos no critério pelo qual a organização está soli- citando sua certificação. Auditorias são avaliações estruturadas e for- mais. O termo ‘sistemático’ significa que a empre- sa deve planejar e documentar seu sistema de au- ditoria. Deve ter apoio e recursos da Alta Direção. Auditorias devem ser realizadas de forma imparcial, o que requer auditores sem tendên- cias ou outras influências que possam afetar sua objetividade. Por exemplo, ter responsabilidade pelo trabalho que está sendo auditado, algum interesse oculto, participação num fornecedor ou empresa de terceira parte em que se é designado como auditor e existem conflitos de interesse. Sempre estabeleça os objetivos da audito- ria. Os objetivos da auditoria não são limitados à norma ISO 9001. Objetivos de auditoria claros ajudam a determinar o escopo e profundidade da auditoria, bem como os recursos necessários. Sendo claro nos objetivos, obtêm-se foco e ajuda os auditores a não se distrair e tomar trilhas des- necessárias além do escopo da auditoria. Os objetivos da auditoria incluem: avaliação da conformidade da docu- mentação com a ISO 9001; julgar a conformidade da implementa- ção com a documentação; 2.2 Auditoria determinar a eficácia em atender aos requisitos e objetivos; atender a quaisquer requisitos contra- tuais e regulamentares para auditoria; prover uma oportunidade para melhor o SGQ; permitir a certificação e inclusão em uma lista de empresas certificadas; qualificar fornecedores potenciais. A auditoria de documentação (ou de inten- ção ou de adequação ou de escritório) – primeiro estágio compara a documentação do sistema de gestão da qualidade com as cláusulas da norma ISO 9001. Se o auditado não tiver um sistema do- cumentado para um requisito mandatório da ISO 9001, uma não conformidade é emitida. A auditoria deve estabelecer o grau em que a intenção tenha sido colocada em prática, em outras palavras, implementada. Em seguida, mas igualmente importante à auditoria, deve avaliar se a prática é eficaz em atingir os objetivos defi- nidos. O segundo (implementação) e terceiro (efi- cácia) estágios são as partes ativas da auditoria, nas quais o auditor verifica as práticas contra a documentação. Isto é normalmente chamado de auditoria de conformidade. Caso um procedi- mento afirme que um processo deva operar de uma maneira particular e o auditor observa que o processoopera de outra maneira, então a não conformidade será contra o procedimento. Visto que a avaliação geral é contra a norma, a cláusula relevante da ISO 9001 também será referenciada. Uma auditoria passa por três estágios dis- tintos, que o sistema de auditoria deve reconhe- cer. Como exemplo, uma auditoria em fornecedor requer conformidade com a ISO 9001. AtençãoAtenção Uma auditoria é um processo documentado, sis- temático e independente para obter evidência de auditoria e avaliá-la objetivamente para deter- minar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 Após confirmar essa intenção com a Alta Direção da organização, o auditor precisa de in- formações de como essa organização cumpre a norma. Essas evidências podem ser produzidas na forma de um manual da qualidade a ser avalia- do pelo auditor, para verificar se o sistema defini- do na documentação está em conformidade com a norma. Este é o primeiro estágio da avaliação – a auditoria de intenção ou auditoria da documen- tação. Essa auditoria é normalmente realizada an- tes de verificar a implementação. O órgão certifi- cador geralmente exigirá do auditado a correção das não conformidades na documentação e dará tempo suficiente (de 2 a 6 meses) para a imple- mentação antes de conduzir a auditoria de certi- ficação. O auditor precisa, então, visitar a organi- zação e determinar o grau de conformidade das práticas atuais com o manual. Este é o segundo estágio da avaliação – a auditoria de conformida- de ou implementação. O terceiro estágio é a avaliação da eficácia. Todas as constatações de auditoria são registra- das e analisadas para avaliar o grau no qual as atividades do SGQ planejado são realizadas e os resultados alcançados. Um número significante de não conformidades menores, particularmente quando registradas contra uma cláusula da nor- ma, dará uma indicação de que o sistema não é eficaz. Da mesma maneira, o registro de uma não conformidade maior indica falta de eficácia. Designando o Líder da Equipe de Auditoria Convém que aqueles designados com a responsabilidade para gerenciar o programa da auditoria escolham o líder da equipe de auditoria para uma auditoria