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DIREITO DO TRABALHO II - 23 CASOS CONCRETOS RESPONDIDOS

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Rebecca Fonseca 
 
DIREITO DO TRABALHO II 
 
Caso Concreto 01 
CESPE (ADAPTADO À REFORMA TRABALHISTA) Considere a situação hipotética na qual um 
obreiro com vínculo laboral de dez meses percebeu o piso remuneratório legal. Referido obreiro 
tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo legal para tal jornada, e folga aos 
finais de semana. Acerca do exposto e de acordo com o que estabelece a Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue os itens subsecutivos. 
Independentemente da quantidade de horas laboradas na semana, o obreiro terá direito a trinta 
dias de férias após doze meses de labor. 
Conforme o artigo 58 – A da CLT no seu §7º, o trabalho do referido obreiro não ultrapassa as 30 
horas semanais e as férias do regime de tempo parcial são regidas pelo artigo 130 da CLT. 
Portanto, mesmo nos contratos de jornadas especiais são devidas as férias. 
Artigo 58 – A, §7º: “ Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não 
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, 
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de 
acréscimo de até seis horas suplementares semanais. §7º - As férias do regime de tempo parcial 
são regidas pelo disposto no art. 130 desta consolidação.” 
 
Caso Concreto 02 
(OAB XXII ? 2017 - ADAPTADO): Os irmãos Pedro e Júlio Cesar foram contratados como 
empregados pela sociedade empresária Arco Doce S/A e lá permaneceram por dois anos. Como 
foram aprovados em diferentes concursos públicos da administração direta, eles pediram 
demissão e, agora, com a possibilidade concedida pelo Governo, dirigiram-se à Caixa Econômica 
Federal (CEF) para sacar o FGTS. Na agência da CEF foram informados que só havia o depósito 
de FGTS de 1 ano, motivo por que procuraram o contador da Arco Doce para uma explicação. O 
contador informou que não havia o depósito porque, no último ano, Pedro afastara-se para 
prestar serviço militar obrigatório e Júlio Cesar afastara-se pelo INSS, recebendo auxílio-doença 
comum (código B-31). Diante desses fatos, responda se a sociedade empresária agiu 
corretamente . 
Rebecca Fonseca 
 
O contador da Arco Doce não agiu corretamente com o militar, pois de acordo com o artigo 473, 
VI da CLT o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário no 
período do serviço militar obrigatório, sendo feito o recolhimento do FGTS normalmente. 
Porém, já com o Júlio César, que o afastamento foi pelo fato do INSS, não é obrigado o 
recolhimento do FGTS. 
Artigo 473, VI, CLT: “O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do 
salário: VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar 
referidas na letra c do art. 65 da Lei n. 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).” 
Lei nº 8.036 de 11 de Maio de 1990 
Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. 
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até 
o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) 
por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na 
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que 
se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de 
agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015) Vigência 
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para 
prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 
9.711, de 1998) 
 
Caso Concreto 03 
(OAB XXI/ 2017 ? ADAPTADO): As irmãs Rita e Tereza trabalham para o mesmo empregador. 
Quando Rita engravida, Tereza, que não pode ter filhos naturais, resolve adotar uma criança. 
Assim, logo após o nascimento da filha de Rita, Tereza adota uma criança de 6 meses de idade. 
Considerando a situação hipotética e de acordo com as leis vigentes, responda: Rita e Tereza 
gozarão de estabilidade? 
Rita e Tereza terão direito da estabilidade. Rita enquadra-se no artigo 392 da CLT, em que dispõe 
sobre a empregada gestante e sua licença maternidade de 120 dias sem prejuízo do salário e do 
emprego. Tereza está protegida pelo artigo 392 –A da CLT, que terá sua licença maternidade nos 
termos do art. 392 desta consolidação. 
Rebecca Fonseca 
 
Artigo 392, CLT: “A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem 
prejuízo do emprego e do salário.” 
Artigo 392 – A, CLT: “À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de 
criança ou adolescente será concedida licença-maternidade os termos do art. 392 desta lei.” 
 
