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* * Caso Clínico Doenças Exantemáticas Apresentação: Marcela Fukushima e Yume Lais Arashiro Assis. Coordenação: Luciana Sugai Internato ESCS 2012 www.paulomarfgotto.com.br Brasáilia, 17/4/2012 * * História clínica Identificação – A.C.B, feminino, 4 anos de idade, residente em Sobradinho DF, procedente da Bahia (há 20 dias). QP: “febre na cabeça, há dois dias”. HDA: Paciente com história de febre não aferida, vespertina há 2 dias, associado a irritabilidade, hiporexia, hipoatividade e tosse seca esporádica. Informa uso de 2 doses amoxacilina por conta própria e xarope caseiro. A mãe observou hoje manchas vermelhas pruriginosas pelo corpo da criança. Nega vômito, alterações urinárias, diarréia ou dispnéia. Informa que irmão de 8 anos apresentou quadro de IVAS há 5 dias com presença de exantema, está em uso de polaramine, sem melhora. * * Antecedentes fisiológicos: Refere ter iniciado pré-natal no 1º trimestre, com 6 consultas, refere uma ITU tratada, sem urocultura pós tratamento. G4P4A0, parto normal a termo, AIG, chorou ao nascer, alta hospitalar no 2º dia de vida. Aleitamento exclusivo até 4 meses, introdução de dieta adequada e variada. DNPM normal. Antecedentes patológicos: História de sibilância (4 episódios, último há um mês), uma internação por bronquiolite há um ano, sem complicações. Nega cirurgias, alergias, trauma. Imunizações desatualizadas. * * Antecedentes familiares: dois irmãos de 5 e 2 anos com história de um episódio de pneumonia cada, irmão de 8 anos têm rinite alérgica. Mãe e pai aparentemente hígidos. Hábitos de vida: reside em casa de alvenaria, com 4 cômodos, com fossa, pai tabagista, tem cão em casa. Tem relato de banhos de rio na Bahia. Mãe refere casos de dengue na vizinhança da casa da avó (interior da Bahia). * * Exame físico Ectoscopia: REG, algo hipoativa, reativa, desidratada +/4+, acianótica, eupnéica, anictérica, febril (Tax= 38,6°C). Pele: exantema mais evidente em face e tronco. Boca: lábios ressecados e hipocorados +/4+, Cavidade oral: enantema discreto, Orofaringe: tonsilas hiperemiadas e hipertrofiadas, sem placas. Olhos: hiperemia conjuntival leve bilateral, sem secreção. Otoscopia: sem alterações. Ausculta pulmonar: MVF bilateral, sem RA. Ausculta cardiovascular: RCR 2T, BNF, sem sopros. Abdome: semi-globoso, RHA +, normotenso, indolor, fígado palpável a 2 cm do RCD, borda romba, superfície lisa, sem turgência jugular, baço impalpável. Ext: tempo de enchimento capilar preservado, sem edemas Neurológico: ausência de sinais de irritação meníngea, sem alterações. * * Exames complementares Exames complementares: VHS: 23. * * Evolução Dra. Sugai estava de plantão naquela noite e atendeu o retorno do paciente, logo chamou irmão que estava aguardando fora do consultório, bem como residentes e internos para todos juntos discutirem sobre o caso. * * * * Avaliação da criança com exantema Identificação: idade, etnia, sexo. HDA: - detalhamento da febre e relação com a erupção. - exantema: tipo, local, início, disseminação, comportamento. Epidemiologia: contatos, viagens, drogas, imunizações. * * Escarlatina = amigdalite+exantema S. pyogenes (SBHGA) Associação também com piodermite e ferida cirúrgica infectada (raras) 3-12 anos Ação de toxinas eritrogênicas Amígdalas hipertrofiadas, hiperemiadas e com exsudato (50-90%) Adenomegalia dolorosa (30-60%) * * Escarlatina Pródromos: 12 a 24 horas (febre e mal estar), início abrupto. Sintomas gerais: vômitos, hiporexia, cefaléia, calafrios, dor abdominal (até com abdome agudo) Exantema é maculopapular, puntiforme, àspero e principalmente em áreas de pressão. Aparece com 12h e generaliza com 24h e dura cerca de 1 semana. Clareia à vitropressão. Ocorre descamação centrífuga, mais intensa nas extremidades (“em dedo de luva”). * * Escarlatina Sinal de Filatov Sinal de Pastia * * Escarlatina