Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4. Soluções Sólidas Uma solução sólida se forma quando, na medida em que os átomos de soluto são adicionados ao material hospedeiro (solvente), a estrutura cristalina é mantida e nenhuma estrutura nova é formada. Uma solução sólida também é homogênea em termos de sua composição – os átomos de soluto estão distribuídos aleatoriamente e uniformemente no sólido. As soluções sólidas, devida a presença dos átomos de soluto, podem ser de dois tipos: soluções sólidas substitucionais e soluções sólidas intersticiais. Nas SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS, os átomos de soluto repõem ou substituem os átomos hospedeiros, enquanto nas soluções sólidas intersticiais, os átomos de soluto estão posicionados nos interstícios da estrutura cristalina, formada pelos átomos hospedeiros. Várias características dos átomos o soluto e do solvente determinam o grau no qual os primeiros se dissolvem nos segundos. Estas características são expressas como as Quatro Regras de Hume-Rothery. 1. Fator do tamanho atômico – quantidades apreciáveis de soluto podem ser acomodadas em soluções sólidas substitucionais, mas apenas quando a diferença entre o raio atômico do soluto e o raio atômico do solvente for menor do que aproximadamente 15%. De outra forma, ao átomos do soluto criarão distorções na rede e uma nova fase se formará. 2. Estrutura cristalina – para que a solubilidade sólida seja viável, as estruturas cristalinas do soluto e do solvente devem ser as mesmas. 3. Fator de eletronegatividade – quanto maior for a eletropositividade de um elemento e maior a eletronegatividade do outro elemento, maior será a probabilidade de formarem um composto intermetálico, em vez de uma solução sólida substitucional. 4. Valências – se os fatores anteriores forem iguais, um metal terá a maior tendência a se dissolver em outro metal de maior valência do que em um metal de menor valência. Exemplo 1: Solução sólida substitucional entre cobre e zinco. - Os dois elementos são completamente solúveis um no outro. - Raios atômicos – Cu: 0,128 nm; Ni: 0,125 nm. - Ambos apresentam estrutura cristalina CFC. - Eletronegatividade – Cu: 1,9; Ni: 1,8. - Valências mais comuns – Cu: +1 (em alguns casos +2); Ni: +2. SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS – ocorrem quando os átomos do soluto preenchem espaços vazios (interstícios) entre os átomos hospedeiros. Para os materiais metálicos que possuem fatores de empacotamento atômico relativamente elevados, as posições intersticiais são relativamente pequenas. Consequentemente o diâmetro atômico de uma impureza intersticial deve ser substancialmente menor do que o diâmetro atômico do hospedeiro. Normalmente a concentração máxima permissível de átomos de impureza interstícial é baixa (inferior a 10%). Mesmo sendo menores do que os átomos hospedeiros, os átomos de soluto intersticial são maiores que as posições intersticiais, eles introduzem algumas deformações na rede dos átomos hospedeiros adjacentes. Exemplo 2: Solução sólida intersticial de carbono no ferro. - Raios atômicos – C: 0,071 nm; Fe: 0,124 nm. - Concentração máxima de Carbono: aprox. 2%. ESPECIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO A composição, ou concentração, de uma liga em termos de seus elementos constituintes pode ser expressa em termos de porcentagem de peso (%p.) ou massa (%m.) ou em termos de porcentagem atômica (%a.). - Cálculo da porcentagem em peso para uma liga composta de dois elementos, 1 e 2. Para uma liga, composta por dois elementos distintos, 1 e 2, a concentração do elemento 1, em % peso, é definida por: C1= m1 m1+m2 x100 E a concentração do elemento 2, em %peso, é definida por: C2= m2 m1+m2 x100 onde m1 e m2 representam o peso (ou massa) dos elementos 1 e 2, respectivamente. - Cálculo da porcentagem atômica para uma liga composta de dois elementos, 1 e 2. Para o elemento 1: C '1= nm1 nm1+nm2 x100 onde nm1 é o número de mols em uma dada massa do elemento 1, dado por nm1= m' 1 A1 onde m’1 é a massa (g) e A1 é o peso atômico do elemento 1 e nm2 é o número de mols em uma dada massa do elemento 1, dado por nm2= m' 2 A2 onde m’2 é a massa (g) e A2 é o peso atômico do elemento 2. E para o elemento 2: C '2= nm2 nm1+nm2 x100. - Conversão entre as Composições (considerando uma liga com dois elementos). 1. Conversão de %peso para %atômica: C '1= C1 A2 C1 A2+C2 A1 x 100 C '2= C2 A1 C2 A1+C1 A2 x100 C’1 + C’2 = 100 2. Conversão de %atômica para %peso: C1= C ' 1 A1 C ' 1 A1+C ' 2 A2 x100 C2= C ' 2 A2 C ' 2 A2+C ' 1 A1 x100 C1 + C2 = 100 Exemplo 3: Determine a composição, em %atômica, de uma liga com 97%peso de Alumínio e 3%peso de Cobre. Dados AAl = 26,98 g/mol e Acu = 63,55 g/mol.
Compartilhar