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Rebecca Fonseca DIREITO DO TRABALHO II Caso Concreto 01 CESPE (ADAPTADO À REFORMA TRABALHISTA) Considere a situação hipotética na qual um obreiro com vínculo laboral de dez meses percebeu o piso remuneratório legal. Referido obreiro tinha jornada semanal de vinte e uma horas, com intervalo legal para tal jornada, e folga aos finais de semana. Acerca do exposto e de acordo com o que estabelece a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), julgue os itens subsecutivos. Independentemente da quantidade de horas laboradas na semana, o obreiro terá direito a trinta dias de férias após doze meses de labor. Conforme o artigo 58 – A da CLT no seu §7º, o trabalho do referido obreiro não ultrapassa as 30 horas semanais e as férias do regime de tempo parcial são regidas pelo artigo 130 da CLT. Portanto, mesmo nos contratos de jornadas especiais são devidas as férias. Artigo 58 – A, §7º: “ Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. §7º - As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta consolidação.” Caso Concreto 02 (OAB XXII ? 2017 - ADAPTADO): Os irmãos Pedro e Júlio Cesar foram contratados como empregados pela sociedade empresária Arco Doce S/A e lá permaneceram por dois anos. Como foram aprovados em diferentes concursos públicos da administração direta, eles pediram demissão e, agora, com a possibilidade concedida pelo Governo, dirigiram-se à Caixa Econômica Federal (CEF) para sacar o FGTS. Na agência da CEF foram informados que só havia o depósito de FGTS de 1 ano, motivo por que procuraram o contador da Arco Doce para uma explicação. O contador informou que não havia o depósito porque, no último ano, Pedro afastara-se para prestar serviço militar obrigatório e Júlio Cesar afastara-se pelo INSS, recebendo auxílio-doença comum (código B-31). Diante desses fatos, responda se a sociedade empresária agiu corretamente . Rebecca Fonseca O contador da Arco Doce não agiu corretamente com o militar, pois de acordo com o artigo 473, VI da CLT o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário no período do serviço militar obrigatório, sendo feito o recolhimento do FGTS normalmente. Porém, já com o Júlio César, que o afastamento foi pelo fato do INSS, não é obrigado o recolhimento do FGTS. Artigo 473, VI, CLT: “O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei n. 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).” Lei nº 8.036 de 11 de Maio de 1990 Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. (Vide Lei nº 13.189, de 2015) Vigência § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) Caso Concreto 03 (OAB XXI/ 2017 ? ADAPTADO): As irmãs Rita e Tereza trabalham para o mesmo empregador. Quando Rita engravida, Tereza, que não pode ter filhos naturais, resolve adotar uma criança. Assim, logo após o nascimento da filha de Rita, Tereza adota uma criança de 6 meses de idade. Considerando a situação hipotética e de acordo com as leis vigentes, responda: Rita e Tereza gozarão de estabilidade? Rita e Tereza terão direito da estabilidade. Rita enquadra-se no artigo 392 da CLT, em que dispõe sobre a empregada gestante e sua licença maternidade de 120 dias sem prejuízo do salário e do emprego. Tereza está protegida pelo artigo 392 –A da CLT, que terá sua licença maternidade nos termos do art. 392 desta consolidação. Rebecca Fonseca Artigo 392, CLT: “A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário.” Artigo 392 – A, CLT: “À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será concedida licença-maternidade os termos do art. 392 desta lei.” Caso Concreto 04 (OAB XV/2014 - ADAPTADO): Rogéria, balconista na empresa Bolsas e Acessórios Divinos Ltda., candidatou-se em uma chapa para a direção do sindicato dos comerciários do seu Município, sendo eleita posteriormente. Contudo, o sindicato não comunicou o registro da candidatura, eleição e posse da empregada ao empregador. Durante o mandato de Rogéria, o empregador a dispensou sem justa causa e com cumprimento do aviso prévio. Rogéria, então, enviou um e- mail para o empregador, dando-lhe ciência dos fatos, mediante prova documental. Apesar das provas, a empresa não aceitou suas razões e ratificou o desejo de romper o contrato de trabalho. Sobre o caso narrado, de