Caso Concreto 04 
(OAB XV/2014 - ADAPTADO): Rogéria, balconista na empresa Bolsas e Acessórios Divinos Ltda., 
candidatou-se em uma chapa para a direção do sindicato dos comerciários do seu Município, 
sendo eleita posteriormente. Contudo, o sindicato não comunicou o registro da candidatura, 
eleição e posse da empregada ao empregador. Durante o mandato de Rogéria, o empregador a 
dispensou sem justa causa e com cumprimento do aviso prévio. Rogéria, então, enviou um e-
mail para o empregador, dando-lhe ciência dos fatos, mediante prova documental. Apesar das 
provas, a empresa não aceitou suas razões e ratificou o desejo de romper o contrato de trabalho. 
Sobre o caso narrado, de acordo com a jurisprudência do TST, analise a questão e informe se a 
empresa Bolsas e Acessórios Ltda agiu corretamente. 
O empregador agiu de forma incorreta. A súmula 369, I do TST dispõe que é assegurada a 
estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, mesmo que a comunicação seja feita 
fora do tempo, sendo feita durante a vigência do contrato, será válida. Portanto, Rogéria te 
garantia no emprego, já que a comunicação, apesar de não ter sido feita no prazo legal, foi 
realizada na vigência do contrato de trabalho. 
Súmula 369, I do TST: “Dirigente sindical. Estabilidade provisória (redação do item I alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 14-9-2012) I – É assegurada a estabilidade provisória ao 
empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição 
e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, §5º da CLT, desde que a ciência ao 
empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.” 
 
Caso Concreto 05 
(TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO): O empregador Jorge, imotivadamente, 
manifestou desejo de romper o vínculo empregatício e conceder aviso prévio ao seu empregado 
Lauro, cuja remuneração é percebida quinzenalmente. Nessa situação hipotética, Lauro terá 
Rebecca Fonseca 
 
direito a optar pela redução do horário de trabalho em duas horas diárias ou a se ausentar do 
serviço por sete dias corridos, sem prejuízo do salário, durante o cumprimento do aviso prévio? 
Lauro terá a faculdade citada, pois no artigo 488 da CLT no seu parágrafo único dispõe a opção 
de facultar em trabalhar sem a redução de 2 horas ou por 7 dias sem prejuízo da remuneração. 
Artigo 488, CLT: “O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a 
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem 
prejuízo do salário integral. Parágrafo único: É facultado ao empregado trabalhar sem a redução 
das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem 
prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, 
na hipótesedo inciso II do art. 487 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 7.093, de 
25.4.1983).” 
 
Caso Concreto 06 
(TRT 15ª 2013 ? FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADO): Jussara, solteira, sem filhos, foi 
contratada pela empresa ?NUN Ltda.? para exercer as funções de secretária. Foi celebrado 
contrato de experiência pelo prazo de trinta dias e posteriormente prorrogado por mais 
sessenta dias. Ao término do prazo da referida prorrogação o contrato de experiência encerrou-
se, uma vez que a empresa não possuía mais interesse nos serviços prestados por Jussara. 
Jussara questiona o representante da empresa NUN Ltda sobre a validade da prorrogação do 
contrato de experiência, pois havia sido informada que a prorrogação do contrato de 
experiência deve ser por igual período e como tal regra não havia sido respeitada, o contrato de 
experiência de Jussara passou a ser por prazo indeterminado. Você na qualidade de advogado 
deverá analisar se os representantes da empresa NUN Ltda agiram corretamente ao 
prorrogarem o contrato de trabalho de Jussara por um período diferente do inicial. 
A empresa fez a prorrogação corretamente no que dispõe o artigo 451 da CLT, o contrato 
passará a vigorar sem determinação de prazo. No mais o contrato de experiência se tornaria 
inválido se ultrapassasse os 90 dias do artigo 445, § único. 
Artigo 451, CLT: “O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, 
for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.” 
Rebecca Fonseca 
 
Artigo 445, CLT: “O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por 
mais de 2 anos, observada regra do artigo 451. Parágrafo único: O contrato de experiência não 
poderá exceder de 90 dias.” 
 
Caso Concreto 07 
(TST 2012 ? FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADO): A empresa farmacêutica ?W? possui 
regulamento interno determinando os procedimentos que devem e não devem ser praticados 
pelos seus empregados no ambiente de trabalho. Neste regulamento interno consta a proibição 
de utilizar roupas escuras no ambiente de trabalho, em razão da higiene necessária para o ramo 
de atividade. Assim, os seus empregados devem utilizar uniformes brancos. Vânia, empregada 
da referida empresa, descumpriu o referido regulamento comparecendo ao serviço com calça 
preta e blusa marrom sob o referido uniforme, porém aparente. Devidamente advertida, Vânia 
voltou a comparecer ao serviço com calça preta, também aparente. Devidamente suspensa, 
Vânia compareceu ao serviço com uma blusa vermelha sob o uniforme, porém, visível. Neste 
caso, Vânia poderá ser dispensada por justa causa, em razão da prática de conduta 
configuradora de qual falta grave? 
As atitudes de Vânia caracterizam o descumprimento de uma regra geral da empresa, em que 
se enquadra o artigo 482, alínea H da CLT. Um ato de indisciplina poderá implicar na rescisão 
por justa causa do contrato de trabalho. 
Artigo 482, H, CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: H – ato de indisciplina ou de insubordinação;” 
 
