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CONSEQUENCIA NOVO RURAL

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Uso do Solo no Mato Grosso: Consequências Demográficas, Sociais 
e Ambientais
	Nessa pesquisa iremos abordar o processo de expansão econômica e demográfica de Mato Grosso desde 1970/1986 até décadas recentes, levando em consideração os impactos ambientais. Demonstraremos como a introdução de um novo modelo de produção reconfigurou a anterior forma de uso da terra, tanto da perspectiva econômica como da demográfica.
	Embora a floresta Amazônica seja reconhecida como importante recurso a ser conservado e sustentavelmente manejado, a rica biodiversidade do Cerrado e sua capacidade de armazenamento foram praticamente ignorados até ate a década de 1970. A 
transformação da Região numa agricultura produtiva de alta tecnologia foi vista como uma vitória da tecnologia sobre a natureza. Essa visão não leva em consideração consequências sociais, demográficas e nem as ambientais.
Uso do Solo no Mato Grosso: Conseqüências Demográficas, Sociais 
e Ambientais
A Transformação Ambiental do Cerrado
	O Centro-Oeste inclui dois dos principais ecossistemas do Brasil, o Cerrado e o Pantanal. Enquanto que o Pantanal é conhecido nacional e internacionalmente como uma das mais importantes terras alagadas do mundo, gozando de status especialmente protegido na Constituição brasileira, o Cerrado por sua vez não havia a mesma valorização, bem pelo contrario era desvalorizado.
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	Até a década de 1970 o Cerrado era considerado como improdutivo para a lavoura, e sempre foi considerado indigno de preservação. Com um clima quase inteiramente tropical, o Cerrado é um complexo de diferentes formas de vegetação que tem fisionomia e composições florais variáveis, formando um mosaico ecológico.
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e Ambientais
A Transformação Ambiental do Cerrado
	A partir da década de 1970 o Cerrado foi incorporado à economia nacional e é hoje visto por planejadores, investidores e lavradores como desocupado e disponível para agro - florestamento, criação de gado e produção de grãos em larga escala. O uso intensivo de maquinário, equipamento agrícola, fertilizantes pesticidas e herbicidas transformou a paisagem natural da Região, consequentemente levando ao desgaste dos recursos naturais (desertificação) e à contaminação dos alimentos, solos e águas. A vegetação original foi muito reduzida, 37% convertida em pastagens, plantações anuais como soja, milho e arroz.
	Essas atividades agrícolas raramente foram empreendidas com cuidados ambientais, variedades locais de plantas foram ignoradas. Os resultados foram a compactação dos solos, a erosão e o empobrecimento genético da biota nativa.
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e Ambientais
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	Em Mato Grosso, o Cerrado ocupava originalmente cerca de 360 mil km², 40% da área total do estado, contudo 46% disso já foi convertido em outras formas de uso, Mato Grosso foi o terceiro estado que mais desmatou nesse período, responsável por 17% de todo o desmatamento detectado. 
	A situação de Mato Grosso chama a atenção por ser ainda mais trágica. Entre 2014 e 2017, houve um aumento de 24% na taxa de desmatamento no estado. Apesar de ainda existir uma grande extensão de áreas de cerrado passíveis de conversão legal, o desmatamento no Cerrado mato-grossense possui um alto grau de ilegalidade pois apenas 2% foi realizado em áreas com autorizações.
A Transformação Ambiental do Cerrado
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Taxa de desmatamento (km²) no bioma Cerrado de agosto de 2012 a julho de 2017
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	O uso do fogo para limpar terras virgens e para a manutenção anual é uma das ferramentas mais destrutivas na transformação da Região. Embora a Região Amazônica seja a mais afetada, o Cerrado e todos os demais ecossistemas também sofrem.
	