específica. Onde uma audito- ria conjunta é realizada, é importante alcançar um entendimento entre as organizações de auditoria antes do início da auditoria sobre as responsabi- lidades específicas de cada organização, particu- larmente com respeito à autoridade do líder da equipe designada para a auditoria. As certificadoras estabelecem regras para um planejamento de auditorias, para atender a todas as etapas previstas para uma auditoria, con- forme definidas nas normas ISO/IEC 17021:2011 e NBR ISO 19011:2012. O líder da equipe tem a responsabilidade para planejar, realizar e relatar a auditoria, seguindo essas regras e diretrizes. O líder é apresentado aos objetivos e esco- po da auditoria e, então, se requer que especifi- que os recursos necessários para executar a au- ditoria, em termos de dias de pessoal e número necessário de auditores, incluindo qualquer espe- cialidade técnica especial. Os auditores vão necessitar usar todos os sentidos aplicáveis durante uma auditoria. Fami- liaridade com os tipos de processo em uma au- ditoria vai permitir que os auditores determinem a conformidade mais rapidamente e com menos chance de dúvida do que se eles tivessem pouca experiência no setor auditado. Definindo Objetivos, Escopo e Critérios de Auditoria Uma auditoria deve ser baseada em objeti- vos, escopo e critérios documentados. Os objeti- vos da auditoria definem o que é para ser realiza- do pela auditoria e podem incluir o seguinte: determinação da extensão da confor- midade do SGQ; avaliação da capacidade em atender aos requisitos normativos e legais; avaliação da eficácia do SGQ; identificação de melhoria. O escopo da auditoria descreve a abran- gência e os seus limites, tais como: requisitos aplicáveis da ISO 9001; localizações físicas – instalações, fábri- cas, escritórios; unidades organizacionais – produtos, processos, departamentos, funções; Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 período de tempo coberto pela audito- ria. O critério de auditoria é usado como uma referência contra a qual a conformidade é de- terminada e pode incluir: políticas e procedimentos; normas e regulamentos; requisitos da ISO 9001; requisitos industriais. O escopo e o critério de auditoria devem ser determinados entre a empresa e o auditor líder, de acordo com os procedimentos do programa de auditoria. Determinando a Viabilidade da Auditoria Convém que a viabilidade da auditoria seja determinada levando em conta fatores, tais como a disponibilidade de: informações suficientes e apropriadas para planejar a auditoria; cooperação adequada do auditado; tempo e recursos adequados. Selecionando a Equipe de Auditoria O certificador e o líder da equipe seleciona- rão a equipe de auditoria, seguindo critérios defi- nidos pela certificadora. A base para a escolha da equipe pode variar nos seguintes aspectos: objetivos, escopo, critério e duração da auditoria; se a auditoria é integrada; competência global necessária da equi- pe de auditoria; requisitos estatutários e regulamenta- res; independência da equipe de auditoria; habilidade dos membros da equipe de auditoria; idioma da auditoria e entendimento das características sociais e culturais; a necessidade de especialista; disponibilidade de membros compe- tentes para a equipe de auditoria. Auditores em treinamento podem ser inclu- sos na equipe de auditoria, mas convém que não auditem sem direção ou orientação. Qualquer equipe de auditoria normalmente se divide para auditar individualmente. Cada au- ditor necessitará de um guia e gerenciará o tem- po com o auditado. Embora os auditores traba- lhem separados, eles compartilham um objetivo comum e se reúnem regularmente para avaliar o progresso de suas constatações. Estabelecendo Contato Inicial com o Auditado Propósitos Obter informação sobre o tamanho da organização. Estabelecer canais de comunicação. Confirmar a autoridade para conduzir a auditoria. Informar sobre a duração proposta pela auditoria. Pedir acesso a documentos pertinentes. Determinar as regras de segurança. Fazer arranjos para a auditoria. Concordar com a participação de ob- servadores e guias. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Pré-Auditoria É útil para: esclarecimento do escopo da auditoria; acordo sobre os procedimentos a se- rem usados; solução de problemas de comunicação; visita rápida para avaliar escala e layout da empresa; realizar análise crítica da documenta- ção; avaliar o grau de preparação e coopera- ção dos colaboradores da organização; identificar quaisquer necessidades es- peciais. Em resumo, o objetivo da pré-auditoria é entender o escopo e o objetivo da auditoria, re- solver qualquer mal-entendido e, ainda, analisar fatores como tempo, custos, distância, disponibi- lidade do pessoal etc. A documentação pode incluir documentos e registros relevantes do sistema de gestão e a análise crítica deve levar em consideração tama- nho, natureza e complexidade da organização, e os objetivos e o escopo da auditoria. 2.3 Análise Crítica da Documentação Caso a documentação seja considerada ina- dequada, o líder da equipe de auditoria informará o auditado, que tomará a decisão de continuar a auditoria ou suspendê-la até queas deficiências sejam resolvidas. O líder da equipe de auditoria tem a respon- sabilidade de preparar um plano de auditoria, que dará base para a equipe de auditoria e o auditado sobre a condução da auditoria. A quantidade de detalhes no plano de auditoria deverá refletir o escopo e complexidade da auditoria. O plano de auditoria deve ser flexível, ou seja, deve permitir alterações no escopo da au- ditoria, que podem ser necessárias conforme as atividades de auditoria se desenvolvem. É de res- ponsabilidade do líder a flexibilidade para per- mitir alcançar os objetivos e escopo da auditoria sem que o tempo acordado seja comprometido. O planejamento da auditoria deverá suprir: os objetivos da auditoria, os critérios e os documentos; o escopo da auditoria; 2.4 Preparando o Plano da Auditoria as datas e os locais onde as atividades serão realizadas; o horário e a duração esperados das atividades, incluindo tempo para reu- niões; as funções e as responsabilidades dos membros da equipe. O planejamento da auditoria também de- verá suprir, conforme apropriado: a identificação do representante do au- ditado; o idioma de trabalho; arranjos de logística; requisitos de confidencialidade; ações de acompanhamento de audito- ria. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 Quando não conformidades forem encon- tradas em qualquer organização, seja durante a auditoria interna ou externa, a organização deve- rá identificar a causa raiz do problema detectado e fazer um plano de ação para eliminar as causas, podendo ainda estender para outras filiais, caso existam. É importante que a certificadora solicite à organização a análise crítica das não conformi- dades, para determinar se elas indicam uma falha sistêmica ou não a todos os sites. Em caso positi- vo, a ação corretiva deverá ser realizada e verifica- da tanto na matriz como nos sites (filiais) afetados. 2.5 Não Conformidades Durante o processo de tomada de decisão, se qualquer site tiver uma não conformidade, a certificação deve ser negada para a matriz e as fi- liais até que as ações sejam devidamente solucio- nadas dentro dos prazos estabelecidos. Não deve ser admissível que, para superar o obstáculo levantado pela existência de uma não conformidade em um único site, a organização procure excluir do escopo o site “problemático” durante o processo de certificação. Tal exclusão pode somente ser acordada com antecedên- cia (veja cláusula 4.1.4 da norma NBR ISO/IEC 17021:2011). Os documentos para uma certificação de- vem ser emitidos de forma a cobrir todos os sites, desde que cada site incluso no escopo da certifi- cação tenha sido auditado individualmente pelo organismo de certificação ou auditado utilizan- do-se abordagem de amostragem. A certificadora deverá fornecer os docu- mentos necessários para a certificação por qual- quer meio a sua escolha. Esses documentos para certificação devem estar de acordo com os requisitos estabelecidos na ABNT NBR ISO/IEC 17021:2011. As informações mínimas necessárias que devem constar nos documentos são: nome e endereço da matriz; lista de todos os sites; 2.6 Documentos de Certificação o escopo para certificação; total de funcionários envolvidos no es- copo. Os documentos de certificação poderão ser emitidos para a organização para cada site coberto pela certificação com a condição de que estes contenham o mesmo escopo, se a matriz ou quaisquer das filiais não atenderem às provisões necessárias para a manutenção da certificação. A falha no fornecimento dessas informações será considerada pela certificadora como mau uso da certificação e convém que o organismo aja con- sequentemente de acordo com os seus procedi- mentos. Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 A amostragem para análise das filiais deve representar no mínimo 25% do total que deverá constar na lista de empresas certificadas; levan- do em consideração os critérios mencionados a seguir, convém que o restante seja escolhido de forma que as diferenças entre os sites seleciona- dos no período de validade do certificado sejam as maiores possíveis. Resultados de auditorias internas. Registros de reclamações. Variações no tamanho dos sites. Variações nas mudanças de procedi- mentos. Complexidade do sistema de gestão. Modificações desde a última auditoria. Maturidade do sistema de gestão. Diferenças de cultura, idioma e requisi- tos regulatórios. Dispersão geográfica. Tamanho da Amostra A certificadora deve ter um procedimento para definir as amostras a serem auditadas como parte das auditorias de certificação, e registros so- bre cada solicitação de amostragem. O cálculo a seguir é um exemplo baseado em uma atividade de pequeno a médio risco com menos de 50 em- pregados em cada site. O número mínimo de sites a serem visitados por auditoria é de, segundo a NIT-DICOR-054: Auditoria inicial: convém que o tama- nho da amostra seja a raiz quadrada do número de sites remotos: (y=√x), arre- dondado ao número inteiro superior. 2.7 Amostragem Auditoria de supervisão: convém que o tamanho da amostra anual seja a raiz quadrada do número de sites remotos com 0,6 como um coeficiente (y=0,6 √x), arredondado ao número inteiro superior. Auditoria de Recertificação: convém que o tamanho da amostra seja o mesmo de uma auditoria inicial. Não obstante, quando o sistema de gestão demonstrar ser eficaz num período de três anos, o tamanho da amostra poderá ser reduzi- do por um fator de 0,8, isto é: (y=0,8 √x), arredondado ao número inteiro superior (INMETRO, 2010, p. 10). A certificadora deve definir em seu sistema de gestão os níveis de risco das atividades, como aplicado anteriormente, a matriz deverá ser audi- tada na auditoria inicial de certificação e no míni- mo anualmente como parte da supervisão. Quando a organização tiver um sistema hie- rárquico de filiais (por exemplo: escritório sede – central, escritórios nacionais, escritórios regionais, filiais locais), o modelo de amostragem para a au- ditoria inicial, conforme definido anteriormente, se aplica a cada nível. Exemplos: 1 escritório sede: visitado em cada ciclo de audi- toria (inicial ou supervisão ou recertificação) 4 escritórios nacionais: amostra = 2: mínimo 1, aleatoriamente 27 escritórios regionais: amostra = 6: mínimo 2, aleatoriamente 1.700 filiais locais: amostra = 42: mínimo 11, alea- toriamente. Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 A certificadora precisa estar preparada para justificar o tempo utilizado nas auditorias quanto à sua política global de alocação de tempo de au- ditoria. Normalmente, o número de auditores por dia em cada site, incluindo a matriz, é calculado para cada site. Observação: os sites que conduzem a maior parte dos processos ou processos críticos não po- derão ter redução. 2.8 Tempo de Duração de uma Auditoria O número total de empregados para todos os turnos serve como base para determinar o tempo de dias por auditor necessário para uma certificação. A variação de tempo utilizado em cada auditoria varia conforme tamanho, escopo, logística e complexidade da organização. As colunas com o tempo de auditor, a se- guir, fornecem uma base de acordo com total de funcionário. Tabela 3 – Guia para determinação do tempo de auditoria. Número de empregados Nota 1 Tempo de Auditor (dias de auditor) para auditoria inicial Notas 2+4 Fatores de Adição e Subtração Tempo Total de Auditor 1-10 2 11-25 3 26–45 4 46-65 5 66-85 6 86-125 7 126-175 8 176-275 9 276-425 10 426-625 11626-875 12 876–1175 13 1176–1550 14 1551-2025 15 2026-2675 16 2676-3450 17 3451-4350 18 4351-5450 19 5451-6800 20 6801 –8500 21 8501-10700 22 > 10700 Seguir a progressão acima Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 Alguns fatores que requerem tempo adicio- nal de auditor poderiam ser: logísticas complicadas envolvendo mais de uma instalação; pessoal que fala mais de um idioma; local muito grande para o número de empregados; alto grau de regulamentação; sistema que cubra processos altamente complexos; processos que envolvam uma combi- nação de hardware, software, processo e serviços. Alguns fatores que permitem menos tempo de auditor poderiam ser: a organização não é responsável pelo projeto; produto/processos com baixo risco; conhecimento anterior do sistema da organização; processos envolvem uma única ativida- de geral; maturidade do sistema de gestão; porcentagem alta de empregados que fazem as tarefas; atividades idênticas realizadas em