acordo com a jurisprudência do TST, analise a questão e informe se a empresa Bolsas e Acessórios Ltda agiu corretamente. O empregador agiu de forma incorreta. A súmula 369, I do TST dispõe que é assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, mesmo que a comunicação seja feita fora do tempo, sendo feita durante a vigência do contrato, será válida. Portanto, Rogéria te garantia no emprego, já que a comunicação, apesar de não ter sido feita no prazo legal, foi realizada na vigência do contrato de trabalho. Súmula 369, I do TST: “Dirigente sindical. Estabilidade provisória (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14-9-2012) I – É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, §5º da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.” Caso Concreto 05 (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO): O empregador Jorge, imotivadamente, manifestou desejo de romper o vínculo empregatício e conceder aviso prévio ao seu empregado Lauro, cuja remuneração é percebida quinzenalmente. Nessa situação hipotética, Lauro terá Rebecca Fonseca direito a optar pela redução do horário de trabalho em duas horas diárias ou a se ausentar do serviço por sete dias corridos, sem prejuízo do salário, durante o cumprimento do aviso prévio? Lauro terá a faculdade citada, pois no artigo 488 da CLT no seu parágrafo único dispõe a opção de facultar em trabalhar sem a redução de 2 horas ou por 7 dias sem prejuízo da remuneração. Artigo 488, CLT: “O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral. Parágrafo único: É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótesedo inciso II do art. 487 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 7.093, de 25.4.1983).” Caso Concreto 06 (TRT 15ª 2013 ? FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADO): Jussara, solteira, sem filhos, foi contratada pela empresa ?NUN Ltda.? para exercer as funções de secretária. Foi celebrado contrato de experiência pelo prazo de trinta dias e posteriormente prorrogado por mais sessenta dias. Ao término do prazo da referida prorrogação o contrato de experiência encerrou- se, uma vez que a empresa não possuía mais interesse nos serviços prestados por Jussara. Jussara questiona o representante da empresa NUN Ltda sobre a validade da prorrogação do contrato de experiência, pois havia sido informada que a prorrogação do contrato de experiência deve ser por igual período e como tal regra não havia sido respeitada, o contrato de experiência de Jussara passou a ser por prazo indeterminado. Você na qualidade de advogado deverá analisar se os representantes da empresa NUN Ltda agiram corretamente ao prorrogarem o contrato de trabalho de Jussara por um período diferente do inicial. A empresa fez a prorrogação corretamente no que dispõe o artigo 451 da CLT, o contrato passará a vigorar sem determinação de prazo. No mais o contrato de experiência se tornaria inválido se ultrapassasse os 90 dias do artigo 445, § único. Artigo 451, CLT: “O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.” Rebecca Fonseca Artigo 445, CLT: “O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 anos, observada regra do artigo 451. Parágrafo único: O contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias.” Caso Concreto 07 (TST 2012 ? FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADAPTADO): A empresa farmacêutica ?W? possui regulamento interno determinando os procedimentos que devem e não devem ser praticados pelos seus empregados no ambiente de trabalho. Neste regulamento interno consta a proibição de utilizar roupas escuras no ambiente de trabalho, em razão da higiene necessária para o ramo de atividade. Assim, os seus empregados devem utilizar uniformes brancos. Vânia, empregada da referida empresa, descumpriu o referido regulamento comparecendo ao serviço com calça preta e blusa marrom sob o referido uniforme, porém aparente. Devidamente advertida, Vânia voltou a comparecer ao serviço com calça preta, também aparente. Devidamente suspensa, Vânia compareceu ao serviço com uma blusa vermelha sob o uniforme, porém, visível. Neste caso, Vânia poderá ser dispensada por justa causa, em razão da prática de conduta configuradora de qual falta grave? As atitudes de Vânia caracterizam o descumprimento de uma regra geral