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Apostila Gerenciamento de Resíduos

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Prévia do material em texto

GERENCIAMENTO 
DE RESÍDUOS
Professora Me. Julimari Aparecida Bonvechio de Oliveira
Professora Me. Renata Cristina de Souza
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; OLIVEIRA, Julimari Aparecida Bonvechio de; SOUZA, Renata 
Cristina de.
 Gerenciamento de Resíduos. Julimari Aparecida Bonvechio de 
Oliveira; Renata Cristina de Souza.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2013. Reimpresso em 2019.
 181 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Gestão Ambiental. 2. Resíduos. 3. Efluentes. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-8084-644-7
CDD - 22 ed. 304.2
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Rafael Szpaki Sangueza
Qualidade Textual
Jaquelina Kutsunugi
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
A
S
Professora Me. Julimari Aparecida Bonvechio de Oliveira
Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá 
(1992) e mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina 
(2012). 
Professora Me. Renata Cristina de Souza
Possui graduação em Tecnologia Ambiental pelo Centro Federal de Educação 
Tecnológica do Paraná. Especialista em Gestão Ambiental pela Faculdade 
Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão - FECILCAM. Mestre em 
Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresentamos a você o livro que fará 
parte da disciplina Gestão de Resíduos.
Nós o preparamos com empenho e carinho para que você adquira conhecimentos so-
bre a Gestão de Resíduos: tipologia, caracterização, coleta, armazenamento, destino fi-
nal e legislação pertinente.
Sou a Professora Julimari Aparecida Bonvechio de Oliveira, sou graduada, especialista 
e mestre em Administração, professora e pesquisadora dessa área, e confesso que sou 
apaixonada pelo tema e muito me importa em contribuir para sua formação e cons-
ciência cidadã sobre as questões ambientais. Juntos, podemos melhorar a qualidade 
ambiental.
Sou a Professora Renata Cristina de Souza, sou graduada em Tecnologia Ambiental, Es-
pecialista em Gestão Ambiental e Mestre em Engenharia Urbana, sou professora e pes-
quisadora na área ambiental, principalmente nos temas de gerenciamento de resíduos, 
tratamento de águas e tratamento de efluentes. Espero colaborar para sua formação em 
questões ambientais. 
Caro(a) aluno(a), este livro tem como finalidade introdutória apresentar a compreensão 
sobre o sistema de gestão ambiental, uma vez que os fundamentos teóricos fazem par-
te dos estudos das ciências socioaplicadas, e ajudá-lo a aplicar tais conhecimentos na 
vivência organizacional e individual.
Neste interesse, almejamos apresentar o tema de forma que permita novas discussões, 
análises e inovações, visando ampliar a qualidade ambiental.
Em nosso país, o gerenciamento de resíduos ainda não abrange a pauta das grandes 
discussões relacionadas às questões político-ambientais. Esse assunto está fundamen-
tado no limite legal, ou seja, as empresas visam atender apenas às exigências legais para 
se livrarem de punições econômicas, deixando de lado as possibilidades de melhoria 
ambiental por considerarem o custo. Porém, temos a pretensão de sensibilizá-lo a ponto 
de torná-lo agente disseminador em suas atividadesdiárias e organizacional, o que se 
revela em oportunidade para se destacar em empreendedor ou como profissional capa-
citado a gerir os resíduos.
Será preciso muito empenho para assimilar os conhecimentos por meio de leituras, as-
sim como atenção às videoaulas e responder aos exercícios. Ainda, por não se tratar de 
uma teoria cabal, desejamos que possa contribuir com novas discussões e possibilida-
des sobre o assunto nos trazendo sugestões de leituras e opiniões díspares.
Na unidade I, começamos a introduzir o assunto Sistema de Gestão Ambiental e, assim, 
apresentamos definições bem como uma contextualização sobre o problema da po-
luição e seu tratamento. Sumariamente, também foram apresentadas a concepção de 
resíduos e a metodologia 3 Rs como uma prática diária para minimização dos impactos 
ambientais. Na situação organizacional, também abordamos as vantagens dos Rótulos 
APRESENTAÇÃO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Ambientais e do ISO 14000 para mercados consumidores conscientes, as quais são 
iniciativas de caráter ambiental que, economicamente, repercutem de maneira fa-
vorável para as empresas, trazendo também, dessa forma, benefícios para a nação.
Na unidade II, será possível conhecer as principais tipologias e características dos 
resíduos sólidos que são oriundos das atividades humanas domésticas, organizacio-
nais, hospitalares e também de queda de árvores, entre outros. Os resíduos sólidos, 
quando não tratados, além da grande expansão espacial que exigem para seu ar-
mazenamento, representam nocividade para o meio ambiente. Nesta unidade, será 
possível conhecê-los e compreender como gerenciar estes resíduos atendendo à 
legislação existente e contribuindo com a minimização dos efeitos nocivos.
Na unidade III, caro(a) aluno(a), você conhecerá o conceito de efluente. As orga-
nizações eliminam grandes volumes de águas residuárias das atividades de seus 
processos. Contudo, boa parte desses resíduos é constituída de matéria orgânica, 
micro-organismos patogênicos, sólidos e produtos químicos. Com isso, será pos-
sível conhecê-los e compreender como gerenciar estes resíduos atendendo à le-
gislação existente e, a partir da caracterização, apresentaremos as possibilidades 
para tratá-lo: o pré tratamento, o tratamento e destino final em cumprimento da 
exigência legal.
Na unidade IV, serão expostas as bases conceituais das emissões atmosféricas. A 
partir da compreensão sobre as fontes de poluição, você poderá avaliar as possibi-
lidades de gerir e minimizar a emissão de gases, pois estes contribuem com chuva 
ácida e aquecimento global. Chama-se atenção, ainda, ao fato de que as organi-
zações que não atendem aos padrões de emissões estão suscetíveis a penalidades 
severas pelos órgãos ambientais. Assim, faz-se necessário introduzir mecanismos 
nos processos para tratar estes gases antes de emiti-los.
Na Unidade V, discutiremos sobre o conceito de lixão e aterros. Você perceberá que 
grande parte dos resíduos sólidos é descartada a céu aberto, sem nenhum trata-
mento. Veremos também que o trânsito nestes locais de pessoas e animais que es-
tão em busca de alimentos agrava ainda mais a situação, o que expressa não só a 
degradação ambiental como também a social. Sendo assim, aprenderá, nesta uni-
dade, que os aterros sanitários e industriais, quando licenciados, obrigatoriamente 
são planejados com estruturas que têm os gases e o chorume líquido eliminados 
pela decomposição de resíduos. Esses processos minimizam expressivamente o 
efeito nocivo ao ambiente. E podem se tornar fontes alternativas de energias.
Dessa forma, buscaremos passar pelos principais conceitos sobre o Gerenciamento 
dos Resíduos, oferecendo uma visão abrangente e ao mesmo tempo alinhado com 
as especificidades de cada situação. Todo este estudo almeja fornecer e clarificar seu 
conhecimento sobre resíduo.
APRESENTAÇÃO
Esperamos assim possibilitar uma transformação antrópica que se repercute no 
comportamento organizacional e, quem sabe, em oportunidades empreendedoras 
para tratar resíduos ou mesmo reaproveitá-los como materiais. 
Para finalizar, gostaríamos de frisar: nosso desejo é que o conhecimento deste con-
teúdo não se restrinja à aplicação nas questões organizacionais, mas, sobretudo, 
melhore a qualidade de vida do globo. Sua atitude pode trazer mudanças globais!
Bom estudo!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
UNIDADE I
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
15 Introdução
16 Gestão Ambiental e Compreensão dos Resíduos 
21 Abordagem da Gestão Ambiental para Tratamento dos Resíduos 
28 Tipologia dos Resíduos 
34 Considerações Finais 
UNIDADE II
RESÍDUOS SÓLIDOS: DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, DA CONSTRUÇÃO 
CIVIL E RESÍDUOS DA SAÚDE
39 Introdução
40 Definição dos Resíduos Sólidos 
44 Tratamento dos Resíduos Sólidos 
47 Evolução dos Resíduos 
54 Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais 
66 Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde: Definição e Classificação 
78 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE III
EFLUENTES
83 Introdução
85 Esgotos Sanitários (Domésticos) 
96 Efluentes Industriais 
102 Lixiviado (Chorume) 
103 Tratamento de Efluentes 
108 Tratamento Secundário de Efluentes 
114 Considerações Finais 
UNIDADE IV
POLUIÇÃO DO AR
119 Introdução
120 Breve Histórico da Poluição Atmosférica 
128 Características dos Poluentes Atmosféricos 
137 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE V
LIXÕES, ATERROS SANITÁRIO E INDUSTRIAL
143 Introdução
144 Compreendendo os Conceitos de Lixões, Aterros Contralados e Aterros 
Sanitários
159 Aterro Industrial 
169 Considerações Finais 
173 CONCLUSÃO
175 REFERÊNCIAS
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Professora Me. Julimari Aparecida Bonvechio de Oliveira
Professora Me. Renata Cristina de Souza
SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL E RESÍDUOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o significado de poluição e resíduos.
 ■ Apresentar os movimentos e discussões que pressionaram a adoção 
de mecanismos de tratamento de poluição.
 ■ Entender os 3 Rs – reduzir, reusar, reciclar.
 ■ Discorrer sobre as diferenças entre prevenir e controlar a poluição.
 ■ Classificar, sumariamente, os resíduos mais comuns nas organizações: 
sólidos, efluentes e emissões atmosféricas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Gestão Ambiental e compreensão dos resíduos
 ■ Abordagem do tratamento ambiental para o tratamento de resíduos
 ■ Sistema de Gestão Ambiental (SGA), Rótulos e ISO 14000
 ■ Os resíduos: sólidos, efluentes (líquidos) e emissões atmosféricas
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na unidade I, apresentaremos o conceito de Gestão Ambiental 
e de Resíduos bem como as possíveis consequências negativas oridunas do pro-
cesso industrial para o meio ambiental.
Nos últimos séculos, as inovações tecnológicas e o amparo ao processo 
produtivo avançaram velozmente. Esse avanço, contudo, ainda que produzisse 
diferenciais importantes para o progresso econômico, analogamente não garan-
tiu o progresso social. Avançaram também a desigualdade social e o perigo para 
a dimensão ambiental no que diz respeito à exploração de recursos e poluição.
A discussão sobre a poluição ambiental requer amparo nas ciências e no 
compromisso de toda nação com o progresso sustentável. Neste sentido, nos 
fixaremos nos comportamentos organizacionais que ora aderem às políticas públi-
cas (leis), ora avançam em selos e, muitas vezes, nem a um nem a outro. Assim, 
apresentaremos as possíveis alternativas para as organizações que estrategica-
mente desejam adotar o tratamento da poluição em termos de políticas internas. 
Para o tratamento da poluição, apresentamos um modelo de prevenção e 
outro de controle. No primeiro caso, as mudanças exigem alterações de layout, 
inovações eassimilação do conceito de 3Rs. No segundo modelo, as organizações 
implementam alternativas de controle, ou seja, no fim do processo e com pouca 
alteração em seu layout, uma vez que visam apenas atender às exigências legais.
E para finalizar a unidade, conceituaremos as os três tipos de resíduos mais 
comuns nas organizações: sólidos, efluentes e emissões atmosféricas.
Introdução
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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
GESTÃO AMBIENTAL E COMPREENSÃO DOS RESÍDUOS
No modelo atual de desenvolvimento econômico, há um crescente aumento da 
exploração de recursos naturais visando tão somente à maximização de lucros. 
Soma-se a isso o desenfreado desejo de produzir infinitamente, o que gera des-
carte de sobras ao ambiente natural (meio ambiente). Este material descartado 
ao meio ambiente causa danos ao ar, água, solo e à saúde dos animais em geral. 
Como afirma Faria, “Os industriais modernos são como homens que acabaram 
de chegar a uma terra virgem e fértil, podendo viver por um bom tempo sem o 
mínimo trabalho” (FARIA, 2002, p. 53).
O nosso planeta é indivisível, não há barreiras que possam proteger regiões 
de serem atingidas pela poluição. E, por isso, as emissões, os efluentes descar-
tados em lagos e rios, e problemas por descarte de resíduos periculosos à saúde 
atravessam países. Assim, a queima de carvão na China afeta os EUA, a chuva 
ácida dos países poluentes destroi várias florestas, a contaminação em rios sufoca 
a vida de muitas espécies que dependem desta água e contribuem com seu desa-
parecimento, um acidente radioativo pode provocar câncer em várias regiões. 
(FARIA, 2002) 
Para Barbieri (2011, p.15), “[...] a poluição é dos aspectos mais visíveis dos 
nossos problemas ambientais [...]”. A poluição não respeita fronteiras entre um 
país e outro. As consequências estão visivelmente ao nosso redor, no nosso dia 
a dia, no trabalho, em qualquer atividade humana.
Neste entendimento, vamos acatar ao conceito de Barbieri (2011) sobre poluir 
e contaminar para refletirmos sobre a poluição. Poluir é sujar, degradar, conta-
minar, manchar e mesmo alterar as condições naturais do ambiente. Poluente 
é o que polui, uma vez que produz algum tipo de situação indesejada ao meio 
e à vida humana.
A poluição pode ser vista em vários aspectos como apresenta a figura 1 a 
seguir:
Meio Receptor
Intermediato:
» Ar
» Água
» Solo
Final:
» Organismos
» Materiais
» Ecossistemas
Fonte de poluição
Origem: 
» Natural
» Antropogênica
Fonte
» Móvel
» Fixa ou estacionária
Emissão:
» Pontual
» Difusa
Poluente:
» Físico-químico,
biológico, sonoro, 
radioativo etc.
Poluente:
» Agricultura
» Geração de energia
» Mineração
» Transporte
» Construção Civil
» indústria de transformação 
» Serviços de saúde
» Serviços educacionais
» Etc.
Impacto sobre o meio ambiente
Alcance
» Local
» Regional
» Global
Danos:
» Aos seres humanos:
– Toxicidade aguda e crônica
– Alterações genéticas
– Redução da capacidade física
– invalidez, morte
» À �ora, à fauna e aos solos
» Solo materiais, construções, 
equipamentos, instalações,
monumentos, sítios históricos
e arqueológicos etc.
Tipos de impactos:
» Eutro�zação
» Acidi�cação
» Destruição da camada de ozônio
» Perda da biodiversidade
» Aquecimento global
» Redução da fertilidade do solo
» Esgotamento de recursos
» Etc.
Gestão Ambiental e Compreensão dos Resíduos
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Figura 1: Poluição – alguns critérios de classificação
Fonte: Barbieri (2006, p. 16)
Como se observa pela figura 1, os poluentes podem ser emitidos de diversas 
fontes: indústrias, homem, hospitais, veículos; naturalmente, como material de 
vulcões, decomposição de material orgânico. E podem alcançar ar, água, solo e 
organismos vivos.
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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SETOR POLUENTES
Agropecuária Metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), compostos 
orgânicos voláteis (COV), metais pesados, embala-
gens de agronegócios, fertilizantes não aproveitados, 
materiais particulados.
Mineração CO2, monóxido de carbono CO, óxido de nitrogênio 
(NO), óxido de enxofre (SO), materiais pesados, águas 
residuais, resíduos sólidos, ruídos, vibração.
Siderurgia Materiais particulados, SO2, NO2, CO, COV, DBO, escó-
rias e lodos de tratamento de efluentes, ruídos.
Metais não metálicos SO2, CO, materiais particulados, DBO, lodos de trata-
mento de efluentes, ruídos.
Usinas Termoelétricas CO, CO2, CH2, NO2, materiais particulados e lodo.
Têxtil Materiais particulados, lodo, ruídos, SO2, NO2, CO, COV, 
DBO e HC.
Refinarias de petróleo SO2, NO2, SO2, materiais particulados, lodo, ruídos, 
derramamento de óleo e combustíveis.
Transportes CO, CO2, NO2, SO2, materiais particulados, ruídos, der-
ramamento de óleo e combustíveis.
Quadro 1: Exemplos de alguns poluentes em cada setor produtivo
Fonte: adaptado de Barbieri (2006, p. 17)
Cabe à empresa inserir em sua estratégia organizacional a Gestão Ambiental e de 
Resíduos, observando as vantagens tanto econômicas quanto socioambientais.
Nessa concepção, adotamos o conceito de Gestão Ambiental (SGA) de 
Barbieri (2006, p. 19):
como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais 
como: planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras 
realizadas com o objetivo de obter efeitos sobre o ambiente, que redu-
zindo ou eliminando os danos problemas causados pelas ações huma-
nas, quer evitando que eles sujam.
A gestão ambiental tem o objetivo de proteger o meio ambiente dos danos pro-
vocados pelos efeitos nocivos dos materiais indesejados pelas empresas, os quais 
às vezes são descartados incorretamente no ambiente natural. Tal comporta-
mento poluidor/degradador expõe a empresa a situações perigosas. Os resíduos 
indesejados e descartados sem tratamento no ambiente podem levar a empresa 
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a punições severas no âmbito legal e inferir conotação negativa ao mercado alvo 
que deseja atrair. Além disso, a empresa deixa de aproveitar “potencial” ganho 
com o reuso, reciclagem e reaproveitamento econômico de certos materiais ainda 
com vida útil em seu ciclo de vida.
Com a Revolução Industrial (séc. XVIII), a discussão sobre o tratamento da 
poluição (resíduos) começou a se fortalecer, uma vez que o lixo urbano infes-
tava as cidades e causava danos a saúde dos habitantes. E, a partir do século 
XIX, a preocupação com a poluição deixa de ser assunto somente de cientistas e 
ambientalistas, passando a ser mais uma responsabilidade para setores produ-
tivos e políticas públicas. Sendo que os maiores exemplos para as organizações 
repensarem seus processos foram as catástrofes ambientais de grande propor-
ção como Seveso, Minamata, Three Miles Island, Bophal, Exxon Valez, Cubatão, 
Chernobil, Baia de Guanabara e muitas outras provocadas por derrames de óleos, 
poluição atmosférica e outras que danificaram consideravelmente o ambiente e 
causavam problemas a saúde humana (BARBIERI, 2006).
De modo geral, pode-se dizer queo objetivo principal da SGA é melho-
rar o desempenho econômico e ambiental da organização, reduzindo 
a demanda por recursos e aumentando a produtividade. Sua vocação é 
holística, pois suas metas dialogam com outros sistemas, como a gestão 
da qualidade e segurança no trabalho (ACADEMIA PEARSON, 2011, 
p. 121).
A sociedade cada vez mais atenta aos prejuízos sofridos com descartes de resíduos 
e poluição generalizada compreende agora que a solução para o problema dos 
resíduos exige o envolvimento do governo com legislação rigorosa, do mercado 
com a escolha consciente do consumidor por marcas ambientalmente corretas, e 
da sociedade com Organizações não governamentais (ONGs), cientistas e pessoas 
que exprimem seu poder de denunciar a poluição aos órgãos punidores e mídia.
Os gestores devem adotar, em seu planejamento estratégico, novas aborda-
gens tecnológicas e administrativas para segregar, acondicionar, tratar e destinar 
corretamente os resíduos. E assim, espera-se que as empresas deixem de ser 
problemas e contribuam positivamente nas questões relacionadas aos resíduos.
Destacamos na sequência alguns movimentos relevantes que pressionaram 
decisões políticas a encarar e exigir compulsoriamente o destino dos resíduos 
(BARBIERI, 2006):
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
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1. A intensificação dos processos de abertura comercial expondo produtores 
com diferenças pronunciadas de custos ambientais e sociais a uma com-
petição mais acirrada e de âmbito mundial reforçaram a necessidade de 
regulamentações em por todos participantes do mercado internacional. 
Uma vez que os países com legislações menos rigorosas estavam prati-
cando dumping ambiental.
2. A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) que passou a 
pontuar criticamente as diferenças nos custos de produção por países sem 
práticas corretas em termos ambientais, em outras palavras, sem trata-
mento de seus resíduos.
3. A preocupação dos investidores que procuraram minimizar os riscos 
de seus investimentos. As empresas que não adotassem em suas estraté-
gias técnicas de despoluição e tratamento estavam acumulando passivos 
ambientais (impactos ambientais por poluição), o que vem prejudicar os 
altos lucros desejados por estes investidores. Neste interesse, passaram 
destinar seus recursos em empresas mais saudáveis ambientalmente. Na 
atualidade, existem critérios próprios por parte das instituições financei-
ras que devem ser cumpridas pelos tomadores de créditos. Em 2002, o 
PNUMA – Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente –promo-
veu a discussão no setor e conseguiu a adesão de 35 bancos em diversos 
países cuja atuação visava respeitar a legislação ambiental por parte dos 
tomadores.
4. O setor de seguro também tem tido forte presença no controle à polui-
ção de seus segurados, uma vez que passaram a exigir das empresas que 
assinaram os contratos modelos preventivos e normatizados segundo as 
regras ambientais para evitar os altos custos dos seguros. E as organiza-
ções se comprometeram a rever o plano organizacional para evitar riscos 
ambientais em atividades básicas como, por exemplo, a introdução de 
chaminés com filtros, lagoas de tratamento de efluentes em dimensões 
adequadas, localização da indústria distante de áreas socias.
5. O aumento da consciência ambiental da população que, despertada pelos 
danos causados pela poluição, considera em suas escolhas as empresas 
com práticas ambientais saudáveis, o que veio a contribuir com adesão 
dos rótulos verdes pelas empresas para apresentar boas práticas ope-
racionais. No caso brasileiro, destacamos o Procel que estima o gasto 
energético dos aparelhos eletrônicos.
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ABORDAGEM DA GESTÃO AMBIENTAL PARA 
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS
O tratamento dos resíduos pelas iniciativas estratégicas empresariais depende de 
como ele interpreta sua relação com o meio ambiente e sua reputação ambien-
tal. Neste fim, vamos considerar duas abordagens distintas: controle da poluição 
e prevenção da poluição. Veja abaixo o quadro 2 resumo:
CARACTERÍSTICAS
ABORDAGENS
CONTROLE DA 
POLUIÇÃO
PREVENÇÃO DA 
POLUIÇÃO
ESTRATÉGICA
Preocupação básica Cumprimento da 
Legislação e respos-
tas às pressões da 
comunidade
Uso eficiente dos 
insumos
Competitivi-
dade
Postura típica Reativa Reativa e proativa Reativa e 
proativa
Ações típicas Corretivas
Uso de tecnologias 
de remediação e de 
controle no final do 
processo (end-of-pi-
pe)
Aplicação de normas 
de segurança
Corretivas e pre-
ventivas.
Conservação e 
substituição de 
insumos.
Uso de tecnolo-
gias limpas
Corretivas, 
preventivas 
e antecipató-
rias
Antecipação 
de problemas 
e captura de 
oportunida-
des utilizando 
soluções de 
médio e lon-
go prazo 
Percepções dos em-
presários e adminis-
tradores
Custo adicional Redução de custo 
e aumento da 
produtividade
Vantagens 
competitivas
Envolvimento da 
alta administração
Esporádico Periódico Permanente e 
sistemático
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Áreas envolvidas Ações ambientais 
confinadas nas 
áreas geradoras de 
poluição
Crescente envol-
vimento de outras 
áreas como pro-
dução, compras, 
desenvolvimento 
de produto e 
marketing
Atividades 
ambientais
Disseminadas 
pela organi-
zação
Ampliação 
das ações am-
bientais para 
a cadeia de 
suprimento
Quadro 2: Gestão ambiental na empresa - abordagens 
Fonte: Barbieri (2011, p. 107)
CONTROLE DA POLUIÇÃO
O controle da poluição se caracteriza como práticas operacionais para impedir 
o acúmulo de passivo ambiental e por exigências da legislação o cumprimento 
de regras para tratar e destinar corretamente dos resíduos.
Para o controle da poluição são necessárias aquisições de equipamentos 
como filtros, construção de tanques de tratamento de efluentes ou containers 
para reservar resíduos para destinar materiais à reciclagem e/ou, nos casos em 
que a empresa desejar, destinar a terceiros o tratamento final dos resíduos.
E, neste contexto operacional, a empresa adota uma postura reativa, em 
outro entendimento, significa tratar os resíduos para manter-se em conformidade 
legal. Segundo Barbieri (2006), as soluções tecnológicas típicas dessa abordagem 
visam controlar a poluição sem que sejam alterados os processos e produtos que 
as conduziram, podendo ser de dois tipos: tecnologia de remediação e tecnolo-
gia de controle no final do processo, como será descrito em sequência.
As tecnologias de remediação visam reparar problemas e impactos ambientais 
que já danificaram o meio ambiente. As reparações mais comuns são: desconta-
minar o solo por produtos químicos prejudiciais, conter o derramamento de óleo 
no mar, conter o descarte de efluentes em rios, limpar praias e outros impactos 
decorrentes das atividades operacionais. 
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Já as tecnologias de controle no final do processo, ou end-of-pipe control, pre-
tendem reter e tratar os resíduos (poluição) antes que cheguem ao ambiente ou 
causem impactos significativos. Essas atividades exigem, por exemplo, novos equi-
pamentos como filtros detentores, ciclones, estações detratamento de efluentes, 
incineradores e outros equipamentos peculiares a cada tipo de processo produtivo.
Para Barbieri (2011), são soluções que nem sempre eliminam os problemas 
de modo definitivo, ocorrendo muitas vezes a permanência dos poluentes em 
novas formas, tais como a cinza e lodo resultantes de transformação de gases 
e líquidos poluentes; esses resíduos sólidos deverão ser tratados e destinados 
segundo a legislação pertinente de cada setor. 
Para o setor empresarial, essa abordagem acaba contribuindo com aumento 
dos custos empresariais e não agregam valor ao produto. No entanto, nos países 
que contam com legislação rigorosa, as multas por denúncias ou por audito-
rias do órgão fiscalizador podem aumentar ainda mais os custos ambientais. 
Considera-se ainda, nesse sentido, a imagem organizacional danificada por evi-
dências de poluição no ambiente.
Do ponto de vista socioambiental, compreender que o custo operacional do 
tratamento ambiental pode ser estrategicamente muito positivo para a empresa 
é um padrão de comportamento solidificado por muitos empresários e que difi-
culta a aquisição de novas tecnologias limpas.
PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO 
Nessa abordagem, como o próprio nome designa, a empresa propõe atitudes 
estratégicas de prevenção à poluição. Nessa estratégia, os gestores assumem uma 
postura proativa, indo muito além do tratamento da poluição, eles reinventam 
seus processos para mitigar a produção de resíduos. “Inspirados pelos padrões de 
ecoeficiência, eles modificam radicalmente os seus processos, evitando a polui-
ção antes que ela seja gerada” (ACADEMIA PERSON, 2011, p. 118).
A gestão da poluição por meio da prevenção traz muitos benefícios econô-
micos para a empresa uma vez que reduz gastos com materiais, energia e descarte 
de sobras. Essas reduções implicam em redução de custos para o tratamento de 
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descartes e despejos. Segundo Academia Person (2011), para poupar os despe-
jos, torna-se necessário utilizar a abordagem dos 3 Rs, reduzir na fonte, reusar 
materiais, reciclagem de materiais.
Reduzir significa otimizar recursos, insumos e resíduos. Para alcançar a meta, 
exigem-se da empresa investimentos em equipamentos, em materiais menos 
poluentes e uso de fontes energéticas limpas.
Reusar nasce da ideia de poupar e reaproveitar recursos de formas diferentes. 
Exemplificando: o motor termodinâmico utilizado em carros híbridos ecoeficien-
tes captura o calor liberado pela combustão e o utiliza em seguida para mover 
o carro, promovendo uma economia expressiva de combustível. Outro exem-
plo vem da fabricação do Ecolápis da Faber Castell que separa a serragem e a 
madeira restante da produção, os quais são vendidos para outras fábricas que as 
reaproveitam em outras mercadorias (ACADEMIA PEARSON, 2011).
Reusar é uma estratégia relevante para otimizar o uso de recursos da pro-
dução. Para evitar a extração de novos materiais originais, algumas empresas 
reutilizam novamente nos processos. Por exemplo: nas recicladoras de PETs, 
as novas tecnologias reaproveitam a água utilizada para a limpeza das garrafas. 
Inclui-se ao processo um tanque de tratamento dos efluentes que uma vez tratado 
retorna ao processo de lavagem das garrafas. Nessa estratégia, ainda, devemos 
considerar que a reciclagem de garrafas torna-se também fonte de materiais 
(não originais) que serão reusados em novos processos (Fábrica de reciclagem 
de PETs em Astorga/PR). É relevante, também, nessa combinação estratégica a 
contribuição com o uso limitado de água para o processo.
A estratégia dos 3 Rs e processos com tecnologias limpas ou produção mais 
limpa são de extrema relevância para a evolução das causas ambientais. As orga-
nizações podem adotar estratégias radicais com mudanças técnicas em todo 
processo operacional ou mudanças incrementais adicionando mudanças gra-
duais nos modelos de produção.
Diferenças nas Abordagens
Redução na Fonte
Reuso e Reciclagem
Recuperação
Energética
Tratamento 
Disposição �nal
• Uso Sustentável dos Resíduos.
• Abordagem reativa e Proativa. 
• Controle da Poluição.
• Abordagem reativa.
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Figura 2: Diferenças nos comportamentos organizacionais proativo e reativo
Fonte: adaptada de Barbieri (2011, p. 111)
Há, nesta convicção, uma combinação importante em termos econômicos para a 
empresa e para o ambiente e, por fim, constroi-se imagem positiva em termos de 
marketing e publicidade verde usadas por várias empresas como Petrobrás, Ambev 
e Honda (ACADEMIA PEARSON, 2011). Vejamos na sequência um exemplo 
de ações ambientais implantadas para reduzir recursos e beneficiar também os 
consumidores com minimização de recursos e reaproveitamento energético.
A GESTÃO AMBIENTAL DE EMPRESA WHIRLPOOL
A Whirlpool é líder do setor de eletrodomésticos no Brasil com suas marcas 
Brastemp, Consul e Kitchen Aid e decidiu encarar o desafio de implantar pro-
jetos ambientais avançados, indo além do exigido pela lei quando há seis anos 
elegeu a sustentabilidade como um seus pilares estratégicos no planejamento da 
empresa. “Diminuir o desperdício em nossa operação é apenas uma parte das 
nossas preocupações”. Segundo Enrico Zito, presidente da divisão de eletrodo-
mésticos, “o sucesso de nossas ações só é complexo se levarmos sustentabilidade 
também à casa do consumidor, com produtos que gastem menos água e energia”. 
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A preocupação faz sentido, pois os aparelhos como refrigeradores, freezers 
e ar condicionados representam cerca de 70% das despesas mensais de uma 
família com gastos energéticos. Para reduzir essa conta, um dos objetivos é desen-
volver produtos mais eficientes. No caso dos refrigeradores, 83% dos modelos 
da Whirlpool são classificados na categoria A (menor consumo energético). O 
modelo lançado em 2011, O Inverse Viva, pode ter 80% dos seus componentes 
reutilizados na fabricação de outros produtos. “Poucos eletrodomésticos têm 
essas características”, afirma o presidente (REVISTA GUIA EXAME).
Outra iniciativa importante é a substituição dos gases HFC e HCFC, de 
efeito estufa, por hidrocarbonetos (HC), menos nocivos à camada de ozônio. O 
HFC não poderá mais ser utilizado, segundo a legislação nacional, a partir de 
2040. Contudo, a empresa se reorganizou para alcançar metas sustentáveis em 
sua gestão ambiental, assim, a Whirlpool vem construindo números expressi-
vos que traduzem benefícios no campo ambiental, econômico e social. Vejam:
 15% dos bônus 17%de redução 96% dos resíduos 136 tonela-
das
dos executivos de-
pendem de planos 
ligados a questão 
socioambiental
no uso da água, 
com medidas como 
a captação de chuva 
para testes das 
lavadoras
gerados em 2011 
foram aproveitados 
para a geração de 
energia elétrica
Isopor, pape-
lão e plástico 
das embala-
gens foram 
coletadas 
para recicla-
gem
Quadro 3: Percentuais de ganhos dos executivos da Whirlpool nas ações implantadas a favor da sustentabilidade
Fonte: Grissoto (2012, p. 158) 
SGA , RÓTULOS E ISO 14000
As ações do sistema de gestão ambiental podem avançar muito além das neces-
sidades acanhadas para cumprimento legal e se estender a ambições maiores 
como os rótulos ambientais.
A norma ISO 14000 certifica ambientalmente uma organização. Ela auxi-
lia a organização a certificar seus processos com tratamento de resíduos.Esses 
Resíduos Sólidos
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procedimentos podem seguir uma orientação descrita na norma e contribui para 
construir ideias favoráveis para o SGA da organização como os programas, os 
treinamentos, os interessados e as auditorias internas.
Além disso, a ISO 14000 apresenta as diretrizes para as organizações que 
desejam certificar-se por um rótulo verde. Os rótulos devem ressaltar as carac-
terísticas ambientais dos produtos e serviços por meio de símbolos, declarações 
ou gráficos em suas embalagens que identificam um procedimento ambiental-
mente correto (NASCIMENTO, 2008).
Conforme Nascimento (2008, p. 207), “os “selos verdes”, designados Tipo I, 
conferem diferenciação em relação aos concorrentes; os Tipos II indicam a con-
dição de reciclável do produto; e o Tipo III utiliza-se de dados quantificáveis dos 
produtos como a economia apresentada, fonte do recurso e outros”. Contudo, vale 
destacar a necessidade de a empresa apresentar-se a um órgão competente para 
certificar a empresa. Você pode pesquisar mais detalhes em <www.iso14000.org>.
Na sequência, serão descritos tipos de resí-
duos. Neste estudo, nos reportaremos apenas 
aos resíduos sólidos, líquidos (efluentes) e 
emissões atmosféricas que devem obedecer 
a tratamento legal, o que, como já descrito 
anteriormente, podem refletir favoravel-
mente à imagem, ganhos e percepção social 
da empresa. Cada um deles terá uma unidade 
individualizada. Nesta unidade, apresentare-
mos as principais características das emissões 
sólidas, gasosas e dos efluentes.
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TIPOLOGIA DOS RESÍDUOS
A produção de resíduos sólidos faz parte das atividades diárias das pessoas, seja 
em nossas residências, nas indústrias, nos serviços, enfim, em todas as atividades 
humanas nos deparamos com sobras de materiais. O aumento populacional em 
ritmo acelerado e o modo de consumo das pessoas têm contribuído com aumento 
dos resíduos e consequentemente com aumento dos problemas ambientais.
Conforme esclarece Philippi Jr. (2005), a questão dos resíduos sólidos é uma 
questão pública que envolve a sociedade e envolve interesses econômicos, aspec-
tos culturais e políticos. Uma discussão pertinente é a geração inadequada de 
lixo (resíduos).
Assim, concordamos com a seguinte definição: “o conceito atualmente para 
resíduos sólidos está vinculado à referência a tudo aquilo que resulta das ativi-
dades do ser humano na sociedade e que, aparentemente, não possui mais ou 
deixou de ter utilidade” (ZILBERMAN, 1997, p.48). 
Outra definição acatada mundialmente é a que consta na Agenda 21:
os resíduos sólidos compreendem todos os restos domésticos e resíduos 
não perigosos, tais como resíduos comerciais e institucionais, o lixo da 
rua e os entulhos de construção. Em alguns países, o sistema de gestão 
de resíduos sólidos também se ocupa dos resíduos humanos, tais como 
excrementos, cinzas de incineradores, sedimentos de fossas sépticas e 
de instalações de tratamento de esgoto. Se manifestarem características 
perigosas, esses resíduos devem ser tratados como resíduos perigosos 
(CNUMAD, 1997 apud PHILIPPI JR., 2005, p. 271).
A classificação dos resíduos sólidos depende, inicialmente, da compreensão da 
origem do resíduo. São classificados em doméstico, industrial, comercial, institu-
cional, varrição, demolição ou construção. Quanto à natureza em base orgânica, 
inorgânica, combustíveis, não combustíveis, putrescíveis, não putrescíveis, cin-
zas, radioativos, sobras industriais. Cabe ainda referência aos resíduos tóxicos 
como fungicidas, produtos químicos e materiais perigosos.
Philippi Jr. (2005, p. 275) ainda destaca que reconhecer as características dos 
resíduos sólidos facilitam seu manuseio e operação:
1. Densidade aparente, medida em unidade de massa por unidade de volume.
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2. Umidade, em porcentagem de massa.
3. Composição qualitativa que corresponde à lista dos materiais e substân-
cias de interesse presentes nos resíduos.
4. Composição quantitativa que corresponde à quantidade percentual dos 
materiais ou à quantidade massa/massa de substâncias de interesse.
5. Caracterização química que corresponde à quantificação dos elemen-
tos químicos presentes ou ao comportamento do resíduo submetido a 
testes químicos específicos, como lixiviação, solubilização e combustão.
A compreensão sobre os resíduos sólidos vem a facilitar a compreensão sobre 
os problemas por eles causados e as possibilidades de soluções, as quais serão 
apresentadas na unidade II.
RESÍDUOS LÍQUIDOS – EFLUENTES
Assim como o crescimento populacional exigiu nova postura nas dimensões 
sociopolíticas e econômicas, também o mesmo ocorre com o uso da água. Na 
situação brasileira, as políticas públicas favoreceram a concentração de indús-
trias e mão de obra em grandes centros urbanos, o que exigiu investimentos 
em infraestrutura, sobretudo no saneamento das cidades, contudo, não houve 
investimentos suficientes para atender a essa demanda (mão de obra), faltando 
saneamento básico e galerias pluviais (PHILIPPI JR., 2005).
Outro ponto a destacar, diz respeito aos avanços tecnológicos que produzi-
ram alterações físico-químicas nesses resíduos, aumentando a concentração de 
poluição e contaminação de recursos hídricos. E boa parte dos municípios bra-
sileiros não possuem os ligamentos e tratamento sanitários. 
A falta de tratamento dos resíduos líquidos agrava a saúde pública. O mesmo 
autor afirma existir uma relação direta entre serviços de saneamento e quali-
dade de vida e saúde, pois as doenças veiculadas a esses resíduos diminuem com 
avanço das políticas de cobertura de saneamento básico. 
Quanto às características, vamos iniciar pela contaminação da água. Dessa 
maneira, a poluição das águas pode ser definida como a adição de substâncias, 
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direta ou indiretamente, que alteram a natu-
reza do corpo da água de tal maneira que 
prejudique o uso dela (PHILIPPI JR., 2005).
Assim, conforme Philippi Jr., (2005) nas 
áreas urbanas, as principais fontes de águas 
residuárias compreendem:
1. Esgotos domésticos, provenientes de 
residências, comércio e instituições públicas.
2. Esgotos industriais, oriundos das 
indústrias.
3. Esgotos especiais, provenientes de serviços hospitalares, shopping cen-
ters, aeroportos em que as especificidades demandam gerenciamento 
diferenciado.
No caso dos efluentes domésticos, sua vazão é calculada pelo conceito de retorno, 
que situa entre 80% da quantidade de água distribuída no abastecimento, assim 
em cada 100 litros consumidos, descartaremos em média 80 litros nos esgotos.
No caso das indústrias, a vazão depende das tecnologias adotadas pelo 
processo industrial. Com os avanços tecnológicos, diversas vem implantando 
soluções que evitem o uso ou que possam reaproveitar a água residuária, como 
é o caso de algumas lavanderias industriais. Veja alguns exemplos de indústrias 
e seu consumo:
TIPO DE INDÚSTRIA UNIDADE
Q U A N T I D A D E 
DE DESPEJO
POLUENTES 
PRINCIPAIS
MATADOURO
Bovino
Suíno
Aves
Litros/cabeça 2.500
1.2000
25-50
Carga orgâ-
nica
CERVEJARIA Litros/litroscerveja 08 – 40 Carga orgâ-
nica
CURTUME Litros/quilos de pele 30 – 100 Cromo
Tipologia dos Resíduos
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GALVANOPLASTIA Litros/hora 250 – 2000 Cromo, 
cobre, zinco, 
cadmo, cian-
tos, etc.
FECULARIA Litros/toneladas de 
matéria-prima mani-
pulada
2000 – 4000 Ácido cianí-
trico
Quadro 4: Tipos de indústrias e seus poluentes
Fonte: adaptado de Philippi Jr. (2005, p. 194)
Eis alguns dos problemas ambientais característicos dos efluentes (PHILIPPI 
JR., 2005, p. 195):
1. Impacto visual pode apresentar toxicidade, dificulta a penetração da luz 
e impacta na fauna e flora aquática.
2. No caso em que os sólidos ficam em suspensão e gases dissolvidos, difi-
cultam o tratamento sanitário.
3. Quando a diminuição do oxigênio e efeitos tóxicos se manifestam, há 
degradação estética e problemas de bioacumulação.
4. O excesso de efluentes causa problemas de incrustação nas tubulações 
de caldeiras e aquecedores.
A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente 
(PNMA), e a Lei 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Hídricos 
(PNRH), regulamentam as ações necessárias para o gerenciamento dos recur-
sos ambientais hídricos. 
Nessa época, a discussão se ampliou na sociedade, instituíram-se comitês 
espalhados pelo país para discutir a questão da poluição da água, compar-
tilharam-se os fundamentos do Princípio Poluidor Usuário, tendo também 
participado desse debate ONGS (27%), Órgãos Públicos (17,8%), Universidades 
(12,4%), Órgãos de abastecimento (10%), Prefeituras (6,2%), Associações profis-
sionais (4,5%), Câmaras Municipais (4,5%), Órgãos gestores/saneamento (4,2%), 
Indústrias (4,32%), Agricultura (2,3%), outros não identificados (2,4%). 
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As discussões dos comitês amparadas pela regu-
lação legal sobre o uso correto da água contribuíram 
para o avanço no controle do uso da água e pela 
busca de soluções cada vez mais eficazes para o tra-
tamento da poluição. Ainda que o controle da água 
exija melhor monitoramento dos órgãos competen-
tes, os instrumentos legais de controle devem visar 
estrategicamente ao cuidado com a exploração desse 
recurso como de extrema necessidade para a sobre-
vivência social (PHILIPPI JR., 2005).
RESÍDUOS ATMOSFÉRICOS
As atividades antrópicas, ao longo de décadas, têm apresentado variados impac-
tos para o meio ambiente e para a saúde pública. As emissões dos processos 
produtivos, como o uso de queima de madeira, carvão e outros combustíveis 
fósseis para atender às demandas de consumo do mercado, cresceram ao longo 
do tempo em função de fatores culturais e tecnológicos (PHILIPPI JR., 2005).
O depósito efetivo do descarte atmosférico também recebeu concentrações 
de substâncias induzidos pela própria natureza, como erupções vulcânicas, eva-
poração, ventos, decomposição de vegetais e animais e de incêndios florestais, 
entre outras atividades naturais. No entanto, ressaltemos que a concentração da 
população em área urbana e o forte consumo elevaram expressivamente os níveis 
de poluição do ar nas cidades. O que podemos perceber (considerando centros 
industriais) é a exaustão da capacidade natural do nosso ecossistema em auto-
depurar essa poluição (PHILIPPI JR., 2005).
É fato histórico geral que, quando um país subdesenvolvido inicia seu 
desenvolvimento industrial, sua qualidade do ar piora significativa-
mente. Essa situação continua a deteriorar-se até que um nível impor-
tante de riqueza seja alcançado, ponto no qual o controle das emissões 
passa a ser regulamentado por lei e torna-se obrigatório, e então, o ar 
começa a purificar-se. Assim, embora a qualidade do ar esteja melho-
rando por um tempo na maioria dos países desenvolvidos, ele está pio-
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rando nas grandes cidades dos países em desenvolvimento (BAIRD, 
2002, p. 107).
A camada de gases que envolve o planeta Terra é composta por uma mistura de 
gases, nitrogênio e oxigênio, que representam 99% de sua composição, sendo 
denominada atmosfera. “A poluição do ar pode ser definida como presença de 
matéria ou energia na atmosfera, de forma a torná-la imprópria, causar preju-
ízos aos usos antrópicos, à saúde pública e ao ecossistema natural” (PHILIPPI 
JR., 2005, p. 443).
A poluição atmosférica é tão grave à saúde humana que, em países em desen-
volvimento, aproximadamente meio milhão de pessoas morrem anualmente por 
consequência da poluição atmosférica. Por exemplo: em Londres e no México, 
pessoas morreram durante o inverno por conta de uma exposição a smog (com-
posta de fuligem e enxofre expelidos na atmosfera) (BAIRD, 2002).
Esses exemplos exigem da sociedade ações articuladas de modo a rever-
ter esse quadro, e o enfrentamento dessa questão deve incluir: (PHILIPPI JR., 
2005, p.441)
1. O estabelecimento de políticas que priorizem ações integradas na rever-
são dessa problemática;
2. O desenvolvimento de programas de educação ambiental formal e não 
formal;
3. A minimização da produção de resíduos, por meio da mudança nos 
padrões de consumo e de produção;
4. A definição e aplicação de procedimentos adequados, do ponto de vista da 
proteção ambiental e responsabilidade social, de tratar resíduos gerados; e
5. Repensar a forma de ocupação do uso do solo, respeitando os limites e 
capacidade de suporte e do tempo de autodepuração dos espaços.
Dada à relevância do assunto, na unidade IV, apresentaremos abordagens sobre a 
mitigação da poluição e tratamento. Na sequência, veja uma atitude importante 
da Empresa Masisa para reduzir o uso de uma substância tóxica na fabricação 
de painéis de madeira.
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E34
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para melhor concluir a unidade, vamos relembrar alguns pontos: discutimos 
como as inovações e o como o consumo exagerado pode interferir no acúmulo 
de resíduos descartados ao meio ambiente.
Na sequência, apresentamos o conceito de gestão ambiental e os resíduos 
mais comuns nas organizações. Revelando que as organizações já podem contar 
com dois modelos estratégicos para a gestão dos resíduos: prevenção ou controle.
Na prevenção, as modificações exigidas nos processos produtivos são mais 
abrangentes e incluem mudanças e adoção dos 3 Rs. Na segunda, controle, aten-
dem às questões legais e têm por objetivo tratar a poluição no final do processo.
Outro ponto relevante no SGA apresentado diz respeito à possibilidade des-
sas organizações adotarem selos verdes como rótulos ou ISO 14000, o que implica 
em melhoria nos processos e evidente preocupação ambiental. Os selos reper-
cutem favoravelmente na imagem organizacional, e algumas situações passam 
a ser uma exigência dos mercados.
Por fim, compreendemos as diferenças entre resíduos sólidos, efluentes e 
emissões atmosféricas. Tal conhecimento facilita a adoção de novas estratégias 
e compromisso com o tratamento e a melhoria ambiental. 
Espero que as discussões introdutórias sirvam de base para a compreensão 
das unidades sequenciais.
35 
1. Legalmente, gestores devem adotar, em seu planejamento estratégico, novas 
abordagens tecnológicas e administrativas para segregar, acondicionar, tratar 
e destinar corretamente os resíduos. E, assim, espera-seque as empresas dei-
xem de ser problemas às questões relacionadas aos resíduos. Porém, são várias 
pressões para que as organizações se alinhem à minimização e tratamento de 
resíduos. Apresente as principais discussões realizadas. Descreva também as evi-
dências observadas em seu dia a dia sobre a questão ambiental. 
2. Atualmente, as organizações podem contar com boas alternativas para prevenir 
ou tratar a poluição. Discorra sobre elas e apresente exemplos práticos para cada 
uma delas.
3. Alguns mercados exigem que seus participantes assumam o compromisso com 
a questão da poluição. De que maneira as organizações podem melhorar sua 
imagem a partir dos selos ambientais? Pesquise sobre o Selo Procel e a ISO 14001.
Masisa – Façam o que eu faço
Desde outubro, o marceneiro que compra um painel de madeira no Brasil 
pode verificar se o produto emite formaldeído, substância tóxica que pode 
causar câncer, em nível seguro ou não. A informação vem no Rótulo Ecológi-
co, Certificação Brasileira de Normas Técnicas. A chilena Masisa, que detém 
12% do mercado de painéis de madeira no Brasil, é a primeira e, por enquan-
to, a única empresa a receber esse selo. 
Em sua produção, o componente básico da resina usado na fabricação de 
painéis, o formaldeído é emitido continuamente, como gás, enquanto a 
chapa não é totalmente revestida. Ele pode intoxicar os empregados do fa-
bricante, o marceneiro que trabalha com o material e até o consumidor final 
dos móveis. 
No Brasil, a concentração de substâncias não pode ultrapassar 30 miligra-
mas por 100 gramas do produto final. Para receber o selo verde da ABNT, a 
Masisa foi além: limitou o nível de formaldeído a 8 miligramas por 100 gra-
mas do produto final, dentro do padrão mais rigoroso da norma europeia. 
“Adequar-se à norma europeia significa menos lucro, uma vez que precisa-
mos usar mais resina cara e adotar os cuidados para proteger os funcioná-
rios”, diz Marise Barroso, presidente.
Traduzindo em números, isso representa 8% menos de Ebitida, indicador 
que mede a geração de caixa da empresa. Apesar disso, é uma medida ne-
cessária. “Demos o primeiro passo, agora a sociedade pode exigir que outras 
empresas adotem o mesmo padrão”, disse a presidente.
Fonte: YANO, Célio. Façamos o que eu faço. Exame 2012, p. 148.
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS
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Professora Me. Julimari Aparecida Bonvechio de Oliveira
RESÍDUOS SÓLIDOS: 
DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, 
DA CONSTRUÇÃO CIVIL E 
RESÍDUOS DA SAÚDE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Identificar as principais características dos resíduos sólidos e da 
saúde.
 ■ Analisar o processo de geração de resíduos e possibilidades de 
minimização.
 ■ Compreender as alternativas disponíveis de tratamento.
 ■ Conhecer sobre a periculosidade dos resíduos da saúde.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Características dos resíduos sólidos: doméstico, industrial e 
construção civil
 ■ Classificação quanto à periculosidade
 ■ A identificação na fonte geradora
 ■ As alternativas de tratamento
 ■ Caracterização dos resíduos de serviço da saúde
INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios da sociedade contemporânea é dar o destino correto 
a milhões de toneladas de resíduos gerados a cada ano. Nesse desafio, a que se 
considerar o crescimento do consumo das classes C e D que vão ampliar ainda 
mais o descarte de resíduos. Para se ter uma ideia, conforme recente estudo do 
Instituto Ethos, o brasileiro é responsável por 352 quilos anuais(ETHOS, on line).
Outro aspecto relevante são as conclusões de pesquisas sobre o destino 
incorreto dos materiais indesejados por pessoas (resíduo doméstico) e indús-
triais (processo de fabricação). As conclusões nos revelam que boa parte desses 
materiais são descartados a céu aberto sem tratamento, por exemplo, sobras de 
plásticos descartados no solo ou rios podem ser focos de doenças, pois poluem 
nosso ar, nosso solo, nossos rios e mares.
Um ambiente danificado pela poluição (impactado por resíduos) terá difi-
culdade também em manter as condições saudáveis para reposição de recursos 
necessários para o processo industrial. Temos que considerar que o meio ambiente 
é a fonte de recursos necessários à sobrevivência humana, portanto, é nosso 
dever mantê-lo sadio.
O que fazer com o crescente descarte de resíduo no meio ambiente? Há muito 
o que fazer. Podemos segregar os resíduos, acondicioná-los e destiná-los corre-
tamente de tal forma que não exaura nosso meio ambiente. Para tanto, devemos 
apoiar as iniciativas das ONGs para proteção ao meio ambiente (assim como faz 
Greenpeace, WWF e outras), políticas públicas e legislação para condicionar o 
comportamento das pessoas a favor do meio ambiente, empresas produtoras e 
uma sociedade disposta e informada a rever suas formas de consumo e trata-
mento das sobras.
Esta unidade apresenta o conceito de resíduo sólido, classificação quanto 
à periculosidade e as possibilidades de tratamento. Assim, teremos os resíduos 
sólidos: domésticos, industrial e da saúde. O desafio desse tratamento pode se 
tornar fonte rentável para novos negócios na cadeia produtiva e contribuir com 
sustentabilidade do planeta.
Introdução
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DEFINIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
A definição e classificação dos resíduos sólidos estão inscritos no CONAMA 
313/02 e na ABNT NBR 10004 (2004), envolvendo a identificação do processo ou 
atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a compa-
ração desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto 
à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT NBR 10004, 2004).
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do 
resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e 
o processo que deram origem a esses resíduos. Os resíduos são classificados em 
dois grupos – perigosos e não perigosos –, sendo ainda este último grupo subdi-
vidido em não inerte e inerte. Essa norma estabelece os critérios de classificação 
e os códigos para a identificação dos resíduos de acordo com suas características.
Assim todos os resíduos ou substâncias listados (A, B, D, E, F e H), segundo 
a norma, têm uma letra para codificação, seguida de três dígitos. Os resíduos 
perigosos constantes no anexo A são codificados pela letra F e são originados de 
fontes não específicas. Os resíduos perigosos constantes no anexo B são codifica-
dos pela letra K e são originados de fontes específicas (ABNT NBR 10004, 2004).
Os resíduos perigosos classificados pelas suas características de inflamabi-
lidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade são codificados conforme 
indicado a seguir: 
D001: qualifica o resíduo como inflamável; 
D002: qualifica o resíduo como corrosivo; 
D003: qualifica o resíduo como reativo; 
D004: qualifica o resíduo como patogênico. 
Os códigos D005 a D052 constantes no anexo F identificam resíduos perigosos 
devido à sua toxicidade, conforme ensaio de lixiviação realizado de acordo com 
norma ABNT NBR 10005. 
Os códigos identificados pelas letras P e U, constantes nos anexos D e E, respec-
tivamente, são de substâncias que, dada a sua presença, conferem periculosidade 
aos resíduos e serão adotados para codificar os resíduos classificados como 
Residuos
Resíduo perigosoclasse I
Resíduo inerte
classe II B
Resíduo não-Inerte
classe II A
Resíduo não perigoso
classe II
O resíduo tem
origem conhecida?
Consta nos
anexos A ou B?
Têm características de:
in�amabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade ou
patogenicidade?
Possui constituintes
que são solubilizados
em concentrações
superiores ao
anexo G?
Não 
Não 
Não 
Sim 
Sim 
Sim 
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perigosos pela sua característica de toxicidade (ABNT NBR 10004, 2004). A 
figura 2, a seguir descreve o processo.
Figura 3: Caracterização e classificação dos resíduos sólidos
Fonte: ABNT NBR 10004 (2004)
RESÍDUOS SÓLIDOS: DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, DA CONSTRUÇÃO CIVIL E RESÍDUOS DA SAÚDE
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IIU N I D A D E42
DEFINIÇÕES DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
São considerados resíduos sólidos: 
Resíduos nos estados sólido e semissólido resultam de atividades de origem 
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento 
de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de polui-
ção, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o 
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para 
isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia 
disponível (ABNT NBR 10005, NBR 10006, NBR 10.007, NBR 12808, 1993).
Os resíduos sólidos são classificados em Perigosos e Não Perigosos.
1. Perigosos ou periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por 
um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocon-
tagiosas, pode apresentar: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade 
e patogenicidade. Eles podem provocar ou conter:
a. Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças 
ou acentuando seus índices. 
b. Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma ina-
dequada. 
c. Toxicidade: propriedade potencial que o agente tóxico possui de provo-
car, em maior ou menor grau, um efeito adverso em consequência de sua 
interação com o organismo. 
Agente tóxico: qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absor-
ção cutânea tenha sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso 
(tóxico, carcinogênico I, mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico II); 
d. Aguda: propriedade potencial que o agente tóxico possui de provocar um 
efeito adverso grave, ou mesmo morte, em consequência de sua intera-
ção com o organismo, após exposição a uma dose elevada ou a repetidas 
doses em curto espaço de tempo.
e. Agente teratogênico: qualquer substância, mistura, organismo, agente físico 
ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrioná-
Definição dos Resíduos Sólidos 
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ria ou fetal, produz uma alteração na estrutura ou função do indivíduo 
dela resultante. 
f. Agente mutagênico: qualquer substância, mistura, agente físico ou bio-
lógico cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea possa elevar as taxas 
espontâneas de danos ao material genético e ainda provocar ou aumen-
tar a frequência de defeitos genéticos. 
g. Agente carcinogênico I: substâncias, misturas, agentes físicos ou bioló-
gicos cuja inalação, ingestão e absorção cutânea possibilita desenvolver 
câncer ou aumentar sua incidência. O câncer é o resultado de processo 
anormal, não controlado da diferenciação e proliferação celular, podendo 
ser iniciado por alteração mutacional. Exemplo: excesso de chumbo.
h. Agente ecotóxico II: substâncias ou misturas que apresentem ou possam 
apresentar riscos para um ou vários compartimentos ambientais. 
2. Não Perigosos: são resíduos resultantes de atividades produtivas como sobras 
de materiais plásticos, papel, tijolos, alumínio e que, sem alterações físico-quími-
cas, não trazem danos à saúde humana e ao meio ambiente. Porém, deverão ser 
tratados em função do seu acúmulo pois podem promover impactos ambientais. 
Exemplos: sobras de materiais de construção descartados em várzeas e bordas de 
rios destroem a paisagem e interferem na saúde da fauna local. Outro exemplo 
é descarte de sacolas plásticas em espaços abandonados, o que aparentemente 
não é nocivo, porém atrapalha o escoamento de águas pluviais, podendo con-
centrar microrganismos nocivos à saúde humana como a dengue.
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
Classe I – Resíduos perigosos 
Normalmente com características inflamáveis tóxicas, de reatividade, de corrosão 
e patogênicas, podendo causar problemas à saúde humana, provocam impactos 
ao ambiente (ABNT NBR 10004, 2004). Os resíduos de serviços de saúde deve-
rão ser classificados conforme ABNT NBR 12808.
RESÍDUOS SÓLIDOS: DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, DA CONSTRUÇÃO CIVIL E RESÍDUOS DA SAÚDE
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IIU N I D A D E44
Os resíduos gerados nas estações de tratamento de esgotos domésticos e 
os resíduos sólidos domiciliares, excetuando-se os originados na assistência 
à saúde da pessoa ou animal, não serão classificados segundo os critérios de 
patogenicidade.
Classe II - Resíduos não perigosos
São subclassificados em duas categorias: classe II A e classe II B.
Classe II A - Resíduos não perigosos
Nesta classe, estão os resíduos que podem ser biodegradáveis, solúveis em água 
ou em combustíveis. São exemplos: sucatas metálicas, papéis, materiais orgâni-
cos. Segundo a ABNT NBR 10004 (2004), são aqueles que não se enquadram 
nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - 
Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não inertes podem 
ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solu-
bilidade em água. 
Classe II B – Resíduos inertes
São os resíduos considerados não combustíveis e inertes. Por exemplo: vidro, 
tijolo e outros. Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma repre-
sentativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e 
estático com água destilada ou desionizada à temperatura ambiente, conforme 
ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a 
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se 
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, ou seja, não alterarem.
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A partir de 1990, o planejamento do tratamento dos resíduos sólidos passa a ser de 
responsabilidade do governo municipal (prefeituras). Nesse plano, desenvolvem-se 
Tratamento dos Resíduos Sólidos
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ações partilhadas entre governo, ONGs, cooperativas, associações e geradores. 
As cooperativas e associações formadas por catadores de ruas, agora, em vários 
municípios, estão organizadas formalmente e com domicílio para exercer o tra-
tamento dos resíduos sólidos não perigosos de fim doméstico, e passam a fazer 
parte da coleta seletiva dos municípios. Já os resíduos sólidos de origem empre-
sarial, formados pelas sobras processos produtivos, terão este e outros destinos, 
como veremos na sequência. 
RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS
No que tange aos resíduosdomésticos, a coleta e o tratamento ficam por respon-
sabilidade das cooperativas e coleta municipal.
Os catadores contratados pelas prefeituras saem pelas ruas diariamente 
coletando os materiais não utilizados pelas residências e alguns comércios, des-
pejando o que recolheram nos aterros. 
Os catadores das cooperativas circulam 
pelas cidades e coletam os resíduos (não incluir 
os orgânicos) e levam até as cooperativas onde 
serão segregados: plásticos, papelão, alumí-
nio e vidros. São acondicionados de modo 
que diminuam seu volume. E então vendidos, 
por meio de intermediários ou diretamente, às 
empresas de reciclagem. Essa atividade refletiu 
em inclusão social, renda para os membros das 
cooperativas e respeito ao meio ambiente, uma 
vez que os resíduos domésticos serão tratados 
com técnicas ambientalmente corretas reduzindo o impacto ambiental e dimi-
nuindo o destino de áreas geográficas importantes para a instalação de aterros. 
Nesse interesse, vale destacar a necessidade da Educação Ambiental da socie-
dade que deverá, em suas residências, separar o resíduo sólido dos orgânicos.
Esse modelo é chamado de Economia Solidária e inspirou a criação de um 
programa chamado de “Programa Nacional Lixo & Cidadania” e conta com o 
RESÍDUOS SÓLIDOS: DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, DA CONSTRUÇÃO CIVIL E RESÍDUOS DA SAÚDE
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IIU N I D A D E46
apoio da Unicef para retirar as crianças dos lixões, as quais catavam sobras para 
a sua subsistências, sendo ainda incluídas nas escolas. O movimento avançou e 
em 2000, quando foi criado o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais 
Recicláveis; a atividade foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e incorpo-
rada ao Código Brasileiro de Ocupações (JACOB, 2006).
Ainda cabe ao município a responsabilidade de coletar os resíduos orgânicos, 
assim como aqueles que não foram segregados nas residências, e os encaminhar 
até o aterro municipal. Nesse aterro, deverão ser separados os resíduos sólidos 
dos orgânicos. Os sólidos deverão ser encaminhados à reciclagem e os orgâni-
cos serão destinados aos aterros.
Estimativas revelam que as prefeituras realizam a coleta seletiva dos resí-
duos sólidos em 52% das cidades pesquisadas; empresas particulares executam 
a coleta em 26%. Mais da metade (62%) apoia ou mantém cooperativas de cata-
dores como agentes executores da coleta seletiva municipal (PORTAL BRASIL, 
on-line,). De acordo com o mesmo estudo, em 27,7% das cidades, o lixo vai para 
os aterros sanitários e em 22,5% delas (somente), para os aterros controlados, 
de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto 
Brasileiro de Estatística (IBGE, 2012). 
Infelizmente, tal prática ambientalmente correta nem sempre é vista em 
todos os municípios brasileiros. Considerando a falta de consciência e de res-
peito ao meio ambiente, muitos municípios coletam tudo e enterram.  Os “lixões” 
continuam sendo o destino da maior parte dos resíduos urbanos produzidos no 
Brasil, com graves prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida 
da população. A situação exige soluções para a destinação final do lixo no sen-
tido de reduzir o seu volume, ou seja: no destino final, é preciso ter menos lixo 
(VAZ; CABRAL, 2006).
Para reforçar, o custo da coleta seletiva também é alto quando comparado 
ao da coleta convencional. O preço médio da coleta seletiva nas grandes cidades 
calculado pela pesquisa do CEMPRE foi de R$ 376,20. Já a coleta regular de lixo 
custa, em média, R$ 85,00, quatro vezes menos (CEMPRE, on-line).
Evolução dos Resíduos
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EVOLUÇÃO DOS RESÍDUOS
As políticas públicas devem avançar e priorizar as demandas por tratamento dos 
resíduos sólidos em parcerias. Essas parcerias podem ser feitas entre governos, 
ONGs, cooperativas e a população, visando discutir a problemática do lixo. E 
a partilha do conhecimento entre governos, Organizações não governamentais 
(ONGs), sociedade e cooperativas tem elucidado a possibilidade da inclusão 
socioeconômica e ambiental.
Segundo a pesquisa do IBGE, cerca de 22 milhões de brasileiros têm acesso 
a programas municipais de coleta seletiva. Mas, apesar do número de progra-
mas ter dobrado no Brasil entre 2000 e 2008 (passou de 451 para 994), na maior 
parte das cidades do país, o serviço não cobre mais que 18% da população local 
(PORTAL BRASIL, on-line).
De onde vem e pra onde vai nosso lixo?
Caro(a) aluno(a), no link abaixo, você vai conhecer um pouco da nossa rea-
lidade sobre o descarte dos materiais que já tiveram uso no nosso dia a dia, 
mas agora se tornaram um incômodo. 
<http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/de-onde-
-vem-e-pra-onde-vai-o-lixo-nosso-de-cada-dia>.
RESÍDUOS SÓLIDOS: DOMÉSTICO, INDUSTRIAL, DA CONSTRUÇÃO CIVIL E RESÍDUOS DA SAÚDE
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TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DOMÉSTICOS – “LIXO URBANO”- 
NORMA LEGAL
O tratamento e destino do lixo urbano das residências, indústrias e comércio 
deve obedecer à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 
agosto de 2010, ela disciplina a coleta, o destino final e o tratamento de resíduos 
urbanos, perigosos e industriais, entre outros. A Lei estabeleceu metas importan-
tes para o setor como o fechamento dos lixões até 2014 e a elaboração de planos 
municipais para o destino final dos resíduos. Segundo o texto, parte dos resíduos 
que não puder ir para a reciclagem, os chamados rejeitos, só poderá ser destinada 
para os aterros sanitários. Obriga-se, nesse sentido, o tratamento dos resíduos 
evitando que sejam enterrados, tão simplesmente (PORTAL BRASIL, on-line)
De acordo o texto do Plano, as novas responsabilidades definidas na PNRS 
reduzem gastos públicos municipais e ampliam a capacidade de investimentos 
das prefeituras em sistemas de reaproveitamento de resíduos de forma consor-
ciada, assim como compartilhamento de aterros sanitários entre municípios de 
uma mesma região. Define ainda metas de redução de geração de resíduos e 
investimentos para a educação ambiental (PORTAL BRASIL, on-line).
Para refletir sobre a importância do Plano, estudos do Compromisso 
Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE, on-line) apontam que, nos últimos 
anos, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre 2003 e 2008, 
passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resí-
duos gerados nas cidades. (CEMPRE, on-line). Contudo, tal incremento não 
alcançou a amplitude do aumento de resíduos em virtude da ampliação de con-
sumo social. Ficando grande parte dos resíduos aterrados sem tratamento. 
Outra questão importante, diz respeito à educação ambiental para orientar 
a sociedade quanto à necessidade de segregar os materiais (residências, indús-
trias e comércio) e a necessidade de preparar as cidades para a coleta seletiva. 
Apesar da importância que tem para o processo de reciclagem, a coleta seletiva 
só existe em 443 cidades brasileiras (8% do total), segundo uma pesquisa feita 
pela associação (CEMPRE, on-line).
Evolução dos Resíduos
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RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS
As empresas que produzem resíduos nos seus processos têm obrigação legal 
sobre a coleta, armazenamento interno e externo, incluindo reciclagem, incine-
ração, coprocessamento e destino final desses resíduos. Os resíduos industriais 
são classificados

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