to- dos os turnos. Os fatores de adição poderão ser compen- sados pelos fatores de subtração. Em todos os ca- sos, quando são feitos ajustes no tempo forneci- do nas colunas de tempo de alocação de auditor, deverão ser mantidas evidências e registros sufi- cientes para justificar as alterações. É pouco provável que, com a soma total de todas as alterações realizadas para uma organi- zação, considerando as diversas variáveis, esse tempo seja reduzido a um tempo maior do que 30% do tempo definido nas colunas de tempo de auditoria por auditor. A tabela, a seguir, ilustra a interação poten- cial de fatores de adição e de subtração em rela- ção ao tempo de auditor encontrado na tabela anterior. Tabela 4 – Complexidade da organização/sistema. Grande/Simples Multi-site Poucos processos Processos repetitivos Escopo pequeno Grande/Complexa Multi-site Muitos processos Escopo grande Processos exclusivos Responsável pelo projeto Poucos processos Escopo pequeno Processos repetitivos Simples/Pequena Muitos processos Responsável pelo projeto Escopo grande Processos exclusivos Pequena/Complexa Ponto de partida da tabela de tempo de auditor Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 Esta relação de escopos de acreditação é baseada na Nomenclatura Estatística para Ativi- dades Econômicas (NACE), publicada pela Comis- 2.9 Escopos de Acreditação são das Comunidades Europeias (Commission of European Communities) (CNIL, 2002). Tabela 5 – Escopos de acreditação. N° Descrição Código NACE 1 Agricultura, pesca A, B 2 Mineração e extrativismo C 3 Alimentos, bebidas e fumo DA 4 Têxteis e produtos têxteis DB 5 Couro e produtos de couro DC 6 Madeira e produtos de madeira DD 7 Polpa, papel e produtos de papel DE 21 8 Editoras DE 22.1 9 Empresas de impressão DE 22.2,3 10 Fabricação de coque e produtos refinados de petróleo DF 23.1,2 11 Combustível nuclear DF 23.3 12 Substâncias e produtos químicos e fibras DG menos 24.4 13 Produtos farmacêuticos DG 24.4 14 Borrachas e produtos plásticos DH 15 Produtos minerais não metálicos DI menos 26.5,6 16 Concreto, cimento, cal, gesso etc. DI 26.5,6 17 Metais básicos e produtos manufaturados de metal DJ 18 Máquinas e equipamentos DK 19 Equipamentos ópticos e elétricos DL 20 Construção naval DM 35.1 21 Aeroespacial DM 35.3 22 Outros equipamentos de transporte DM 34,35.2,4,5 23 Fabricações não classificadas em outros códigos DN 36 24 Reciclagem DN 37 25 Suprimento de energia elétrica E 40.1 26 Abastecimento de gás E 40.2 27 Abastecimento de água E 41,40.3 28 Construção F 29 Comércio atacado e varejo; conserto de veículos automotores, motocicletas e bens de uso pessoal e doméstico G 30 Hotéis e restaurantes H 31 Transporte, armazenagem e comunicação I 32 Intermediação financeira; bens imóveis; locação J,K 70, K 71 33 Tecnologia da informação K 72 34 Serviços de engenharia K 73, 74.2 35 Outros serviços K 74 menos K 74.2 36 Administração pública L 37 Educação M 38 Saúde e serviço social N 39 Outros serviços sociais O Certificação e Auditoria da Qualidade Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 O organismo de certificação deve fornecer informações para a organização sobre a aplicação das normas pertinentes ao sistema de gestão antes de começar o processo de auditoria e convém não pros- seguir se quaisquer das provisões não forem atendidas. Antes de começar o processo de auditoria, con- vém que o organismo de certificação informe à organização que o certificado não será emitido se duran- te a auditoria inicial forem detectadas não conformidades. A certificação é o meio pelo qual o cliente (usuário do produto ou serviço) pode ter confiança numa organização e é mais efetiva quando executada por um conceituado Organismo de Certificação sob as regras de Acreditação Nacional. A evidência de que a certificação foi assim obtida deverá estar clara nos certificados de aprovação e pelo uso de marcas de acreditação. Saiba maisSaiba mais A norma NBR ISO/IEC 17021 possui diretrizes para uma certificadora, ou seja, esta norma explica os passos que uma certificadora deve seguir para obter sua acreditação e assim realizar serviços de auditoria nas organizações. 2.10 Resumo do Capítulo 2.11 Atividades Propostas 1. Uma organização está buscando sua certificação em seu SGQ. As características da empresa são: possui 500 funcionários; 350 funcionários realizam praticamente as mesmas atividades; seu código NACE é o K70. Responda: a) Quanto tempo deverá ser alocado para essa auditoria, sendo que a aplicação máxima de redução será limitada em 50% do máximo permitido? b) Qual é a classificação econômica dessa empresa? 2. Indique 3 objetivos de auditoria e 3 variáveis na seleção da equipe de uma auditoria. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 CAPíTULO 1 1. Liderança. Líderes estabelecem a unidade de propósitos e o rumo da organização. Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno no qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização. 2. Adequação: verificar se a documentação atende aos requisitos normativos. Conformidade: verificar se os processos cumprem os procedimentos. CAPíTULO 2 1. a) Sendo que o máximo permitido de redução é de 50%, isSo significa que o máximo de redu- ção será de 15% do total de 12 dias, conforme a quantidade de funcionários estabelecidos nas colunas de tempo de auditor. O total de dias de auditoria será de: 10 dias. b) A classificação econômica é intermediação financeira, bens imóveis, locação, ou seja, IAF 32. RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Marcelo Amancio da Costa Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 30 2. 3 objetivos de auditoria: determinar a eficácia em atender aos requisitos e objetivos; atender a quaisquer requisitos contratuais e regulamentares para auditoria; prover uma oportunidade para melhor o SGQ. 3 variáveis na seleção da equipe: competência global necessária da equipe da auditoria; requisitos estatutários e regulamentares; independência da equipe de auditoria. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 ACADEMIA PEARSON. Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISSO 19011: diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro, nov. 2002. ______. NBR ISO 14001: sistemas da gestão ambiental – requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, dez. 2004. ______. NBR ISO 9001: sistemas de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro, 2008. ______. NBR ISO/IEC 17021: avaliaçãode conformidade – requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificação de sistemas de gestão. Rio de Janeiro, 2011. CERQUEIRA, J. P.; MARTINS, M. C. Auditorias de sistemas de gestão ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO/IEC 17025, SA 8000, ISO 19011. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. ______. NBR ISO 19011: diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro, 2012. COMMISSION NATIONALE DE L’INFORMATIQUE ET DES LIBERTÉS (CNIL). Commission. Official Journal of the European Communities, 10 jan. 2002. DAMAZIO, A. Administrando com a gestão pela qualidade total. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMATIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL (INMETRO). Norma NIT-DICOR-054. Documentos mandatórios do IAF para a aplicação da ABNT NBR ISO/IEC 17021:2007 1ª edição. Rio de Janeiro, fev. 2010. ______. Histórico dos certificados emitidos por mês e ano. Disponível em: <http://www.inmetro.gov. br/gestao9000/Rel_Certificados_Emitidos_Mes_Ano.asp?Chamador=INMETROCB25&tipo=INMETROE XT>. Acesso em: out. 2012a. ______. Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação. Disponível em: <http:// www.inmetro.gov.br/gestao9000/Rel_Cert_Emitidos_Loc_Geografica.asp?Chamador=INMETROCB25&ti po=INMETROEXT>. Acesso em: out. 2012b. MELLO, C. H. P. et al. ISO 9001:2008: sistema de gestão da qualidade para operações e serviços. São Paulo: Atlas, 2009. O’HANLON, T. Auditoria da qualidade – com base na ISO 9000:2000 – conformidade agregando valor. São Paulo: Saraiva, 2011. SEIFFERT, M. E. B. ISO 14001 sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econômica. São Paulo: Atlas, 2011. REFERÊNCIAS Certificação e Auditoria da Qualidade_2013_3_online INTRODUÇÃO 1 CONHECIMENTOS E HABILIDADES GERAIS DO AUDITOR DE SGQ E SGA 1.1 Princípios do Gerenciamento do Sistema da Qualidade/Bases/Histórico 1.2 Gerenciamento da Qualidade 1.3 Oito Princípios de Gestão da Qualidade 1.4 Benefícios do Sistema da Qualidade 1.5 Estágios de Auditoria 1.6 Tipos de Auditoria 1.7 Fases de Auditoria 1.8 Algumas Definições 1.9 Qualificação do Auditor 1.10 Atividades 1.11 Resumo do Capítulo 1.12 Atividades Propostas 2 CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE 2.2 Auditoria 2.3 Análise Crítica da Documentação 2.4 Preparando o Plano da Auditoria 2.5 Não Conformidades 2.6 Documentos de Certificação 2.7 Amostragem 2.8 Tempo de Duração de uma Auditoria 2.9 Escopos de Acreditação 2.10 Resumo do Capítulo 2.11 Atividades Propostas RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS REFERÊNCIAS
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