da empresa, em que se enquadra o artigo 482, alínea H da CLT. Um ato de indisciplina poderá implicar na rescisão por justa causa do contrato de trabalho. Artigo 482, H, CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: H – ato de indisciplina ou de insubordinação;” Rebecca Fonseca Caso Concreto 08 (TRT 16ª 2014 - FCC/Cargo: Analista Judiciário - ADAPTADA) Mário, empregado da empresa Z Ltda. completou quarenta anos e resolveu comemorar seu aniversário no refeitório da empresa, durante seu intervalo intrajornada, tendo em vista a autorização expressa de seu empregador. Durante a comemoração, Mario embriagou-se, tendo retornado ao serviço totalmente alcoolizado, uma vez que consumiu bebida alcoólica, causando diversos problemas dentro do estabelecimento em razão do seu estado de embriaguez. Neste caso, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, a empresa Z Ltda poderá dispensar Mário por justa causa? A empresa poderá dispensar Mário por justa causa, pois a embriaguez é caracterizada como causa de dispensa por justa causa, vide artigo 482, alínea f, CLT. Artigo 482, F, CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: F – embriaguez habitual ou em serviço.” Caso Concreto 09 Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista nº XX, distribuída para a 99ª VT de Belém/PA, ajuizada pela ex-funcionária Paula, que dentre outras coisas, pleiteou o pagamento da multa prevista no Art. 477 da CLT, pois foi notificada da dispensa em 06/02/2017, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas rescisórias e efetuou a homologação da dispensa em 16/02/2017, um dia após o prazo, segundo sua alegação. Assiste razão à reclamante? Não assiste razão da parte reclamante, porque no que é disposto no artigo 477, §6º da CLT, há um emprego de 10 dias contados a partir do término do contrato. Artigo 477, CLT: “Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecida neste artigo. §6º - a entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.” Rebecca Fonseca Caso concreto 10 (OAB XX ? 2016 - ADAPTADO): João pretende se aposentar e, para tal fim, dirigiu-se ao órgão previdenciário. Lá ficou sabendo que o seu tempo de contribuição ainda não era suficiente para a aposentadoria, necessitando computar, ainda, 18 meses de contribuição. Ocorre que João, 25 anos antes, trabalhou, por dois anos, como empregado em empresa, mas não teve sua CTPS assinada. De acordo com a CLT, seria possível que João postulasse em juízo a declaração de vínculo empregatício para conquistar a aposentadoria? Não haverá prescrição, pois a demanda tem por objeto anotações para fins de prova junto à previdência social. Ações de natureza meramente declaratórias não se sujeitam à prescrição, caso específico da comprovação de vínculo trabalhista pretérito junto ao INSS, art. 11, §1º da CLT, não se aplica às ações que tenha por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. Artigo 11, §1º CLT: “A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. §1º - O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.” Caso Concreto 11 (OAB XIX/2016 - ADAPTADO): Você, advogado, foi procurado por Maria. Esta relatou que era funcionária de uma sociedade empresária e seu empregador lhe disse que ela estava cotada para uma promoção, mas para tanto deveria entregar um laudo comprovando que não estava grávida. O empregador ainda afirmou que se soubesse, por meio de laudo médico, que ela havia feito algum procedimento que a impedisse de ter filhos, teria a certeza de que Maria estaria plenamente dedicada à sociedade empresária, o que seria muito favorável a sua carreira. Maria terminou o relato que fez a você, informando que se negou a entregar tal laudo e acabou sendo demitida no mês seguinte. Você sabe que o Brasil é signatário da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Como a conduta praticada pelo empregador de Maria pode ser caracterizada? Rebecca Fonseca É uma violação à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a mulher. Conforme o artigo 373, A, II da CLT que veda este tipo de condição para a não promoçãode cargo, podendo ela ser admitida novamente, se desejar. Artigo 373 - A, II da CLT: “Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: II – recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível.” Caso Concreto 12 (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010): Para os fins de aplicação da Norma Regulamentadora 06, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador. Indique 3 deveres do empregador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente o Equipamento de Proteção Individual em perfeito estado de conservação e funcionamento. 1. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. 2. Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado. 3. Exigir seu uso. Caso Concreto 13 (OAB XXIV/2017 - ADAPTADO): Uma instituição bancária construiu uma escola para que os filhos dos seus empregados pudessem estudar. A escola tem a infraestrutura necessária, e o banco contratou as professoras que irão dar as aulas nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Pergunta-se: As professoras contratadas estarão vinculadas ao Sindicato dos Bancários? As professoras não estão vinculadas, porque integram categorias diferenciadas do banco. Sua categoria é formada por empregados com função ou profissão diferenciadas por força do estatuto profissional, especial ou em consequência de condições de vida singular, conforme exposto no artigo 511 §3º da consolidação. Rebecca Fonseca Artigo 511, CLT: “É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. §3º - Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. (Vide Lei nº 12.998, de 2014).” Caso Concreto 14 A greve dos bancários teve a duração de 15 dias. Foi considerada legal, já que não houve abusividade, pois o serviço de compensação durante todo o período de greve foi mantido. Ao firmarem as cláusulas da convenção coletiva, ficou estabelecida a porcentagem do reajuste, bem como a forma de pagamento do mesmo. Entretanto, nada ficou acordado acerca do pagamento dos dias parados. Os bancários retornaram ao serviço, mas o pagamento dos dias de paralisação não foi efetuado. Tendo por base o caso acima, a Lei de Greve, os ditames constitucionais, a suspensão e a interrupção do contrato de trabalho e o entendimento jurisprudencial, responda justificadamente: a) Os bancários fazem jus ao pagamento dos dias paralisados? Fazem jus ao pagamento porque a greve foi considerada legal e o serviço de compensação foi mantida no período que a greve durou. b) Caso houvesse na convenção coletiva, cláusula assecuratória do pagamento dos dias paralisados, os bancários poderiam sofrer o desconto dos respectivos dias em seu pagamento? Haverá pagamento nas hipóteses do artigo 7º da lei 7.783/89, embora que traga a ideia da suspensão do contrato de trabalho durante a greve, por outro lado, estabelece que as relações obrigacionais serão regidas pelo acordo, convenção ou decisão judicial, assim ficou estabelecido que o pagamento dos dias paralisados seriam mantidos, implica dizer que o que ocorreu foi a interrupção no contrato laboral não podendo ser efetuado o desconto dos respectivos dias. Mas poderão ser recuperados com jornadas complementares. Rebecca Fonseca Artigo 7º: “Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Parágrafo único: É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.” Caso Concreto 15 Durante determinada greve uma empresa constata que o estoque de produtos está prestes a terminar, trazendo-lhe prejuízos. O dono tentou conversar com os grevistas para que fosse mantida uma equipe que pudesse produzir, para que a paralisação não causasse prejuízos irreparáveis. Diante da negativa dos grevistas, o dono da empresa despediu os trabalhadores grevistas e admitiu substitutos. Pergunta-se: Agiu corretamente o dono da empresa? O empregador agiu corretamente, pois feriram o que dispõe o artigo 9 no seu parágrafo único da lei 7.783/89, não mantiveram a produção para evitar prejuízos irreparáveis na empresa. Artigo 9º da lei de Greve: “Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. Parágrafo único: Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.” Caso Concreto 16 Clodoaldo, empregado da empresa VV há cinco anos, forneceu informação falsa quanto às suas necessidades de deslocamento de sua residência para o seu local de trabalho, visando receber maiores vantagens a título de vale transporte. Ao descobrir tal fato o sócio da empresa procura você, na qualidade de advogado, buscando orientações quanto a possibilidade de dispensa de