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Prof. Lourival J. Mendes N., Dr. Eng. Instituto de Engenharia Mecânica - IEM Sala 3.02 lourival.mendes@unifei.edu.br Turbinas a Gás e Vapor – EEN 909 01/2019 Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Assim como os compressores há dois tipos de turbinas: a de fluxo radial e a de fluxo axial. A grande maioria das turbinas a gás empregam turbinas axiais. As turbinas radiais são em geral projetadas para pequenos tamanhos devido às perdas proporcionais serem menores. As turbinas radiais conseguem lidar com fluxos menores de forma mais eficiente que as turbinas axiais. O projeto em geral das turbinas radiais está conectado com o compressor em um único eixo minimizando as perdas mecânicas. Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial OPRA Gas Turbine – OP16 Potência: 1,6 – 2,0 MW Turbina Radial Compressor Centrífugo Razão de pressão de 6,7 Rotação de 26.000 rpm Fonte: http://www.opraturbines.com/upload/Products/Spec%20sheet%20-%20general%20description.pdf http://www.kinsley-group.com/opra-turbines Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Em turbinas de fluxo radial, o escoamento do gás com alta velocidade tangencial é direcionado para o interior do rotor e sai com menor velocidade de rotação possível próximo do eixo de rotação. O resultado é que a turbina se parece, e muito, com o compressor centrífugo, mas com bocais convergentes ao invés de pás difusoras. O triângulo de velocidades é desenhado para a condição de projeto normal na qual a velocidade relativa na ponta do rotor é radial e a velocidade absoluta na saída é axial, de forma que Cw3 é zero, o que torna o trabalho específico: W=c p(T 01−T 03)=Cw 2U 2=U 2 2 Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial De forma análoga ao fator de escorregamento do compressor centrífugo, temos o fator de incidência: Para turbinas radiais a correlação utilizada é a de Stanitz. Em uma turbina ideal, sem atrito, isentrópica com difusor perfeito, o trabalho específico de saída do rotor é: Onde C0 é definido como uma velocidade de disparo (spouting velocity) A velocidade de disparo é a velocidade que tem uma energia cinética associada igual à queda de entalpia isentrópica da entrada da turbina (estagnação) para a pressão de exaustão (que pode ser estática ou estagnação dependendo se há ou não difusor na saída da turbina). W '=c p(T 01−T 4 ')= C0 2 2 σ= Cw2 U 2 Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Assim para o caso ideal: Na prática o ponto de melhor projeto da turbina possui uma razão de velocidade na faixa de 0,68 a 0,71. Da mesma forma, podemos calcular a velocidade de disparo: W '=c p(T 01−T 4 ')= C0 2 2 =U 2 2→ U 2 C0 =0,707 C0 2 2 =c pT 01 [1−T 4 'T 01 ]=c pT 01 [1−( 1p01 / pa ) k−1 k ] Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial – Diagrama de Mollier Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Assim, como discutido anteriormente, a turbina radial possui um difusor na saída para converter a energia cinética que seria desperdiçada ao ambiente em trabalho de eixo. De forma que a quantidade ideal de trabalho na turbina, como um todo, é a expansão isentrópica desde a entrada, nas condições de estagnação, até a pressão estática atmosférica na saída. Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial A eficiência total estática global da turbina e difusor pode ser expressa como sendo: Ou considerando apenas o rotor da turbina: Esta eficiência é conhecida como eficiência isentrópica total-estática indicando que, considerando apenas o rotor, toda a energia cinética na saída é de alguma forma perdida. A eficiência total-total indica que a energia cinética na saída da turbina será usada para propulsão ou em outro estágio da turbina. η0= T 01−T 03 T 01−T 4 ' ηt= T 01−T 03 T 01−T 3 ' Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Uma vez que no bocal não há realização de trabalho, então T02 = T01 , porém há uma perda de carga que implica em uma perda de pressão estática, assim P01 ≠ P02 . Idealmente o gás expandiria de T01 para T2', mas devido ao atrito a temperatura de saída do bocal, T2 , é maior do que T2'. Assim podemos definir um coeficiente de perda para os bocais como sendo: Valores típicos 0,10 > lN > 0,063 Onde lN representa a perda de entalpia no bocal em relação à energia cinética na saída. Dessa forma, expressando a proporção da energia que é perdida devido ao atrito, perdas na entrada da voluta, bocal e no espaço sem pá. lN= T 2−T 2 ' C2 2/2c p Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial De forma similar, o rotor expande para o ponto 3. Seria uma expansão isentrópica em toda turbina se a expansão fosse até T3' e seria uma expansão isentrópica no rotor se fosse até T3'', mas uma expansão com atrito no rotor leva a uma temperatura final de T3, assim podemos definir um coeficiente de perda por atrito no rotor dado por: Valores típicos 1,7 < lR < 0,38 Note que é definido como uma proporção da energia cinética que sai relativa ao rotor. lR= T 3−T 3 ' ' V 3 2/2c p Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Assim podemos definir uma eficiência total estática da turbina em termos dos coeficientes de perda por atrito no bocal e no rotor tal que: Onde ηt é expresso como uma função dos ângulos do rotor e do bocal, da razão entre os raios do rotor, coeficiente de perda e razão de temperaturas isentrópicas, que frequentemente pode ser considerada igual a 1, ou: Além disso: ηt= T 01−T 03 T 01−T 3 ' ={1+ 12 ( r3r 2 ) 2 ( 1tg2(β3)+ lR sen2(β3) + lN sen2(α2) T 3 ' T 2 ' ( r2 r3 ) 2 ) } −1 T 3 ' T 2 ' =1− U 2 2 2c pT 2 [1− 1tg2(α2)+( r3r2 ) 2 ( 1sen2(β3)+ lR sen2(β3) −1 ) ] T 2=T 01− U 2 2 sen2(α2) 1 2c p Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial – Exercício Uma turbina radial possui a seguinte geometria: Diâmetro na ponta de entrada do rotor 12,7 cm Diâmetro na ponta da saída do rotor 7,85 cm Razão entre a raiz/topo na saída do rotor 0,3 Ângulo de saída do bocal convergente, α2 70° Ângulo da pá de saída do rotor, β3 40° As condições de teste foram: p01/p3 = 2,0 T01 = 1000 K Vel de rotação = 1000 rps Fluxo mássico de gás = 0,322 kg/s Trabalho de saída medido de 45,9 kW Testes separados indicaram que o coeficiente de perda no bocal é de 0,070 Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial – Exercício Considerando o fluido com as seguintes propriedades: k = 1,33 cp = 1,148 kJ/kg K Determine a eficiência isentrópica total estática da turbina, ηt, e o coeficiente de perda no rotor, lR. Resp. ηt=78,1% lR=0,671 Prof. Lourival Mendes – 01/2019 UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá Turbinas Turbina Radial Em termos de projeto básico, recomenda-se que a razão entre o raio médio de saída do rotor em relação ao raio de entrada do rotor, r3/r2, não deve exceder 0,7 para evitar curvatura excessiva. Além disso, a relação entre o raio da raiz e o raio da ponta de saída do rotor, r3 raiz/r3 ponta, nãodeve ser menor do que 0,4 para evitar bloqueio do escoamento. A distância radial ótima entre a saída dos bocais e entrada do rotor é de 10% do diâmetro do rotor O ângulo de saída do bocal, consequentemente o ângulo de entrada no rotor, α2, é recomendado ficar entre 60-80° dependendo do número de pás do rotor. cos2(α2)= 1 Z Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15
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