Diagnóstico clínico. Tratamento: -Penicilina benzatina 600.000 (<25kg) ou 1.200.000. U dose única. -Amoxacilina, PenV oral 10 dias -Macrolídeo, azitromicina 5 dias * * Doenças exantemáticas Erupção cutânea 1. Invasão e multiplicação direta na própria pele – herpes simples 2. Ação de toxinas – escarlatina 3. Ação imunoalérgica com expressão na pele 4. Lesão vascular – meningococcemia. Em geral eles coexistem * * Doenças exantemáticas Clássicas – São 6: 1- Sarampo 2- Escarlatina 3- Rubéola 4- D. de Filatow-Dukes* 5- Eritema infeccioso 6- Exantema súbito Outras: varicela e a extinta varíola * * Classificação dos exantemas • Máculo-papular • Pápulo-vesicular • Petequial ou purpúrico • Nodular • Ulcerativo * * Exantemas Etiologia diversa: Bactérias, vírus, fungos, alimentar, processo alérgico, inflamatório. Quadro clínico + epidemiologia: sarampo, varicela, mão-pé-boca Laboratório é importante: enterovírus, adenovírus, rubéola. Critérios: D. de Kawasaki. * * Diagnóstico Diferencial Dengue Meningococemia Dermatite atópica Tineas Eritema multiforme Sífilis Esquistossomose Eritema solar Farmacodermias Ptiríase rósea Miliárea rubra * * Sarampo Atualmente acomete fundamentalmente adultos jovens, lactentes não imunizados, desnutridos. Tropismo pelas Vias Aéreas Superiores e Sistema Retículo - Endotelial Casos importados Notificação de caso suspeito Importância: complicações (*PNM) * * * * Sarampo facies sarampenta Manchas de Koplik * * Sarampo Diagnóstico: HC: leucopenia + linfocitose PCR e VHS normais Sorologia: IgM após 4 dias do rash, IgG pareado TTO: sintomáticos Isolamento respiratório (4 dias do rash) * * Rubéola Febre Exantema Adenomegalia * * Rubéola Benigna e autolimitada no pós-natal Preocupação com a forma congênita (transplacentária) Transmissão por gotículas: epitélio respiratório → linfonodos regionais. Exantema róseo dura 3 dias e não descama. * * Rubéola Manifestações gerais Adenomegalias – cervical posterior, occipital, retroauricular Rash róseo com tendência à coalescência Lesões rosadas e petéquias em palato mole e amígdalas (Manchas de Forcheimer) 25-40% forma subclínica. Acometimento articular em adolescentes * * Rubéola Diagnóstico: HC – leuco ↓, neutro ↓, paquetas ↓. Sorologias IgM e IgG. TTO: sintomáticos * * * * Vacinas Tríplice viral (MMR) 12 meses + Reforço de 4-6 anos. Vírus vivo atenuado Via SC * * Exantema Súbito Sexta doença ou Roséola infantil Lactentes e pré-escolares Etiologia: Herpes-vírus Humano tipo 6 e 7. Período de incubação: 10 dias. Transmissão: Gotículas de saliva. * * Fisiopatologia: vírus penetra no organismo através da mucosa oral, nasal ou conjuntival. Partículas tornam-se latentes após a viremia. * * Quadro Clínico: Pródomos: Infecção de vias aéreas superiores; Linfoadenomegalia cervical; Edema palpebral; Febre alta 3-4 dias. Rash: róseo, macular, não pruriginoso, inicialmente em tronco. Pode haver convulsão febril. * * * * Diagnóstico: Clínico. Sorologia com aumento de anticorpos. Isolamento viral. Tratamento: Sintomáticos. * * ERITEMA INFECCIOSO Quinta doença. Escolares ( 5-15 anos). Etiologia: Parvovírus B19. Transmissão: gotículas de saliva; transplacentária; sanguínea. Células-alvo: precurssores eritróides (risco de anemia aplástica). * * Quadro clínico: 1)- Eritema infeccioso: Mais comum; Pródromos com sintomas de infecção de vias aéreas superiores; Exantema em 3 estágios: Em face ( aspecto em bofetada) com palidez perioral Disseminação como manchas vermelhas simétricas em tronco e região proximal das extremidades superiores e inferiores. Aspecto rendilhado que pode durar dias ou semanas. Palmas e plantas poupadas. Ressurgimento 1 a 3 semanas após melhora clínica devido a fatores desencadeantes. * * * * 2)- Artropatia: Poliartralgia ou poliartrite; Mãos, punhos, joelhos, tornozelos; Duração de 2-4 semanas. 