	A queima de florestas, apenas na Região Amazônica, representa de 4 a 5% do fluxo global anual de carbono para a atmosfera resultante de atividade humana, com resultados negativos para a mudança climática, a saúde humana e a qualidade dos solos. Monitoramento regular das queimadas é realizado frequentemente através de satélite desde a década de 90.
Queimadas no Centro Oeste
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e Ambientais
Queimadas no Centro Oeste
	Como mostra a tabela seguinte, as queimadas aumentaram em todas as regiões no período; no Cerrado, porém, o número mais que dobrou, aproximando do número de focos na Amazônia entre 1997 e 1999. 
Total success!
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e Ambientais
Queimadas no Centro Oeste
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	Quando examinamos as diferenças entre os estados do Centro-Oeste, o Mato Grosso aparece como o caso mais sério - devido à limpeza das florestas, para a extração de madeira nas áreas ainda virgens na porção amazônica na Região norte do estado.
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e Ambientais
 O incremento na produção agropecuária nacional causada pelas frentes de agricultura comercial no Centro-Oeste não considerou os custos decorrentes da perda da quantidade e a qualidade destes recursos, em função da aplicação indiscriminada de técnicas de modernização agrícola baseadas em princípios da Revolução Verde: a monocultura com plantas híbridas e o elevado aporte de energia na forma de agrotóxicos, adubos e mecanização (Ferraz,1999).
 
 
	
	Na área do Centro-Oeste estão presentes os Ecossistemas Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica. Assim, podemos caracterizar toda a área como sendo de extrema importância ambiental, por abrigar ecossistemas que possuem numerosa diversidade biológica, grande disponibilidade de recursos hídricos e uma vegetação com alta capacidade de reter carbono. Este patrimônio natural tem sido alterado pela expansão agrícola.
Expansão Agropecuária
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e Ambientais
Expansão Agropecuária
 A agricultura moderna é uma das atividades econômicas que causam maiores impactos sobre recursos hídricos. No Brasil, 60% do consumo de água é destinado à irrigação; cerca de 40 % das emissões de detritos orgânicos são oriundos da atividade agropecuária, sem considerar as emissões de nitrogenados, fosfatados e resíduos de defensivos (Motta, 1996). Na região Centro-Oeste estes impactos são extremamente preocupantes, pois a região é rica em águas subterrâneas, que abastecem nascentes e dão origem a seis das oito maiores bacias hidrográficas brasileiras. 
	O Aquífero Guarani, maior depósito de água subterrânea da América Latina, tem na região Centro-Oeste a sua maior área em território brasileiro.
	Os maiores problemas para o aquífero decorrem da erosão em função do manejo inadequado de pastagens, que provoca o assoreamento de cursos d’água, e da substituição da pastagem por lavouras que exigem maior quantidade de insumos, o que pode vir a comprometer a qualidade da água.
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e Ambientais
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Preocupação ambiental
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e Ambientais
	Segundo o World Wildlife Fund, considerando os muitos e grandes projetos de infraestrutura agrícola e de transportes hoje em andamento, os dias do Cerrado estão contados. As projeções otimistas do WWF em 1995 eram de que em 2000, 45,4% do Cerrado estaria convertido para outros usos (WWF, 1995). O relatório mais recente do WWF afirma que 40% da vegetação original foram completamente eliminados pelas atividades agrícolas e pelas cidades, e outros 40% estão degradados, mas recuperáveis (WWF, 2001). 
	Recente reunião de trabalho promovido por iniciativa do Probio do Ministério do Meio-Ambiente, com base em metodologia desenvolvida pela Conservation International, concluiu que restam apenas três localidades com considerável extensão de terras relativamente conservadas. Segundo estudos do IBGE e do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), essas áreas representam 5% da extensão original do Cerrado. E o que é pior, 25% das áreas desmatadas não têm utilidade econômica hoje.
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As preocupações dos ambientalistas se volta a três questões principais:
	1. Diversidade biológica: o Cerrado é o berço de aproximadamente 420 espécies de árvores, 10.000 espécies diferentes de plantas e 800 espécies de pássaros; 40% das plantas arbóreas e 40% das abelhas são endêmicas. É a savana biologicamente mais diversificada do mundo, berço de pelo menos 5% da flora do planeta. O Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do planeta.
	2. Sequestro do carbono: embora ainda não tenha recebido muita atenção, a capacidade de armazenamento de carbono do Cerrado é imensa. Embora sem densas florestas, isso é compensado pela enorme extensão e pela vegetação com raízes profundas, formando uma “floresta subterrânea” que faz uma contribuição global significativa como absorvedor de carbono.
	3. Proteção de mananciais: A transformação de larga escala no uso do solo terá consequências continentais em termos de abastecimento e qualidade da água. Esse bioma também desempenha papel importante na sustentação da biodiversidade em geral, na medida em que sua rede de rios funciona como corredor para a fauna e para o intercâmbio genético.
Preocupação ambiental
Uso do Solo no Mato Grosso: Conseqüências Demográficas, Sociais 
e Ambientais
	
