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Peça a Senha (A Saga de Tamar)


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A história de TAMAR 
 
TAMAR: Será que mereço tal castigo celestial? As minhas lágrimas formam uma dança 
sem fim sobre o meu rosto, as nuvens de morte escodem o brilho dos olhos do meu 
marido, que jamais voltarei a vê-lo. 
NARRADOR: Er, filho de Judá fez mal aos olhos do Senhor. Sepultado está o sonho de 
uma vida. Sua morte precede um fato que faz causar uma pausa na história de José. Em 
Gênesis 38, conta em poucos versículos o enredo de uma família que vive dias de 
destruição. Num piscar de olhos em uma mudança de capítulos voltaremos a história de 
José; mas não iremos piscar os olhos agora, iremos parar neste capítulo e viver a história 
onde o engano mostrará suas notas mais agudas em sua execução. Para que você 
conheça a dor desta mulher voltaremos ao início da história. 
TAMAR: Estava eu contemplando o pôr-do-sol, mas eu juro que tal beleza e fascínio me 
foram ofuscados quando desviei meus olhos para ti. 
ER: O que fazes sentada aqui mulher? Eu não te disse que és desprezível! Que prefiro 
muito mais as filhas de outras tribos a passar um segundo ao seu lado. 
TAMAR: Eu estava te esperando meu amado, não pensei que pudesse causar tanto ódio 
em seu coração. 
NARRADOR: A MORTE GOLPEIA O SEU PEITO, SORRATEIRAMENTE! 
Er cai e grita de dor... 
TAMAR: O que foi? 
ER: Sinto meu coração parar. 
TAMAR: Pode ser somente resultado de um dia cansativo 
ER: Eu já não sinto o toque de suas mãos. Será que Deus resolveu ceifar minha vida? 
TAMAR: Não fale certas coisas homem, você está me assustando. 
NARRADOR: Sua nova amante, a morte, resolve envolvê-lo e levá-lo. Uma marcha 
fúnebre e passos de derrota segue uma cena onde uma vida se vai por inteiro. Tamar 
veste sua cor de luto e o pôr-do-sol não será mais seu vigor. Logo tudo estará apagado. 
TAMAR: Será que mereço tal castigo celestial? As minhas lágrimas formam uma dança 
sem fim sobre o meu rosto, as nuvens de morte escodem o brilho dos olhos do meu 
marido, que jamais voltarei a vê-lo. 
SUÁ: Como posso suportar tanta dor. Meu filho querido, meu primogênito. Onde 
encontrarei o seu sorriso novamente? Como poderei aquietar meu coração sabendo que 
o seu não irá mais bater? 
NARRADOR: Os dias se vão e enxugam algumas lágrimas, mas precisam tomar uma 
providência. Tamar não poderá ficar só. 
JUDÁ: Segundo a Lei do levirato, você não poderá ficar só. Meu filho Onã irá assumir. 
Ele será responsável pela descendência de meu filho Er que se foi. Ele será responsável 
por fazer você conceber e trazer a linhagem que Deus quer. 
SUÁ: Filho, não haja desta maneira. É a lei e você vai ter que cumprir. 
ONÃ: Como posso pagar por um erro do meu irmão que se foi. Por acaso eu me 
encantei por essa mulher? Por acaso eu entreguei meu coração a ela? 
NARRADOR: A morte não seria a sensação mais dolorosa para Tamar, conheceria 
agora a dor do desprezo. 
ONÃ: Quero que saiba que me caso contigo somente para cumprir a lei. 
TAMAR: E por que tanto ódio por mim? 
ONÃ: Não seja tola Tamar. Ainda não se acostumou com seu destino? Você nasceu por 
engano e por escarnio. 
TAMAR: Se permitires mostrarei que sou uma mulher amável uma mãe como nunca se 
ouviu falar. 
ONÃ: Não insista Tamar, não colocarei semente em você, não farei você conceber. 
TAMAR: Mas eu necessito gerar filhos Onã, é a lei! 
ONÃ: A lei? De você somente o prazer, filhos não! 
TAMAR: Não agradarás a Deus desta maneira. 
ONÃ: Não me interessa o que Deus irá achar. Terás que suportar toda a vida, mas nunca 
verás um sorriso de um filho. Por que não sais errantes pelo o deserto, colocas o véu 
sobre o teu rosto para que ninguém te veja e tenta buscar alguém que possa te amar. 
NARRADOR: Onã fez mal aos olhos do Senhor não quis perpetuar a linhagem que Deus 
esperava. A Morte acaricia seu peito. 
Onã grita de dor... 
TAMAR: O que foi? Eu já vi essa expressão antes. 
ONÃ: Não te preocupas, sinto somente um toque acelerado no meu coração. 
CORAL MÚSICA: ONÃ fez mal aos olhos do Senhor a morte lhe envenena com o seu 
amor, vista-se Tamar um novo luto irá enfrentar. 
SUÁ: Judá um outro filho vai sepultar. 
TAMAR: (música) Esta é a saga de Tamar... 
NARRADOR: VIÚVA PARA SEMPREEEE 
TAMAR: Largada ao léu... 
NARRADOR: JULGADA 
NARRADOR, JUDÁ E TAMAR: Inocente! Lançada pelo irmão de José, na cisterna da 
solidão! 