 
 
 
 
 
 
Rebecca Fonseca 
 
 
Caso Concreto 08 
(TRT 16ª 2014 - FCC/Cargo: Analista Judiciário - ADAPTADA) Mário, empregado da empresa Z 
Ltda. completou quarenta anos e resolveu comemorar seu aniversário no refeitório da empresa, 
durante seu intervalo intrajornada, tendo em vista a autorização expressa de seu empregador. 
Durante a comemoração, Mario embriagou-se, tendo retornado ao serviço totalmente 
alcoolizado, uma vez que consumiu bebida alcoólica, causando diversos problemas dentro do 
estabelecimento em razão do seu estado de embriaguez. Neste caso, de acordo com a 
Consolidação das Leis do Trabalho, a empresa Z Ltda poderá dispensar Mário por justa causa? 
A empresa poderá dispensar Mário por justa causa, pois a embriaguez é caracterizada como 
causa de dispensa por justa causa, vide artigo 482, alínea f, CLT. 
Artigo 482, F, CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: F – embriaguez habitual ou em serviço.” 
 
Caso Concreto 09 
Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista nº XX, distribuída 
para a 99ª VT de Belém/PA, ajuizada pela ex-funcionária Paula, que dentre outras coisas, 
pleiteou o pagamento da multa prevista no Art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em 
06/02/2017, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias e efetuou a 
homologação da dispensa em 16/02/2017, um dia após o prazo, segundo sua alegação. Assiste 
razão à reclamante? 
Não assiste razão da parte reclamante, porque no que é disposto no artigo 477, §6º da CLT, há 
um emprego de 10 dias contados a partir do término do contrato. 
Artigo 477, CLT: “Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à 
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos 
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecida 
neste artigo. §6º - a entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da 
extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do 
instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a 
partir do término do contrato.” 
Rebecca Fonseca 
 
 
 
Caso concreto 10 
(OAB XX ? 2016 - ADAPTADO): João pretende se aposentar e, para tal fim, dirigiu-se ao órgão 
previdenciário. Lá ficou sabendo que o seu tempo de contribuição ainda não era suficiente para 
a aposentadoria, necessitando computar, ainda, 18 meses de contribuição. Ocorre que João, 25 
anos antes, trabalhou, por dois anos, como empregado em empresa, mas não teve sua CTPS 
assinada. De acordo com a CLT, seria possível que João postulasse em juízo a declaração de 
vínculo empregatício para conquistar a aposentadoria? 
Não haverá prescrição, pois a demanda tem por objeto anotações para fins de prova junto à 
previdência social. Ações de natureza meramente declaratórias não se sujeitam à prescrição, 
caso específico da comprovação de vínculo trabalhista pretérito junto ao INSS, art. 11, §1º da 
CLT, não se aplica às ações que tenha por objeto anotações para fins de prova junto à 
Previdência Social. 
Artigo 11, §1º CLT: “A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho 
prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após 
a extinção do contrato de trabalho. §1º - O disposto neste artigo não se aplica às ações que 
tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.” 
 
Caso Concreto 11 
(OAB XIX/2016 - ADAPTADO): Você, advogado, foi procurado por Maria. Esta relatou que era 
funcionária de uma sociedade empresária e seu empregador lhe disse que ela estava cotada 
para uma promoção, mas para tanto deveria entregar um laudo comprovando que não estava 
grávida. O empregador ainda afirmou que se soubesse, por meio de laudo médico, que ela havia 
feito algum procedimento que a impedisse de ter filhos, teria a certeza de que Maria estaria 
plenamente dedicada à sociedade empresária, o que seria muito favorável a sua carreira. Maria 
terminou o relato que fez a você, informando que se negou a entregar tal laudo e acabou sendo 
demitida no mês seguinte. Você sabe que o Brasil é signatário da Convenção sobre a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Como a conduta praticada pelo 
empregador de Maria pode ser caracterizada? 
Rebecca Fonseca 
 
É uma violação à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
mulher. Conforme o artigo 373, A, II da CLT que veda este tipo de condição para a não promoçãode cargo, podendo ela ser admitida novamente, se desejar. 
Artigo 373 - A, II da CLT: “Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções 
que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas 
nos acordos trabalhistas, é vedado: II – recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do 
trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a 
natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível.” 
 