Clodoaldo. Pergunta-se: Clodoaldo poderá ser dispensado por justa causa? Rebecca Fonseca Clodoaldo poderá ser dispensado por justa causa, pois enquadra-se no artigo 482, alínea A da CLT. Agiu com improbidade. Artigo 482, a da CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a – ato de improbidade.” Caso Concreto 17 Mario é empregado da Sociedade Empresária ABC Ltda. e foi indicado por seu empregador para compor a CIPA no cargo de Presidente. Três meses após a indicação, Mário foi demitido sem justa causa. Inconformado, aduziu que possui estabilidade como membro do CIPA e que a demissão imotivada não é possível. Analisando a legislação em vigor, esclareça se Mario possui ou não estabilidade no emprego. Conforme jurisprudência, Mario por ser apenas indicado pelo empregador, não tem estabilidade, garantia de emprego. Pois a norma previste no artigo 10, II, alínea “a” da CF visa proteger o empregado eleito e o representante dos empregados. Artigo 10, CF: “Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição : II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;” Caso Concreto 18 Joana foi admitida em 01/02/2018e demitida sem justa causa em 01/06/2018, sendo este seu último dia trabalhado. Vale ressaltar que até a presente data não recebeu nenhuma verba trabalhista. Analise a situação concreta e responda quais as verbas trabalhistas que Joana faz Jus. Joana faz jus ao salário proporcional aos dias trabalhados, aviso prévio que deve ser pago, as férias vencidas e mais 1/3 deste total, se não houver tem que ser pago o proporcional, o 13º e o FGTS com a multa de 40% e por fim o seguro desemprego. Caso Concreto 19 Marcos Vinícius foi contratado pelo Banco Alfa S/A na função de vigilante em 01/10/2015. Em 13/08/2016 Marcos faltou ao serviço injustificadamente, tendo sido advertido por escrito. Marcos Vinícius já havia faltado outras vezes, sem qualquer justificativa tendo sido advertidos em todas as ocasiões. No dia 16/01/2017, Marcos Rebecca Fonseca Vinícius voltou a faltar sem justificativa, desta vez punido com 3 dias de suspensão. Ao retornar da suspensão o Banco Alfa S/A resolveu dispensar Marcos Vinícius por justa causa. Diante do caso apresentado, responda justificadamente: O Banco Alfa S/A agiu corretamente ao dispensar Marcos Vinícius por justa causa? Justifique. O Banco não agiu corretamente, porque não respeitou o princípio non bis idem, que veda mais de uma punição ao empregado, devendo o empregador aplicar somente uma para a mesma falta. Caso Concreto 20 O empregador é obrigado a depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090/62, com as modificações da Lei 4.749/65. Analisando a legislação em vigor, esclareça se esta assertiva está correta. No que versa sobe o FGTS, esta assertiva está correta. Caso Concreto 21 O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. De acordo com a legislação competente, bem como com atendimento sumulado do TST, está correta a assertiva acima? A assertiva está correta . Caso Concreto 22 Tales, empregado da Empresa Bom Garfo, falsificou atestado médico para justificar suas faltas e consequentemente não ter desconto em sua remuneração. Neste caso, Tales cometeu falta grave passível de demissão por justa causa, uma vez que praticou ato de desídia. No caso apresentado, a tipificação pelo empregador (desídia) foi correta? Justifique sua resposta. O empregador agiu incorretamente, pois trata-se de ato de improbidade, conforme artigo 482, alínea A da CLT. Rebecca Fonseca Artigo 482, a da CLT: “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a – ato de improbidade.” Caso Concreto 23 A lei 8.036/90, disciplina o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Seu artigo 20 disciplina as hipóteses em que o trabalhador poderá movimentar sua conta vinculada no FGTS. A denominada reforma trabalhista (Lei 13.467/17), criou a hipótese de extinção consensual do contrato de trabalho. Nesta nova modalidade, o trabalhador poderá movimentar ilimitadamente sua conta vinculada no FGTS? Justifique juridicamente sua resposta. Nesta nova modalidade o trabalhador pode movimentar até 80% do valor do seu FGTS, bem como 20% de multa. Portanto, o trabalhador não poderá movimentar sua conta de forma ilimitada.
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