	O quadro que surge dessa análise causa preocupações tanto pela integridade ambiental quanto pelo bem estar social da população. O único ganho claro dos últimos trinta anos foi a impressionante produção de grãos, hoje parte fundamental da economia brasileira.
	
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	O grande risco das políticas “desenvolvementismo” é repetir antigos erros, que consistem em consumir recursos naturais ilimitadamente, criando um passivo ambiental que será percebido pelas gerações futuras em problemas como escassez de água, esgotamento do solo, perda de biodiversidade, entre outros impactos da agricultura intensiva.
Preocupação ambiental
	As tendências negativas não são, porém irreversíveis. O desafio que se coloca é como deter a degradação ambiental e simultaneamente criar empregos que promovam a sustentabilidade.
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e Ambientais
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Aumentar a produtividade de áreas já ocupadas através da intensificação; a expansão da fronteira será detida e a produtividade mais alta será capaz de gerar os recursos necessários para mitigar os prejuízos ambientais das práticas mais intensivas; 
Adoção de sistemas integrados agro-ambientais, combinando a agricultura familiar tradicional com a exploração sustentável da biodiversidade da Região. Oferece longa lista de possibilidades que podem servir para complementar os rendimentos dos produtores familiares; 
Articular iniciativas políticas governamentais relacionadas a diversos ecossistemas distintos da Região; incentivos fiscais que favoreçam a sustentabilidade; programas que apóiem a agricultura familiar; e medidas de proteção ambiental. A implantação bem sucedida do desenvolvimento sustentável requer a ação concertada de diversos ministérios e departamentos governamentais diferentes
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Recomendações específicas:
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e Ambientais
	Essas recomendações não são incompatíveis com os esforços de preservação promovidos por grupos ambientalistas. É particularmente importante a regularização da propriedade da terra. A situação caótica das certidões de propriedade da terra significa que em alguns estados há mais terra com títulos de propriedade que o território total; tentativas de monitorar e controlar a política ambiental requerem a identificação não ambígua de quem é dono do que. 
	Há apoio crescente a essas políticas, mas elas estão longe da unanimidade. 
Recomendações específicas:
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Giseli Ferreira
Rozane Moraes
 Gleiciane Ferreira Chaves 
Joana Dark 
Vania Claudia Fatima 
Alunas:
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e Ambientais
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Esta apresentação usa a seguinte tipografia: 
Títulos: Migração e Ambiente no Centro-Oeste
Cópia do corpo: Uso do Solo e Mudança de sua Cobertura no Centro-Oeste do Brasil Consequências Demográficas, Sociais e Ambientais
Daniel Joseph Hogan, José Marcos Pinto da Cunha e Roberto Luiz do Carmo 
Link: 
https://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/livros/migracao_centro/migracao_centro.pdf
Fundos ilustrados aqui: 
https://drive.google.com/file/d/1o22s-MVekIlxSb0Ldw_pcwMHDEnuUbT_/view?usp=sharing
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