3)- Crise aplástica transitória: Pacientes com anemia hemolítica crônica apresentam agravamento da anemia com reticulocitose e sinais clínicos graves. Exantema raro. * * 4)- Infecção fetal: Primoinfecção materna no 2º trimestre de gestação; Anemia fetal intensa, queda de hemoglobina, aumento do débito cardíaco (compensar o déficit de oferta de oxigênio) e instalação progressiva de hidropsia fetal. 5)- Síndrome de Luvas e Meias: Edema doloroso em mãos e pés com lesões petequiais em “luvas e meias”. Auto-limitada. * * Diagnóstico: Hemograma: redução de hemoglobina e reticulócitos (90-95%); Sorologia com IgM ( 6-8 semanas); PCR com detecção do DNA viral. Tratamento: Sintomáticos; Imunoglobulina em imunodeprimidos. Profilaxia: Evitar contato com infectados; Imunoglobulinas. * * ENTEROVIROSES Doenças cujo sítio primário é o intestino. Enterovírus: Família Picornaviridae, subgrupos Poliovírus (tipos 1, 2 e 3), Coxsackie (A e B) e Echovirus. Transmissão: Fecal-oral; Respiratória; Vertical; Objetos contaminados. * * Manifestações clínicas: 1)- Doença Mão-pé-boca: Coxsackievirus A16. Febre baixa; Vesículas em lábios, língua, gengiva, amigdalas; Exantema maculopapular ou vesicular em mãos, pés e nádegas. Desaparece em 1semana; Acomete dorso das extremidades. * * * * 2)- Herpangina: Vírus Coxsackie; Febre alta; Disfagia, dor de garganta, irritabilidade. Pequenas úlceras e vesículas com halo eritematoso em região posterior da orofaringe. 3)- Doença Febril Inespecífica: Mais comum em lactentes e pré-escolares. Febre alta; Hiporexia, náuseas, diarreia, conjuntivite, sintomas de VAS e rash. * * Diagnóstico: Clínico Tratamento: Sintomáticos. * * MONONUCLEOSE Etiologia: Epstein-Barr vírus (90%). Mononucleose-like: citomegalovírus, toxoplasmose, hepatite viral, rubéola. Síndrome clássica: adolescentes e adultos jovens. Transmissão: gotículas de saliva; secreções vaginais. Capacidade de latência nas células epiteliais da orofaringe e nos linfócitos B de memória. * * Quadro clínico: Tríade ( fadiga, faringite, linfadenopatia). Febre aguda ou prolongada; Cansaço, mialgia, cefaleia, náuseas; Linfoadenomegalia generalizada (90%), principalmente cervical e submandibular, móveis; Dor de garganta com aumento de tonsilas com exsudato; Esplenomegalia (50%) com 2-3cm; Hepatomegalia (10%). Leve aumento de enzimas hepáticas (50%). Exantema maculopapular (3-15%). Fez uso de ampicilina ou amoxicilina (80%). Síndrome de Gianotti-Crosti: exantema papular eritematoso em bochechas, extremidades e nádegas. Semelhante a dermatite atópica. * * * * Diagnóstico: Clínico; Leucocitose com predomínio de linfócitos e presença de linfócitos atípicos; Isolamento do vírus; swab? Sorologia (anti-VCA IgM). Tratamento: - Sintomáticos. * * DOENÇA DE KAWASAKI Vasculite febril. Crianças menores que 5anos, meninos, asiáticos. Etiologia desconhecida, provavelmente infecciosa. Inflamação dos vasos sanguíneos com infiltração de células inflamatórias e depósito de imoglobulinas. * * * * * * SNC: Convulsões, paralisias; Ap. Resp.: Coriza, tosse, pneumunite; ACV: Inflamação de qualquer folheto, aneurismas; Sist. Dig.: Anorexia, vômitos, língua em framboesa; Pele: Queda de cabelos, descamação perineal; Osteoarticular: Artrite. * * Diagnóstico: Clínico: 5 dos 6 critérios , incluindo a febre; Febre + 2 ou 3 dos critérios + proteína C reativa e/ou VHS. Tratamento: Imunoglobulina IV (10 dias); AAS em doses antiinflamatórias nos 14 primeiros dias e em dose antitrombótica nas próximas 6-8 semanas. Acompanhamento de possíveis lesões. * * Bibliografia 1. Pediatria Básica, Eduardo Marcondes, 9edição, 2003 2. Diagnóstico diferecial e vigilância das doenças exantemáticas, I voneAndreatta Menegolla Consullttorra Esttaduall MS//SVS. 3. Imagens de www.mdsaude.com 4. www.paulomargotto.com.br em Pediatria ESCS.Acesso em 10/4/2012 5. Doenças exantemáticas, Marcio Nehab e colaboradores, Fiocruz.
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