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Reações de Aglutinação e precipitação. A pesquisa e quantificação de antígenos e anticorpos serve para dosagem de hormônios (T3, T4, TSH, etc.), diagnóstico e acompanhamento de doenças infecciosas (pesquisa de Ag ou Ac), dentre outras aplicações. As principais características das interações entre antígenos e anticorpos, são: • Afinidade, que é a força de interação entre um único sítio de ligação ag-ac, em um único epítopo (menor porção do antígeno que vai gerar a resposta imune quando em contato com o anticorpo). Exemplo: Hepatite por HBV (pesquisa de agentes virais e de anticorpos contra o vírus). • Avidez, que é a força de interação total entre ag e ac. Ocorre a soma das afinidades de todos os epítopos envolvidos. • Especificidade, capacidade do ac de distinguir seu imunógeno de outros ags. • Reação cruzada, dois ags diferentes apresentam epítopos estruturalmente semelhantes. Os acs específicos para um epítopo se ligam a um epítopo não relacionado, com propriedades químicas similares. Ex: reação cruzada em áreas endêmicas de Leishmaniose e Doença de Chagas. • Especifidade analítica, capacidade do teste de detectar apenas o analito em questão, sem reações cruzadas. Alguns fatores que levam a resultados falso-positivos: Presença de acs naturais; poli infecções. MÉTODOS: Reagentes não marcados: 1) Reação de aglutinação 2) Reação de floculação 3) Reação de precipitação 1) Reação de aglutinação: Pode ser direta, realizada em eritrócitos (hemaglutinação), bactérias, fungos. Passiva: látex. - As reações de aglutinação são feitas em lâmina, tubo ou placa de microtitulação. - Fatores interferentes: Classe de Ac, tempo, temperatura, presença de macromoléculas (ex. albumina). - Permite maior diluição da solução teste que a imunodifusão. - Forma complexos mais pesados, que precipitam com maior velocidade e facilidade. - - Melhoria da detecção ag-ac; - Vantagens: Método simples, de fácil execução, baixo custo, rápido. - Desvantagens: Baixa sensibilidade e especificidade, devido ao mal armazenamento das hemácias, pode-se obter resultados falso-negativos. - Aglutinação direta: Pode ser utilizada para pesquisa de ag que faz parte naturalmente da célula ou hemácia/ Pesquisa de ag na superfície das hemácias. Ex: Sistema ABO, Rh. - Aglutinação indireta ou passiva: Ocorre aglutinação passiva usando hemácias ( hemo aglutinação), as hemácias são sensibilizadas com ag dos micróbios; são detectadas classes de ac. Ag ou Ac não faz parte da partícula. • Exemplo 1: Partículas de látex com ac ou ag adsorvido; hemácias de aves com ag de microrganismos (hemaglutinação). • Exemplo 2: Látex para proteína C reativa (PCR), fator reumatoide ou para ac- anti estreptolisina O. - Aplicações: Sorologia para ac anti-Toxoplasma gondii. - As reações de aglutinação podem ser qualitativas ou quantitativas: - Qualitativas: Classificação sanguínea. - Semi-quantitativas: Detecção de infecções. 2) FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO: Variação da técnica de hemo aglutinação, onde utiliza- se a capacidade citolítica do Sistema de Complemento para amplificar a detecção da interação Ag/Ac. Variações da técnica: Inibição da fixação do complemento. - Antígeno + complemento + sérum com anticorpos forma a fixação do complemento; - Antígeno + complemento + sérum sem anticorpos não realiza a fixação do complemento; - Vantagens: Maior sensibilidade do que a hemo aglutinação, rápida execução, baixo custo. - Desvantagens: Devido a problemas na preservação do complemento, e na sua estabilidade, problemas de falso negativos podem ocorrer. 3) REAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO: Quantidades de ag solúvel são adicionadas a uma quantidade fixa de soro contendo o ac. E a medida que a quantidade de ag aumenta, a quantidade de ac também aumenta até um valor máximo para depois diminuir. Ao final são produzidos complexos insolúveis visíveis. - Quando as quantidades de ac e ag são equivalentes, há a formação máxima de precipitado, decrescendo à medida em que um dos dois reagentes está em excesso: pró-zona ou zona de excesso de anticorpo e pós-zona de excesso de antígeno. Precipitado em solução: O precipitado é formado pela geração lenta de um reagente precipitante de forma homogênea em toda a solução. • IMUNODIFUSÃO > Vantagens: 1) Método de fácil execução, tempo curto de realização, baixo custo, não necessita de aparato sofisticado. - Desvantagens: 1) Baixa sensibilidade, especificidade, difícil preservação do gel, não aplicável a alguns isotipos de Igs. É pouco utilizado como ferramenta de diagnóstico e mais utilizada como controle da produção de anticorpos policlonais. - PRECIPITAÇÃO EM GEL – IMUNODIFUSÃO RADIAL SIMPLES: Um anticorpo específico é incorporado à solução de ágar ou agarose antes da gelificação. Permite a quantificação do antígeno ou anticorpo. O processo continua até ser atingida a zona de equivalência com os compostos precipitando-se em um anel (halo) em torno do orifício. • Ex: Uso para verificar classes e subclasses de Igs, proteínas do complemento e proteína C reativa. - PRECIPITAÇÃO EM GEL – IMUNODIFUSÃO RADIAL DUPLA: Antissoro e amostra são adicionados à orifícios diferentes do gel de ágar (não são incorporados no ágar). As soluções sofrem difusão e quando o ag e ac se encontram em uma zona de equivalência, se observa a reação pela formação de uma linha de precipitação. Pode ser visualizada pós lavagem do gel, para remoção das proteínas solúveis, por coloração dos arcos de precipitação com corante. Ex: muito usada em pesquisa e diagnóstico de cisticercose. 4) REAÇÃO DE FLOCULAÇÃO: Coagulação de certas soluções coloidais sob a forma de flóculos. - Utilizados para testes como VDRL (Veneral Disease Research Laboratory). Usado para triagem e controle de tratamento de sífilis. O antígeno usadi utiliza cristais de colesterol e cardiolipina e lectina. Utilizado para pesquisa de ac anti cardiolipina. - Utilizado para detectar algumas patologias como, síndrome do anticorpo anti – fosfolipídio, onde o organismo produz acs que formam trombos e é a causa de abortos repentinos. 5) IMUNOELETROFORESE: Eletroforese seguida de imunodifusão. 1º - Realizada a eletroforese de proteínas, onde será feita a separação de proteínas do soro do paciente de acordo com a carga em gel de ágar ou agarose. - É um teste qualitativo; - Utiliza lâminas recobertas por ágar. - As moléculas migram para o polo negativo, distribuindo-se no gel de acordo com suas cargas elétricas. - Ag e Ac formam arcos de precipitação. - Usados para detectar gamopatias monoclonais, como mieloma múltiplo e macroglobulinemia. 6) IMUNOFIXAÇÃO – Mais sensível e rápida que a imunoeletroforese. - A amostra é aplicada em 6 posições diferentes no gel de agarose e proteínas da amostra são fracionadas. - Soros mono específicos (anti- IgG, anti- IgA) impregnados em fita de papel são aplicados em cada posição e difundem no gel. - Adicionar solução fixadora de proteínas. 7) ELISA (ENZYME- LINKED IMMUNOSORBENT ASSAY) – Técnica que utiliza ag/ac imobilizado em placa de polímero de carbono, e anticorpo conjugado a uma enzima, a qual, após agir sobre seu substrato em presença de substância cromógena, amplificará a detecção da interação Ag/Ac através da formação de cor. Variações da técnica: ELISA quimio-luminescente, ELISA fluorescente, ELISA radioativo. - O anticorpo estará marcado com a enzima. - ELISA DIRETO: No fundo dos poços há acs específicos para a patologia. Se na amostra houver antígenos para determinadas doenças, ele se ligará diretamente ao anticorpo. Após isso é realizada a incubação para que haja a ligação. Depois éfeita uma lavagem, que é um passo importante para retirar os antígenos que não se ligaram ao anticorpo. É adicionado então um ac conjugado que estará ligado com a enzima que geralmente é da classe das peroxidases e por fim o substrato para a enzima para alteração na cor. - ELISA INDIRETO: Na microplaca já haverá o antígeno para a patologia, a amostra adicionada vai estar com possíveis anticorpos produzidos que vão se ligar a estes antígenos na placa. Ocorre novamente a incubação. Retira-se os anticorpos desnecessários. Adiciona-se o anticorpo conjugado, que não será contra o antígeno, mas contra o anticorpo, chamado também de anti-anticorpo, este é específico para se ligar a porção fc do anticorpo. Substrato cromogênico é inserido então para a mudança de cor. - ELISA DE CAPTURA: No fundo da microplaca haverá anticorpos, mas diferente do ELISA direto vai querer encontrar anticorpos. Adiciona-se a amostra e se houverem acs reagentes a doença, estes serão ligados nos acs do início, que já estavam na placa. Depois é acrescentado o antígeno biotinilado, que é um antígeno marcado assim como o ac conjugado, marcado com a proteína biotina, que possui a capacidade de se ligar apenas ao ac específico para a patologia que foi o adicionado com o soro. Em seguida faz-se a lavagem e por fim é adicionada a enzima livre que se ligará com o antígeno biotinilado pois a mesma tem afinidade com a biotina, haverá então a mudança de cor. - ELISA DE COMPETIÇÃO: Tenta localizar antígenos. É uma técnica direta. Os anticorpos já estão na placa. São adicionados os antígenos com a amostra e depois o antígeno biotinilado. Mas o antígeno biotinilado só toma o lugar do anterior se o outro não for específico, se o anterior for, ele não consegue tomar o lugar. É um teste confirmatório para saber se o paciente é positivo ou negativo. Por fim a enzima é adicionada. - Vantagens: Método altamente sensível e específico, com alto grau de confiabilidade como ensaio quantitativo. Custo baixo a médio. - Desvantagens: Devido a alta sensibilidade pode ocorrem pequenas variações de pipetagem e tempo de incubação causando resultados alterados. - Em extratos de antígenos, não se pode precisar a qual antígeno houve resposta. - ELISA de competição muito suscetível a erros de manipulação. 8) IMUNOFLUORESCÊNCIA / IMUNOHISTOQUÍMICA – Utilizado s para detecção e localização de antígenos em células e tecidos e para detecção de anticorpos específicos em fluídos biológicos. É um método de alta especificidade e alta sensibilidade. São utilizados anticorpos conjugados com substâncias fluorescentes (FITC, FAC) na IFA, e de anticorpos conjugados com enzimas (Imunohistoquímica). - Vantagens: Alta especificidade e sensibilidade; possibilidade de detecção de proteínas intracelulares e de sua localização, bem como do tráfico intracelular, reprodutível, determina classes e subclasses de anticorpos. - Desvantagens: “variação individual” na leitura de resultados de IFA; alto custo de microscópio de fluorescência; técnicas especiais de fixação e inclusão de tecidos para imuno-histoquímica nem sempre disponíveis. Uso do microscópio de fluorescência, diminuição da fluorescência sob irradiação, subjetividade na leitura. - Utilizado em métodos colorimétricos, radioativos, quimioluminescentes, fluorescentes. Em agentes infecciosos, anticorpos, hormônios, alérgenos, etc. - Na reação de imunofluorescência os anticorpos são conjugados com fluorocromos que são substâncias que absorvem a luz de menor intensidade e quando excitados com luz ultravioleta, emitem luz de maior intensidade. Os mais utilizados são isoticiocianato de fluoresceína e rodamina que emitem luz na faixa visível. - IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETO: serve na pesquisa de antígenos (células ou tecidos). No método direto células com antígeno de membrana com fluorocromo são ligados a acs primários. - IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETO: pesquisa de acs ou ags. O anticorpo secundário antiisotipo é ligado com fluorocromo a um anticorpo primário anti-mAg. O método indireto com fluorocromo ligado à proteína A associado ao anticorpo primário anti- mAg e anticorpo secundário aniisotipo. 11) CITOMETRIA DE FLUXO – Identificação e separação de células baseadas na dispersão de luz e fluorescência sob feixe de laser. - Usado para populações de leucócitos > luz dispersa > tamanho e forma da célula. - Usado para identificação de populações e/ou subpopulações de linfócitos T e B. - FACS (fluorescence-activacted cell sorter) – separação de uma única célula. - Faz a separação de células marcadas por fluorescência - São utilizados anticorpos dirigidos contra moléculas de membrana ou antígenos de conjunto de diferenciação (CD) - Cada ac é marcado com um fluorocromo diferente. É um teste qualitativo e quantitativo. Métodos utilizados para detecção e mensuração dos níveis de anticorpos em fluidos biológicos. - IMMUNO DOT, IMUNOHISTOQUÍMICA, IMUNOCITOQUÍMICA, IMUNOMIGRAÇÃO RÁPIDA, RADIOIMUNOENSAIO. - IMMUNO DOT: DOT-ELISA – reação imunoenzimática sobre proteína. É um método qualitativo ou semi-quantitativo, rápido e de simples execução. Usado para detecção de proteínas solúveis, fungos, protozoários, bactérias, vírus. - IMUNOHISTOQUÍMICA/ IMUNOCITOQUÍMICA – Detecção e localização de antígenos celulares/teciduais. - São utilizados anticorpos conjugados com enzimas Q em conversão de substrato incolor em produto colorido. - As enzimas mais utilizadas são, peroxidase, fosfatase alcalina, beta galactosidase, glicose oxidase. - Método direto: Acs primários conjugados (detecção de antígenos). - Método indireto: Acs secundários conjugados (detecção de antígenos e anticorpos) - Desvantagens: Atividade enzimática endógena, armazenamento inadequado dos conjugados. - IMUNOCITOQUÍMICA – Envolve a avaliação microscópica computadorizada após ensaio de imunofluorescência ou imuno-histoquímica em material de biópsia. Há um aumento na especificidade com a remoção da subjetividade do observador. Pode ser realizada a avaliação quantitativa através da cor, intensidade e concentração. 9) WESTERN BLOT – Associação da técnica de Eletroforese em gel de SDS-page com técnicas imunológicas. - Permite a identificação do reconhecimento de antígenos com peso molecular definido. - Identificação de anticorpos que reconhecem determinado antígeno em solução contendo diversos antígenos. - Permite a realização de cinética de expressão de proteínas celulares. - Vantagens: Alta sensibilidade e especificidade; - Reconhecimento de antígenos individuais em um extrato. - Realização de perfil de reconhecimento de antígenos e determinação de proteínas imunodominantes. - Desvantagens: Custo médio a alto. - Procedimento longo e propenso a erros em diversos pontos. - Dependendo do sistema de revelação, pode-se ter problemas de segurança.
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