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Trabalho de Processo Penal

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FACULDADE ESTÁCIO DE TERESINA
ALUNA: LAIS SKARLETY DA CRUZ SILVA MOURA 
MATRÍCULA: 201807154416
Standard probatório para condenação e dúvida razoável no processo penal: análise das possíveis contribuições ao ordenamento brasileiro
 Teresina, 02/10/2022
 Os standards probatórios, também chamados de modelos de constatação, correspondem aos níveis de provas exigidos nas diferentes espécies de processos judiciais. A ideia subjacente aos standards probatórios é a de que cada processo, em razão das particularidades que lhe são ínsitas – como seus procedimentos, os bens jurídicos envolvidos e as garantias asseguradas –, possui um nível de provas próprio. Assim, a depender do processo de que se trate, uma alegação poderá ser provada com um maior ou menor nível de prova: isto é, um standard probatório mais elevado ou mais mitigado.
 Existem dois tipos de standards probatórios que são os mais utilizados na prática judicial, que são: o da prova além de qualquer dúvida razoável (proof beyond a reasonable doubt) e o da preponderância de prova (preponderance of evidence). O primeiro é comumente vinculado ao processo penal; o segundo, ao processo civil.
 O primeiro no processo penal, considera-se que o acusado somente pode ser declarado culpado se não restar dúvida razoável quanto à sua culpa. Essa regra, conjugada à presunção de inocência – segundo a qual o acusado é presumido inocente até que se prove o contrário –, dá forma ao standard de prova além de qualquer dúvida razoável. Assim, se o júri (ou o juiz singular) tiver alguma dúvida quanto à culpabilidade do réu, não deve condená-lo. A doutrina processualista norte-americana usualmente arrola três justificativas para a exigência de um standard probatório mais elevado no processo penal.
 O standard probatório do processo penal, por ser mais rigoroso, busca evitar condenações equivocadas – ou pelo menos diminuir as probabilidades de que isso ocorra –, mas, ao mesmo tempo, isso aumenta a probabilidade de que ocorram absolvições errôneas. De qualquer forma, os estudiosos da Teoria Econômica do Direito em geral afirmam que a assimetria dos custos decorrentes da absolvição equivocada de réus que em verdade são culpados e da condenação de réus que em verdade são inocentes (o que gera custos presumivelmente mais altos) justifica a exigência do standard probatório além de qualquer dúvida razoável. 
 O segundo é os standards das provas são modelos de constatação, na terminologia de Knijnik7, capazes de nortear o raciocínio do julgador na apreciação dos enunciados fáticos. Em outros termos, a padronização de critérios objetivos a serem enfrentadas pelo magistrado para que se tenha determinada hipótese como evidenciada é o que pretende a ciência racional da prova. Ou seja, atingido o grau de standard necessário - que deve ter apoio em uma decisão de política criminal e numa teoria racional, e não na crença exclusiva do julgador - dá-se por provada a hipótese.
 Contudo, a parte se sagre vitoriosa, basta que sejam preponderantes as provas em seu favor. Já no processo penal, isso é insuficiente. Ainda que preponderem provas que indiquem a culpa do réu, isso não basta para que se profira uma decisão condenatória; mais do que a preponderância de provas, é necessário que não subsistam dúvidas quanto à culpa do acusado. Somente nessa situação é possível considerar derruída a presunção de sua inocência.
 Mesmo que ainda de modo bastante incipiente, a jurisprudência brasileira paulatinamente tem acolhido os standards probatórios, de modo a cada vez mais aplicá-los nas decisões judiciais, sobretudo naquelas em que há complexa controvérsia em relação à matéria probatória.
 Isso indica, a um só tempo, a relevância e o relativo ineditismo do tema no meio jurídico nacional. Ainda há muito a se falar sobre os standards probatórios, e é exatamente por isso que o próximo artigo deste colunista voltará à matéria. Na ocasião, para que se confira maior concretude às lições teóricas aqui lançadas, o tema será abordado a partir de uma breve análise acerca de conhecidíssimo caso criminal envolvendo acusado igualmente muito célebre, em narrativa chegou a ser objeto de série televisiva: trataremos, na ocasião, das acusações de duplo homicídio que pesaram nas esferas penal e cível contra o ex-jogador de futebol americano Orenthal James “OJ” Simpson, que foram retratadas na primeira temporada da série “The People v. OJ Simpson: American Crime Story”.

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