JUDÁ: O que passas contigo mulher? Matarás toda a minha descendência? 
SUÁ: Como pode! 
TAMAR: Mas eu... 
SUÁ: Cale-se! Eu não quero ouvir a voz que envenenou meus filhos. 
JUDÁ E NARRADOR: Os céus maquinaram contra minha casa. Céus escuros, 
nebulosos. Até quando serei julgado por ter vendido meu irmão José. O que queres de 
mim Deus? Que eu recupere a túnica do meu irmão José de volta? 
SUÁ: O que faremos agora Judá? Não podemos entregar nosso filho Selá, é o mais novo 
e nas mãos dessa maldita, ele morrerá também. 
JUDÁ: Mas é a lei e devemos cumprir. Iremos dar o filho. É o nosso primogênito que se 
foi. 
SUÁ: Mas agora não Judá, quero experimentar o gosto de ser uma mãe por mais alguns 
anos. Por favor Judá. 
JUDÁ: Tamar, volte para a casa de seus pais, nosso filho Selá é muito Jovem. Se casar 
contigo ele certamente morrerá, espera até que ele cresça mais aí mandarei buscar-te da 
casa de seus pais e então ele te dará filhos. 
TAMAR: Sim, eu irei. Mas irei esperar seu comando. 
NARRADOR: Os anos se passaram, seu filho cresceu e Judá não cumpriu sua palavra e 
Tamar aguarda ansiosamente pelo dia em que poderá ser mãe. Mas esse sonho parece 
está tão distante. Se escuta uma notícia: Tamar, está sabendo? Teu sogro Judá irá 
passar por aqui, seria um momento preciso para receber seu filho, mas Judá não tinha 
palavra. Ele permitiu que Tamar continuasse vestindo o luto, mas até quando? 
TAMAR: Eu não posso esperar mais. Eu não posso esperar mais enquanto meus ossos 
envelhecem dentro da minha carne. Eu fui enganada. Mas com o engano retribuirei. Não 
posso ver o filho, seduzirei o pai. 
NARRADOR: Tamar se veste então de prostituta, põe o véu sobre o seu rosto, ninguém 
a reconheceria, ela se vestiu com uma “kedeshá” esse nome em hebraico significa 
‘mulher consagrada”, Os templos da deusa da fertilidade as tardes, “kedeshá”, possuía 
anexos onde esses homens eram servidos por essas mulheres consagradas 
representantes da deusa do princípio feminino da fertilidade. E os homens que se 
deitavam com essas mulheres acreditavam que tinham contato direto com a deusa. 
Tamar senta-se a beira do caminho e espera até enxergar seu sogro de longe, mas ele 
não a reconhece. 
TAMAR: Estás cansado homem? 
JUDÁ: Sim, preciso descansar. Mas não pensei encontrar uma mulher tão preciosa 
quanto você. 
TAMAR: Eu estou aqui para servi-lo. 
JUDÁ: Eu não tenho pressa. Passaria comigo essa noite? 
TAMAR: Se eu te aceitar, o que ganharia em troca? 
JUDÁ: Mandarei buscar um carneiro do meu rebanho. 
TAMAR: Aceito, com uma condição. Que me dê uma garantia. 
JUDÁ: Que garantia eu posso te dar? 
TAMAR: Eu quero o teu selo, o teu cordão e o cajado que está em suas mãos. 
NARRADOR: Judá nem conseguia raciocinar naquele momento, seu único desejo era se 
deitar com aquela mulher ele nem se quer percebe o que ela acabara de pedir ele está 
inconsequente, ele só quer possuí-la. O pecado se aproxima de Judá, envolve seus 
sentidos. Tamar pede o que Judá tinha de mais importante: autoridade, identidade e 
honra. o cajado representava autoridade, o cordão honra e o selo era como um anel que 
representava sua identidade. E muitos nesses dias tem feito a mesma coisa, entregado 
o que tem de mais importante nas mãos de alguém a beira do caminho. 
Voltando a nossa história, no dia seguinte, Judá envia um amigo com um carneiro para 
trazer os pertences devolta. Mas ao perguntar pela prostituta a resposta era sempre a 
mesma: “Nunca se ouviu falar”. Passaram 3 meses e Judá recebe uma notícia. 
AMIGO: Senhor, sua nora Tamar adulterou. Está grávida! 
JUDÁ: O quê? Como essa mulher pôde fazer essa afronta e desafiar a minha família? 
Não aceitarei essa vergonha para minha casa. NÃO ACEITAREI! Tirem essa mulher para 
fora e queimem diante de todos! QUERO ESSA MULHER MORTA! 
TAMAR: Não! Por favor não façam isso comigo. Que mal eu pude fazer para merecer ser 
queimada? 
AMIGO: Seu sogro Judá ordenou que fosse queimada. 
TAMAR: Por favor, não façam isso sem antes enviar um recado ao seu senhor. 
Entreguem-lhe o selo, o cordão e o cajado e diga-lhe que o dono desses pertences é o 
pai da criança que será queimada juntamente comigo. 
NARRADOR: Judá então reconhece seu erro e da abrigo a Tamar. Quantos perderam 
nesta história, ou mesmo quantos ganharam? Existe algum Judá nos assistindo aqui 
hoje? E quantas Tamares estão sozinhas a beira do caminho.