Buscar

A luta Pelo Direito

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

“Aquele que anda de rastos como verme nunca deverá queixar-se de que foi calcado aos pés” 
 Immanuel Kant. 
A Luta Pelo Direito: Rudolf Von Ihering 
Rick Lima
	
Rudolf Von Ihering foi um ilustre jurista alemão. Suas obras influenciaram a cultura jurídica em todo o mundo ocidental. Em sua obra, A luta Pelo direito, a qual iremos discorrer em analise, tivera como princípio a máxima do racionalismo de kant “não deixeis impunemente calcar o vosso direito aos pés de outrem”. Além do prefacio, o qual o autor já nos remete a refletir sobre a defraudação de direitos, expostas no Mercador de Veneza, de Shakespeare, Ihering divide a sua obra em dois momentos, ponderando sobre os respectivos temas: A luta pelo direito é um dever do interessado para consigo próprio e A defesa do direito é um dever para com a sociedade. 
No primeiro momento, Ihering postula que a paz é a finalidade do direito e a luta é o meio para alcançá-lo, sendo a violência um elemento intrínseco ao ato da luta, que fomentou todos os direitos conquistados pelo homem. O direito é em si uma força viva, representado simbolicamente pela imagem da justiça, que sustenta em uma mão a balança a qual pesa o direito e na outra a espada para se defender. A espada sem a balança é a força bruta e a balança sem a espada é a impotência do direito, ou seja, é o direito positivado sendo ignorado devido à falta coercibilidade para aplicação das normas. Entretanto, a espada não poderá agir ou recair sobre o justo sem que este seja pesado e receba o siso da balança da justiça. A luta pelo direito é de fato constante, sendo um dever de toda nação, uma vez que essa luta é compreendida como o trabalho do direito que condiz a necessidade prática quanto à importância moral: a luta é pelo direito assim como o trabalho é para a propriedade. Para o autor alemão, o direito se divide em duas vertentes semânticas: o sentido objetivo, que é o conjunto de princípios jurídicos aplicados pelo estado para ordem legal da vida (as normas), e o sentido subjetivo que é a transfusão da regra abstrata no direito concreto da pessoa interessada (direito individual). De um modo geral, o direito do estado concerne na luta incessante contra a anarquia que o ataca, não obstante, incumbe ao próprio estado a substituição das regras de direito para a manutenção da boa ordem. A modificação não pode ser obtida, senão com o sacrifício de um ataque muito sensível a direitos e a interesses privados existentes, irritando fortemente as diversas classes que a estes direitos se encontram vinculados. Por isso o autor afirma que a energia do amor com que um povo está preso ao seu direito e o defende, está na medida do trabalho e do esforço. A luta que exige o direito para desabrochar não é uma fatalidade, mas uma graça. A luta pelo direito subjetivo ou concreto é provocada quando o direito é lesado ou usurpado, resultando na luta em todas as esferas do direito: nas baixas regiões do direito privado, nas eminências do direito publico e do direito internacional, sempre motivadas por interesses conflitantes. Esta defesa pode se dá por meio de guerras, resistência de um direito violado, resistência de um povo em forma de tumulto, rebeliões, de revolução contra atos arbitrários e as violações da constituição por parte do poder público. Todavia, Não se luta somente pelo simples valor do objeto apenas, para evitar uma perda pecuniária, mas também pela sua honra, pelo próprio direito e pela sua pessoa. Quando algum individuo é lesado em seus direitos, deve perguntar-se se ele os sustentará, se resistirá ao seu adversário e por conseqüência lutará ou para escapar a luta, abandonará covardemente o seu direito. Qualquer que seja a decisão, ela implicará sempre num sacrifício: em um caso o direito sacrificado à paz e no outro é a paz sacrificada ao direito. Uma nação que se cala diante da violação do próprio direito sanciona de vez a sua própria condenação a morte. O direito é um dever do interessado para consigo próprio, porque é um preceito da própria conservação da moral.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais