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1 
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INTENSIVO I 
Renato Brasileiro 
Direito Processual Penal 
Aula 11 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
Competência criminal III 
 
10. Justiça política extraordinária 
 
I – Não tem natureza criminal. 
 
II - Consiste em uma atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos, geralmente alheios ao Poder Judiciário, 
quando se trata de crimes de responsabilidade (infrações político-administrativas). 
 
III – Exemplo: a Presidente Dilma Rousseff foi julgada pelo Senado pela prática de uma infração político-administrativa. 
 
11. Competência por prerrogativa de função (“ratione personae”/”ratio funcionae”) 
 
I – Alguns doutrinadores usam a terminologia “foro privilegiado”. A ideia da competência por prerrogativa de função é a 
de que certas pessoas têm o direito de serem julgadas originariamente pelos Tribunais. Portanto, indiscutivelmente, 
trata-se de um privilégio. 
 
No entanto, a expressão “foro privilegiado” deve ser evitada, pois ela não é, tecnicamente, um privilégio. A competência 
por prerrogativa de função foi concebida para a proteção de determinadas funções (exercício funcional). Em outras 
palavras, por exercerem determinadas funções, o melhor é que essas autoridades sejam julgadas originariamente pelos 
Tribunais. Fundamentos: 
 
• Menor pressão sobre o juiz de primeira instância. 
 
 
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• Proteção do próprio julgador. 
 
II – A terminologia “ratione personae” também não é adequada, pois ela não existe para proteger pessoa, mas a função. 
Portanto, a expressão mais adequada é “ratione funcionae”. 
 
11.1. Regras básicas 
 
1ª – Investigação e indiciamento de pessoas com foro por prerrogativa de função. 
 
Conforme o STF (Inq. n. 2.411 QO/MT), se durante as investigações de um fato delituoso surgirem indícios do 
envolvimento de uma autoridade que tem foro, o prosseguimento das investigações e o indiciamento da pessoa 
dependem de autorização do relator (Ministro ou desembargador). 
 
2ª – Arquivamento de inquérito nas hipóteses de atribuição originária do PGR/PGJ. 
 
I - Regra: o arquivamento não precisa ser jurisdicionalizado (decisão administrativa). Na hipótese de inquérito originário, 
caso o PGR ou PGJ entenda por arquivá-lo tratar-se-á de uma decisão “interna corporis”, pois, ainda que o Tribunal não 
concordasse, ele não teria como aplicar o artigo 28 do CPP, já que a decisão de arquivamento já vem do chefe do 
Ministério Público. 
 
II - Exceção: no entanto, os Tribunais Superiores entendem que quando o arquivamento tiver o condão de produzir 
coisa julgada formal e material, o ideal é que a decisão seja levada à apreciação do Tribunal. Afinal, somente uma 
decisão jurisdicional poderá estar revestida pelo manto da coisa julgada formal e material. 
 
3ª – Duplo grau de jurisdição. 
 
I – O duplo grau de jurisdição consiste na possibilidade de se buscar o reexame da matéria de fato, de direito e 
probatória. No âmbito processual penal o recurso que materializa por excelência o duplo grau de jurisdição é a 
apelação. 
 
Duplo grau não é sinônimo de “poder recorrer”, pois existem hipóteses em que é permitido recorrer, mas não há o 
reexame das matérias enunciadas acima. 
II – Portanto, acusados com foro não têm direito ao duplo grau de jurisdição, o que, no entanto, não significa dizer que 
não possam recorrer contra decisões dos Tribunais (STF – RHC n. 79.785). Exemplos: embargos de declaração, REsp e RE 
(não concretizam o duplo grau). 
 
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III – Atenção para aqueles indivíduos que foram diplomados após condenação em primeira instância. Exemplo: 
indivíduo condenado em primeira instância que, ao apelar, torna-se Deputado Federal antes daquele recurso ser 
julgado. Segundo o Supremo, o mais adequado é que o recurso de apelação seja apreciado pelo Supremo (AP n. 428). 
Fundamento: o direito aplicável aos recursos é o vigente à época em que a decisão foi proferida. 
 
4ª - Regra da contemporaneidade e regra da atualidade 
 
Regra da contemporaneidade: a competência por prerrogativa de função deve ser preservada caso a infração penal 
tenha sido cometida à época e em razão do exercício funcional. A ideia é a do nexo funcional (“propter officium”). 
 
A regra da contemporaneidade era adotada pelo Supremo: S. 394 STF: “Cometido o crime durante o exercício funcional, 
prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados 
após a cessação daquele exercício. (Cancelada "ex nunc" pelos Inq 687 QO-RTJ 179/912, AP 315 QO-RTJ 180/11, AP 319 
QO-DJ de 31/10/2001, Inq 656 QO-DJ de 31/10/2001, Inq 881 QO-RTJ 179/440 e AP 313 QO-RTJ 171/745)”. 
 
O enunciado acima consagra a regra da contemporaneidade. Ou seja, se o crime foi cometido à época e em razão das 
funções, o agente continuará sendo julgado pelo respectivo Tribunal, mesmo que à época das investigações ou do 
processo, ele não esteja mais no exercício daquela função. 
 
Em 1999 o Supremo entendeu que a S. 394 deveria ser cancelada. O raciocínio adotado pelo Tribunal foi no sentido de 
que se o indivíduo não mais ocupa seu cargo ele não se encontraria mais no exercício funcional. Assim, se a prerrogativa 
de função foi pensada para proteger a função, não haveria razão para manter a competência se o indivíduo não está 
mais no exercício funcional. 
 
No entanto, a regra da contemporaneidade retorna com a Lei n. 10.628/02 (24/12/02) que alterou o artigo 84 do CPP, 
acrescentando a ele dois parágrafos: o § 1º ressuscitou a S. 394 do STF e o § 2º conferiu à improbidade administrativa o 
mesmo tratamento da prerrogativa de função: 
 
CPP, art. 84: “A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às 
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 
10.628, de 24.12.2002) 
§ 1º A competência especial por prerrogativa de função, relativa a atos administrativos do agente [nexo funcional], 
prevalece ainda que o inquérito ou a ação judicial sejam iniciados após a cessação do exercício da função pública. 
(Incluído pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002) (Vide ADIN nº 2797). 
§ 2º A ação de improbidade, de que trata a Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, será proposta perante o tribunal 
competente para processar e julgar criminalmente o funcionário ou autoridade na hipótese de prerrogativa de foro em 
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razão do exercício de função pública, observado o disposto no § 1º”. (Incluído pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002) (Vide 
ADIN nº 2797). 
 
O assunto foi levado ao Supremo através da ADI n. 2.797 e a decisão foi no sentido da inconstitucionalidade dos dois 
parágrafos acima. Argumentos: a) não há nenhuma justificativa para o mantimento do foro se o indivíduo não exerce 
mais sua função; e b) o Congresso Nacional através de uma lei ordinária procurou subverter a interpretação autêntica 
que fora feita pelo Supremo da Constituição Federal. 
 
Em embargos declaratórios na ADI n. 2.797, o STF entendeu que os efeitos da declaração de inconstitucionalidade dos 
dois parágrafos teriam eficácia a partir do dia 15.09.2005. Portanto, o Supremo acabou modulando seus efeitos 
exatamente porque a norma teria vigido por pelo menos três anos criando problemas porque muitas pessoas já tinham 
sido julgadas pelos Tribunais. 
 
Ao julgar a ADI procedenteem 2005 o Supremo claramente abandonou a regra da contemporaneidade e passou a 
trabalhar com a regra da atualidade: o agente faz jus ao foro por prerrogativa de função apenas enquanto estiver 
exercendo a função. Cessada a função, cessa o direito ao foro por prerrogativa de função. 
 
Em suma, a regra da atualidade foi adotada pelo Supremo a partir do ano de 1999 quando a S. 394 foi cancelada. Por 
conseguinte, o entendimento por sua adoção foi reiterado quando do julgamento da ADI n. 2.797 em 2005. 
 
Algumas questões em relação à regra da atualidade a partir de um exemplo: Tício mata uma pessoa em Belo Horizonte 
e, portanto, deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri. No entanto, antes de seu julgamento, Tício é diplomado Deputado 
Federal e seu processo criminal sobe para o Supremo. 
 
• Questão n. 1: os atos processuais anteriores à diplomação são nulos? Não. Fundamento: “tempus regit actum”. 
À época em que aqueles atos processuais foram praticados, Tício ainda não era Deputado e, portanto, não há 
nenhuma nulidade a ser discutida. 
• Questão n. 2: caso Tício não seja reeleito ou não se torne Ministro o que ocorrerá com seu processo? Retorna à 
primeira instância. 
 
Outro problema da regra da atualidade é a “fuga de foro”. Conhecedores da regra da atualidade, Deputados e 
Senadores começaram voluntariamente a renunciarem de seus mandatos, com o intuito dos autos serem enviados à 
primeira instância. No entanto, a renúncia voluntária começou a ser exercida de forma abusiva, pois ela ocorria 
somente quando o Supremo pautava o julgamento do parlamentar. Precedentes: AP n. 333, AP n. 396, AP. 536 e AP. 
606. 
 
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Por fim, está em trâmite a AP n. 937. Não obstante ainda não estar concluída, já existe seis votos no sentido de que para 
evitar e erradicar a fuga de foro, a competência para processar e julgar os processos não deve ser afetada após o final 
da instrução, com a publicação do despacho de intimação para apresentar as alegações finais, ainda que o indivíduo 
renuncie ou venha a exercer outro cargo. Portanto, o Supremo resolveu fixar um limite da remessa dos autos à 1ª 
instância. 
 
Além do exposto acima, o Supremo também indica na AP n. 937 que deverá abandonar a regra da atualidade, 
retornando à regra da contemporaneidade. 
 
 5ª - Crime cometido após o exercício funcional. 
 
Não tem direito a foro por prerrogativa de função. 
 
6ª - Crime doloso contra a vida. 
 
I – Tratando-se de crime doloso contra a vida a própria Constituição Federal indica que a competência será do Tribunal 
do Júri. No entanto, a mesma Constituição outorga a certos Tribunais a competência originária para julgar certas 
autoridades. 
 
Para solucionar a questão deve ser feito o seguinte questionamento: o foro da autoridade está previsto na Constituição 
Federal? 
 
• Sim: a competência do Tribunal prevalecerá sobre a competência do Tribunal do Júri em razão do princípio da 
especialidade. 
• Não: a competência será do Tribunal do Júri, caso o foro estiver presente apenas na Constituição Estadual. 
 
Sobre o assunto: 
 
• S. 721 STF: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. 
• SV n. 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. 
 
II – Exemplos: 
 
• Governador (CF): STJ. 
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• Promotor do RJ (CF): TJ/RJ. 
• Delegado-Geral da PC/SP (CE/SP): Tribunal do Júri. 
• Deputado Estadual (CF): TJ (conforme entendimento do STJ no CC n. 105.227). 
 
7ª – Concurso de agentes. 
 
Exemplo: Tício e um Deputado Federal praticam um delito. Observações: 
 
➢ Havendo conexão ou continência tanto Tício como o Deputado Federal deverão ser julgados pelo STF. 
 
A reunião perante o Supremo é facultativa – e não obrigatória. Nos casos mais complexos o Supremo tem optado pela 
separação – exemplo - um Deputado Federal e dez pessoas. Nesse sentido a S. 704 STF: “Não viola as garantias do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao 
foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. 
 
➢ Essa reunião facultativa dos processos não poderá ocorrer em se tratando de crime doloso contra a vida. 
 
A conexão e a continência são regras infraconstitucionais de mudança de competência. Portanto, elas não podem se 
sobreporem à competência constitucional do Tribunal do Júri para julgar crimes dolosos contra a vida. Em suma, os 
crimes podem ser reunidos, salvo se se tratar de crime doloso contra a vida. 
 
8º - Súmulas. 
 
➢ S. 702 STF: “A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da 
Justiça comum Estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo 
grau”. 
 
O Prefeito, enquanto Prefeito, é julgado pelo respectivo TJ apenas quanto aos crimes estaduais. Portanto, se o Prefeito 
praticar um crime federal será julgado pelo TRF e se o crime em questão for eleitoral ele será julgado pelo TRE. 
 
➢ S. 703 STF: “A extinção do mandato do Prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes 
previstos no art. 1º do Dec.-lei 201/67”. 
 
Os crimes previstos no art. 1º do Dec.-Lei n. 201/67 são crimes comuns. Portanto, o fato de ter havido a extinção do 
mandato não funciona como óbice à deflagração da persecução penal. 
 
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➢ S. 396 STF: “Para a ação penal por ofensa à honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho 
de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o 
exercício funcional do ofendido”. 
 
A partir do momento em que o Supremo deliberou pelo cancelamento da S. 394 é de se concluir que a S. 396 também 
estaria ultrapassada. 
 
Observação n. 1: atenção para a mudança de entendimento do Supremo na AP n. 937. 
 
12. Competência territorial 
 
I – É uma competência relativa, portanto: 
 
• É prorrogável. 
• Sua inobservância gera no máximo nulidade relativa. 
 
II – Regra de fixação: 
 
• Local da consumação. 
• Local do último ato de execução (tentativa). 
 
CPP, art. 70: “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de 
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
§ 1º: Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele [crime à distância], a competência 
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. 
§ 2º: Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que 
o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. 
§ 3º: Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a 
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção”. 
 
Observação n. 2: 
 
• Crime à distância (ou de espaço máximo) é um crime cuja execução tem início no território nacional, mas sua 
consumação ocorre fora dele. 
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• Prevenção é um critério residual de fixação de competência. O juiz estará prevento quando entre dois ou mais 
juízos, igualmente competentes, um deles se anteceder aos demais na prática de um ato decisório, ainda que 
anterior ao processo criminal. 
 
III - Crimes formais. 
 
Exemplo: ligação extorsionária: 
 
• Ligação realizada em Bangu/RJ. 
• Vítima localizada no Rio de Janeiro/RJ. 
• Entrega do dinheiro em Búzios/RJ. 
 
Tanto o local da conduta (Bangu) como o do exaurimento (Búzios) não são critérios para a definição da competência. 
Portanto, a competência territorial é da cidade do Rio de Janeiro (consumação). 
 
IV - Crimes plurilocais de homicídio (doloso ou culposo). 
 
Crime plurilocal é um crime em que a conduta ocorre em uma comarca e a consumação em outra. Exemplo: 
 
• Local da conduta: Lagoa Santa/MG (próximo a Belo Horizonte/MG). 
• Local da consumação: Belo Horizonte/MG. 
 
A priori, pela regra do artigo 70 do CPP, seria Belo Horizonte/MG o local competente para julgar o delito (local da 
consumação). No entanto, a jurisprudência dá ao crime plurilocal de homicídio um tratamento completamente diverso. 
Em uma verdadeira hermenêutica “contra legem”, nas hipóteses de crimes plurilocais de homicídio, a competência 
territorial deverá ser determinada com base no local da conduta e não com base no local da consumação. 
Fundamentos: 
 
• Por razões de política criminal: interesse à comunidade da cidade do local da conduta o julgamento do crime. 
• Por razões probatórias: é mais fácil realizar o Júri no local onde a conduta foi executada porque é muito 
provável que ali residam as testemunhas do delito. 
 
Observação n. 3: a situação acima é denominada pela doutrina de “princípio do esboço do resultado”. É no local da 
conduta em que é feito um esboço do resultado desejado. 
 
Observação n. 4: não confundir o crime plurilocal de homicídio com o crime à distância (ou de espaço máximo): 
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• Crime plurilocal: a conduta ocorre em uma comarca e o resultado em outra, porém ambas dentro do território 
nacional. 
• Crime à distância ou de espaço máximo: é aquele que envolve dois países. A execução começa no Brasil e o 
resultado ocorre (ou deveria ocorrer) fora ou vice-versa. 
 
V – Competência territorial com fundamento no domicílio do acusado. Duas hipóteses: 
 
• Incerto o local da consumação. Exemplo: crime cometido em um ônibus durante viagem interestadual. 
• Exclusiva ação privada: local da consumação ou domicílio do acusado (CPP, art. 73) (foro de eleição). 
 
VI – Crime de estelionato mediante falsificação de cheque. 
 
Há duas modalidades de estelionato com cheque: 
 
• CP, art. 171, “caput” (cheque falso). Local da consumação: local da obtenção da vantagem ilícita. 
• CP, art. 171, § 2º, VI (fraude no pagamento por meio de cheque). Local da consumação: local da recusa do 
pagamento. 
 
Súmulas: 
 
• S. 48 STJ: “Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato 
cometido mediante falsificação de cheque”. 
• S. 244 STJ: “Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem 
provisão de fundos”. 
• S. 521 STF: “O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da 
emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo 
sacado”. 
 
VI – Crime de contrabando ou descaminho. 
 
Tecnicamente, a consumação do crime de descaminho (CP, art. 334) ou de contrabando (CP, art. 334-A) ocorreria no 
posto de aduanda, ao não efetuar o pagamento. No entanto, caso esse entendimento fosse adotado, algumas cidades 
de fronteira teriam que julgar muitos processos sobre os crimes mencionados. Para contornar o problema, os Tribunais 
ignoram a regra do artigo 70 do CPP e entendem que tanto para o crime de contrabando como para o de descaminho a 
competência territorial é do local da apreensão dos bens. 
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Sobre o assunto: S. 151 STJ: “A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho 
define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens”. 
 
VII – Crime de tráfico de drogas por meio de remessa do exterior pela via postal. 
 
S. 528 STJ: “Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e 
julgar o crime de tráfico internacional”. 
 
VIII – Crime de uso de passaporte falso. 
 
A competência é definida pelo local onde o documento foi apresentado pelo indivíduo. 
 
S. 200 STJ: “O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do 
lugar onde o delito se consumou”. 
 
IX – Crimes praticados no estrangeiro. 
 
Exemplo: cidadão brasileiro, residente em Buenos Aires e funcionário do Banco do Brasil na Argentina, pratica um crime 
em Buenos Aires contra o Banco do Brasil. Antes de morar em Buenos Aires, o indivíduo residia em Campinas/SP. 
Observações: 
 
• Aplica-se a lei brasileira (CP, art. 7º, I, “b”). 
• Competência: Justiça Estadual. 
• Comarca competente: São Paulo/SP. 
 
CPP, art. 88: “No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do 
Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da 
Capital da República”. 
 
X – Infração de menor potencial ofensivo. 
Lei n. 9.099/95, art. 63: “A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”. 
 
13. Conexão e continência 
 
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Em regra, a conexão e a continência são causas modificativas de competência. Por assim serem (causas modificativas de 
competência), só podem alterar competências relativas. 
 
Exemplo: em Niterói/RJ foi praticada uma receptação de um carro. Porém, o veículo fora roubado dias antes na cidade 
do Rio de Janeiro/RJ. Entre os crimes há uma conexão probatória porque a prova do roubo é fundamental para a prova 
da receptação. Portanto, o melhor caminho é reunir os processos, naquilo que se denomina de “simultaneus 
processus”, permitindo a produção probatória de maneira conjunta e coesa - atende à celeridade e à economia 
processo. Por fim, o Rio de Janeiro/RJ terá força atrativa porque nele foi cometido o delito ao qual é cominada a pena 
mais grave. 
 
13.1. Conceito 
 
Pode ser compreendida como o nexo, a dependência recíproca que dois ou mais fatos delituosos guardam entre si, 
recomendando a união de todos eles em um mesmo processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional, a fim de que 
este tenha uma perfeita visão do quadro probatório. 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade 
ou vantagem em relação a qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra 
infração”. 
 
13.1.1. Espécies de conexão 
 
a) Conexão intersubjetiva: várias pessoas e vários delitosI – Previsão: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
(....)”. 
 
II – Obrigatoriamente, a conexão envolve várias pessoas e vários delitos – a continência envolve várias pessoas, mas um 
único delito. 
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a.1) Conexão intersubjetiva por simultaneidade 
 
I – CPP, art. 76, I, 1ª parte: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
(....)”. 
 
II – As pessoas estão ocasionalmente reunidas e aproveitarão das mesmas circunstâncias de tempo e de local para 
praticar os vários delitos. Exemplo: saques ou depredações. 
 
a.2) Conexão intersubjetiva por concurso (concursal) 
 
I – Previsão: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
(...)”. 
 
II – O momento e o local podem ser diversos. 
 
a.3) Conexão intersubjetiva por reciprocidade 
 
I – CPP, art. 76, I, “in fine”: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
(...)”. 
 
II – O crime de rixa não é o melhor exemplo por tratar-se de um único crime – e a lei exige duas ou mais infrações. 
Utilizar como exemplo: crimes de lesões corporais recíprocas. 
 
b) Conexão objetiva, lógica, material ou teleológica 
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I – Previsão: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
(...) 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade 
ou vantagem em relação a qualquer delas; 
(...)”. 
 
II – Exemplo: homicídio e ocultação de cadáver. 
 
c) Conexão probatória, instrumental ou processual 
 
I - Previsão: 
 
CPP, art. 76: “A competência será determinada pela conexão: 
(...) 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra 
infração”. 
 
II – Exemplo: lavagem e infração antecedente. 
 
13.2. Continência 
 
Configura-se quando uma demanda, em face de seus elementos (partes, pedido e causa de pedir), estiver contida em 
outra. 
 
CPP, art. 77: “A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal”. 
 
13.2.1. Espécies de continência 
 
a) Continência subjetiva ou por cumulação subjetiva 
 
I – Previsão: 
 
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CPP, art. 77: “A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
(...)” 
 
II – Na conexão há várias pessoas e vários crimes. Na continência há várias pessoas e um mesmo delito. 
 
b) Continência por cumulação objetiva 
 
I – Previsão: 
 
CPP, art. 77: “A competência será determinada pela continência quando: 
(...) 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal”. 
 
II - Hipóteses: 
 
• Concurso formal de crimes (CP, art. 70). 
• “Aberratio ictus” (CP, art. 73). 
• “Aberratio delicti” (CP, art. 74). 
 
13.3. Efeitos da conexão e da continência 
 
a) Processo e julgamento único (“simultaneus processus”) 
 
I – Previsão: 
 
CPP, art. 79: “A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
§ 1º: Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 
152. 
§ 2º: A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à 
revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461”. 
 
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II – A partir do momento em que a conexão ou a continência é visualizada unem-se os processos para que haja um 
processo e julgamento único, atendendo à economia, à celeridade, à razoável duração do processo e a própria busca da 
verdade. 
 
b) Um foro ou um ou um juízo exercerá força atrativa (“forum attractionis” ou “vis attractiva”) 
 
I - Na prática deveria ocorrer a avocatória (CPP, art. 82). Assim, se há o conhecimento do juízo com força atrativa, ele irá 
trazer os processos para si. 
 
CPP, art. 82: “Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de 
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com 
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de 
unificação das penas”. 
 
II – S. 235 STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”. 
 
Não há necessidade do trânsito em julgado. A ideia da súmula é se um dos feitos já foi sentenciado, em regra, pelo juiz 
de primeira instância, não há nenhuma necessidade de determinar a reunião perante o juízo com força atrativa. 
 
13.4. Foro prevalente 
 
a) Competência prevalente do Tribunal do Júri 
 
I – Previsão: 
 
CPP, art. 78: “. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
(...)”. 
 
II – Exceção: crimes militares e eleitorais. 
 
Exemplo: crime doloso contra a vida praticado em conexão com um crime militar: separação dos processos, 
respeitando-se assim ambas as competências constitucionais. 
 
CPP, art. 79: “A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
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I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
(...)”. 
 
b) Jurisdições distintas 
 
I – Previsão: 
 
CPP, art. 78: “Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
(...) 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta”. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
 
II – Exemplo: crime comum estadual e crime eleitoral: Justiça Eleitoral.III - Crime comum federal: a competência da Justiça Federal está prevista na Constituição. Consequência: separação dos 
processos. 
 
c) Concurso entre órgãos de jurisdição superior e inferior 
 
CPP, art. 78: “Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
(...) 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; (Redação dada pela Lei nº 
263, de 23.2.1948)”. 
 
Observação n. 5: dois agentes com foro por prerrogativa de função previsto na Constituição. Exemplo: Desembargador e 
Promotor. Segundo o professor, deveria haver a separação: 
 
• Desembargador: STJ. 
• Promotor: TJ. 
 
No entanto, não é a orientação dos Tribunais. Aplica-se a regra do CPP, art. 78, III. No exemplo, tanto o desembargador 
como o promotor seriam julgados pelo STJ. 
 
d) Jurisdição de mesma categoria 
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• Prevalece o juízo da comarca em que tiver sido praticado o delito mais grave (CPP, art. 78, II, “a”); 
• Local do maior número de infrações, se as penas forem de igual gravidade (CPP, art. 78, II, “b”); 
• Não havendo as distinções acima, o critério é o da prevenção (CPP, art. 78, II, “c”). 
 
 
 
 
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