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Incentivo Fiscal e Lei Kandir

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FACULDADE DE ECONOMIA
ECONOMIA DE MATO GROSSO
Taxação do Agronegócio – Lei Kandir
Desoneração Fiscal Industrial – PRODEIC
Resenha:
	O presenta trabalho trata da temática da desoneração e isenção fiscal sobre o imposto de ICMS, de competência dos estados. 
	O ICMS é um imposto sobre a circulação de mercadorias, de inteira responsabilidade do estados em conformidade com a legislação tributária. De início vale ressaltar que a aplicação das alíquotas incidentes sobre os fatos geradores devem estar regulamentadas pelo CONFAZ, onde toda política de desoneração ou isenção fiscal necessita de aprovação por unanimidade dos 27 estados. 
	A Lei Kandir, de 1996, é considerada como heterogêneo por não existir algo semelhante. É uma lei federal que incide sobre um imposto estadual, onde os estados produtores de commodities destinadas à exportação, não se incide a tributação do ICMS. A lei Kandir, impactou e impacta diretamente no desenvolvimento dos estados com uma política federal voltada para equilibrar a balança de pagamentos através da comercialização dos primários no comercio internacional. Tal política atende eficientemente ao equilíbrio da entrada e saída de dólar da balança de pagamento, o país por ser um grande importador de produtos acabados necessidade desse equilíbrio para ajustar o saldo da balança comercial. 
	Em contrapartida as isenções atribuídas a Lei Kandir, os estados exportadores de produtos primários são “compensados” com um montante destinando para cada estado denominado de Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações – FEX. 
“Os coeficientes de repartição do FEX para os Estados e Distrito Federal são definidos anualmente no âmbito do CONFAZ” [...] MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria do Tesouro Nacional – STN. (JULHO/2014)
Dentro as críticas que recaem sobre a Lei Kandir é a repartição destinada a cada estado, considerando que o valor para os estados não “compensam” os valores que os estados abrem mão da tributação. 
Tal critica esbarra sobre o impacto que a tributação teria sobre o volume comercializado dos produtos primários. O cálculo do valor que deveria ser arrecadado não leva em consideração se haveria o mesmo volume comercializado se houvesse a tributação de tais. 
Em suma pelo ponto de vista do desenvolvimento econômico, a Lei Kandir constitui pouco estimulo a agregação de valor a produção dos bens primários nos estados. Principalmente em Mato Grosso, pela característica do estado e as dificuldades logísticas. 
 Outro ponto que incide sobre a arrecadação direta dos estados são os programas de incentivos fiscais, onde os estados concedem desonerações totais ou parciais de setores chaves que entendem como necessário desenvolver. 
No estado de Mato Grosso, o programa mais amplo é o PRODEIC, regulamentado pela lei 7.958/2003 que disciplina sobre os programas de incentivo do estado. O PRODEIC atualmente contempla as empresas destinadas a indústria de transformação.
Estudos que corroboram a utilização de programas de incentivos são as diferenças regionais de cada estado, os custos de produção e transporte. Pautados em estudos do FMI, Effectiveness of Fiscal Incentives for R&D : Quasi-Experimental Evidence, de 2017, que conclui que países em desenvolvimento necessitam de incentivos para o seu crescimento e consolidação. Mas ressalta que tais incentivos devam ser dados a novas empresas e que estejam voltadas a área de pesquisa e inovação. A OECD, caminha pela mesma linha de pensamento através do estudo de 2016, Fiscal incentives for R&D and innovation in a diverse world. 
A FIEMT, apresentou no 2018 o estudo, O incentivo fiscal PRODEIC na economia mato-grossense, perspectiva custo-benefício, em que destaca a importa do incentivo para o estado, sendo o ponto principal a conclusão matemática de que para cada 1 R$ incentivado obteve-se um retorno de 1,25 R$, de acordo com o estudo. 
A grande crítica voltada para o programa está voltada para a má gestão do incentivo e do ônus tributário sobre a arrecadação que o estado abre mão. Dentro da crítica ao programa destaca os problemas relacionados aos casos de corrupção, onde se utilizou o programa para fins ilegais. 
Outro ponto, na mesma linha de raciocínio da Lei Kandir, recai sobre o impacto sobre os estados do valor que deveria ser arrecadado. Onde os custos na manutenção do programa superação os benefícios da arrecadação indireta através dos investimentos feitos pelas empresas beneficiadas. 
Em suma, a Lei Kandir, representa pouco estimulo ao processamento e agregação de valor aos produtos primários produzidos no país, principalmente em estados da região centro-oeste. Mas é inegável a sua importância para a balança comercial do país, o que se poderia fazer para amenizar o ônus dos estados seria a repartição e as compensações de forma mais célere para os estados. O estado de MT, utiliza-se do FETHABE, que destina um valor recolhido para o fundo, e posteriormente na aplicação do recursos no desenvolvimento de setores de transporte e habitação. Por ser destinado a um fundo os recursos não se caracterizam como vinculação de receita. 
Estado como o MT, é vital dentro da guerra fiscal que cada ente da federação está inserido. A atração de empresas é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de cada estado, as dificuldade de produção de cada estado devem ser levadas em consideração. Os programas de incentivo constituem uma forma de se buscar gerar novos postos de trabalho e melhorar a distribuição de renda dos estados. 
Em critica particular ao estudo do FMI, que destaca que os incentivos devam ser dados a apenas novas empresas, existem cadeias de produção que apresentam baixos retornos por unidade produzida, sendo a concessão de incentivo a somente novas empresas, provocaria distorções no mercado, já que existem limites de redução de custos e a realização de novos investimentos.

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