Caso Concreto 12 
(ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010): Para os fins de aplicação da Norma Regulamentadora 
06, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo dispositivo ou produto, de uso 
individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde do trabalhador. Indique 3 deveres do empregador. 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente o Equipamento de Proteção 
Individual em perfeito estado de conservação e funcionamento. 
1. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. 
2. Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado. 
3. Exigir seu uso. 
 
Caso Concreto 13 
(OAB XXIV/2017 - ADAPTADO): Uma instituição bancária construiu uma escola para que os filhos 
dos seus empregados pudessem estudar. A escola tem a infraestrutura necessária, e o banco 
contratou as professoras que irão dar as aulas nos primeiros anos do Ensino Fundamental. 
Pergunta-se: As professoras contratadas estarão vinculadas ao Sindicato dos Bancários? 
As professoras não estão vinculadas, porque integram categorias diferenciadas do banco. Sua 
categoria é formada por empregados com função ou profissão diferenciadas por força do 
estatuto profissional, especial ou em consequência de condições de vida singular, conforme 
exposto no artigo 511 §3º da consolidação. 
Rebecca Fonseca 
 
Artigo 511, CLT: “É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus 
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, 
agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a 
mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
§3º - Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam 
profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em 
consequência de condições de vida singulares. (Vide Lei nº 12.998, de 2014).” 
 
Caso Concreto 14 
A greve dos bancários teve a duração de 15 dias. Foi considerada legal, já que não houve 
abusividade, pois o serviço de compensação durante todo o período de greve foi mantido. Ao 
firmarem as cláusulas da convenção coletiva, ficou estabelecida a porcentagem do reajuste, bem 
como a forma de pagamento do mesmo. Entretanto, nada ficou acordado acerca do pagamento 
dos dias parados. Os bancários retornaram ao serviço, mas o pagamento dos dias de paralisação 
não foi efetuado. Tendo por base o caso acima, a Lei de Greve, os ditames constitucionais, a 
suspensão e a interrupção do contrato de trabalho e o entendimento jurisprudencial, responda 
justificadamente: 
a) Os bancários fazem jus ao pagamento dos dias paralisados? 
Fazem jus ao pagamento porque a greve foi considerada legal e o serviço de 
compensação foi mantida no período que a greve durou. 
b) Caso houvesse na convenção coletiva, cláusula assecuratória do pagamento dos dias 
paralisados, os bancários poderiam sofrer o desconto dos respectivos dias em seu 
pagamento? 
Haverá pagamento nas hipóteses do artigo 7º da lei 7.783/89, embora que traga a ideia 
da suspensão do contrato de trabalho durante a greve, por outro lado, estabelece que 
as relações obrigacionais serão regidas pelo acordo, convenção ou decisão judicial, 
assim ficou estabelecido que o pagamento dos dias paralisados seriam mantidos, 
implica dizer que o que ocorreu foi a interrupção no contrato laboral não podendo ser 
efetuado o desconto dos respectivos dias. Mas poderão ser recuperados com jornadas 
complementares. 
Rebecca Fonseca 
 
Artigo 7º: “Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve 
suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, 
ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. 
Parágrafo único: É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como 
a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses 
previstas nos arts. 9º e 14.” 
 
Caso Concreto 15 
Durante determinada greve uma empresa constata que o estoque de produtos está 
prestes a terminar, trazendo-lhe prejuízos. O dono tentou conversar com os grevistas 
para que fosse mantida uma equipe que pudesse produzir, para que a paralisação não 
causasse prejuízos irreparáveis. Diante da negativa dos grevistas, o dono da empresa 
despediu os trabalhadores grevistas e admitiu substitutos. Pergunta-se: Agiu 
corretamente o dono da empresa? 
O empregador agiu corretamente, pois feriram o que dispõe o artigo 9 no seu parágrafo 
único da lei 7.783/89, não mantiveram a produção para evitar prejuízos irreparáveis na 
empresa. 
Artigo 9º da lei de Greve: “Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, 
mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá 
em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja 
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, 
máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada 
das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único: Não 
havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de 
contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.” 
 
Caso Concreto 16 
Clodoaldo, empregado da empresa VV há cinco anos, forneceu informação falsa quanto 
às suas necessidades de deslocamento de sua residência para o seu local de trabalho, 
visando receber maiores vantagens a título de vale transporte. Ao descobrir tal fato o 
sócio da empresa procura você, na qualidade de advogado, buscando orientações 
quanto a possibilidade de dispensa de Clodoaldo. Pergunta-se: Clodoaldo poderá ser 
dispensado por justa causa? 
Rebecca Fonseca 
 
Clodoaldo poderá ser dispensado por justa causa, pois enquadra-se no artigo 482, alínea 
A da CLT. Agiu com improbidade. 
Artigo 482, a da CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: a – ato de improbidade.” 
 
Caso Concreto 17 
Mario é empregado da Sociedade Empresária ABC Ltda. e foi indicado por seu 
empregador para compor a CIPA no cargo de Presidente. Três meses após a indicação, 
Mário foi demitido sem justa causa. Inconformado, aduziu que possui estabilidade como 
membro do CIPA e que a demissão imotivada não é possível. Analisando a legislação em 
vigor, esclareça se Mario possui ou não estabilidade no emprego. 
Conforme jurisprudência, Mario por ser apenas indicado pelo empregador, não tem 
estabilidade, garantia de emprego. Pois a norma previste no artigo 10, II, alínea “a” da 
CF visa proteger o empregado eleito e o representante dos empregados. 
Artigo 10, CF: “Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, 
da Constituição : II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do 
empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de 
acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;” 
 
Caso Concreto 18 
Joana foi admitida em 01/02/2018e demitida sem justa causa em 01/06/2018, sendo 
este seu último dia trabalhado. Vale ressaltar que até a presente data não recebeu 
nenhuma verba trabalhista. Analise a situação concreta e responda quais as verbas 
trabalhistas que Joana faz Jus. 
Joana faz jus ao salário proporcional aos dias trabalhados, aviso prévio que deve ser 
pago, as férias vencidas e mais 1/3 deste total, se não houver tem que ser pago o 
proporcional, o 13º e o FGTS com a multa de 40% e por fim o seguro desemprego. 
 
Caso Concreto 19 
Marcos Vinícius foi contratado pelo Banco Alfa S/A na função de vigilante em 
01/10/2015. Em 13/08/2016 Marcos faltou ao serviço injustificadamente, tendo sido 
advertido por escrito. Marcos Vinícius já havia faltado outras vezes, sem qualquer 
justificativa tendo sido advertidos em todas as ocasiões. No dia 16/01/2017, Marcos 
Rebecca Fonseca 
 
Vinícius voltou a faltar sem justificativa, desta vez punido com 3 dias de suspensão. Ao 
retornar da suspensão o Banco Alfa S/A resolveu dispensar Marcos Vinícius por justa 
causa. Diante do caso apresentado, responda justificadamente: O Banco Alfa S/A agiu 
corretamente ao dispensar Marcos Vinícius por justa causa? Justifique. 
O Banco não agiu corretamente, porque não respeitou o princípio non bis idem, que 
veda mais de uma punição ao empregado, devendo o empregador aplicar somente uma 
para a mesma falta. 
 
Caso Concreto 20 
O empregador é obrigado a depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta bancária 
vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mês 
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os 
arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090/62, com as 
modificações da Lei 4.749/65. Analisando a legislação em vigor, esclareça se esta 
assertiva está correta. 
No que versa sobe o FGTS, esta assertiva está correta. 
 
Caso Concreto 21 
O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de 
cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação 
de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. 
De acordo com a legislação competente, bem como com atendimento sumulado do TST, 
está correta a assertiva acima? 
 A assertiva está correta . 
 
Caso Concreto 22 
Tales, empregado da Empresa Bom Garfo, falsificou atestado médico para justificar suas 
faltas e consequentemente não ter desconto em sua remuneração. Neste caso, Tales 
cometeu falta grave passível de demissão por justa causa, uma vez que praticou ato de 
desídia. No caso apresentado, a tipificação pelo empregador (desídia) foi correta? 
Justifique sua resposta. 
O empregador agiu incorretamente, pois trata-se de ato de improbidade, conforme 
artigo 482, alínea A da CLT. 
Rebecca Fonseca 
 
Artigo 482, a da CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: a – ato de improbidade.” 
 
Caso Concreto 23 
A lei 8.036/90, disciplina o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Seu artigo 
20 disciplina as hipóteses em que o trabalhador poderá movimentar sua conta vinculada 
no FGTS. A denominada reforma trabalhista (Lei 13.467/17), criou a hipótese de 
extinção consensual do contrato de trabalho. Nesta nova modalidade, o trabalhador 
poderá movimentar ilimitadamente sua conta vinculada no FGTS? Justifique 
juridicamente sua resposta. 
Nesta nova modalidade o trabalhador pode movimentar até 80% do valor do seu FGTS, 
bem como 20% de multa. Portanto, o trabalhador não poderá movimentar sua conta de 
forma ilimitada.

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